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EVIDÊNCIAS DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA: SINTOMAS E SOLUÇÕES. Área temática: Gestão Econômica e Financeira Marina Mendonça [email protected] Cristiano Morini [email protected] Resumo: A análise das trocas comerciais do Brasil no cenário internacional ajuda a entender a perda de participação da indústria do país no mercado internacional, o que denota perda de competitividade, tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo. O presente artigo tem como objetivo identificar as principais evidências da ocorrência da desindustrialização no Brasil no período que compreende uma década, entre 2003 a 2013, por meio da análise da balança comercial. A pesquisa teórica e exploratória levanta alguns determinantes para o processo de desindustrialização, como a “doença holandesa”, presente no país desde 1980, evidenciada pela reprimarização da pauta exportadora, assim como a elevada tributação sobre os produtos internacionais. Um protecionismo excessivo desestimula as indústrias nacionais se tornarem competitivas e a se integrarem em cadeias globais de valor. Do lado das importações houve aumento da demanda por produtos com baixa intensidade tecnológica para a produção de outros bens, assim como de produtos manufaturados para reabastecer o mercado interno. A literatura evidencia que, para alavancar a competitividade da indústria nacional, faz-se necessário uma maior integração em cadeias globais de valor. Palavras-chaves: Indústria, Competitividade, Importação, Exportação, Balança Comercial.

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EVIDÊNCIAS DA DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA:

SINTOMAS E SOLUÇÕES. Área temática: Gestão Econômica e Financeira

Marina Mendonça

[email protected]

Cristiano Morini

[email protected]

Resumo: A análise das trocas comerciais do Brasil no cenário internacional ajuda a

entender a perda de participação da indústria do país no mercado internacional, o que

denota perda de competitividade, tanto para o mercado interno quanto para o mercado

externo. O presente artigo tem como objetivo identificar as principais evidências da

ocorrência da desindustrialização no Brasil no período que compreende uma década,

entre 2003 a 2013, por meio da análise da balança comercial. A pesquisa teórica e

exploratória levanta alguns determinantes para o processo de desindustrialização, como a

“doença holandesa”, presente no país desde 1980, evidenciada pela reprimarização da

pauta exportadora, assim como a elevada tributação sobre os produtos internacionais. Um

protecionismo excessivo desestimula as indústrias nacionais se tornarem competitivas e a

se integrarem em cadeias globais de valor. Do lado das importações houve aumento da

demanda por produtos com baixa intensidade tecnológica para a produção de outros bens,

assim como de produtos manufaturados para reabastecer o mercado interno. A literatura

evidencia que, para alavancar a competitividade da indústria nacional, faz-se necessário

uma maior integração em cadeias globais de valor.

Palavras-chaves: Indústria, Competitividade, Importação, Exportação, Balança

Comercial.

1. Introdução.

Desde a década de 1980 há uma preocupação entre economistas e industriais

brasileiros a respeito de um possível processo de desindustrialização da economia. No

contexto da desindustrialização existem duas vertentes: a primeira, diz respeito ao processo de

desindustrialização como algo natural e benéfico, que ocorre de forma gradual à medida em

que um país se desenvolve e, consequentemente, se especifica em determinadas etapas de seu

processo produtivo. Já a segunda encara a desindustrialização como algo ruim, uma vez que

as indústrias de um país- que ainda está se desenvolvendo-, deixam de participar da economia

antes de estarem completamente desenvolvidas. Para muitos economistas brasileiros, o Brasil

se enquadra neste último processo.

Nos últimos dez anos a balança comercial brasileira passou a apresentar déficits

crescentes nos setores industriais e o que a impediu de ficar com o seu saldo negativo foram

os superávits causados pela exportação de commodities. O Brasil exporta, em quase metade de

sua pauta exportadora, produtos básicos, muito concentrado em commodities e pouco em

manufaturados, o que o deixa vulnerável à desaceleração da atividade econômica.

Neste contexto, o objetivo deste artigo é apresentar possíveis comprovações de que o

Brasil passa por um processo de desindustrialização durante uma década, compreendida entre

os períodos de 2003 a 2013, por meio de suas trocas internacionais, ou seja, a análise da

balança comercial do país. Entender a relativa expressividade da indústria no país se faz

necessário para compreender também o baixo processo de desenvolvimento econômico que

este tem passado. A importância de se obter uma indústria moderna e competitiva para o

desenvolvimento do país se torna, portanto, evidente: a começar pela acumulação de capital

que ela proporciona, pelo dinamismo que acarreta nos demais setores e pela geração de

emprego que ocasiona.

