excelentíssimo senhor doutor juiz de direito da 4ª vara ... · 7. ademais, diante da atual...

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ATIBAIA – SP FABIA FRANCISCA DA SILVA, brasileira, solteira, faxineira em empresa de metalurgia, portadora do RG n.º 36.881.671-31 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o n.º 340.899.558-31, residente e domiciliada à Estrada Nossa Senhora das Brotas, n. 1.845, apto 23, Brotas, Atibaia/SP, vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelência, por suas advogadas infra-assinadas (procuração ad judicia em anexo), propor a presente, AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE – aposentadoria por invalidez - c.c pedido subsidiário de auxilio-doença e recebimento de atrasados

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1

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______

VARA CÍVEL DA COMARCA DE ATIBAIA – SP

FABIA FRANCISCA DA SILVA, brasileira,

solteira, faxineira em empresa de metalurgia, portadora do RG n.º

36.881.671-31 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o n.º 340.899.558-31,

residente e domiciliada à Estrada Nossa Senhora das Brotas, n. 1.845,

apto 23, Brotas, Atibaia/SP, vem, muito respeitosamente, perante Vossa

Excelência, por suas advogadas infra-assinadas (procuração ad judicia em

anexo), propor a presente,

AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO

PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE – aposentadoria

por invalidez - c.c pedido subsidiário de auxilio-doença

e recebimento de atrasados

2

com base no artigo 201, Inciso I, da Constituição Federal, e artigos 59 e

seguintes da Lei 8.213/91, em face de INSS – INSTITUTO NACIONAL

DO SEGURO SOCIAL, na pessoa de seu representante legal, pelos

motivos de fato e de direito a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE:

DA JUSTIÇA GRATUITA:

A requerente pleiteia que lhe seja concedido o

benefício da Justiça Gratuita, esculpidos no artigo 5º, Inciso LXXIV, da

Constituição Federal e regulamentados pela Lei 1060/50, bem como pelo

Código de Processo Civil, por ser pessoa economicamente hipossuficiente,

na acepção jurídica do termo, e não possuir meios financeiros de arcar

com as custas e despesas processuais, sem prejuízo de seu próprio

sustento e de sua família.

DOS FATOS:

1. A requerente contribuiu para o órgão requerido

há muitos anos, conforme demonstram os documentos em anexos, como

segurada obrigatória empregada, nos termos do artigo 11, Inciso I, da Lei

8.213/91.

2. Em razão da presença de diversas patologias

que lhe retiraram a capacidade laborativa, em 18/11/2011, a autora,

através de um processo judicial, foi aposentada por invalidez (NB

158.441.976-5), conforme comprova o cnis em anexo.

3

2.1 Entretanto, em razão da medida do “pente

fino”, a autora foi chamada para realizar perícia médica administrativa em

27/04/2018, data em que a autarquia previdenciária entendeu pela

recuperação de sua capacidade laborativa, cessando seu benefício, mesmo

permanecendo totalmente incapaz para o trabalho.

Frise-se que, em razão de se encontrar há mais de

5 anos em aposentadoria por invalidez, a autora foi colocada na chamada

“mensalidade de recuperação”, segundo prescreve o artigo 47, II, da lei

8.213/91.

3. A manutenção de sua incapacidade laborativa

vem demonstrada pelos relatórios médicos em anexos, datados de

19/04/2018, e de 06/04/2018, os quais relacionam as seguintes

patologias:

- CID 10 I 49.9 – arritmia cardíaca não especificada;

- CID 10 G 64.9 – outros transtornos do sistema nervoso periférico.

O laudo médico, emitido pela Dra. Sonia Ap.

Borba, especialista em medicina da família e inscrita no CRM n. 39021, e

datado de 06/04/2018, o qual especifica que a mesma faz:

“(...) uso crônico de anticoagulante oral o que traz limitações

IMPORTANTES na vida da paciente.”

5. A autora realiza tratamento médico constante,

por conta de suas patologias incapacitantes, conforme demonstrado nos

4

documentos em anexo, estando, assim, totalmente incapacitada para o

trabalho habitual de faxineira em empresa de metalurgia.

