eurico bergstem- coleÇÃo ensino teol. teol. sist. 1ªparte

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Coleção ENSINO TEOLÓGICO ----------------- ó E studo sobre B ibliologia , TEOLOGIA E CRISTOLOGIA T eologia S istemática i a P arte E urico B ergstén

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  • C o l e o ENSINO TEOLGICO

    ----------------- Es t u d o s o b r e Bi b l i o l o g i a ,TEOLOGIA E CRISTOLOGIA

    Te o lo g ia S is te m tic a

    ia Parte

    Eurico Bergstn

  • "mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas

    foras. Voam bem alto como guias; correm e no ficam exaustos,

    andam e no se cansam"".

    INDICAO" PRESBTERO

    ATENOESTA SOMENTE UMA INDICAO, QUANDO PUDERES ADQUIRA

    A OBRA EM UMA LIVRARIA DE SUA PREFERNCIA

  • Ia parteTEOLOGIA

    SISTEMTICAEstudo sobre Bibliologia,

    Teologia e Cristologia

  • Eurico Bergstn

    Ia parteTEOLOGIA

    SISTEMTICAEstudo sobre Bibliologia,

    Teologia e Cristologia

    CBORio de Janeiro

  • Todos os Direitos Reservados. Copyright ( ) 1983 para a lngua portuguesa da Casa Publicadora das Assemblias de Deus.

    CIP-Brasil. Catalogao-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    Bergstn, Eurico, 1913- B437t Teologia sistemtica : bibliologia, doutrina

    de Deus e de Cristo / Eurico Bergstn. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assemblias de Deus, 1983.

    (Coleo de Ensino teolgico ; v.3)1. Bblia - Inspirao 2. Bblia - Origem

    3. Jesus Cristo 4. Teologia I. Ttulo II. Srie

    83-0303

    CDD- 220.1 232231

    CDU - 22.01232 231

    Cdigo para Pedidos: DT-208Casa Publicadora das Assemblias de DeusCaixa Postal, 20.02221022 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • NDICEIntroduo ao estudo da Teologia..... . ............ 7

    I. A Teologia............................................... 7II. A fonte do estudo da Teologia........ 7

    As Sagradas Escrituras (Bibliologia)................ 11I. A origem da B blia............................... 11

    II. A inspirao plenria das Escrituras . 13III. A estrutura da Bblia........................... 16IV. A autoridade da Bblia Sagrada......... 18

    A Doutrina de Deus (Teologia)......................... 21I. A existncia de Deus............................. 21

    II. Deus revelado atravs dosatributos da sua Divindade................. 24

    III. Deus se manifesta atravs de seus atributos em relao sua Criao ... 36

    IV. Deus se manifesta atravs dos atributosda sua natureza...................................... 43

    V. O poder criador de Deus eterno......... 50A Doutrina de Cristo (Cristologia).................. 59

    I. A pr-existncia de Jesus.................. 59II. A encarnao de Je su s ......................... 60III. Jesus - o verdadeiro Deus.................... 62IV. Jesus - o verdadeiro Homem.............. 66V. Jesus uniu na sua pessoa as

    duas naturezas perfeitas..................... 71VI. Os ministrios de Cristo - o Ungido.. 74

    VII. As obras de Jesus C risto..................... 80

  • APRESENTAOEste livro, que constitui o volume n 3 da Cole

    o de Ensino Teolgico, foi aprovado pelo Conselho Consultivo da ESTEADEB - Escola Teolgica das Assemblias de Deus no Brasil

    Esperamos que o estudo desta obra possa trazer ricas bnos ao povo de Deus.

    Rodrigo SantanaPresidente do Conselho

    Consultivo da ESTEADEB

  • INTRODUO AO ESTUDO DA TEOLOGIA SISTEMTICAI. A TEOLOGIA

    Teologia (da palavra grega THES - Deus e LOGOS - tratado, isto tratado de Deus) uma exposio da cincia de Deus e as relaes entre Deus e o universo. Deus existe. Ele criou os cus e a terra e o homem conforme a sua imagem. Gn 1.26. Deus quer ter relaes com o homem. O homem, criado por Deus, tem condies de ter contato com ele. A teologia a cincia que tem por objetivo fazer-nos conhecer a pessoa de Deus, isto , Deus Pai, Deus Filho e Deus Esprito Santo, e a sua vontade para com os homens.

    A teologia sistemtica significa a exposio de conhecimentos e dados sobre Deus, postos em ordem sistemtica e progressiva, descrevendo-os por sua ordem, desde o princpio, Lc 1.3.II. A FONTE DO ESTUDO DA TEOLOGIA.

    A fonte verdadeira para o estudo da Doutrina deDeus a PALAVRA DE DEUS, a Bblia. Este compndio completo, divinamente inspirado, 2 Tm3.16, pelo Esprito Santo, 2 Pe 1.21, d-nos condies de ficar inteirados, 2 Tm 3.14, e sbios para a salvao, 2 Tm 3.15.

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  • necessrio um verdadeiro esforo para estudar a Palavra de Deus. Medita nestas coisas e ocupa-te nelas. 1 Tm 4.15. Persiste em ler, 1 Tm4.13. Trabalha na palavra e na doutrina, 1 Tm5.17. Precisamos entrar no santurio da revelao de Deus para receber a compreenso dos mistrios de Deus. Ef 3.2-4.

    0 homem natural tem grande limitao para compreender as coisas de Deus, 1 Co 2.14. A profundidade de riquezas tanto da sabedoria como da cincia de Deus insondvel, Rm 11.33, e por isso carecemos da ajuda de Deus para penetrar nestes mistrios. E este auxlio que precisamos -nos oferecido por Deus. O Esprito de sabedoria e de revelao dado, Ef 1.17, e tem por finalidade iluminar os olhos do nosso entendimento para que saibamos qual seja a esperana da nossa vocao e quais as riquezas da glria da sua herana, Ef 1.18. Quando formos corroborados pelo seu Esprito no homem interior, poderemos perfeitamente compreender com todos os santos qual seja a largura, o comprimento e a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento, Ef 3.16-18. verdade! A SUA UNO VOS ENSINA , 1 Jo 2.27.

    Porm, apesar de todo o nosso esforo e da ajuda do Esprito Santo, experimentaremos enquanto estivermos neste mundo, que o nosso conhecimento das coisas de Deus sempre ser limitado. Em parte profetizamos e em parte conhecemos, 1 Co 13.9. J chegou a ter profundas experincias com Deus, e mesmo assim disse: Eis que isto so apenas as orlas dos seus caminhos; e quo pouco que temos ouvido dele... J 26.14.8

  • Sempre, mesmo depois de termos aprendido bastante, Jesus nos diz: Maiores coisas do que estas vers. Jo 1.50.

    Mas um dia, e este dia vem breve, vir o que perfeito e ento o que em parte ser aniquilado, 1 Co 13.10, e ento conhecerei como tambm sou conhecido, 1 Co 13.12. Amm! Venha breve aquele grande dia!...

  • AS SAGRADAS ESCRITURAS (BIBLIOLOGIA)

    J observamos que a fonte verdadeira para o estudo da Teologia a Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras. Comearemos portanto este curso, estudando a Doutrina sobre a Palavra de Deus, a sua origem, inspirao, estrutura e autoridade.I. A ORIGEM DA BBLIA O SENHOR DEU A PALAVRA , SI 68.11.

    A. A Bblia uma ddiva de Deus. Ele que antigamente falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, Hb 1.1, queria que a sua palavra no somente ficasse guardada pelos homens por meio da sua prpria experincia com Deus e pela tradio falada, isto , os pais contando para os seus filhos, etc. Deus queria que as verdades reveladas fossem conservadas em um autntico documento. Por isto ele mesmo tomou as providncias para que as suas palavras, revelaes e os acontecimentos em que ele havia operado maravilhas no meio do seu povo, fossem escritos.

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  • B. Deus ordenou a Moiss: escreva isto para memria num livro. Ex 17.14. Esta mesma ordem foi depois repetida durante 1.600 anos a cerca de 45 homens de Deus e assim surgiu O Livro de Deus , Is 34.16, a Palavra de Deus, Ef 6.17; Mc7.13, as Santas Escrituras, Rm 1.2, que ns chamamos a Bblia. A palavra Bblia vem do grego biblion - que significa folha de papiro. As escrituras originais foram escritas em rolos de papiro e assim apareceu biblions como uma coleo de livros pequenos. A Bblia contm 66 livros, sendo 39 do Velho e 27 do Novo Testamento.

    C. Os que escreveram os 66 diferentes livros da Bblia receberam a mensagem de diferentes maneiras. s vezes Deus disse: Escreve num livro todas as palavras que te tenho dito. Jr 30.2; 36.2; Hc2.1,2, etc. Muitas vezes os autores escreveram: Veio a mim a palavra de Deus. Jr 1.4; Mc 1.1; Is 1.2 etc. A Bblia diz a respeito de Moiss: recebeu as palavras da vida para no-las dar, At 7.38. Isaas menciona 120 vezes que o Senhor lhe falou, Jeremias 430 vezes e Ezequiel 329 vezes.

    Outros registraram acontecimentos, assim como se escreve Histria. Ex 17.14 etc. Outros examinaram minuciosamente aquilo sobre o qual receberam a direo para escrever. Lc 1.3. Outros receberam a mensagem por revelao, At 22.14-17; G11.11,12,15,16; Ef 3.1-8; Dn 10.1 etc. e alguns receberam sonhos e vises, Dn 7.1; Ez 1.1; 2 Co 12.1-3. Mas todos escreveram o que receberam pela inspirao do Esprito Santo e podiam dizer: O que recebi do Senhor tambm vos entreguei. 1 Co 11.23; 15.3.12

  • II. A INSPIRAO PLENRIA DAS ESCRITURAS

    Deus deu a Palavra e providenciou o modo de garantir a autenticidade da sua palavra, que os homens de Deus haveriam de escrever.

    A. Deus no escreveu nenhuma parte da Bblia. Uma s vez ele escreveu com o seu dedo os dez mandamentos em duas tbuas de pedra, em ambas as bandas, Ex 32.15,16, porm, Moiss, quando viu o bezerro de ouro que os israelitas haviam feito, arremessou as tbuas, quebrando-as ao p do monte, Ex 32.19. Jesus escreveu uma s vez na terra, mas os ps que andaram por cima daquele lugar apagaram aquela escrita, Jo 8.8.

    B. Quando Deus quis dar aos homens o Livro Divino escolheu e preparou para isto servos seus, aos quais deu uma plena inspirao pelo Esprito Santo. 1 Pe 1.10-12; 2 Pe 1.21; 1 Tm 3.16; J 32.18- 20, etc. Cada autor escreveu conscientemente conforme o seu prprio estilo e vocabulrio e a sua maneira individual de se expressar, mas todos sob a influncia da inspirao do Esprito Santo. Assim as palavras, com que registraram o que receberam de Deus, foram-lhes ensinadas pelo Esprito Santo, 1 Co 2.13. Davi, que era rei e profeta, disse: O Esprito do Senhor falou por mim e a sua palavra esteve na minha boca, 2 Sm 23.2.

    Desta maneira ficou toda a Bblia inspirada pelo Esprito Santo. E realmente um milagre! O mesmo Esprito que inspirou Moiss a escrever os primeiros cinco livros da Bblia, Ex 24.1-4, Nm33.2, cerca de 1.550 anos antes de Cristo, inspirou tambm o apstolo Joo a escrever o seu Evange

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  • lho, as suas trs Epstolas e o Apocalipse, no ano 90 DC.

    C. Esta inspirao plenria atinge at as palavras usadas, inclusive a sua forma gramatical. Temos vrios exemplos na Bblia que mostram como a forma gramatical adequada, que os autores aplicaram, serviu para explicar grandes e importantes doutrinas. Veja por ex. Mt 22.32, onde Jesus empregou o verbo ser na forma de presente (Eu sou o Deus de Abrao, etc.) para provar a real existncia de vida aps a morte. Em G1 3.16 vemos como a forma singular do substantivo posteridade foi usada para dar um importante ensino como a promessa, dada a Abrao, se cumpriu na pessoa de Jesus. O mesmo podemos ver tambm em Hb 12.27; Jo 8.57 e em muitos outros exemplos.

    D. A teologia modernista no aceita a doutrina sobre a inspirao plenria da Bblia. Eles concordam em aceitar que as idias ou pensamentos da Bblia podem ser inspirados mas que as palavras usadas, no texto, so um produto dos autores, os quais esto sujeitos a erros. Outros concordam em reconhecer a Bblia como autoridade em assuntos meramente espirituais, porm, em tudo que se relaciona com cincia, biologia, geologia, histria etc. a Bblia no pode ser considerada uma autoridade. Eles dizem abertamente: Errar humano. Para dar uma aparncia de piedade e respeito s coisas de Deus eles dizem: A Bblia contm a palavra de Deus mas ela no o . Infelizmente esta crtica materialista contra a veracidade da Bblia tem se espalhado muito, e onde ela chega, faz como a geada nas plantas... mata-as. A falsamente cha-14

  • mada cincia faz que aqueles que a professam se desviem da f. 1 Tm 6.20,21.

