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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA IZABEL FONSECA SIQUEIRA PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA PROFESSORES: JOÃO RODRIGUES IZOEL NUNES Reserva do Iguaçu/ Fevereiro/ 2011.

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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA IZABEL

FONSECA SIQUEIRA

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA

PROFESSORES: JOÃO RODRIGUES

IZOEL NUNES

Reserva do Iguaçu/ Fevereiro/ 2011.

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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA

I – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

O ensino de Sociologia está relacionado com o desenvolvimento de uma compreensão

dinâmica e complexa sobre a realidade social. Sua especificidade no ensino médio refere-se à

formação de um código de leitura do mundo capaz de despertar junto aos alunos e alunas uma

postura crítica e reflexiva sobre o funcionamento das coletividades humanas, seus múltiplos

contextos de vida e interação. Por isso, trata-se de uma referência central para debater os

principais problemas que interessam e afetam o conjunto das sociedades atuais, contribuindo

para a permanente busca por caminhos solidários e responsáveis na efetivação das cidadanias.

Tais caminhos, entretanto, apenas serão alcançados no exercício autônomo da curiosidade, do

estranhamento e da desnaturalização frente às vivências e desigualdades sociais. Para tanto,

faz-se indispensável a mobilização de conteúdos inerentes ao pensamento social que

permitam ao educando (re)conhecer tanto os mecanismos de produção da ordem, quanto as

práticas e saberes que emergem do tecido social oferecendo alternativas aos processos de

dominação e exclusão vigentes nas sociedades contemporâneas.

A Sociologia como disciplina curricular no ensino médio tem como uma de suas mais

importantes propostas o desenvolvimento do que Wright Mills (1972) denomina de

“imaginação sociológica”. Por meio dela o indivíduo consegue estabelecer relações entre sua

biografia pessoal e o que acontece na sociedade de seu tempo, levando-o a perceber de que

modo a organização social influencia suas possibilidades de ação. Assim, ao tomar

consciência das relações existentes entre a forma como a sociedade se organiza e os

acontecimentos individuais cotidianos, abre-se espaço para que os educandos possam

interpretar, compreender e atuar em sociedade. Portanto, a proposta é questionar o sentido e o

significado de todas as relações sociais, percebendo a constituição histórica, política e cultural

da organização social e o caráter social do conhecimento humano, seja ele científico ou não.

A partir daí, busca-se explicitar e explicar problemáticas sociais concretas, de maneira

contextualizada para a desconstrução de prenoções e preconceitos que acabam refletindo em

práticas sociais. É na busca de fornecer subsídios para compreensão e possível intervenção no

real que a disciplina de Sociologia tem trabalhado no ensino médio.

Fundamentos Teórico-Metodológicos

Compreender a especificidade do pensamento sociológico no ensino médio é

indispensável para revitalizar o papel da Sociologia na educação básica, assim como para

construir um espaço legítimo e diferenciado para o ensino desta disciplina escolar. Tal tarefa

perpassa o desenvolvimento de uma sensibilidade particular para compreensão do mundo

social que não é explorada por outras disciplinas, mas revela-se necessária para o

fortalecimento de uma sociedade consciente, democrática e participativa. Este trabalho diz

respeito a própria fundamentação teórica e metodológica do ensino de Sociologia na medida

em que está orientado para a formação de modos de perceber, compreender e raciocinar que

são disciplinados pela teoria social; ou como diria Flávio Sarandy, que “possuem uma

intencionalidade (...) e, portanto, são seletivos” (2004).

Divididos em seis grandes campos temáticos (denominados Conteúdos Estruturantes)

as Diretrizes Curriculares de Sociologia buscam instrumentalizar educadores e educandos

para trilharem juntos alguns caminhos que levam à descoberta de fenômenos e dimensões

antes insuspeitas da vida social. Um movimento através do qual a complexidade do social, em

suas múltiplas e indeterminadas teias, releva-se como produto da atuação das coletividades

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humanas – contribuindo para desvelar as representações sociais estabelecidas e reconstruí-las

na descoberta de novas práticas, saberes e relações. Assim, os pressupostos que devem nortear

nossa discussão sobre a seriação por Blocos precisam enfrentar e superar os desafios

historicamente instaurados no ensino de Sociologia e relacionados com o caráter fragmentário

com que esta disciplina foi trabalhada na educação pública brasileira, desarmando visões

preconceituosas sobre o conhecimento e os fenômenos sociais para construir novos modos de

perceber e compreender as sociedades contemporâneas.