6. Assim, estando sem benefício e não tendo

qualquer capacidade laborativa, imperioso se faz o restabelecimento do

beneficio à autora, uma vez que sua incapacidade para o trabalho

continua sendo total e permanente, vez que data desde 2011, ante o

histórico que se apresenta nos autos.

DO DIREITO:

DA COBERTURA PREVIDENCIÁRIA

CONSTITUCIONAL:

7. Segundo o artigo 201, I, de nossa Magna

Carta, a Previdência Social atenderá a cobertura dos eventos de doença e

invalidez, dentre outros, possuindo caráter contributivo-retributivo.

8. Assim, tendo contribuído para o sistema

legal, o autor, se incapaz, faz jus à contraprestação em forma de

benefício, não podendo este ser negado, sob pena de violação à Lei Maior.

DA INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL:

3. Quanto às patologias incapacitantes que

acometem a requerente, estas restam estreme de duvidas, diante dos

diversos documentos médicos – relatórios - acostados à inicial.

5

3.1 Ademais, há de se esclarecer que a OMS –

Organização Mundial de Saúde - define saúde como sendo “O estado de

completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a

ausência de doença ou enfermidade” , sendo SAÚDE um conceito

conglobal.

4. Diante deste conceito e do quadro patológico

somatório da autora, bem como diante da sua profissão de faxineira em

empresa de metalurgia, o qual exige grande e constante esforço físico,

conclui-se que a mesma está totalmente incapacitada para o exercício de

suas funções laborativas habituais.

5. Neste espeque, deve a aposentadoria por

invalidez ser prontamente restabelecida diante das circunstâncias

provadas nos autos, pois seria, no mínimo, injusto negar o

restabelecimento do benefício pleiteado, uma vez que a segurada não tem

condições de trabalhar em sua função habitual, nem, tão pouco, em outra,

em razão das limitações físicas que possui e outros elementos

socioculturais do caso em tela, tal como idade avançada e baixo grau de

instrução. O sentido contrário ofende diretamente o princípio

constitucional e processual da dignidade da pessoa humana.

6. A autora, pessoa simples, e que sempre

trabalhou em “chão de fábrica”, como faxineira, e não possui maiores

qualificações que lhe proporcionem a oportunidade de exercer outra

função laboral, ainda que de menor complexidade, não tendo, portanto,

qualquer perspectiva de retorno ao trabalho, seja para sua função habitual

ou para outra.

6

7. Ademais, diante da atual conjuntura

socioeconômica do país, em que falta emprego às pessoas que se

encontram até mesmo livre de limitações, não se pode crer que a autora

encontrará recolocação com as graves restrições apontadas nos

diagnósticos acostado aos autos.

8. Assim, jamais poderia o médico perito do

INSS atestar pela recuperação da capacidade laborativa da requerente,

diante do quadro clínico que se apresenta.

9. Ante a cessação da aposentadoria por

invalidez da requerente e não tendo a mesma qualquer capacidade

laborativa, estando desprovida de renda para suas despesas e de sua

família, inclusive, alimentares, é imperioso o ingresso da presente medida

judicial, principalmente face o princípio da dignidade da pessoa humana

que foi ferido pelo ato administrativo previdenciário, para o imediato

restabelecimento do beneficio.

10. Assim sendo, em sede de tutela de urgência,

deve a aposentadoria por invalidez ser prontamente restabelecida, diante

das circunstâncias provadas nos autos, sendo desumano imaginar que um

trabalhador, nestas condições patológicas incapacitantes, volte a exercer

suas atividades laborativas.

11. Ademais, para a concessão de aposentadora

por invalidez deverá também ser observada as demais circunstâncias do

caso concreto, tal como sua idade avançada – 44 anos - , seu baixo grau

de escolaridade e a função de faxineira em indústria metalurgica, uma vez

que, tais circunstâncias, aliadas à suas patologias, ocasionam sua

7

invalidez social, pois o reingresso no mercado de trabalho torna-se

inviável.

