“eu sou o caminho a verdade e a vida” - · pdf fileom os olhos fixos em jesus...
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om os olhos fixos em Jesus Cristo -Caminho, Verdade e Vida– nós do IPDM seguimos em nossa jornada buscando ajudar, naquilo
que nos couber, na construção do Reino de Deus que também é nosso.
Como o fim do caminho se dissolve em Deus e ninguém conhece o cami-nho a não ser aquele que vem de Deus, Jesus Cristo, é preciso fixarmos os olhos nele somente, pois só ele percorreu o caminho nos dois sentidos. Assim, colocamos nossa mãos na sua e seguimos; passo a passo, dia após dia...
Ao longo do caminho, algumas pequenas coisas nos propomos a fazer e uma dela é este informativo, que pela graça de Deus chega ao número 85. Que você possa encontrar nele algo que contribua em sua jornada.
A leitura que a Igreja propõe para este domingo é o Evangelho de Jesus
Cristo segundo João 14, 1-12, que corresponde ao Quinto Domingo da
Páscoa, ciclo A do ano litúrgico.
Sobre esta maravilhosa passagem do texto Sagrado, o padre espa-
nhol José Antonio Pagola enfatiza Jesus como Caminho e nos diz: “O
problema de não poucos não é que vivam extraviados ou desencaminha-
dos. Simplesmente, vivem sem caminho, perdidos numa espécie de labirin-
to: andando e refazendo os mil caminhos que, de fora, lhes vão indicando
os slogans e as modas do momento. E, que pode fazer um homem ou uma
mulher quando se encontra sem caminho? A quem se pode dirigir? Onde
pode acudir? Se se aproxima de Jesus, o que encontrará não é uma reli-
gião, mas um caminho. O texto integral está na página 2.
O padre Raymond Gravel, fala-nos da Verdade como Caminho a ser
trilhado: “Quando Jesus disse, no evangelho, que ele é o caminho, a verda-
de e a vida, a aliança dessas três palavras diz que a verdade do evangelho
não é uma doutrina na qual podemos nos fechar, nem um dogma a defen-
der; a verdade é um caminho, um percurso, um trajeto, uma passagem
aberta, na qual Cristo nos encontra para nos transmitir sua vida de Res-
suscitado. Leia mais na página 2.
Padre Alberto Maggi—OSM, nos mostra a real importância de ser a
Verdade ao nos dizer: “Jesus não pede aos discípulos para possuírem a
verdade, mas para serem a verdade. A diferença é grande! Quem afirma
possuir a verdade, pelo fato de achar de possuí-la, acredita ser o juiz de to-
dos e condena todos aqueles quem não pensam como ele. Estar na verdade
significa estar inseridos no mesmo dinamismo do amor de Deus que identi-
fica o bem do ser humano, como valor absoluto. Estar na verdade significa
não separar-se de ninguém, mas ficar ao lado de todos, numa atitude de
amor que se transforma em serviço.” Padre Alberto está na página 3.
Lá de Ribeirão Preto, nosso caro amigo padre Gilberto Kasper, nos fa-
la sobre as indicações que Jesus nos faz e o serviço que nos comunica:
“Ele nos mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a vida a defen-
der. A missão exige pessoas disponíveis, e os apóstolos não têm medo de
partilhar tarefas com gente disposta a assumi-la. Todos os fiéis formam,
assim, o povo constituído em torno de Cristo caminho, verdade e vida. Je-
sus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio do Pai e a vida do
Pai em nós”. A reflexão de padre Gilberto está na página 3.
Para iniciarmos nossa preparação para o próximo Domingo, o 6º da
Páscoa, trazemos para você a reflexão do padre Alberto Maggi—OSM,
apresenta-nos Jesus Amor, Jesus presença, Jesus Cuidador. Vale a pena
a leitura desta reflexão que está na página 4.
Com a coragem, o amor e entusiasmo de sempre, Papa Francis-
co durante encontro realizado na última semana encorajou os membros dos Institutos Seculares, leigos consagrados que, ao contrário dos religio-sos, levam uma vida secular, a serem “revolucionários nas sociedades e a estarem presentes no meio, onde se joga tudo: a política, a economia, a
educação, a família”. Leia a matéria completa na página 4.
Leonardo Boff, com toda profundidade que lhe é peculiar, fala-nos so-
bre Utopia num viés de resgate desta: “Não é verdade que vivemos tempos
pós-utópicos. Aceitar esta afirmação é mostrar uma representação reducio-
nista do ser humano. Ele não é apenas um dado que está ai fechado, vivo e
consciente, ao lado de outros seres. Ele é também um ser virtual. Esconde
dentro de si virtualidades ilimitadas que podem irromper e concretizar-se”.
Ele é um ser de desejo, portador do princípio esperança (Bloch), permanen-
temente insatisfeito e sempre buscando novas coisas. No fundo, ele é um
projeto infinito, à procura de um obscuro objeto que lhe seja adequado. Leia
o artigo completo na página 5.
Frei Betto, partindo da constatação de que: “Pais e educadores sabem
o quanto crianças e adolescentes, sem maturidade e discernimento, ficam
expostos à publicidade abusiva.” Fala-nos sobre o tema “Publicidade e
Crianças” alertando-nos para o “bombardeio” de propagandas sofrido por
nossas crianças: “Ídolos do esporte são usados em propaganda de bebidas
alcoólicas; alimentos com alto teor de gorduras saturadas são apresenta-
dos como sadios; guloseimas que provocam obesidade precoce aparecem
revestidas de embalagens sedutoras. Enquanto a família e a escola querem
formar cidadãos, a publicidade quer formar consumistas, considerando o
lucro do anunciante acima da preservação da saúde física e psíquica”. O
artigo está na página 5.
Refletindo sobre os dois eventos que marcarão o ano de 2014 no Bra-
sil: Copa do Mundo de Futebol e Eleições, Dom Walmor Oliveira de Aze-
vedo, Arcebispo de Belo Horizonte, chama nossa atenção para o descrédi-
to presente nas pessoas diante da classe política, que está aumentando o
distanciamento do povo de seus próprios interesses. Leia a reflexão de
Dom Walmor na página 6.
Na mesma página 6, você encontrará duas notícias sobre um mesmo
tema, mas que trata de dois homens distintos. Estamos falando dos pro-
cesso de Beatificação do Brasileiro Dom Luciano Mendes de Almeida,
iniciado pela Santa Sé na última semana, e do processo já em andamen-
to, mas que permaneceu estagnado durante muitos anos, do Salvadore-
nho Dom Oscar Romero. Acompanhe o andamento dos processo destes
dois importantes Cristãos da América Latina.
Buscando apoiar os Movimentos Sociais, Trabalhos de Pastorais e de-
mais eventos que contribuam com a Construção do Reino, o IPDM abre
espaço para divulgação de eventos em todas as regiões onde chega. Se vo-
cê deseja divulgar algum evento na sua região, envie-nos os dados e o di-
vulgaremos em nosso informativo. Esta divulgação, chamamos de
“Agenda Cidadã” acrescentando o nome da região. Neste número, divulga-
mos a “Agenda Cidadã da Zona Leste”. Veja quais são e agende sua parti-
cipação. Eles estão apontados na página 7.
Na página 8, você encontrara o convite para nosso “Encontro Geral
IPDM” que será realizado no próximo dia 24 de Maio, quando teremos en-
tre nós o querido amigo e irmão Dominicano Frei Carlos Josaphat. Nes-
te dia, estaremos meditando sobre os “Princípios da Identidade do IPDM”.
Você está convidado e será uma grande alegria recebe-lo em nossa casa.
Ainda nesta página, está nossa Agenda de Reuniões para 2014. A Co-
ordenação Ampliada do IPDM se reúne nos meses ímpares e os Padres,
Religiosos, Religiosas e Agentes de Pastoral nos meses pares. Vá até a pá-
gina 8 e veja os detalhes.
Desejando a todos ótima leitura, despedimo-nos com fraternal abraço.
