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EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NA

AVICULTURA DE POSTURA

sergio kenji Kakimoto (APTA) [email protected]

Na atividade da avicultura de postura às inovações tecnológicas, que

ocorreram recentemente, pode ser considerado como um dos fatores de

competitividade. As transformações ocorridas para inovação foram

radicais ou incrementais em sistemas dde criação, manejo, nutrição e

genética das aves. A adoção de tecnologias pelo produtor a fim de

reduzir custos, melhorar a qualidade, tempo de processamento, mão de

obra, melhorar a logística interna e externa da firma levou a atividade

a ser muito competitiva. A sua permanecia no mercado depende da sua

eficiência e eficácia na produção. A tecnologia adotada pelos

avicultores atualmente, reflete os caminhos percorridos pela avicultura

de postura desde a época em que a galinhas eram criadas soltas de

forma caipira até os dias atuais onde as aves são criadas em sistemas

automatizados. As modificações ante a evolução ocorrida foram nas

gaiolas, bebedouros, comedouros, vacinas, medicamentos, tratamento

de excretas, construções de barracões e genética. O presente trabalho

visa descrever a trajetória tecnológica da atividade de postura como

fator de competitividade no setor e o desafio para o futuro. Para

alcançar esse objetivo será observado o caso do município de Bastos-

SP, que abriga o maior alojamento de aves do país, com

aproximadamente 12% do plantel do Brasil.

Palavras-chaves: Gestão de Sistemas de produção, inovação

tecnológica, Competitividade, avicultura de postura, Ovos

XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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1. Introdução

Segundo Santini & Souza Filho (2005), as inovações tecnológicas desempenham um papel muito importante como fator explicativo das estruturas e do comportamento das firmas. Na atividade da avicultura de postura às inovações tecnológicas, que ocorreram recentemente, pode ser considerado como um dos fatores de competitividade. As transformações ocorridas para inovação foram radicais ou incrementais em sistemas de criação, manejo, nutrição e genética das aves.

A adoção de tecnologias pelo produtor a fim de reduzir custos, tempo de processamento, mão de obra, melhorar a logística interna e externa da firma levou a atividade a ser muito competitiva. A sua permanecia no mercado depende da sua eficiência e eficácia na produção. Autores como Batalha & Silva (2001), atribui à competitividade a dependência do desempenho e/ou implantação de uma nova tecnologia, e que a sua adoção faz sentido se aumentar de alguma forma sua capacidade de permanecer no mercado em condições julgadas adequadas pela firma.

A tecnologia adotada pelos avicultores atualmente, reflete os caminhos percorridos pela avicultura de postura desde a época em que a galinhas eram criadas soltas de forma caipira até os dias atuais onde as aves são criadas em sistemas automatizados. As modificações ante a evolução ocorrida foram nas gaiolas, bebedouros, comedouros, vacinas, medicamentos, tratamento de excretas, construções de barracões, manejo, nutrição e genética.

O presente trabalho visa descrever a trajetória tecnológica da atividade de postura como fator de competitividade no setor e o desafio para o futuro. Para alcançar esse objetivo será observado o caso do município de Bastos-SP, que abriga o maior alojamento de aves do país, com aproximadamente 12% do plantel do Brasil.

2. Referencial conceitual e método de pesquisa

A dinâmica da mudança do comportamento dos consumidores no mercado move toda a cadeia produtiva no sentido de melhorar a sua produção e prestação de serviços. E a inovação tecnológica é importante no processo de desenvolvimento e da manutenção das firmas. Como descreve os autores Santini & Souza Filho (2005) trabalhando na cadeia produtiva do frango de corte, expõem que “os fatores de âmbito tecnológico expressam grande relevância, pois a tecnologia destaca-se cada vez mais como fator explicativo das mudanças estruturais e do comportamento competitivo das empresas participantes da cadeia de produção avícola”.

A incorporação de tecnologia é um dos instrumentos para que o sistema produtivo se mantenha e incremente sua participação no mercado obtendo retorno financeiro no processo produtivo ou no produto, portanto é um fator que cria vantagens competitivas. Batalha & Silva (1999) define a competitividade como capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manter a participação de mercado no âmbito interno e externo de maneira sustentada.

