04 arte pre-historica

32
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana 1 / da Antigüidade a Ducio. São Paulo. Cosac & Naify, 1998. BENEVOLO, Leonardo. As Origens da Arquitetura. Lisboa: Edições 70, 2002. GOMBRICH, F. H. A História da Arte. 16 ed. Lisboa: LTC, 1998. HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. V 1. 3 ed. São Paulo. Mestre Jou, 1982. JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo. Martins Fontes, 1993. LOMMEL, Andreas, A Arte Pré-histórica e Primitiva. O mundo da Arte. Livraria José Olympio Editora/ Editora Expressão e Cultura. Rio de Janeiro. 1966. RIKWERT, Joseph. A Casa de Adão no Paraíso. São Paulo, Pesrspectiva, 2003. Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva BIBLIOGRAFIA Bisão. 15000 a 1000 a.C. Altamira, Espanaha.

Upload: jeanne-c-versari-ferreira-sapata

Post on 17-Jan-2016

10 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A arte na pré história e as primeiras civilizações.

TRANSCRIPT

Page 1: 04 Arte Pre-historica

ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana 1 / da Antigüidade a Ducio. São Paulo. Cosac & Naify, 1998.

BENEVOLO, Leonardo. As Origens da Arquitetura. Lisboa: Edições 70, 2002.

GOMBRICH, F. H. A História da Arte. 16 ed. Lisboa: LTC, 1998.

HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. V 1. 3 ed. São Paulo. Mestre Jou, 1982.

JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo. Martins Fontes, 1993.

LOMMEL, Andreas, A Arte Pré-histórica e Primitiva. O mundo da Arte. Livraria José Olympio Editora/ Editora Expressão e Cultura. Rio de Janeiro. 1966.

RIKWERT, Joseph. A Casa de Adão no Paraíso. São Paulo, Pesrspectiva, 2003.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

BIBLIOGRAFIA

Bisão. 15000 a 1000 a.C.

Altamira, Espanaha.

Page 2: 04 Arte Pre-historica

“O animal apenas utiliza a Natureza, nela produzindo modificações

somente por sua presença; o homem a submete, pondo-a a serviço de

seus fins determinados, imprimindo-lhe as modificações que julga

necessárias, isto é, domina a Natureza. E esta é a diferença essencial e

decisiva entre o homem e os demais animais; e, por outro lado, é o

trabalho que determina esta diferença”

F. Engels

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

Page 3: 04 Arte Pre-historica

PALEOLÍTICO INFERIOR

aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.;

primeiros hominídios (250.000 a.C.);

caça e coleta; controle do fogo;

instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos:

facas, machados.

PALEOLÍTICO SUPERIOR

Aproximadamente 30.000 a. C.

instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra:

machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e

linha; e desenvolvimento da pintura e da escultura.

- Neolítico

instrumentos de pedra polida, enxada e tear;

início do cultivo dos campos;

artesanato: cerâmica e tecidos;

construção de pedra; e

primeiros arquitetos do mundo.

- Idade dos Metais

aparecimento de metalurgia;

aparecimento das cidades;

invenção da roda;

invenção da escrita; e

arado de bois. Sítios pré-históricos europeus

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

ETAPAS PRÉ-HISTÓRICAS

Page 4: 04 Arte Pre-historica

O homem e o seu ambiente formam-se

juntos, no longo inverno do Paleolítico

A capacidade de interagir com o ambiente e

de modificá-lo de algum modo em seu

proveito é própria do homem. Depende das

transformações anatômicas e fisiológicas do

organismo humano, e contribui para orientar

essas transformações. Torna-se assim um

fator constituinte da condição humana.

Podem-se apontar três aspectos transpostos

no período Paleolítico (de 2.700.000 a 10.000

a.C.):

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 5: 04 Arte Pre-historica

A capacidade de colocar a si próprio e aos objetos

exteriores num espaço unitário.

A consciência de si e do mundo circunstante é a centelha,

escondida no cérebro humano, que é impossível situar num

tempo exato. O seu caráter universal torna possível

simultaneamente a compreensão reflexa das situações

reais, presentes ou passadas, e a simulação de situações

ainda não existentes.

Funda a atividade projetual, o circuito entre a realidade

existente e a imaginada. A arquitetura é o conjunto das

intenções e das intervenções sobre o ambiente físico, que

tendem a formar um sistema em virtude de sua duração no

tempo.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Cabanas pré-históricas segundo Caramuel

Page 6: 04 Arte Pre-historica

A capacidade de colocar num suporte físico as

imagens de qualquer objeto visível.