Nesse sentido, esta proposta para uma seriação por Blocos visa seriar o ensino de

sociologia por Conteúdos Estruturantes. Tais conteúdos encerram discussões e apresentam

conceitos que podem ser tratados de modo articulado (com outros conteúdos) ou

individualizado (para um fim específico). Entretanto, é importante notar que os Conteúdos

Estruturantes (Instituições Sociais; Cultura e Indústria Cultural; Trabalho, Produção e Classes

Sociais; Poder, Política e Ideologia; e Direito, Cidadania e Movimentos Sociais) devem ser

organizados para facilitar e potencializar a formação da percepção sociológica, auxiliando no

desenvolvimento da curiosidade e da reflexividade acerca da experiência social.

Para dar conta deste intento, a temática “O Surgimento da Sociologia e Teorias

Sociológicas” objetiva um trabalho introdutório (em todas os blocos) que está relacionado

com o debate e reflexão sobre a produção social do conhecimento, do modo como

construímos nosso olhar e interpretamos a realidade envolvente. Trata-se de um modo

sistemático de apresentar a emergência de uma preocupação com o social e das principais

teorias que configuram esta disciplina, auxiliando a treinar nosso olhar e prepará-lo para ver e

explicar o como e o porquê os fenômenos sociais ocorrem.

Os cinco Conteúdos Estruturantes estão distribuídos entre os Blocos (conforme a

proposta para seriação em anexo) e objetivam aprofundar o desenvolvimento dessa percepção

sociológica a partir do contato com diferentes perspectivas sobre as principais dimensões

(sociais, culturais, produtivas, políticas e participativas) das sociedades contemporâneas.

Explorando temas e teorias variadas, o professor deve buscar evitar a simplificação das

questões sociais no resgate de problemáticas e na visibilização de práticas e sujeitos

fundamentais, embora frequentemente negligenciadas, para a co-produção de uma sociedade

mais livre e emancipada das formas de opressão e exclusão. Tal heterogeneidade, que marca

a própria especificidade da Sociologia no ensino médio, corrobora para a descoberta da

pluralidade de projetos políticos e sociais que hoje configuram as sociedades ocidentais e

apenas podem ser compreendidos se lançarmos mão de um olhar complexo, múltiplo e aberto

ao risco, à incerteza e à indeterminação. A espectativa é que o encaminhamento destes

conteúdos não seja apenas adaptado, mas também sirva de inspiração a novas práticas

pedagógicas e enriqueça o estudo da Sociologia.

A disciplina de Sociologia busca, então, propiciar aos educandos a oportunidade de

reflexão, compreensão e atuação sobre a realidade social. Assim, partir de suas realidades

mais próximas pode ser bastante proveitoso no processo de desenvolvimento da “imaginação

sociológica”. Nesse sentido, o professor pode levar o educando a fazer perguntas e a buscar

respostas no seu entorno, na realidade social que se apresenta no bairro, na escola, na família,

nos programas de televisão, nos noticiários, nos livros de História, etc. Assim, é possível

despertar no aluno o sentimento de integração com a realidade que lhe cerca, desenvolvendo

certa sensibilidade para com os problemas brasileiros de forma analítica e cogitando possíveis

soluções para problemas diagnosticados.

OBJETIVOS

Proporcionar um saber especializado pautados em teorias e pesquisas que esclarecem muitos

dos problemas da vida social.

- conquistar uma linguagem específica, a linguagem científica, no caso a sociologia, no

tratamento das questões sociais.

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- compreender a dinâmica que os cerca, como também a capacidade de inserir-se e participar

de movimentos Já organizados ou em processo de organização.

- entender as diferentes formas de organização social, cultura, poder e classes sociais e seu

aspeto econômico, políticos.

- interpretar a própria condição de vida, construir para si uma identidade e dominar o próprio

ambiente.

- observar que as desigualdades sociais são resultadas de um longo processo político e

econômico.

- Estimular a compreensão de como se tem organizado e ampliado à esfera formal e informal

do trabalho na realidade de nossos alunos.

II – CONTEÚDOS

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS:

O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA E TEORIAS SOCIOLÓGICAS:

- Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento

social;

Pensamento científico e senso comum; O desenvolvimento da sociologia no Brasil.

- Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Engels e Marx, Weber;

- O desenvolvimento da sociologia no Brasil.

- O surgimento da Sociologia: importância, contextualização, objetivação e apresentação da

Sociologia como área das Ciências Sociais no processo histórico-educacional, sociabilidade e

socialização; Fases de implantação da Sociologia;

- Gênesis, conhecimento e entendimento sociológico;

- Iluminismo, consolidação do capitalismo e Revolução Industrial;

PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO E DAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS

- Processo de socialização;

- Conceitos básicos para a compreensão da vida social;

- Contratos sociais (primários e secundários); Convívio social, isolamento e atitudes;

- Teorias sociológicas para a compreensão do presente;

- Elementos significativos para o estudo Sociológico

- Conceitos sociológicos, seu objeto de estudo e visão da sociedade na sua historicidade;

- Produção sociológica brasileira;

- Desafios da Sociologia.

- Grupos sociais; Instituições sociais: familiares, escolares e religiosas;

- Instituições de ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos, etc.