Assim, atestar pela sua capacidade laborativa para

outras funções, diversas daquela que habitualmente exercia, é atestar

pela sua miserabilidade.

Neste Sentido:

“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR

INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL CONCLUSIVO PELA

INCAPACIDADE PARCIAL DO SEGURADO. NÃO VINCULAÇÃO.

CIRCUNSTÂNCIA SÓCIO-ECONÔMICA, PROFISSIONAL E

CULTURAL FAVORÁVEL À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. 1. Os

pleitos previdenciários possuem relevante valor social de proteção ao

Trabalhador Rural Segurado da Previdência Social, devendo ser,

portanto, julgados sob tal orientação exegética. 2. Para a

concessão de aposentadoria por invalidez devem ser

considerados outros aspectos relevantes, além dos

elencados no art. 42 da Lei 8.213/91, tais como, a

condição sócio-econômica, profissional e cultural do

segurado. 3. Embora tenha o laudo pericial concluído pela

incapacidade parcial do segurado, o Magistrado não fica vinculado à

prova pericial, podendo decidir contrário a ela quando houver nos autos

outros elementos que assim o convençam, como no presente caso. 4.

Em face das limitações impostas pela avançada idade (72 anos), bem

como por ser o segurado semi-analfabeto e rurícula, seria utopia

defender sua inserção no concorrido mercado de trabalho, para iniciar

uma nova atividade profissional, pelo que faz jus à concessão de

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aposentadoria por invalidez. 5. Recurso Especial não conhecido (STJ -

REsp: 965597 PE 2007/0151676-9, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES

MAIA FILHO, Data de Julgamento: 23/08/2007(fiquei em duvida pela

data), T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 17.09.2007 p.

355).” (grifos nossos).

12. Por fim, observa-se, nobre julgador, data

maxima venia, que a incapacidade laborativa total para as atividades

habituais da autora, bem como para qualquer outra que lhe garanta o

sustento, será ratificada pela perícia judicial, para fins de concessão do

pedido principal ou subsidiário.

DO VALOR DO BENEFÍCIO:

13. Já quanto ao valor do auxílio-doença, deverá

este corresponder a 100% (cem por cento) do salário de benefício da

autora, sendo este a média aritmética dos maiores salários de

contribuição, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o

período contributivo (artigo29, inciso II, LB), mas não inferior ao salário

mínimo nacionalmente previsto.

DA DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO:

14. A data de restabelecimento do benefício

(DIB) deverá corresponder à data de cessação do NB 158.441.976-5,

ocorrida em 27/04/2018, vez que a autora permanece incapaz, de

forma total e permanente, desde referida data.

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DO PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA:

15. Em razão das provas documentais acostadas à

presente, principalmente os laudos médicos, os quais atestam de

forma inconteste a existência de incapacidade laborativa total da

requerente e, portanto, a cessação ilegal do benefício, comprovando,

assim, o preenchimento dos requisitos do artigo 300, CPC, quais sejam:

probabilidade do direito (incapacidade total ante a documentação médica

apresentada), e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo,

consubstanciado no caráter alimentar do benefício e na necessidade de

seu recebimento para o sobrevivência da autora, a qual estará fadada à

própria sorte caso não lhe seja concedido de imediato, em razão de não

estar trabalhando, afrontando cristalinamente o princípio constitucional da

dignidade da pessoa humana, requer seja concedida tutela de urgência

antecipatória de mérito, para o IMEDIATO RESTABELECIMENTO DA

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, independentemente de citação do

instituto requerido, na forma e valor prescritos na lei 8.213/91.

Este é o entendimento jurisprudencial:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-

DOENÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS. Demonstrada a

verossimilhança das alegações e o fundado receio de dano irreparável

ou de difícil reparação, deve ser concedida a antecipação de tutela

pleiteada. O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação

está caracterizado pela impossibilidade de a segurada exercer suas

atividades habituais e, consequentemente, prover o próprio sustento.

(TRF4, AG 0006315-70.2015.404.0000, Quinta Turma, Relator Paulo

Afonso Brum Vaz, D. E. 31/03/2016).”