Dada a importância da indústria na economia, o artigo propõe uma contribuição com a

análise do setor nos últimos anos e os rumos que a economia tomou frente ao comércio

internacional. O trabalho não tem por objetivo analisar todas as evidências do processo de

desindustrialização, até porque o estudo será feito sobre uma perspectiva: a análise da balança

comercial brasileira. Logo, não será analisada a dinâmica interna industrial, mas mesmo assim

este ponto será abordado brevemente como o baixo envolvimento do setor em pesquisa e

desenvolvimento para geração de tecnologia interna. O artigo está dividido em quatro partes,

sendo a primeira esta introdução. A segunda parte aborda o conceito de desindustrialização e

suas causas. A terceira compreende uma discussão sobre as consequências da

desindustrialização para o Brasil no que tange às trocas internacionais. A quarta e última parte

apresenta as considerações finais deste trabalho, as conclusões que se pode tirar do estudo em

relação aos trabalhos já apresentados.

2. O conceito de Desindustrialização.

A desindustrialização se caracteriza como uma situação na qual a indústria perde valor

como fonte geradora de emprego, no valor adicionado e em proporção ao emprego total e do

PIB, respectivamente (DIEESE, 2011).

A literatura econômica faz duas ressalvas quanto à desindustrialização. A primeira

pode ser considerada estrutural, onde há uma tendência natural da perda de peso da

participação da indústria no mundo. Isso se deve ao crescimento econômico, às mudanças nos

padrões de consumo, especialização do setor industrial e aumento do setor de serviços, o que

quer dizer que: quanto mais um país se desenvolve, mais o setor manufatureiro acaba cedendo

espaço ao terceiro setor, o qual passa a absorver maior parte da mão de obra, e a indústria

deixa de ser a principal fonte de geração de emprego. Essa situação pode se comumente

observada em países desenvolvidos (BONELLI et al., 2013).

No entanto, a desindustrialização se torna disfuncional quando é acompanhada por

uma reprimarização da pauta exportadora, ou seja, ao invés das indústrias passarem a exportar

bens de maiores intensidades tecnológicas, elas se voltam à exportação de commodities e bens

de baixo valor agregado. Neste segundo caso, a desindustrialização é vista como algo

negativo, uma vez que é causada por uma falha de mercado que irá comprometer toda a

indústria, fazendo com que percam seu espaço no mercado antes de atingirem seu estágio

final de maturidade. Esse último processo, é considerado como um fenômeno patológico para

a economia, pois é decorrente de falhas do setor e ocorrem principalmente em países

desindustrializados ou então de industrialização tardia, que enfrentaram e ainda enfrentam

dificuldades para modernizar o setor (OREIRO; FEIJÓ, 2010). A desindustrialização não está

apenas associada à reprimarização da pauta exportadora, a principal causa que evidencia a

perda de participação da indústria na economia é o aumento do desemprego associado a uma

estagnação na renda, uma vez que a mão de obra liberada pelo setor industrial não é absorvida

pelo setor de serviços.

2.1. Sobre a desindustrialização no Brasil

O Brasil é um país que ainda se encontra em desenvolvimento e sofreu um processo de

industrialização tardia. Os anos 1980 foram marcados por uma instabilidade econômica cujos

altos índices inflacionários refrearam a capacidade de crescimento do país, afetando a

indústria, que segue em declínio até os dias atuais. O decréscimo da indústria em menos de 20

anos de seu surgimento, sugeriu a hipótese de que o país passa por uma desindustrialização

precoce (TONEDO JUNIOR et al., 2013).

A precocidade da desindustrialização significa que o processo de desindustrialização

se inicia antes mesmo da modernização e expansão industrial atingir os níveis das economias

desenvolvidas, e se deve, principalmente, pelas mudanças tecnológicas, pelo deslocamento

das etapas produtivas para países com mão de obra mais barata e também pela ocorrência da

doença holandesa, que pode ser definida como uma “falha de mercado” que ocorre quando

países industrializados passam a exportar mais produtos primários em detrimento dos

manufaturados, onerando assim a sua indústria, como ocorreu na Holanda em 1970.

