excelentissimo senhor doutor juiz de direito da … · em face de banco bradesco s.a., ......
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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL
DE SANTO AMARO DA COMARCA DA CAPITAL/SP
____________________________________
LIMINAR URGENTE
ENCERRAMENTO ILEGAL DE CONTA CORRENTE
NO DIA 09/05/2017– PRÓXIMA TERÇA-FEIRA
PRINCIPAL CONTA DA AUTORA
PARALISAÇÃO DAS ATIVIDADES DA AUTORA
_____________________________________
FOXBIT SERVIÇOS DIGITAIS S.A.., pessoa jurídica de direito privado estabelecida na Avenida Nova
Independência, 1061, sala 08, Brooklin Paulista, São Paulo/SP, CEP 04570-001, devidamente
inscrita no CNPJ/MJ sob nº 21.246.584/0001-50, e-mail [email protected], vem, por meio dos seus
advogados abaixo assinados, conforme documentos de representação anexos, com fundamento
nos artigos 319 e seguintes e 300 e seguintes do Código de Processo Civil – Lei nº 13.105/15, propor
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Em face de BANCO BRADESCO S.A., instituição financeira inscrita no CNPJ/MJ sob nº
60.746.948/0001-12, com sede à Cidade de Deus, s/nº, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900, e-
mail desconhecido, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
1 – SINTESE DA DEMANDA
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A autora é correntista do réu, sendo titular de uma conta corrente e de investimentos na agência
0008- Pompéia – SP, TENDO SIDO SURPREENDIDA COM O RECEBIMENTO – EM 24 DE ABRIL - DE
AVISO (doc. 01) LACÔNICO DE ENCERRAMENTO DA SUA CONTA CORRENTE NO PRAO DE 15 DIAS,
O QUAL SE EXPIRA AMANHÃ, DIA 09 – PRÓXIMA TERÇA-FEIRA:
Tal decisão unilateral do réu é arbitrária e ilegal, pegando o réu de surpresa, sem nenhuma
informação sobre a motivação do encerramento e com apenas 15 (quinze) dias para transferir
todas as suas operações!! Isto é, a maioria das suas operações estão vinculadas à conta corrente
que o réu pretende realizar o encerramento ilegal!
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A autora foi fundada em 2014 e é, atualmente, a maior bolsa de bitcoins da América Latina, com
mais de 10 mil clientes e mais de 90 milhões de reais transacionados nos últimos 18 meses, sendo
a principal plataforma e referência de bitcoin e blockchain do país.
A autora concentra o pagamento da maioria das operações de compra e venda de bitcoins1, sua
principal atividade empresarial, nesta conta corrente junto ao réu. Assim, na prática, o
encerramento da conta a impedirá TOTALMENTE de operar, causando-lhe prejuízos enormes.
Até agora a autora vinha se utilizando normalmente da conta corrente, mantida junto ao réu, com
a sua movimentação regular.
A conta não está inativa e nem devedora. Possui movimentação expressiva, eis que – como dito –
a autora centraliza a maioria das operações de compra e venda de bitcoins, realizadas por meio do
site da autora (www.foxbit.com.br).
1 A título de esclarecimento, bitcoins são uma forma de ativo financeiro, também chamada de moeda da internet
(doc. 03).
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NUNCA foi comunicado pelo réu de eventuais movimentações irregulares ou práticas comerciais
tidas por inadequadas, especialmente no que tange às normativas do Bacen.
No que tange às regras contratuais citadas no aviso de encerramento (cláusula 4 do Contrato de
Conta de Depósito – Pessoa Jurídica), a autora nunca teve ciência do conteúdo do contrato, tendo
em vista que ele não lhe foi entregue. A autora requer que o réu seja intimado a apresentar em
juízo o contrato de abertura de conta corrente firmado entre as partes.
Por tudo isso, o encerramento arbitrário, inopinado e abrupto de sua conta corrente determinado
pelo réu causou surpresa e preocupação, eis que em total desrespeito às normas do Bacen e do
Código de Defesa do Consumidor.
Os possíveis danos são catastróficos para a autora: poderá haver a paralisação total de suas
atividades!! É impossível a transferência de todas as operações, atividades e sistemas para operar
eventualmente com outro banco em APENAS 15 dias!!
Ademais, a autora tem um relacionamento de diversos anos com o réu, desde a sua fundação em
2014, sem qualquer ocorrência, que não pode ser descartado em dias por uma decisão unilateral
e desmotivada do réu, que resolveu cancelar a sua conta corrente.
Tal medida desproporcional e fora de propósito, praticada pelo réu, indica que na verdade se trata
de uma medida anti-concorrencial velada.
