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Grupo Temático 3: Análise de Políticas Públicas MELO, L. A.; CABRAL, R. M.; ANDRADE, J. C. 440 AS MUDANÇAS DECORRENTES DO RECEBIMENTO DA PREVIDÊNCIA RURAL PELOS BENEFICIÁRIOS: o caso da Comunidade do Vale do Catimbau - Buíque-PE Letícia Alves de Melo 1 Romilson Marques Cabral 1 Jucimar Cassimiro de Andrade 2 RESUMO O objetivo deste trabalho é identificar as principais mudanças decorrentes do recebimento da previdência rural pelos beneficiários residentes na comunidade do Vale do Catimbau - Buíque-PE. A pesquisa é do tipo exploratória. A técnica de grupo focal foi utilizada em dois grupos. Utilizou-se a análise de conteúdo. O método empregado permite identificar mudanças decorrentes do recebimento do benefício por uma análise comparativa entre os períodos anterior e posterior ao recebimento. Para dar subsídios iniciais à pesquisa fez-se uma revisão de literatura com destaque para as políticas de Previdência Rural. Como resultados foram identificadas algumas categorias, destacando-se que a aposentadoria é a principal fonte de renda para o grupo familiar primário composto geralmente por um casal de idosos e os parentes mais próximos ainda que não residentes em um mesmo local. Evidencia-se sobretudo que a previdência funciona como uma espécie de estabilizador emocional em função das precárias condições pré-existentes dos beneficiários. Palavras-chave: Políticas públicas. Previdência Rural. Beneficiários da previdência. Condições de vida. Mudanças de perspectiva. 1 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).

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Grupo Temático 3: Análise de Políticas Públicas MELO, L. A.; CABRAL, R. M.; ANDRADE, J. C.

440

AS MUDANÇAS DECORRENTES DO RECEBIMENTO DA

PREVIDÊNCIA RURAL PELOS BENEFICIÁRIOS:

o caso da Comunidade do Vale do Catimbau - Buíque-PE

Letícia Alves de Melo1 Romilson Marques Cabral1

Jucimar Cassimiro de Andrade2

RESUMO

O objetivo deste trabalho é identificar as principais mudanças decorrentes do recebimento da previdência rural pelos beneficiários residentes na comunidade do Vale do Catimbau - Buíque-PE. A pesquisa é do tipo exploratória. A técnica de grupo focal foi utilizada em dois grupos. Utilizou-se a análise de conteúdo. O método empregado permite identificar mudanças decorrentes do recebimento do benefício por uma análise comparativa entre os períodos anterior e posterior ao recebimento. Para dar subsídios iniciais à pesquisa fez-se uma revisão de literatura com destaque para as políticas de Previdência Rural. Como resultados foram identificadas algumas categorias, destacando-se que a aposentadoria é a principal fonte de renda para o grupo familiar primário composto geralmente por um casal de idosos e os parentes mais próximos ainda que não residentes em um mesmo local. Evidencia-se sobretudo que a previdência funciona como uma espécie de estabilizador emocional em função das precárias condições pré-existentes dos beneficiários. Palavras-chave: Políticas públicas. Previdência Rural. Beneficiários da previdência. Condições de vida. Mudanças de perspectiva.

1 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).

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1 INTRODUÇÃO

Considerada como umas das políticas públicas de estado mais relevantes por

seu caráter protetor, a Previdência Rural, tem evoluído significativamente em termos

de cobertura.

De acordo com aquela organização pode se perceber que a política

previdenciária rural no Brasil possui um caráter distributivo, em consonância com os

objetivos das políticas sociais, previstos na Constituição de 1988, as quais devem

ser organizadas segundo os princípios da seletividade e distributividade na

disponibilização de benefícios e serviços. (OIT, 2012, p. 29-30).

Considerando a definição de Política Pública, apresentada por Peters apud

Souza (2006, p. 4) “política pública é a soma das atividades dos governos, que

agem diretamente ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos”.

Por este prisma as políticas públicas previdenciárias buscam assegurar renda aos

indivíduos em situações de vulnerabilidade social, isto é quando existem fatores

limitantes na sua capacidade laborativa.