(BRESSER-PEREIRA, 2008).

Bonelli et al. (2013) divergem quanto ao início da desindustrialização no Brasil.

Mesmo assim, essa divergência não impede de verificar a precocidade da desindustrialização

no país. Marinho, Nogueira e Rosa (2002) também acreditam que o início da

desindustrialização brasileira se deu em 1980, pois foi nesse período que ocorreu o maior

decréscimo industrial da participação do setor manufatureiro no Produto Interno Bruto. Pelas

leis de Kaldor-Vardoorn, o país que mais cresce é aquele que possui maior participação de

suas indústrias no PIB. A Figura 1 ilustra a relação entre PIB e participação da indústria.

Figura 1: PIB e PIB da indústria de transformação de 2000 a 2014.

*Fonte: IBGE, 2015

A Figura 1 reflete o comportamento do PIB com relação à indústria, exemplificando

que a retração na indústria derruba o crescimento do PIB.

Com relação ao comércio internacional, o volume transacionado pelo país

representava 3,77% de todas as exportações de commodities primárias no mundo, em 2005, e,

em 2009, sua participação subiu para 4,66%. Enquanto isso, os produtos de alta e média

intensidade tecnológica, que são considerados industrializados, representavam 0,94% das

exportações, em 2005, caindo para 0,49% em 2009 (IPEA, 2011).

Em vista disso, pode-se observar que nestes últimos anos o Brasil passa por uma

reprimarização de suas exportações, ou seja, ao invés das indústrias do país avançarem de

forma a exportarem produtos de maior intensidade tecnológica, como aeronáuticos e

farmacêuticos, o país se restringe a exportar produtos de baixa tecnologia principalmente

voltado ao setor de commodity, como petróleo, minérios e grãos (CARVALHO;

CARVALHO, 2011). Bacha e Bolle (2013) argumentam sobre o decaimento da parcela de

produtos manufaturados nas exportações, que passou de 55% em 1985 para 36% em 2011.

Essa reversão da pauta exportadora brasileira em direção às commodities deveria ser

alarmante e a preocupação central do governo, pois isso pode ser um sintoma de ocorrência da

“doença holandesa” (BRESSER- PEREIRA, 2011).

Nem sempre onde há desindustrialização há “doença holandesa”, o fato é que essa

doença pode causar a desindustrialização, mas esta também pode ser apenas um processo do

desenvolvimento econômico. No entanto, é válido expor, que quando a indústria nacional foi

exposta a concorrência internacional, já nos anos de 1980, ficou notável o pouco peso que ela

apresentava, uma vez que houve queda das exportações de produtos manufaturados e aumento

das importações para atender a demanda interna. Após esta análise, considera-se que a

desindustrialização no Brasil não é algo natural, mas sim precoce que compromete todo o seu

desenvolvimento econômico direta e indiretamente.

2.2. Causas da desindustrialização no Brasil.

A “Doença Holandesa” é listada por vários autores como uma das principais causas da

desindustrialização brasileira. Uma definição simples para essa “Doença” é que ela seria

causada pela exportação de recursos abundantes e baratos, como as commodities, e essa

produção e exportação seria compatível com uma taxa de câmbio mais apreciada. Ou seja, o

real se tornaria mais forte do que o dólar, deixando outros produtos brasileiros, como os

industriais, menos competitivos no mercado internacional (BRESSER-PEREIRA;

MARCONI, 2008). Nesse caso, a desindustrialização é classificada como algo negativo, pois

resulta de uma “falha de mercado”, já que a existência de recursos naturais gera uma

apreciação da taxa de câmbio e uma depreciação do setor industrial.

A desindustrialização causada pela “doença holandesa” pode ser representada por

meio de déficits crescentes nos setores industriais e superávits crescentes nos setores não

industriais, de tal forma que ela também pode ser chamada de “desindustrialização precoce”,

pois os países que a adquirem iniciam seu processo de desindustrialização antes de atingirem

o ponto de maturidade de seus setores industriais. Isso quer dizer que o país afetado pela

“doença holandesa” mina a sua capacidade de desenvolvimento econômico sem ter esgotado

toda a capacidade produtiva que o setor manufatureiro poderia proporcionar (OREIRO;

FEIJÓ, 2010).