Assim sendo, considerando a absoluta abusividade e unilateralidade do ato praticado pelo réu
e a gravidade da lesão a ser sofrida pela autora, com o risco de paralisação total de suas
atividades, bem como que o encerramento está previsto para ocorrer na próxima terça-feira, dia
09 de maio, é imprescindível que seja deferida tutela antecipada para suspender o
encerramento da conta corrente da autora junto ao banco réu até final julgamento da demanda,
sob pena de multa diária.
2 – DO DIREITO - A RÉ NÃO PODE ENCERRAR ARBITRARIAMENTE A CONTA CORRENTE DA
AUTORA
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O encerramento da conta corrente da autora não pode ser aceito, eis que totalmente imotivado e
arbitrário, concedendo prazo exíguo para a autora transferir toda a sua atividade operacional!
Trata-se de relação de consumo de longa data que deve respeitar os direitos do consumidor
bancário, submetendo-se aos regramentos do Código de Defesa do Consumidor, o qual impede as
práticas abusivas.
Ademais, a ré não cumpre o quanto determinado nos normativos do Bacen, especialmente a
Resolução 2025/93.
Por fim, é cristalino que a motivação não escrita do encerramento da conta corrente da autora é
a intenção de tirar a autora do mercado de compra e venda de bitcoins, o qual é potencialmente
concorrente da ré! Assim, tal atitude se mostra, na verdade, um comportamento
ANTICONCORRENCIAL!
2.1. Da aplicabilidade e violação do Código de Defesa do Consumidor e normativas do BACEN
O contrato de conta corrente é tipicamente bancário e de adesão, sendo certo que se submete às
normas do Bacen e do Código de Defesa do Consumidor.
Não há dúvidas, também, que o correntista bancário – PF ou PJ - é um consumidor, que merece
toda a proteção do Poder Judiciário contra os abusos dos bancos, dada a essencialidade dos
serviços bancários, os quais – inclusive – são regulados pelo Bacen.
A autora é usuária dos serviços bancários prestados pelo réu, ou seja, é destinatária final,
aplicando-se o disposto no artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor – CDC.
O Egrégio Superior Tribunal de Justiça superou as chamadas teorias maximalista e minimalista a
respeito do conceito de consumidor, pouco importando se o produto ou serviço adquirido junto
ao fornecedor configura ferramenta de sua atividade profissional ou não. Em lugar dessa
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discussão, o que se pergunta é se uma das partes é econômica e/ou tecnicamente vulnerável em
relação à outra.
Nesse sentido:
“uma interpretação sistemática e teleológica do CDC aponta para a
existência de uma vulnerabilidade presumida do consumidor, inclusive
pessoas jurídicas, visto que a imposição de limites à presunção de
vulnerabilidade implicaria restrição excessiva, incompatível com o próprio
espírito de facilitação da defesa do consumidor e do reconhecimento de sua
hipossuficiência, circunstância que não se coaduna com o princípio
constitucional de defesa do consumidor, previsto nos arts. 5º, XXXII, e 170,
V da CF. Em suma, prevalece a regra geral de que a caracterização da
condição do consumidor exige destinação final fática e econômica do bem
ou serviço, mas a presunção de vulnerabilidade do consumidor dá margem
à incidência excepcional do CDC às atividades empresariais, que só serão
privadas da proteção da lei consumerista quando comprovada, pelo
fornecedor, a não vulnerabilidade do consumidor pessoa jurídica (STJ, 3ª
Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, RMS 27512/BA, 23/09/2009).
O CDC 6º estabelece os direitos básicos do consumidor, destacando-se o disposto em seus incisos
III e IV, in verbis:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
(...)
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes sobre o preço, bem como sobre os riscos que
apresentem;
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos
comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
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Evidente, portanto, que o encerramento da conta corrente da autora é um ato abusivo e ilegal do
réu!!!
O réu deveria, ainda, ter respeitado as regras constante da Resolução 2025/93 (doc. 04) do Bacen,
a respeito da abertura, encerramento e manutenção de contas correntes.
O artigo 12 da referida Resolução estipula que o encerramento das contas correntes pode ocorrer
por iniciativa do banco, desde que haja a comunicação prévia do correntista e justo motivo para
tanto, que poderia ser a inadimplência ou a averiguação de práticas fraudulentas por parte do
cliente. O encerramento não pode ser feito de forma imotivada e unilateral, como pretende o réu
fazer.
Ademais, verifica-se que o réu NUNCA comunicou à autora da sua INTENÇÃO de encerrar a conta
corrente em questão, como determina o inciso I do artigo 12 da Resolução 2025/93. Somente lhe
comunicou o encerramento propriamente dito e a data em que ele ocorreria!!!
Ademais, o réu deve conceder ao correntista prazo razoável e adequado para que sejam tomadas
as medidas para a transferência das operações realizadas na conta a ser encerrada. Nada mais do
que bom-senso, plausibilidade e proporcionalidade.
A não observância destes requisitos implicou em evidente abusividade: de direito e de práticas
comerciais.