Equipe de Produção
“Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida”
Após três domingos em que os evangelhos nos faziam
um retrato do Ressuscitado, temos agora dois outros do-
mingos em que o evangelho de São João nos recorda a
missão cristã, que consiste em traduzir em nossas vidas o
agir do Cristo da Páscoa. Através do que chamamos de
discurso de despedida de Jesus (Jo 14-17), os cristãos de
ontem e de hoje são investidos do Espírito de Cristo e são
chamados a transformar o mundo. Nós somos imagens de
Cristo; somos a presença do Ressuscitado. Por isso, a Igre-
ja deve constantemente se adaptar às realidades do mun-
do; caso contrário, como podemos afirmar que Cristo está
vivo em seus discípulos hoje?
Mas, atenção! Esse discurso de despedida parece ter
sido pronunciado pelo próprio Jesus na noite da Quinta-
Feira Santa, durante a última ceia com seus discípulos,
exatamente antes da sua prisão e condenação... Mas, não
é o caso, porque o conteúdo desse discurso reflete a luz da
Páscoa. João o escreve muito tempo depois da Páscoa, e
não é Jesus quem fala, mas o Cristo vitorioso sobre a mor-
te, que continua sua ação, seu agir, através dos crentes da
comunidade de São João. Em outras palavras, as pergun-
tas feitas por Tomé e Filipe no evangelho de hoje são as
perguntas das primeiras comunidades que encontram difi-
culdades para crer na Ressurreição de Jesus e para com-
preender as implicações da Ressurreição em sua vida diá-
ria.
E para nós, que relemos esses relatos, que mensagens
podemos tirar para nós hoje?
1. Confiança
São João começa por tranquilizar os cristãos da sua
comunidade que sofrem perseguições e que esperam em
vão o retorno de Jesus em sua glória: “Não se perturbe o
vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim tam-
bém” (Jo 14,1). A morte não pode ser o fim de tudo; de sor-
te que, se Jesus morreu, portanto partiu, é para nos prepa-
rar um lugar na casa do Pai, e nessa casa do Pai há lugar
para todo o mundo. Lá, há lugar para todas e todos. Nin-
guém é excluído.
2. Pôr-se a caminho
Para chegar à casa do Pai basta simplesmente por-se
a caminho, sem saber para onde nos leva: “E para onde eu
vou, vós conheceis o caminho” (Jo 14,4). É muito estranho,
diz o exegeta francês Jean Debruynne: “Quando começa-
mos a preparar uma viagem, a primeira coisa que nos vem
ao espírito é: para onde vamos? E depois nos pergunta-
mos: como vamos até lá? Jesus, curiosamente, vem mudar
e inverter a lógica dada e os hábitos adquiridos. Esse texto
de São João revela que o importante não é saber para on-
de vamos ou o que é preciso dizer ou o que é preciso fazer
para ser fiel ao evangelho. Não! O texto de São João nos
diz que o evangelho é um caminho. E o que mais urge no
evangelho não é saber para onde vamos, mas colocar-se a
caminho. O urgente não é atingir o objetivo: o verdadeiro
objetivo é estar sempre a caminho”. É por isso que, à per-
gunta de Tomé: “Senhor, nós não sabemos para onde vais.
Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5), Jesus
simplesmente responde: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a
Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,5).
3. Um caminho a ser descoberto
O caminho não está traçado antecipadamente. Se esse
fosse o caso, seria um atentado à liberdade. É caminhando
que se descobre o caminho. Jean Debruynne continua:
“Para onde vão os cristãos? Eles, simplesmente, vão. Eles
caminham, eles estão no caminho, os de idade mais avan-
çada com os mais jovens e as crianças com os adultos. To-
das e todos estão a caminho. Cada qual com seu passo,
cada um com sua história, cada um com suas dúvidas e
questionamentos”. E é bem assim; porque se tivéssemos a
certeza de estar no caminho certo e a pretensão de conhe-
cê-los antecipadamente, nós adoeceríamos em nossas cer-
tezas, nos obstinaríamos em nossas verdades feitas e re-
cusaríamos a Liberdade. Debruynne escreve: “Quando os
caminhos já estão traçados, tornam-se rapidamente pri-
sões, porque não são mais que slogans, fanatismos, siste-
mas e doutrinas; esse caminho está traçado, mas o homem
perdeu sua humanidade, porque foi forçado a renunciar à
sua liberdade”.
4. Um caminho de Liberdade
No evangelho de São João, o caminho não é uma dou-
trina; é uma pessoa, é alguém, é o próprio Jesus. Nós,
seus discípulos, somos sua imagem, aqueles que garantem
sua presença hoje. Jean Debruynne continua: “Jesus disse
que é o caminho, a verdade e a vida. A aliança dessas três
palavras diz simplesmente que a verdade não pode ser
uma torre onde se isolar, nem uma cidadela a defender; a
verdade é um caminho, isto é, um percurso, um trajeto,
uma passagem aberta”. E eu acrescentaria: uma passagem
aberta na vida. É por isso que a Igreja deve sempre propor
esse caminho de Liberdade no qual se encontra uma multi-
dão de mulheres e homens, com sua história e realidade.
Não cabe, pois, à Igreja levantar muros para impedir algu-
mas pessoas de caminhar; cabe a ela, no entanto, construir
pontes para facilitar o acesso à estrada e para atravessar
as torrentes da vida. A Igreja não é dona da estrada; ela
deve ajudar as pessoas a caminhar e avançar.
À pergunta de Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso
nos basta!” (Jo 14,8), o Cristo ressuscitado se identifica
com o Pai: “Há tanto tempo estou convosco, e não me co-
nheces, Felipe? Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). “Como é
que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? Não acreditas que eu es-
tou no Pai e o Pai está em mim?” (Jo 14,10a). Esta palavra
do evangelho nos diz, portanto, que através do Cristo da
Páscoa é o próprio Deus que age (Jo 14,10b). E aí há uma
precisão importante do evangelista João sobre a palavra
dita e sobre a palavra que age. Podemos não acreditar nu-
ma palavra dita, mas devemos necessariamente acreditar
nos seus efeitos e nos seus resultados, e os efeitos da pa-
lavra que age são os próprios cristãos que se tornam os
sinais da presença do Ressuscitado em suas vidas, no ca-
minho da sua existência. O Jesus ressuscitado se dá a ver
para aqueles e aquelas que reali-
zam as mesmas obras que ele. E o
evangelho acrescenta: “Aquele que
acredita em mim fará as obras que
eu faço, e fará ainda maiores do
que estas. Pois eu vou para o
Pai” (Jo 14,12).
Se Jesus partiu e nós somos os sinais da sua presença
atuante na Igreja de hoje, não devemos ter medo de nos
adaptar às circunstâncias, às situações, às realidades e ao
tempo em que vivemos, a fim de responder às necessida-
des e às questões das mulheres e dos homens de hoje. Na
primeira leitura deste domingo, temos um belo exemplo de
adaptação e de ajustamento à causa dos acontecimentos
vividos na Igreja do primeiro século. Os discípulos de Jesus
aumentam em número e em diversidade, faltam ministros
para alimentá-los e reanimá-los. Os responsáveis, os Doze,
pois, convocam uma assembleia extraordinária e criam no-
vos ministérios para responder às novas necessidades das
comunidades cristãs. O que acontece hoje em nossa Igreja,
quando temos dificuldades para nos adaptar ao mundo pa-
ra responder às muitas dificuldades das nossas comunida-
des? Será que as regras e as doutrinas não estão sendo
mais importantes do que as pessoas? Há assunto para
muita reflexão!
Conclu-
indo, quando
Jesus disse,
no evange-
lho, que ele
é o caminho,
a verdade e
a vida (Jo
14,6), a ali-
ança dessas
três palavras
diz que a
verdade do
evangelho
não é uma
doutrina na
qual pode-
mos nos fe-
char, nem
um dogma a
defender; a
verdade é
um caminho,
um percur-
so, um trajeto, uma passagem aberta, na qual Cristo nos
encontra para nos transmitir sua vida de Ressuscita-
do. Jean Debruynne conclui: “Nós devemos caminhar sem-
pre independentemente da idade que tivermos... mesmo
quando as pernas não querem mais, os corações vão na
frente. Não há idade para trilhar o evangelho”.