A função dessas imagens pode apenas ser conjecturada,

mas é secundária. O que conta é a possibilidade de

captar a forma de uma realidade passada, e de passar

de uma forma imaginada a uma nova realidade ainda

não existente.

A partir desse momento, as evoluções do pensamento

concentram-se no ambiente físico, tornando-se

operantes no presente e no futuro.

Nasce o projeto como ainda hoje o compreendemos,

composto de uma gama de instrumentos, desde as

incisões na pedra até as modulações magnéticas

contidas nos computadores de hoje.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Incisões de espirais provenientes de Grange, Irlanda: 2000 a.C.

Page 7: 04 Arte Pre-historica

A capacidade de denotar simbolicamente, e de

indicar aos outros, os objetos de todos os tipos.

A representação simbólica tem um papel fundamental

na difusão da realização de projetos. A possibilidade

de representar um objeto complexo através de apenas

uma parte das suas características, e de estabelecer a

relação das características pré-selecionadas com o

objeto completo, cria a economia mental do

pensamento e da capacidade de ação humana. A

linguagem e, posteriormente, a escrita são patrimônio

da coletividade e podem ser transmitidos no espaço e

no tempo.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 8: 04 Arte Pre-historica

Caverna: Lascaux, França (15.000 a 10.000 a.C)

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 9: 04 Arte Pre-historica

Paleolítico Superior - a principal

característica dos desenhos da Idade da

Pedra Lascada é o naturalismo. O

artista pintava os seres, um animal, por

exemplo, do modo como o via de uma

determinada perspectiva, reproduzindo

a natureza tal qual sua vista captava.

Os artistas do Paleolítico Superior

realizaram também trabalhos em

escultura. Mas, tanto na pintura quanto

na escultura, nota-se a ausência de

figuras masculinas. Predominam figuras

femininas, com a cabeça surgindo como

prolongamento do pescoço, seios

volumosos, ventre saltado e grandes

nádegas.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 10: 04 Arte Pre-historica

Atualmente, a explicação mais

aceita é que essa arte era

realizada por caçadores, e que

fazia parte do processo de magia

por meio do qual procurava-se

interferir na captura de animais,

ou seja, o pintor-caçador do

Paleolítico supunha ter poder

sobre o animal desde que

possuísse a sua imagem.

Acreditava que poderia matar o

animal verdadeiro desde que o

representasse ferido

mortalmente num desenho.

Utilizavam as pinturas rupestres,

isto é, feitas em rochedos e

paredes de cavernas. O homem

deste período era nômade.

Cavalo: Lascaux, França (15.000 a 10.000 a.C)

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 11: 04 Arte Pre-historica

As grandes marcas coloridas do interior

e em volta do contorno dos cavalos

selvagens visavam provavelmente a

aumentar a fertilidade dos animais.

Os aborígenes australianos ainda fazem

incisões rupestres formadas por uma

aglomeração de pontos, ou as fazem em

pedras sob pinturas rupestres, com o

intuito de "destruir o poder espiritual

da pedra".

Não se sabe qual seria o significado das

impressões em negativo de mãos

humanas, mas quase certamente

estavam ligadas aos ritos propiciat6rios

da caça.

Cavalos. 20.000 a.C.

Pintura rupestre. 3,40 m (Peach-Merle, França)

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 12: 04 Arte Pre-historica

Apesar da escala diminuta, a sucessão

dessas figuras ao longo da parede

rochosa produz impressão das mais

realistas.

As cavernas de Altamira contêm as

obras-primas do estilo da Era Glacial, e

o efeito de força sólida obtido através

de traços despojados e de cores

impressionistas antecipa as técnicas de

muitos pintores do séc. XX.

Bisão. 12.000 a.C. Pintura rupestre. Comp. 80 cm. Altamira, Espanha.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 13: 04 Arte Pre-historica

Esta cena vívida e sangrenta pode ser

explicada através de lendas

xamanistas que sobreviveram na

Sibéria até tempos recentes. Dois

xamãs rivais travam combate, um

disfarçado em bisão e o outro com

uma cabeça de ave.

A vara encimada por uma figura de

ave indica que o "espírito-guia" do

xamã prostrado apareceu em forma

de ave.

Uma lança parece ter perfurado o

flanco do bisão, cujas entranhas

brotam da ferida.