Como dito anteriormente, “doença holandesa” pode ser identificada também, através

da apreciação da taxa de câmbio. No Brasil, a apreciação do real durante os períodos de 2002

a 2008 se deu devido à melhora nos termos de troca, em ocorrência da abundância de recursos

à disposição do mercado internacional, e só foi interrompida em 2008 com a crise financeira

internacional e, como consequência, teve-se a penalização da balança comercial, como será

analisado mais adiante (BRESSER-PEREIRA; MARCONI, 2009).

No entanto, até o ano de 2010, essa apreciação ficou encoberta pelo firme crescimento

da economia mundial, o qual provocou um forte aumento dos preços internacionais das

commodities, o que, em certa medida, compensou o efeito do preço negativo da apreciação

cambial sobre as exportações (GAMBIAGI, 2011). Marconi e Rocha (2012) atribuem esta

estabilidade às políticas restritivas governamentais aplicadas pelo Brasil. Porém, salientam,

reforçados por Oomes e Kalcheva (2007), que a “doença” pode ser vista por meio da elevação

das importações de insumos intermediários, pelo baixo crescimento do setor manufatureiro, o

rápido aumento do setor de serviços, o elevado desemprego e a elevação dos médios salários,

todos estes fatores podem ser observados no país.

A desindustrialização causada pela “doença holandesa” também obriga as indústrias a

importarem mais, uma vez que as elevações das exportações de commodities reduzem a

participação do setor manufatureiro nas exportações e no PIB, de tal forma que compensa

mais ao país importar bens industriais concorrentes que os produzir no próprio país.

Há autores que consideram o aumento das importações como algo benéfico ao

crescimento da economia, devido à redução de custos dos insumos e a possibilidade de

aquisição de bens de capital mais barato, contribuindo para aumentar a produtividade

industrial do país (MARCONI; ROCHA, 2011). Entretanto, essa lógica só é válida se o

produto importado for mais barato do que o nacional, visto que a redução da produção interna

teria de ser compensada no ganho da produção do bem final, o que não ocorre no Brasil,

devido ao protecionismo em determinadas áreas. As tarifas protecionistas aplicadas pelo país,

em comparação a outros países emergentes (Figura 2), como China, Colômbia, Índia,

Indonésia, Malásia, México, Filipinas, Coréia do Sul e Tailândia, são maiores e não

apresentam um ritmo de redução como os demais (CARNEIRO, 2014).

Figura 2: Comparação evolutiva da proteção tarifária total, em

porcentagem.

Fonte: CARNEIRO, 2014.

Os espaços em branco na figura indicam dados não encontrados ou indisponíveis. Mas

mesmo assim, pode-se perceber que as tarifas protecionistas brasileira são as únicas que não

seguem uma redução como os demais países em análise.

A aplicação de tarifas protecionistas no Brasil ocorre desde o século XIX e foram

seguidas, frequentemente, por reformas. Mediante a política de substituição de importações

proposta para o período, as aplicações das tarifas se faziam necessárias como mecanismo de

fortalecimento da indústria doméstica e como correção nos problemas estruturais da balança

de pagamento (OLIVEIRA, 2012). Porém, quando aplicadas por um longo período de tempo,

elas provocaram um efeito de desestímulo ao investimento em pesquisa e desenvolvimento,

fazendo com que as indústrias se desenvolvam com padrões tecnológicos relativamente

atrasados, obrigando-as a importar bens intermediários que encarecem o produto final e

dificulta a competição no mercado internacional (BRAGA, DÁVILA, VIZIOLI, 2013).

A Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das empresas

Inovadoras (Anpei) constatou que, de 2004 a 2009, a porcentagem de indústrias que realizam

alguma inovação em produto ou processo ficaram bem próximas. Em 2004, foram 72 mil

empresas pesquisadas, e 33,3% realizaram inovação. Já em 2009, o total de empresas

compreendeu a 91.055 e 33,4% realizaram inovação em produto ou processo. Para Pereira e

Kruglianskas (2005), esse resultado se deve à pouca quantidade de políticas incentivadoras ao

desenvolvimento industrial, sem mencionar os entraves que impedem o financiamento a

pesquisa e desenvolvimento, as altas taxas de juros, a correção monetária e lentidão no

processo de aprovação de projetos, a burocracia e as exigências excessivas.