No fim da última ceia, os discípulos começam a intuir que Jesus já não estará muito tempo com eles. A saída precipitada de Judas, o anúncio de que Pedro o negará brevemente, as palavras de Jesus falando da Sua próxima partida, deixaram todos desconcertados e abatidos. Que vai ser deles?
Jesus capta a sua tristeza e a sua perturbação. O Seu coração comove-se. Esquecendo-se de Si mesmo e do que o espera, Jesus trata de animá-los: “Que não se perturbe o vosso coração; acreditai em Deus e acreditai em Mim”. Mais tarde, no decurso da conversa, Jesus faz-lhes esta confissão: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim”. Nunca o deverão esquecer.
“Eu sou o caminho.” O problema de não poucos não é que vivam extraviados ou desen-caminhados. Simplesmente, vivem sem caminho, perdidos numa espécie de labirinto: an-dando e refazendo os mil caminhos que, de fora, lhes vão indicando os slogans e as modas do momento.
E, que pode fazer um homem ou uma mulher quando se encontra sem caminho? A quem se pode dirigir? Onde pode acudir? Se se aproxima de Jesus, o que encontrará não é
uma religião, mas um caminho. Às vezes, avançará com fé; outras vezes, encontrará difi-culdades; inclusive poderá retroceder, mas está no caminho correto que conduz ao Pai. Esta é a promessa de Jesus.
“Eu sou a verdade.” Estas palavras encerram um convite escandaloso aos ouvidos mo-dernos. Nem tudo se reduz à razão. A teoria científica não contém toda a verdade. O misté-rio último da realidade não se deixa apanhar pelas análises mais sofisticadas. O ser humano há de viver ante o mistério último da realidade.
Jesus apresenta-se como caminho que conduz e aproxima esse Mistério último. Deus não se impõe. Não força ninguém com provas nem evidências. O Mistério último é silêncio e atração respeitosos. Jesus é o caminho que nos pode abrir a sua Bondade.
“Eu sou a vida.” Jesus pode ir transformando a nossa vida. Não como o mestre longín-quo que deixou um legado de sabedoria admirável à humanidade, mas como alguém vivo que, a partir do mais profundo do nosso ser, nos infunde um germe de vida nova.
Esta ação de Jesus em nós se produz quase sempre de forma discreta e silenciosa. O mesmo crente apenas intui uma presença imperceptível. Às vezes, no entanto, invade-nos a certeza, a alegria incontida, a confiança total: Deus existe, nos ama, tudo é possível, inclusi-ve a vida eterna. Nunca entenderemos a fé cristã se não acolhermos a Jesus como o cami-nho, a verdade e a vida.
Em: eclesalia.wordpress.com
Padre José Antonio Pagola
Padre Raymond Gravel
5º Domingo da Páscoa - 18 de Maio de 2014 LITURGIA
LITURGIA
At 6, 1-7 32 (33) 1Pd 2, 4-9 Jo 14, 1-12
Em: www.ihu.unisinos.com.br
São os últimos momentos que Jesus vive com seus discípulos. Jesus quer dar-lhes certezas e tranquilidade. Quer que eles consigam compreender um paradoxo: isto é, que sua morte não será uma perda
para eles, mas um ganho; que sua morte não será uma ausên-cia e sim uma presença ainda mais intensa. Portanto Jesus, que mal tinha terminado de anunciar aos discípulos perturba-dos a traição de Pedro e que sobre eles estaria para cair uma tremenda
tempestade, o próprio Jesus garante que Deus está com Ele.
Eis porque Jesus diz: “Tendes fé em Deus: tende fé em mim também”. E, depois, os tranquiliza sobre os efeitos da sua par-tida e continua dizendo que: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Para entender estas palavras, é preciso deixar-se iluminar pelo versículo 23, quando Jesus dirá: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”.
Não se trata aqui de uma morada perto do Pai, mas da mo-rada do Pai entre nós. Eis aqui a novidade, a grande novidade revelada por Jesus: não há mais necessidade de um santuário onde Deus se manifesta e sim, em cada pessoa que O acolhe, Deus se manifesta!
Portanto, o Deus de Jesus é um Deus que pede para ser acolhido a fim de se identificar com o ser humano e dilatar ne-le a capacidade de amar. Está aqui a morada de Deus! Mas, por que Jesus fala em “muitas moradas”? Porque Deus é Amor: o amor não pode se expressar e se manifestar em uma só forma, mas em muitas formas como múltiplas são as natu-rezas dos seres humanos e suas situações.
Depois Jesus renova o convite à serenidade dizendo que, onde Ele estiver eles também estarão, isto é, na esfera da di-mensão divina, na esfera do amor.
De repente, Jesus é interrompido por um dos discípulos, Tomé, que, pergunta: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?”. “Para onde vais”: é um verbo que indica um caminho sem volta. Tomé não en-tende como a morte possa ter efeitos positivos.
E Jesus responde com uma afirmação solene, importante: “Eu sou...”, - portanto, reivindica a sua igualdade com Deus - “o Caminho”, isto é, caminho para algo mais, em outras pala-vras, “caminho” para “a Verdade”. Jesus não afirma de ter a verdade, não diz: “eu possuo a verdade” e sim “Eu Sou a Ver-dade”.
E não pede aos discípulos de possuir a verdade, mas de ser a verdade. A diferença é grande!
Quem afirma possuir a verdade, pelo fato de achar de pos-
suí-la, acredita ser o juiz de todos e condena todos aqueles quem não pensam como ele.
Estar na verdade significa estar inseridos no mesmo dina-mismo do amor de Deus que identifica o bem do ser humano, como valor absoluto. Estar na verdade significa não separar-se de ninguém, mas ficar ao lado de todos, numa atitude de amor que se transforma em serviço.
A verdade é um dinamismo divino que não pode expressar-se com formulas de doutrina, mas somente com uma oferta de amor e comunicação de obras de serviço.
E, para terminar, temos: “Eu sou a Vida”. Quem segue a Jesus neste caminho e é verdade como Ele é, chega à Vida in-destrutível, à plenitude da vida.
E depois Jesus diz aos discípulos: “Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai”.
Surpreende o fato que Jesus não diz “vão conhecê-lo no futuro”, mas Jesus afirma: ”desde agora o conheceis e o vis-tes”.
E depois Jesus diz aos discípulos: “Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai”. Surpreende o fato que Je-sus não diz “vão conhecê-lo no futuro”, mas Jesus afirma: ”desde agora o conheceis e o vistes”. Quando é que os discí-pulos viram e conheceram Jesus? No lava- pés. Jesus, que è a manifestação visível de Deus, mostrou quem é Deus: Amor que se faz serviço!
Então, quanto mais autêntica for a adesão a Jesus, fazendo da própria vida amor e serviço pelos outros, tanto maior será o conhecimento do Pai.
A esta altura, intervém outro discípulo, Filipe. Filipe não consegue entender como em Jesus possa manifestar-se Deus e, portanto, insiste: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos bas-ta!”. E eis aqui a importante revelação de Jesus: “Há tanto tempo estou convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai”.
Terminando o prólogo a este evangelho, João tinha feito uma importante declaração: “A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer”. O que significa tudo isso? Significa que, não Jesus é igual a Deus e sim que Deus é igual a Jesus. Em outras palavras, o evangelista nos convida a deixar de lado o que pensamos e sabemos de Deus, para concentrar a nossa atenção sobre Jesus. Tudo o que Jesus faz e diz, tudo isso é Deus!
Portanto, todas as ideias, as imagens, os pensamentos, os conhecimentos que temos sobre Deus e que não encontramos em Jesus, devemos eliminá-los, porque são incompletos ou falsos. Jesus fala muito claro: “Quem me viu, viu o Pai”. Quem é esse Pai que se manifesta em Jesus? Amor que se faz serviço, como aconteceu no lava-pés.