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DO PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE

RESTABELECIMENTO DE AUXILIO-DOENÇA:

16. Caso a perícia judicial ateste que a

incapacidade laborativa da autora é total, mas temporária, que seja

concedido à mesma o benefício de auxílio-doença, devido a cessação da

aposentadoria por invalidez (NB 158.441.976-5), ocorrido em

27/04/2018.

DA QUALIDADE DE SEGURADO E DA

CARÊNCIA:

17. Embora o requerido tenha reconhecido a

qualidade de segurado da autora, quando do seu pedido administrativo,

conforme comprovado nos autos, cumpre informar que, nos termos do

artigo 15, II, da lei 8.213/91, a autora encontra-se em período de graça

por 12 meses após a cessação do benefício.

18. Já quanto a carência, esta igualmente

encontra-se preenchida, consoante demonstra a CTPS anexa, possuindo

contratos de trabalho muito superiores à 12 meses.

DA FORMA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIOI:

AÇÃO REVISIONAL INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI

13.457/17:

19. Por se tratar de pedido de restabelecimento

de benefício de caráter precário, o qual demanda a manutenção da

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incapacidade laborativa como seu fato gerador, possuindo o requerido o

poder-dever de fiscalização desta manutenção, mas, também em razão

da segurança jurídica que um provimento judicial deve ocasionar, em

respeito à nossa Magna Carta, requer, seja fixado em sentença, que

a cessação do benefício, se cabível, a qualquer tempo, deverá ser

realizada na forma do artigo 505, I, do CPC c.c. artigo 71, da Lei

8.212/91, por possuir natureza de trato continuativo.

19.1 Neste diapasão observa-se que a Lei

13.457/17, em seu artigo 1º, tendo alterado a lei 8.213/91, em seu

artigo 43, §5º, quando determina a possibilidade de revisão

administrativa de benefícios por incapacidade concedidos

judicialmente é inconstitucional, eis que ofende os institutos

constitucionais da coisa julgada e da segurança jurídica, de forma

que deve ser declarada como tal, de forma incidenter tantum, afastando-

se tal possibilidade e determinando-se a revisão judicial, consoante acima

narrado.

Conforme entendimento do STJ:

“PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO

POR ALTA PROGRAMADA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O Superior

Tribunal de Justiça possui o entendimento de que não é possível o

cancelamento automático do benefício previdenciário através do

mecanismo da alta programada, sem que haja o prévio

procedimento administrativo, ainda que diante da desídia do

segurado em proceder à nova perícia perante o INSS. 2. Agravo

interno não provido. Vistos, relatados e discutidos os autos em que são

partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do

Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao

12

agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.

Ministros Benedito Gonçalves, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa

(Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente,

ocasionalmente, o Sr. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. (STJ - AgInt no

REsp 1546769 / MT 2015/0190632-1, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA

(1160), Data do Julgamento: 17/08/2017, Data da Publicação:

03/10/2017, T1 - PRIMEIRA TURMA)” (grifos nossos).

DO PEDIDO:

20. Diante do exposto requer:

a) Primeiramente, que seja concedido os benefícios

da Lei 1.060/50 à requerente, por ser pessoa economicamente

hipossuficiente, na acepção jurídica da palavra e por estar sem renda, não

podendo, desta forma, arcar com as custas e despesas processuais sem

se privar do necessário para a sua sobrevivência e de sua família,

conforme declarado em anexo, sob as penas da lei;

b) Que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA

ANTECIPATÓRIA DE MÉRITO, de forma inaudita altera parte, para o

imediato restabelecimento do benefício de aposentadoria por

invalidez em favor da autora, em razão do preenchimento dos

requisitos do artigo 300, do CPC, quais sejam: probabilidade do direito

(incapacidade total ante a documentação médica apresentada), e perigo

de dano ou risco ao resultado útil do processo, uma vez que a requerente

necessita de seu benefício, que possui natureza alimentar, para a sua

sobrevivência;