Diante do envelhecimento progressivo da população brasileira, confirmados a

partir de dados do IBGE, constitui-se um novo paradigma o qual deve se debruçar a

política pública do país nos próximos anos (IBGE apud OIT, 2012, p. 46). Tal fato

evidencia uma realidade que contrasta com o equilíbrio financeiro da política, pois

num futuro breve o número de idosos será bastante elevado, vias a vis aos que se

encontram no mercado de trabalho, trazendo à tona a necessidade de refletir melhor

sobre os rumos dessa política, de forma a garantir qualidade de vida para os futuros

idosos brasileiros.

Pesquisa realizada por Silva e Lopes (2009, p. 213), constata que “os

benefícios têm uma grande participação na composição da renda das famílias nos

estratos de renda mais baixos: em alguns casos, são as únicas fontes de renda das

famílias, principalmente daquelas mais pobres”. Os mesmos autores chegam a

ressaltar que ao analisar a pobreza no Nordeste, em especial na região do

semiárido, foi possível constatar que o benefício torna-se bastante relevante para a

sobrevivência das famílias diante das adversidades socioeconômicas. (SILVA;

LOPES, 2009, p. 213).

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A escritora Rachel de Queiroz apud França (2004, p. XIII), chegou a comparar

a uma inovação institucional, relacionando a previdência rural à Lei Áurea da

princesa Isabel, que se destinava a acabar com a escravidão no Brasil. A Escritora

famosa comentara que "O dinheiro das aposentadorias assegura a estabilidade

econômica a muitas vilas e pequenas cidades onde circula", e acrescentou: "(...) de

certa forma representa uma abolição para o trabalhador dos campos, desde o bóia-

fria aos que lidam com enxada e foice(...)".

Dada a relevância sobre a temática, o presente trabalho busca ofertar

algumas contribuições para a disseminação do conhecimento sobre a política de

previdência rural, especialmente no semiárido do Nordeste brasileiro.

Conforme dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) de

dezembro de 2015, os beneficiários da previdência em Buíque, foram 7.838

benefícios, sendo 6.449 para a população rural. Desses, aproximadamente 104

beneficiários residem na Comunidade do Vale do Catimbau, segundo dados do

Instituto Nacional de Seguro Social relativos a janeiro de 2016.

O objetivo principal de pesquisa foi identificar mudanças promovidas

pela Política de Previdência Rural nos beneficiários do Vale do Catimbau em

Buíque-PE. Os objetivos específicos são: (1) identificar as condições de

sobrevivência antes do recebimento do benefício; (2) identificar as mudanças

na vida dos beneficiários a partir do recebimento do benefício.

Esse trabalho, além desta introdução se divide entre as seguintes

partes: Revisão de literatura; metodologia; análise dos resultados; conclusões

e referências.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Políticas públicas

Políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder

público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade,

mediações entre atores da sociedade e do Estado.

Para Souza (2006, p. 5), política pública é: “o campo do conhecimento que

busca, ao mesmo tempo, „colocar o governo em ação‟ e/ou analisar essa ação

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(variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso

dessas ações (variável dependente)”. Sendo assim, é possível concluir que a política

pública, consiste numa ação do poder público a fim de resolver um problema na

sociedade ou mesmo evitá-lo. Para a mesma autora, as políticas consistem num

ciclo deliberativo, com os seguintes estágios: definição de agenda, identificação de

alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação e avaliação.

Quantos aos tipos de políticas existem vários, dentre eles é possível destacar

as políticas sociais, a qual se insere a política de previdência social.

2.1.1 Políticas de Previdência

A Previdência Social é uma política pública que tem por objetivo repor a renda

dos indivíduos nas situações em que eles ficam impossibilitados de trabalhar, seja

de forma eventual ou permanente (IPEA, 2010, p.45).

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 194 aduz que “a seguridade

social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes

públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à

previdência e à assistência social. ” Por aí, compreende-se que a previdência faz

parte da seguridade social. Tal constituição tornou-se um marco para o contexto de

seguridade social. A Seguridade Social engloba uma série de princípios norteadores

para as políticas de proteção social. Esses princípios foram descritos em seu

parágrafo único, e são: universalidade da cobertura e atendimento, uniformidade e

equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, seletividade

e distributividade na prestação dos benefícios e serviços, irredutibilidade no valor

dos benefícios, equidade na forma de participação no custeio, diversidade da base

de financiamento e caráter democrático e descentralizado da administração, com

participantes trabalhadores, empregadores, aposentados e de órgãos do governo.