E Jesus, frente à incredulidade dos discípulos, acrescenta que, se não querem acreditar nas suas palavras, acreditem pelo menos “nas obras”! As obras – e as obras de Jesus são todas ações com as quais Ele comunica e enriquece a vida dos outros – são, portanto, o único critério de credibilidade.
E, no final, temos uma fórmula solene - como Amém, Amém - isto é: “Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço”. As obras de Jesus são todas elas comunicações de vida para os outros. Depois Jesus diz - e isso parece incrível - “e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai”. Como é possível fazer ações maiores daquelas que fez Jesus? Jesus não conseguiu dar uma resposta a todas as necessidades da humanidade! Então, é a comunidade dos discípulos que, em nome Dele, tem como único valor absoluto da sua própria existência - único e sagra-do - o bem do ser humano: uma comunidade que se coloca neste dinamismo do “ser Verdade”. Portanto, não se trata de ‘ter a verdade’ para julgar os outros, mas de “ser verdade” pa-ra se aproximar de todos. Se assim fizer, sem dúvida, será uma comunidade na qual a ação divina vai crescendo numa medida dinâmica, até trasbordar em favor dos outros. Tudo isso vai acontecer porque, diz Jesus: “eu vou para o Pai”. Quer dizer, Ele, junto do Pai, irá colaborar com os discípulos. Por-tanto Jesus dá esta certeza que a sua morte não será uma au-sência, mas uma presença ainda mais intensa e vivificante.
"Cantai ao Senhor um canto novo,
porque ele fez maravilhas e revelou
sua justiça diante das nações, aleluia!" (Sl 97,1s)
No Quinto Domingo do Tempo Pascal o Ressuscitado
apresenta-se como o caminho a ser seguido para chegar
ao Pai, a verdade que não escraviza nem ilude e a vida
que se doa plenamente a toda a humanidade. Ele nos
mostra o caminho a seguir, a verdade a buscar e a vida a
defender. A missão exige pessoas disponíveis, e os após-
tolos não têm medo de partilhar tarefas com gente dis-
posta a assumi-la. Todos os fiéis formam, assim, o povo
constituído em torno de Cristo caminho, verdade e vida.
Jesus é o caminho que conduz ao Pai, a verdade que veio
do Pai e a vida do Pai em nós. A comunidade, atenta às
necessidades, organiza os vários serviços para poder
manter-se atualizada. A comunidade é o sacramento vivo
da presença de Cristo. A mesa eucarística consolida nossa
inserção na vida de Cristo, pedra fundamental de toda
construção duradoura.
O Senhor nos convida a renovar nossa adesão a ele e
nosso desejo de comunhão e solidariedade de uns para
com os outros.
Jesus liberta o coração dos discípulos infundindo-lhes
confiança e segurança para a missão, pois ele é o Cami-
nho, a Verdade e a Vida. Como os discípulos, conhecemos
o caminho indicado por Jesus nossa opção radical pelo
Evangelho, renovada a cada momento. Jesus, presença
do Pai, nos impele a manifestar sua vida em plenitude
mediante a fé e o amor solidário.
Confiantes, deixemos que o Senhor oriente a nossa ca-
minhada, como fizeram os primeiros cristãos. Em Cristo
ressuscitado, pedra angular do edifício, somos escolhidos
e preciosos para Deus; mas também rejeitados, passa-
mos por provações. No caminho de Cristo, partilhamos
sua eleição, seu sofrimento para sermos uma nova e san-
ta morada de Deus. Pelo batismo, nos colocamos a servi-
ço do Reino, assumindo assim nosso ministério sacerdotal
na fidelidade a Deus.
Os batizados, pela regeneração e unção do Espírito
Santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio
santo, para que por todas as obras do homem cristão ofe-
reçam sacrifícios espirituais e anunciem os poderes d'A-
quele que das trevas os chamou à sua admirável luz (cf.
1Pd 2,4-10). Por isso todos os discípulos de Cristo, perse-
verando em oração e louvando juntos a Deus (cf. At 2,42-
47), ofereçam-se como hóstia viva, santa, agradável a
Deus (cf. Rm 12,1). Por toda a parte dêem testemunho
de Cristo. E aos que o pedirem dêem as razões da sua
esperança da vida eterna (cf. 1Pd 3,15).
Os Apóstolos já não davam mais conta da Ação Querig-
mática, isto é, Anunciar a Boa Notícia do Ressuscitado!
Pediram que as Comunidades de Fé, Oração e Amor indi-
cassem os primeiros Diáconos! Escolheram "sete homens
de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria..." a fim
de colaborarem na construção da Igreja que Cristo so-
nhou para cada um de nós. Eis o segundo grau do Sacra-
mento da Ordem: O Diaconato! Como são importantes os
Diáconos em nossas Comunidades! Não se trata de subs-
titutos de Padres, antes devem além de suas funções pró-
prias que eu prefiro chamar de SERVIÇO: A Proclamação
da Palavra, A Preparação da Mesa Eucarística e a Distri-
buição da Sagrada Comunhão, especialmente aos Enfer-
mos e Idosos, a Promoção da Caridade no zelo para com
os mais pobres, as crianças e as viúvas, ser Homens for-
madores de Líderes nas Comunidades!
Tivemos a rica experiência de colaborar
na formação da Escola Diaconal São Lourenço da Diocese
de Blumenau (SC) sob a orientação do baluarte da Evan-
gelização no Brasil, Dom Angélico Sândalo Bernardino,
que dessa primeira turma ordenou 38 Diáconos Perma-
nentes, sempre sob a perspectiva de que fossem os gran-
des Formadores de Novas Lideranças na Igreja local. Des-
de que o Concílio Vaticano II resgatou o Diaconato Per-
manente, a Igreja tem zelado para que estes bons ho-
mens não sejam simplesmente "coroinhas ou substitutos
de Padres", mas sejam o Evangelho Vivido lá onde Bispos
e Padres não têm acesso.
Mas não somente os Ministros Ordenados têm a res-
ponsabilidade do Querigma. O Plano de Ação Pastoral da
Arquidiocese de Ribeirão Preto (2011-2015), à luz do Pro-
jeto de Ação Missionária - SIM - Ser Igreja em Missão,
recorrendo ao Documento de Aparecida e das Diretrizes
da Ação Pastoral de Evangelização no Brasil, da 52ª As-
sembleia Geral da CNBB, tem seu OBJETIVO GERAL que
conclama todos os batizados ao protagonismo da Evange-
lização, valorizando não somente Ministérios Ordenados,
porém todos os Ministérios que enriquecem a Igreja parti-
cular! “Comunidade de Comunidades: uma nova Paró-
quia”!
Nem sempre nossos irmãos menos evangelizados acei-
tam a ministerialidade não ordenada! Percebemos irmãos
que pulam a fila para evitar receber a Sagrada Comunhão
do Ministro Extraordinário, preferindo recebê-las das
mãos do padre. Outros exigem que seja o padre a assistir
ao seu matrimônio e não o diácono permanente. A dema-
siada clericalização de nossas Comunidades traz consigo
tais atitudes consequentes de ignorância, na maioria das
vezes sem maldade. Mesmo nos Conselhos que forma-
mos, ouvimos frequentemente expressões como: "Se o
Padre pedir, farei, do contrário não..." Gosto sempre de
pensar que precisamos caminhar com harmonia e muita
serenidade para uma Igreja realmente missionária e mi-
nisterial, o que exigirá de todos: clérigos ou não três ati-
tudes fundamentais: CONVERSÃO, COERÊNCIA e BOM
SENSO!
Padre Gilberto Kasper
Padre Alberto Maggi—OSM
Em: www. news.va
“Eu – iniciou Papa Francisco diante de mais de 200 participantes ao en-
contro organizado pela Conferência Italiana dos Institutos Seculares – escre-
vi um discurso para vocês, mas hoje aconteceu algo. É culpa minha, porque
quase dei duas audiências, não digo ao mesmo tempo, mas faltou pouco. Por
isso preferi entregar a vocês o discurso, porque lê-lo seria cansativo, e dizer-
lhes duas ou três coisinhas que talvez lhes ajudarão”.
