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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO FATORES ASSOCIADOS À CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM IDOSOS EVELIN RODRIGUES SIQUEIRA SÃO PAULO 2017

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO

FATORES ASSOCIADOS À CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM IDOSOS

EVELIN RODRIGUES SIQUEIRA

SÃO PAULO 2017

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EVELIN RODRIGUES SIQUEIRA

FATORES ASSOCIADOS À CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM IDOSOS

SÃO PAULO 2017

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós Graduação Stricto Sensu em

Ciências do Envelhecimento da

Universidade São Judas Tadeu como

requisito para á obtenção do

Título de Mestre em Ciências do

Envelhecimento sob orientação do Prof.

Dr. Danilo Bocalini.

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da

Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Siqueira, Evelin Rodrigues

S618f Fatores associados á constipação intestinal em idosos / Evelin Rodrigues

Siqueira. - São Paulo, 2017.

78 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Danilo Sales Bocalini.

Dissertação (mestrado) - Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2017.

1. Constipação intestinal. 2. Idosos. 3. Fatores associados. I. Bocalini, Danilo

Sales. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 305.260981

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”

Cora Coralina

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Ao meu DEUS,

e aos meus pais que sempre me incentivaram e sem eles nada seria possível.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Danilo Bocalini, meu orientador, agradeço a paciência e atenção no

desenvolvimento desse importante projeto na minha carreira profissional.

Aos meus pais, José e Maria, pelo incentivo e carinho depositado em mim, para não

desistir dessa batalha, amo vocês.

A minha irmã e meu cunhado, Jéssica e Henrique pelo incentivo e apoio.

Ao meu companheiro, Marcelo pela paciência e compreensão nos dias difíceis.

À minha querida prima Valéria Ribeiro que de uma maneira especial contribuiu para

a realização desse projeto.

À minha querida amiga Jaqueline Reis pela força, orações e carinho durante anos.

À querida amiga e colega de profissão Karina Maffei, pelas longas conversas de

incentivo, força e horas de estudo nesses dois anos e meio de Mestrado.

À minha amiga Tatiana Freitas, por toda a amizade desde a época de graduação,

pelo ombro amigo e risadas durante todos esses anos.

Ao colega e professor Junior da educação física que sempre incentivou seguir em

frente nesse curso.

Aos diretores da Clínica Dr. Família que permitiram que esse trabalho fosse

realizado de uma forma tão especial entre os pacientes.

Aos idosos, que gentilmente dedicaram um tempo de suas atividades para participar

desse trabalho.

Aos colegas e professores do Mestrado, pelo convívio agradável e claro pelas trocas

de experiências.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela

concessão da bolsa de Mestrado, sem a qual não seria possível a realização deste

estudo.

E a todos àqueles que, por um lapso não mencionei, mas colaboraram para a

realização desse projeto.

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RESUMO SIQUEIRA ER. Fatores associados à constipação intestinal em idosos. [Dissertação

de Mestrado em Ciências do Envelhecimento]. São Paulo: Universidade São Judas

Tadeu; 2017.

A expectativa de vida e o número de idosos têm aumentado nos últimos anos, o avanço

da ciência tem a sua contribuição para o controle e tratamento de diversas doenças que

foram responsáveis pela mortalidade da população no século passado. Os fatores e

causas associados à constipação intestinal em idosos estão relacionadas com a idade,

com maior frequência em mulheres, baixo consumo de fibras, uso de medicamentos e

alteração da microbiota intestinal. A constipação intestinal é definida como um

transtorno por uma dificuldade persistente de evacuar (3 - 4 evacuações por semana)

e/ou uma sensação incompleta e/ou movimentos intestinais infrequentes. Diante dessas

considerações e tendo em vista que a constipação intestinal é um transtorno que pode

impactar a qualidade de vida e saúde do idoso e alguns fatores de risco podem ser

tratados antecipadamente visando à prevenção e o controle de algumas doenças, este

estudo tem o objetivo de verificar os fatores associados e a prevalência de constipação

intestinal em idosos. Este estudo é caracterizado como observacional de análise

transversal e descritiva, que irá investigar a prevalência e os fatores associados á

constipação intestinal em idosos frequentadores da Clínica Dr. Família no município de

São Caetano do Sul no estado de São Paulo. Foram aplicados seguintes questionários:

sócio demográfico, avaliação das práticas alimentares, hábito intestinal, estado

nutricional, estilo de vida, nível de atividade física, e avaliação da qualidade do sono.

Foram avaliados 68 idosos, no qual foi encontrada a prevalência de constipação

intestinal de 39,7%, observou-se uma prevalência maior nas mulheres, ambos os grupos

apresentou excesso de peso, embora os estilo de vida foi avaliado como muito bom, a

prática de atividade física foi adequada em ambos os grupos, porém no grupo de

constipados a recomendação mínima foi significantemente atingida. Por fim, os achados

deste trabalho mostra o impacto negativo da constipação intestinal na saúde dos idosos

e implica no aprimoramento e extensão dos serviços de assistência à saúde que pode

contribuir para a prevenção de sintomas.

Palavras chaves: constipação intestinal, idoso, prevalência, fatores associados.

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ABSTRACT

SIQUEIRA ER. Factors associated with intestinal constipation in the elderly.

[Master's Dissertation in the Sciences of Aging]. São Paulo: São Judas Tadeu

University; 2017.

Life expectancy and the number of elderly have increased in recent years, the advance

of science has contributed to the control and treatment of several diseases that were

responsible for population mortality in the last century. The factors and causes

associated with intestinal constipation in the elderly are related to age, more frequently in

women, low fiber intake, use of medications and alteration of the intestinal microbiota.

Intestinal constipation is defined as a disorder due to persistent difficulty in bowel

movements (3-4 bowel movements per week) and / or an incomplete sensation and / or

infrequent bowel movements. Considering these considerations and considering that

intestinal constipation is a disorder that can impact the quality of life and health of the

elderly and some risk factors can be treated in advance to prevent and control some

diseases, this study aims to To verify the associated factors and the prevalence of

intestinal constipation in the elderly. This study is characterized as an observational

cross-sectional and descriptive analysis that will investigate the prevalence and factors

associated with intestinal constipation in elderly patients attending the Dr. Familia Clinic

in the municipality of São Caetano do Sul in the state of São Paulo. The following

questionnaires were applied: demographic partner, dietary habits, intestinal habits,

nutritional status, lifestyle, physical activity level, and sleep quality assessment. A total of

68 elderly subjects were evaluated, in which the prevalence of intestinal constipation of

39.7%, it was observed a higher prevalence in women, both groups were overweight,

although lifestyle was assessed as very good, physical activity practice was adequate in

both groups, including in the constipated group The minimum recommendation was

significantly reached. Finally, the findings of this study show the negative impact of

intestinal constipation on the health of the elderly and implies the improvement and

extension of health care services that can contribute to the prevention of symptoms.

Key words: intestinal constipation, elderly, prevalence, associated factors.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Condições associadas à constipação intestinal 20

Figura 2 - Medicamentos associados à constipação intestinal 25

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Critério de Roma III para diagnóstico de constipação intestinal 21

Quadro 2 - Classificação de índice de massa corporal - IMC 32

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Avaliação da presença ou não de constipação intestinal nos idosos 37

Tabela 2 - Caracterização das variáveis sociodemográficas dos idosos segundo presença ou não de constipação intestinal

38

Tabela 3 - Distribuição da frequência das variáveis de presença ou não de constipação intestinal segundo as condições de saúde dos idosos

40

Tabela 4 - Avaliação dos fatores relacionados segundo presença ou não de constipação intestinal nos idosos

41

Tabela 5 - Distribuição da frequência das variáveis do consumo alimentar dos idosos segundo presença ou não de constipação intestinal

42

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Proporção de critérios de sintomas positivos entre idosos constipados 37

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LISTA DE ANEXOS

Anexo I- Termo de consentimento livre e esclarecido 61

Anexo II- Parecer de aprovação do CEP 65

Anexo III- Questionário sociodemográfico 68

Anexo IV- Questionário de avaliação do hábito intestinal e constipação 72

Anexo V- Questionário de avaliação das práticas alimentares 73

Anexo VI- Questionário de avaliação do estilo de vida 74

Anexo VII- Questionário internacional de atividade física (IPAQ) 75

Anexo VII- Questionário da escala de qualidade do sono de Pittsburgh 77

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LISTA DE ABREVIATURAS

IBGE Instituto Brasileiro Geografia e Estatística

DCNTS Doenças Crônicas Não Transmissíveis

SNC Sistema Nervoso Central

CI Constipação Intestinal

IMC Índice de massa corpórea

KG Quilogramas

SABE Organização Pan Americana de saúde

VIGITEL Vigilância de Doenças Crônica por Inquérito telefônico

IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física Adaptado

PSQI - BR Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh - Brasil

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SUMÁRIO

1. - Introdução

1.1 - Envelhecimento 17

1.2 - Alterações gastrointestinais no envelhecimento 17

1.3 - Constipação Intestinal 19

1.4 - Fatores associados à constipação intestinal em idosos 23

2. - Justificativa 27

3. - Objetivos 28

3.1 - Objetivo geral 28

3.2 - Objetivos específicos 28

4. - Métodos 29

4.1 - Delineamento do estudo 29

4.2 - Local do estudo 29

4.3 - Amostra 29

4.4 - Coleta de dados 29

4.5 - Critérios de inclusão e exclusão 30

4.6 - Aspectos éticos 30

4.7 - Questionários 31

4.8 - Sociodemográfico 31

4.9 - Hábito intestinal e constipação 31

4.10 - Avaliação antropométrica 32

4.11 - Avaliação das práticas alimentares 32

4.12 - Estilo de vida 33

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4.13 - Questionário internacional de atividade física (IPAQ) 35

4.14 - Escala de qualidade do sono de Pittsburgh 35

4.15 - Análise de dados. 36

5. - Resultados 37

6. - Discussão 43

7. - Conclusão 48

REFERÊNCIAS 49

ANEXOS

61

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1. Introdução

1.1 Envelhecimento

O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional são

fenômenos sociais, o número de idosos tem aumentado nos últimos anos de forma

rápida e progressiva principalmente nos países em desenvolvimento (CERVATO e

col., 2005). O aumento da população idosa está relacionado ao avanço da ciência,

no qual contribuiu com técnicas terapêuticas mais modernas, para um melhor

controle, diagnóstico e tratamento de diversas doenças que no século passado

foram responsáveis pela mortalidade da população (MATSUDO e col., 2000).

De acordo com a projeção da população brasileira, realizada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos de 60 anos ou mais

serão maiores que o grupo de crianças com até 14 anos de idade após 2030, a

proporção de idosos apresenta um crescimento acentuado, passando de 13,8%, em

2020, para 33,7%, em 2060, a expectativa de vida deve chegar a 80 anos em 2041

(IBGE, 2013).