Em 1848, o ministro da fazenda brasileira disse que “só deveriam merecer proteção às

indústrias que possam em um prazo mais ou menos breve, chegar a um ponto de robustez que

a habilite a viver e a crescer de seus próprios recursos, gerando benefícios maiores do que

chegou a custar” (VISCONDE DO ITABORAÍ, 1848, apud VERSIANI, 2012, p. 10).

No Brasil, as maiores tarifas protecionistas são aplicadas sobre bens intermediários, os

quais são usados para a fabricação de bens finais. E as tarifas aplicadas sobre esses produtos

ocorrem com intuito de proteger a indústria nacional, visto que elas são aplicadas a todos os

produtos que o Brasil importa, deixando-os com preços mais elevados do que os nacionais.

Contudo, quando aplicadas de forma excessiva, pode elevar o custo de produção dos bens

finais, fazendo com que a indústria se torne menos competitiva por ter seus produtos com

preços mais elevados no mercado (CARNEIRO, 2014).

Para entender a aplicação das tarifas protecionistas, se faz necessário entender qual

espaço o bem ocupa no mercado, pois as tarifas são aplicadas conforme a intensidade

tecnológica desses bens. Isso quer dizer que há no mercado bens classificados como

primários, de manufatura intensiva e de bens de capital, bens de baixa, média e elevada

intensidade tecnológica.

De uma forma bastante simplificada, a Fundação Centro de Estudos do Comércio

Exterior (FUNCEX, 2010) adaptou a classificação do Sistema Harmonizado em grandes

categorias de intensidade tecnológica e grupos de produtos afins que podem ser identificados

na Figura 3.

Figura 3: Classificação dos bens segundo a intensidade tecnológica.

Categorias de Bens

por Intensidade

Grupo de produtos

Não Industrializados

(primários)

Agricultura, pecuária, pesca extrativa florestal e mineral.

De manufatura

intensiva e bens de

capital

Alimentos, bebidas e fumo Madeira e seus produtos; papel e

celulose; gráfica Têxtil, couro e calçados Produtos manufaturados

não especificados.

Intensidade

Tecnológica

Fonte: FUNCEX, 2010.

Classificado os bens, torna-se mais fácil analisar a aplicação das tarifas com base na

intensidade tecnológica do produto.

Figura 4: Evolução do total das tarifas protecionistas em porcentagem de 2003 a 2012.

Fonte: CARNEIRO, 2010.

As Figuras 3 e 4 apresentam dados que mostram que os produtos que mais “sofrem”

com a aplicação de tarifas mais altas são aqueles que possuem alguma intensidade em

tecnologia, principalmente os de baixa intensidade. Isso porque esses produtos são muito

utilizados como bens intermediários, ou, no caso, são usados para a fabricação de outros bens.

Conclui-se que essas tarifas contribuem para a elevação do preço final do produto que é

oferecido no mercado interno, o que, por sua vez, desestimula o consumo e, por conseguinte,

desacelera a produção industrial.

Outra preocupação que o país deve ter, com a perda da competitividade industrial e o

aumento das importações, é a possibilidade de as indústrias brasileiras se tornarem grandes

Baixa

Borracha e produtos plásticos. Metais ferrosos. Metais não

ferrosos. Produtos minerais não metálicos. Produtos metálicos.

Refino de petróleo. Construção e reparação naval Produtos

manufaturados diversos.

Média

Produtos químicos e farmacêuticos (parcial). Veículos

automotores. Outro material de transporte (parcial). Máquinas e

equipamentos (parcial). Máquinas, equipamentos e material

elétrico (parcial). Material de escritório e informática (parcial).

Material e aparelhos eletrônicos e de comunicações (parcial).

Instrumentos diversos (parcial).