As inovações encontradas na cadeia de avicultura de corte por Santini & Souza Filho (2005) “são caracterizadas pelo caráter da difusão como do esforço inventivo”. Pela definição shumpeteriana de inovação, a firma pode inovar investindo em equipamentos para novos processos, que são comprados de um fornecedor. Ou a firma pode inovar comercializando novos produtos desenvolvidos pela mesma através de atividades inventivas. A adoção ou

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inovação como difusão é a aquisição de novos produtos ou processos de fontes externas à firma.

As inovações tecnológicas podem ser radicais, modificando completamente as práticas técnico-científicas, ou incrementais, que apenas aperfeiçoam produtos, processos e serviços existentes. Implica, portanto, na introdução, no mercado, de um novo produto ou serviço desenvolvido por um novo processo (MAGALHÃES, 2000).

A técnica seria um conhecimento específico aplicado na prática, enquanto a tecnologia é capaz de promover mudanças técnicas, a evolução conjunta traduz em inovações tecnológicas. A tecnologia está intimamente ligada ao elemento cultural, histórico delimitando seu posicionamento no tempo e no espaço em que ela foi utilizada levando em consideração às características do meio onde é gerado, o seu aspecto territorial.

Os métodos utilizados foram levantamentos bibliográficos, fontes de dados secundários com informações colhidas através de entrevistas com profissionais da área e estudo de caso múltiplo com a indústria de gaiola e produtores rurais localizadas na região de Bastos, interior de São Paulo.

Este artigo pretende descrever a evolução tecnológica na criação de galinha de postura quanto a sua forma de criação, nos sistemas criadas soltas ou em gaiolas, construção de barracões, modo de fornecer a alimentação, água, luz, coleta de ovos, manejo, nutrição, genética e coleta de excretas na região de Bastos.

3. A evolução tecnológica na avicultura de postura

3.1 - Início da atividade

Nunes (2002) relata que o pioneiro a trabalhar com avicultura no Brasil foi do pesquisador microbiologista José Reis. O primeiro trabalho realizado direcionado aos chacareiros e criadores em quintais no início da Estação Avícola de 1932, intitulado de “Algumas sugestões aos avicultores brasileiros", assinado por José Reis do Instituto Biológico de São Paulo.

Relatando as criações de aves, o ambiente que o circundava, Reis (1932) apud Nunes, menciona:

Não são poucos, infelizmente, os que admitem que para iniciar granja e levá-la avante bastem alguns contos de réis, aves de "pedigree", dormitórios e parques construídos segundo o compêndio, e ração balanceada aprendida com avicultor vizinho... mas não é tudo; é preciso que o avicultor conheça perfeitamente os inimigos que tem de enfrentar e os meios de que dispõe para combatê-los eficazmente. Em verdade, é muito, pois há quem suponha apenas necessário, além das aves, galinheiros, arranjados no fundo do quintal, com poleiros feitos de cabo de vassoura... mas não é tudo; é preciso que o avicultor conheça perfeitamente os inimigos que tem de enfrentar e os meios de que dispõe para combatê-los eficazmente, esta é, justamente, a questão mais difícil da avicultura e a que menos familiar se torna aos nossos avicultores, pela falta de livros e de artigos que aliem rigor científico a linguagem fácil e popular. Não é estranhável tal ausência de boa literatura ornitopatológica entre nós, dada à carência, só muito recentemente suprida, de laboratórios especializados, sem os quais o diagnóstico e a profilaxia das doenças não passam de simples fantasia.

Eurico Santos (1938) publicou livro “Avicultura – fonte de riquezas” e teve como objetivo da publicação firmado em dois pontos: a disseminação do gosto pela avicultura e o fato de

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despertar a atenção dos criadores para o seu aspecto econômico, de vez que a sua expansão dentro de certo espírito de organização e de técnica, constitui uma fonte de riqueza não só para o criador como também, de um modo geral, para o país. Relata que as aves colocavam até 150 ovos durante a vida.