    E. Para os crentes convictos da sua salvao,que vivem em comunho com Deus e sentem a operao do Esprito Santo em suas vidas, esta crtica no gera problemas. Eles simplesmente rejeitam terminantemente qualquer afirmativa contrria Bblia. Eles o fazem com convico. A base desta rejeio segura. Vejamos:

    1. Em primeiro lugar rejeitamos toda a crtica contra a palavra de Deus, porque Jesus considerou as Escrituras como a Palavra de Deus, Mt 7.13. E o apoio dele vale mais que as idias e afirmativas de quem quer que seja.2. Rejeitamos a crtica modernista, contra a veracidade da Bblia, porque seria uma ofensa contra Deus que perfeito, Mt 5.48, afirmar que a sua Palavra contm erros e mentiras. A Bblia afirma: A Lei do Senhor perfeita, SI 19.7. E provada, SI 18.30, e fiis so todos os seus mandamentos, SI111.7.3. A palavra da cincia tambm nunca a ltima palavra . O que hoje se afirma em nome da cincia, amanh outros o desfazem. Um grande telogo alemo, A.Luescher constatou em uma de suas obras, que no ano de 1850 os crticos contra a Bblia apresentaram 700 argumentos cientficos contra a veracidade da Bblia. Hoje, 600 destes argumentos j foram deixados por descobertas mais atualizadas. Mas o que a Bblia afirma como uma rocha - que no muda por causa

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  • das ondas do mar que se lanam contra ela. 4. No queremos trocar a nossa f na Palavra cte Deus por considerao a homens que consideram a sua sabedoria mais do que a de Deus. Queremos que a nossa f se apoie, no na sabedoria humana mas no poder de Deus,1 Co 2.5.

    III. A ESTRUTURA DA BBLIAA Bblia , como j observamos, um conjunto de

    66 livros escritos por cerca de 45 autores sob a inspirao do Esprito Santo, dentro de um perodo de 1.600 anos.

    A. A Bblia se divide em duas partes distintas. O Antigo Testamento que contm 39 livros e o Novo Testamento que contm 27 livros.

    A palavra testamento tem duas significaes. Em primeiro lugar a palavra testamento significa uma Aliana, um Pacto, um Concerto. No Velho Testamento achamos como tema central o pacto que Deus fez com Israel no Sinai, cujo pacto foi selado com sangue. Ex 24.3-8; Hb 9.19-20. No Velho Testamento achamos tambm a profecia de uma melhor aliana que havia de ser feita pelo Messias, o Prometido, o Esperado. Jr 31.31,33; Hb8.10-13.

    No Novo Testamento se fala da Nova Aliana pelo sangue de Jesus, pela qual podemos chegar perto de Deus. Mt 26.28; Ef 2.13. Glria a Jesus.

    Testamento significa tambm a ltima vontade de algum, quanto a seus bens, entrando em vigor com a morte do testador. Tanto o Velho Testamento - e ainda mais o Novo Testamento, falam das riqussimas bnos prometidas e vinculadas morte do Messias, cujo testamento entrou em vigor16

  • com a morte de Jesus no Calvrio, G1 3.15-17; Hb 9.17; Rm 8.17 etc.

    B. O Antigo Testamento contm 39 livros, osquais se podem subdividir em 4 grupos:

    1. Livros da lei: Os cinco livros de Moiss, isto , Gnesis, Exodo, Levtico, Nmero e Deuteronmio.2. Os livros histricos: De Josu at o livro de Ester, isto , 12 livros.3. Os livros poticos: So 5: J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes e Cantares de Salomo.4. Os livros profticos: So 17: Isaas, Jeremias, Lamentaes, Ezequiel e Daniel (chamados os profetas maiores) e os restantes 12 livros de Osias at Malaquias (chamados os profetas menores)

    C. O Novo Testamento contm 27 livros, os quais podem subdividir-se em 4 grupos:

    1. Os livros biogrficos de Jesus: os 4 evangelhos.2. O livro histrico: Atos dos Apstolos, que contm a histria inicial da igreja primitiva.3. Os livros de ensino apostlico: 21 epstolas, da epstola aos Romanos at a epstola de Judas.4. O livro proftico: Apocalipse.

    D. A Bblia uma revelao completa e definitivamente concluda. Alguns tm procurado afirmar que Deus ainda tem dado outras revelaes inspiradas, as quais podem se comparar com a Bblia. Entre eles existe o livro dos mrmons, ao qual do um valor divino e o livro das revelaes divinas da Sra. White dos sabatistas, o qual

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  • consideram de valor divino. Vez em quando aparecem os que desejam afirmar que Deus lhes tem dado revelaes para os ltimos tempos, as quais tm o mesmo valor que a Bblia.

    A Bblia j resolveu este problema definitivamente e para sempre. Ela afirma terminantemente que no se pode acrescentar coisa nenhuma ao que est escrito nela e no se pode tirar coisa nenhuma da sua mensagem. Ap 22.18,19; Pv 30.6; Dt 4.2.IV. A AUTORIDADE DA BBLIA SAGRADA

    A. Um livro que inteiramente inspirado pelo Esprito Santo e que milhares de vezes repete: assim diz o Senhor, impe autoridade divina e exige respeito e reverncia e deve ser obedecido. SI119.4. Se for tirada a inspirao divina da Bblia ela tambm perde a sua autoridade, e fica como uma arma de fogo, sem munio. Mas a Bblia a Palavra de Deus.

    B. A Bblia fica para os crentes que crerem nela, como a autoridade mxima, e eles no aceitam nenhuma imposio contrria Bblia, seja de que fonte for. Eles dizem como disse o apstolo Pedro: Importa obedecer mais a Deus do que aos homens. At 5.29.

    C. Jesus deu, quando aqui vivia como homem, um grande exemplo de respeito autoridade das Escrituras. Para ele as Escrituras eram A palavra de Deus, Mt 15.3,6, e, disse ele, conforme a palavra proftica: Eis aqui venho; no rolo do livro est escrito de mim, deleito-me em fazer a tua vontade, Deus meu, sim, a tua lei est dentro do meu corao. SI 40.7,8. Esta profecia cumpriu- se, quando Jesus disse: A minha comida fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua o18

  • bra, Jo 4.34. Sempre citava as Escrituras nas suas pregaes e palestras, Mt 12.3; Lc 10.26; Jo 10.34; Mt 21.16,42 etc. Dos 1800 versculos usados para registrar as pregaes de Jesus, 180 versculos contm citaes das Escrituras.

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  • A DOUTRINA DE DEUS (TEOLOGIA)

    I. A EXISTNCIA DE DEUSA. H um Deus, Pai , 1 Co 8.6. existncia de Deus um fato incontestvel. A

    Bblia no se preocupa em provar a existncia de Deus, mas comea o seu primeiro versculo falando de Deus, como o principal Personagem em todo o universo. No princpio criou Deus os cus e a terra, Gn 1.1. Deus existe desde a eternidade e ele a Origem de tudo, o que tudo governa e sustenta.

    Uma conseqncia do pecado que o deus deste sculo cegou o entendimento dos incrdulos, para que no vejam a glria de Deus, 2 Co 4.4. Nesta sua cegueira espiritual os homens se fizeram deuses e senhores. A Bblia afirma: h muitos deuses e muitos senhores, 1 Co 8.5. Porm, no meio destes deuses que esto espalhados sobre o vasto campo deste mundo, como pedrinhas de todo tamanho, ergue-se o Deus Verdadeiro como uma grande colina que se distingue destas pedrinhas pela sua incomparvel grandeza. A Bblia diz: Ele o nico Deus, Dt 6.4, e fora dele no h outro, Dt 4.35; Is 42.8; 44.6,8. Verdadeiramente s o Senhor Deus, 1 Rs 18.39.

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  • E por isto uma necessidade conhec-lo e prosseguir em conhecer ao Senhor, Os 6.4. A Bblia diz: necessrio que aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe, Hb 11.5. Os que crerem em Deus e o buscarem legitimamente experimentaro: Ele galardoador dos que o buscam, Hb 11.5.

    B. Evidncias que provam a existncia de Deus.

    O inimigo das nossas almas tem procurado completar a desgraa que o pecado causou, fazendo que os homens chegassem ao ponto de negar a existncia de Deus. Negar a Deus tolice - tanto como algum querer negar a existncia do sol, porque no o v, por estar coberto por nuvens. A Bblia diz: disse o nscio no seu corao: no h Deus, SI 14.1, e ainda: por causa do seu orgulho, o mpio no investiga; todas as suas cogitaes so: No h Deus, SI 10.4.

    Existem, porm, vrias evidncias para os que desejarem investigar, para ter certeza de que H um Deus.

    1. A crena universal em um ser supremo. No existe nenhuma raa humana que no tenha alguma noo de um ser supremo, um deus, e que, atravs das suas religies procuram se aproximar dele e agradar-lhe, retratando-se com ele por meio de sacrifcios, at de sangue... Muitas vezes realmente um deus desconhecido e na sua cegueira esto tateando para ach-lo, At 17.23,27. A Bblia diz: O que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta. Rm 1.19.

    Realmente, o homem foi criado por Deus conforme a sua imagem, Gn 1.26. Ele tem

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  • em si partculas desta sua origem divina, e por isto existe nele uma necessidade de um contacto com a sua origem - Deus.2. A conscincia, que no ntimo do homem d uma sentena moral sobre os seus atos praticados, sejam bons ou maus, fala da existncia de uma origem superior que no homem fez registrar os princpios da lei divina. Porque quando os gentios que no tm lei, fazem naturalmente as coisas que so da lei... os quais mostram a obra da lei escrita em seus coraes, testificando juntamente a sua conscincia e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os , Rm2.14,15.

    A conscincia universal nos faz compreender que o Ser supremo um Ser Moral.3. A criao do mundo e tudo o que nele h, fala da existncia de um Criador. Os cus manifestam a glria de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mos, SI 19.1. O seu eterno poder como a sua divindade se entendem, e claramente se vem pelas coisas que esto criadas. Rm 1.20. Como um relgio fala da existncia de um relojoeiro, assim a criao fala de um Criador que poderoso.4. A Bblia, a revelao divina escrita, revela claramente a existncia de Deus. Na Bblia temos um documento autenticado, que nos faz conhecer a Deus atravs da sua prpria revelao. Assim como algum que quiser conhecer histria, cincia ou qualquer outra matria, procura estudar a literatura adequada para conseguir o conhecimento

    23

  • desejado, assim tambm aquele que verdadeiramente quer fazer a vontade de Deus, ele conhecer, se esta doutrina de Deus ou no, Jo 7.1.5. Jesus, o Filho de Deus, cuja existncia e vida neste mundo esto historicamente comprovadas, veio para revelar Deus aos homens, Lc 10.22, e o fazer conhecer, Jo 1.16. Jesus disse: Quem me v a mim, v ao Pai, Jo 14.9. O caminho mais curto para conhecer a Deus aceitar a Jesus como o seu Salvador, porque ele o caminho para Deus, Jo 14.6.6. Uma experincia pessoal da salvao,por meio do sangue de Jesus Cristo, faz que cheguemos perto de Deus, Ef 2.13, e temos ento uma absoluta certeza da existncia de Deus, porque o Esprito do seu Filho clama em ns: Abba Pai, G1 4.6, e ns podemos com toda a tranqilidade no corao orar: Pai nosso que est nos cus, Mt 6.9.

    II. DEUS REVELADO ATRAVS DOS ATRIBUTOS DA SUA DIVINDADE

    Atributo uma caracterstica essencial de um ser, aquilo que lhe prprio. Os atributos de Deus so singulares e perfeitos. S ele os tem de modo absoluto.

    A. Deus vivo!1. Ele mesmo o Deus vivo , Jr 10.10. A vida uma expresso de existncia, seja terrestre ou eterna... Quem tem vida, tem condies de se comunicar com outros que tm vida. Enquanto os deuses feitos por mo de homem, tm boca mas no falam, tm

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  • olhos mas no vem, tm ouvidos mas no ouvem, tm nariz mas no cheiram, SI 115.4-8, o nosso Deus est nos cus, faz tudo que lhe apraz, SI 115.3. Por isto os homens pelo evangelho esto convidados a se converterem dos dolos para o Deus vivo e verdadeiro, 1 Ts 1.9; At 14.15. E os que assim fazem pertencem igreja do Deus vivente, 2 Co 6.16.2. Deus tambm a fonte da vida. Ele tema vida em si mesmo, Jo 5.26, e d a todos a vida e a respirao e todas as coisas, At 17.25, no sentido terrestre. E a todos que o conhecerem por nico Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem ele enviou, ele d a vida eterna, Jo 17.3; 1 Jo 5.20. E esta vida a luz do mundo, Jo 1.4.

    B. Deus tem personalidade.Personalidade o conjunto de caractersticas

    cognitivas, afetivas, volitivas e fsicas de um indivduo, distinguindo-o de outro indivduo e da vida animal.

    A Bblia fala da pessoa de Deus . Diz que Jesus sendo o resplendor da sua glria e a expressa imagem da sua pessoa, Hb 1.2; J 13.8.