Esse fenômeno é conhecido como transição epidemiológica, caracterizada por

mudanças das taxas de mortalidade ocasionadas por doenças infecciosas e

desnutrição, para doenças crônicas não transmissíveis (DCNTS), o que explica o

aumento da sobrevida da população que também está relacionada aos avanços na

medicina (BATISTA FILHO e RISSIN 2003). Por outro lado temos uma ameaça à

saúde e ao desenvolvimento humano com o aumento dessas doenças, o que torna

essencial o funcionamento das políticas públicas e uma estruturação no modelo

assistencial para garantir uma melhor saúde e qualidade de vida no envelhecimento

(SCHMIDT, 2011).

1.2 Alterações gastrointestinais no envelhecimento

Os resultados do envelhecimento são a soma de alterações orgânicas,

psicológicas e funcionais, este processo é considerado heterogêneo entre os idosos,

porém o desenvolvimento de algumas doenças acelera o envelhecimento,

prejudicando o processo mecânico e químico do organismo (CARDOSO, 2009).

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O processo do envelhecimento provoca alterações importantes nas funções

metabólicas e fisiológicas no trato gastrointestinal que ocorrem desde a cavidade

bucal, com alterações no paladar, redução na motilidade gástrica, diminuição na

absorção de nutrientes e o aumento de bactérias patogênicas no intestino (BHUTTO

e MORLEY, 2008; MARUCCI e MERCÚRIO, 2005).

O processo de digestão tem início na cavidade bucal, que sofre diversas

alterações como a perda de dentes, diminuição da força de mordida, redução das

papilas gustativas, saliva e ação das enzimas (RAZAK e col., 2014).

As alterações também são encontradas no processo de deglutição, que sofre

com a redução da motilidade do esôfago (SMITH e col., 2006). As alterações no

estômago sofre a redução na produção de enzimas, tempo de esvaziamento

gástrico e diminuição na absorção de nutrientes como a vitamina B12, cálcio e ferro

devido à hipocloridria (KONG e SINGH, 2008).

No intestino é observado o enfraquecimento da parede muscular, atrofia na

mucosa que pode levar a diminuição na absorção de nutrientes, é observada uma

redução na motilidade do intestino grosso e colón no qual são alterações

importantes que favorecem o desenvolvimento da diverticulite e constipação

intestinal (BHUTTO e MORLEY, 2008).

O intestino pode ter de oito a dez metros com superfície total de 400 metros

quadrados, possui uma capacidade para selecionar e absorver nutrientes

necessários para o funcionamento do organismo, seu sistema nervoso é autônomo

conhecido como sistema nervoso entérico, no qual é único órgão que independe do

sistema nervoso central (SNC) para executar suas funções (CARREIRO, 2012).

O intestino delgado apresenta pequenas alterações estruturais no

envelhecimento, porém não são observadas em pesquisas em seres humanos

alterações nas vilosidades, nos enterócitos, nas bordas em escova e nas glândulas

de Brunes (FERRIOLI, 2016; STEEGENGA e col., 2008).

A função absortiva de nutrientes como cálcio e vitamina D é reduzida, porém o

aumento da absorção de lipídios e açúcares pode ser influenciado com o avançar da

idade, no entanto a absorção de aminoácidos pela parede intestinal parece não ser

afetada pelo envelhecimento (DUAN e col., 2006; DROZDOWSKI e col., 2004;

FERRARIS e VINNAKOTA, 1993).

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Outra explicação para a menor biodisponibilidade de nutrientes é o aumento do

ph no lúmen intestinal que influencia na diminuição de bifidobactérias probióticas,

contribuindo com a má absorção de minerais (TIIHONEN e col., 2010).

A microbiota intestinal pode ser comprometida com o crescimento de bactérias

pró inflamatórias que aumentam em idade avançada e que pode interferir na

disponibilidade biológica dos nutrientes e no desenvolvimento de processos

inflamatórios, porém os hábitos alimentares, fragilidade e características

demográficas podem influenciar o envelhecimento da microbiota intestinal (BIAGI e

col., 2012; FERRIOLI, 2016).

A baixa motilidade e mobilidade do intestino podem estar diretamente ligadas a

uma diminuição da capacidade de contrair e relaxar dos músculos lisos ou de

alterações na regulação desses movimentos pelos nervos entéricos, embora seja

mais lenta em idosos, essas alterações contribuem com o aumento da prevalência

de constipação; incidência de neoplasias e prevalência de doença diverticular

(BITAR e col., 2011, BHUTTO e MORLEY, 2008).

1.3 Constipação intestinal

A constipação intestinal (CI) também conhecida como obstipação intestinal ou

prisão de ventre, é uma desordem intestinal multifatorial caracterizada como um

sintoma e não uma doença ou um sinal (GAVANSKI e col., 2015; ARCE e col., 2002;

SHAHEEN e col., 2006).

A definição da CI é conhecida como um transtorno por uma dificuldade

persistente de evacuar (3 - 4 evacuações por semana) e/ou uma sensação

incompleta e/ou movimentos intestinais infrequentes (WGO, 2010).

A CI pode ser classificada em dois tipos: a fisiológica ou causal, a fisiológica é

decorrente de causas primárias com alteração orgânica ou funcional, como

disfunções motoras primárias produzidas por miopatia ou neuropatia colônica,

diminuição na atividade do cólon no tônus muscular e transtorno de evacuação

devido á disfunção dos músculos do assoalho pélvico abdominais e reto-anais, o

segundo tipo é a causal ou circunstancial quando decorre de trocas de ambientes,

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viagens, sedentarismo, mudanças na dieta e/ou medicamentos (SOUTO, 1999;

LEMBO e CAMILLERI, 2003; WGO, 2010).

A CI é uma condição multifatorial, pode ser originada por causas secundárias

como doenças associadas á distúrbios intestinais do colón, alterações neurológicas,

endócrinas ou metabólicas (ARCE e col., 2002, SHAHEEN e col., 2006, GALVÃO-

ALVES, 2013).

Outras possíveis condições associadas à constipação que também podem

interferir no processo de defecação (Figura 1).

Figura 1 - Condições associadas á constipação intestinal (Adaptado de WGO,

2010).

Sugere se que o esforço para defecar e a consistência do bolo fecal são critérios

importantes para o diagnostico da doença, uma vez que alguns casos não

preenchem a definição e são altamente subjetivas porque difere do individuo, local,

diagnostico utilizado, tempo de transito intestinal, definição médica e as variações

das situações relatadas (SPILLER e col., 2012).

Um dos critérios utilizados para o diagnóstico de CI é o critério de Roma III, o

objetivo da criação desse critério foi para diminuir a subjetividade da definição e

sintomas da constipação, no qual foi adotada como uma importante ferramenta com

critérios mais uniformes para diagnóstico (A DROSSMAN, 2006).

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Para ser diagnosticado com CI (Quadro 1) é necessário que haja a presença de

dois ou mais sintomas juntos, com início a 6 meses antes do estabelecimento do

diagnóstico e manutenção a pelo menos três meses (A DROSSMAN,2006, WGO,

2010).

A constipação intestinal é uma das queixas mais comuns na população geral,

responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas médicas no ano, considerada um

problema crônico, que atinge diversas pessoas no mundo, principalmente os idosos

com uma prevalência de 20% que vivem na comunidade e 50% em instituições

(SONNENBERG e KOCH, 1989; WGO, 2010).

Um estudo epidemiológico realizado nos Estados Unidos demostrou que a

prevalência de constipação intestinal em adultos é de 27%, sendo mais frequente

em mulheres e pessoas com idade mais avançada (HIGGINS e JOHANSON, 2004),

porém na população idosa a prevalência é de 54% com idade maior de 85 anos

(HAMMOND, 1964).

A prevalência da constipação intestinal em idosos está relacionada à idade,

sendo mais comum em mulheres, baixa renda, moradia urbana, baixo consumo de

fibras, alteração da microbiota intestinal, uso de medicamentos e laxantes (RUBY,

2003; GARRIGUES,2007; SUZUKI e col., 2007; SPERBER 2009; HOLMA e

col.,2010; WERTH e col., 2015).

Quadro 1 - Critérios de Roma III para diagnóstico de constipação intestinal.

Fonte: A Drossman,2006; WGO, 2010; Galvão-Alves, 2013.

a.

b.

c.

d.

e.

f.

Critérios Roma III - Diagnóstico de constipação intestinal

Esforço ao menos em 25% das evacuações;

Fezes ressecadas ou duras ao menos em 25% das evacuações;

Sensação de evacuação incompleta ao menos em 25% das evacuações;

3. Crítério insuficiente para síndrome do intestino irritável.

Os critérios de diagnósticos devem incluir:

Sensação de bloqueio anorretal ao menos em 25% das evacuações;

Manobra manual de facilitação da evacuação ao menos em 25% faz vezes;

Menos de três evacuações por semana;

1. Dois ou mais dos seguintes achados:

2. Fezes amolecidas presentes raramente com o uso de laxantes.

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Estudo desenvolvido por Talley e col. (1996), encontrou em idosos entre 65 - 76

anos uma prevalência 31,9%, sendo que 24,4% eram associados por uma causa

secundária que é muito comum em idosos e 20.5% para disfunção no colón que

apresentou uma maior frequência em mulheres.

No Brasil, um estudo de base populacional demonstrou a prevalência de 28,4%

de constipação intestinal na população, com maior frequência nas mulheres do que

em homens, os fatores de risco apresentados foram: idade (maior que 60 anos), cor

da pele (preta / parda) e o menor nível sócio econômico (COLLETE e col., 2010).

Heitor e col. (2013) estudaram 852 idosos e encontrou a taxa de prevalência para

constipação auto-referida de 13,2%, com uma frequência maior em mulheres e em

idosos com menor escolaridade na cidade de Uberaba (MG).

Nersello e col. (2011) avaliou a constipação através do critério de Roma III, no

qual encontrou uma prevalência de 28,8% em idosos de um centro de convivência

de Itajaí (SC).

Herrmann Klaus e col. (2015) encontraram em instituições de longa

permanência Vale do Taquari (RS) a prevalência de 42,5%, os fatores associados

foram à inatividade física, hábito alimentar e ingestão hídrica que foram agravadores

da CI nos idosos.

O tratamento e prevenção da CI devem ser individualizados, no qual não há

regras definidas para uma prescrição padrão, dentre as soluções deve considerar os

hábitos e o estilo de vida de cada indivíduo (MISZPUTEN, 2008).

O consumo de fibras é a primeira recomendação para mudanças nos hábitos

alimentares, o aumento do consumo de frutas, vegetais e grãos integrais devem ser

estimulados, a instrução é para uma dieta rica em fibras de 20 a 30g / dia para o

aumento do volume do bolo fecal (SWEENEY, 1997; SOFFER, 1999; WGO, 2010;

LEMBO e CAMILLERI, 2003).

Outra recomendação importante é a ingestão de líquidos com a indicação de no

mínimo 1500 ml - 2000 ml /dia, a água pode ser substituída por chás e/ou sucos

naturais, porém deve ter o cuidado para escolhas para que estes não provoquem

flatulência, devido ao excesso de açúcar (SWEENEY, 1997; SOFFER, 1999; WGO,

2010).