Brunini (1966) escreveu sua 3° edição da publicação do livro “Manual de avicultura”, fazendo menções ao sistema de pastejo para aves - sendo que a primeira edição data de 1954. Nela o autor citou que neste sistema de produção, em um alqueire paulista caberiam 1.500 aves sob pasto de gramíneas consorciadas com trevos.

Dentro deste ambiente, A criação de aves no município de Bastos iniciou-se em 1942 em uma granja com apenas 50 galinhas, atividade de subsistência para o produtor rural. Até os anos de 1950 as aves eram criadas soltas, de modo caipira no campo e o produtor possuía matrizes, incubavam ovos, criavam pintainhos, frangas, aves de postura e tinham como produto para venda os ovos, pintainhos e frangos caipira.

Após a Segunda Grande Guerra Mundial, na década de 50, surgiram os reflexos econômicos da crise do mercado de fio da seda, que eram utilizados para confecção de pára-quedas. Alguns criadores de bicho-da-seda em Bastos, mudaram a sua atividade para avicultura de postura que iniciaram as suas criações dentro dos barracões, ora utilizada pela atividade anterior (SALGADO 1971).

A criação de aves totalmente soltas passaram a ser criadas em sistema de semi confinamento e vantagens competitivas começaram a surgir eliminando a influencia negativa da natureza como a chuva na produção de ovos. Nesta época os produtores locais introduziram a luz no sistema de produção e ganharam o conhecimento da influência da luminosidade na produção de ovos utilizando lampiões a querosene para melhorar a produção principalmente no inverno onde o período de luminosidade é menor durante o dia.

Confirmando este movimento Maia (1997), cita que as primeiras gaiolas para poedeiras chegaram ao Brasil em 1955 e, ocorreram evoluções tecnológicas nas áreas de nutrição e melhoramento genético. E este sistema deu origem a que chamamos atualmente de Avicultura Industrial, com grande produção de carne e ovos em pequenas áreas através do sistema de confinamento.

3.2 Década 60

Na década de 60 a cidade de Bastos recebeu o codinome de capital do ovo por produzir mais ovos do Brasil. Os produtores utilizaram tecnologia relativamente simples, gerada através de experiências acumuladas e incorporada na produção obtendo vantagem competitiva. Do conhecimento da importância da luminosidade na produção de ovos, fazendo uso da iluminação artificial, tornou possível produção de ovos em período de inverno, nos mês de maio, junho e julho. As galinhas não são capazes de por os ovos no foto período curto devido à falta de estímulo luminoso que influencia na produção de hormônios e consequentemente na produção de ovos.

O manual de avicultura de autoria do médico veterinário João Brunini publicada a 3° edição em 1966 relata a atividade sendo muito lucrativa, no entanto, um tanto complexas, pois envolvia todo o conhecimento desde a produção e seleção de matrizes até o comércio de ovos e frangos. Em seu livro recomenda a criação de aves selecionadas pelo produtor, criadas em sistema semi-confinado composto por áreas de pasto e alojamento em barracões. Adotava

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incubação artificial dos ovos, criação de pintainhas em baterias - gaiolas uma sobrepostas à outra.

As aves hibridas produzidas através dos cruzamentos genéticos começaram a ser introduzidas nos aviários. Criatórios de matrizes, incubatórios de ovos férteis e produção de pintos de 1 dia proliferaram na região de Bastos chegando a ter 5 empresas que executavam estas atividades. As técnicas de sexagem na separação de pintos entre machos e fêmeas de 1 dia, técnica detidas por japoneses, facilitavam a venda de aves fêmeas para o produtor de ovos, tornando este especializado na produção de ovos.

A década de ouro parecia estar ameaçada devido à ocorrência de problemas sanitários em decorrência da concentração das aves e havia mortalidade em decorrência da doença provocada por salmonela, crostridium e coccidiose. Por volta de 1967 iniciou-se uma criação intensiva em gaiolas de madeira dispostos dentro destes barracões para que as aves não ficassem em contato com as fezes, pois a origem destas enfermidades era devido a ingestão de excretas contaminadas. No entanto a madeira não fora uma boa solução uma vez que acumulava sujeiras no piso continuando em menor nível os problemas sanitários, sua manutenção era dispendiosa e de baixa durabilidade. As gaiolas de arames foram introduzidas em 1965, trazidas de outra localidade, Bragança Paulista, em pequenas quantidades, pois a inovação era vista com ressalvas e havia resistência dos avicultores em investir em equipamentos de alto custo de implantação.