CULTURA E INDÚSTRIA CULTURAL

- Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das

diferentes

sociedades; Criação e apropriação da cultura, Cultura popular, erudita e de Massa;

- Diversidade cultural; Identidade; Indústria cultural; Meios de comunicação de massa;

Sociedade

de consumo; Indústria cultural no Brasil; Área cultural, cultura material e não-material; As

principais características da cultura; Violência e poder, droga e meio ambiente;

- Preconceito; Questões de gênero; Cultura afro-brasileira e africana; Cultura indígena;

- Herança e patrimônio cultural; etnocentrismo e relativismo; traços culturais e complexos;

- Sociedade de consumo; Sub-cultura e estudo das culturas.

TRABALHO, PRODUÇÃO E CLASSES SOCIAIS.

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- O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedades; mercado, terceirização;

- Desigualdades sociais: estamentos, castas e classes sociais; Flexibilização, Agronegócio;

- Trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições; Empreendedorismo;

- Drogas;

- Globalização; Relações de trabalho; Neoliberalismo; Trabalho no Brasil;

- Violência;

- Desemprego: conjuntural e estrutural, subemprego e informalidade; voluntariedade;

- Reforma sindical e agrária; Estatização e privatização; economia solidária; Meio ambiente;

- Empregabilidade e produtividade;

- Cultura Afro e Indígena.

PODER, POLÍTICA E IDEOLOGIA.

- Formação e desenvolvimento do Estado Moderno;

- Democracia, autoritarismo e totalitarismo;

- Estado no Brasil; Conceitos de poder; Conceitos de ideologia;

- Conceitos de dominação e legitimidade; Conceito moderno de direito;

- Poder e Violência, drogas, Meio ambiente, Sexualidade e Cultura Afro, Indígenas.

- As expressões da violência nas sociedades contemporâneas.

DIREITO, CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS.

- Direitos: civis, políticos e sociais;

- Direitos humanos; Conceito de cidadania; Conceito de movimentos sociais;

- Movimentos sociais, urbanos e rurais; Movimentos sociais no Brasil; Movimentos

ambientalistas;

ONGs, Movimento Afro, indígena e Asiáticos, Relação entre Cidadania e Meio Ambiente,

Violência, drogas e os desafios contemporâneos.

Conteúdo Básico por série

1ª Série:

O Surgimento da Sociologia e as Teorias sociológicas.

O conteúdo: O surgimento da sociologia e as teorias sociológicas estará presente em todas as

séries. Sugere-se que o professor articule os momentos históricos mais relevantes para

discussão dos conteúdos do bloco, bem como, quais os conceitos mais importantes dos

teóricos clássicos podem ser utilizados nas discussões propostas para do bloco. Aqui também

é o momento do professor apresentar, ainda que rapidamente, com quais outros teóricos e

conceitos, para além dos clássicos, pretende trabalhar os conteúdos apresentados.

O processo de socialização e as instituições sociais:

Instituições familiares.

Instituições escolares.

Instituições religiosas

Instituições de reinserção.

Trabalho, produção e classes sociais:

O conceito de trabalho e o trabalho nas diferentes sociedade

Desigualdades sociais: estamentos, castas e classes sociais.

Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições.

Globalização e Neoliberalismo.

Trabalho no Brasil.

Relações de trabalho.

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2ª Série

O Surgimento da Sociologia e as Teorias sociológicas:

Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social.

Poder, politica e ideologia:

Formação e Desenvolvimento do Estado moderno; sociológicas clássicas.

conceitos de poder,

conceitos de ideologia,

conceitos de dominação e legitimidade

Estado no Brasil. Desenvolvimento da sociologia no Brasil. Democracia, autoritarismo,

totalitarismo.

As expressões da violência nas sociedades contemporâneas.

Direitos, cidadania e movimentos sociais:

Conceitos de cidadania.

Direitos civis, políticos e sociais.

Direitos humanos.

Movimentos sociais.

Movimentos sociais no Brasil.

Questões ambientais e movimentos ambientalistas.

Questão das ONG's.

3ª Série

O Surgimento da Sociologia e as Teorias sociológicas:

Formação e consolidação da sociedade capitalista e o desenvolvimento do pensamento social.

Cultura e Indústria Cultural:

Os conceitos de culturas e as escolas antropológicas.

Antropologia brasileira.

Diversidade e diferença cultural.

Relativismo, etnocentrismo, alteridade.

Culturas indígenas.

roteiro para pesquisa de campo.

Identidades como projeto e/ou processo, sociabilidades e globalização.

minorias, preconceito, Hierarquia e desigualdades.

Questões de gênero e a Construção social do gênero.

Cultura afro-brasileira e a Construção social da cor. Identidades e movimentos sociais;

dominação, hegemonia e contramovimentos.

Indústria cultural.

Meios de comunicação de massa.