As práticas comerciais abusivas são vedadas no ordenamento jurídico pátrio no inciso IX do artigo
39 do Código de Defesa do Consumidor e o abuso de direito no artigo 187 do Código Civil, in verbis:
“CDC 39 – É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas:(...)
IX – recusar a venda e bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem
se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais;”
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”CC 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
Há também ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, previsto no CC 4222, que deve nortear todas
as relações contratuais, especialmente dos seus deveres anexos de lealdade e de colaboração.
E mesmo que não houvesse a violação às normas consumeristas acima citadas, ainda assim a
responsabilidade do réu é evidente na medida em que possui responsabilidade objetiva pela
natureza da atividade desenvolvida por si, nos termos do disposto no parágrafo único do artigo
927 do Código Civil3.
A jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo tem reiteradamente decidido no sentido da
abusividade do encerramento ilegal e imotivado de conta corrente pelos bancos, determinando a
sua manutenção e/ou reativação, imediata, conforme se verifica dos julgados abaixo relacionados:
2117631-72.2016.8.26.0000 Agravo de Instrumento / Contratos Bancários Relator(a): Álvaro Torres Júnior Comarca: São Paulo Órgão julgador: 20ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 22/08/2016 Data de registro: 29/08/2016 Ementa: TUTELA DE URGÊNCIA – Conta corrente – Encerramento unilateral de conta corrente sem prazo ou motivação – Autora utiliza da conta para recebimento de valores decorrentes de suas atividades comerciais e pagamento de despesas com pessoal e fornecedores – Liminar para desbloqueio dos valores e transferência para outra entidade financeira – Cabimento - Agravo provido.
2 “CC 422 – Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução,
os princípios da probidade e boa-fé.” 3 “artigo 927, parágrafo único – haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem.”
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1083665-97.2014.8.26.0100 Apelação / Bancários Relator(a): Salles Vieira Comarca: São Paulo Órgão julgador: 24ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 25/07/2016 Data de registro: 25/07/2016 Ementa: "AÇÃO INDENIZATÓRIA – ENCERRAMENTO UNILATERAL DE CONTA CORRENTE – AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO – DANOS MORAIS – Relação de consumo caracterizada – Inversão do ônus da prova – Autores titulares de contas correntes junto ao banco réu – Encerramento unilateral das contas correntes dos autores, pelo banco réu – Ausência de motivação nas notificações encaminhadas aos correntistas – Encerramento unilateral das contas, sem motivação, que ocorreu de forma ilegal – Inteligência dos arts. 12, inciso I, e 13, da Resolução nº 2.025/93, do Bacen, e do art. 3º, parágrafo único, da Circular nº 3.006/00, do Bacen – Ausente motivação para encerramento, deve o banco réu ser compelido a manter em regular funcionamento as contas bancárias dos autores – Configuração de conduta abusiva e ilegal por parte do banco réu – Responsabilidade objetiva do banco – Encerramento imotivado das contas correntes que enseja indenização por dano moral – Ainda que não haja prova do prejuízo, o dano moral puro é presumível – Indenização devida, devendo ser fixada com base em critérios legais e doutrinários – Indenização fixada em R$5.000,00 para cada autor, quantia suficiente para indenizar os autores e, ao mesmo tempo, coibir o réu de atitudes semelhantes - Indenização atualizada com correção monetária, a contar do acórdão, e juros moratórios, a contar da citação – Súmula nº 362 do STJ – Sentença reformada – Ação procedente – Ônus sucumbenciais carreados a réu – Apelo provido." 1000398-54.2015.8.26.0405 Apelação / Bancários Relator(a): Claudia Grieco Tabosa Pessoa Comarca: Osasco Órgão julgador: 24ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 02/06/2016 Data de registro: 20/06/2016 Ementa: APELAÇÃO – Ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de indenização por dano moral – Encerramento unilateral de conta corrente – Sentença que julgou parcialmente procedente o pedido e condenou a instituição financeira ao pagamento de indenização por dano moral – Pleitos de reforma – Impossibilidade – Relação entre as partes inserida no âmbito das relações de consumo – Inteligência do artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor – Ausência de motivação para encerramento da conta bancária – Conduta que se revela arbitrária e abusiva – Inteligência do artigo 12 da Resolução CMN nº 2.025/93, com redação alterada pela