    Enquanto vrias filosofias agnsticas, entre elaso pantesmo. afirmam que Deus somente uma fora impessoal ou que Deus a natureza e que ele se identifica com a sua criao, isto , onde est a criao, a est Deus etc., a Bblia revela Deus como uma Pesosa divina que possui todas as caractersticas de uma pessoa.

    Se Deus no tivesse personalidade com a qual pudesse comunicar-se, os homens no teriam ja-

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  • mais a sua sede do Deus vivo saciada, SI 42.15, porque jamais entrariam em contato com ele. Mas o nosso Deus vivo e tem personalidade.

    1. Jesus veio revelar aos homens o seu Pai, Lc 10.22 e faz-lo conhecido, Jo 1.16. Vejamos alguma coisa que Jesus revelou a respeito da personalidade de seu Pai!

    a. Jesus falou de Deus muitas vezes como sendo o seu Pai. Ele disse: Meu Pai e vosso Pai, Jo 20.7. Foi Jesus que nos ensinou a orar: Pai nosso, Mt 6.9. Quem Pai uma personalidade.b. Jesus usou, quando centenas de vezes falou de seu Pai, pronome pessoal. Ele disse: Todas as tuas coisas so minhas e as minhas so tuas. Vou para ti, Jo 17.10,11. O uso de pronomes pessoais subentende a sua personalidade.c. Jesus falou de atividades de seu Pai que s so atribudas a uma pessoa. Ele disse: Meu Pai trabalha, Jo 5.17; o meu Pai ama, Jo 3.35; o meu Pai me enviou, Jo 6.29; o Pai ama o Filho e mos- tra-lhe tudo, Jo 5.20. Falou da vontade de seu Pai, Jo 6.39,40 etc. expresses que s se atribuem a uma pessoa. Assim necessariamente ele uma Pessoa.d. Jesus disse: Meu Pai o Lavrador, Jo 15.1, nome que s atribudo a uma pessoa com personalidade.

    2. DEUS falou muitas vezes de si mesmo, usando vrios nomes, que por si revelam a sua perfeita personalidade. Ele disse, quando Moiss perguntou: Qual o seu no-

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  • me? Eu sou o que sou, disse mais: Assim dirs aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vs, Ex 3.14. E impossvel imaginar uma expresso mais forte de uma personalidade do que esta!

    C. Deus eternoMas o Senhor Deus a verdade, ele mesmo o

    Deus vivo e o Rei eterno, Jr 10.10. Em Rm 16.26 lemos a respeito do Deus eterno . Abrao plantou um bosque em Berseba e invocou l o nome do Senhor, Deus eterno, Gn 21.33. Quando Moiss despedindo-se abenoou as tribos de Israel, usou o nome de Deus eterno, Dt 33.27.

    1. Deus eterno. Eternidade o infinito quanto ao tempo. Deus no tem incio. De eternidade a eternidade tu s Deus, SI 90.2;1 Cr 29.10; Hc 1.12. Ele tem auto-existncia, um atributo do eterno Deus. Ele no deve a sua existncia a ningum, porque ele o princpio e o fim, o Alfa e o Omega, Ap 1.8; Is 41.9. Ele Jehov (nome usado 6.437 vezes) - a eterna auto-existncia do nico Deus .2. Deus no est sujeito ao tempo. Para eleo passado, o presente e o futuro um eterno presente. O domnio e o poder pertencem ao nico Deus, antes de todos os sculos, agora e para todo o sempre, Jd v.25. Por isto que um dia para o Senhor como mil anos e mil anos como um dia, 2 Pe 3.8. Os anos de Deus nunca tero fim, SI 102.27. Ele o Rei dos sculos, 1 Tm 1.17.

    Deus habita na eternidade, Is 57.15, e o27

  • seu trono desde a eternidade, SI 93.2. O eterno Deus no se cansa, Is 40.28.

    Este eterno Deus o nosso Deus.3. Deus imortal. 1 Tm 1.17; 6.16. E por isto que ele pode ser eterno. Ele permanece para sempre, SI 102.12. Os sacerdotes foram impedidos pela morte de permanecer no seu servio, Hb 8.23, mas Deus para sempre. Os deuses deste mundo tiveram o seu princpio e o seu fim, e os que ainda no findaram findaro, mas Deus imortal - ele para sempre.4. Deus imutvel, SI 102.27; Ml 3.6; Tg 1.17; Hb 1.12; 6.17,18. O Senhor o mesmo, Hb 13.8. Nunca pode mudar. Deus no pode melhorar, porque sempre foi perfeito. Ele jamais pode tomar atitudes que no condizem com a sua perfeita personalidade. Ele no pode negar a si mesmo, 2 Tm 2.13.

    D. Deus Espirito.Jesus veio para revelar Deus aos homens, e dis

    se: Deus esprito, Jo 4.23. No disse: Deus um esprito, mas esprito . Que significa isto?

    1. Sendo Deus esprito, ele no tem corpo de substncia material, um corpo com sangue, carne, ele tem um corpo espiritual, 1 Co 15.44. Embora o corpo espiritual tenha forma, porque Jesus veio em forma de Deus, Fp 2.6, e foi a expressa imagem da sua pessoa, Hb 1.3; 2 Co 4.4; Cl 1.15, no podemos imaginar qual seja esta forma! Embora a Bblia fale do rosto de Deus, Ex 33.20, e de sua boca, Nm 12.8, e de seus lbios, Is 30.27, olhos, SI 11.4; 18.24, ouvidos, Is 59.1, mos e

    28

  • dedos, SI 8.3-6, ps, Ez 1.27 etc. no devemos por isto procurar materializar a Deus e na nossa mente criar para ns uma imagem de Deus correspondente com estas expresses, comparando-as com um corpo humano! A Bblia diz que ns no havemos de cuidar que a divindade seja semelhante forma que lhe dada pela imaginao dos homens, At 17.29. por isto que Deus adverte: Guardai-vos para que no vos corrompais e vos faais alguma escultura, semelhana de imagem, figura de macho ou de fmea, Dt4.15,16. Esta tentao provm do desejo de procurar materializar a Deus.

    Deus esprito e a sua natureza essencialmente espiritual. Ele jamais est sujeito matria. Ns tambm no devemos procurar chegar a alguma imagem ou viso fsica de Deus, mas esperar aquele grande dia quando ns o veremos como ele , 1 Jo 3.2; 1 Co 13.12.2. Deus imenso. Imensidade o infinito quanto ao espao. Assim como impossvel imaginar a forma de Deus tambm impossvel medir ou pesar ou fazer algum clculo a respeito de Deus. No existem nmeros ou expresses que podem nos fazer compreender Deus, SI 71.15; 40.5; 139.6,17,18. Medida nenhuma pode dar uma idia da sua grandeza, J 11.9; 1 Rs 8.27. Nenhum clculo de peso pode fazer-nos compreender o seu peso de glria, 2 Co 4.17.

    Deus esprito, e na sua imensidade no est sujeito ao espao.

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  • 3. Deus invisvel, Rm 1.20; Cl 1.15. Sendo Deus esprito, a matria no pode v-lo. Isto no impede que ele esteja presente no meio do seu povo. No somente No, Gn 5.9, ou Enoque, Gn 5.24, andavam com Deus invisvel. E o privilgio de cada crente, Cl 2.6; 1 Ts 4.1, porque andamos por f e no por vista, 2 Co 5.7.

    E. Deus uma tri-unidade.Esta uma das grandes doutrinas da Bblia. A

    palavra tri-unidade ou Trindade no existe na Bblia, mas a verdade sobre o nico Deus, que o Pai, o Filho e o Esprito Santo, se encontra em toda a Bblia, desde os primeiros versculos (Gn1.1-3) at o ltimo captulo da Bblia, Ap 22.3,17. Nos ltimos tempos aparecero doutrinas falsas que negaro esta doutrina, 1 Jo 2.18-23, motivo por que devemos bem conhecer o que a Bblia ensina sobre isto.

    1. A Bblia afirma que h um s Deus.a. A Bblia fala que o Senhor, nosso Deus o nico Deus, Dt 6.4. Jesus disse: Deus o nico Senhor, Mc 12.29. A doutrina do monotesmo (crena em um s Deus) intocvel na Bblia. Aparece como o 1- mandamento da lei, Ex 20.2,3. Existem muitos deuses e muitos senhores, mas um s Deus, 1 Co 8.5,6.b. A Bblia usa em Gn 1.1 e em mais 2.700 outras passagens, a palavra ELOHIM para expressar DEUS. Elohim um substantivo na forma plural, isto , que inclui uma pluralidade de personalidades.

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  • Tambm a palavra NICO ligada a Deus, Dt 6.4, vem da palavra hebraica: achad que indica uma unidade composta. (Quando esta palavra usada no sentido absoluto, empregada a palavra yacheed).c. Quando Deus fala de si, em vrias ocasies, ele usa a forma plural. Faamos o homem, Gn 1.26; Eia desamos, Gn11.7, quem h de ir por ns?, Is 6.8.

    2. Trs Pessoas na Bblia, o Pai, o Filho eo Espirito Santo, so chamados Deus .

    a. T rs P esso a s so ch am ad as Deus : O Pai chamado Deus, 1 Co 8.6; Ef 4.6; O Filho, 1 Jo 5.20; Is 9.6; Hb 1.8; O Esprito Santo, At 5.3,4.b. Todos trs so Pessoas distintas, com personalidade.

    1) Para todos trs se usam pronomes pessoais. Deus Pai, Is 44.6; Deus Filho, Mc 9.7; e Deus Esprito Santo, Jo16.13. Os trs so mencionados em Jo14.16.2) A todos trs so atribudas caractersticas que s pessoas podem ter. Os trs falam, amam, sentem, chamam, ouvem etc.

    c. A todos trs so dados atributos divinos.

    1) Eternidade: Pai, SI 90.2; Filho, Cl 1.17; Esprito Santo, Hb 9.14.2) Onipresena: Pai, Jr 23.24; Filho, Mt 28.19; Esprito Santo, SI139.7.

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  • 3) Oniscincia: Pai, 1 Jo 5.20; Filho, Jo 21.17; Esprito Santo, 1 Co 2.10.4) Onipotncia: Pai, Gn 17.1; Filho, Mt 28.18; Esprito Santo, 1 Co 12.11.5) Santidade: Pai, 1 Pe 1.16; Filho, Lc 1.35; Esprito Santo, Ef 4.30.6) Amor: Pai, 1 Jo 4.8,16; Filho, Ef 3.19; Esprito Santo, Rm 15.30.7) Verdade: Pai Jr 10.10; Filho, Jo 14.6; Esprito Santo, Jo 16.13.

    3. As trs Pessoas divinas so UM.a. A Bblia afirma que os trs so um,1 Jo 5.7.b. A Bblia ensina que estas trs pessoas esto unidas reciprocamente. Aunio entre o Pai e o Filho, Jo 10.30; 14.11; 17.11,22,23; 2 Co 5.19. A unio entre o Pai e o Esprito Santo, expressado em Esprito de Deus, Rm 8.9. A unio entre o Filho e o Esprito Santo: Esprito de Cristo, Rm 8.9; G1 4.6.c. As trs Pessoas so mencionadas de uma s vez como Pessoas distintas. Mt 28.19: Em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo.Ef 4.4-6: Um Deus, um Senhor, um Esprito.2 Co 13.13: A graa de Jesus, o amor de Deus e a comunho do Esprito Santo.1 Co 12.4-6: O Esprito - o Senhor - o Deus o mesmo...

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  • Ef 2.18: Por ele (Jesus) temos acesso ao Pai, em um mesmo Esprito.1 Pe 1.2: Prescincia de Deus, aspero do sangue de Jesus e santificao do Esprito.

    4. A unidade absoluta das trs Pessoas no desfaz a sua individualidade.

    a. Todas trs so mencionadas no mesmo momento em lugares diferentes, Mt3.16,17. O Filho foi batizado, o Esprito veio sobre ele, enquanto o Pai falava dos cus.At 7.55,56: Estvo estava cheio do Esprito Santo, e viu Jesus destra de Deus. Lc 4.18; Is 61.1: O Esprito do Senhor (Deus) sobre mim (Jesus).b. As trs Pessoas so mencionadas como Testemunhas. Conforme a lei eram necessrias duas ou trs testemunhas, Dt 19.15,16. Embora as trs Pessoas em realidade divina sejam UM, 1 Jo5.7,8, so apresentadas como Testemunhas, porque numericamente so trs: O Pai testifica, Rm 1.9, o Filho testifica, Jo 18.37; o Esprito Santo testifica, 1 Jo 5.6.

    5. A Bblia menciona as trs Pessoas divinas operando na mesma obra, mas de diferentes modos.

    a. A criao: O PAI criou, Gn 1.1; Jr10.10-12; SI 89.11; 102.11, pelo FILHO, Jo 1.2, 1 Co 8.6; G1 1.15; Hb 1.2, no poder do ESPIRITO SANTO, Gn 1.2; SI 104.30; J 33.4; 26.3.