Oliveira, Beltrão e Ferreira. (1997, p.4) esclarecem que a previdência social

consiste num seguro social, “constituído por um programa de pagamentos, em

dinheiro e/ou serviços feitos/prestados ao indivíduo ou a seus dependentes, como

compensação parcial/total da perda de capacidade laborativa, geralmente mediante

um vínculo contributivo”.

França (2004, P. IX) constatou:

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A importância, que o benefício previdenciário exerce nas pequenas comunidades cresce em significado diante da realidade social predominante, quando se verifica que esses benefícios representam, na verdade, o resgate de parcelas significativas da população do limite da miséria, proporcionando-lhes consumir. Estes são, muitas vezes, trabalhadores oriundos da atividade rural, que eram explorados por "salários" mensais muito aquém do salário mínimo, e que, ao obterem a aposentadoria, vêem do dia para a noite "premiados" com o direito de receber esse salário mínimo, que significa um "aumento salarial" e uma fonte de segurança do sustento e autonomia para essas pessoas.

A partir desta percepção infere-se que a previdência rural traz dignidade as

pessoas no sentido de alcançarem um renda, depois de muito trabalho superando

inúmeros desafios, passando então a obtenção de um determinado grau de

satisfação.

2.1.1.1 Previdência Rural

Com a universalidade da cobertura, foi ampliada para o trabalhador rural,

conforme dispõe a Constituição Federal de 1988, em seu art. 195:

O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

Com a ampliação da cobertura previdenciária criou-se a figura do segurado

especial. O segurado especial, conforme específica o art. 9, da Lei 8.212, atualizado

pela Lei nº 11.718, de 20 de junho de 2008, é definido como “Como segurado

especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou

rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda

que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua colaboração”.

Assim, com o dispositivo introduzido na Constituição Federal Brasileira de

1988, foi posteriormente regulamentado pela Lei nº 8.212, e em seu art. 3º criou-se

alguns princípios e diretrizes, norteadores para a previdência social entre eles, cabe

ressaltar a determinação de não permitir que o benefício previdenciário seja inferior

ao valor de um salário mínimo. O estabelecimento de um benefício mínimo e de

regras diferenciadas de acesso (não relacionadas exclusivamente à contribuição

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financeira) são as características básicas do princípio de universalidade. Vê-se,

então, que o princípio da universalidade, típico da Seguridade Social, na Previdência

só se aplica ao subsistema da Previdência Rural – e, ainda assim, àqueles que

produzem em regime de economia familiar.

A partir dessas conclusões, parece possível afirmar que a Previdência Social

é uma das políticas sociais mais eficazes do Governo Federal. Evitando que 18,1

milhões de pessoas fiquem abaixo da linha de pobreza (FRANÇA, 2004, p. XI). Fato

incontestável é que os domicílios que gozam de uma aposentadoria rural desfrutam

de uma qualidade de vida melhor do que àqueles que não têm o seguro rural,

principalmente no Nordeste do país (GALINDO; IRMÃO, 2003). Já Aquino e Souza

(2007, p. 5-6), afirmam que “a Previdência Rural, ao beneficiar um público, em geral

muito pobre, que sempre esteve fora das conquistas sociais do país, assume um

papel de grande importância para a promoção da distribuição de renda e equidade

social”.

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com abordagem

qualitativa. Para Barbour (2000, p. 13) uma das características comuns em relação à

forma como é feita a pesquisa qualitativa é que os pesquisadores buscam ter acesso

a experiências, interações e documentos em seu contexto natural, e de forma que

dê espaço as suas particularidades e aos materiais nos quais são estudados. O

caráter qualitativo desta pesquisa caracteriza-se por trabalhar como universo de

significações, motivos, aspirações, crenças, dos valores e atitudes. Esse conjunto de

fenômenos humanos faz parte da realidade social o que os tornam quase

impossíveis de serem transformados em dados quantitativos (MINAYO, 2009, p. 21).

Ainda na perspectiva de Minayo (2009, p. 24), o verbo que traduz a pesquisa

qualitativa é compreender, as relações, atitudes, crenças e hábitos e representações

a partir desse conjunto de fenômenos gerados socialmente.