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Resolução nº 2.747, de 28/6/2000 – Precedentes jurisprudenciais – Indenização por dano moral devida – Situação que ultrapassa o mero aborrecimento – Quantum indenizatório fixado atendendo aos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade – Valor que, nesses moldes, revela-se adequado e suficiente para reparar o dano moral suportado – Sentença mantida – Recursos não providos. À míngua de critérios objetivos para a fixação de indenização por dano moral, cabível ao magistrado valer-se de apreciação equitativa, levando em conta a extensão do dano, o grau de culpabilidade do ofensor e a situação econômica das partes, de modo a reparar o abalo sofrido, bem como inibir a repetição da conduta. Ademais, inafastável a cautela de evitar "o arbitramento que importe em uma indenização irrisória, de pouco significado para o ofendido, nem uma indenização excessiva, de gravame demasiado ao ofensor" (STJ, AgRg no REsp nº 38.21 – SC, Terceira Turma, Min. Sidnei Beneti, j. 06/08/2013). Oportuna a menção às considerações bem lançadas pelo e. Des. Enio Zuliani, ao enfrentar a questão no julgamento do recurso de apelação nº 015631-21.201.8.26.0100: "Para chegar a um valor adequado cabe observar as funções básicas do dano moral. No objetivo de ressarcir, olha-se para a vítima, para a gravidade objetiva do dano que ela padeceu (Antônio Jeová dos Santos, Dano Moral Indenizável, Lejus Editora, 1.97, p. 62) e visando reprovar mira-se o lesante, de tal modo que a indenização represente advertência, sinal de que a sociedade não aceita seu comportamento (Carlos Alberto Bittar, Reparação Civil por Danos Morais, ps. 20/22; Sérgio Severo, Os Danos Extrapatrimoniais, ps. 186/190). Conjugando-se as duas funções é que se extrai o valor da reparação." Nesse passo, tem-se que, considerada a situação fática apresentada, o importe de R$ 4.000,00 apresenta-se adequado, proporcional e razoável para o fim a que se destina, compensar os prejuízos suportados pela parte lesada, bem como, punir o causador do dano pela negligência na condução de seus negócios. 9234532-82.2008.8.26.0000 Embargos Infringentes / Contratos Bancários Relator(a): Nelson Jorge Júnior Comarca: São José dos Campos Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 17/05/2016 Data de registro: 17/05/2016 Ementa: DANO MORAL – Contrato bancário – Encerramento unilateral de conta corrente, pelo banco – Simples alegação de inexistência de interesse comercial na manutenção do contrato – Motivo que se mostra insuficiente – Direito do consumidor à informação – Recusa que se amolda ao rol das práticas abusivas, em rol exemplificativo encontrado no art. 39, do Código de Defesa do Consumidor
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– Devolução de cheques pelo motivo 13, referente a "conta encerrada" e inclusão do nome do consumidor no CCF – Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo – Dano moral – Configuração: – O encerramento unilateral de conta corrente pelo banco, mediante simples alegação de inexistência de interesse comercial na manutenção do contrato – motivo que se mostra insuficiente, ferindo o direito à informação do consumidor – constitui prática abusiva, amoldada ao rol exemplificativo dessas práticas, encontrado no art. 39, do Código de Defesa do Consumidor, acarretando abalo moral, agravado ainda mais pela devolução de cheques pelo motivo 13, referente a "conta encerrada" e inclusão do nome do consumidor no CCF – Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo. RECURSO PROVIDO. 0017299-83.2011.8.26.0008 Apelação / Bancários Relator(a): Álvaro Torres Júnior Comarca: São Paulo Órgão julgador: 20ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 23/11/2015 Data de registro: 27/11/2015 Ementa: CONTRATO BANCÁRIO – Conta corrente – Pessoa jurídica - Incidência do CDC – Admissibilidade – Se a correntista, pessoa jurídica, é destinatária final do serviço de conta corrente prestado pelo Banco-réu, ela é consumidora de acordo com o art. 2º, "caput", da Lei nº 8.078/90 – Encerramento unilateral da conta corrente da Autora pela entidade financeira – Descabimento – Conduta arbitrária e abusiva – Inteligência do art. 12 da Resolução CMN nº 2.025/93, com redação alterada pela Resolução nº 2.747, de 28/6/2000 – Precedentes do Colendo STJ e deste Egrégio Tribunal - Ato ilícito e falha na prestação do serviço bancário – Responsabilidade objetiva do Banco-réu configurada, a par da sua responsabilidade também resultar do risco integral de sua atividade econômica – Mesmo que não incidisse o CDC, a responsabilidade do Banco-réu ainda assim seria objetiva (cf. art. 927, parágrafo único, do Código Civil), fundada na teoria do risco, respondendo pelo ato ilícito cometido - Sentença confirmada pelos seus próprios fundamentos, inteiramente adotados como razão de decidir, nos termos do art. 252 do Regimento Interno deste Egrégio Tribunal de Justiça - Recurso desprovido.
2.2. Da conduta anticoncorrencial - retaliação ao modelo de negócio da autora
i) Contas Correntes como insumo
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A autora é empresa de internet que opera seus negócios através de plataforma hospedada na URL
https://foxbit.exchange. Trata-se de um marketplace no qual usuários clientes da Autora podem
comprar e/ou vender bitcoins entre si com segurança, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Para tanto, seus clientes usuários aceitam os Termos e Condições de Uso do Site (em
https://foxbit.exchange/#signup – doc. 02), um contrato eletrônico que estabelece a relação
jurídica entre estes e a Autora, e efetivam o cadastro por meio do fornecimento de documentação
que permita sua devida identificação (a qual inclui, mas não se limita a, o envio de documento com
foto, dados de RG e CPF e comprovante de residência).