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  • b. A salvao: DEUS predeterminou a salvao por Jesus, Ef 1.4, enviou o seu Filho, Jo 3.16; G1 4.6, e o gerou, SI 2.7, e estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo, 2 Co 5.19, e ressuscitou a Jesus, At 13.22. O FILHO se ofereceu desde a fundao do mundo, Ap 13.8, veio ao mundo, Hb 10.7, aniquilando a sua glria, Fp 2.5, e morreu na cruz, Jo 19.30. O ESPRITO SANTO operou pela palavra proftica, 1 Pe 1.10, na concepo de Jesus, Lc 1.35, e com Jesus no seu ministrio, Lc 3.22; 5.17 etc., operou quando Jesus se ofereceu, Hb 9.14, e na ressurreio de Jesus, Rm 8.11, e na sua asceno, Ef 1.19,20. Agora ele aplica a obra de Jesus na vida dos homens, Jo 16.15.

    c. O Batismo. Jesus ordenou que fosse ministrado em nome do PAI e do FILHO e do ESPIRITO SANTO, Mt 28.19. O fato mencionado em Atos dos Apstolos, que os apstolos batizavam em nome do Senhor, At 2.38; 8.16; 10.48; 19.5, os inimigos da doutrina da Trindade aproveitam como prova verdica que os apstolos no acreditavam na doutrina da Trindade mas s em Jesus. (Esta seita nega a existncia da Pessoa do Pai e do Esprito Santo, e s aceitam a Pessoa de Jesus. A origem desta doutrina o espritodo anticristo, 1 Jo 2.22-24). E a explicao deste fato simples! Quando os apstolos

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  • batizavam em nome de Jesus, porque eles foram enviados com autoridade pararepresentarem a Pessoa de Jesus, 2 Co5.20, com autorizao de usar o seu nome. Compare: x 8.1; Gn 41.42, isto , com autoridade. Tudo o que fizeram, fizeram-no em nome de Jesus. Veja: Pregavam em nome de Jesus, Lc 24.47. Curavam em nome de Jesus, At 3.6; Mc16.17, executavam a disciplina da igreja em nome de Jesus, 1 Co 5.9; 2 Ts 3.6. Assim tambm batizavam em nome de Jesus. Porm, no ato do batismo, batizavam, conforme a ordem de Jesus: em nome do Pai e do Filho e do Esprito Santo.d. Na vida ministerial. Deus pr- determina a chamada para o ministrio antes de a pessoa chamada ter nascido, G1 1.15; Jr 1.5; Ef 2.10, e chama, Is 6.8, e envia, Jr 26.5, Jesus se revela para o chamado, G1 1.16, constrangindo-o a ir, 2 Co 5.14, dando-o para a obra, Ef 4.11, preparando e enviando-o, Mt 10.1,5, e operando com ele, Mc 16.20. O Espirito Santo o poder que capacita, At 1.8, opera na chamada, At 13.1,2, etc.

    e. Na vinda de Jesus. Deus levar os crentes para si, 1 Ts 4.14; Jesus vir nas nuvens para buscar os crentes, 1 Ts 4.16, e o Esprito Santo operar na ressurreio, Rm 8.11.

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  • III. DEUS SE MANIFESTA ATRAVS DOS SEUS ATRIBUTOS EM RELAO SUA CRIAO.

    Deus uma Personalidade Divina que pode e quer se comunicar com a sua criao. A Bblia manifesta os trs atributos absolutos de Deus nesta sua comunicao, isto , a sua onipresena, sua oniscincia e sua onipotncia.

    A. Deus onipresente.A Bblia fala da onipresena de Deus.

    1. Que significa a onipresena de Deus? Deus disse: No encho eu os cus e a terra?, Jr 23.24; SI 72.19. O rei Salomo disse na sua inspirada orao: Eis que os cus e at o cu dos cus te no poderia conter. , 1 Rs 8.27. Isto fala da onipresena de Deus, a qual possvel porque ele esprito, Jo 4.24. Ele no est sujeito matria! Para ele no existe espao nem tempo. Ele se move com a mesma facilidade que o nosso pensamento, que num momento pode estar num lugar e no mesmo momento noutro lugar. Assim como o centro de uma circunferncia est mesma distncia de qualquer ponto da periferia, assim tambm Deus est perto de qualquer ponto do universo. A Bblia diz a respeito de Deus: Seus olhos passam por toda a terra, 2 Cr 16.9. No existe portanto um Deus nacional ou Deus local, porque ele o Deus do Universo. Por isto est escrito: Ele no est longe de nenhum de ns, At 17.27; Rm 10.6-8.2. A onipresena de Deus no uma obrigao imposta a Deus, que o acompanha,

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  • queira ou no, assim como a nossa respirao nos acompanha enquanto vivermos, Deus est onde ele quiser!

    Nem tampouco significa a sua onipresena que ele est na matria, como os pantes- tas afirmam. Se Deus estivesse na matria, ela ento seria divina. Deus o Criador e Senhor sobre a sua criao. Ele habita nos cus, e ele est onde ele quer.

    A onipresena tambm no significa que enquanto uma parte de Deus est num lugar uma outra parte est num outro etc. Deus indivisvel. Onde ele estiver ali ele est em toda a sua plenitude.3. Qual a aplicao prtica da onipresena de Deus?

    a. Deus est em todo o lugar. Os olhos do Senhor esto em todo o lugar, Pv15.3, e est vendo todos os filhos dos homens, SI 33.13. Por isto no possvel algum se esconder de Deus. Esconder- se-ia algum em esconderijos de modo que eu no o veja? Jr 23.24; 16.17; Am 9.2,3; SI 139.7-10. Deus v e est presente, ainda que algum diga: Senhor no nos v, Ez 9.9; Hb 4.13.b. Deus est presente em todo o lugar, e por isso podemos cham-lo para ser a nossa testemunha, Rm 1.9. A Bblia diz: A testemunha no cu fiel, SI 89.37. Nos caminhos do Senhor, a sua presena ir conosco, Ex 33.14,15, e na sua presena h abundncia de alegria, SI 16.11.c. Deus est presente na hora da angs-

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  • tia, SI 46.1; 86.15. Por isso a angstia do seu povo tambm a angstia dele, Is63.9. A ajuda de Deus est perto, SI121.1-5.d. A onipresena de Deus explica porque ele se manifesta, quando os crentes se renem. Ele a plenitude daquele que enche a tudo em todos , Ef 1.23 (trad. rev.) Ele habita na sua igreja, 1 Co 3.16;2 Co 6.16. Os retos habitaro na sua presena, SI 140.13. Eis que estou con- vosco, Mt 28.20.e. A manifestao de Deus na vida de orao explicada tambm, quando nos lembramos da sua onipresena. Ele est perto dos que o invocam, SI 145.18; Is 57.15. Ele sabe o que precisamos antes de pedirmos, Is 65.24. Que gente h to grande que tenha deuses to chegados como o Senhor nosso Deus todas as vezes que o chamamos?, Dt 4.7.

    B. Deus oniscienteNem pensamento nem clculo algum podem fa

    zer-nos compreender a oniscincia de Deus, SI 139.6; J 11.7-9; 42.2.

    1. A oniscincia um atributo que s Deus tem. Deus conhece todas as coisas, 1 Jo3.20. O seu entendimento infinito, SI145.5. A sua oniscincia no um resultado de seu esforo de aprender, ou coisa que algum tenha lhe favorecido. No existe nenhum que tenha dado algo para aumentar o saber de Deus, Rm 11.35; J 41.11. At o maior grau de sabedoria ou cincia que um

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  • homem possa atingir, tem tudo em Deus a sua origem, 1 Co 4.7.2. A oniscincia de Deus abrange todo o passado. No existe mistrio nenhum no passado que para Deus j no esteja revelado, Mt 10.26; 1 Co 4.5; Lc 8.17. At todos os pecados ocultos manifestam-se depois, 1 Tm 5.24. A nica maneira de evitar esta manifestao em tempo pedir reconciliao a Deus, atravs do sangue de Jesus, 1 Jo 1.7,9.3. A oniscincia de Deus abrange tudo no presente.

    a. Deus conhece tudo a respeito de todo homem. Davi disse: Tu conheces bem a teu servo, Senhor Jeov, 2 Sm 7.20. Deus sabe o nosso nome, e a nossa morada, Ap 2.13. Ele conhece a nossa estrutura, SI 103.14, e os nossos coraes, At 15.18; Lc 16.15, pois ele os esquadrinha, 1 Cr 28.9, e conhece todo o segredo, SI 44.21. Ele conhece os nossos pensamentos, SI 139.1-4, e as nossas palavras, SI139.4, e os nossos caminhos esto perante os olhos do Senhor, Pv 5.21; J 34.21. Ele at conhece o nmero dos nossos cabelos, Mt 10.30.

    Assim ele conhece as nossas necessidades, Mt 6.22; Lc 12.30, e tem a soluo para todos os nossos problemas.b. Deus tambm conhece tudo sobre a natureza. Sabe os nomes de todas as estrelas, coisa que astrnomo nenhum jamais pode conhecer, Is 40.26; SI 147.3.

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  • At os passarinhos so conhecidos, e nenhum deles est esquecido diante de Deus, Lc 12.6; Mt 10.29.

    4. A oniscincia de Deus abrange tambmo futuro. Esta parte da sua oniscincia tambm chamada prescincia, At 2.23.

    a. Deus previu desde a eternidade a queda do homem, e providenciou no seu amor a soluo para salv-lo. Por isso est escrito: O Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo, Ap 13.8. Na sua prescincia Deus j viu na eternidade o seu Filho entregue para ser crucificado, At 2.23; 1 Pe 1.18-20. Ele tambm viu a igreja se levantar, como um fruto da morte de Jesus no Glgota, Ef 3.1-10.

    Nesta previsov Deus que tambm conheceu os homens, e os predestinou para serem salvos por Jesus, Rm 8.29; Ef1.4,5, isto , por nenhum outro meio, mas s por Jesus, At 4.12, ele assim chamou a todos para salvao por Jesus. Assim somos eleitos segundo a prescincia de Deus para obedincia e asperso do sangue de Jesus, 1 Pe 1.2. Os que no aceitarem este nico meio de salvao, esto por causa da sua rejeio a Cristo, predestinados ao julgamento e castigo. Mas quem no crer ser condenado, Mc 16.16.

    Porm, ainda que Deus na sua prescincia possa conhecer o futuro dos que rejeitarem o seu amor, isto no interfere no livre arbtrio do homem. Em tudo que

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  • depender de Deus, ele est sempre a favor de todos os homens,b. Deus tambm, na sua oniscincia prev os acontecimentos do futuro. Profecia uma revelao do que Deus na sua previso j sabia, Is 48.5.

    Temos no passado muitos exemplos em que Deus previu e revelou o que haveria de acontecer. Conforme 1 Rs 13.2, um jovem profeta profetizou no ano 975 A.C. e aquilo se cumpriu no ano 641, 1 Rs 23.15 (isto 334 anos depois). Tambm em Is 46.2-8, Isaas profetizou no ano 712 A.C. o que se cumpriu no ano 536 A.C., Ed 1.1,2 (isto , 176 anos depois).

    Vivemos na vspera de grandes acontecimentos. Todos eles Deus tem estabelecido pelo seu prprio poder, At 1.7, e so conhecidos desde a eternidade, At 15.18. Nada acontece por acaso, mas porque Deus assim determinou.

    C. Deus onipotentePara os homens que so limitados, difcil com

    preender ou calcular a onipotncia de Deus. J 37.2; 36.14; 26.14; 5.9; 9.10.

    1. DEUS onipotente e tem poder ilimitado. O prprio Deus disse: Eu sou Todo- poderoso, Gn 17.1. Haveria coisa alguma difcil ao Senhor?, Gn 18.14. Eu sou o Senhor que fao todas as coisas, Is 44.24. A Bblia afirma: O poder pertence a Deus. SI 62.11. Jesus chamou a seu Pai o Poder , Mt 26.64, e disse: Para Deus tudo possvel, Mt 19.26, e as coisas que so imposs-

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  • veis aos homens, so possveis para Deus, Lc 18.27. 0 arcanjo Gabriel disse: Para Deus nada impossvel, Lc 1.37. J falou de Deus: Eu sei que tudo podes!, J 42.2.

    A onipotncia de Deus significa que o poder dele ilimitado.2. Como se manifesta a onipotncia de Deus?

    a. Deus no pode ser impedido por ningum, quem quer que seja! Is 43.13; 14.27; J 11.10; Pv 21.30; Rm 9.18.b. As leis da natureza no podem limitar a onipotncia de Deus. Ele soberano e faz o que ele quer, SI 135.6; 115.3. Ele est acima de todas estas leis, Na 1.3-6. Vejamos alguns exemplos em que os milagres de Deus foram contrrios s leis da natureza: Deus fez as guas do mar ficarem como um muro, Ex 14.22, e as guas do rio Jordo, como um monto, Js 3.13. Ele fez que o ferro do machado flutuasse, 2 Rs 6.1-6, e que o sol se detivesse no meio do cu, Js 10.13. Ele livrou Daniel do poder dos lees, Dn 6.22,27. Mandou a tempestade, Jn 1.4 e faz cess- la, Jn 1.15; SI 107.29 etc.c. Deus poderoso para cumprir as suas promessas, Rm 4.21, e at chama as coisas que no so, como se j fossem, Rm4.17. Deus que o.Criador tem ainda o seu poder criador em pleno vigor. Por isto no existem limites no seu poder de operar maravilhas de cura, em casos sem nenhuma esperana humana.