Jorge Mario Bergoglio prosseguiu refletindo sobre a Constituição Apostó-
lica Provinda Mater Ecclesia, com a qual, em 1947, Pio XII criou
os Institutos Seculares (“As sociedades, clericais ou leigas, cujos membros,
para adquirir a perfeição cristã e exercer plenamente o apostolado, profes-
sam no século os conselhos evangélicos, para que se distingam convenien-
temente das outras associações comuns dos fiéis, receberão como nome
próprio o de Institutos ou Institutos Seculares, e se sujeitarão às normas
desta Constituição Apostólica”); segundo o Papa Francisco esta constituição
apostólica foi um “gesto revolucionário na Igreja. Os Institutos Seculares são
justamente um gesto de coragem da Igreja nesse momento; dar estrutura, dar
institucionalidade aos Institutos Seculares. E a partir daquele momento até
hoje é muito o bem que vocês fazem à Igreja, com coragem, porque se necessi-
ta de coragem para viver no mundo. Todos os dias, levar a vida de uma pes-
soa que vive no mundo, e ao mesmo tempo guardar a contemplação, esta di-
mensão contemplativa para o Senhor e também em relação com o mundo,
contemplar a realidade, como contemplar as belezas do mundo, e também os
grandes pecados da sociedade, os desvios, todas essas coisas, e sempre em
tensão espiritual... Por isso, sua vocação é fascinante, porque é uma vocação
que está justamente ali onde se joga a salvação não apenas das pessoas,
mas das instituições. E de muitas instituições leigas necessárias para o mun-
do. Por isso, eu penso assim, que com a Provida Mater Ecclesia a Igreja fez
um gesto verdadeiramente revolucionário”.
O Papa argentino também disse que espera que os consagrados leigos
conservem “sempre esta atitude de ir além, não apenas além, mas além e no
meio, ali onde se joga tudo: a política, a economia, a educação, a família... aí.
Talvez seja possível que vocês tenham a tentação de pensar: ‘Mas, o que eu
posso fazer?’ Quando esta tentação vier, lembrem-se que o Senhor nos falou
da semente do trigo”. Jorge Mario Bergoglio concluiu seu discurso exortando
a reler o capítulo 11 da Carta de São Paulo aos Hebreus e a não perder a
esperança: “Muito obrigado pelo que fazem na Igreja. Muito obrigado
pela oração e a ação. Muito obrigado pela esperança e não esqueçam,
eh: sejam revolucionários”.
Ao contrário, no discurso que entregou aos presentes, o Papa Francis-
co citou Paulo VI: “Não se salva o mundo de fora; é preciso, como o Ver-
bo de Deus que se fez homem,
mergulhar, em certa medida,
nas formas de vida daqueles
aos quais se quer levar a men-
sagem de Cristo, é preciso
compartilhar, sem marcar a
distância dos privilégios ou a
marca da linguagem incompre-
ensível, a vida comum, sempre
humana e honesta, a dos pe-
quenos especialmente, se qui-
sermos ser ouvidos e entendi-
dos”. Ao recordar a vocação pró-
pria dos Institutos Seculares de
“permanecer no mundo”, Bergoglio escreveu uma advertência: “Se isto não
acontece, se continuam distraídos, ou, pior ainda, não conhecem este
mundo contemporâneo, mas conhecem e frequentam só o mundo que
mais lhes apraz ou que mais lhes atrai, então se faz urgente uma con-
versão!”.
Discurso proferido durante encontro promovido pela Conferência Italiana dos Institutos Seculares
Em: www.studibiblici.it
Padre Alberto Maggi-OSM
Pela primeira vez, no Evangelho de João, Jesus pede amor para si mesmo.
Mas Ele faz isso somente depois de ter manifestado o máximo de sua capacida-
de de amar, fazendo-se serviço para os seus discípulos, lavando os pés deles.
Estamos no capítulo 14 do evangelho de João, versículo 15.
Jesus diz: “Se me amais” - portanto, pela primeira vez, pede amor para si
mesmo - “guardareis os meus mandamentos”. Existe um único mandamento
que Jesus deixou durante a última ceia, que é: amar-se uns aos outros como
Ele os amou, isto é, como Ele os serviu. Então Jesus diz: "Se me amais, sirvam-
se uns aos outros”.
Importante: não é amor que Jesus pede para si, mas a prova do amor para
com Jesus está no amor recíproco, que se faz serviço para os outros!
Como resposta a esse amor, Jesus anuncia que rogará ao Pai, “e Ele vos da-
rá um outro defensor”. A palavra grega é “Paráclito”. Palavra de difícil tradu-
ção na nossa língua e significa “aquele que vem em socorro, aquele que ajuda,
que defende”: "o defensor”. Não é um nome do Espírito, e sim sua tarefa. Jesus,
enquanto estava vivo, sempre garantiu exercer esta tarefa, como o Pastor que
protege os seus e está pronto para dar a vida. Agora, porém que está para ir
embora, no lugar Dele ficará o Seu Espirito.
Isso vai resultar numa vantagem! De fato, Jesus diz: “para que permaneça
sempre convosco”.
Enquanto Jesus não poderia estar sempre com os seus discípulos, o Seu Es-
pírito estará sempre em sua comunidade. O fato que Ele permaneça para sem-
pre significa que a ação do Espírito não intervém nas situações de emergência
ou nos momentos de perigo, mas os antecipa. E isso dá à comunidade cristã
total segurança e serenidade. Jesus define este Espírito “o Espírito da Verdade"
- a verdade é o amor que se faz serviço – “que o mundo não é capaz de receber”.
O mundo é o sistema de poder que é incompatível com o amor que se faz ser-
viço. De fato, afirma Jesus “porque não o vê nem o conhece”. Neste evangelho,
os que não conhecem Jesus, os que não conhecem o Pai, são as autoridades
religiosas. Quem vive no âmbito do poder não pode nem minimamente enten-
der o que significa o amor que se faz serviço. E Deus é isso!
“Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós”. O evangelista usa o
mesmo verbo do Espírito que permanece sobre Jesus. “E estará dentro de vós”.
Como o Espírito permanece em Jesus, assim esse Espírito permanece na co-
munidade dos discípulos. Depois Jesus dá segurança - está
anunciando a sua morte - “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a
vós”. A sua morte não será uma ausência e sim uma presença
ainda mais intensa. “Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá” - o
mundo do poder não o poderá mais ver fisicamente - “mas vós me vereis”. O
que significa isso? A sintonia com a vida de Jesus O torna presente, vivo e vivi-
ficante dentro da sua comunidade. “Porque eu vivo e vós vivereis”. Quem, em
sua vida, alimenta os outros, vai experimentar sempre a presença de Quem se
fez pão de vida para alimentar os seus. “Naquele dia” - o dia de sua morte e o
dia da efusão do Espírito - “sabereis que eu estou no meu Pai” - na plenitude
da condição divina - “e vós em mim e eu em vós”.
E assim se realiza o que, desde sempre, o evangelista tinha anunciado: Deus
é amor que pede ser acolhido para unir-se com os seres humanos e ampliar ne-
les a capacidade de amor, de modo que a comunidade se torne o único santuá-
rio visível, no qual se irradia o amor de Deus. Na comunidade dos fiéis, Deus
assume o rosto humano e os homens assumem a rosto divino.
E Jesus conclui: “Quem acolheu os meus mandamentos” - sublinha que são
os seus mandamentos e não os de Moisés. E o único mandamento e as atua-
ções práticas deste único mandamento do amor que faz o serviço, para Jesus
são importantes como os mandamentos de Moisés. “E os observa, esse me
ama”.
Portanto, o amor para com Jesus não é dirigido à sua pessoa, mas é voltado
para os outros na prática dos seus mandamentos, ou seja, na adesão total aos
mesmos valores de Jesus. Quanto mais os homens são humanos, tanto mais
permitirão ao divino de aflorar neles. Essa é a sintonia do amor de Deus com
os humanos e dos humanos com Deus
E, finalmente, a conclusão: "Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e
eu o amarei e me manifestarei a ele”. Portanto Jesus confirma que, se houver
esse dinamismo de um amor recebido que se transforma em amor comunicado,
a comunidade se torna o único santuário no qual se manifesta o amor do Pai.