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A prática de exercícios físicos tem influencia na funcionalidade gastrointestinal,

com o aumento de movimentos propulsivos no intestino grosso principalmente após

a realização da atividade física, a sensação de bem estar também está relacionada

a mudanças hormonais que levam a uma menor queixa de dificuldade da evacuação

(COLLETE e col., 2010).

A orientação para o estímulo à disciplina de horário e obediência ao reflexo

intestinal também são estratégias para facilitar a evacuação, consiste em treinar por

estímulos verbais e visuais o funcionamento e coordenação correta dos músculos do

assoalho pélvico e esfíncter anal (BASSOTTI e col., 2004; GALVÃO-ALVES, 2013).

A terapêutica farmacológica pode ser utilizada através da prescrição de fibras

sintéticas como incrementadoras do bolo fecal e estimulantes para defecação como

a metilcelulose e psyllium que aumentam o volume fecal e diminuem a consistência

das fezes, porém existem outros medicamentos laxativos com ação rápida como os

osmóticos, agentes amaciantes, laxantes estimulantes e irritativos com o uso crônico

pode provocar lesões no plexo mioentérico gerando consequências negativas para a

saúde (GALVÃO-ALVES, 2013).

O uso de laxante pode ser indicado para induzir movimentos intestinais, porém o

seu uso deve ser ministrado com cautela e quando houver falha terapêutica no

tratamento dietético, devendo analisar cada caso, pois o tratamento conservador do

uso de fibras é o mais recomendado (PRIETO, 2012; DA CRUZ, 2014).

Os suplementos mais utilizados são os probióticos compostos por Lactobacillus

Acisophillus, Pediococcus pemtosaceus e Bifidobactererium Longum no qual

demonstram resultados positivos na mobilidade e melhora na microbiota intestinal

(AN e col., 2010).

1.4 Fatores associados à constipação nos idosos

O envelhecimento, por si só, não causa a constipação, porém o estilo de vida e o

hábito alimentar são fatores de risco para a elevada incidência de CI na população

idosa, o baixo consumo de fibras e líquidos, o sedentarismo, o uso abusivo de

medicamentos e laxantes estão relacionados à alteração da motilidade e

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musculatura da parede intestinal (HOLMA e col., 2014; RODRIGUES e col., 2008;

GOMES, 2010; DE SCHRYVER e col., 2005; JACOB FILHO, 2009).

O avanço da idade provoca diminuição do paladar e visão que influencia de uma

maneira negativa o consumo de alimentos, que está relacionada à diminuição da

sensibilidade das papilas gustativas em relação ao sabor doce e salgado, levando a

ingestão de alimentos ricos em sódio e açúcar, o excesso desse consumo pode

levar ao desenvolvimento das DCNTS como a hipertensão e diabetes, no entanto

uma das formas de tratamento é o uso de medicamentos que podem levar a CI

(SALGADO, 2011).

Os hábitos alimentares estão diretamente associados a CI, o consumo de

alimentos industrializados, altamente refinados e pobres em fibras, são os principais

contribuintes para o desenvolvimento dos sintomas (CERDA, 1996).

Outra explicação para o desenvolvimento de CI é a dos idosos que vivem

sozinhos, normalmente não tem vontade de preparar o próprio alimento que gera em

alto consumo de alimentos industrializados e um baixo consumo de frutas e vegetais

(MS, 2005).

A baixa ingestão de água é comum em idosos, devido o mecanismo de sede

diminuída, o que pode levar o ressecamento nas fezes e diminuição dos movimentos

intestinais (TIIHONEN e col., 2010).

O sedentarismo pode ser um fator para o desenvolvimento da CI, porém ainda

não se sabe os seus efeitos, a prática de atividade física proporciona diversos

benefícios no trato gastrointestinal, como o aumento dos movimentos no intestino

grosso, mudanças hormonais e também a melhora do tônus muscular pélvico

facilitando a expulsão do bolo fecal (COTA e MIRANDA, 2006; D’INCA e col., 2000).

O uso de medicamentos também é um fator associado com a CI (Figura 2),

principalmente em casos de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTS),

demências, depressão, o uso de anti-inflamatórios, anti-hipertensivos, analgésicos,

antidepressivos pode colaborar com o aumento dos sintomas (RUBY, 2003; NG e

col., 2005; SUZUKI e col., 2007; WERTH e col., 2015).

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Figura 2 - Medicamentos associados á constipação intestinal (Adaptado de

WGO, 2010).

O uso excessivo de laxantes está associado com o desenvolvimento de câncer

no colón retal, no qual foram observadas em um importante estudo no Japão, as

mulheres apresentavam maior risco para doença, outros fatores associados com a

doença foram o baixo consumo de vegetais e excesso de peso (WATANABE, 2004).

O sono pode ser um fator associado para desenvolver constipação intestinal nos

idosos, uma vez que apresenta um aumento nos despertares noturnos devido a uma

mudança na arquitetura do sono, com a redução percentual do sono de ondas lentas

e do sono paradoxal (MANSANO e CEOLIM, 2012). As doenças demenciais podem

ter relação com os distúrbios do sono, uso de medicamentos e o desenvolvimento

da constipação intestinal, o que traz como consequência um prejuízo da qualidade

de vida do idoso (PIMENTA e col., 2013). O sono também apresentou influencia na

mobilidade intestinal, porém o estudo alega uma associação secundaria, uma vez

que os fatores relacionados ao sono podem iniciar por outras causas como ciclo

circadiano, tempo de sono, uso de medicamentos e exercícios, o mesmo autor

sugere mais pesquisas sobre esta relação (ONO e col., 2008).

Um estudo realizado no Japão analisou a qualidade do sono em japonesas no

período do climatério, houve alterações, porém o estudo deixou uma lacuna sobre

os possíveis impactos nos idosos, no entanto existe uma forte relação com o uso de

medicamentos (ONO e col., 2008 e SUZUKI e col., 2007).

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A constipação intestinal é uma condição grave de saúde que envolve diversos

fatores e que pode impactar na saúde e qualidade de vida dos idosos, no qual exige

a atenção e envolvimento do profissional de saúde nas queixas e sintomas relatados

(LEUNG, 2011).

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2. Justificativa

Os estudos de prevalência de constipação intestinal são escassos entre idosos,

embora ela seja uma causa secundária e multifatorial, ainda é prevalente nessa

população.

A importância de mais estudos justifica a necessidade de ampliar mais

conhecimento, podendo oferecer para essa população uma orientação terapêutica

adequada para os sintomas e conscientização das consequências para o

desenvolvimento de outras doenças como: diverticulite de colón, fecalomas,

hemorroídas, fissuras anais e obstrução crônica que podem interferir na saúde do

idoso.

Sabemos que alguns fatores podem influenciar nos sintomas como a baixa

ingestão de líquidos e fibras, o sedentarismo, o estilo de vida, a presença de

doenças crônicas que consequentemente leva a uso de medicamentos, porém são

fatores possíveis de prevenir e controlar através das mudanças dos hábitos

alimentares e prática de exercícios.

Sendo assim, verifica se a necessidade de estudar os fatores associados à

constipação intestinal para garantir uma melhor condição de saúde na população

idosa.

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3. Objetivos

3.1 Geral

Investigar a prevalência e fatores associados á constipação intestinal em idosos

frequentadores da Clínica Dr. Família no município de São Caetano do Sul no

estado de São Paulo.

3.2 Específicos

- Identificar o hábito intestinal com o diagnóstico de presença ou não de constipação;

- Avaliar as práticas alimentares, estado nutricional, estilo de vida, atividade física e

qualidade do sono.

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4. Métodos

4.1 Delineamento do estudo

Estudo caracterizado como observacional de análise transversal e descritiva,

com 68 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os gêneros, que

frequentam a clínica Dr. Família do município de São Caetano do Sul, São Paulo,

Brasil. O período de coleta de dados ocorreu em sete meses, entre maio de 2016 e

dezembro de 2016.

4.2 Local do estudo

A clínica Dr. Família é uma rede de saúde particular, cujo objetivo é prestar

serviços de atendimento nas diversas especialidades, principalmente para a

população que não possuí convênio médico. A coleta de dados ocorreu na unidade

na cidade de São Caetano do Sul, no qual recebeu moradores das cidades vizinhas

como Ribeirão Pires, Mauá, Santo André, São Caetano do Sul e São Bernardo do

Campo.

4.3 Amostra

A seleção da amostra foi não probabilística intencional, selecionada, por

conveniência, em idosos frequentadores da Clínica Dr. Família no município de São

Caetano do Sul no estado de São Paulo.

4.4 Coletas de dados

Os dados foram levantados pelo responsável da pesquisa, inicialmente foi

realizado um levantamento de dados no sistema do agendamento de consultas da

clínica Dr. Família, foram selecionados idosos que frequentavam a clínica, após a

identificação dos participantes, foram realizados os convites por telefone para

participar da entrevista, explicando os objetivos e os procedimentos. Os idosos

interessados confirmavam a data e horário do agendamento proposto e a

pesquisadora entrava em contato 24h antes para confirmar.

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4.5 Critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão foram idosos com idade igual e/ou maior de 60 anos

frequentadores da Clínica Dr. Família. Os critérios de exclusão adotados no estudo

foram idosos que apresentaram dificuldade de compreensão na pesquisa por

alguma doença neuropsiquiátrica exceto depressão, comprometimento cognitivo ou

condições progressivas e debilitantes ou qualquer outra patologia que o

impossibilitou de responder adequadamente os instrumentos propostos.

4.6 Aspectos éticos

Todos os participantes foram informados dos objetivos e procedimentos da

pesquisa, bem como da possibilidade reduzida de riscos na sua participação e da

total isenção de custos de ordem financeira. Todas as informações sobre os riscos e

benéficos dos procedimentos estão detalhadamente descritos no termo de

consentimento livre e esclarecido (ANEXO 1).

O “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (TCLE) foi elaborado a partir da

Resolução nº 466/2012, com explicação menorizada sobre a natureza da pesquisa,

seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e incômodo que

poderiam acarretar e a devida autorização para a participação voluntária com a

assinatura do termo, que assegura os direitos dos sujeitos ao participar de

pesquisas, ficando o idoso sempre livre para não participar.

Os idosos selecionados foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e

todas as etapas realizadas em uma única entrevista, e os que concordaram em

participar, assinou o TCLE. Caso houvesse necessidade, o responsável pelo idoso

participou da entrevista para auxiliar na compreensão da pesquisa. Após a

realização da entrevista, foi identificado algum risco nutricional e alguns pacientes

foram direcionados aos nutricionistas responsáveis do local para um devido

acompanhamento e orientação na clínica Dr. Família.

O estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-

USJT) por intermédio da plataforma Brasil (ANEXO 2).

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4.7 Questionários

A aplicação dos instrumentos foi individualizada, cada entrevista teve duração

aproximada de 60 minutos. Optou-se pela aplicação dos instrumentos em forma de

entrevista para permitir a inclusão dos analfabetos, além de captar instrumentos

preenchidos de forma completa.