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  • 3. A onipotncia de Deus opera harmoniosamente conforme a sua vontade.

    a. Jamais existe contradies entre a sua natureza perfeita e o seu poder ilimitado. Deus jamais faria coisa que fosse contrria sua perfeita santidade. Ele que tudo pode, J 42.2,-s faz o que lhe apraz, SI 115.3. Tudo o que o Senhor quis ele o fez, SI 135.6. Por isto existem coisas que o onipotente no pode fazer: Ele no pode mentir, Hb 6.18; Nm 23.19; Tt 1.2; no pode negar-se a si mesmo, 2 Tm 2.13; no pode fazer injustia, J 8.3; 34.12. Ele sempre santo em todas as suas obras, SI 145.17. Deus tambm no pode fazer acepo de pessoas, Rm 2.11;2 Cr 19.7.b. Deus tambm limita a sua onipotncia, em respeitar o livre arbtrio do homem. Somente aquele que quiser, tomade graa da gua da vida, Ap 22.17. Deus deixa ao homem a oportunidade de livremente se humilhar diante da sua potentemo, 1 Pe 5.6.

    IV. DEUS SE MANIFESTA ATRAVS DOS ATRIBUTOS DA SUA NATUREZA

    Deus infinitamente perfeito, Mt 5.48; Dt18.13. Por isso a sua obra perfeita, Dt 32.4, e tam bm os seus caminhos o so, SI 18.30. Todas as caractersticas da sua Pessoa e sua natureza no so somente expresses de algumas atitudes que Deus demonstra ou tem, mas constituem a prpria substncia, a essncia da sua Divindade.

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  • Vamos agora estudar trs caractersticas da natureza de Deus, que de modo perfeito expressam a excelsa Pessoa do eterno Deus.

    A. Deus a verdade!1. Deus a verdade , Jr 10.10; Dt 32.4; SI31.5. Deus no somente pratica a verdade e tem atitudes e palavras que perfeitamente condizem com a verdade, mas ele a prpria verdade. A verdade a substncia da sua Pessoa. Por isto ele chamado Deus verdadeiro. 1 Jo 5.20; Jo 17.3.

    Esta substncia, verdade, caracteriza no somente Deus Pai, mas tambm Deus Filho, Jo 14.6, e Deus Esprito Santo, Jo 16.13; 1 Jo 5.6.2. Deus tambm a fonte da verdade. Poristo ele chamado Deus da verdade, SI31.5. Toda a verdade que existe no universo tem em Deus a sua origem. As suas obras e a sua palavra so sempre a verdade, SI 119.160. Sempre seja Deus verdadeiro, Rm 3.4. O eterno Deus luz perfeita e portanto inteiramente impossvel que nele haja trevas, 1 Jo 1.5, isto , que Deus possa negar a si mesmo, 2 Tm 2.13, ou minta, Hb 6.18.3. A verdade do Senhor para sempre , SI 117.2. Assim como Deus eterno assim so tambm eternos os atributos da sua natureza. A sua verdade para sempre, SI146.6, e se estende de gerao a gerao, SI 100.5.

    Esta a segurana que temos em confiar nas suas promessas. Deus jamais pode revogar a sua palavra, Mt 5.18; Nm 23.20. A pa

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  • lavra do nosso Deus subsiste eternamente, Is 40.8. O cu e a terra passaro, mas as minhas palavras no ho de passar, Mt 24.35.4. Deus fiel! Esta qualidade, que de modo absoluto caracteriza Deus, uma expresso da sua verdade que ele imutavelmente executa sem cessar. A fidelidade de Deus nunca falha. Repetidamente a Bblia fala desta sua fidelidade vinculada a vrias experincias e necessidades do homem. Vejamos! Deus fiel, na sua chamada, 1 Co 1.9; Ele fiel quando o pecador vier, confessando o seu pecado, 1 Jo 1.9; Ele fiel para guardar, 2 Ts3.3. Ele fiel ao sermos tentados, 1 Co 10.13. Ele fiel quanto s suas promessas, Hb 10.23, as quais so sim e sim, 2 Co 1.18- 20, Ele tambm fiel, quando o crente pader ce, 1 Pe 4.19, e a sua fidelidade chega at as mais altas nuvens, SI 36.5, isto , quando Jesus vier! Graas a Deus por sua Verdade e por sua fidelidade. A sua verdade escudo e broquel. SI 91.4.

    B. Deus santo.A Bblia d a Deus o nome SANTO, SI 99.3.

    Ele chamado o santo de Israel, SI 89.18. S no livro de Isaas este nome usado 30 vezes, Is 1.4 etc. Deus diz: Assim diz o alto e sublime que habita na eternidade e cujo nome Santo, Is 57.15. Realmente santo e tremendo o seu nome, SI 111.9.

    1. A santidade uma substncia da prpria natureza de Deus, e no somente uma expresso de um procedimento santo. Deus diz: Eu sou Santo , 1 Pe 1.16; Lv 19.2; 20.7; SI 99.6,9. Ele a fonte de toda a santi-

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  • dade. Assim como a luz caracterizada pelo seu brilho, assim tambm Deus, que Luz,1 Jo 1.5, emite raios do brilho da sua santidade. A Bblia diz que Deus glorificado na sua santidade, Ex 15.10. A glria de Deus so raios da sua santidade, e ns o adoramos na beleza da sua santidade, SI 29.2;96.8,9.

    No somente Deus santo mas tambm o Deus Filho, Lc 1.3; 1 Jo 2.20; Ap 3.7, e Deus Esprito Santo, Ef 4.30, o so. Esta santidade, que um atributo das trs Pessoas da santa Trindade, foi evidenciada quando os serafins clamaram: Santo, Santo, Santo o Senhor, toda a terra est cheia da sua glria, Is 6.3; Ap 4.8.2. A santidade de Deus em relao aos homens.

    a. Deus quer que os homens vivam em ntima comunho com ele. Porm isto s possvel quando eles aceitarem as condies impostas por Deus. Ele diz: Sede santos porque eu sou santo, 1 Pe1.16. Deus tem, na sua santidade, decretado leis e normas que expressam a sua vontade s quais os homens tm de se sujeitar e obedecer. Ele quer levar os homens no caminho da santidade, porque ele deseja que sirvamos a Deus de modo agradvel, com reverncia e santo temor, Hb 12.28. (trad. rev.).b. Na sua santidade Deus, porm, sente tristeza e zelo, Dt 32.4; Rm 10.2, quando a sua vontade no respeitada

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  • pelos homens; Deus ama a justia e aborrece a iniqidade, Hb 1.9. Ele no pode tolerar o pecado, Hc 1.13. Por isto as vossas iniquidades fazem diviso entre vs e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vs, para que vos no oua. Is 59.2.

    3. A Justia de Deus uma expresso da sua santidade. A justia a santidade de Deus em exerccio em relao aos homens. Deus justo, Rm 1.17; 10.3; Jo 17.25; SI 116.5; 2 Tm 4.8. Na sua justia ele zela pelo cumprimento das suas leis e normas, dadas aos homens. Na sua santidade e verdade Deus no pode revogar a sua prpria palavra, nem a sentena imposta aos transgressores, porque elas so imutveis como ele o .

    A justia de Deus leva o homem, que vive em pecado ao juzo de Deus, Dt 1.17, que a ao punitiva da justia de Deus.

    C. Deus amor.1. Deus amor! A Bblia no somente diz que Deus ama os homens, Ef 2.4; 2 Ts 2.16; 2 Co 9.7 etc. mas que ele amor, 1 Jo 4.8,16, isto . que o amor a prpria substncia do eterno Deus. O seu amor como um rio que mana dele mesmo, que a fonte do amor. Assim a Bblia tala do Deus de amor , 2 Co 13.11 e tambm do amor de Deus , 2 Co 13.13.

    No sombnte Deus amor. Toda Trindade uma expresso do amor divino. A Bblia fala de Jesus, o Filho de Deus, do seu amor que excede todo o entendimento, Ef 3.19.

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  • Fala tambm do amor do Esprito Santo, Rm 15.30.

    Quando Jesus queria mostrar a profundidade do amor de Deus para com os seus discpulos ele disse: Tu os tens amado a eles como me tens amado a mim, Jo 17.23. Deus amor! S existe uma qualidade deste amor. O mesmo amor com que Deus amou seu Filho, a quem ele mesmo chamou meu Filho amado., Mt 3.17, ele tambm amou aos que creram nele. O amor de Deus no se pode medir, J 5.9; 9.10; SI 139.17,18. E maior do que o amor materno, Is 49.15.2. O amor de Deus para com os pecadores. A Bblia diz que ele nos amou primeiro, 1 Jo4.19. Amou-nos quando ramos pecadores, Ef 2.4; Rm 5.8. O seu amor se expressa em querer dar o melhor para eles, e possu-los em ntima comunho consigo. Ele, que aborrece o pecado, Hb 1.8, ama ao pecador!3. O grande preo que o amor de Deus pagou! Estamos agora diante da maior e mais insondvel profundidade do amor de Deus. Enquanto Deus na sua santidade no pode tolerar o pecador que vive em pecado, e conforme a sua justia tem de executar o juzo, para castig-lo, este mesmo Deus que essencialmente amor, ama o pecador. Parece que estamos diante de uma inexplicvel contradio, dentro da mesma pessoa. Porm no h nada disto.

    O amor de Deus est em pleno accrdo com a retido e a justia das exigncias de castigo para o pecador. Mas no seu muito

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  • amor com que ele nos amou, Ef 2.4, Deus resolve pagar o maior preo que jamais foi pago, 1 Co 6.20, e deu o seu prprio Filho, para ser o sacrifcio pelo resgate dos homens da sua culpa. Jesus foi dado como Mediador entre a justia de Deus e os homens, 1 Tm2.5,6, e morreu na cruz do Calvrio, pagando a sentena que a justia de Deus havia decretado sobre o pecador, 2 Co 5.21; 1 Pe 3.18.

    Assim a justia de Deus fica respeitada e executada, e pelo amor de Deus, os pecadores so perdoados e salvos, Jo 3.16.4. A Graa de Deus, 2 Co 6.1; 8.1; G1 2.21, etc. uma expresso do amor de Deus. Graa significa um favor imerecido que Deus, na sua perfeita justia, manifestou por intermdio do sacrifcio do seu Filho, 2 Tm 1.9; 2 Co8.9, trazendo salvao a todos os homens, Tt 2.11. A Bblia diz: por um ato de justia veio a graa sobre todos os homens para justificao de vida, Rm 5.18, e onde o pecado abundou, superabundou a graa, Rm5.20. Graas a Deus, pois, pelo seu dom inefvel, 2 Co 9.15.5. A misericrdia e a longanimidade de Deus so expresses do seu amor. Deus chamado o Pai da misericrdia, 2 Co 1.3, e a Bblia diz que ele riqussimo em misericrdia, Ef 2.4. A misericrdia que ele mostra, perdoando o pecador, pelos mritos de Jesus Cristo, Tt 3.5; 1 Pe 1.3. Pelo seu amor ele se mostra longnimo, 1 Pe 3.20, esperando com pacincia que o pecador aceite o seu convite, Rm 2.4.

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  • V. O PODER CRIADOR DE DEUS ETERNOTemos j visto que Deus Todo-poderoso, Gn

    17.1, e que ele deixou que as coisas que esto criadas manifestem para todos o seu eterno poder e a sua divindade, Rm 1.19,20. O ensino da Bblia sobre a criao do mundo, constitui um protesto contra as filosofias pagas, entre elas o pantesmo, as quais apresentam Deus como um ser impessoal, inativo ou passivo. A Bblia apresenta Deus como um Ser divino - e ativo, que trabalha. Jo 5.17; Cl 1.16; At 14.17; 17.28. A sua criao testifica da grandeza do seu poder, Jr 10.12; 32.17; 51.15, e uma expresso da sua divina vontade, Ap 4.11.

    A CRIAO DO CU E A TERRA.O problema da origem de tudo tem preocupado

    muita gente. Filsofos e cientistas tm pesquisado e feito declaraes sobre o resultado das suas pesquisas, as quais diferem de modo impressionante entre si.

    A Bblia nos d uma definio autorizada sobre este assunto. Foi Deus que atravs de uma revelao deixou a Moiss a incumbncia de escrever sobre a criao do cu e da terra. Ele expressa afirmativamente: No princpio criou Deus o cu e a terra, Gn 1.1. Nos trs primeiros versculos da Bblia temos de modo concentrado um relato verdico, que abrange um enorme perodo de tempo e acontecimentos da maior relevncia.