Sociedade de consumo, Indústria cultural no Brasil.

III – METODOLOGIA DA DISCIPLINA

É importante ensinar aos alunos que as estruturas de um determinado espaço social

varia de uma sociedade para outra e numa mesma sociedade, pois ela reflete as condições

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econômicas, políticas, sociais e culturais das sociedades em um determinado contexto e ela

está sempre em construção, por isto o cenário ideal não existe em nenhuma parte. Importante

levar o aluno a compreender a que a disciplina trabalha a complexidade do ser humano,

influenciando e sendo influenciado pelas estruturas sociais, problematizando seus limites,

suas contradições e suas diferentes atitudes quando sujeito a um determinado momento ou

situação histórica. O seu principal mérito, resumindo, é nos conduzir a pensar sobre as

relações sociais (desiguais), as diferentes culturas, as políticas existentes no meio social. O

silêncio ao qual estamos habituados sobre esses fatos ilude a ponto de fazer supor que não

existem ou que não possuímos responsabilidade sobre eles; assim, equivocadamente, passa-se

a acreditar que são valores naturais aos seres humanos. Deste modo, nega-se a debatê-los e

eles se tornam um assunto deixado de lado, quando deveriam ser combatidos.

O professor deve mobilizar o conhecimento que o aluno já dispõe na intenção dele

alcançar outros horizontes, mostrar aos alunos que a sociedade não é estática ela está sempre

em movimento, mesmo que este seja para conservar as estruturas.

Além dos conteúdos presentes neste documento, o educador também tratará de forma

intencional, (exposto nos PTD) os Desafios Educacionais Contemporâneos, estes que

pressupõem uma abordagem sobre as questões sociais, culturais, ambientais e históricas,

devem ser trabalhados na disciplina os quais se contextualizam, como condição de

compreensão do conhecimento em suas múltiplas manifestações.

É preciso que fique claro que os “desafios educacionais” não podem se impor à

disciplina numa relação artificial e arbitrária, devem ser “chamados” pelo conteúdo da

disciplina em seu contexto . São cinco os desafios:

Como base legal temos:

Cidadania e Direitos Humanos

Cidadania e Direitos Humanos no âmbito da Coordenação dos Desafios Educacionais Contemporâneos, da Diretoria de Políticas e Programas Educacionais – CDEC/DPPE/SEED, nasce com o desafio de implementar o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos nas escolas de nossa rede.

Tem na sua essência a busca dos princípios da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos de direito e fomentando maior justiça social.

No intuito de valorizar ações de cidadania, esta demanda responde ainda pelas ações interinstitucionais de acompanhamento e fomento de programas federais e estaduais como: Atitude, Saúde na Escola, Segurança Social, entre outros.

“História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

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Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela

Lei . 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e

bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede

de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

Brasileira e Indígena”. OPRESIDENTEDAREPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o O art. 26-A da Lei . 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. rt" style="margin-right: 0cm" align="justify"> “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. Art. rt" style="margin-right: 0cm" align="justify"> § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad

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História do Paraná (Lei nº 13.381/01)

PROCESSO N.º 1078/06 DELIBERAÇÃO N.º 07/06 APROVADA EM 10/11/06 COMISSÃO TEMPORÁRIA (PORTARIA N.º 7/06-CEE/PR) INTERESSADO: SISTEMA ESTADUAL DE ENSINO DO PARANÁ ESTADO DO PARANÁ ASSUNTO: Inclusão dos conteúdos de História do Paraná no currículos da Educação Básica. RELATORAS: CLEMENCIA MARIA FERREIRA RIBAS E LILIAN ANNA WACHOWICZ O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO do Estado do Paraná, usando de suas atribuições que lhe são conferidas por Lei, tendo em vista a Lei Estadual n.º 13.381/2001 e considerando a Indicação nº 01/06 da Comissão Temporária (Portaria nº 7/06-CEE/PR) que a esta se incorpora e ouvida a Câmara de Legislação e Normas, DELIBERA: Art. 1º A presente Deliberação institui a inclusão dos conteúdos de História do Paraná nos currículos da educação básica, no âmbito do Sistema Estadual de Ensino, objetivando a formação de cidadãos conscientes da identidade, do potencial e das possibilidades de valorização do nosso Estado. Art. 2º Os estabelecimentos de ensino poderão ofertar a disciplina História do Paraná na parte diversificada do currículo, em mais de uma série ou distribuir os seus conteúdos em outros componentes curriculares, baseados em bibliografia especializada. § 1º Para a aprendizagem dos conteúdos curriculares, as escolas deverão oferecer atividades por diversas abordagens metodológicas, promovendo a incorporação dos elementos formadores da cidadania paranaense, com o estudo das comunidades, municípios e regiões do Estado. § 2º A distribuição de conteúdos da História do Paraná em outras disciplinas configura-se no uso de materiais pedagógicos específicos, dados de fatos relacionados ao Paraná e ao seu desenvolvimento, bem como suas dificuldades e desafios. PROCESSO N.º 1078/06 Art. 3º As mantenedoras deverão observar, na elaboração da proposta pedagógica dos estabelecimentos de ensino, que os conteúdos específicos de História do Paraná sejam contemplados e propiciar aos educadores formação continuada, no que diz respeito à temática da presente Deliberação. Parágrafo único. O plano de formação continuada a que se refere o caput deste artigo, deverá constar do Projeto Pedagógico da Instituição.