Dessa forma foram incluídos os seguintes instrumentos: sócio demográfico,

hábito intestinal, avaliação das práticas alimentares, estado nutricional, estilo de

vida, nível de atividade física e avaliação da qualidade do sono.

4.8 Sociodemográfico

As variáveis sociodemográficas analisadas foram: gênero (masculino e

feminino), cor da pele (branca, preta, parda, amarela e/ou indígena), idade (anos

completos), estado civil (casado, solteiro, separado ou divorciado e viúvo),

escolaridade (ano da escola frequentou), fonte de renda individual (salário mínimo

vigente do ano de 2015), aposentadoria, ocupação por atividade remunerada ou

não, doenças crônicas (ANEXO 3).

4.9 Hábito intestinal e constipação

A constipação intestinal (variável dependente) foi avaliada de acordo com os

critérios de Roma III que compõem-se de seis sintomas: esforço ao evacuar, fezes

endurecidas ou ressecadas, sensação de evacuação incompleta, sensação de

obstrução ou interrupção da evacuação e manobras manuais para facilitar as

evacuações, presentes no mínimo em 25% das evacuações, e menos de três

evacuações por semana (A DROSSMAN,2006, WGO, 2010).

Serão consideradas constipadas aquelas que apresentaram dois ou mais desses

critérios nos últimos três meses. Ainda de acordo com esses critérios, não serão

consideradas constipadas aquelas que referiram perda de fezes aguadas ou

pastosas em pelo menos 25% das evacuações nos últimos três meses. Em relação

à frequência, foram consideradas constipadas aquelas que relataram menos de três

evacuações por semana nos últimos três meses (ANEXO 4).

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4.10 Avaliação antropométrica

A avaliação da composição corporal foi realizada pelo responsável da pesquisa e

foi composta por: Massa corporal, estatura e índice de massa corpórea (IMC). As

medidas foram aferidas conforme as técnicas preconizadas por FRISANCHO (1990).

Para aferição da massa corporal (kg), os idosos estavam vestidos com roupas

leves e descalços, foram posicionados de pé sobre o centro da base de uma

balança mecânica antropométrica, da marca Filizola (modelo Personal Line), com

escala 0,1kg, sendo a carga máxima de 150kg.

Para aferição da estatura foi utilizada uma balança mecânica antropométrica,

com estadiômetro, da marca Cardiomed (modelo WCS) com precisão de 0,1 cm.

Nesta medição, os idosos estavam descalços com os pés unidos, em postura ereta,

braços estendidos ao longo do corpo, com o olhar fixo no horizonte.

Para calcular o índice de massa corporal foi utilizada a equação preditiva onde o

peso em quilogramas é dividido pela estatura em metros ao quadrado

(peso/estatura²), e o resultado obtido foi classificado segundo o Estudo Saúde e

Bem-Estar e envelhecimentos (SABE) e a Organização Pan Americana de Saúde

(OPAS, 2002).

Quadro 2 - Classificação de Índice de Massa Corporal - IMC.

CLASSIFICAÇÃO kg/m²

Baixo peso < 23

Peso normal 23 – 27,9

Sobrepeso 28 – 29,9

Obesidade ≥ 30

Fonte: SABE/OPAS, 2002.

4.11 Avaliação das práticas alimentares

Foi aplicado o questionário de avaliação das práticas alimentares (SISVAN,

2008), o instrumento irá identificar com que frequência o entrevistado consumiu

alguns alimentos ou bebidas nos últimos 7 dias, que estão relacionados tanto a uma

alimentação saudável como o consumo diário de feijão, frutas e verduras e com as

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práticas pouco recomendadas como o consumo frequente de alimentos fritos,

guloseimas e refrigerantes (ANEXO 5).

O instrumento é semelhante às versões adotadas em pesquisas de

monitoramento de práticas de risco à saúde, como o Levantamento norte-americano

de Comportamentos de Risco entre Jovens (Youth Risk Behavior Survey - YRBS),

realizado pelo Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos

(Center for Disease Control and Prevention - CDC). Também foi considerado o

questionário adotado no VIGITEL (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito

Telefônico), realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da

Saúde no Brasil.

4.12 Estilo de vida

Para a avaliação do estilo de vida foi utilizado o questionário estilo de vida

fantástico validado para a população brasileira por RODRIGUEZ-AÑEZ e col.,

(2008). O questionário “Estilo de vida fantástico” é um instrumento genérico que foi

desenvolvido no Departamento de Medicina Familiar da Universidade McMaster, no

Canadá, por Wilson e Ciliska em 1984, com a finalidade de auxiliar os médicos que

trabalham com a prevenção, para que estes possam melhor conhecer e medir o

estilo de vida dos seus pacientes.

O formulário utilizado neste trabalho é o sugerido, em 1998, pela Sociedade

Canadense para a Fisiologia do Exercício e constitui uma parte da bateria de testes

padronizados, denominada Plano Canadense de Avaliação da Atividade Física,

Aptidão e Estilo de Vida. O questionário cobre um amplo leque de questões que têm

uma sutil, mas, poderosa influência na saúde. O levantamento do estilo de vida

complementa a avaliação da aptidão física relacionada à saúde e permite ter uma

visão mais completa do indivíduo.

A origem da palavra “fantástico” vem do acrônimo FANTASTIC que representa

as letras dos nomes dos nove domínios (na língua inglesa) em que estão

distribuídas as 25 questões ou itens:

• F= Family andfriends (família e amigos);

• A = Activity (atividade física);

• N = Nutrition (nutrição);

• T = Tobacco&toxics (cigarro e drogas);

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• A = Alcohol (álcool);

• S = Sleep, seatbelts, stress, safe sex (sono, cinto de segurança, estresse e sexo

seguro);

• T = Typeofbehavior (tipo de comportamento; padrão de comportamento A ou B);

• I = Insight (introspecção);

• C = Career (trabalho; satisfação com a profissão).

O questionário “Estilo de vida fantástico” é um instrumento auto administrado

que considera o comportamento dos indivíduos no último mês e cujos resultados

permitem determinar a associação entre o estilo de vida e a saúde. O instrumento

possui 25 questões divididas em nove domínios que são: 1) família e amigos; 2)

atividade física; 3) nutrição; 4) cigarro e drogas; 5) álcool; 6) sono, cinto de

segurança, estresse e sexo seguro; 7) tipo de comportamento; 8) introspecção; 9)

trabalho.

As questões foram dispostas na forma de escala Likert, sendo que 23 questões

possuem cinco alternativas de resposta e duas são dicotômicas. As alternativas

estão dispostas na forma de colunas para facilitar a sua codificação, e a alternativa

da esquerda é sempre a de menor valor ou de menor relação com um estilo de vida

saudável. A codificação das questões é realizada por pontos, da seguinte maneira:

zero para a primeira coluna, 1 para a segunda coluna, 2 para a terceira coluna, 3

para a quarta coluna e 4 para aquinta coluna. As questões que só possuem duas

alternativas pontuam: zero para a primeira coluna e 4 pontos para a última coluna

(ANEXO 6).

A soma de todos os pontos permite chegar a um escore total que classifica os

indivíduos em cinco categorias que são: “Excelente” (85 a 100 pontos), “Muito bom”

(70 a 84 pontos), “Bom” (55 a 69 pontos), “Regular” (35 a 54 pontos) e “Necessita

melhorar” (0 a 34 pontos).

É desejável que os indivíduos atinjam a classificação “Bom”, quanto menor for o

escore, maior será a necessidade de mudança. De maneira geral, os resultados

podem ser interpretados da seguinte maneira: “Excelente” indica que o estilo de vida

proporciona ótima influência para a saúde; “Muito bom” indica que o estilo de vida

proporciona adequada influência para a saúde; “Bom” aponta que o estilo de vida

proporciona muitos benefícios para a saúde; “Regular” significa que o estilo de vida

proporciona algum benefício para a saúde, porém apresenta também riscos;

“Necessita melhorar” indica que estilo de vida apresenta muitos fatores de risco.

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4.13 Questionário internacional de atividade física (IPAQ)

O Questionário Internacional de Atividade Física foi aplicado para a avaliação do

nível de atividade física. O IPAQ contém perguntas referentes à frequência semanal

e a duração de cada sessão de atividade física para atividades de intensidade

moderada, vigorosa e caminhada, sendo validado para a realidade brasileira

(MATSUDO e col. 2001) e para a população de idosos (BENEDETTI e col. 2007). O

nível de atividade física foi classificado com base na frequência e duração da

atividade realizada seguindo os seguintes critérios da Organização Mundial de

Saúde, considerando idosas que cumprem a recomendação mínima de 150 minutos

de atividade física semanal e os idosos que não cumprem a recomendação mínima

de 150 minutos de atividade física semanal (NCR), (ANEXO 7).

4.14 Escala de qualidade do sono de Pittsburgh

A escala de qualidade do sono foi avaliada pelo índice de qualidade de sono de

Pittsburgh (PSQI-BR), validado no Brasil (BERTOLAZI e col., 2011), que permite

avaliar a qualidade e os transtornos do sono, no período de um mês anterior à data

de sua aplicação.

Contém 19 questões auto administradas ou aplicadas como entrevista,

agrupadas em sete componentes: 1 - qualidade subjetiva do sono, 2 - latência para

o sono, 3 - duração do sono, 4 - eficiência habitual do sono, 5 - transtornos do sono,

6 - uso de medicamentos para dormir e 7 - disfunção diurna (ANEXO 8).

A pontuação de cada componente varia de zero a três pontos e a pontuação

global, obtida com a soma dos componentes, pode variar de zero a 21 pontos.

Quanto mais elevado o valor obtido pior a avaliação da qualidade do sono, sendo

que o escore global de cinco pontos constitui o ponto de corte que permite distinguir

entre sujeitos com má qualidade do sono e distúrbios do sono e aqueles com sono

de boa qualidade.

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4.15 Análise de dados

As variáveis deste presente estudo são de natureza qualitativa - quantitativa.

Para a caracterização da amostra, os dados passaram por um tratamento estatístico

de abordagem descritiva usando recursos de frequência relativa (n), absoluta (%)

para variáveis qualitativas e medidas de tendência central (média) e de dispersão

(desvio padrão) para variáveis quantitativas.

O teste t de student foi utilizado para comparar as médias entre dois grupos ou

o seu correspondente não paramétrico Mann-Whitney. A análise de variância foi

utilizada para a comparação de três ou mais grupos ou o seu correspondente não

paramétrico o Kruskal-Wallis.

O nível de significância adotado foi de 5% e o Programa estatístico para a

análise de todos os dados será o Statistical Package for the Social Sciences SPSS,

versão 21,0, instalado em ambiente Windows.

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5. Resultados

No presente estudo foram avaliados 68 idosos, no qual foi encontrada a

prevalência de constipação intestinal de (39,7%), como descrito na tabela 1. Os

idosos classificados com constipação intestinal (CI) apresentaram uma média de

3,85 (±1,3) sintomas de acordo com os critérios de Roma III.