Homem com máscara de cabeça de ave atacado por um bisão ferido. 15.000-10.000 a.C. Pintura rupestre. Alt., 1,40 m. Lascaux, França.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 14: 04 Arte Pre-historica

Essa vigorosa imagem é uma das mais antigas esculturas

em pedra do nu feminino da história da arte.

As concepções clássicas da beleza humana ideal não

têm validade para explicar sua significação e

peculiaridades; da mesma forma, seu naturalismo

inabalável não pode ser equacionado como fidelidade à

natureza, pois a cabeça e as mãos são apenas

esboçadas.

A carnação flácida e os seios caídos representam um

tipo generalizado de nutriz e enfatizam a fertilidade.

Tal como nas estatuetas de marfim das "Vênus" de

WilIendorf e outras, o artista julgou sem importância os

detalhes pessoais do rosto e das mãos.

O chifre (cheio de sangue) está ligado aos mitos da

"senhora dos animais", uma deusa que tem ascendência

sobre os animais e os conduz aos caçadores.

A "Vênus de Laussel", c. 15.000-10.000 a.C. Relevo rupestre. Alt., 46 cm. Musée d'Aquitaine, Bordeaux.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 15: 04 Arte Pre-historica

O fim do período glacial de Wurm, que assinala a

passagem do Plistoceno ao Holoceno, há cerca de

10.000 anos, transforma o ambiente geográfico

em todos os continentes já povoados pelo

homem.

Os bancos de gelo recuam em direção aos polos,

as florestas desenvolvem-se na mesma direção, as

estepes e os desertos aumentam nas latitudes

inferiores.

Com a fusão dos gelos, o nível dos mares sobe até

130 metros, e mais da vigésima parte das terras

emersas ficam debaixo de água, mudando a

geografia do planeta (dentro desta faixa de

profundidade encontram-se alguns artefatos de

difícil interpretação).

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

Incisões de espirais provenientes de Grange, Irlanda: 2000 a.C.

Page 16: 04 Arte Pre-historica

Em algumas áreas da faixa intermédia, entre a

floresta e os desertos, o homem aprende a

fixar-se e a modificar o território de maneira

estável, cultivando plantas e criando animais.

Toma-se possível um forte aumento da

população, e alteram-se de modo decisivo as

relações dimensionais entre o homem e o

ambiente: se um caçador-recoletor precisa de

10 quilômetros quadrados de território, a um

agricultor-criador basta meio quilômetro

quadrado de terreno seco e um décimo de

quilômetro quadrado de terreno irrigado.

A nova cultura caracterizada por estas

inovações, mas sem escrita e com a população

espalhada por aglomerados de pequenas

dimensões, é chamada neolítica, em oposição à

paleolítica.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

Vale nos arredores de Mênfis

Page 17: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

A medida da importância deste período é dada por

algumas aquisições fundamentais, determinantes

mesmo para todo o futuro: a seleção das plantas e dos

animais domésticos, que constituem a bagagem

duradoura da existência humana, a invenção das

principais indústrias, a cerâmica, a carpintaria, a

tecelagem, os inícios da metalurgia, e, juntamente com

estas, o empenho tecnológico destinado a modificar

progressivamente o cenário terrestre.

A sua distribuição no tempo varia consideravelmente

nas diversas regiões da Terra. No Médio Oriente e no

Mediterrâneo oriental pode situar-se entre os milênios

IX e IV a.C., quando aparecem as primeiras cidades e os

primeiros documentos escritos.

Kalaa Sghria (Tunísia)

Page 18: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

Assim, num espaço de tempo muito breve, ocorre um

extraordinário esforço físico e mental, que introduz na

vida do homem os produtos e os espaços projetados

por ele mesmo, em alternativa aos espaços e aos

ambientes naturais.

No longo período do Paleolítico, o homem adapta a

sua vida ao ambiente, propagando-se assim a toda a

superfície terrestre.

A partir do Neolítico, o homem adapta o ambiente à

sua vida, ocupando-se com intervenções a longo e a

longuíssimo prazo, e começando a transformar a

Terra.Vila dos trabalhadores Deir el-Medina (Egito)

1500 – 1000 a.C.

Page 19: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

“Dependemos ainda das enormes descobertas que assinalaram aquela

que se chama, sem de fato exagerar, a revolução neolítica: a

agricultura, a criação de gado, a cerâmica, a tecelagem. A todas

estas “artes da civilização” há oito ou dez mil anos que nos temos

limitado a introduzir apenas aperfeiçoamentos”.