A fábrica de gaiolas de Bragança Paulista encerrou suas atividades em 1967. Uma pequena oficina de manutenção iniciou-se a pedido de avicultores devido a demanda para consertar gaiolas de arame que chegavam com muito defeito de fabricação, a demanda por estes serviços tornou-se grande. Oportunidade na qual surgiu a fábrica de gaiolas Artabas (Artefatos de Arame Bastos) em 1968, sendo que as máquinas e equipamentos foram adquiridos da antiga fábrica de Bragança Paulista.

Neste período os barracões começaram a ganhar formato próprio para esta finalidade, ao contrário dos que eram usados na criação de bicho-da-seda. Novos barracões eram curtos, estreito, baixo com cobertura de telha de barro cobrindo apenas as gaiolas de uma linha. Neste sistema usava calha para fornecimento de água e cocho de madeira segmentada, móvel de pouca profundidade onde eram fornecidos alimentos manualmente utilizando concha e balde, a luminosidade passou a ser elétrica e usava lâmpada pequena de cor escura de 25W. Davam pouca importância as excretas das aves que eram utilizadas pelos próprios produtores para adubar a sua terra.

3.3 Década de 70

Em 1970 a pequena cidade de Bastos com 12000 hectares contava com 2.800.000 de aves em 160 avicultores (SALGADO, 1971). A alta concentração de aves no município e o manejo inadequado favoreceram a proliferação de doenças como a mycoplasmose aviária, estafilococoses, coriza infeciosa, Marek e New Castle. Surgem nesta fase dois conceitos em formação de frangas em sistemas de produção de ovo. A primeira é de que os pintainhos e frangas deveriam ser criadas perto do espaço físico das aves adultas com objetivo de tomarem contato com os agentes etiológicos patogênico na fase inicial, tornando as aves que sobreviverem resistentes à doença - começou a formar idéia de imunização. A segunda é de que as aves jovens deveriam ser criadas totalmente separadas das adultas e estas deveriam ser criadas separadas em lotes, distanciadas geograficamente uma das outras, dando início a importância no conceito epidemiológico, de vazio sanitário, áreas limpas, higiene e

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desinfecção formando a idéia de biosegurança. Neste período alguns avicultores migraram suas novas plantas avícolas para outras regiões em busca de áreas limpas, obtendo sucesso naquele período.

Existia formação de cooperativa e indústria de rações para fornecimento de ração. A nutrição era formulada por especialistas devido a um complexo na formulação, aquisição de micro elementos e mistura dos ingredientes.

Os barracões ganharam diversos formatos em função da chuva, do calor e do tamanho do lote. Na primavera, nas primeiras semanas de setembro a novembro o calor é intenso e devido a adaptabilidade das aves ao frio no período de inverno, as primeiras ondas de calor causam maiores danos a elas sendo uma das principais motivo de mortalidade das aves. No verão o calor, as chuvas nos meses de janeiro e fevereiro propiciam a criação de fungos e derretimento dos estrumes expostos abaixo das gaiolas. A construção civil foi em adequação a estes fatores e o melhor formato sugerido resultou o tamanho de 2,7 m de largura, 100metros de comprimento e 2,2 m de altura de pé direito com um corredor ao centro e distancia de duas telhas francesas de barro nos beirais. A gaiola ganhou vários formatos até chegarem a conclusão de que o melhor seria a de duas aves por gaiola com 25 cm de frente e 45 cm de profundidade, 43 cm de altura e dispostos em dois andares de cada lado do barracão, a uma altura de 60 cm do solo.

No final desta década em 1977, professores da Universidade de São Paulo, coordenado por Prof. José Américo Bottino em parceria com o sindicato rural de Bastos iniciou a jornada técnica realizada anualmente, abordando nas palestras temas relevantes para a atividade avícola.