    A. No princpio criou Deus o cu e a terra, Gn1. 1.

    1. No princpio... Aqui Deus no d nenhuma definio sobre o tempo. Foi quando o tempo pela primeira vez apareceu no espao

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  • da eternidade. Pode ser que tenham-se passado milhes de anos desde aquele momento. Vemos assim que no existe nenhuma contradio da parte da Bblia com os lcu- los sobre a idade da terra, que os gelogos tm apresentado.2. Criou Deus... Deus se apresenta como a nica origem de todas as coisas. Quando a Bblia expressa criar usada um palavra hebraica bara, que significa fazer algo de NADA. Foi isto que aconteceu! SI 33.9; 145.5; Hb 11.3. Tudo veio do nada. S pela Palavra de Deus.3. Foi Deus - Elohim, que criou! J observamos que Elohim, Deus, um substantivo que contm pluralidade de Pessoas. Vemos aqui a Trindade operando na criao! Deus criou, Gn 1.1; Hb 1.10; O Filho, Jesus, tam bm criou, Cl 1.16; Jo 1.1-3; Hb 1.2; O Esprito Santo tambm operou, Gn 1.2; SI 104.30.4. A Bblia fala pouco desta criao original. Diz que no a criou vazia, Is 45.18. Vemos algumas referncias a esta criaoem Pv 8.22-31 e J 38.4-7.

    B. A terra era sem forma e vazia, Gn 1.2. Alguma coisa aconteceu! A terra que Deus no

    criou vazia ficou sem forma e vazia... em caos!1. A terra era, Gn 1.2, pode ser traduzido se tomou. Vrias tradues usam esta palavra deste modo. A mesma palavra era usada na Bblia em Hebraico assim. Ex.: Gn 2.7; 19.26; 20.12 etc.

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  • 2. sem forma e vazia. Esta expresso, em hebraico tohu vbohu (vazia - tohu, sem forma vbohu) aparece trs vezes na Bblia, sempre em relao ao castigo de Deus. (Gn 1.2; Jr 4.23; Is 34.11). Houve uma catstrofe que destruiu a criao original, conforme tambm lemos em 2 Pe 3.5. No se deve confundir esta catstrofe com o dilvio. Aps o dilvio no houve necessidade de Deus restaurar nada, porm aqui, a terra ficou em caos, e toda a vida, seja vegetal ou animal foi desfeita.3. A Bblia no revela a causa desta catstrofe. Existe um pensamento j generalizado entre muitos telogos, que tivesse havido uma coincidncia entre esta catstrofe e a queda de Lcifer do cu, Ez 28.11-17; Is 14.12-14; Lc 10.19, porque ele era um serafim protetor, cujo trono estava debaixo das estrelas de onde ele queria subir acima das estrelas para ser semelhante a Deus, Is14.13. Porm, a Bblia silencia sobre os detalhes.

    C. Deus disse: haja luz, e houve luz , Gn1.3.

    A Bblia no revela quanto tempo aps a catstrofe, que destruiu a criao original, aconteceu que Deus com a sua palavra de Poder, comeou a obra restauradora.

    1. A restaurao do mundo foi feita com a mesma palavra de Poder, com que foi criada a criao original, 2 Pe 3.7. Comeou com a Palavra de Deus: Haja luz. Em todo o primeiro captulo de Gnesis aparece sempre

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  • Deus disse, viu Deus, chamou Deus, fez Deus etc. Deus criou.2. Quando Deus restaurou a terra, aproveitou coisas que j existiam. Por isto usada para Deus fez, a palavra hebraica asah. Asah significa fazer de coisas que j existem. Porm, quando se trata do aparecimento dos animais, etc., Gn 1.21, usada de novo a palavra bara, isto , criar de nada. Deus criou as grandes baleias, etc.

    Quando se trata do homem, Deus fez (asah) porque o fez do p da terra, Gn 1.26 e 2.7 e a mulher da costela de Ado. Gn 2.21,22, mas tambm criou 1.27 (bara), porque assoprou em seus narizes o flego da vida, e o homem foi feito alma vivente, 2.27. Em Is 43.7 vemos estas duas expresses: os criei para a minha glria, eu os formei, eu os fiz.3. A terra foi restaurada em 6 dias... e nostimo dia Deus descansou, isto , a obra estava consumada e no trabalhou. Isto no significa que Deus continuou a descansar cada stimo dia. Aqui se trata de seis dias (de 24 horas) e no de seis perodos de tempos. Isto se v em Ex 20.11. Ali est escrito: seis dias trabalhars... porque em seis dias fez (asah) o Senhor o cu e a terra. Se fossem perodos no se poderiam explicar a expresso: foi a tarde e a manh o dia primeiro, etc. 1.5,8,13,19,23,31.4. Vemos assim no primeiro captulo as coisas restauradas pela ordem, separao entre cu e gua, entre terra e mar, a produ-

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  • o da erva, conforme a sua espcie, a restaurao do sistema solar, a criao dos animais, e por fim a criao do homem. E Deus viu tudo quanto tinha feito, e eis que tudo era muito bom, Gn 1.26.

    D. A narrao da Bblia sobre a criao do mundo desfaz as doutrinas materialistas sobre este assunto.

    1. Sempre tem havido filsofos e cientistas que tm combatido o ensino da Bblia sobre a origem de todas as coisas.

    a. J no tempo antigo filsofos gregos (Herclito, Aristteles etc.) afirmaram que o mundo apareceu por meio duma eterna e impessoal energia. J naquele tempo esta semente materialista era lanada pelo inimigo.b. No sculo passado apareceu um naturalista, Charles Darwin (morreu em 1882, com 73 anos de idade), que lanou a teoria da evoluo afirmando que as espcies existentes so resultado de uma gradual evoluo de espcies inferiores, comeando por um protoplasma at chegar ao homem.

    2. As teorias evolucionistas so totalrien- te falsas e sem fundamento cientfico.

    a. Se, como os evolucionistas afirmam, toda vida existente comeou por um protoplasma, de onde ele veio - e quem o fez? No existem provas - somente suposies infundadas.b. A afirmativa que a vida apareceu da matria em alta rotao e movimento

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  • etc. completamente infundada. Jamais a cincia prova um exemplo em que a vida aparecesse da matria. Deus o Dono da vida e a sua nica fonte, At17.25.c. A afirmativa de que espcies inferiores evoluram para espcies superiores, tambm inteiramente falsa. Isto jamais aconteceu, que uma espcie, reproduzindo, venha gerar outra espcie superior. Cavalo sempre gera cavalo e jamais girafa. Alm disto, a afirmativa que as espcies com tempo venham a progredir, tambm no acontece. E uma coisa conhecida, que tudo que entregue sua prpria sorte, degenera.

    3. As teorias evolucionistas esto sendo rejeitadas pela cincia mais avanada, Muitos cientistas de hoje falam abertamente desta teoria como uma coisa sem fundamento. O prprio Darwin se converteu a Deus. Ele lamentou o grande estrago que as suas teorias infundadas tinham causado no meio dos universitrios e na teologia. Ele sofreu no fim da sua vida dum mal psicossomti- co. O seu mdico, Dr. Ralf Colp Jr., chamou a sua doena mal de Darwin - uma conscincia atormentada.4. Qual o alvo da doutrina evolucionis- ta?

    a. E um combate organizado contra Deus. Spencer disse: A evoluo puramente mecnica e anti supernatural. No existe lugar para Deus nesta teoria.

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  • como diz a Bblia: Mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, Rm 1.25.b. Procura desfazer a existncia de Deus, como um Ser Divino e Perfeito.Deus afirmou que ele fez o cu e a terra e a vida que nela h, Is 42.5; 45.12. Ele se chama o Criador , Ec 12.1. Deus tem apresentado a criao como a prova da sua existncia, Rm 1.20; SI 8.3; 19.1-6, e disse que os deuses que no fizeram os cus e a terra desaparecero , Jr10.11.12. Quem nega que Deus o Criador, o faz mentiroso e um Deus que mente no pode existir. Mas, diz a Bblia: Ele fez a terra pelo seu poder , Jr10.12.c. um ataque contra a veracidade da Bblia. Se fosse possvel provar que os primeiros captulos da Bblia esto sem fundamento na realidade, estaria logo desfeito todo o valor da mesma. Vemos que os telogos que aderiram a esta doutrina evolucionista, tambm no crem nas outras doutrinas bsicas da Bblia.

    5. Um crente jamais pode ficar neutro. De cabea erguida proclamamos em qualquer lugar e diante de qualquer auditrio, que Deus o Criador. Jamais somos contra a verdadeira e bem informada cincia, mas a Bblia diz que devemos ter horror s oposi- es da falsamente chamada cincia, porque aqueles que o professam, se desviam da f, 1

  • Tm 6.20,21. Ns estamos todos na mesma fileira que o apstolo Paulo em defesa e confirmao do evangelho. Fp 1.7.

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  • A DOUTRINA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)I. A PR-EXISTENc ia e t e r n a DE JESUS

    A. Assim como Deus eterno, Jesus tambmo .

    No princpio era o verbo e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Jo 1.1. Ele antes de todas as coisas, Cl 1.17, desde os dias da eternidade, Mq 5.2, e, antes que o mundo existisse, possua glria junto com o Pai, Jo 17.3. Jesus disse: antes que Abrao existisse, eu sou, Jo 8.58. Em Pv 8.22-31 lemos sobre o princpio dos seus caminhos, antes de suas obras.

    B. Antes da fundao do mundo, Jesus planejou junto com o seu Pai, a salvao da humanidade.

    Deus na sua oniscincia viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado, cairia em pecado, sujeito perdio eterna. Ele ento preparou um caminho de salvao, por meio do sacrifcio de seu prprio Filho. Jesus participou e concordou e desde ento j estava disposto a dar a sua vida por ns. Por isto a Bblia se expressa: O Cordeiro que foi morto desde a fundao do mundo, Ap 13.8. A vida eterna assim prometida antes dos tempos dos scu-

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  • los, Tt 1.2, quando Deus nos elegeu para em Jesus sermos santos e irrepreensveis, Ef 1.4.

    C. Jesus participou da criao do mundo.Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele

    nada do que foi feito se fez, Jo 1.3. Todas as coisas subsistem por ele, Cl 1.17.II. A ENCARNAO DE JESUS

    Jesus, Deus bendito eternamente, Rm 9.5, fez-se homem. Esse mistrio chama-se encarnao . A Bblia diz: Grande o mistrio da piedade: Aquele que se manifestou em carne, 1 Tm3.16. A doutrina da encarnao de Jesus excede tudo que o entendimento humano possa compreender, porm deste milagre depende a substncia do evangelho da salvao e a doutrina da redeno.

    A. Jesus se encarnou por meio duma virgem, atravs de concepo sobrenatural.

    Quando Deus, no dia da queda, prometeu um Redentor, revelou tambm de que maneira ele viria ao mundo. Ele disse serpente: Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendncia e o seu descendente. Este te ferir a cabea, e tu lhe ferirs o calcanhar, Gn 3.15 (trad. Rev.). O profeta Isaas profetizou: Uma virgem conceber e dar luz um filho e ser o seu nome Emanuel, Is 7.14. Quando, na plenitude dos tempos, G1 4.4, o arcanjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnao de Jesus, disse-lhe: em teu ventre concebers e dars luz um filho, e por-lhe- s o nome de Jesus, Lc 1.31. Maria respondeu: Como se far isto, visto que no conheo varo?, Lc 1.34. E Gabriel lhe revelou como este milagre aconteceria. Ele disse: Descer sobre ti o Esprito Santo e a virtude do Altssimo te cobrir com a sua60

  • sombra, pelo que tambm o Santo que de ti h de nascer, ser chamado Filho de Deus, Lc 1.35. Com a palavra: Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua palavra, Lc 1.38, Maria aceitou, e o milagre aconteceu! Ela estava grvida!

    E impossvel explicar este milagre em termos biolgicos. O mdico Lucas registrou este milagre no seu evangelho com f e convico, sem deixar uma sombra de dvida. Pela f entendemos, Hb11.13.

    B. Jesus veio a este mundo por meio dum nascimento natural.

    Ele nasceu exatamente 9 meses aps Maria haver concebido de modo sobrenatural, quando se cumpriram os dias em que ela havia de dar luz, Lc 2.6. Jesus nasceu, conforme a profecia, em Belm, Mq 5.2, e para isto Deus providenciou que o alistamento decretado pelo imperador Augusto obrigasse Jos e Maria a locomoverem-se de Nazar na Galilia at Belm, exatamente na poca de Maria dar luz. Jesus nasceu como os demais homens nasceram. Houve, porm, uma manifestao sobrenatural: Uma multido de anjos cantaram, diante de um grupo de pastores de ovelhas, louvores ao Messias que havia nascido, Lc 2.8-14.

    C. O verdadeiro Deus havia vindo ao mundo como um verdadeiro homem.

    Foi por meio deste milagre que o verbo se fez carne, Jo 1.14, e Deus introduziu no mundo o primognito, Hb 1.6, e Jesus veio em semelhana de carne. Rm 8.3, e participou da carne e do sangue, Hb 2.14, e foi feito descendncia de Abrao, Hb2.16. em tudo semelhante aos irmos, Hb 2.17. Foi assim que ele desceu do cu, Jo 6.33,38,41,42,

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  • 51,58, e Deus lhe preparou um corpo, Hb 10.5.A encarnao deu a Jesus condies de ser o

    Mediador entre Deus e homens, 1 Tm 2.5, e ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, para expiar o pecado do povo, Hb 2.17. Sendo homem, podia fazer reconciliao pelos homens. Sendo Deus a sua reconciliao fica com um indito valor.III. JESUS - O VERDADEIRO DEUS

    No somente desde a eternidade, que Jesus Deus, Jo 1.1-3. Ainda depois que ele aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, Fp 2.7, e o verbo se fez carne e habitou entre ns, Jo 1.14, ele continua sendo Deus verdadeiro, revelando a glria do Unignito do Pai, cheio de graa e de verdade, Jo 1.14. As sagradas escrituras, que incontes- tavelmente provam a sua deidade, foram escritas para que todos creiam que Jesus o Cristo, e o Filho de Deus, Jo 20.36; 1 Jo 5.10. Vamos mencionar algumas evidncias que provam que Jesus Deus verdadeiro.