Tabela 1: Avaliação da presença ou não de constipação intestinal nos idosos.

São Caetano do Sul - SP, 2016.

Constipação Intestinal N (%) X±DP

Presença de sintomas 27 39,7 3,85±1,32

Ausência de sintomas 41 60,3 0,15±0,36

X ± DP: media ± desvio padrão

O gráfico 1 descreve a frequência de critérios Roma III utilizados na definição de

CI, os três critérios mais prevalentes foram sensação de evacuação incompleta

(33,8%), sensação de obstrução (29,7%) e esforço evacuatório (26,5%).

Gráfico 1: Proporção de critérios de sintomas positivos entre idosos constipados.

São Caetano do Sul - SP, 2016.

Ao comparar a CI com as características sociodemográficas (Tabela 2),

observou-se um predomínio do sexo feminino (67,7%) da amostra, foi encontrada

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Sensação de evacuação incompleta

Sensação de obstrução

Esforço evacuatório

Fezes endurecidas ou irregulares

Manobras Manuais

>3 evacuações por semana

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uma diferença significativa, entre a maior proporção de mulheres idosas com CI

(32,4%) em relação aos homens.

Tabela 2: Caracterização das variáveis sociodemográficas dos idosos segundo

presença ou não de constipação intestinal. São Caetano do Sul-SP, 2016.

Variáveis

Constipação intestinal

Sim Não

N (%) X±DP N (%) X±DP Significância

Sexo

Feminino 22 32,4 63,0 ±5,18 24 35,3 64,0 ±6,61 0,0002*

Masculino 5 7,3 75,80±8,70 17 25,0 64,21±5,32

Faixa etária (em anos)

60 |- 69 20 29,4 61,40±2,19 34 50,0 61,67±2,22

70 |- 79 4 5,9 72,50±2,65 5 7,4 73,4±2,88

80 e mais 3 4,4 82,3±3,21 2 2,9 81,5±0,70

Estado civil

Casado 17 25 61,82±3,17 25 36,8 62,96±5,08

Solteiro 2 2,9 60,50±0,71 2 2,9 60,00±0,00

Divorciado - - - 5 7,4 60,80±1,79

Viúvo 8 11,8 74,13±8,27 9 13,2 69,89±6,90

Cor da pele

Branca 15 22,1 63,67±5,70 24 35,2 63,71±5,80

Parda 9 13,2 67,11±7,94 14 20,5 65,14±6,90

Preta 3 4,4 68,67±15,01 3 4,41 62,00±2,00

Escolaridade (em anos)

0 |- 4 17 25 3,23±1,20 16 23,5 3,56±0,72

5 |- 8 1 1,47 8,0±0,51 5 7,35 6,60±1,51

9 |- 12 7 10,29 10,7±0,75 17 25,0 10,47±0,87

13 e mais 2 2,94 15,0±0,15 3 4,4 16,33±2,30

Renda individual (Salários mínimos)

Sem renda 5 7,35 60,80±1,79 4 5,8 60,00±0,92

Até 1 8 11,7 67,00±8,35 10 14,7 65,80±6,32

>1 a ≤ 3 13 19,1 66,38±1,78 23 33,8 63,78±6,41

>3 1 1,47 62,01±1,50 4 5,8 65,50±4,65

Ocupação de atividade (remunerada ou não)

Aposentado 14 20,5 69,07±8,85 26 38,2 66,19±6,89

Empregado 7 10,29 60,57±0,79 9 13,2 67,50±7,83

Dona de casa 6 8,82 62,33±4,08 6 8,8 61,00±1,67

Sálario mínimo vigente (2016) R$ 788,0

X ± DP: media ± desvio padrão

* indica a comparação com o uso do teste de t de student.

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Em relação à faixa etária, em ambos os grupos, idosos com ou sem constipação

intestinal predominou a faixa etária mais jovem (79,4%) da amostra, o percentual de

idosos com 80 anos e mais foi menor (7,3%).

O estado civil apresentou um maior percentual de com ou sem CI no grupo de

casados (61,8%), Em relação à cor da pele, o maior percentual foi para idosos na

cor branca (57,3%), cabe destacar que no grupo de constipados, os idosos na cor

preta apresentaram uma proporção menor (4,4%) quando comparados na cor

branca.

O nível de escolaridade foi baixo em ambos os grupos de idosos (48,5%), o

grupo de constipados apresentaram uma média de 3,23(±1,2) anos.

Em ambos os grupos o maior percentual de idosos são os aposentados (58,7%),

com rendimento entre >1 a <3 salários mínimos (52,9%).

Segundo as condições de saúde (Tabela 3), destaca se a alta frequência de

hipertensão arterial sistêmica em (58,9%) e dislipidemias (47%) nos idosos com ou

sem CI (Tabela 3).

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Tabela 3: Distribuição da frequência das variáveis de presença ou não de

constipação intestinal segundo as condições de saúde dos idosos. São Caetano do

Sul-SP, 2016.

Variáveis

Constipação intestinal

Sim Não

N (%) N (%)

Doenças Crônicas Sim 25 36,8 39 57,4

Não 2 2,9 2 2,9

Presença de Doenças Crônicas Hipertensão 15 22,1 25 36,8

Diabetes Mellitus 8 11,8 12 17,6

Dislipidemia 16 23,5 16 23,5

AVC 2 2,9 1 1,5

Doença Cardíaca 3 4,4 5 7,4

Doença Pulmonar 2 2,9 1 1,5

Câncer 1 1,5 0 0

Osteoporose 3 4,4 5 7,4

Doença de Coluna 9 13,2 8 11,8

Artrite / Artrose 7 10,3 6 8,8

Alergia 1 1,5 3 4,4

Rinite /Sinusite 3 4,4 6 8,8

Depressão 2 2,9 8 11,8

Enxaqueca 2 2,29 5 7,4

Em relação ao estado nutricional dos idosos, a média maior encontrada foi de

33,95 (±3,72) kg/m² no grupo de constipados, no entanto observou-se que maior

parte dos idosos estava com excesso de peso (48,5%) em ambos os grupos, (tabela

4).

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A tabela 4 também apresenta a classificação do estilo de vida dos idosos, é

observado que entre os 68 entrevistados 49 (72,1%) apresentaram um estilo de vida

muito bom, sendo que 12 (17,7%) bom e somente 7 (10,3%) excelente.

Tabela 4: Avaliação dos fatores relacionados segundo presença ou não de

constipação intestinal nos idosos. São Caetano do Sul-SP, 2016.

Variáveis

Constipação intestinal

Sim Não

N % X±DP N % X±DP Significância

Estado Nutricional

Baixo Peso 2 2,9 21,26±1,53 4 5,9 21,71±0,34

Eutrófico 11 16,2 25,64±1,48 18 16,5 25,68±1,44

Sobrepeso 4 5,9 29,35±0,56 6 8,8 29,05±0,81

Obesidade 10 14,7 33,95±3,72 13 19,1 33,62±4,06

Estilo de vida

Excelente 2 2,9 15,00±0,00 5 7,4 15,20±0,45

Muito Bom 17 25 14,76±1,48 32 47,1 14,50±1,44

Bom 8 11,8 13,25±3,85 4 5,9 13,00±2,16

Regular - - - - - -

Necessita Melhorar - - - - - -

Atividade Física

Cumprem a Recomendação 22 32,4 516,59±305,81 30 44,1 841,63±943,57 0,002*

Não Cumprem a Recomendação 5 7,4 46,00±48,79 11 16,2 83,18±40,70 0,012*

Sono

Má qualidade 27 39,7 18,30±6,84 35 51,5 15,20±5,86

Boa qualidade 0 0 - 6 8,8 2,83±1,60

X ± DP: media ± desvio padrão

* indica a comparação com o uso do teste de t de student.

O hábito de fumar apresentou um baixo percentual nos pesquisados (6,8%),

sendo que (2,9%) foi no grupo de constipados.

Em relação à prática de atividade física foi observada que (76,5%) dos idosos de

ambos os grupos cumprem a recomendação mínima de 150 minutos / semanal,

porém no grupo de constipados a recomendação mínima foi significativamente

atingida apresentando uma média 516,59(±305,81) minutos.

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A qualidade do sono em ambos os grupos, todos os idosos apresentaram uma

má qualidade (91,2%), não houve diferenças significativas entre os grupos.

Em relação às práticas alimentares (Tabela 5), ambos os grupos apresentaram a

frequência de consumo adequado das frutas (57,3%) e saladas (55,9%), porém não

houve diferenças significativas entre os grupos. O consumo de água foi inadequado

em ambos os grupos.

Tabela 5: Distribuição da frequência das variáveis do consumo alimentar dos

idosos segundo presença ou não de constipação intestinal. São Caetano do Sul-SP,

2016.

Variáveis Constipação Não Constipação

N % N % Significância

Saladas Adequado 14 20,6 24 35,3

0,592* Não adequado 13 19,1 17 25,0

Verduras / Legumes

Adequado 12 17,6 18 26,5 0,497*

Não adequado 15 22,1 23 33,8

Frutas

Adequado 16 23,5 23 33,8 0,595*

Não adequado 11 16,2 18 26,5

Feijão

Adequado 19 27,9 30 44,1 0,690*

Não adequado 8 11,8 11 16,2

Água

Adequado 8 11,8 10 14,7

Não adequado 19 27,9 31 45,6

* indica a comparação com o uso do teste de t de student.

A ingestão de alimentos específicos como frutas e vegetais foram práticas

utilizadas pelos entrevistados de ambos os grupos, para auxiliar o funcionamento

intestinal, sendo que (23%) referiram usar alguma ajuda através dos alimentos.

O uso de laxantes entre os indivíduos foi referido (1,3%) somente no grupo de

constipados.

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6. Discussão

A prevalência de CI encontrada no presente estudo foi de (39,7%), estudos

anteriores realizados no Brasil, feitos em diferentes regiões mostraram uma

prevalência superior variando de (13% a 45%) em idosos (COLLETE e col., 2010;

HEITOR e col. 2013; NERSELLO e col. 2011; HERRMANN KLAUS e col., 2015;

SOUZA e col. 2016).

Um estudo de base populacional realizado no Rio Grande do Sul estimou a

prevalência de CI de (28,4%) em idosos, este é um dos primeiros estudos realizados

com objetivo de investigar a prevalência CI e os sintomas associados a ela

(COLLETE e col., 2010). Outro estudo importante de base populacional, envolvendo

frequentadores idosos de um centro de conveniência em Santa Catarina, encontrou

a prevalência de CI de (28,8%) (NERSELLO e col. 2011).

Em um ambulatório geral localizado em Pernambuco identificou-se uma

prevalência maior de CI de (45%) entre os idosos (SOUZA e col. 2016).

A variação das prevalências de CI em idosos pode ser explicada pela variação do

contexto socioculturais da população e diferentes critérios de diagnóstico adotados

em cada estudo (BRAZ e LESSA, 2011).

