evolucao historica da etica

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Resumo sobre como a Ética evoluiu na Humanidade.

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  • Scrates

    Evoluo histrica da tica

    A tica na antiguidade:

    A ideia de tica surgiu na antiga Grcia, por volta de 500 a 300 anos a.C., por

    meio das observaes do filsofo Scrates e seus discpulos. So de Scrates as

    seguintes palavras: "Uma coisa posso afirmar e provar com palavras e atos: nos

    tornamos melhores se cremos que nosso dever seguir em busca da verdade

    desconhecida".

    Para Scrates, o verdadeiro objeto do conhecimento seria a alma humana. O

    indivduo virtuoso, bom, aquele que se preocupa em aperfeioar a convivncia

    comunitria, em tornar-se o cidado perfeito.

    O filsofo Plato, herdeiro da tradio socrtica, tratou a tica como

    componente indissocivel da vida poltica. A tica deveria fazer o sujeito se preocupar

    com o outro, partilhando o poder, diluindo as diferenas em prol do bem comum.

    Aristteles, tambm filsofo, considerava a tica como possibilidade de

    eliminar a desigualdade, harmonizando o convvio coletivo. Ao inverso de Plato,

    para ele no o sistema poltico que corrompe o homem, este que desvirtua o regime.

    A tica medieval:

    A Idade Mdia foi dominada pelo catolicismo na Europa Ocidental, pautando

    uma tica vinculada com a religio e dogmas cristos entre o sculo XI e XIX.

    As ideias de Santo Agostinho, Santo Anselmo e So Toms de Aquino

    influenciaram fortemente o conceito de tica medieval. Para Santo Agostinho a verdade

    uma questo de f, sendo revelada por Deus, subordina o Estado e a poltica

  • autoridade da Igreja. O catolicismo alterou profundamente a tica, introduzindo a ideia

    de que a bondade, uma vida virtuosa, s podia ser alcanada pela vontade de Deus.

    Para Toms de Aquino, as contradies sociais e econmicas, a desigualdade

    deveria ser interpretada como vontade de Deus, sendo que a recompensa viria no alm,

    quando finalmente a contemplao do paraso permitiria atingir a felicidade plena,

    individual e coletiva.

    A tica moderna:

    A tica Moderna surgiu a partir do sculo XVI at o incio do sculo XIX,

    precedendo a Revoluo Francesa e Industrial, quando ocorre a separao entre

    Estado e igreja. Nesse perodo, a tica passou a ser vista novamente enquanto voltada

    para a busca da felicidade coletiva, retomando seu sentido original grego, vinculado

    com a poltica.

    Immanuel Kant foi um filsofo alemo que descreveu a tica como o bem mais

    importante a ser buscado na conduta humana a partir da conscincia do que deve ser

    feito. A vontade no deve ser confundida com o desejo, que um impulso natural em

    ns para a satisfao de necessidades naturais. Ento, quando mentimos sabemos que

    eticamente errado, mas fazemos isso movidos pelo impulso que se sobrepe a razo.

    Nossa ao no foi livre, porque no fomos capazes de fazer o que sabamos ser certo.

    Outro filsofo desse perodo foi o ingls Stuart Mill que trouxe uma abordagem

    em tica chamada utilitarismo em que uma conduta somente pode ser avaliada como

    boa se for til, no sentido de fazer o bem ao maior nmero de pessoas e mal ao menor

    nmero possvel.

    A tica contempornea:

    A idade contempornea, com incio em meados do sculo XIX, est marcada

    pelo desenvolvimento e consolidao do regime capitalista no ocidente, alm da

    evoluo da cincia.

    A tica na idade contempornea se defronta com uma variedade de tendncias

    morais derivadas do pluralismo cultural existente. Dentro de uma mesma sociedade

    encontram-se correntes morais diferentes, que se formam a partir dos juzos de valores

    recebidos por cada sujeito em seu ciclo de convivncia. A imparcialidade exigida da

    tica faz com que nenhuma dessas vertentes morais seja aceita como a melhor

    tendncia.

  • A nova filosofia de vida e a tica de manipulao que favorece o imediatismo,

    criao de cidados altamente manipulveis e superao do individual sobre o

    coletivo. Tudo feito em nome de uma falsa liberdade, que est se confundindo com o

    conceito de libertinagem.

    Em nossos dias, estabelecida uma viso tica por um vis mais amplo, no s

    circunscrito ao grupo, mas ao contexto do conjunto da humanidade. O agir corretamente

    passa, no s pelo conceito de liberdade, mas tambm de responsabilidade pelos

    prprios atos e intenes.

    A crise da tica:

    O sculo XX, centralizado na sociedade de consumo e no individualismo,

    desvirtuou o caminho da preocupao com a coletividade no mundo Ocidental

    capitalista, inaugurando a crise da tica em sentido amplo.

    A preocupao com o outro foi substituda pelo egosmo focado apenas no eu

    em detrimento do ns, com um ambiente de permanente competio. A tica passou a

    ser um termo comum na boca de todos, mas esvaziada de sentido concreto, sendo

    interpretada de forma torta e equivocada. Simultaneamente, a tica profissional passou a

    dominar o cenrio globalizado.

    Falar de tica pode-se considerar um grande dilema, "ser ou no ser"

    principalmente nos dias atuais onde os conceitos sofreram grandes mudanas de

    interpretao, o progresso gerou educao de baixa qualidade, problemas sociais e

    necessidade de ganhos para sobrevivncia a qualquer custo.

    Ser tico atualmente diferente de sculos anteriores e varia de acordo com a

    regio, pas, profisso e cultura. O conceito de pensamento livre deu as pessoas o direito

    de achar certo ou errado determinada coisa ou ideia. Na idade mdia a igreja era

    detentora desses conceitos de certo e errado, depois o Estado determinava as regras at

    chegarmos aos dias atuais.

    Encerramos este mdulo com a famosa frase do poeta e dramaturgo ingls

    William Shakespeare:

    Ser ou no ser, eis a questo