    A. Jesus chamado Deus1. Deus, Pai, o chamou Deus ! Do Filho diz: O Deus, o teu trono subsiste, Hb 1.8.

    - Duas vezes ele o chamou: Meu Filho amado, Mt 3.17; Mc 9.7. Todo aquele, pois, que nega que Jesus Filho de Deus, faz o prprio Deus mentiroso, porquanto no creu no testemunho que Deus de seu Filho deu, 1 Jo5.10.2. O anjo, enviado por Deus, chamou a Jesus Filho de Deus, Lc 1.35. Cham-lo- o pelo nome Emanuel, que traduzido Deus conosco, Mt 1.23. Quando Jesus ha-

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  • via nascido, os anjos cantaram louvores a Cristo-Senhor, Lc 2.11.3. O prprio Jesus se chamou Deus . Quando os seus inimigos lhe perguntaram: s tu o Cristo, Filho de Deus bendito?,\ ele respondeu: Eu o sou. Mc 14.61,62. Ele chamou Deus de meu Pai, Mt 10.32; Jo 2.16; 10.37; 15.24 etc. Ele se chamou tambm o Filho unignito que est no seio do Pai, Jo 1.18 e disse: Quem me v, v o Pai, Jo 14.9; 12.45. Para a mulher samaritana ele disse que era Messias, Jo 4.25,26, hotcia que se espalhou em toda a cidade, Jo 4.29. Ele se chamou: Alfa e Omega, o Princpio e o Fim, o primeiro e o derradeiro, Ap 22.13, e Eu sou , Jo 8.24,28,58; 13.59 (Comp. x 3.14).

    Aquele que nega a deidade de Jesus rejeita o prprio testemunho de Jesus e mostra assim que inspirado pelo esprito de Anti- cristo, 1 Jo 2.22,23. Se Jesus fosse, como os telogos modernistas afirmam, um produto da unio entre Maria e Jos ou com qualquer outro homem, o mundo no teria nenhum Salvador, e Jesus seria um homem desacre- ditvel, porque ele afirmou ser o Filho de Deus. Mas glria a Jesus! Ele Deus bendito eternamente, Rm 9.5.4. Todos os apstolos afirmam que Jesus Deus. Joo Batista disse que Jesus era Filho de Deus, Jo 1.34. Pedro testificou: Tu s Cristo, o Filho do Deus vivo, Mt 16.16, cha- mou-o de o Santo, At 3.14 e nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, 2 Pe 1.1, e disse que

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  • Jesus Cristo o Senhor de todos, At 10.36. (Chamado Senhor mais de 100 vezes). Paulo disse que Jesus era o prprio Filho de Deus, Rm 8.32, e falou da glria do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, Tt 2.13, e disse que Cristo, segundo a carne, Deus bendito eternamente, Rm 9.5. Joo escreveu que Jesus era o Verbo eterno, Jo 1.1, o Uni- gnito do Pai, Jo 1.14, e verdadeiro Deus,1 Jo 5.20. Tom o chamou Senhor meu e Deus meu, Jo 20.28. E todos os que em todos os tempos receberam a salvao tm dado o mesmo testemunho que os samarita- nos, que o aceitaram, deram: Sabemos que este verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo, Jo 4.42.

    B. Jesus tem atributos divinos.1. Jesus onipotente, Lc 4.35,36,41 etc. (poder sobre os demnios), Mt 8.16; 9.35 (poder sobre doenas), Jo 10.28 (poder para guardar), Mt 28.18 (todo poder).2. Jesus onisciente, Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10-12; 5.4-6 etc.3. Jesus onipresente, Mt 28.20; 18.20; 2 Co 13.4; Ef 1.23.4. Jesus imutvel, Hb 13.8; Hb 1.12.5. Jesus eterno, Cl 1.17; Jo 1.1; Mq 5.2; Is 9.6, etc.6. Jesus deve ser adorado. Ele que disse: S ao Senhor teu Deus adorars, Mt 4.10, aceitou adorao, Mt 28.9,17; 14.33; 15.25; Lc 24.52. Veja Hb 1.6.

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  • C. As suas obras divinas provam a sua deida-de.

    1. Jesus tomou parte na criao do mundo, Jo 1.3; Cl 1.16; 1 Co 8.6; Hb 1.2,10, e por ele todas as coisas subsistem, Cl 1.17; Hb 1.3; At 17.28.2. Realizou obras divinas, Jo 5.36; 10.25,37,38; 14.10,11; 15.24; 17.4, ressuscitou mortos, Lc 7.14,15; 8.54,55; Jo 11.39-44. Ele mesmo a ressurreio e a vida,Jo 11.25;5.25.3. Jesus perdoou e perdoa pecados, Mt 9.5; Lc 5.20; 7.47-50; At 10.38.

    D. A sua natureza divina prova a sua deida-de.

    1. Jesus santo. Era chamado santo, At 2.27; 3.14; 4.27. Ele fez sempre o que agradava a Deus, Jo 8.29. Amava a justia e aborrecia a Iniqidade, Hb 1.9. Ele no conhecia pecado, 2 Co 5.21, era imaculado, Hb 7.26, sem mancha, 1 Pe 1.19, puro, 1 Jo 3.3.2. Jesus o amor. O seu amor excede todo o entendimento, Ef 3.19. Ningum tem maior amor do que este: de dar algum a sua vida pelos seus amigos, Jo 15.13. Cristo mostrou o seu amor para com o seu Pai, Jo 14.31, querendo em tudo obedec-lo e fazer a sua vontade, Jo 6.38; SI 40.9; Jo 4.34. Ele amou o mundo, entregando-se por ns em sacrifcio, Ef 5.2, sendo ns ainda pecadores, Rm 5.6,8. Cristo amou a sua igreja, Ef 5.25, e os seus seguidores: Como havia amado os seus, amou-os at o fim, Jo 13.1. Ele ama os pe-

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  • cadores, Lc 19.10, at os seus inimigos, Lc23.34.3. Jesus a verdade, Jo 14.6; 1.14,17; 8.32; 15.1; 18.37. Cristo foi ministro da circunciso por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas, Rm 15.8. Por isto todas as promessas de Deus so nele sim, 2 Co 1.20,21. Ele o verdadeiro, 1 Jo5.20.

    IV. JESUS - O VERDADEIRO HOMEMCristo, sendo em forma de Deus, aniquilou-

    se a si mesmo, tomando a forma do servo, Fp 2.6,7. Assim Cristo, Deus bendito eternamente, Rm 9.5, renunciou voluntariamente glria perfeita que possua nos cus, Jo 17.5, e a tudo aquilo que ele na sua glria divina podia gozar, para ser o Redentor da humanidade, sujeito s limitaes de um verdadeiro homem. Jesus viveu neste mundo no somente como Deus verdadeiro, mas tambm como homem verdadeiro.

    A. A Bblia chama Jesus homem.Quando Pedro falava de Jesus, disse: Jesus Na

    zareno, varo aprovado por Deus, At 2.22. Pilatos disse a respeito de Jesus: Eis aqui o homem, Jo19.5. Jesus disse, falando de si mesmo: No s de po viver o homem, Mt 4.4. Ele disse: Agora procurais matar-me, homem, que vos tenho dito a verdade, Jo 8.40. Paulo escreveu que a graa, Rm 5.11, e a ressurreio vieram por um homem, 1 Co 15.21, e que h um s Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, 1 Tm 2.5.

    O nome Filho do homem, freqentemente usado por ele mesmo (69 vezes nos evangelhos) ex66

  • pressava tanto a sua humilhao e sofrimento como representante legal de toda a humanidade, Mt 8.20; 11.19; 20.28; Mc 8.31; Jo 9.28; 12.23,24 etc. como tambm a grande glria, com que ele h de se manifestar, quando voltar para julgar o mundo e para reinar, Mt 16.27; 24.30; 26.66; Mc 13.26 etc.

    B. Jesus nasceu como qualquer outro homemEmbora Maria houvesse concebido de modo

    sobrenatural pelo Esprito Santo, Lc 1.35, todavia Jesus nasceu como todos homens nascem, Lc 2.7. Deus lhe preparou corpo, Hb 10.5, e ele veio em carne, 1 Jo 4.2, e se fez carne, Jo 1.14, e como outro homem qualquer, participou da carne e do sangue, Hb 2.14. Assim ele teve corpo, Mt 26.12; Lc 24.39, alma, Mt 26.38, e esprito, Jo 11.33. Ele estava sujeito ao crescimento e ao amadurecimento naturais, Lc 2.40,52, e aprendeu obedincia, Hb5.8.

    C. Jesus integrou-se completamente na sociedade de sua poca.

    1. Jesus era membro de uma famlia.Quando Maria concebeu pelo Esprito Santo, era noiva de Jos. Por revelao de um anjo, ele tomou conhecimento disto e resolveu aceitar Maria como a sua esposa. Todavia no a conheceu antes de ela haver dado luz a Jesus, Mt 1.18-25. Assim nasceu Jesus, no de uma me solteira, mas numa famlia. O povo falava dele: No este o filho de Jos? Jo 6.42. Jesus, como filho, sujeitou-se aos seus pais, Lc 2.51.2. Jesus teve um nome, como qualquer outro homem. O nome que Maria lhe deu, foi aquele que o anjo havia lhe dito, que lhe des-

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  • sem: Chamars o seu nome Jesus, Mt 1.21; Lc 1.31.3. Jesus teve, como qualquer outro homem, a sua genealogia. A Bblia at registra duas genealogias, a primeira do lado de Jos, o pai adotivo de Jesus, o cabea da famlia, que definia a sua posio jurdica, Mt 1.1-17. A sua segunda genealogia era do lado de Maria, a sua me, que definia a sua posio biolgica, Lc 3.23-38. Nas genealogias judaicas no se registram nomes de mulheres e por isso no aparece em Lc 3.23 Maria como filha de seu pai Eli, mas em lugar dela, Jos, seu marido como filho de Eli (Jos era genro de Eli! O pai de Jos era Ja- c, Mt 1.16) (Scofield)

    Por meio destas genealogias podemos provar o cumprimento exato de tudo que Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, At 3.21, a respeito da procedncia de Jesus como homem. Segundo as profecias, Messias viria de Sem, filho de No, Gn 9.26,27 (Cumprimento: Lc 3.36), da semente de Abrao, Gn 17.19; 12.3; G1 3.16 (Cumprimento: Lc 3.34), descendente de Jac, Gn 18.13-15, (veja Lc 3.34), da tribo de Jud, At 13.22,23; Hb 7.14; Ap 5.5. (Veja Lc 3.34) da famlia de Davi, SI 132.11; Jr 23.5; Rm 1.3; At 13.22,23 (veja Lc 3.32). Observamos assim que todos estes nomes, constam da genealogia de Jesus.4. Jesus teve a sua profisso secular. O seu pai adotivo era carpinteiro, Mt 13.55. Jesus aprendeu a mesma profisso, e por isto

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  • era chamado carpinteiro, Mt 6.3. Jesus como o primognito de Maria, ficou com a responsabilidade da famlia aps o falecimento de Jos, motivo por que ele na cruz, entregou esta responsabilidade a Joo, o seu discpulo, Jo 19.26,27.5. Jesus cumpriu o seu dever para com a sociedade. Pagou o tributo, Mt 17.24-27. Com sabedoria evitou entrar numa armadilha que os inimigos lhe haviam preparado, para o jogar contra o governo romano ou contra o seu povo, os judeus, Mt 22.15-21. Nunca agitou as multides, Mt 12.19-21. O governador Pilatos disse a seu respeito: Nenhum crime acho nele, Jo 19.6.