Quanto maior será a resposta do ser humano na pratica do amor para com os
outros, tanto maior será a resposta do Pai, com uma nova efusão do Espírito e
com sempre renovadas capacidades de amar.
ARTIGOS—OPINIÕES
Não é verdade que vivemos tempos pós-utópicos. Acei-
tar esta afirmação é mostrar uma representação reducio-
nista do ser humano. Ele não é apenas um dado que está ai fechado, vivo e
consciente, ao lado de outros seres. Ele é também um ser virtual. Esconde den-
tro de si virtualidades ilimitadas que podem irromper e concretizar-se. Ele é um
ser de desejo, portador do princípio esperança (Bloch), permanentemente insa-
tisfeito e sempre buscando novas coisas. No fundo, ele é um projeto infinito, à
procura de um obscuro objeto que lhe seja adequado.
É desse transfundo virtual que nascem os sonhos, os pequenos e grandes
projetos e as utopias mínimas e máximas. Sem elas, o ser humano não veria
sentido em sua vida e tudo seria cinzento. Uma sociedade sem uma utopia dei-
xaria de ser sociedade, lhe faltaria um fator de coesão interna, um rumo definido
pois afundaria no pântano dos interesses individuais ou corporativos. O que en-
trou em crise não são as utopias, mas certo tipo de utopia, as utopias maxima-
listas vindas do passado.
Os últimos séculos foram dominados por utopias maximalistas. A utopia ilu-
minista que universalizaria o império da razão contra todos os tradicionalismos
e autoritarismos. A utopia industrialista de transformar as sociedades com pro-
dutos tirados da natureza e da invenções técnicas. A utopia capitalista de levar
progresso e riqueza para todo mundo. A utopia socialista de gerar sociedades
igualitárias e sem classes. As utopias nacionalistas sob a forma do nazi fascismo
que, a partir de uma nação poderosa, de "raça pura”, redesenharia a humanida-
de, impondo-se a todo mundo. Atualmente a utopia da saúde total, gestando as
condições higiênicas e medicinais que visam a imortalidade biológica ou o pro-
longamento da vida até a idade das células (cerca de 130 anos). A utopia de um
único mundo globalizado sob a égide da economia de mercado e da democracia
liberal. A utopia de ambientalistas radicais que sonham com uma Terra virgem e
o ser humano totalmente integrado nela.
Essas são as utopias maximalistas. Propunham o máximo. Muitas deles fo-
ram impostas com violência ou geraram violência contra seus opositores. Temos
hoje distância temporal suficiente para nos confirmar que estas utopias maxi-
malistas frustraram o ser humano. Entraram em crise e perderam seu fascínio.
Daí falarmos de tempos pós-utópicos. Mas o pós se refere a este tipo de utopia
maximalista. Elas deixaram um rastro de decepção e de depressão, especialmen-
te, a utopia da revolução absoluta dos anos 60-70 do século passado como a
cultura hippie e seus derivados.
Mas a utopia permanece porque pertence ao ânimo humano. Hoje a busca se
orienta pelas utopias minimalistas, aquelas que, no dizer de Paulo Freire, reali-
zam o "possível viável” e fazem a sociedade "menos malvada e tornam menos di-
fícil o amor”. Nota-se por todas as partes a urgência latente de utopias do sim-
ples melhoramento do mundo. Tudo o que nos entra pela muitas janelas de in-
formação nos levam a sentir: assim como o mundo está não pode continuar.
Mudar e se não der, ao menos melhorar.
Não pode continuar a absurda acumulação de riqueza como jamais houve na
história (85 mais ricos possuem rendas correspondentes a 3,57 bilhões de pes-
soas, como denunciava a ONG Oxfam intermón em janeiro deste ano em Davos).
Para esses, o sistema econômico-financeiro não está em crise; ao contrário, ofe-
rece chances de acumulação como nunca antes na história devastadora do capi-
talismo. Há que se pôr um freio à ferocidade produtivista que assalta os bens e
serviços da natureza em vista da acumulação, produz gases de efeito estufa que
alimenta o aquecimento global. Se não for detido, poderá produzir um armage-
don ecológico.
As utopias minimalistas, a bem da verdade, são aquelas que vêm sendo im-
plementadas pelo governo atual do PT e seus aliados com base popular: garantir
que o povo coma duas ou três vezes ao dia, pois o primeiro dever de um Estado
é garantir a vida dos cidadãos; isso não é assistencialismo mas humanitarismo
em grau zero. São os projeto "minha casa-minha vida”, "luz para todos”, o au-
mento significativo do salário mínimo, o "ProUni” que permite o acesso aos estu-
dos superiores a estudantes socialmente menos favorecidos, os "pontos de cul-
tura” e outros projetos populares que não cabe aqui elencar.
Na perspectiva das grandes maiorias, são verdadeiras utopias mínimas
viáveis: receber um salário que atenda às necessidades da família, ter aces-
so à saúde, mandar os filhos à escola, conseguir um transporte coletivo que
não lhe tire tanto tempo de vida, contar com serviços sanitários básicos,
dispor de lugares de lazer e de cultura e com uma aposentadoria digna para
enfrentar os achaques da velhice.
A consecução destas utopias mínimas cria a base para utopias mais altas:
que tenhamos uma verdadeira democracia participativa de base popular,
aspirar que os povos se abracem na fraternidade, que não se guerreiem, se
unam todos para preservar este pequeno e belo planeta Terra, sem o qual
nenhuma utopia máxima ou mínima pode ser projetada. O primeiro ofício
do ser humano é viver livre de necessidades e gozar um pouco do reino da
liberdade. E por fim poder dizer: "valeu a pena”.
Leonardo Boff
Em: www.adital.com.br
Poucos se deram conta de que, a 4 de abril deste ano, a
presidente Dilma assinou a Resolução 163/2014, do Conse-
lho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), que pro-
íbe publicidade abusiva direcionada a crianças e adolescentes.
Como alertou o jurista Dalmo Dallari, preservou-se o direito constitucional
de liberdade de expressão. Limitou-se, porém, o de liberdade de comércio, que
deve ser restrito quando ameaça direitos humanos.
Pais e educadores sabem o quanto crianças e adolescentes, sem maturidade
e discernimento, ficam expostos à publicidade abusiva. Ídolos do esporte são
usados em propaganda de bebidas alcoólicas; alimentos com alto teor de gordu-
ras saturadas são apresentados como sadios; guloseimas que provocam obesida-
de precoce aparecem revestidas de embalagens sedutoras.
Enquanto a família e a escola querem formar cidadãos, a publicidade quer
formar consumistas, considerando o lucro do anunciante acima da preservação
da saúde física e psíquica.
Estudos demonstram que crianças e adolescentes aderem às drogas por
transferirem para a TV e a internet seu universo onírico. Os sonhos químicos
tentam preencher o vazio da mente que não exauriu a fantasia no período da in-
fância.
A Constituição brasileira dispõe no artigo 227: "É dever da família, da socie-
dade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade,
o direito à vida (...), à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivên-
cia familiar e comunitária, além de colocá-las a salvo de toda forma de negligên-
cia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
A aprovação da Resolução foi uma vitória do Conanda e, em especial, do Ins-
tituto Alana que, há anos, luta em prol dos direitos desse amplo e frágil segmen-
to populacional com idade inferior a 18 anos.
Por força de lei, agora estão proibidas no Brasil publicidade e comunicação
mercadológica com intenção de persuadir crianças ao consumo de qualquer pro-
duto ou serviço, utilizando-se de "linguagem infantil, efeitos especiais e excesso
de cores; trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança;
representação de criança; pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil;
personagens ou apresentadores infantis; desenho animado ou de animação; bo-
necos ou similares; promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecio-
náveis ou com apelos ao público infantil; e promoção com competições ou jogos
com apelo ao público infantil.”