Mas, o que são esses bitcoins?
Na plataforma da Foxbit não são comercializados eletrônicos, livros ou quaisquer produtos físicos,
excelência. O produto que os usuários transacionam é o chamado bitcoin.
Vale esclarecer que Bitcoin, em sentido amplo, é uma tecnologia por meio da qual é possível
realizar uma sorte de operações, dentre as quais se destaca o pagamento eletrônico eficiente,
rápido e barato, de maneira quase instantânea. Dessa forma, um usuário que possua bitcoins (que
podem ser adquiridos na plataforma da Foxbit, por exemplo) consegue realizar uma compra de
um vendedor que esteja em qualquer lugar do mundo (e que aceite bitcoins como forma de
pagamento) de maneira praticamente instantânea e com baixíssimas taxas de transação às partes,
24 horas por dia, 7 dias por semana.
Todas as transações com bitcoins são públicas e registradas em sua Blockchain (acessíveis em
www.blockchain.info), o que torna fraudes e condutas ilícitas improváveis, haja vista a
possibilidade de verificação de cada uma das transações.
Insta pormenorizar como se dá essa operação de compra e venda de bitcoins a fim de bem ilustrar
ao Juízo o objeto social da Autora e, portanto, o tamanho do dano causado pela atitude truculenta
da Réu, bem como o que está por trás dessa mesma atitude.
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Pois bem. Uma vez realizado o cadastro, o usuário pode comprar e vender bitcoins de/para outros
usuários, de acordo com a cotação acordada pelos usuários por meio do site da empresa.
No caso de compra de bitcoins, o usuário deve: (i) depositar o valor correspondente por meio de
uma conta bancária de sua titularidade na conta corrente da FoxBit, qual seja, aquela que a
empresa mantém junto ao Réu Banco Bradesco; (ii) solicitar a compra de bitcoins e (iii) aguardar a
transferência dos bitcoins para sua carteira virtual.
No caso de venda de bitcoins, o processo é similar, devendo o usuário: (i) solicitar a venda de
Bitcoins na plataforma da FoxBit, depositando-os na carteira virtual da empresa, (ii) informar a
conta bancária de sua titularidade para depósito do valor em reais correspondente à venda e (iii)
aguardar a transferência dos reais para sua conta bancária.
Assim, dado que os usuários operam compras e vendas ininterruptamente, todas as horas do dia,
todos os dias da semana, é absolutamente necessário que a FoxBit mantenha contas nos maiores
bancos do Brasil para viabilizar as operações, não ficando adstrito, assim, aos períodos de abertura
bancária.
Daí a conclusão de que as contas bancárias que a Autora mantém junto aos Bancos são insumos
de sua operação, sendo de fundamental importância a manutenção de conta dela junto ao 2o
maior banco privado do país – o Réu Banco Bradesco (conforme relatório divulgado pelo BACEN
em dez/2016, disponível em https://www3.bcb.gov.br/informes/relatorios?lingua=pt – doc. 03).
Como se não bastasse, o negócio da Autora envolve toda uma inteligência para coibir fraudes e
desvios de seus serviços a fim de que eles não se prestem a atividades ilícitas ou de qualquer forma
atentatórias à moral e aos bons costumes. Os requisitos de identificação, bem como de depósitos
e recebimentos por meio de conta bancária própria, são de fundamental importância para que ela
possa garantir a seriedade e a lisura dos negócios, sendo tais artifícios utilizados no sentido de
inibir qualquer tentativa de fraude ou prática ilícita, sendo certo que eventuais transações
suspeitas são comunicadas pela empresa a quem de direito para que as medidas pertinentes sejam
tomadas.
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ii) Vantagem Competitiva – 2o Maior Banco Privado do Brasil
Contudo, percebe-se que, aos olhos de bancos, a atividade da FoxBit, em que pese legítima, e
100% legal, é de certa forma concorrente de alguns produtos que ela quer manter em seu
monopólio.
Só isso explica a guilhotina que está tentando aplicar sobre ela, às pessoas que com ela têm alguma
relação e a demais empresas que operam nesse mercado, concorrentes ou não da Autora (veja-se
a este respeito, o aviso de encerramento da conta corrente de sua concorrente, CoinBR, feito pelo
réu – doc. 04).
Importante salientar que, dado o valor para realização de transferências entre bancos (DOC/TED
custam cerca de R$ 8,95 por operação), bem como o fato de que tais transferências só podem
ocorrer em períodos determinados, tendo um tempo de processamento que não atende aos
compradores e vendedores de Bitcoin (TED: até as 17hs em dias úteis, DOC: período de
compensação de 1 dia útil), a FoxBit tomou a decisão estratégica de operar com os maiores bancos
comerciais do Brasil, incluindo o Banco Bradesco, ora Réu.