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3.2 Delimitação do Estudo

O presente estudo foi realizado com trabalhadores rurais inativos,

beneficiários da previdência rural, entre eles os aposentados principalmente, além

de um pensionista da Comunidade Central do Vale do Catimbau. Essa comunidade

está localizada na cidade de Buíque-PE, sendo esse lugar o principal foco desta

pesquisa embora a região do Vale do Catimbau, se estenda entre os municípios de

Buíque, Tupanatinga, Inajá e Ibimirim, no Sertão do Moxotó, que são regiões

semiáridas. Criado pela Lei municipal nº 214, de 1957, o distrito de Catimbau,

anexado ao município de Buíque, mais conhecido como Vale do Catimbau, está

localizado a cerca de 285 Km do Recife, tendo aproximadamente 10 km de distância

da sede do município de Buíque. O Vale do Catimbau é considerada região turística

e pedagógica devido ao seu perfil geológico e geomorfológico. O cenário

paradisíaco de luxuosas paisagens contrasta com a miséria do local. Os índices de

Índices de Desenvolvimento Municipal (IDHM) e de renda são de 0,527 (baixo) e

0,497 (muito baixo) segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (2010).

Os indicadores sociais baixos são típicos de regiões do Semiárido nordestino, que é

caracterizado por variáveis climáticas que favorecem as frequentes secas tornando

o enfrentamento da pobreza um desafio constante. A cidade de Buíque é marcada

por projetos auto-sustentáveis no cultivo do caju, que está entre suas principais

produções agrícola.

3.3 Variáveis e Fonte de Dados

Foram analisadas as seguintes características demográficas e

socioeconômicas dos idosos: sexo, idade, número de filhos, residentes no domicílio ,

propriedade de imóvel de residência, escolaridade, o tempo de recebimento do

benefício, a destinação do benefício, situação antes e depois do recebimento da

aposentadoria.

Para as análises das categorias analíticas propostas neste trabalho, a

pesquisa embasou-se em dados primários, coletados a partir da utilização da técnica

de grupo focal. Dessa forma, foram realizados dois grupos focais, no mesmo dia,

sendo um pela manhã e outro à tarde com um número de participantes de doze em

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cada turno. Através dos grupos focais, levantou-se, sobretudo os dados que se

referem a vida dos beneficiários antes e depois do recebimento dos benefícios.

3.4 Coleta e Análise de Dados

A coleta de dados foi realizada através da técnica de Grupo focal, e sobre

esta Barbour (2009, p. 54), afirma ser a técnica de grupos focais como um dos

métodos qualitativos, que apresentam um ótimo desempenho ao proporcionar

insights dos processos, em vez dos resultados. A autora, afirma ainda que a

pesquisa qualitativa reconhece a existência de múltiplas vozes e muitas vezes busca

capturá-las (2009, p. 58). Para tanto, a amostra inicialmente pretendida, baseava-se

numa estratégia utilizando-se de dados secundários, mas diante das controvérsias

nas informações obtidas com pessoas chaves da comunidade, foi utilizada a

amostra por conveniência. Apesar desse tipo de amostrar se passível de críticas, foi

possível o acesso às pessoas. Para Kind (2004, p. 125), os grupos focais utilizam a

interação grupal para produzir dados e insigths que seriam dificilmente conseguidos

fora do grupo. Na interpretação de Wilkinson apud King (2004, p. 128) grupo focal é

uma “técnica de coleta de dados que envolve, essencialmente, um pequeno número

de pessoas em um grupo de discussão informal (ou discussões), focado em torno de

determinados tópicos ou conjunto de questões”.

Inicialmente foi realizada uma visita preliminar à Comunidade Vale do

Catimbau a fim de reconhecê-la, bem como ter acesso aos beneficiários e aos

líderes locais. Neste sentido, Yelland e Gifford apud Barbour (2009, p.80), observam

que o status do recrutador pode ser particularmente importante para alguns grupos

étnicos, e isso sugere que o potencial para recrutamento via membros respeitados

da comunidade pode ser uma estratégia frutífera. Assim, foram contatados os lideres

representantes da associação de agricultores do Vale do Catimbau, além de

sindicatos locais. A fim de obter dados secundários o órgão consultado foi o INSS,

Agência de Arcoverde. Após a obtenção dos dados secundários, relativos aos

beneficiários da comunidade, e com a orientação de pessoas da comunidade e até

mesmo da liderança, inclusive com acompanhamento, foi realizada outra visita à

comunidade a fim de convidar os beneficiários para colaborar com a pesquisa. Para

tanto, foram propostos os dois grupos, agendados para uma data posterior.