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Art. 4º As mantenedoras deverão, gradativamente, dotar as escolas de acervo que possibilite consulta, pesquisa, leitura e estudo da História do Paraná. Art. 5º A presente Deliberação entrará em vigor a partir da data de sua publicação. Sala Pe. José de Anchieta, em 10 de novembro de 2006. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Meio Ambiente (Lei nº 9.795/99

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.

Mensagem de Veto

Regulamento

Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: I - ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem; III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente; IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação; V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; VI - à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas ambientais. Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental: I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

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VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

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Educação Fiscal (Portaria 413/2002 ).

Portaria Interministerial nº 413, de 31 de dezembro de 2002

DOU de 2.1.2003 Define competências dos órgãos responsáveis pela implementação do Programa Nacional de Educação

Fiscal -PNEF.

O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA e o MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições, tendo em vista o Convênio de Cooperação Técnica firmado entre o Ministério da Fazenda, o Distrito Federal e os Estados, resolvem:

Art. 1º Implementar o Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEF com os objetivos de promover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania, sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo, levar conhecimento ao cidadão sobre administração pública e criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

Art. 2º A implementação do PNEF é de responsabilidade do Grupo de Trabalho de Educação Fiscal – GEF. Art. 3º O GEF é composto por um representante, em caráter efetivo e permanente, de cada um dos seguintes órgãos: I – Ministério da Educação; II – Escola de Administração Fazendária - ESAF; III – Secretaria da Receita Federal; IV – Secretaria do Tesouro Nacional; V – Secretaria de Fazenda de cada Estado e do Distrito Federal; VI – Secretaria de Educação de cada Estado e do Distrito Federal. Art. 4º A Coordenação e a Secretaria-Executiva do PNEF e do GEF estão a cargo da ESAF, que deverá baixar os atos necessários à sua regulamentação. Parágrafo único. Constitui órgão vinculado ao GEF o Grupo de Educação Fiscal nos Estados – GEFE, o Grupo de Educação Fiscal da Secretaria da Receita Federal – GEFF e o Grupo de Educação Fiscal dos Municípios – GEFM, de acordo com o estabelecido nos artigos de 5º a 20. Art. 5º O GEFE é composto, em cada Estado, por representantes de cada um dos seguintes órgãos: I – Secretaria de Fazenda; II – Secretaria de Educação; III – demais órgãos envolvidos no desenvolvimento do PNEF nos Estados. Art. 6º O GEFF é composto, na Secretaria da Receita Federal, pelos representantes: I – nacional; II – regionais, das dez regiões fiscais e/ou sub-regionais; III – dos demais órgãos envolvidos no desenvolvimento do PNEF. Art. 7º O GEFM é composto, em cada Município, por representantes de cada um dos seguintes órgãos: I – Secretaria de Fazenda ou Finanças; II – Secretaria de Educação; III – demais órgãos envolvidos no desenvolvimento do PNEF no Município. Art. 8º As deliberações do GEF e dos órgãos a ele vinculados são tomadas por meio da maioria de votos de seus representantes. Art. 9º Compete ao Ministério da Educação: I - sensibilizar e envolver os seus servidores na implementação do PNEF; II - destinar recursos para a divulgação nacional e o desenvolvimento institucional (consultorias e assessoramento) do PNEF; III - disponibilizar técnicos para a realização de cursos, palestras e outras ações necessárias à implementação do PNEF; IV - integrar e articular o PNEF às ações dos diversos programas desenvolvidos pelo MEC; V - inserir o tema Educação Fiscal nos Parâmetros Curriculares Nacionais; VI - incentivar as Secretarias de Educação dos Estados e dos Municípios a tratar Educação Fiscal como temática a ser trabalhada nos currículos de educação básica e de educação de jovens e adultos; VII - propor medidas que garantam a reflexão sobre políticas tributária e fiscal no ensino superior, nas modalidades de graduação e pós-graduação; VIII - propor medidas objetivando o tratamento de Educação Fiscal como temática a ser trabalhada no ensino superior, nos currículos destinados à formação docente, em especial à formação pedagógica; IX - manter um representante permanente junto ao GEF; X - incluir a Educação Fiscal nos programas de capacitação e formação de servidores e nos demais eventos realizados; XI - sensibilizar e propor medidas e ações que garantam o envolvimento das Secretarias de Educação dos Estados e Municípios na implementação do PNEF xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Enfrentamento à violência na escola

No Brasil, mudanças estruturais na assistência à Infância, a partir do final do século XIX, substituem gradativamente a piedade e o amor

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cristão pela racionalidade científica. A criança pobre deixa de ser propriedade exclusiva da assistência caritativa da Igreja. Surge, mesmo como filantropia, uma política de assistência que não objetiva mais a esmola, mas a reintegração social dos desajustados.