Nenhum dos recursos acima elencados pode mais ser utilizado "em eventos,
espaços públicos, páginas de internet, canais televisivos, em qualquer horário,
por meio de qualquer suporte ou mídia, seja de produtos ou serviços relaciona-
dos à infância ou relacionados ao público adolescente e adulto.”
A lei proíbe também abusiva "publicidade e comunicação mercadológica no
interior de creches e das instituições escolares da educação infantil e fundamen-
tal, inclusive em seus uniformes escolares ou materiais didáticos.”
Tais medidas de proteção da criança e do adolescente "não se aplicam às
campanhas de utilidade pública que não configurem estratégia publicitária refe-
rente a informações sobre boa alimentação, segurança, educação, saúde, entre
outros itens relativos ao melhor desenvolvimento da criança no meio social.”
O objetivo da lei promulgada pela presidente é assegurar o "respeito à digni-
dade da pessoa humana, à intimidade, ao interesse social, às instituições e sím-
bolos nacionais; atenção e cuidado especial às características psicológicas do
adolescente e sua condição de pessoa em desenvolvimento; não permitir que a
influência do anúncio leve o adolescente a constranger seus responsáveis ou a
conduzi-los a uma posição socialmente inferior; não favorecer ou estimular qual-
quer espécie de
ofensa ou discri-
minação de gêne-
ro, orientação se-
xual e identidade
de gênero, racial,
social, política,
religiosa ou de
nacionalidade;
não induzir,
mesmo implicita-
mente, sentimen-
to de inferiorida-
de no adolescen-
te, caso este não
consuma determinado produto ou serviço; não induzir, favorecer, enaltecer ou
estimular de qualquer forma atividades ilegais, a qualquer espécie de violência, a
qualquer forma de degradação do meio ambiente; e primar por uma apresenta-
ção verdadeira do produto ou serviço oferecido, esclarecendo sobre suas caracte-
rísticas e funcionamento, considerando especialmente as características peculia-
res do público-alvo a que se destina.”
Resta, agora, estabelecer as punições adequadas a quem insistir em transfor-
mar, através da hipnose eletrônica, futuros cidadãos em precoces consumistas.
Frei Betto
Em: www.fteixeira-dialogos.blogspot.com.br
A arquidiocese de Mariana (MG) divulgou ontem, dia 13,
comunicado da Congregação para a Causa dos Santos
sobre o processo de beatificação de dom Luciano Mendes
de Almeida. “Por parte da Santa Sé, não há nada que im-
peça, para que se inicie a Causa de Beatificação e Canoni-
zação de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”, infor-
ma a Congregação. A solicitação de abertura do processo
foi feita pelo arcebispo local, dom Geraldo Lyrio Rocha,
que poderá instituir o Tribunal que levará adiante o processo.
Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida foi arcebispo
de Mariana de 1988 a 2006, quando faleceu aos 75 anos.
O arcebispo, da Companhia de Jesus, foi secretário geral (de 1979 a 1986) e presidente
(de 1987 a 1994) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por dois man-
datos consecutivos.
Em nota publicada em 2006 sobre dom Luciano, a Presidência da CNBB destacou
entre as marcas que deixou na instituição o dinamismo, a inteligência privilegiada, a de-
dicação incansável e o testemunho de amor à Igreja.
De origem fluminense, dom Luciano nasceu em 5 de outubro de 1930. Doutor em Filoso-
fia, foi membro do Conselho Permanente da CNBB de 1987 até o ano de sua morte.
Também atuou na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, foi vice-presidente do Conselho
Episcopal Latino-americano (Celam) e presidente da Comissão Episcopal do Mutirão pa-
ra a Superação da Miséria e da Fome.
Durante quase duas décadas à frente da arquidiocese de Mariana (MG), o bispo deu for-
te impulso pastoral àquela Igreja particular, onde a organizou em cinco Regiões Pasto-
rais. Deu atenção à formação permanente do clero, à realização de assembleias pasto-
rais e à reestruturação de conselhos arquidiocesanos. Também organizou pastorais, reli-
giosos, processos formativos do Seminário Arquidiocesano e obras sociais, além do in-
vestimento na capacitação e participação dos leigos e na preservação das Igrejas históricas.
Romero, arcebispo de San Salvador, foi morto a tiros
em 24-03-1980 enquanto celebrava missa um dia após ter
feito uma homilia em que convidou os soldados para para-
rem de apoiar a repressão do governo e acabarem com as
violações dos direitos humanos.
O Papa João Paulo II deu-lhe o título de “servo de Deus”
em 1997, quando o caso para a sua canonização se inici-
ou. Porém, este processo ficou parado durante o papado
de Bento XVI devido às preocupações de
que Romero estava demasiado próximo da Teologia da
Libertação, movimento que João Paulo e Bento XVI passaram anos tentando reprimir.
Francisco reviveu a causa logo após ser eleito no ano passado, e vários relatos em
diferentes línguas sugeriram que as autoridades eclesiais estavam prontos para beatifi-
car o religioso, colocando-o um passo adiante no sentido da santidade.
Um destes disse que a igreja salvadorenha irá fazer um pronunciamento no dia 18 de
maio sobre o progresso do caso Oscar Romero; o bispo auxiliar Gregório Rosa Chavez,
de San Salvador, previu “notícias muito boas”.
Nesta quinta-feira, porém, o padre jesuíta Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano,
disse que não viu nada que indicasse estar o Papa Francisco levando adiante o proces-
so.
“Não tenho nada a declarar”, disse Lombardi em entrevista. “Para a beatificação, nor-
malmente é preciso haver provas de um milagre. Ele poderia ser considerado um mártir
(e ser beatificado sem um milagre), mas isso iria exigir um decreto do Papa Francisco
relativo a seu martírio. Eu não vi isso ainda. Espero que esta causa continue”.
Para que uma pessoa seja elevada à santidade, em geral a Igreja Católica exige o re-
conhecimento de um milagre para beatificação, quando ele ou ela é considerado “beato
ou beata”. Um segundo milagre é normalmente exigido para a canonização.
No caso dos mártires, o papa pode baixar um decreto ignorando o primeiro milagre,
no qual a Igreja reconhece um ato de caridade heroica onde alguém deu sua vida pela
fé.
As especulações aumentaram depois que uma delegação de quatro bispos, liderados
por Dom José Luis Escobar Alas, de San Salvador, se reuniu com o papa para lhe entre-
gar uma carta enviada assinada por todos os bispos salvadorenhos em apoio à canoni-
zação.
O Vaticano confirmou que Francisco recebeu a delegação, mas não deu mais deta-
lhes. O cardeal Angelo Amato, líder da Congregação para as Causas dos Santos, não
estava disponível para comentar o assunto na quinta-feira.
Em abril de 2013, Dom Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Fa-
mília e responsável pela causa de Dom Oscar Romero, disse que foi reaberto o proces-
so de beatificação e, talvez, canonização do arcebispo salvadorenho assassinado.
Paglia fez o anúncio durante uma homilia poucas horas depois de uma reunião com o
Papa Francisco. Não dando mais detalhes, disse aos jornalistas que não seriam feitos
posteriores comentários até que haja algo “concreto” a informar. Em: www.ihu.unisinos.br
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
A Copa do Mundo deste ano pode se tornar um dos
mais significativos momentos da história sociopolítica do
Brasil. O discurso que se ouviu nas ruas, em junho do ano
passado, foi um sinal, obviamente com a recusa radical
dos lamentáveis episódios de vandalismo, violência e
atentados contra o patrimônio público. Historicamente, a
sociedade brasileira sempre viveu o tempo da Copa do
Mundo simplesmente como momento de euforia e diverti-
mento. Essa paixão esportiva nacional, com sua força
educativa e o gosto gostoso que o futebol dá à vida dos
torcedores, indica que é preciso conciliar euforia e diverti-
mento com o viés político e social.