3.4 - Os anos 80

O alojamento de aves era mais de 5.500.000 aves alojadas e em aproximadamente de 147 avicultores (YOSHIDA,1987). O número sensibilizou o Governo Estadual e o município recebe em 16 de julho de 1981 uma Unidade laboratórial de patologia avíária e bromatologia. Veterinários e zootecnistas iniciaram suas pesquisas com objetivo de solucionar as doenças avícolas e problemas de qualidade de matéria prima. Atualmente conhecido como Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola / Instituto Biológico da APTA,

Nos anos 80 as produções foram maiores do que o mercado poderia absorver, a sobra de ovo e baixos preços fizeram com que os produtores e órgão representativos como sindicato executassem promoções de venda com governo do Estado. Os ovos eram vendidos pelos produtores nos pontos de ônibus e nas saídas do metrô em São Paulo. Esta crise forçou os produtores a oferecerem os seus produtos para locais mais distantes, para outros Estados como Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Goiás, Amazônia, Pará, Maranhão, entre outros. Devido a necessidade de exportar ovos para fora do Estado com procedência fiscalizada, começaram a surgir os primeiros estabelecimentos com fiscalização pelo serviço de Inspeção Federal, do Ministério da Agricultura.

A questão sanitária foi crítica nesta década, marcadas por doenças provocadas por vírus da Marek, Leucose, Bronquite infecciosa e bactérias causadores da Mycoplasmose, coriza infecciosa e estafilococose. Foram utilizadas antibióticos em grande quantidades, tornando resistentes Bactérias aos fármacos utilizados. No entanto, doenças virais foram marcantes pois

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as vacinas ainda era inacessível e os medicamentos disponíveis como antibióticos não tem eficácia no tratamento das viroses.

O sistema de criação de aves com múltiplas idades criava sérios problemas sanitários. Pesquisadores, professores de universidades aconselhavam e alertavam dos graves riscos que os produtores estariam correndo. Os diagnósticos destas doenças foram realizados pela Universidade e fabricantes de vacinas, através de amostras de órgão de aves contaminadas. Os resultados deste trabalho geraram conhecimento sobre programa de vacinas, vacinações, unificação de aves em lotes - dispostas distante uma das outras fisicamente, utilização de desinfetantes e enfatizou a noção de biossegurança..

Os epidemiologistas sugeriam o trabalho em todo município, uma vez que granjas estavam localizadas muito perto uma das outras, portanto recomendaram-se a adoção de desinfecção sistemática dos aviários, veículos e fômites com desinfetantes e programa de vacinação uniforme.

Os barracões estilo californiano ficaram padronizados com tamanho de 100x3m, cobertura de telha de barro, 2,4m de altura. A gaiola de arame com 2 aves, tamanho 25cm x 45 cm de fundo, dispostos uma sobre a outra, em 2 andares. O cocho era construído de madeira contínuo o que permitia o arraçoamento com caçamba automática que corria sobre o cocho. Os bebedouros eram de alumínio em formato de calha, abria-se a torneira em uma ponta, a água corria pela calha por toda a extensão do barracão até cair ao final em um esgoto. Os estercos ficavam amontoados abaixo da gaiola. Iluminação com lâmpadas incandescentes de 40Watts, fornecendo as aves um período de 17 horas de luz.

3.5 Escala produção nos anos 90

O cenário da avicultura de postura no início da década de 90 era bastante otimista. A incidência de doenças parecia estar controlada, por meio das práticas de manejo como o vazio sanitário que estava sendo respeitado, programa de vacinação adequado e a desinfecção sistemática realizada. As aves respondiam produzindo cada vez mais, chegando a postura de até 330 ovos em um ciclo – duração de 80 semanas de idade.