Dessa forma, a Autora conseguiu vantagem competitiva pois possibilita a seus usuários que
também têm conta no Banco Bradesco o envio e recebimento de valores relativos a compra e
venda de bitcoins 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem quaisquer taxas bancárias.
Portanto, resta claro que, dentro de sua estratégia, a conta corrente mantida pela empresa junto
ao Réu é insumo indispensável à sua atividade, sendo certo que o encerramento dessas contas
seria condenar a empresa em início de operações a um custo operacional inviável que poderiam,
por fim, ocasionar o encerramento de suas atividades.
Para além do prejuízo direto que se busca infligir à Autora esconde-se a tentativa de sufocar todo
um veio negocial inovador e inteligente.
iii) Da Conduta Anticoncorrencial do Réu
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Como se os argumentos acima não bastassem, verifica-se na conduta da Réu nítida tentativa de
utilizar sua posição dominante em um mercado que já atua e que é de dificílima entrada (Banco
Comercial) para (i) inibir a entrada de novos participantes em outros mercados em que também
atua (como o mercado de pagamentos, por exemplo) e (ii) eliminar potencial concorrência em
mercado que ela pretende atuar (tecnologia blockchain para o sistema financeiro).
Explicamos.
O potencial do protocolo Bitcoin e de sua blockchain vem há muito sendo discutido, no Brasil e no
exterior, como algo que necessariamente fará com que os sistemas financeiros passem por
profundas transformações, tendo sido inclusive tema do Fórum Econômico Mundial. (em
http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2016/09/bancos-estao-de-olho-no-
blockchain-por-que.html - doc. 05)
Nesse sentido, o Banco Réu, juntamente com outros que compõem a Federação Brasileira de
Bancos (“Febraban”), criaram um grupo de trabalho testando usos da Blockchain a seus produtos
e serviços, conforme recentemente divulgado (em
http://www.valor.com.br/empresas/4951308/itau-bradesco-e-b3-testam-tecnologia-blockchain
– doc. 06).
Contudo, a iniciativa não “é para qualquer um”: os bancos que compõem a Febraban, como é o
caso da Réu, querem selecionar os participantes do que esperam seja a “versão em blockchain”
do oligopólio hoje existente. Tanto é verdade que a Autora, ao tentar patrocinar o evento de
Blockchain organizado pela Febraban, obteve a seguinte resposta (cf. doc. 07):
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Ocorre que, para que a Autora possa explorar suas atividades de maneira competitiva, depende
da quase infra-estrutura mantida pela Réu no que tange ao acesso ao mercado financeiro – o que,
assim como o patrocínio ao evento, está sendo recusado, de forma imotivada e arbitrária.
Esse argumento remete à doutrina norte americana das “essential facilities” que, a grosso modo,
consiste na relativização do exercício do direito de propriedade em prol da competição (em JONES,
A. et. al., in “EC Competition Law – text, cases and materials”, 3rd edition, Oxford University Press,
p. 537).
Os traços fundamentais para a caracterização de uma infra-estrutura como sendo essencial
(“essential facility”) são:
(i) situação de dependência com relação ao acesso de determinados serviços em que
determinado particular tem posição dominante; e
(ii) impossibilidade de suprir essa dependência através da aquisição de bens próprios.
Pois bem. Este é o caso, já que o Réu é o 2o maior banco comercial do país e, ainda que a Autora
fosse proprietária de um banco comercial, não conseguiria manter operações financeiras com os
clientes da Réu em qualquer horário ou dia da semana.
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Nesse sentido, pela doutrina em questão, o abuso de poder econômico decorrente de uma
“essential facility” verifica-se pelo seguinte:
(i) controle de bem ou serviço essencial por empresa em posição dominante;
(ii) inviabilidade econômica de duplicação do bem;
(iii) negativa de acesso ou imposição de dificuldades em sua utilização; e
(iv) viabilidade técnica para suportar novos usuários, já que o acesso não pode
comprometer o serviço oferecido.
Ora, é exatamente este o caso em tela!
A Autora não deu qualquer ensejo à rescisão unilateral que ora se suscita, tratando-se de iniciativa
da Autora pura e simples no sentido de utilizar sua posição dominante no mercado de bancos
comerciais para eliminar potencial competidor em um mercado que ela pretende também exercer
posição dominante – o de bitcoin / blockchain.
Em que pese se tratar de uma doutrina norte americana, o ordenamento pátrio contempla a
hipótese de relativização do direito de propriedade, em especial quando em conflito com o
interesse coletivo, tais como a função social:
“Art. 5o
(...)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social” (G.N.)