Os fantasmas e ameaças do vandalismo não podem
atropelar a oportunidade cidadã de jogarmos pela vida. O
coração apaixonado do torcedor, seu sentimento de per-
tença à pátria, tem agora a oportunidade de agregar en-
tendimentos, discussões, análises e posturas que nos le-
vem não só a vencer no esporte, mas, sobretudo, contri-
buam para o crescimento da consciência cidadã. O cená-
rio político, com a singularidade deste ano eleitoral, preci-
sa ser iluminado pela atenção especial que uma Copa do
Mundo mobiliza. Não permitir qualquer tipo de violência é
de suma importância para que manifestações, debates,
discussões e outras condutas cidadãs promovam mudan-
ças nos abomináveis cenários de corrupção, exclusão so-
cial e desrespeitos à dignidade da pessoa.
Pessimismo, vandalismos e até mesmo torcida para
que a Copa não dê certo enfraquecerão essa oportunida-
de de crescimento qualificado da consciência política dos
cidadãos brasileiros. É importante tratar adequadamente
esse evento para que as eleições não representem ape-
nas um voto dado, mas uma postura com força de trans-
formações em vista de novos cenários. É hora de qualifi-
car a participação política, que não pode se restringir aos
atos formais de votar ou de se reunir em associações co-
munitárias, sindicatos e partidos políticos, mas também
inclui a participação e presença nos espaços definidos pe-
la democracia represen-
tativa. Esta é a oportuni-
dade para o fortaleci-
mento da competência
na defesa dos valores
éticos, da inviolabilidade
da vida humana, da pro-
moção e resgate da uni-
dade e estabilidade da
família, do direito dos
pais a educar seus fi-
lhos, da justiça e da paz,
da democracia e do bem
comum.
A Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil
(CNBB) se posiciona
neste momento político
por meio de importante
manifesto intitulado
“Pensando o Brasil: de-
safios diante das eleições 2014”. Nessa mensagem,
aprovada durante sua 52ª Assembleia Geral, afirma que é
indispensável combater a corrupção sistêmica e endêmi-
ca, invisível e refinada, presente em práticas políticas e no
mundo daqueles que exercem o po-
der econômico, causando desigual-
dades, aumentando custos e sobre-
carregando os destinos da nação. Cada dia se torna mais
urgente a reforma política, lamentavelmente não desejada
pelos que podem levá-la adiante. Este ano eleitoral, por-
tanto, é oportunidade de checar quem tem condições e
vontade política de promover essa indispensável reforma,
viabilizando uma série de outras mudanças em vista da
edificação de uma sociedade mais justa.
Na mensagem, a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil sublinha que “pesquisas têm indicado uma baixa
confiança da população nos poderes instituídos da Repú-
blica. Duvida-se da honestidade de todos os políticos.
Desconfia-se da existência dos programas partidários.
Mesmo havendo tais programas, não se acredita que os
políticos sejam fiéis a eles. Com frequência, esse clima
tem levado o cidadão à sensação de que votar não adian-
ta nada e de que a participação política é inútil. Tal atitu-
de, porém, gera um círculo vicioso: o cidadão não partici-
pa porque as estruturas do País não correspondem aos
interesses do povo; no entanto, tais estruturas não vão
mudar sem sua participação. É necessário evitar, a todo
custo, o desalento e encontrar oportunidades de agir em
favor de mudanças consideradas como necessárias”. As-
sim, é importante usufruir bem desta oportunidade da Co-
pa do Mundo para que sejam promovidas transformações,
alcançadas respostas adequadas e se possa engrossar
as fileiras dos que, em todos os campos, efetivamente jo-
gam pela vida.
Em: www.arquidiocesebh.org.br
“...pesquisas têm
indicado uma baixa
confiança da
população nos
poderes instituídos
da República.
Duvida-se da
honestidade de
todos os políticos.
Desconfia-se da
existência dos
programas
partidários”.
Quem é Jesus de Nazaré: «Um profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo". (Lc 24,19)
Dia: 20 de Maio de 2014 - Terça-Feira às 19h30
Reunião sobre Políticas Culturais para a Zona Leste
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis - Rua Miguel Rachid, 997—Ermelino Matarazzo
Maiores informações com Luis: 97194-4426 ou Tião Soares: 97995-5230
Quantos pontos de Cultura queremos na Zona Leste? Vamos conquistar juntos!
Dia: 28 de Maio de 2014 - Quarta-Feira às 14h00
Reunião dos Grupos de Terceira Idade da Zona Leste
Local: CRI de São Miguel Paulista - Em Frente a Praça do Forró - São Miguel Paulista
Maiores informações com Maria do Carmo: 2943-2277
Dia: 05 de Junho de 2014 - Quinta-Feira às 9h00
Reunião pelas Urgentes Melhorias na Segurança Pública
Local: Casa da Terceira Idade Tereza Bugolin - Rua Primavera da Vida, 1-B - Ermelino Matarazzo
Ao lado da Igreja São Francisco de Assis
As mudanças sempre vêm do Povo consciente, organizado e participativo.
Dia: 10 de Junho de 2014 - Terça-Feira às 9h00
Reunião pelas Melhorias na Saúde da Zona Leste
e entrega das Cadeiras de Rodas Motorizadas
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis - Rua Miguel Rachid, 997—Ermelino Matarazzo
Só há vitória com luta e perseverança. Vamos lutar juntos!
Dia: 13 de Junho de 2014 - Sexta-Feira às 19h00
Grande Ato pela Implantação da Universidade Federal da Zona Leste
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis - Rua Miguel Rachid, 997—Ermelino Matarazzo
Depois de 7 anos de lutas não podemos ficar de braços cruzados. Tudo parou! Por que parou?
Só temos um caminho: PRESSIONAR 24 HORAS POR DIA. Só peixe morto desce a correnteza.
Governo é como feijão só funciona na pressão.
Divulgue esta luta pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA ZL e venha participar. Ela é também é sua.
Maiores informações com Luis: 97194-4426
Dia: 09 de Agosto de 2014 - Sábado às 9h30
2º Seminário do Patrimônio Histórico e Cultural da Zoda Leste
Local: Centro Cultural Penha—Teatro Martins Penna
Urgente Recuperação do Patrimônio Histórico da Zona Leste -Projetos, Custos—Prazos e Soluções
Sítio Mirim - Fazenda Biacica - Capela da Penha - Fábrica Matarazzo -
Vamos lutar juntos pela preservação do nosso Patrimônio Histórico.
Não somos um povo sem História.
Maiores informações com Danilo: 96924-5693 / Tião Soares: 97995-5230 / Patrícia e Júlio
Maiores informações podem ser obtidas com: Irmã Aline: [email protected] - Eduardo: [email protected]
Rafaela: [email protected] - Professor Waldir: [email protected]
Com o Dominicano, Doutor em Teologia, Escritor e Professor Emérito da
Universidade de Friburgo
(Lc 24, 29)
Av. Maria Luiza Americano, 1500—Cidade Líder—São Paulo—SP
COORDENAÇÃO AMPLIADA
A Coordenação Ampliada do IPDM reunir -se-á com todos os seus membros às 20h00 de todas as
Terceiras Terças-Feiras dos meses ímpares ou em caráter extraordinário quando for necessário.
A agenda para o ano de 2014 obedecerá as seguintes datas:
20 de Maio - 22 de Julho - 16 de Setembro - 18 de Novembro
As reuniões da Coordenação Ampliada serão realizadas na
Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina - Esperança
Nossas reuniões são abertas e todos os que desejarem dela participar serão muito bem vindos.
PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS - AGENTES DE PASTORAL
As reuniões com Padres, Religiosos, Religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas sempre às 9h30 das últimas
Sextas-Feiras dos meses pares ou em caráter extraordinário quando se fizer necessário.
Durante o ano de 2014, as reuniões se darão nas seguintes datas:
27 de Junho - 29 de Agosto - 31 de Outubro
As reuniões dom Padres, Religiosos, Religiosas e Agentes de Pastoral serão realizadas na
Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera
Nas dependências do Centro Itaquerense de Famílias Amigas—CIFA
Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera
COORDENÇÃO AMPLIADA
PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS - AGENTES DE PASTORAL
Reunião Unificada e Confraternização no dia
02 de Dezembro
Maiores informações em breve.