Com relação ao número de sintomas positivos de CI, neste estudo foi encontrada

uma média de três sintomas dentre os seis critérios de diagnóstico de Roma III,

enquanto o estudo de Collete e col. (2010) encontrou de dois a três sintomas em sua

amostra.

Os sintomas mais frequentes relatados pelos idosos neste estudo foram

sensação de evacuação incompleta (33,8%), sensação de obstrução (29,7%) e

esforço evacuatório (26,5%) estes dados concordaram com o estudo de Collete e

col. (2010) que também encontrou a sensação de evacuação incompleta e

obstrução anorretal de (85%) em sua amostra, no qual a mulheres demonstraram

mais sintomáticas nesses critérios.

No entanto, Braz e col. (2015) estudaram idosas de um programa de saúde em

Santa Maria (RS) e encontraram dois critérios que mais se destacaram em seu

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estudo que foram à sensação de evacuação incompleta (58%), seguida de sensação

de obstrução anorretal (46%) e associaram ao tipo de parto.

A presença de sintomas específicos pode ser importante para diferenciar os

tipos de CI, a sensação de obstrução ou bloqueio anorretal pode sugerir uma

disfunção no assoalho pélvico sendo uma condição fisiopatológica associada

(LOCKE e col., 2000, WGO,2010).

Neste estudo verificou-se que a prevalência de CI foi significativamente maior

nas mulheres (32,4%) quando comparada aos homens, alguns estudos como de

Heitor e col. (2013) e Collete e col. (2010) tem encontrado essa proporção maior em

mulheres idosas. A ocorrência de CI em mulheres pode estar associada à frouxidão

do assoalho pélvico, que pode prejudicar na capacidade dinâmica eficaz na

defecação, porém outros fatores podem estar associados como dieta e estio de vida

(BOURAS e TANGALOS, 2009). Os partos estão associados a repetidos esforços

evacuatórios que também pode ser um fator de enfraquecimento dos músculos

pélvicos podendo ocasionar CI (OLIVEIRA e col., 2005).

Em relação à faixa etária, neste estudo predominou idosos mais jovens com

idade média de 61,40 (±2,19) anos, porém estudos demonstram que o avançar da

idade pode aumentar a prevalência de CI em idosos mais velhos, devido à redução

acentuada dos movimentos intestinais e/ou causas secundárias associadas ao

desenvolvimento de algumas doenças que consequentemente leva ao aumento do

uso de medicamentos (MUGIE e col., 2011).

Para a variável cor da pele, foi encontrada uma maior proporção de indivíduos na

cor branca (57,3%) e não houve diferenças entre os grupos de constipados e não

constipados, no entanto alguns autores encontraram maior prevalência de CI em

indivíduos na cor da pele preta ou parda, porém não existe uma relação biológica ou

causa especifica que explique essa associação (HIGGINS e col., 2004; EVERHART

e col., 1989).

Para a variável escolaridade, a maioria dos idosos apresentaram até 3 anos de

estudo (48,5%), não houve diferença entre os grupos, no entanto alguns autores

afirmam que encontraram maior prevalência de CI em indivíduos com níveis sociais

mais baixos (COLLETE e col., 2010; SUARES e FORD, 2011).

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Neste estudo não houve associação entre as doenças crônicas com a CI, entre

as principais morbidades relatadas, a hipertensão arterial foi a mais frequente

(58,9%) nos idosos com e sem CI, sabe-se que o uso de medicamentos anti-

hipertensivos como os diuréticos e os bloqueadores de cálcio pode ocasionar o

desenvolvimento de CI (ANDRE e col., 2000). O controle e tratamento das doenças

crônicas exige prescrição de medicamentos que pode levar a efeitos secundários no

trato gastrointestinal (MORIGUTI e col., 2005).

No entanto, destaca-se que no presente estudo, as doenças foram relatadas,

não havendo um diagnóstico médico de confirmação, o que poderia explicar a

ausência de associação entre as morbidades e a CI.

Em relação ao estado nutricional dos idosos observou-se que em ambos os

grupos, os participantes eram eutróficos (32,7%), apesar da elevada proporção de

idosos serem classificados como obesos (33,8%), de forma que o excesso de peso

atingiu 48,5%. Estes resultados confirmam o cenário atual em que, de acordo com

os dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF 2008/09) a prevalência de

excesso de peso em idosos brasileiros com idade entre 55 a 64 anos e 65 a 74 anos

foi de 60,7% e 56,2%, respectivamente (IBGE, 2010c). Médias maiores no grupo de

CI foram verificadas nos idosos obesos quando comparadas aos eutróficos, porém

não houve diferença estatisticamente significativa. No estudo Talley e col. (1996)

não encontraram associação com IMC e sintomas gastrointestinais, porém Klaus e

col. (2015) encontraram sobrepeso e obesidade na sua amostra com IMC superior a

27 kg/m², porém não encontrou associação com a CI. O aumento do IMC e a

associação com a baixa frequência de movimentos intestinais não estão claros na

literatura, sabe-se que o excesso de peso e CI podem estar associados a hábitos

alimentares inadequados e a falta de atividade física (DUKAS e col., 2003).

Neste estudo, o estilo de vida dos idosos foi avaliado como muito bom (72,1%),

em ambos os grupos, porém encontrou-se (2,9%) de fumantes no grupo de

constipados, no entanto o tabagismo não se mostrou associado a CI, estudos

mostram que CI é mais prevalente em indivíduos que abandonaram o fumo, pois a

nicotina tem efeito adrenérgico que estimula a atividade motora intestinal (DUKAN e

col., 2003).

A recomendação mínima da prática de atividade física foi atingida em idosos com

CI neste estudo, contrariando achados que afirmam que a prevalência de CI esteja

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relacionada ao sedentarismo (DANI, 2001; FIGUEROA, 2002). No estudo de Klaus e

col. (2015), não houve associação do resultado do alto sedentarismo com CI em

idosos residentes em instituições de longa permanência. Porém, existe uma relação

positiva explicada com a urgência ao defecar, frequentemente relatado após o

exercício, devido o aumento da motilidade do colón (ANNELLS e KOCH, 2003). No

entanto, a prática de atividade física regular para intervenção da CI é controverso,

estudos que avaliaram a relação entre os fatores não encontraram evidencias

cientificas (RODRIGUEZ e col., 2009).

No entanto, a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (2009), sugere a

prática de atividade física regular como intervenção para o bom funcionamento do

intestino.

O sono pode ser um fator associado a CI nos idosos, porém ambos os grupos

neste estudo apresentaram uma má qualidade do sono, sabe-se que existe uma

relação secundária, havendo necessidade de mais estudos (ONO e col., 2008).

Quanto aos hábitos alimentares, o consumo de alimentos fontes de fibras como

as frutas e saladas mostrou-se adequados em ambos os grupos, porém esse

resultado é oposto de uma forte tendência na população idosa para o consumo de

alimentos industrializados, principalmente os processados, que leva a perda de

nutrientes e fibras (CLARO e col., 2007).

As frutas e vegetais exercem um papel importante na prevenção de CI, no qual

transportam fibras, fitoquímicos e antioxidantes que são importantes para a proteção

da saúde, estes devem ser presentes no consumo diário do idoso, inclusive para a

manutenção da microbiota intestinal (HERNANDEZ e col., 2011)

A ingestão hídrica foi insuficiente em ambos os grupos, o baixo consumo de água

é um fator preditor para CI em idosos, diversos estudos encontraram a ingestão

hídrica insuficiente (HERRMANN KLAUS e col., 2015; NERSELLO e col. 2011;

HEITOR e col. 2013).

O consumo de água deve ser estimulado em idosos, pelo menos dois litros por

dia, pois o mecanismo de sede pode ser menos eficiente, levando ao um efeito

negativo sobre o balanço hídrico e os movimentos intestinais (TIIHONEN e col.,

2010; HERRMANN KLAUS e col., 2015).

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A água cumpre um papel importante no intestino, no qual melhora o peso das

fezes, aumenta reflexos peristálticos e contribuí para a lubrificação do intestino

(MS,2005).

A intervenção educativa realizada por profissionais de saúde é importante e

influencia para que idosos façam mudanças no estilo de vida e hábitos alimentares,

podendo aumentar o consumo de fibras e água, reduzindo a queixa de CI e o uso de

medicamentos laxativos (CERVATO-MANCUSO e col., 2012).

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7. Conclusão

A partir deste estudo, observou-se a prevalência de constipação intestinal em

idosos foi de 39,7%, confirmando que essa condição é prevalente na população

idosa.

Quanto os fatores associados, o sexo feminino apresentou associação positiva

com a CI, e a prática de atividade física foi atingida em idosos constipados embora

o estudo não evidenciou os demais fatores associados, sugere-se novos estudos

com percentual de amostra maior, a fim de tomar medidas preventivas sobre esse

distúrbio na população idosa.

Por fim, os achados deste trabalho mostra o impacto negativo da constipação

intestinal na saúde dos idosos e implica no aprimoramento e extensão dos serviços

de assistência à saúde que pode contribuir para a prevenção de sintomas.

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ANEXOS

ANEXO I - TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, Evelin Rodrigues Siqueira, portadora do RG: 44.358.702-4, autora do estudo, matriculada no programa de Pós-Graduação Stricto Sensus de Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu em São Paulo - SP, convido vossa senhoria___________________________________________________________________portador(a) do RG:_____________________ e CPF:_______________________ a participar voluntariamente da pesquisa “Fatores associados á constipação intestinal em idosos” de São Paulo - SP, orientado pelo professor Dr. Danilo Sales Bocalini, professor

adjunto do curso Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu.

As informações contidas neste prontuário objetivam firmar acordo entre a autora e o voluntário da pesquisa, autorizando e concordando com sua participação de forma voluntária com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se

submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação.

Título do Trabalho Descritivo

Fatores associados á constipação intestinal em idosos frequentadores da Clínica Dr. Família nos municípios no grande ABC (São Caetano do sul e São Bernardo do Campo) no estado de São Paulo.

Objetivos

Investigar a prevalência e fatores associados á constipação intestinal em idosos frequentadores da Clínica Dr. Família nos municípios do grande ABC - SP.

Justificativa

O número de idosos cresceu significativamente nos últimos anos e a constipação intestinal é um transtorno que pode impactar a qualidade de vida e saúde do idoso e alguns fatores de risco podem ser tratados antecipadamente visando à prevenção e o controle de algumas doenças, aumentando as perspectivas de acréscimo de qualidade de vida e bem

estar para esta população.

Procedimentos da Pesquisa:

A entrevista será individualizada e terá duração aproximada de 60 minutos. Serão aplicados os instrumentos listados abaixo, visando o levantamento dos dados necessários

para as avaliações:

(1) Sócio demográfico, (2) Avaliação das práticas alimentares, (3) Hábito intestinal, (4) Estado nutricional, (5) Percepção da qualidade de vida, (6) estilo de vida, (7) Nível de

atividade física, (8) Sintomas depressivos e (9) Avaliação da qualidade do sono.