13

c) Que seja fixado o prazo, não superior a 30 dias,

para o restabelecimento do benefício, a partir da intimação, e que seu

descumprimento ou embaraço, acarretará ao requerido, multa de 20% do

valor da causa, conforme preceitua o artigo 77, Inciso IV e §2º, do Código

de Processo Civil;

d) Que seja o instituto requerido citado, conforme

artigo 247, III, do CPC (por mandato, em razão de ser pessoa jurídica de

direito público), para apresentar defesa, dentro do prazo legal, se assim

desejar, sob pena de confissão e revelia quanto à matéria de fato;

e) Para efetivação da citação, que seja concedido

ao Sr. Oficial de Justiça os benefícios dos artigos 212 e seguintes do

Código de Processo Cívil;

f) a dispensa da audiência de tentativa de

conciliação, nos termos do artigo 334, § 5º, do CPC;

g) que seja observado o disposto no artigo

489, § 1º, IV e VI, do CPC, acerca de todos os precedentes e

jurisprudência colacionados em inicial, sob pena de nulidade da r.

sentença;

h) Que, ao final, seja a presente ação julgada

inteiramente procedente, para:

- confirmar a tutela de urgência, restabelecer o benefício de aposentadoria

por invalidez à autora, a contar de sua cessação, por preenchimento dos

requisitos legais;

14

- que a DATA DO RESTABELECIMENTO do BENEFÍCIO (DIB), seja

fixada na data da cessação do NB 158.441.976-5, qual seja:

27/04/2018, diante da prova documental em anexo (incapacidade total

e permanente, atestada desde então), a ser ratificada pela prova pericial a

ser produzida;

- que as parcelas vencidas sejam quitadas de uma única vez, corrigidas

monetariamente e acrescidas de juros de mora, nos termos da legislação

civil vigente;

- em sentença, que seja concedida a TUTELA ESPECÍFICA DA

OBRIGAÇÃO, por se tratar de ação de obrigação de fazer, com espeque

no artigo 497 e 536, § 1º, do CPC, sob pena de fixação de astreinte;

- requer, ainda, em pedido subsidiário, na remota e improvável

hipótese de restar comprovada que a incapacidade da autora é

total e temporária, com fundamento na prova pericial a ser

produzida, que seja concedido o benefício de auxilio-doença à mesma,

este devido desde a concessão da aposentadoria por invalidez, ocorrida

em 27/04/2018, cujas parcelas vencidas deverão ser quitadas de uma

única vez, acrescidas de juros de mora e correção monetária,

descontando-se, no período, os valores de auxílio-doença recebido;

- em qualquer um dos casos de concessão, requer-se seja fixada também,

a forma de cessação do benefício, que deverá ser por ação revisional;

- e, ainda, que seja o instituto requerido condenado ao pagamento de

honorários sucumbenciais a serem arbitrados por Vossa Excelência no

15

percentual de 20% (vinte por cento), calculado sobre a condenação, nos

termos do CPC.

DAS PROVAS:

22. Protesta provar o alegado por todos os meios

de prova em direito admitidos, especialmente pelas seguintes provas, as

quais desde já requer:

a) documental (documentos acostados à presente

e outros que possam surgir ao longo da demanda, nos termos do artigo

435, do CPC);

b) pericial, caso Vossa Excelência entenda

necessária, em consonância com o disposto no artigo 472 do CPC,

diante dos documentos elucidativos já apresentados em inicial,

consistente em exame médico, a ser realizado por perito habilitado por

este juízo e com especialidade – e conhecimento técnico suficiente

(art.156, §5, do CPC) nas enfermidades do requerente –

CARDIOLOGISTA - a fim de atestar pela sua incapacidade laborativa. Os

quesitos apresentam-se ao final da presente demanda, protestando pela

apresentação de quesitos complementares, em inteligência ao super-

princípio do devido processo legal.