O advento da agricultura, que ocorre independentemente em quase

todas as sociedades humanas, é levado em conta nesta nossa

exposição pelas suas consequências gerais na relação entre o homem

e o ambiente. Não existem ainda explicações fiáveis acerca das

causas externas e internas deste acontecimento.

A inovação da agricultura não produz vantagens imediatas. Em

comparação com o caçador-recoletor, o agricultor dedica tanto ou

mais tempo ao trabalho. M. D. Sahlins (em Âge de pierre, âge

d'abondance, 1976) calcula que o tempo mínimo necessário para o

trabalho agrícola é de três horas e meia por dia, e que o tempo para

a caça varia entre três e cinco horas por dia. O agricultor dispõe de

menos carne na dieta, tem menos segurança quanto à disponibilidade

de alimentos no caso de uma má colheita e está dependente, para a

sua sobrevivência, de fatores climáticos externos e insondáveis.

Page 20: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

O homem, agora, pode considerar-se numa posição

diferente e dominante em relação às outras criaturas:

seleciona as espécies adequadas à cultura e à criação,

prepara os terrenos através do desmatamento,

transforma com método e constância o mundo

inanimado da paisagem, a forma dos lugares.

Nasce a tarefa aventureira de “forçar a natureza”, o

que no campo religioso é considerado umas vezes um

título de superioridade e outras uma transgressão a

expiar.

O trabalho agrícola e a criação pressupõem uma

capacidade de previsão que vai para além da vida de

um simples indivíduo. Exigem projetos de longa

duração, cujos efeitos se manifestarão muito tempo

depois.

Page 21: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

A vida das comunidades que sobrevivem com a caça e a

recolha é, necessariamente, mais táctica do que

estratégica, feita de decisões rápidas.

A economia agrícola e de criação de animais requer

previsões estratégicas e prospectivas de longo e de

longuíssimo prazo (existem estádios intermédios entre as

duas opções, porque os processos de seleção e de

domesticação se desenrolam ao longo de grandes períodos

de tempo).

Mas a aquisição das prospectivas de longa duração

provoca uma alteração psicológica definitiva, comporta

novas noções sobre a hereditariedade, sobre a sucessão,

sobre a distinção entre propriedades privadas e coletivas.

Page 22: 04 Arte Pre-historica

Vaso pintado. Terceiro milênio a.C. terracota. Serra d’Alto, Matera, Itália.

Alt., 15,5 cm. Museo Nazionale, Matera.

PALEOLÍTICO SUPERIOR

NEOLÍTICO - a fixação do homem da Idade da Pedra Polida,

garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas,

ocasionou um aumento rápido da população e o

desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a

divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a

técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as

primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do

mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu

início ao trabalho com metais.

Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na

arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava

mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu

poder de observação foi substituído pela abstração e

racionalização. Como conseqüência surge um estilo

simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que

sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte

mudaram: começaram as representações da vida coletiva.

Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu

uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não

apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 23: 04 Arte Pre-historica

O vaso neolítico chinês

(conhecido como cerâmica Pan

Xan) já era decorado com uma

variante da espiral, cujo original

pertence às primitivas culturas

agrícolas da Rússia Ocidental, c.

3.000 a.C.

(embora alguns estudiosos

chineses relutem em admitir

quaisquer fontes "estrangeiras"

para sua arte).

Jarro pintado de Ning-Ting-Hsien, Kansu, China, segundo milênio antes de Cristo. Cerâmica. Alt., 35 cm. Museum für Võlkerkunde, Munique.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 24: 04 Arte Pre-historica

As descobertas desses

típicos machados de pedra

polida e de seção oval

permitem traçar as

migrações dos primitivos

agricultores no Sudeste

Asiático e na Oceania.

Os machados cerimoniais

olmecas constituem prova

da forte influência dessas

culturas na América

Central.

Machados olmecas de EI Mangal, Estado de Vera Cruz, México. 1.500.

Diopsita-jadeíta. Comp., 28,2 cm. e 21,5 cm. Coleção Robert Woods Bliss, National Gallery of Art, Washington.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

AS ORIGENS DA ARQUITETURA

Page 25: 04 Arte Pre-historica

Os barcos constituem um tema freqüente na arte indonésia, possuindo um duplo sentido. Representam a migração dos ancestrais da tribo através do mar; e, como se referem a fatos antepassados, simbolizam também o "mundo dos espíritos". O motivo da espiral está presente em todo o desenho.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

Motivo de barcos em tecido da Região de Krõe, Sumatra meridional, séc. XX. Algodão. Comp. 2,80 m. Museum für Võkerkunde..