Uma nova técnica trazida do Japão denominada de “muda forçada” passou a ser difundida entre os avicultores locais. Essa técnica consiste na renovação do ciclo produtivo da ave, através do aproveitamento de aves em fim de ciclo produtivo e utilizando-as em um novo ciclo de produção, denominado segundo ciclo. O método consiste em provocar “stress” controlado forçando a queda das penas das aves através da restrição alimentar por até 14 dias sendo mantido apenas o fornecimento de água, ao reduzir 25% a 30% do peso vivo, aves voltam a ser tratadas com alimentação a base de milho por mais 50 dias até o retorno da produção. Desta maneira, aves chegam a postura de até mais 100 ovos. Normalmente as aves são utilizadas na propriedade aproximadamente por 80 semanas de idade, quando são descartadas e substituídas por frangas. O procedimento de muda forçada prorroga a utilização das aves por até 180 semanas de idade, o que proporciona ao produtor redução de custos com a aquisição de novo lote, utilizando este já em produção.

Quando o município de Bastos atingiu a marca de oito milhões de aves, verificou-se um problema, esse grande número de aves era responsável pela produção de muitos ovos, mas, resultava também na produção de oito milhões de quilos de excretas ao mês, gerando um grave problema ambiental. Com a questão ambiental em alta em decorrência de vários movimentos e a realização da Rio 92, evento mundial sobre o meio ambiente, foram

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necessárias várias ações a fim de reduzir a grande infestação de moscas em todo o município além do odor fétido proveniente da grande quantidade de esterco produzido.

Em 1993 a prefeitura por ato administrativo decretou a formação da comissão municipal de avicultura com objetivos de buscar tecnologia para agregar valor ao ovo através da industrialização e trabalhar a questão da qualidade do meio ambiente tornando saudável. Diversos estudos realizados verificaram que através do manejo das excretas seria possível o controle das moscas, elaborou-se então um conjunto de ações ao combate a mosca através do controle biológico (utilizando inimigos naturais), do controle físico (com a utilização de estrados sob as gaiolas para facilitar a secagem dos estercos por aumentar a área de superfície de contato entre as fezes e o ar para a eliminação de fatores predisponente, como a umidade) e o controle químico (com a utilização de produtos químicos).

A difusão e transferência do conhecimento eram realizadas através de cursos e treinamentos sistematicamente oferecidos aos operadores das granjas pelo dirigente do Laboratório de Patologia Avícola juntamente com empresas do setor. Esses conhecimentos resultaram em ganhos na produtividade e na diferenciação dos produtos. Alguns produtores passaram a investir na produção de ovos caipira, ovos enriquecidos com vitaminas, com ômega 3, intensificando a cor da gema no intuito de diferenciar o produto e explorar novos nichos de mercado.

Nos anos 90, o Governo Federal iniciou o Programa de Política Pública facilitando a importação de equipamentos para avicultura. A Artabas, fabricante de gaiolas e equipamentos avícolas fez parcerias com empresas estrangeiras para produção de equipamentos para a avicultura e trouxe novos e modernos conceitos em sistemas de produção. Equipamentos como o tratador automático, bebedouros chupeta (nipple) ou taça, lâmpadas fluorescentes, esteiras coletoras de ovos começaram a ser lançados no mercado.

Ao final da década, em 1998 a incidência da doença de gumboro causou a mortalidade de aves jovens, chegando a atingir em alguns lotes até 70% das aves. De acordo com especialistas da universidade de São Paulo, os avicultores investiram muito em tecnologia, mas, deixaram de realizar o manejo básico de limpeza e desinfecção. A doença de Gumboro foi controlada através de rígidos programas de profilaxia específicos através de vacinas e através do controle do meio ambiente com a utilização de cercas vivas, desinfecção, isolamentos, higiene e limpeza etc.

O consumidor mais exigente, dotado do código de defesa do consumidor e juntamente com a mídia iniciou uma demanda por qualidade do produto, chegando a interditar algumas granjas no Brasil. Em Bastos, o Ministério da Agricultura através dos fiscais agropecuários, realizaram operações para que todas as granjas fossem estabelecimentos relacionados no Serviço de Inspeção Federal e passou a exigir fiscalização com acompanhamento nos depósitos processadores de ovos com rigor e exames bacteriológicos e físico-químicos rotineiros em ovos e água. A adoção de produtos como cloro e dióxido de cloro entre outros passaram a ser obrigatórios na lavagem dos ovos, bem como a perfeita higienização do local de processamento e dos equipamentos utilizados.