    D. Jesus, como verdadeiro homem, estava sujeito s limitaes humanas.

    1. Jesus sentia cansao, Mt 8.24; Jo 4.4. Tinha fome, Mt 4.2, e sede, Jo 4.6; 19.28. Ele se alegrava, Lc 10.21, e tambm sentia tristeza e perturbao, Mc 3.5; Jo 12.27. At chorou, Hb 5.7; Lc 19.41; Jo 11.35. Ele sofreu, Mt 8.31; Lc 9.22, at o ponto que o seu suor ficou como sangue, Lc 22.44. Morreu, Fp 2.8; Jo 19.30,34.2. Jesus, como homem, foi tentado em tudo, Hb 4.15; Mt 4.1-11. Toda tentao que um homem pode sofrer, Jesus sofreu, Hb 2.17; Lc 22.28. Como Deus jamais podia ser tentado, Tg 1.13.3. Como homem Jesus dependia da ajuda de Deus. Por isto ele orava constantemente, Mt 14.23, para que de Deus recebesse poder, Lc 5.16,17, direo para o seu trabalho, Lc

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  • 6.12,13; Lc 4.42,43, e vitria sobre os demnios, Mc 9.29 etc. Ele orou at pelos inimigos, Lc 23.34. Por isto as suas ameaas e maldades contra ele, jamais podiam alterar a sua ntima comunho com Deus. Em tudo ele nos deu um exemplo, 1 Pe 2.23, abrindo pelas suas pisadas o caminho que nos conduz vitria, SI 85.13.4. Jesus como homem se distinguiu de todos os demais homens, num s ponto: Jamais sofreu uma fraqueza moral. Embora tivesse vindo em semelhana da carne, Rm8.3, ele jamais conheceu o pecado na sua prpria experincia, Hb 4.15; 2 Co 5.21. Ele era santo, Hb 7.26, incontaminado e imaculado, 1 Pe 1.19. Nele no havia pecado, 1 Jo3.5, era justo, 1 Jo 3.7. Podia desafiar a todos: Quem me convence de pecado? Jo 8.46. Quando entrou na luta final, ele disse: O prncipe das trevas vem, mas em mim no tem nada! Jo 14.30. Ele que orou Pai perdoa-lhes, Lc 23.34, nunca precisava pedir: Pai, me perdoa!

    E. Jesus, homem verdadeiro eternamente.O verbo se fez carne, Jo 1.14 e assim perma

    nece eternamente, Hb 7.24, para sempre, Hb7.28,25. Aps a ressurreio Jesus recebeu um corpo glorioso, Fp 3.21; Lc 24.39, isto , um corpo espiritual, 1 Co 15.44, e foi exaltado soberanamente, Fp2.9. Ele assim est no cu, com o seu corpo que recebeu como homem, embora glorificado. Estvo, At 7.56, e Joo, Ap 1.13, viram-nos aps a sua ascenso como Filho do Homem. Assim ele tambm h de voltar, Mt 26.64. Quando ele subiu, os anjos70

  • testificaram: Este mesmo Jesus, h de voltar, At 1.11. Aleluia.

    V. JESUS UNIU NA SUA PESSOA AS DUAS NATUREZAS PERFEITAS.

    A. Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas distintas.

    Pela concepo sobrenatural de Maria, Jesus herdou, pela operao do Esprito Santo, Lc 1.35, do seu Pai, a natureza divina, com todas as suas caractersticas. De Maria ele recebeu a natureza humana. A sua natureza divina e a humana se uniram na constituio da Pessoa de Jesus, de modo perfeito. As suas naturezas no se misturam, isto , Jesus no ficou com a sua divindade humanizada ou com a sua natureza humana divinizada . Quando Jesus em Can, transformou a gua em vinho, a - gua deixou de ser gua e passou a ser vinho, Jo 2.8- 10. Quando, porm, Jesus se fez homem, continuou sendo Deus verdadeiro mesmo estando sob a forma de homem verdadeiro.

    As duas naturezas operavam assim simultnea e separadamente na sua pessoa. Jamais houve conflito entre as suas duas naturezas, porque Jesus como homem, seja nas suas determinaes ou auto- conscincia, sempre conforme a direo do Esprito Santo, sujeitava-se vontade de Deus, de acordo com a sua natureza divina, Jo 4.34; 5.30; 6.38; SI 40.8; Mt 26.39.

    Assim Jesus possua duas naturezas numa s personalidade, as quais operavam de modo harmonioso e perfeito numa unio indissolvel e eterna.

    Esta realidade tem um smbolo maravilhoso na arca do tabemculo. A arca era feita de madeira de

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  • setim, coberta com ouro. Ex 25.10-25. A tampa da arca, chamava-se o propiciatrio, o lugar onde o sangue da expiao era espargido, Lc 16.15. A arca um smbolo de Jesus como o nosso Mediador que, revestido de glria est no santurio do cu, onde entrou com o sangue da expiao, Hb 9.5-7,11,12,24. Assim como a madeira da arca (smbolo da humanidade de Cristo) no se misturava com o ouro, (smbolo da divindade de Cristo) assim tam bm as duas naturezas de Cristo permanecem juntas, formando a nossa arca perfeita. Glria a Jesus.

    B. As duas naturezas operavam lado a lado na vida de Jesus.

    Essa operao prova sempre que ele era homem verdadeiro e tambm Deus verdadeiro. Vejamos aqui alguns exemplos:

    1. Jesus nasceu em toda a humildade, Lc 2.12; 2 Co 8.9, (natureza humana), mas o seu nascimento foi honrado por uma multido de anjos, que o exaltaram como Messias, Lc 2.9-14 (natureza divina).2. Jesus foi batizado como outros seres humanos, sujeitando-se justia divina, Mt3.15, (natureza humana), porm Deus falou naquela ocasio: Este o meu Filho, Mt 3.16 (natureza divina).3. Jesus foi tentado, como todos os demais homens, Lc 4.1-13; Hb 4.15 (natureza humana), mas, tendo ele vencido, os anjos o serviram, Mt 4.11, (natureza divina).4. Jesus dormiu de cansao no barco, apesar da grande tempestade, Mt 8.24, (natureza humana), mas depois ele se levantou e repreendeu o vento e as ondas, Mt 8.26 (natu

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  • reza divina). Se ele tivesse sido s Deus, jamais ficaria cansado, SI 121.4,5.5. Jesus cansado de andar, assentou-se junto fonte para descansar, Jo 4.6, (natureza humana), porm ali ele descobriu a situao espiritual da mulher, e lhe revelou o caminho da salvao, Jo 4.7-29, (natureza divina).6. Diante da morte do seu amigo Lzaro, Jesus chorou, Jo 11.33-35 (natureza humana), mas ali ele orou ao seu Pai, e mandou Lzaro sair da sepultura, Jo 11.32-43 (natureza divina).7. No jardim Jesus foi preso por homens mpios, Jo 18.1-3,12,13, (natureza humana). Porm quando ele disse: Sou eu, todos os soldados caram por terra, Jo 18.6, (natureza divina) e curou a orelha do servo do sumo sacerdote, que Pedro havia cortado, Lc 22.51, (natureza divina).

    C. Jesus s vezes deixou voluntariamente de fazer uso das virtudes da sua natureza divina.

    Para fazer a vontade de seu Pai, e cumprir as Escrituras, Mt 26.54, Jesus se sujeitou limitao humana, que havia aceitado. Por ex. no quis chamar 12 legies de anjos para o livrar, Mt 26.53.

    D. A doutrina sobre as duas naturezas operando em uma s personalidade.

    Este assunto tem sido uma pedra de tropeo da teologia, atravs dos sculos. Se olharmos este assunto unilateralmente, dando destaque s divindade de Jesus, ento a sua humanidade fica irreal e simulada. Destacando demasiadamente o lado da

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  • sua humanidade, a sua condio de Deus verdadeiro fica ofuscada.

    VI. OS MINISTRIOS DE CRISTO, O UNGIDO!

    As profecias no Velho Testamento revelaram, com muitos sculos de antecedncia, que Jesus, o Redentor prometido, seria o Ungido de Deus, SI 2.2; 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.25,26, e que ele ocuparia os ministrios de profeta, Dt 18.15, de sacerdote, SI 110.4; Zc 6.13, e de Rei, SI 110.2; 72.1-19; 2 Sm 7.4-17 etc. Estas profecias coincidem com os trs ministrios que Deus estabeleceu no tempo do Velho Testamento. A separao para esses ministrios era atravs de uno. (Veja Profeta, 1 Rs 19.16, Sacerdote, Lv 4.3-5; 6.22, e Rei, 1 Sm 10.1; 16.13).

    Quando Jesus, na plenitude dos tempos, G1 4.4, veio, foi homenageado pelo coro dos anjos como Cristo, Lc 2.11. (nome usado 577 vezes no NT). Si- meo, Lc 2.26-30, e Pedro, Jo 1.41; Mt 16.16, o reconheceram como Cristo. A palavra Cristo (grego) significa o mesmo que Messias (hebraico) e ambas traduzidas em portugus, significam O Ungido . Isto mostra que Jesus foi enviado por Deus e ungido para exercer tudo aquilo que atravs dos profetas havia sido prometido.

    Logo depois de iniciar o seu ministrio com cerca de 30 anos de idade, ele recebeu revestimento de poder pelo Esprito Santo, que em forma corprea veio sobre ele, Lc 3.22. Ele assim foi, pela uno divina, investido no ministrio de profeta, Jo 7.40, Sacerdote, Hb 3.1, e Rei, Jo 18.37. Jesus podia dizer com verdade: O Esprito do Senhor sobre mim, pois me ungiu, Lc 4.18. Glria a Jesus.74

  • Vamos agora ver Jesus no exerccio destes trs ministrios.

    A. Jesus - o Profeta.1. Jesus chamou-se a si mesmo Profeta , Mt 13.57; 23.37; Lc 13.33. Muitos outros tambm o chamaram assim, Mt 21.11; Mc 6.15; 8.28; Lc 7.16; 24.19; Jo 4.19; 9.17.2. Como profeta, Jesus transmitiu ao povo a mensagem de Deus.

    a. Ele falou atravs da sua vinda ao mundo! Deus falou pelo Filho, Hb 1.1, isto principalmente a respeito do cumprimento exato de todas as profecias, concernentes vinda do Redentor. Veja Lc4.21.b. Jesus falou pelo seu grande exemplo, atravs do qual ele mostrou de que modo Deus quer que os homens vivam, 1 Pe2.21. Ele abriu o caminho pelos seus passos, SI 85.13.c. Jesus transmitiu pelo seu ministrio de profeta, a doutrina de Deus. Veja o sermo da montanha, Mt caps. 5-7. Ele mesmo disse: a minha doutrina no minha mas daquele que me enviou, Jo 7.16; 8.38; 12.49.d. Jesus tambm profetizou sobre acontecimentos que ainda ho de acontecer. Vrios captulos nos evangelhos transcrevem estas preciosas profecias.

    3. E o exerccio do ministrio proftico de Jesus refere-se principalmente ao perodo que vai do comeo do seu ministrio pblico at o Glgota. Entretanto ainda no cu

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  • ele continua como profeta, porque o testemunho de Jesus o esprito de profecia, Ap19.10. Ele continua falando por meio da sua igreja, que o seu corpo, Ef 1.22,23, e atravs dos dons do Esprito Santo, 1 Co 12.7-11, e dos ministrios dados por ele, Ef 4.11,12 e pela sua santa Palavra.

    B. Jesus - o Sumo Sacerdote1. Os profetas prediziam que Jesus viria como um sacerdote eterno, SI 110.4. Quando ele veio, foi identificado como o sumo sacerdote prometido, Hb 2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 8.1; 10.21.2. Que significa a expresso: Jesus, sumo sacerdote conforme a ordem de Melquise- deque (Hb 6.20), em cumprimento da profecia em SI 110.4?

    a. Quem era Melquisedeque? Ele era um crente, cananeu que, como J, havia cri- do no Deus Altssimo, J 1.8. Ele era rei, e reinou na cidade de Salm, Hb 7.1. Deus o havia chamado para exercer o sacerdcio, Hb 7.1. Ele vivia no tempo de Abrao, (aprox. 1.900 A.C.)b. Jesus como sacerdote conforme a ordem de Melquisedeque , evidencia que o seu sacerdcio era, no da lei, mas sim duma nova dispensao. Conforme aquela dispensao Jesus jamais poderia ser sacerdote, porque estes eram todos da tribo de Levi, Nm 18.27; 1 Cr 23.13, enquanto Jesus era da tribo de Jud, Hb7.13,14. Assim ele foi sacerdote chamado por Deus. Jurou o Senhor: Tu s sacer-

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  • dote eternamente segundo a ordem de Melquisedeque, Hb 7.21.c. Jesus, sacerdote conforme a ordem de Melquisedeque, chama ateno para o fato de que ele, assim como Melquisedeque, era tanto rei como sacerdote. Assim como Melquisedeque foi chamado Rei da justia, Hb 7.2, Jesus tambm o foi, At 22.14; Jr 23.6; 1 Jo 2.1. Assim como Melquisedeque foi chamado Rei da paz, Hb 7.2, Jesus tambm o foi, Is9.6. Nenhum dos sacerdotes levticos foi sacerdote e rei. Mas Jesus era tanto sacerdote como Rei, Zc 6.13.d. O fato de que a genealogia de Melquisedeque no foi citada, nem foi feita referncia ao tempo do seu nascimento nem da sua morte, Hb 7.3, usado pelo Esprito Santo como uma figura de Cristo, que de eternidade a eternidade, SI 90.2; Ap 1.8, e cuja procedncia divina no era conhecida pelo povo. Jesus no precisava, como os sacerdotes levticos ser substitudo, porque eles, pela morte, foram impedidos de permanecer, Hb 7.23, mas Jesus permanece eternamente, Hb 7.24, e tem um sacerdcio perptuo, Hb 7.28.

    3. Quais so os ofcios do sacerdcio de Jesus? Os encargos do sumo sacerdote n