Ora, e como não considerar como interesse coletivo aqueles que fundamentam a República
Federativa do Brasil, conforme preconizado no 1o artigo da Magna Carta:
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos:
(...)
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IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” (G.N.)
No caso em tela, é nítido que a conduta do Réu, ao encerrar unilateralmente a conta corrente da
Autora, utiliza de sua posição dominante em mercado que é uma quase infra-estrutura à última
(ou seja, utiliza de sua “propriedade”, em sentido lato) com o intuito claro de restringir a atuação
da FoxBit, comprometendo, assim, sua livre iniciativa.
E que não se cogite o argumento da legalidade do ato da Réu em função de eventual obediência
ao quanto regulamentado pelo Banco Central do Brasil, haja vista que em hipótese alguma tais
normativos têm o cordão de revogar ou conflitar com as disposições constitucionais pátrias, haja
vista a hierarquia de normas de nosso ordenamento.
Assim, a conduta do Réu não deve prosperar, haja vista ser inconstitucional, ilegal, imotivada e
abusiva conforme ora demonstrado.
3 - DA TUTELA ANTECIPADA
A autora está na iminência de ter a sua PRINCIPAL conta bancária operacional encerrada NO
PRÓXIMO DIA 09 DE MAIO, paralisando TODAS as suas atividades empresarias!!
Como já dito, a autora recebeu dia 24 de abril comunicado do réu, informando que a sua conta
corrente seria encerrada em 15 dias, isto é, DIA 09 DE MAIO, PRÓXIMA TERÇA-FEIRA!!! Isto
mesmo, com apenas 15 dias de antecedência, sem nenhuma explicação ou justificativa!!!
Não houve nenhuma comunicação prévia do banco de que haveria irregularidades no uso da conta
corrente em questão ou que haveria débitos não pagos, a justificar o seu encerramento.
A conta corrente em comento é a PRINCIPAL conta utilizada pela autora na compra e venda de
bitcoins pelo seu site.
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O encerramento desta conta causará prejuízos de grande monta para a Autora com a paralisação
das suas atividades, a perda de clientes e a consequente queda de faturamento, causando-lhe
perdas econômicas expressivas, as quais serão apuradas oportunamente.
2198241-61.2015.8.26.0000 Agravo de Instrumento / Contratos Bancários Relator(a): Nelson Jorge Júnior Comarca: São Paulo Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 16/12/2015 Data de registro: 17/12/2015 Ementa: ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – Ação declaratória c.c indenizatória – Cancelamento de Conta Corrente Unilateral – Hipóteses previstas na Resolução nº 2.025/93 do BACEN – Não ocorrência - Pedido de antecipação de tutela, para obrigar o banco manter ativa a conta corrente – Prova inequívoca da verossimilhança do alegado – Existência – Inteligência do art. 273 do Código de Processo Civil – Deferimento: – Mantém-se o deferimento do pedido de tutela antecipada formulada pela parte, uma vez que há prova inequívoca da verossimilhança da alegação do agravado, a fim de obrigar o banco a manter ativa sua conta corrente, pois a casa bancária deixou de demonstrar a ocorrência dos requisitos autorizadores do encerramento da conta unilateral, previstos na Resolução nº 2.025/93 do BACEN, o que se mostrava necessário, pela redação do art. 273 do Código de Processo Civil. RECURSO NÃO PROVIDO.
Diante do exposto, e com fundamento no artigo 300 e seguintes do Código de Processo Civil – Lei
13105/15, requer-se a concessão de tutela antecipada para o fim de determinar que o réu se
abstenha (obrigação de não fazer) de efetivar o encerramento da conta corrente da autora nº
914-8, da agência 0008 – Pompéia do réu, PREVISTO PARA O DIA 09 DE MAIO, mantendo-as ativas
até final julgamento desta demanda, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, sem limite de tempo
para a sua aplicação, computando-a até o efetivo cumprimento da ordem judicial.
Caso o cancelamento já tenha se efetivado, que seja determinado que o réu promova a sua
reativação no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, sem limite de tempo para
a sua aplicação, computando-a até o efetivo cumprimento da ordem judicial.