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Diante da ausência de um consenso sobre o número de participantes, a

quantidade de convites foi encaminhada considerando um nível mínimo e máximo

que deve ser entre 6 e 15 pessoas para dar suporte aos resultados de um Grupo

Focal (CHIESA; CIAMPONE, 1999; PEREIRA et al.,1999; SIENA; DUARTE, 1999,

apud KING, 2004, p. 128). Desta forma o convite foi destinado a 28 beneficiários da

previdência rural que residem na comunidade, e que coincidentemente foram 14

homens e 14 mulheres, para participar dos trabalhos de emprego de Grupos Focais.

Além disso, baseando-se também na fala de Barret e Kirk apud Barbour

(2009, p.81), sobre a importância do sobrerrecrutamento para os grupos focais com

participantes idosos, devido a sua propensão a faltas foi solicitada, à liderança, que

fossem feitos anúncios, a fim de relembrar o compromisso assumido de participar

dos grupos.

A coleta de dados foi realizada em dois grupos em um mesmo dia: o 1º pela

manhã e o 2º na parte da tarde. Com 11 participantes, dos quais 5 homes e 6

mulheres Fizeram parte do segundo grupo 12 participantes, 7 mulheres e 5 homens.

Esse quantitativo de grupos seguiu a sugestão de King (2004, p. 125), que destaca a

organização de pelo menos dois grupos para cada variável pertinente ao tema que

será abordado. A duração da sessão de cada grupo foi de cerca de 80 minutos

tempo considerado suficiente, dado que as respostas começaram a se repetir.

Os dados obtidos foram através de gravação e filmagem e posteriormente

transcritos e analisados pela técnica de análise de conteúdo, de viés qualitativo.

Segundo Minayo (2009, p. 84), através dessa técnica é possível “caminhar no que

está por trás dos conteúdos manifestos”. Assim, dentre as várias maneiras de

analisar conteúdo, foi utilizada a análise temática, a qual identifica a presença ou

frequência de aparição de elementos significativos dentro do objetivo analítico

escolhido, ou seja, dentro do contexto da temática estudada. (MINAYO, 2009, p. 85-

86).

3.5 Perfil dos colaboradores

Para participar dos trabalhos foram convidados 28 beneficiários da

previdência rural, residentes na comunidade do Vale do Catimbau. Dentre os

convidados, 23 participaram, sendo 57% (n=13) homens e 43% (n=10) mulheres.

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Entre os presentes 65% (n=15) tinham entre 56 e 70 anos e 35% (n=8) acima de 70.

Todos afirmavam morar em imóvel próprio.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com vistas a responder ao problema e aos objetivos que este artigo se

propôs buscou-se seguir, um dos dois processos inversos sugeridos por Bardin

(1977, p. 119), a fim de realizar o processo de categorização. Sendo então o que

aduz que o sistema de categorias não é fornecido antes, e resulta da classificação

analógica e progressiva dos elementos.

Faz-se aqui uma síntese da análise em vista aos limites impostos pelo espaço

oferecido ao artigo. Assim será apresentado na Figura 1 logo abaixo o escopo do

processo que envolveu a análise do conteúdo. Na etapa 1) encontra-se a transcrição

das falas (codificação) extraídas do grupo focal. Na etapa 2) Decodificação da fala,

encontram se o(s) fragmentos da fala(s) mais relevante(s) que se toma(m) por

indicativo de uma categoria de análise, que buscam de forma analítica produzir uma

decodificação para uma categoria; a etapa 3)Categorias de Análise, engloba o

registro de categorias que tem a premissa de embasar uma pesquisa posterior. Por

fim, a etapa 4) Memorando, esse contextualiza sob a respectivas das categorias

extraídas, uma análise geral do conteúdo.

Figura 1 – Processo de Análise do Conteúdo

Fonte: Elaboração pelos autores (2016).