3.6 - Expansão e consolidação do sistema produtivo

O mais recente agente etiológico causador da doença de Laringo traqueíte estabeleceu-se na região de Bastos em 2002, chamando atenção do Ministério da Agricultura e Coordenadoria da Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, alertados pela ocorrência mundial de

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influenza aviária nos países asiáticos. Com a constatação da doença, o governador do estado de São Paulo determinou a interdição de todas as 120 granjas da região, e a criação de uma área, denominada um bolsão de Bastos, constituído por 16 municípios, sendo 14 do EDR de Tupã e 2 de Presidente Prudente, representando 16 milhões de aves. Visando controlar o avanço da doença na região foram implantadas medidas como proibição da realização de muda forçada nas aves para evitar “stress”, a obrigatoriedade do descarte de aves apenas em abatedouro local, a permanência das aves em produção até 90 semanas de idade, a proibição de vendas de aves vivas bem como o transito para outras localidades. O programa deu prosseguimento com estabelecimento da vacinação, acompanhamento de lotes pelos veterinários, tratamento de excretas e aconselhamento nos procedimentos de higiene, limpeza e vazio sanitário.

Passados cinco anos da incidência de Laringotraqueíte na região, os lotes de múltipla idade voltaram a ser implantados, buscando reduzir custos na logística da distribuição de ração e coleta de ovos. A prática de muda forçada foi liberada na região desde que haja fiscalização e controle sanitário. Os programas de vacinação e o controle sanitário continuam rigorosos, assim como todas as medidas de biosseguridade nas granjas para evitar a incidência desta e de outras doenças nas criações. Quanto às instalações, os galpões continuam diversificados, variando desde a altura do pé direito de 2,4 a 6 metros e largura de 3 a 15 metros ao comprimento de 100 a 150 metros. Nestes galpões são colocadas as gaiolas com dois andares (chamados de californianos) ou de sistemas de baterias, com 6 conjunto de gaiolas sobrepostas umas nas outras. O tamanho das gaiolas varia de 25 cm de frente por 45 de profundidade com duas aves, o mais comum encontrado é de 50 por 50 cm com 5 aves, no entanto pode ser encontradas no tamanho de 60 por 62 cm sendo alojado 10 aves por gaiola. A automação tornou-se muito presente em muitas granjas da região de Bastos, desde o fornecimento de ração e água até a coleta de ovos, atualmente é possível que o produto final, o ovo, seja coletado nos galpões e chegue ao consumidor sem que haja contato manual, um processo totalmente automatizado. Os ovos são coletados em esteiras que os conduzem para o depósito de ovos onde são levados diretamente para as máquinas de lavar, selecionar, classificar e embalar. O trato das aves é feito de forma automática utilizando diversos sistemas, podendo ser de cocho de zinco com sistemas de espiral que conduzem as rações ou cocho tradicional com caçamba automática. O material utilizado pode variar de madeira, zinco, plástico, tubo pvc cortado ao meio, fibra de vidro, sendo o mais comum madeira e o zinco.

A água de bebida é fornecida por sistemas mais econômicos como o copo e chupeta (niple). A calha de alumínio está ultrapassada. A quantidade de água necessária no sistema de copo ou chupeta é de 300ml de água enquanto que no sistema de calha é de 1 litro por ave por dia.

A iluminação é feita com lâmpadas fluorescentes PL de 9 a 11 Watts trazendo economia com relação às utilizadas anteriormente, a lâmpada incandescente de 40W.

As excretas das aves são coletadas freqüentemente nos sistemas de criação em bateria, e retirado através de esteiras dispostas sob as gaiolas. Em sistemas onde as gaiolas ficam dispostas ao longo do galpão em dois andares em linha, costuma-se utilizar ripados sob as gaiolas para facilitar a secagem do esterco e dificultar a proliferação de moscas e exalar odor fétido. O adubo tem mercado valorizado, a sua venda gera renda e emprego.