Alta

Aeronáutica e aeroespacial. Armamentos. Computadores e

máquinas de escritório (parcial). Eletrônica e telecomunicações

(parcial). Farmacêutica e medicamentos (parcial). Instrumentos

científicos Máquinas elétricas (parcial). Máquinas não elétricas

(parcial). Químicos (parcial)

Evolução total das tarifas

protecionistas em %

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

Bens

Primários

9,4 7,15 5,93 5,53 5,69 5,62 5,59 5,58 5,62 5,71

Manufatura intensivas em

bens de capitais

10,77 9,29 7,96 7,76 7,86 7,98 8,05 8,10 8,21 8,32

Baixa Tecnologia

17,42 16,17 15,47 15,42 15,32 18,29 19,26 19,52 19,60 19,92

Média Tecnologia

14,30 13,30 12,56 12,41 12,42 12,37 12,99 12,97 13,03 13,20

Alta Tecnologia

12,47 11,76 10,96 10,47 10,61 10,48 10,41 10,39 10,41 10,44

maquiladoras. Visando reduzir custos, as indústrias importarão componentes para a sua

produção, o que, no longo prazo, poderá resultar no seu fechamento ou então a sua

transformação em grandes maquilas, por se tornarem empresas exportadoras dos bens para

reexportação (OREIRO; FEIJÓ, 2010).

3. Consequências da desindustrialização no Brasil e suas trocas

internacionais: uma análise da balança comercial brasileira.

A primeira consequência da desindustrialização que pôde ser sentida no país foi o seu

impacto na economia, principalmente na balança comercial brasileira que tem sofrido déficits

crescentes entre 2003 e 2013. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2014), não é

surpresa a balança comercial do Brasil registrar déficits. Os custos das empresas cresceram

assim como os custos de produção, de tal maneira que o valor dos produtos importados no

mercado doméstico são mais vantajosos do que os nacionais. A Figura 5 apresenta o saldo da

balança comercial brasileira.

Figura 5: Saldo da Balança comercial brasileira em bilhões de dólares.

Fonte: MDIC, 2014

As commodities tem influenciado positivamente o saldo da balança comercial

brasileira. Indústrias de atuação primária, como as extrativas, obtiveram um crescimento de

5,4% entre 2013 e 2014, e é o que tem evitado uma queda ainda maior do déficit no setor

industrial (CNI, 2014). Apesar de ser algo benéfico à economia, deixar um país dependente da

exportação de commodities torna-o vulnerável às demandas do mercado externo, no médio e

longo prazos, pois o país fica a mercê das oscilações de preços (naturais do mercado de

commodities). Para o Brasil, os produtos primários tiverem um impacto significativo na

balança comercial até 2007, pois a economia internacional se encontrava aquecida, porém

com a crise de 2008 e o resfriamento da economia, as exportações desses produtos decaíram.

Os déficits correntes gerados pela crise nos diversos países do mundo os fizeram parar de

comprar. A China, que era até então a principal compradora de produtos primários brasileiros,

reduziu suas importações pela metade, e a balança comercial brasileira registrou essas

consequências (GMABIAGI, 2011).

Outra consequência preocupante para o país devido à desindustrialização é o papel

crucial no desenvolvimento econômico que as indústrias possuem. Nelas ocorre um efeito

chamado de encadeamento, sendo que no setor industrial de produção de bens intermediários

este efeito é maior do que em qualquer outro setor da economia. O efeito encadeamento cria

um ambiente propício para a difusão tecnológica e inovação, gerando um efeito cíclico,

fazendo com que o aprendizado em inovação e tecnologia resulte no aumento da

produtividade, que é passada para outros setores como efeito “derrama” ou também conhecido

como “spillover” (BRAGA et al., 2013).

Em outras palavras, é por meio do setor manufatureiro que o progresso tecnológico

ocorre. Assim, os países que possuem maiores crescimentos são aqueles capazes de

aperfeiçoar, agregar valor e reduzir os custos de seus produtos, firmando-se no mercado

internacional como produtores competitivos de bens que incorporam tecnologia e inovação

(MARCONI; ROCHA, 2012). Não há nada demais em um país explorar suas vantagens

comparativas em relação a outros, o que no caso do Brasil são os bens primários. No entanto,

a teoria econômica revela que o desenvolvimento econômico começa apenas com a revolução

industrial.

Em suma, a indústria é vista como especial devido aos seus retornos crescentes, o que

é indispensável para um desenvolvimento no longo prazo, sendo a principal difusora do

progresso técnico que permite a participação do país no mercado externo. São essas razões

que comprovam a desindustrialização como um fenômeno negativo, pois reduz o potencial de

crescimento do país, diminui o progresso técnico e mina sua participação no mercado

internacional (OREIRO; FEIJÓ, 2010).