As categorias de análise configuram-se como os insights acerca da realidade

estudada, que nortearam a uma posterior pesquisa de campo mais ampla. Elas

resultaram do processo de decodificação das entrevistas transcritas na integra,

chegando a um total de treze categorias, dispostas no Quadro I a seguir. Cada

categoria constitui-se dos trechos selecionados das falas dos entrevistados. Adverte-

se que as categorias descritas da próxima sessão dizem respeito a temática a que o

estudo que está sendo descrito se propôs, servindo como modelo para outros

1.Fala (Codificação)

2.Decodificação Aberta

3.Decodificação para

micro análise

4.Codificação Axial

5.Categorias de

Análise

6.Memorando

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estudos do gênero embora com ressalvas, por tratar as peculiaridades inerentes a

cada pesquisa. No quadro estruturado, decodificou-se algumas características

através do (salientar, classificar, agregar e categorizar) trechos da entrevista

transcrita, que foram estruturados na coluna Categorias de análise, e foram

agregados, para efeito de comparação, um corte no tempo, sendo: 1) o antes do

recebimento do benefício e, 2) depois do recebimento do benefício previdenciário.

Quadro 1 – Categorias de Análise identificadas a partir das entrevistas

TEMA CORTE NO

TEMPO CATEGORIAS DE ANALISE EXTRAIDAS

Impactos da Previdência Rural

Antes do recebimento do benefício

- Expectativa de recebimento do benefício - Condições Precárias de sobrevivência - Instabilidade da renda - Inversão do fluxo migratório - Formação escolar baixa - Agricultura em condições adversas por conta da estiagem.

A partir do recebimento do benefício

- Acesso ao consumo de bens (duráveis e não duráveis) e serviços. - Existência de contribuições recebidas de outras origens. - Dependência de parentes próximos. - Existência de outras rendas na unidade. - Alterações de poder nas relações de gênero. - Chantagem emocional dos dependentes por condição da renda. - Autonomia de renda da mulher.

Fonte: Elaboração dos autores (2016).

Após a extração das categorias analíticas, optou-se por elaborar uma síntese

dos resultados, o qual se expõe a seguir.

4.1 Sínteses da análise

Os homens relataram que a opção pelo trabalho na agricultura, ainda durante

a infância deriva da influência dos pais, por estes já trabalharem na agropecuária a

principal atividade na região. No período anterior ao benefício, quando trabalhavam

no campo eles não tiveram a opção de estudar. Os pais afirmavam que era preciso

trabalhar para sobreviver e esta era repleta de dificuldades. Um relato forte foi sobre

as condições climáticas (estiagens prolongadas). Esse fator levava a dependência

de programas de governo, como o das “frentes de emergência”. Através desse tipo

de programa eram ofertadas oportunidades trabalho e renda. Esses programas eram

a salvação de muitos, mas não todos, uma vez que havia limites de oferta para

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participar dessas frentes. Deste modo, restavam duas alternativas: a sobrevivência

sub-humana ou a migração para o sudeste.

Passar fome foi a condição revelada algo que ressaltaram com emoção. Com

o atingimento da idade de receber o benefício, algumas relatam as dificuldades para

atender os requisitos exigidos o que foi também manifestado pelos depoentes como

sendo de muita angustia pelas incertezas geradas. Superada esta fase com a

chegada do benefício de aposentadoria, a vida mudou significativamente, e para

melhor, possibilitando o acesso à alimentação básica, evidenciando ser esse o

principal destino da renda. Os novos ganhos de renda possibilitaram também o

acesso ao consumo de outros bens e serviços como: reforma da casa, consulta e

exames médicos e, sobretudo ajudar os familiares próximos. E mesmo diante da

regularidade e estabilidade do valor do benefício, alguns deles, que ainda

apresentam condições físicas favoráveis, continuam trabalhando na agricultura, a

fim de complementar a renda da família, e quando esta não traz a colheita desejada,

é a renda da aposentadoria que supre às necessidades básicas da família,

permitindo que seus membros não passem fome.