Descrições dos testes

Questionário sócio demográfico

Você é convidado a responder neste questionário perguntas pessoais referentes a gênero (masculino e feminino), cor da pele (branca, preta, parda, amarela e/ou

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indígena), idade (anos completos), estado civil (casado, solteiro, separado ou divorciado e viúvo), escolaridade (ano da escola frequentou), fonte de renda individual (salário mínimo vigente do ano de 2015), aposentadoria, ocupação por atividade remunerada ou não, doenças crônicas, fumante ou não.

Avaliação das práticas alimentares

Para avaliação das práticas alimentares será realizado perguntas sobre o consumo de alguns alimentos ou bebidas nos últimos 7 dias, que estão relacionados tanto a uma alimentação saudável como o consumo diário de feijão, frutas e verduras e com as práticas pouco recomendadas como o consumo frequente de alimentos fritos, guloseimas e refrigerantes.

Avaliação do hábito intestinal

O hábito intestinal será avaliada de acordo com três critérios: Roma III, frequência de evacuações por semana e auto avaliação dos sujeitos. Os critérios de Roma III para constipação funcional compõem-se de seis sintomas: esforço ao evacuar, fezes endurecidas ou fragmentadas, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução ou interrupção da evacuação e manobras manuais para facilitar as evacuações, presentes no

mínimo em 25% das evacuações, e menos de três evacuações por semana.

Avaliação antropométrica

Serão avaliados de acordo com a técnica utilizada anteriormente pelo nosso grupo. A altura será medida utilizando estadiômetro Cardiomed (modelo WCS) com precisão de 0,1 cm. A massa corporal será medida utilizando uma balança Filizola (modelo Personal Line 150) com precisão de 0,1 kg. O índice de massa corporal (IMC, kg/m2) será calculado da

seguinte forma: IMC = massa corporal ÷ (altura x altura).

Qualidade de vida SF-36

O questionário SF-36 será utilizado para avaliar a percepção da qualidade de vida conforme prévios estudos. O instrumento é constituído de uma escala multifatorial constando 36 itens subdivididos em oito domínios: capacidade funcional (CF, 10 itens), aspectos físicos (AF, 4 itens), dor (D, 2 itens), estado geral de saúde (EGS, 5 itens), vitalidade (V, 4 itens), aspectos sociais (AS, 2 itens), aspectos emocionais (AE, 3 itens), saúde mental (SM, 5 itens). Os domínios CF, AF, D e EGS avaliam a saúde física enquanto os domínios V, AS, AE e SM a saúde mental permitindo analisar de forma isolada os aspectos envolvidos. As 36 questões do SF-36 são estruturadas em escalas, com várias possibilidades de pontuação que variam de 1 a 6 variando de intensidade (crescente ou decrescente) conforme a pergunta.

Questionário de Estilo de vida

Para a avaliação do estilo de vida utilizaremos o questionário estilo de vida fantástico validado para a população brasileira. O questionário “Estilo de vida fantástico” é um instrumento genérico com a finalidade de auxiliar os médicos que trabalham com a prevenção, para que estes possam melhor conhecer e medir o estilo de vida dos seus pacientes. O questionário cobre um amplo leque de questões que têm uma sutil, mas,

poderosa influência na saúde.

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Atividade física - IPAQ

Você é convidado a responder o Questionário Internacional de Atividade Física versão curta que será aplicado para a avaliação do nível de atividade física conforme prévias publicações. Este questionário contém perguntas referentes à frequência semanal e a duração de caminhada e atividade física cotidiana realizada pelas pessoas, além do tempo dispêndio em atividades realizadas em posição sentada em dias da semana e no final de

semana, tendo como período de referência uma semana típica ou a última semana.

Escala de depressão geriátrica

Você é convidado a responder as perguntas desta escala para a avaliação de sintomas depressivos. A escala é formada por 15 itens e composta por respostas dicotômicas (sim ou não), sua pontuação varia entre 0 e 15 pontos e contempla os seguintes pontos de corte: inferior ou igual a 5 pontos significa indivíduo normal ou sem sintomas depressivos; acima de 5 pontos, indivíduo com sintomas depressivos. Neste estudo, será utilizado o ponto de corte ≥ cinco, como indicativo dos casos de provável depressão ou < cinco sem indício de depressão.

Avaliação da qualidade do sono

A qualidade do sono será avaliada pelo índice de qualidade de sono de Pittsburgh, contém 19 questões auto administradas ou aplicadas como entrevista, agrupadas em sete componentes: 1 - qualidade subjetiva do sono, 2 - latência para o sono, 3 - duração do sono, 4 - eficiência habitual do sono, 5 - transtornos do sono, 6 - uso de medicamentos para dormir e 7 - disfunção diurna. A pontuação de cada componente varia de zero a três pontos e a pontuação global, obtida com a soma dos componentes, pode variar de zero a 21 pontos.

Benefícios e Riscos: Ao participar da pesquisa você saberá como estão suas medidas

antropométricas e as condições de saúde e bem estar. A pesquisa oferece riscos mínimos considerados possíveis nos procedimentos realizados neste projeto, que poderão ser desconforto emocional ao responder os questionários e desconforto físico durante a avaliação da composição corporal. Se for observado comprometimento emocional será encaminhado ao Centro de Psicologia Aplicada (CENPA) da Universidade São Judas Tadeu. E no caso de queda, será realizado um primeiro atendimento no ambulatório da Clínica Dr. Família.

Informações: Você tem garantia que receberá respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa. A pesquisadora autora assumirá o compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar participando. Adicionalmente, cabe mencionar que o projeto é de exclusiva ação de pesquisa, sendo assim, as atividades não serão mantidas após o termino do período do projeto.

Retirada do Consentimento: Sua participação é estritamente voluntária e não remunerada

e você terá a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de

participar do estudo.

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Aspecto Legal: Este projeto de pesquisa foi elaborado de acordo com as diretrizes e

normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução

n.º 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde – Brasília – DF.

Endereço do Comitê de Ética: Este documento está elaborado de acordo com os critérios

do comitê de ética em pesquisa da Universidade São Judas Tadeu, localizado na Rua Taquari, 546. Bairro Mooca. São Paulo-SP. CEP: 03166-000. Tel.: 2799-1944. E-mail:

[email protected].

Garantia do Sigilo: Os resultados desta pesquisa podem ser publicados para informação e

benefício de outros estudos. A sua identidade permanecerá anônima. Assim, como o seu nome não será publicado ou usado sem o seu consentimento.

Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação na Pesquisa:

Considere sua participação estritamente voluntária, não configurando situação que exija pagamento. Consequentemente, você não receberá qualquer quantia em dinheiro ou em outra forma de pagamento para arcar com despesas de deslocamentos ou para participar da pesquisa.

Local das Entrevistas: Os questionários e escalas, inventário serão aplicados em forma de

entrevista nas unidades do grande ABC na Clínica Dr. Família.

Nome Completo e telefones dos Pesquisadores (Orientador e Aluna) para Contato:

Prof. Dr. Danilo Sales Bocalini (011) 2799.1638 e Evelin Rodrigues Siqueira (011) 99166.9461.

Consentimento pós-informação:

Eu__________________________________________________________________, após leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo que minha participação é voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo, sem prejuízo algum. Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo no meio científico.

Endereço:_____________________________________________________________

Cidade: _____________________________________CEP:__________-__________

Telefone para contato: ( __) ________________

e-mail: ________________________________

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ANEXO II – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITE ÉTICA

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ANEXO III - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO SOCIODEMAGRÁFICO

Identificação: ________________________ Data da entrevista: ___/___/____

Nome:______________________________________________

Sexo: ( ) M ( ) F

Data de nasc.: _____/______/______ Idade: _____________anos

Bairro de residência: ___________________

UBS de atendimento:___________________

Telefones de contato:_______________________________________________

Anos de escolaridade: ________________(Estudo formal)

Você se encontra:

Empregado ( )

Desempregado ( )

Aposentado ( )

Aposentado por ordem médica ( )

Dona de casa ( )

Estado Civil: __________________

Religião: ____________________ Frequência de prática:_____________

Consumo de medicamentos:______________________ antidepressivos

______________________ outros

Renda familiar mensal: R$______________________

Renda individual mensal: R$____________________

Você praticava atividade física na infância? Sim ( ) Não ( )

O que?

________________________________________________________________

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Você fazia as aulas de educação física na escola? Sim ( ) Não ( )

Suas brincadeiras favoritas eram ? Ao ar livre ( ) dentro de casa ( )

Pode-se dizer que você teve uma infância e adolescência ativa? Sim ( ) Não ( )

Com quantos anos parou de fazer atividade física ? _______________________

Quanto tempo em média você dorme durante a noite? _______________________

Você dorme no período da manhã ? Sim ( ) Não ( ) - Quanto tempo? __________

Você dorme no período da tarde ? Sim ( ) Não ( ) - Quanto tempo ? __________

Quanto tempo em média você fica sentado por dia?_________________________

Você tem o hábito de tomar água durante o dia? Sim( ) Não ( )

Quantos copos de água em média você toma durante o dia? __________________

Você faz uso contínuo de medicamentos? Sim( ) Não ( )

Quantos anos você tinha quando começou a utilizar esses medicamentos?________

Quantos remédios você toma por dia? ___________________________________

No último ano você passou a tomar mais remédios?

Sim( ) Não ( ) Quantos? __________________________

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Relacione no quadro abaixo o quanto você toma de remédio, pra qual doença e o

quanto custa: Caso você pegue algum no posto de saúde sem custo, escreva P.S.

na coluna quanto custa.

Remédio Pra qual doença Qual dose Quanto custa

Qual é o seu gasto mensal com remédios? R$ ____________________________

Com qual frequência você vai ao médico? _________________________________

Você costuma fazer auto-medicação? Sim( ) Não ( )

Qual o se rendimento em salários ? Valor total ______________________________

Você tem em sua casa Não tem Tem

(quantos)

Televisores em cores

Vídeos cassete / DVD

Rádios

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Banheiros

Automóveis

Máquinas de lavar roupa

Empregadas mensalistas

Geladeiras

Freezer (independente ou 2ª porta da

geladeira)

total

Instrução do chefe da família

Analfabeto / até 3ª Série Fundamental ( )

4ª Série Fundamental ( )

Fundamental completo ( )

Médio completo ( )

Superior completo ( )

O seu rendimento total fica em torno de:

_____ por volta de R$ 18.800

_____ por volta de R$ 7.800

_____ por volta de R$ 4.000

_____ por volta de R$ 2.250

_____ por volta de R$ 1350

_____ por volta de R$ 600

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ANEXO IV - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO HÁBITO INTESTINAL E

CONSTIPAÇÃO

Escala de Bristol

Observando essa figura como é o seu cocô? TIPO:____________________________

10) Faz uso de algum

alimentoespecífico para o

intestino?

( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, qual alimento?