5 - DO PEDIDO
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Diante do exposto, requer-se:
a) A concessão - imediata e inaudita altera pars - de tutela antecipada para que o réu se
abstenha (obrigação de não fazer) IMEDIATAMENTE de efetivar o encerramento da
conta corrente nº 914-8, da agência 0008 – Pompéia/SP do réu, PREVISTO PARA O DIA
09 DE MAIO, mantendo-as ativas até final julgamento desta demanda, sob pena de
multa diária de R$ 5 mil, sem limite de tempo para a sua aplicação, computando-a até
o efetivamente cumprimento da ordem judicial;
b) Ad argumentantum, caso o cancelamento já tenha se efetivado, que seja determinado
que o réu promova a sua reativação no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de
R$ 5 mil, sem limite de tempo para a sua aplicação, computando-a até o efetivo
cumprimento da ordem judicial;
c) A procedência da ação, confirmando a tutela antecipada anteriormente deferida,
condenando-se o réu a se abster (obrigação de não fazer) de realizar o encerramento
da conta corrente nº 914-8, da agência 0008 – Pompéia/SP do réu, mantendo-as ativas,
enquanto a autora estiver cumprindo as suas obrigações de correntista; ou, caso o
encerramento tenha se efetivado, o que se admite por amor à argumentação, que seja
determinado a sua reativação em 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, sem
limite de tempo para a sua aplicação, computando-a até o efetivo cumprimento da
ordem judicial;
d) A citação do réu por via postal, para que apresente resposta, querendo, aos termos
desta, sob pena de revelia e confissão da matéria fática, nos termos do disposto no
CPC/15 246, intimando-o, ainda, a comparecer na audiência de conciliação a ser
designada;
e) A condenação do réu ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários
advocatícios, nos termos do disposto no CPC/15 85;
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f) A inversão do ônus da prova, nos termos do disposto no CDC 6º, VIII;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, o
documental e o testemunhal.
A autora informa que tem interesse na designação de audiência de conciliação, visando a
composição amigável da demanda.
Dá à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para fins de alçada.
Termos em que,
Pede Deferimento.
São Paulo, 08 de maio de 2017.
MARGARETH BIERWAGEN HELENA SUAREZ MARGARIDO
OAB/SP 138.980 OAB/SP 259.710
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO REGIONAL II - SANTO AMARO10ª VARA CIVELAv. Nações Unidas, 22.939, Torre Brigadeiro - 7º Andar, Vila Almeida -CEP 04795-100, Fone: (11) 5541-8184, São Paulo-SP - E-mail:[email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min
DECISÃO
Processo Digital nº: 1022828-74.2017.8.26.0002Classe – Assunto: Procedimento Comum - Práticas AbusivasRequerente: Foxbit Serviços Digitais S.a. - CNPJ nº 21.246.584/0001-50Requerido: Banco Bradesco S/A - CNPJ nº 60.746.948/0001-12
Juiz(a) de Direito: Dr(a). Carlos Eduardo Prataviera
Vistos.
Fls. 77/98: Recebo como aditamento à inicial.
Já regularizado o peticionamento, torne-se sem efeito a petição de fls. 1/21,
porque totalmente ilegível.
Em juízo de cognição sumária, verifica-se a presença dos requisitos
autorizadores da concessão da liminar, porque o encerramento unilateral e a princípio
imotivado da conta bancária, com prazo exíguo para transferência das operações,
reveste-se de flagrante arbitrariedade e abusividade, à luz das disposições do art. 39,
inciso IX, e art. 51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor.
O perigo de dano advém do prejuízo às atividades e operações mantidos
pela empresa em caso de abrupto encerramento da conta.
Presentes os requisitos legais, CONCEDO a tutela antecipada de
urgência para determinar que o réu se abstenha de encerrar a conta corrente de
titularidade da autora - agência nº 0008-Pompéia-SP, conta corrente nº 914-8,
mantendo ativos todos os serviços a ela atrelados, sob pena de responder por multa
diária de R$ 2.000,00.
Servirá o presente despacho, por cópia digitada, como OFÍCIO, cabendo ao
autor a impressão e encaminhamento, comprovando a entrega nos autos, no prazo de cinco
dias.
Tendo em vista a nova sistemática processual trazida pela Lei
13.105/2015 e considerando o quanto vai colocado no art. 139, notadamente em seu
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inciso II, que reitera o princípio constitucional da duração razoável do processo,
aliado à inovação trazida pelo inciso VI, que permite maior flexibilidade do
procedimento por parte do magistrado, adequando-o às necessidades do conflito,
conferindo maior efetividade à tutela do direito (Enunciado 35 do ENFAM);
considerando, objetivamente, a enorme distribuição diária deste Foro Regional de
Santo Amaro e a incipiente estrutura do CEJUSC e sua ainda insuficiente estrutura e
capacitação humana, recomendável, em nome da entrega da prestação jurisdicional em
prazo razoável, que se postergue a audiência a que se refere o art. 334, “caput” do
CPC para depois de manifestação expressa do réu quanto ao seu efetivo interesse na
sua realização, o que deverá ser por ele manifestado no próprio corpo da contestação,
ficando advertido o réu de que a omissão quanto a este ponto específico será
interpretada como desinteresse seu na realização do ato, bem como de que o prazo
para resposta fluirá na forma do art. 231 e incisos do CPC.
Cite-se, por carta, para resposta em quinze dias, sob pena de confissão
e revelia (artigo 344 do Código de Processo Civil: "se o réu não contestar a ação,
será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas
pelo autor").
Intimem-se.
São Paulo, 08 de maio de 2017.
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA
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