- Quanto a esta prova, caso Vossa Excelência

entenda necessária, requer seja determinada sua PRODUÇÃO

ANTECIPADA, ou seja, antes da determinação da citação do requerido,

de forma a não ocasionar o perecimento do direito da autora e facilitar

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a comprovação dos fatos, uma vez que se trata de pedido de benefício de

cunho alimentar, com aplicação analógica do artigo 381, I, do CPC;

c) prova oral, também para comprovação da

incapacidade do requerente, caso seja necessário, cujo rol de

testemunhas oportunamente apresentará.

DO VALOR DA CAUSA:

23. Dá-se a causa o valor de R$ 13.356,00 (treze

mil, trezentos e cinquenta e seis reais), nos termos do artigo 292, §1º e

2º, do Código de Processo Civil.

Termos em que,

Pede e Espera deferimento.

Bom Jesus dos Perdões, em 29 de maio de 2018.

GISELE BERALDO DE PAIVA

OAB/SP nº 229.788

QUESITOS – PROVA PERICIAL:

a) A pericianda possui quais patologias? Quais os sintomas destas

patologias?

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b) Podem as patologias ou os sintomas das mesmas serem considerados

incapacitantes para o trabalho habitual de faxineira em empresa

metalurgica? Em caso negativo, por quê, considerando-se que a Dra.

SONIA AP. BORBA atesta que a autora apresenta limitações importantes

na vida, em seu laudo, acostado aos autos?

c) Quais medicamentos a pericianda faz uso? Possuem efeitos

colaterais? Quais? Podem seus efeitos ser considerados incapacitantes

para o trabalho?

d) A pericianda encontra-se atualmente incapacitada para a atividade

laboral, considerando-se os demais elementos sócio-econômico-culturais

do caso em tela – tais como idade avançada e baixo grau de instrução – e

diante do conceito de saúde estabelecido pela OMS (Organização Mundial

da Saúde)? Por quê?

e) Em caso de resposta negativa ao quesito acima, o sr. perito poderia

esclarecer se os relatórios médicos anexados aos autos, encontram-se

incorretos, principalmente aquele fornecido pela Dra. SONIA AP. BORBA, o

qual indica expressamente a presença de incapacidade total, inclusive

afirmando que a autora apresenta “limitação importantes em razão do

uso contínuo de anticolagulante”. Em positivo, esclarecer em quais

pontos estão incorretos, em observância ao Código de Ética Médica?

f) Qual a data do início da incapacidade (dia/mês/ano)? Qual o

fundamento utilizado para esta conclusão?

g) Os documentos médicos em anexos comprovam a manutenção da

incapacidade laborativa da pericianda desde a data da cessação de sua

aposentadoria por invalidez, ocorrida em 27/04/2018? Em caso negativo,

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por quê? Houve alguma recuperação da capacidade laborativa neste

período? Qual o fundamento utilizado para tal conclusão?

h) A incapacidade é total ou parcial? Por quê? Em caso de ser parcial,

seria total para sua atividade habitual de faxineira em empresa de

metalurgia? Poderia ele desenvolver outras funções, principalmente

segundo o conceito de saúde da OMS e do Manual de Perícia Médica do

INSS? Seria uni, multi ou omniprofissional a incapacidade da pericianda,

segundo o manual de perícia médica do INSS? Por quê?

i) Se parcial, poderia ela desenvolver a atual atividade habitual de

faxineira em empresa metalúrgica, de forma satisfatória, considerando-se

os demais elementos sócio-econômicos-culturais do caso em tela, tais

como idade e grau de instrução? Por quê?

j) A incapacidade da pericianda é apenas para uma atividade ou para

várias? Em caso de várias, quais são elas? Em caso de uma, para qual?

Esta incapacidade, para uma ou para várias atividades, é de forma total

para as mesmas ou parcial?

k) A incapacidade é transitória ou permanente? Por quê?

l) Em caso de ser transitória, qual a data provável de cura? Por quê?

m) Em caso de ser permanente, pode ser atestada como tal, desde a

cessação da aposentadoria por invalidez, fato ocorrido em 27/04/2018?

Em caso negativo, por quê? Ainda em caso negativo, desde qual data

poderia ser considerada como tal? Favor fundamentar.

19

n) A autora precisa do acompanhamento de terceira pessoa para os

atos da vida?