Page 26: 04 Arte Pre-historica

Esta magnífica figura naturalística no estilo das ilhas do

Almirantado mostra típicos aspectos locais nos cabelos

aparados da mulher, na posição da boca aberta e nos lobos

auriculares aumentados segundo o costume tribal.

Contudo, é raro encontrar-se uma figura olhando para trás

sobre o ombro. As decorações podem representar pintura

sobre o corpo ou tatuagens. A quase imperceptível flexão das

pernas indica que se trata de uma figura ancestral.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

Figura ancestral das ilhas do Almirantado, Melanésia. Começo do séc. XX. Madeira. AIt., 60 cm. Museum für Võlkefkunde, Munique.

Page 27: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

Caveça de um negro (provavelmente um rei). Nigéria séc. XII- XIV. Bronze. AIt., 36 cm. Museu do Homem, Londres.

Page 28: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

Máscara ritual. Nova Guiné. Bronze. AIt., 152,4cm. Madeira, casca de árvore e fibra vegetal.

Museu do Homem, Londres.

Page 29: 04 Arte Pre-historica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

A ocupação contínua de um lugar tem como conseqüência

imediata a construção de moradias e a delimitação dos

espaços de uso. Deixa de ser indispensável concentrar e

comprimir tudo o necessário para o desenvolvimento das

atividades humanas nas dimensões e no peso da bagagem

transportável de um indivíduo.

A programação dos excedentes permite: uma maior

densidade de população, maiores aglomerados de indivíduos,

o uso de tecnologias mais complexas e pesadas, a

disponibilidade de artefatos fixos e não transportáveis,

sistemas sociais mais complexos e o reconhecimento de

hierarquias.

Juntamente com tudo isto aparece a arquitetura em sentido

próprio, ou seja, a capacidade de conhecer e modelar o

território habitado. Tem interesse descrever de modo geral

os seus resultados e definir as suas características

fundamentais, que provêm do patrimônio genético unitário

da família humana, posto à prova numa ampla variedade de

paisagens terrestres.

Sítio: Passo di Corvo, Itália (4.500 a 4.000 a.C)

Page 30: 04 Arte Pre-historica

Fileira de menires. Terceiro milênio a.C. terracota. Morbirhan, França.

1099 pedras alongadas dispostas em 13 fileiras.

As construções mais difundidas são as pedras

isoladas, erguidas na vertical, que se

chamam menires, e as estruturas trilíticas

simples chamadas dólmens, em que dois

pedestais sustentam uma laje de cobertura,

também coberta de terra.

Estas estruturas elementares, de todas as

dimensões, que se encontram em todos os

lugares habitados da Terra e formam

conjuntos variados, baseiam-se na

experiência universal da força da gravidade,

que se exerce permanentemente em todos os

aspectos da vida humana, tendo

condicionado substancialmente a forma do

corpo humano e de todos os outros órgãos.

Por vezes, os menires assumem a forma de

estrelas antropomórficas, tornando explícita

a associação entre essas construções e o

corpo humano.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

Page 31: 04 Arte Pre-historica

O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra,

pode ser considerado uma das primeiras obras da

arquitetura que a História registra. Ele apresenta

um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos

regulares, que sustentam traves horizontais

rodeando outros dois círculos interiores. No centro

do último está um bloco semelhante a um altar.

O conjunto está orientado para o ponto do

horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de

verão, indício de que se destinava às práticas

rituais de um culto solar. Lembrando que as pedras

eram colocadas umas sobre as outras sem a união

de nenhuma argamassa.

Em Stonehenge, cada uma das pedras importantes

acha-se alinhada com pelo menos uma outra,

apontando para alguma posição extrema do Sol ou

da Lua.

Vista aérea de Stonehenge. Entre 1.900 e 1.600 a.C.

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA

Page 32: 04 Arte Pre-historica

Casa primitiva

Interior de uma habitação neolítica

Arte e Arquitetura Pré-histórica e Primitiva

A FIXAÇÃO E A TOMADA DE POSSE DO TERRITÓRIO, NA PRIMAVERA NEOLÍTICA