Já no século XX, mais especificamente no ano de 1927, é promulgado o primeiro código de menores, também conhecido como Código de Mello Mattos. Esse período caracterizou-se pela criação de colônias correcionais para a reabilitação de delinqüentes e abandonados. O

Estado passa a assumir a tutela do menor abandonado ou infrator.

Em 1979 surge o Código de Menores. Cria-se a figura do menor em situação irregular. O termo menor ainda hoje é utilizado de forma pejorativa para designar crianças e adolescentes no Brasil.

Apenas em 1990, fruto do desdobramento da Constituição Federal de 1988 (em especial de seu artigo 227), da Convenção Internacional de 1989, bem como da reivindicação de inúmeras entidades, movimentos e atores sociais, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA traz a doutrina jurídica da proteção integral. A criança deixa de ser vista como objeto de intervenção da família, da sociedade e do

estado e passa a ser entendida como um sujeito de direito e em desenvolvimento. Daí a importância da educação. Importante lembrar que a Constituição de 1988 é também conhecida como Constituição Cidadã, e foi construída após duas décadas de vigência de uma

ditadura militar (1964/1985).

Tal compreensão é vital para entendermos a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente, principalmente para dissiparmos falas de senso comum que imputam ao ECA a culpa pela indisciplina e violência nas escolas considerando-se que tal fenômeno é social e

histórico. É claro que todo direito pressupõe uma reciprocidade de deveres, por isso cabe a todos os envolvidos no processo educativo de crianças e adolescentes, pautar esta questão.

Além da compreensão acerca do ECA , é importante compreendermos que um trabalho de enfrentamento à violência na escola

pressupõe, por parte desta mantenedora, de um encaminhamento pautado em três eixos de ação: diagnóstico, estudo e produção de material de apoio didático-pedagógico; formação continuada dos profissionais da educação; e, acompanhamento e promoção de ações interinstitucionais. Esses eixos foram definidos pela Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos – CDEC/DPPE/SEED e

balizam suas ações. Importante: todos os eixos devem ser vistos de forma interligada.

Partindo deste pressuposto, quando da criação da CDEC, em 2007, iniciamos o processo de construção dos Cadernos Temáticos de Enfrentamento à Violência nas Escolas e de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas - impressos e encaminhados às escolas de nossa

rede. O primeiro lote foi entregue em 2009 a segunda impressão será distribuída no segundo semestre de 2010, totalizando 24.000 exemplares de cada volume. O uso desse material como subsídio às escolas passa a ser fomentado, em especial, no Itinerante 2010,

uma vez que pautamos nossa participação na implementação dos Cadernos Temáticos.

Concomitantemente a esse processo de construção dos Cadernos Temáticos ocorre a formação continuada dos profissionais da educação. O Seminário Integrado sobre Drogas, Evasão, Indisciplina e Violência na Escola é o melhor exemplo dessa capacitação, fato

confirmado pela avaliação positiva quanto aos eventos / etapas já realizados/as.

O Seminário Integrado tem esse nome, pois integra demandas afins de diferentes coordenações e departamentos. Um dos objetivos é fortalecer a rede de proteção social e consequentemente o Sistema de Garantias de Direitos do qual a educação faz parte. Por esta razão foi pensado de forma descentralizada nos 32 NREs, a partir da análise do diagnóstico realizado nas escolas da rede pública estadual, no

ano de 2008.

A Rede de Proteção Social dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes visa fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos, do qual a Educação faz parte. Consiste na integração, em sintonia com a sociedade civil e por meio da intersetorialidade, das políticas públicas na área da educação, saúde, segurança, assistência social, atendimento jurídico, entre outras. Baseada num trabalho planejado, dentro de

princípios como a horizontalidade, o diálogo, o comprometimento, visa dinamizar a garantia de direitos assim como possibilita o reconhecimento de que o fenômeno da violência é multifacetado e que seu enfrentamento envolve uma ação articulada e integrada.

Outro trabalho que visa fortalecer a rede de proteção social é desenvolvido por meio da revisão do Plano Estadual de Enfrentamento à Violência, com participação efetiva da CDEC/DPPE/SEED e sob a coordenação da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude - SECJ. O documento final revisado e atualizado será colocado à apreciação dos Secretários de Estado e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDCA/PR e terá vigência no período de 2010 a 2015 definindo-se ações das instituições envolvidas nesse processo. Cabe também à Comissão Estadual articular as comissões regionais, a fim de fortalecer as redes de

proteção. Definiu-se, a partir do número de regionais da SECJ, o total de 12 Comissões Regionais. A Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social - SETP, por exemplo, possui 18 regionais e a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná - SESA 22.