Medicamento Tempo de uso Doença Tratada Dose díaria (nº de comprimidos)

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO HÁBITO INTESTINAL

Intrumento para definição de constipação intestinal baseado no consenso de Roma III ( Nos últimos 3 meses).

CRITÉRIO ROMA III PERGUNTA OPÇÕES DE RESPOSTAS

ESFORÇO EVACUATÓRIO1) Desde de três meses atrás, com que frequencia o (a)

Sr. (a), teve de fazer força ou esforço para evacuar?

( ) Nunca ou raramente

( ) Algumas vezes

( ) Frequentemente

( ) Maior parte das vezes

( ) Sempre

FEZES ENDURECIDAS OU

FRAGMENTADAS

2) Desde de três meses atrás, com que frequencia o (a)

Sr. (a), teve fezes duras, endurecidas ou como se fossem

bolinhas?

( ) Nunca ou raramente

( ) Algumas vezes

( ) Frequentemente

( ) Maior parte das vezes

( ) Sempre

SENSAÇÃO DE OBSTRUÇÃO OU

BLOQUEIO ANORRETAL

SENSAÇÃO DE EVACUAÇÃO

INCOMPLETA

3) Desde de três meses atrás, com que frequencia o (a)

Sr. (a), teve a sensação de evacuação incompleta, ou

seja, mesmo após ter evacuado, permaneceu com

vontade?

4) Desde de três meses atrás, com que frequencia o (a)

Sr. (a), sentiu que as fezes não conseguem passar, que

estão trancadas ou presas no ânus?

( ) Nunca ou raramente

( ) Algumas vezes

( ) Frequentemente

( ) Maior parte das vezes

( ) Sempre

( ) Nunca ou raramente

MANOBRAS MANUAIS PARA

FACILITAR A EVACUAÇÃO

( ) Algumas vezes

( ) Frequentemente

( ) Maior parte das vezes

( ) Sempre

5) Desde de três meses atrás, com que frequencia o (a)

Sr. (a), teve que usar manobras digitais ou apoiar no

assoalho pélvico para ajudar na saída das fezes?

( ) Nunca ou raramente

( ) Algumas vezes

( ) Frequentemente

( ) Maior parte das vezes

( ) Sempre

NÚMERO DE EVACUAÇÕES

SEMANAIS *(Menor que três vezes)

6)Quantas vezes semanais o (a) Sr. (a), costuma evacuar? _______________ vezes / semana

8) Faz uso de laxante? ( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, qual tipo?

9) Faz uso de supositório? ( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, quanto tempo?

Uso de medicamentos e laxantes

7) Faz uso de medicamento? ( ) Não ( ) Sim Em caso positivo, descreva o tipo, tempode uso e para qual doença tratada.

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ANEXO V - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS ALIMENTARES

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ANEXO VI - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ESTILO DE VIDA

FANTÁSTICO

01 Tenho alguém para conversar as

coisas que são importantes para mimqQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

02 Dou e recebo afeto qQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

03 Sou vigorosamente ativo pelo menos

durante 30 minutos por dia

(corrida, bicicleta etc.)

qMenos de 1 vez

por semana

q1-2 vezes

por semana

q3 vezes por

semana

q4 vezes por

semana

q5 ou mais

vezes por

semana

04 Sou moderadamente ativo

(jardinagem, caminhada, trabalho de

casa)

qMenos de 1 vez

por semana

q1-2 vezes

por semana

q3 vezes por

semana

q4 vezes por

semana

q5 ou mais

vezes por

semana

05 Como uma dieta balanceada

(ver explicação)qQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

06 Freqüentemente como em excesso

(1) açúcar, (2) sal, (3) gordura animal

(4) bobagens e salgadinhos

qQuatro itens qTrês itens qDois itens qUm item qNenhum

07 Estou no intervalo de ___ quilos do

meu peso considerado saudávelqMais de 8 kg q8 kg q6 kg q4 kg q2 kg

08 Fumo cigarros qMais de 10 por

dia

q1 a 10 por

dia

qNenhum nos

últimos 6 meses

qNenhum no

ano passado

qNenhum

nos últimos

cinco anos

09 Uso drogas como maconha e cocaína qAlgumas vezes qNunca

10 Abuso de remédios ou exagero qQuase

diariamente

qCom relativa

freqüência

qOcasionalmente qQuase nunca qNunca

11 Ingiro bebidas que contêm cafeína

(café, chá ou “colas”)qMais de 10

vezes por dia

q7 a 10 vezes

por dia

q3 a 6 vezes por

dia

q1 a 2 vezes

por dia

qNunca

12 Minha ingestão média por semana de

álcool é: ___ doses (ver explicação)qMais de 20 q13 a 20 q11 a 12 q8 a 10 q0 a 7

13 Bebo mais de quatro doses em uma

ocasiãoqQuase

diariamente

qCom relativa

freqüência

qOcasionalmente qQuase nunca qNunca

14 Dirijo após beber qAlgumas vezes qNunca

15 Durmo bem e me sinto descansado qQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

16 Uso cinto de segurança qNunca qRaramente qAlgumas vezes qA maioria

das vezes

Sempre

17 Sou capaz de lidar com o estresse do

meu dia-a-diaqQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

18 Relaxo e desfruto do meu tempo de

lazerqQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

19 Pratico sexo seguro (ver explicação) qQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

20 Aparento estar com pressa qQuase sempre qCom relativa

freqüência

qAlgumas vezes qRaramente qQuase

nunca

21 Sinto-me com raiva e hostil qQuase sempre qCom relativa

freqüência

qAlgumas vezes qRaramente qQuase

nunca

22 Penso de forma positiva e otimista qQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

23 Sinto-me tenso e desapontado qQuase sempre qCom relativa

freqüência

qAlgumas vezes qRaramente qQuase

nunca

24 Sinto-me triste e deprimido qQuase sempre qCom relativa

freqüência

qAlgumas vezes qRaramente qQuase

nunca

Trabalho

25 Estou satisfeito com meu trabalho ou

funçãoqQuase nunca qRaramente qAlgumas vezes qCom relativa

freqüência

qQuase

sempre

Questionário "Estilo de Vida Fantástico"

Álcool

Sono, cinto de

segurança,

estresse e sexo

seguro

Tipo de

comportamento

Coloque um X na alternativa que melhor descreve o seu comportamento ou situação no mês passado. As explicações às questões que geram dúvidas

encontram-se no final do questionário.

Família e amigos

Atividade

Nutrição

Cigarro e Drogas

Fonte: RODRIGUEZ ANEZ Ciro Romélio; REIS, Rodrigo Siqueira, PETROSKI, Edio Luiz. Versão brasileira do questionário "Estilo de Vida Fantástico": tradução e validação para adultos

jovens. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2008, vol.91, n.2, pp. 102-109. ISSN 0066-782X.  doi: 10.1590/S0066-782X2008001400006.

Introspecão

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ANEXO VII - QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA (IPAQ)

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas fazem

como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que está sendo

feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos ajudarão a entender que

tão ativos nós somos em relação às pessoas de outros países. As perguntas estão

relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física na ÚLTIMA semana. As

perguntas incluem as atividades que você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por

lazer, por esporte, por exercício ou como parte das atividades em casa ou jardim. Suas

respostas são MUITO importantes. Por favor, responda cada questão mesmo que considere

que não seja ativo. Obrigada pela sua participação!

Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por

pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a. Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10 minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de uma lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício? ________dias por SEMANA ( ) Nenhum 1b. Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou caminhando por dia? Horas: __________ Minutos: _______________ 2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta, nada, dançar, fazer ginástica aeróbia leve, jogar vôlei recreativo, carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO INCLUA CAMINHADA) Dias_____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ____________ Minutos: ______________ 3a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por pelo menos

Para responder as questões lembre que:

Atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande

esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal

Atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum esforço

físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

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10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica aeróbia, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou batimentos do coração. Dias ___________ por SEMANA ( ) Nenhum 3b. Nos dias em que você fez essas atividades por pelo menos 10 minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por dia? Horas: ___________ Minutos: ____________

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo dia, no

trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui o tempo

sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa, visitando um

amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo gasto sentado durante

o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a. Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana? _____________ horas ____________minutos

4b. Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de semana? _____________ horas ____________minutos

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ANEXO VIII - QUESTIONÁRIO DA ESCALA DE QUALIDADE DO SONO DE

PITTSBURGH

Instruções para responder o questionário:

As questões a seguir são referentes aos hábitos de sono apenas durante o mês passado.

Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que aconteceu na maioria dos dias e noites do mês passado.

Por favor, responda a todas as questões.

1) Durante o mês passado, à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes? HORÁRIO DE DEITAR: _____:________

2) Durante o mês passado, quanto tempo (minutos) você demorou para pegar no sono, na maioria das vezes? QUANTOS MINUTOS DEMOROU PARA PEGAR NO SONO: _____________

3) Durante o mês passado, a que horas você acordou de manhã, na maioria das vezes? HORÁRIO DE ACORDAR: _____:________

4) Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser diferente do número de horas que você ficou na cama) HORAS DE SONO POR NOITE: _______________

Para cada uma das questões seguinte escolha uma única resposta, que você ache mais correta. Por favor, responda a todas as questões.

5) Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas para dormir por causa de:

a) Demorar mais de 30 minutos para pegar no sono

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais b) Acordar no meio da noite ou de manhã muito cedo

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais c) Levantar-se para ir ao banheiro

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais d) Ter dificuldade para respirar

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais e) Tossir ou roncar muito alto

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais f) Sentir muito frio

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais g) Sentir muito calor

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( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais h)Ter sonhos ruins ou pesadelos

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais i) Sentir dores

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais j) Outra razão, por favor, descreva:____________________________________________ Quantas vezes você teve problemas para dormir por esta razão durante o mês passado?

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais 6) Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono?

( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Muito ruim ( ) Ruim 7) Durante o mês passado, você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo médico, ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por sua conta?

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais Qual(is)?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8) Durante o mês passado, se você teve problemas para ficar acordado enquanto estava dirigindo, fazendo suas refeições ou participando de qualquer outra atividade social, quantas vezes isso aconteceu?

( ) nenhuma vez ( ) menos de uma vez por semana

( ) uma ou duas vezes por semana ( ) três vezes por semana ou mais 9) Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para realizar suas atividades diárias?

( ) Nenhuma indisposição nem falta de entusiasmo

( ) Indisposição e falta de entusiasmo pequenas

( ) Indisposição e falta de entusiasmo moderadas

( ) Muita indisposição e falta de entusiasmo

Comentários do entrevistado (se houver): 10) Você cochila?

( ) Não ( ) Sim

Comentários do entrevistado (se houver): Caso Sim – Você cochila intencionalmente, ou seja, pôr que quer?

( ) Não ( ) Sim

Comentários do entrevistado (se houver): Para você, cochilar é ( )Um prazer ( )Uma necessidade ( )Outro - Qual?

Comentários do entrevistado (se houver):

Pontuação do componente:

1:_____; 2: _____ ; 3: _____; 4: ______ 5: _____; 6: _____; 7: _____