Outra consequência significativa da desindustrialização do país é a sua perda de

participação nas Cadeias Globais de Valor (CGVs). Este é um fenômeno é relevante no

mercado externo, em que as empresas “fatiam” seus processos produtivos comprando serviços

ou componentes de terceiro. As cadeias globais de valor compreendem todas as atividades

desenvolvidas por uma empresa para levar um determinado produto ao mercado, desde sua

concepção até o uso final. Tais atividades vão desde design, produção, marketing, logística e

distribuição até suporte ao cliente final, e podem ser desenvolvidas por uma única empresa ou

então divididas entre diversas empresas, em outras palavras, as cadeias de valor globais são a

fragmentação da especialização vertical das indústrias (REIS; ALMEIDA, 2014). Para fazer

parte deste processo, é preciso que o país tenha baixos custos de produção, facilidade para

importar insumos, engenharia eficiente para o processo de baixo custo de transporte e de

coordenação dos processos entre as diferentes unidades. Nesse contexto, a participação do

Brasil nos negócios internacionais está minada pelo fato do país estar distante de preencher

esses pré-requisitos (BAUMANN; KUME, 2013).

Os países podem ocupar diferentes posições nas CGVs, dependendo da sua

característica de produção. As economias que se encontram no início da cadeia são aquelas

especializadas em matérias primas, pesquisa e desenvolvimento, entre outros. Por sua vez,

ficam no final da cadeia, economias especializadas em montagem de produtos e atendimento

ao cliente, sendo estas últimas, as que mais se beneficiam, em termos de lucro, da divisão das

atividades globais (REIS; ALMEIDA, 2014).

O Brasil ocupa uma posição marginal nessas cadeias desde os anos 1990, uma vez que

a combinação de abertura comercial, câmbio valorizado e juros altos ocasionou o

desaparecimento de alguns elos de cadeias produtivas da indústria de transformação, o que

gerou perda de valor agregado no país em várias cadeias de produção. Nos anos 2000, época

em que o país podia reverter o quadro, a taxa de câmbio e os juros se mantiveram nos mesmos

níveis da década anterior, o que prejudicou as exportações do setor industrial e os

investimentos em setores com maior dinamismo. Assim, o país não acompanhou o avanço e a

diferenciação industrial que ocorria globalmente e não se integrou aos fluxos de comércio

exigidos pela nova configuração da produção.

Com isso, pode-se dizer que o país precisa de indústrias modernas e integradas para

participar das cadeias globais de valor, além de entender que produtos manufaturados são elos

nas cadeias de produção mundial, já que eles ajudam no estabelecimento do comércio com

outros países. A maioria dos produtos básicos exportados pelo Brasil é enviada aos outros de

forma inacabada e, ao país importador, cabe à transformação desses produtos deixando-os

com maior valor agregado. Este processo implica em transtornos às importações pelo fato de

o país precisar recomprar parte destes produtos. Este contexto pode ser percebido no aumento

de consumo de bens duráveis e não duráveis para consumo interno, assim como nos setores

automotivos e de máquinas e equipamentos, os quais sofrem com a invasão de produtos

industriais estrangeiros, evidenciando mais uma vez a perda da capacidade competitiva do

setor.

4. Considerações finais.

Perante o estudo realizado na literatura, sobre as trocas comerciais brasileiras com o

restante do mundo, permitiu-se a descoberta de algumas das causas da desindustrialização do

país, sendo a “doença holandesa” a principal delas, uma vez que há evidências de que ela já se

encontrava no Brasil desde 1980 e continua intensificando a desindustrialização até os dias

atuais.

O processo de desindustrialização se dá, portanto, pelo lado das exportações e pelo

lado das importações. Para as exportações houve reprimarização da pauta, caracterizada por

um avanço nas exportações de produtos primários em detrimento dos produtos de maior valor

agregado. Isto ocorre por motivos internos e externos à economia brasileira. Como fator

externo, tem-se o aumento das exportações de produtos primários nos últimos anos,

incentivado pelo aquecimento da economia internacional, principalmente por causa do

crescimento chinês que passou a demandar maiores quantidades de commodities, como

minério de ferro, soja, óleos brutos e petróleo, e outros. O preço favorável dos artigos

primários no mercado externo influenciou positivamente o câmbio para este item, no entanto

deteriorou a exportação de bens manufaturados, sendo este o fator interno do processo de

desindustrialização, assim como a falta de infraestrutura, logística, e investimentos em

pesquisa e desenvolvimento que ajudaram a prejudicar o parque industrial brasileiro.