Por fim, a CDEC trouxe para análise junto à Comissão Interdepartamental de Enfrentamento à Violência – CIEVE (comissão composta por representantes de diferentes setores da SEED), um documento em forma de minuta, que tem por objetivo fornecer às escolas uma orientação pautada em bases legais quanto à questão do enfrentamento à violência e indisciplina na escola. Após inúmeras leituras e sugestões dos membros da CIEVE, o documento foi entregue à DPPE para apreciação e devidos encaminhamentos. Dessa forma, a

Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos busca cumprir seu ciclo de trabalho dentro dos três eixos anteriormente apontados. Isso mostra que a SEED tem hoje uma proposta viável de trabalho para a nossa rede de ensino.

Enfrentamento à violência na escola: explicitar e conectar

Explicitar: - Que tipo de violência está presente na escola? Violência na escola, violência da escola ou violência contra a escola.

- Identificar fatores de risco e fatores de proteção. Potencializar o segundo.

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Conexões internas:

- Fortalecer as instâncias colegiadas por meio da gestão democrática.

Conexões externas: - Fortalecer e se necessário acionar a rede de proteção social.

Lembre-se: “não existe resposta simples para um problema complexo, mas existe uma resposta possível de ser construída no coletivo, com participação, diálogo e comprometimento”.

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A Prevenção ao Uso Indevido de Drogas

é um trabalho desafiador, que requer tratamento adequado e cuidadoso, fundamentado em resultados de pesquisa, desprovido de valores e crenças pessoais. Por meio da busca do conhecimento, educadores e educandos são instigados a conhecer a legislação que reporta direta ou indiretamente a esse desafio educacional contemporâneo, bem como a debater assuntos presentes em nosso cotidiano como: drogadição, vulnerabilidade, preconceito e discriminação ao usuário de drogas, narcotráfico, violência, influência da mídia, entre outros.

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IV - AVALIAÇÃO

Uma vez que o ensino de Sociologia está voltado para a formação ética, social e

reflexiva através da qual alunos e alunas devem ser preparados para falar, escrever e se

expressar (interpretando com clareza seu cotidiano e a sociedade que os envolve), a avaliação

configura um processo particular do ensino e aprendizado, pois permite constatar se os

objetivos propostos foram atingidos. Nesse sentido, a avaliação revela-se como mais um

elemento na construção do conhecimento sociológico – e não como mecanismo de controle,

punição ou medição. Para isto, entretanto, não basta apenas criar instrumentos avaliativos,

mas transformá-los em instrumentos de crescimento e reflexão contínua. Portanto, a avaliação

é dinâmica, progressiva e versátil, porque diz respeito ao cotidiano escolar e deve estar

integrada aos processos de ensino de modo abrangente.

A avaliação pode ser também um mecanismo de transformação social, articulando-se à

intencionalidade do ensino. Esse caráter diagnóstico da avaliação, ou seja, a avaliação

percebida como instrumento dialético da identificação de novos rumos, não significa menos

rigor na prática de avaliar. Transposto para o ensino da Sociologia, o rigor almejado na

avaliação formativa, conforme Luckesi (2005) significa considerar como critérios básicos: a)

a apreensão dos conceitos básicos da ciência articulados com a prática social; b) a capacidade

de argumentação fundamentada teoricamente; c) a clareza e a coerência na exposição das

ideias sociológicas; d) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.

Portanto, pretende-se, por meio da prática avaliativa, mobilizar o que foi discutido,

trabalhado, exercitado em sala de aula, visando “desnaturalizar” conceitos tomados

historicamente como irrefutáveis, propiciando o melhoramento do senso crítico e a conquista

de uma maior participação na sociedade.

Vale lembrar ainda que a avaliação também é uma ferramenta que possibilita ao

professor verificar a efetividade de suas práticas pedagógicas, propiciando a reorientação e

reformulação das mesmas quando se perceber sua inadequação.