Quanto às mulheres aposentadas, elas reafirmam alguns pontos destacados

pelos homens em relação à vida antes do benefício de aposentadoria, entre eles

destacam-se as dificuldades para sobreviver através do trabalho na agricultura, e

que não tiveram também a oportunidade de estudar, pois os pais as obrigavam a

trabalhar sendo esta uma questão de sobrevivência familiar. Somando se a isso,

todas as aposentadas relatam que tiveram filhos, e algumas delas tiveram muitos

filhos, mas não chegaram a criar todos, supondo-se que alguns morreram ou mesmo

os entregaram para adoção, provavelmente pelas condições precárias de

sobrevivência decorrentes do trabalho na agricultura. Alguns dos participantes

mencionaram que chegou a morar na região metropolitana de Recife -PE e no

Estado de São Paulo, mas que retornaram à área rural com vistas a auferir o

benefício no que revela um certo incentivo à imigração reversa.

A partir do recebimento do benefício de aposentadoria, as mulheres

beneficiárias evidenciam com alegria que a vida mudou para melhor, e foi possível

ter acesso ao consumo de bens e serviços, entre eles destacam o alimento (assim

como os homens), a moradia própria, a serviços médicos e até poder ajudar os

parentes próximos. Um dos relatos destaca a mudança na relação de poder, dentro

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da família, em virtude do recebimento do benefício, antes, a renda principal era a do

homem, sendo a mulher sua dependente. Depois, essa relação se inverte,

principalmente nos primeiros anos de recebimento do benefício, em virtude

possivelmente da mulher se aposentar com idade inferior à dos homens (5 anos

antes), período em que a renda do homem ainda é instável, por ser oriunda da

agricultura.

Diante do exposto é possível perceber que a vida antes de ter uma renda

certa e regular era marcada por muitos desafios, destacando-se a superação para

sobreviver diante da ausência de alimentos. Com a chegada do benefício tornou-se

possível ter alimentos, e viver uma vida mais tranquila chegando a beneficiar a toda

família.

5 CONCLUSÃO

A partir da pesquisa realizada com beneficiários da Comunidade do Vale do

Catimbau, em Buíque-PE, sobre as mudanças decorrentes do recebimento do

benefício de previdência social foi possível perceber o significado da renda não só

para o beneficiário, mas para o grupo familiar a qual aquele idoso pertence. Através

das indagações chaves sobre o período que antecede o recebimento e o posterior,

foi possível extrair importantes categorias de análise. Essas categorias, possibilitam

entender quais são as mudanças substanciais na vida daquelas pessoas a partir do

recebimento do benefício.

O período antecedente foi marcado por muitas adversidades. Entre ela, foi

possível identificar com ênfase, a ausência de renda regular mínima devido as

limitações da atividade na agricultura com destaque para a estiagem. presente no

Semi árido nordestino. Outra questão relevante evidenciada sobre esse período, é a

expectativa em relação ao recebimento do benefício, que traz a esperança de mudar

a vida para algo significativamente melhor. Já no período posterior ao recebimento,

percebeu-se que a renda, regular e permanente, trouxe mudanças positivas na vida

dos beneficiários e familiares. Esses passam a ter uma liberdade financeira para

consumir, possibilitando descansar um pouco, apesar de alguns demonstrarem o

quão gostam de trabalhar no campo. Como consequência negativa constata-se a

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existência de pressão psicológica sobre o idoso por parte de parentes próximos para

que esses assumam compromissos financeiros.

Ressalte-se que o presente estudo, através das categorias levantadas nos

Grupos Focais, ofereceu significativos insigths para elaboração do roteiro da

dissertação de um dos autores do presente estudo.

Por fim, apesar dos fatores que limitaram o desenvolver da pesquisa, seja de

tempo, recursos acredita-se que os objetivos definidos para essa pesquisa, com

característica exploratória, foram atingidos. E assim, é possível inferir que a política

de previdência rural, mais que uma política estritamente previdenciária é uma

política social abrangente e significativa para a seguridade social para o nordeste do

Brasil.

Considerando a relevância da temática para as diferentes áreas do

conhecimento, principalmente na situação em que se encontra contexto político

nacional (ano de 2017), quando uma nova proposta de modificação profunda das

regras de aposentadoria é proposta pelo Governo Federal. As expectativas apontam

para as incertezas quanto ao futuro das atuais políticas públicas. Em que pesem os

limites deste estudo, os resultados apresentados revelam o quanto as mudanças

sugeridas poderão interferir nas condições de vida das populações mais pobres do

semi-árido nordestino.

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