Do lado das importações houve aumento da demanda por produtos com baixa

intensidade tecnológica para a produção de outros bens, assim como de produtos

manufaturados para reabastecer o mercado interno. Um exemplo disso foi o aumento da

importação de veículos nos últimos dez anos, indicando a perda de competitividade do setor.

Além deste, outros setores como o de máquinas e equipamentos eletrônicos e até mesmo

setores mais básicos sofrem com a invasão de produtos importados para atender à demanda

nacional. Esses fatores mostram a baixa competitividade do setor manufatureiro nacional

frente à concorrência externa, que também pode ser evidenciada pelo aumento gradativo das

tarifas protecionistas como tentativa de impulsionar a indústria.

Todos estes fatores tiveram um forte impacto na balança comercial brasileira, que se

mostrou com déficits crescentes durante dez anos, mas que foram encobertos pelos superávits

causados pela exportação de produtos primários, evidenciando que a balança comercial jamais

deixou de depender dos saldos positivos gerados pelas commodities, o que pode ser ruim para

o país uma vez que este fica vulnerável aos solavancos do mercado internacional, como ficou

comprovado com a crise de 2008.

Outra consequência representada pela dependência do setor de commodities é a

posição marginal que o país ocupa nas cadeias globais de valor, como exímio exportador de

produtos primários. A não participação nesse sistema de produção significa não participar da

economia mundial, e, portanto, há necessidade de se obter uma maior integração da indústria

brasileira a estas cadeias uma vez que elas também podem estimular o desenvolvimento

industrial, o que pode ocasionar melhorias para os outros setores da economia devido à

capacidade de encadeamento que ela possui. Integrar-se a essas cadeias significa deixar as

indústrias brasileiras modernas e competitivas, mas para que isso ocorra é necessário que o

país desenvolva a sua economia como um todo, atentando-se para alguns pontos principais.

Em primeiro lugar é necessário que o país elimine os gargalos que impedem a

desindustrialização e passe a investir mais em pesquisa e desenvolvimento, logística,

infraestrutura e comunicação, além de diminuir as elevadas taxas de juros e burocracia

excessiva que envolve desde a aprovação de projetos industriais até abertura de uma nova

fábrica. O governo brasileiro criou vários planos de incentivo à industrialização e conta com

órgãos de fomento para que isso ocorra. No entanto, a literatura mostra que os resultados são

pouco impactantes para o setor.

Em segundo lugar, é necessário que haja maior integração entre Indústria, Estado e

Universidade para que se estimule o conhecimento técnico e se intensifique o pensamento

inovador. É preciso compreender que o Estado é um dos protagonistas do projeto de

desenvolvimento industrial no país. Este, juntamente com o setor privado, deve atuar para a

construção da competitividade da indústria nacional antes de expô-las à concorrência externa,

como foi feito nos anos 1990. Além de que é primordial que exista coerência entre as políticas

macroeconômicas (cambial e monetária) e as políticas industriais construídas internamente,

para que a indústria possa obter um bom desempenho interna e externamente ao país.

Há outros aspectos importantes que não foram considerados nesta pesquisa que afetam

a indústria do país e que podem ser temas de estudo para outros trabalhos, como por exemplo:

as dificuldades logísticas do país; a falta de integração entre os diferentes estados nacionais e

as grandes diferenças produtivas que estes apresentam entre si; o problema do custo da

energia elétrica; o problema do financiamento industrial e o conhecimento por parte dos

empresários sobre os órgãos de fomento e planos estatais; a qualificação da mão-de–obra que

compõe o país; o estímulo ao empreendedorismo; entre outros fatores que afetam o

crescimento da indústria brasileira.

No entanto, o importante é entender que o desafio colocado ao Brasil consiste na

capacidade de o país em se adaptar a estas novas tendências sem que o projeto de

desenvolvimento nacional seja interrompido ou prejudicado. O essencial é que as

oportunidades de desenvolvimento industrial sejam aproveitadas de modo a beneficiar a

economia como um todo.

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