DELIBERAÇÃO CEE Nº 07/99 Fixa normas para a oferta de cursos seqüenciais por campo de saber. O Conselho Estadual de Educação, com fundamento na Lei Federal no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e nos termos das Indicações CEE no 03/98 e CEE no 09/99. Delibera:

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Art. 1o – Os cursos seqüenciais por campo de saber, considerados como pós-médios e de educação superior, constituem subcampos multidisciplinares, a par dos demais cursos de educação superior, e poderão ser ofertados pelas instituições de educação superior vinculadas ao sistema estadual de ensino, nos termos desta Deliberação, tanto para graduados como para não graduados egressos do ensino médio. § 1o – Os campos de saber podem compreender ou estar contidos em parte de uma ou mais das áreas fundamentais, profissionais ou tecnológicas do conhecimento, que abrangem as ciências matemáticas, físicas, químicas e biológicas, as geociências, as ciências humanas, a filosofia, as letras e as artes. § 2o – Os cursos seqüenciais, que podem ser anteriores, simultâneos ou posteriores aos cursos de graduação, e que não dependem de vaga em processo seletivo classificatório, abrangem Cursos Superiores de Formação Específica e Cursos Superiores de Complementação de Estudos. Art. 2o – Os cursos superiores de formação específica têm destinação coletiva, carga horária e duração definidas, menores que as de curso de graduação, conduzem a diploma de curso superior de formação específica e estão sujeitos a processo de autorização e de reconhecimento por este Conselho. § 1o – Fica ressalvada, quanto à autorização, a autonomia das universidades e dos centros universitários. § 2o – Os processos de autorização e de reconhecimento obedecerão as normas que se aplicam aos cursos de graduação contidas na Deliberação CEE no 04/98. § 3o – As instituições concederão diploma aos que concluírem estes cursos com assiduidade e aproveitamento, conforme as respectivas propostas e os termos da autorização concedida. § 4o – Devem constar do diploma o campo de saber respectivo, a carga horária e a data de conclusão e mais os dizeres "Diploma de Curso Superior Seqüencial de Formação Específica". Art. 3o – Os cursos superiores de complementação de estudos, que têm destinação coletiva ou individual, não dependem de prévia autorização deste Conselho, nem estão sujeitos a reconhecimento, e conduzem a certificado de curso superior de complementação de estudos. § 1o – As instituições devem manter registros das propostas de cada curso, bem como do desempenho de cada aluno, para assegurar a comprovação dos estudos realizados. § 2o – As instituições concederão certificado aos que concluírem estes cursos com assiduidade e aproveitamento, conforme as respectivas propostas e conforme os critérios por elas fixados. § 3o – Devem constar do certificado o campo de saber respectivo, a carga horária e a data de conclusão e mais os dizeres "Certificado de Curso Superior Seqüencial de Complementação de Estudos". Art. 4o – Os estudos realizados nos cursos seqüenciais podem vir a ser aproveitados em outros programas e cursos de educação superior, desde que façam parte ou sejam equivalentes a disciplinas dos currículos destes. Parágrafo único – Na hipótese de aproveitamento em curso de graduação, os egressos dos cursos seqüenciais devem submeter-se, previamente, a processo seletivo classificatório, nos termos das normas gerais das instituições. Art. 5o – Esta Deliberação entra em vigor na data de sua homologação e publicação, revogando-se as disposições em contrário.

V – COMPLEMENTAÇÕES CURRICULARES

O Programa de Atividades Complementares Curriculares em Contraturno é um

Programa da Secretaria de Estadual de Educação que deve ser concebido como um projeto

educativo, integrado, com a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas,

visando o empoderamento educacional de todos os sujeitos envolvidos através do contato

com os equipamentos sociais e culturais existentes na escola ou no território em que está

situada. Assim, ao pretender reconstituir a condição de ambiente de aprendizagem à

comunidade, a escola estará contribuindo para uma cidade educadora, visualizando e

ampliando as possibilidades educativas fora do espaço escolar. Desta formas os espaços

externos ao ambiente escolar podem ser utilizados mediante o estabelecimento de parcerias

com órgãos e entidades locais, sempre de acordo com o Projeto Político Pedagógico da

Escola.

No colégio Izabel no momento há uma Sala de Recursos no período da manhã,

atendendo alunos com dificuldades de aprendizagem comprovadas por laudo médico. No

período da tarde funciona a Sala de Apoio. As aulas do Apoio estão distribuídas em duas

vezes por semana, atendendo alunos das quintas séries os quais foram selecionados para

freqüentarem pois, apresentam defasagem de conteúdos, precisando assim de um

atendimento mais individualizado. O CELEM (Espanhol) funciona no período noturno.

Além destas atividades que já acontecem, está em processo uma atividade voltada para o

Ensino da Música a qual funcionará uma manhã por semana, atendendo os alunos dos

horários da tarde e noite.

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VI - REFERÊNCIAS - Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Sociologia. Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 2008. - GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre: Artmed. 2005 - ARANTES A. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense. 1990 - COSTA, C. Sociologia: Introdução à ciência da Sociedade. São Paulo: Átila, 2005. - DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO - LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO. Sociologia / vários autores. Curitiba - SEED, 2006 - MEKSENAS, Paulo. Sociologia, São Paulo: Cortez, 2. Ed. 1999. - OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2001.

PILÃO, V. Sociologia. Curitiba, SEED, 2006. - WWW.ifcs.ufrj.br/~habitus/6finalidades.htm