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Os produtores cooperados de cooperativas reduziram com o tempo, a maioria dos produtores tem um sistema verticalizado, produzem frangas, fabrica sua própria ração, produzem ovos, processa e embala sua produção.

Os avicultores ganharam o conhecimento na produção e manejo das aves e aumentaram a escala de produção. A experiência em criar galinhas levou os produtores a iniciarem a criação de codorna devido à demanda de clientes de ovos de galinha tornando a região detentor também do maior plantel de codorna do Brasil.

Os produtores que a criam as galinhas no sistema solto superam as dificuldades devido a existência de vacinas contra salmonelose e coccidiose, agentes patogênicos limitadores da produção neste sistema. A produtividade de ovos não diferem entre os sistemas tanto solto como em gaiolas que pode chegar a 370 ovos/aves.

4. Desafio para o futuro.

Um dos desafios para o futuro é a integração da cadeia produtiva, pois os avicultores dominaram a criação de aves e são competitivos na produção de ovos, no entanto será um desafio aos avicultores introduzirem ovos industrializados na sua atividade.

A questão do bem estar das aves na Europa tem influenciado nas legislações Estadual Paulista e nacional quanto aos tratos de animais. As legislações recentemente aprovados na assembléia legislativa do Estado de São Paulo divergem quanto às condições submetidas aos animais com relação à valorização do bem estar das aves, livre de sofrimentos, stress, privações de água, alimento e um ambiente saudável. Adequações as novas regras deverão ser consideradas para as novas plantas de produção.

A preocupação com o meio ambiente, a elevação da temperatura deve direcionar as novas mudanças na forma de criar aves. O adensamento elevado no sistema criado em gaiolas ultrapassa o limiar do ponto ótimo de conforto térmico das aves causando altas mortalidades nos períodos críticos de temperaturas altas. Os avicultores deverão se adequar à nova realidade considerando os maus tratos aos animais

O esterco tem sido uma fonte de renda para a atividade, no entanto novas regras e procedimentos deverão ser colocados em prática, com intuito deste material orgânico reverter em créditos de carbono e adubo de excelente qualidade.

5. Considerações Finais

A inovação tecnológica em decorrência da difusão e transferência do conhecimento tem um efeito inicial de ganho na competitividade, aumentando a produtividade e reduzindo os custos. Entretanto, a adoção destas novas técnicas é feita até chegar a um ponto de equilíbrio onde a tecnologia adotada não gera mais ganhos havendo a necessidade da introdução de uma nova tecnologia, completando o ciclo.

O perfil e o relacionamento entre clientes e empresas vêem modificando-se ao longo dos anos. Na década de 60 a 70 eram os produtores que procuravam os fabricantes e as empresas para se adequar às suas necessidades tecnológicas. Atualmente, são as empresas e fabricantes que antecipam esta necessidade e lançam seus produtos que poderão ser adquiridos juntamente com as tecnologias e prestações de serviços.

Nas décadas de 90 o governo brasileiro adotou a política pública facilitando a importação de equipamentos avícolas para modernizar o setor. Nos anos de 95 a 98 muitos avicultores

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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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importaram os equipamentos, incrementando a tecnologia, nas gaiolas, material das gaiolas, nos bebedouros, comedouros, coleta e classificação de ovos.

As tecnologias de vacinas, nutrição, genéticas e manejo foram aprimorando de tal forma que as aves criadas em diversos sistemas diferenciam pouco com relação à produção, bastando seguir um programa indicado corretamente.

Neste setor de avicultura de postura, a capacidade genética das aves está superando as linhagens anteriores tanto na produtividade, qualidade como na viabilidade. Qualquer que seja a estratégia adotada pela empresa, os capitais significativos investidos no sistema devem refletir na obtenção de custos mais competitivos e no atendimento de uma demanda por produtos de alta qualidade. A tecnologia contribui para o desempenho ao longo prazo das empresas, oferecendo vantagens competitivas, que resultem em menor custo por unidade produzida associadas à melhor qualidade.

A inovação tecnológica visa absorver, gerar e acumular conhecimentos de forma contínua, em constante aprendizado e a tecnologia representa justamente o domínio desse conjunto de conhecimentos. Referências

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