Ética puritada do trabalho

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Ética Puritana do Trabalho” 3º Estudo do 1º Semestre 2012

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Page 1: Ética Puritada do trabalho

“Ética Puritana do Trabalho”

3º Estudo do 1º Semestre 2012

Page 2: Ética Puritada do trabalho

Jovens

Trabalho para os Puritanos

“Deus fez o homem uma criatura de sociedade. Esperamos

benefícios da sociedade humana. Isto equivale a que a sociedade

humana deveria receber benefícios de nós.” (Cotton Mather)

Ética Puritana do trabalho

-Pensamento moderno: Vício do trabalho, trabalho escravizador,

materialismo, culto ao sucesso e à auto-realização.

-O que realmente é?

Page 3: Ética Puritada do trabalho

Jovens

Divisão entre “Sagrado” e “Secular”

Pano de fundo dos Puritanos:

-Trabalho realizado por “membros de uma profissão religiosa” = Sagrado;

-Outros trabalhos = Seculares;

“Eu te agradeço, ó Senhor, meu Deus, por me haveres dado minha porção com aqueles que se assentam à casa do saber, e não com aqueles que se assentam pelas esquinas das ruas; pois eu cedo trabalho e eles cedo trabalham; eu cedo labuto nas palavras do Torá e eles labutam nas coisas sem importância. Eu me afadigo e eles se afadigam; eu me afadigo e lucro com isso, e eles se afadigam sem benefício. Eu corro, e eles correm; eu corro em direção à vida por vir, e eles correm em direção ao abismo da destruição.” (Talmude Judaico – grifos meus)

Page 4: Ética Puritada do trabalho

Jovens

Divisão entre “Sagrado” e “Secular”

“Dois modos de vida foram dados pela lei de Cristo à sua Igreja. Um está acima da natureza e além do viver humano comum... Inteira e permanentemente separado da vida habitual comum da humanidade, dedica-se somente ao serviço de Deus... Tal é então é a forma perfeita da vida Cristã. E o outro, mais humilde, mais humano, permite aos homens... ter mentalidade para lavoura, para o comércio e outros interesses mais seculares do que a religião... E um tipo de grau secundário de piedade é atribuído a eles.” (Eusébio Séc. IV – grifos meus)

Mas será que este tipo de pensamento acabou? É recorrente

este tipo de separação no meio religioso? Como isso pode

influenciar as pessoas em seus afazeres?

Page 5: Ética Puritada do trabalho

Jovens

A Santidade de todos os tipos legítimos de trabalho

“Quando uma empregada cozinha e faz outros serviços de casa, porque está ali a ordem

de Deus, mesmo tão pequeno trabalho deve ser louvado como um serviço a Deus

superando em muito a santidade e o ascetismo de todos os monges e freiras.”

Ou ainda: “Da mesma forma os trabalhos seculares são um culto a Deus e uma

obediência que muito O agrada.” (Comentário em Gênesis 13:13)

E: “Seu trabalho é um assunto muito sagrado. Deus se compraz nele e através dele quer

derramar sua benção sobre você.” (Exposição de Salmo 128:2)

Lutero já falava sobre a santidade de todos tipos legítimos de trabalho.

Page 6: Ética Puritada do trabalho

Jovens

A Santidade de todos os tipos legítimos de trabalho

“É um erro que aqueles que fogem dos afazeres do mundo e engajam-se em

contemplação estão vivendo uma vida angélica... Sabemos que os homens foram criados

para ocuparem-se com o trabalho e que nenhum sacrifício é mais agradável a Deus do

que quando cada um atende a seu chamado e procura viver completamente em prol do

bem comum.” (Comentário sobre Lucas 10:38)

Calvino da mesma forma, endossa o que Lutero falou.

Assim como eles, os Puritanos também rejeitaram a dicotomia “Sagrado X Profano”.

Page 7: Ética Puritada do trabalho

Jovens

A Santidade de todos os tipos legítimos de trabalho

Para Willian Tyndale, tratando-se de agradar a Deus, não havia a

mínima distinção entre lavar louça e pregar a palavra de Deus. (pág.

40);

De que forma a maneira de pensar o trabalho influenciou todo o modo

de vida Puritano?

“A convicção ´Puritana quanto a dignidade de todo trabalho tem

também um importante efeito de santificar o comum” (pág. 40).

O que significa “Santificar o Comum”?

Page 8: Ética Puritada do trabalho

Jovens

A Santidade de todos os tipos legítimos de trabalho

“Um verdadeiro crente... vive na sua vocação pela sua fé. Não apenas minha vida

espiritual mas até minha vida civil neste mundo, e toda a vida que vivo, é pela fé no filho

de Deus: ele não isenta qualquer parte da vida da agência de sua fé.” (John Cotton)

“O objetivo Puritano era servir a Deus, não simplesmente no trabalho no mundo, mas

através do trabalho.” (pág. 41 – grifos meus).

“Um cristão deveria ser capaz de prestar boa conta, não somente do que é sua

ocupação, mas também do que é na sua ocupação. Não é bastante um crente ter uma

ocupação; ele deve cuidar de sua ocupação como convém a um crente. ” (Cotton Mather)

A ênfase puritana é de que toda vida é de Deus e todo o trabalho é arena para

glorificação e obediência a Ele e expressão do amor pessoal ao seu próximo.

Page 9: Ética Puritada do trabalho

Jovens

O conceito Puritano de chamado

Os Puritanos também afirmavam que cada Cristão tem um chamado e que seguir este

chamado é, consequentemente, obedecer a Deus.

“Deus chama todo homem e mulher... Para servi-Lo em algum emprego peculiar neste

mundo, tanto para seu próprio bem e o bem comum... O Grande Governador do mundo

determinou para todo homem seu próprio posto e província.” (Richard Steele)

“Um efeito do conceito Puritano de chamado é fazer do trabalhador um mordomo que

serve a Deus. Deus, de fato, é aquele que designa às pessoas as suas tarefas. Nesta

perspectiva, o trabalho deixa de ser impessoal. Além do mais, sua importância não

repousa em si; o trabalho é antes um meio pelo qual uma pessoa vive sua relação

pessoal com Deus.” (Pág. 42)

Dizia um Puritano: “Sejam quais forem nossos chamados, servimos ao Senhor Jesus

Cristo neles.”

Page 10: Ética Puritada do trabalho

Jovens

O conceito Puritano de chamado

Quais o resultados práticos da doutrina do chamado Cristão?

O que significa ver o trabalho como uma mordomia?

Segundo os Puritanos, não se deveria mistificar o processo. Eles seguiam certas

inclinações internas, circunstâncias externas, conselho de pais e anciões, a educação, os

dons adquiridos. Eles também criam que Deus capacitaria e equiparia as pessoas

chamadas para o seu respectivo chamado.

“Quando Deus tem me convocado para uma posição, Ele tem-me dado alguns dons para

aquela posição. (John Cotton)

Se todos tem um chamado, como cada um pode saber para o que foi chamado?

Page 11: Ética Puritada do trabalho

Jovens

O conceito Puritano de chamado

Para resumir, a ideia Puritana de chamado cobria um conjunto de ideias correlatas: a

providência de Deus em arranjar tarefas humanas, trabalho como resposta de um

mordomo a Deus, contentamento com as tarefas pessoais e lealdade à vocação pessoal.

John Cotton afirmou: “Servir a Deus no seu chamado, e fazê-lo com regozijo, fidelidade e

uma mentalidade celeste”.

“Um Cristão deveria seguir sua ocupação com contentamento. Um Cristão não deveria

ser muito ligeiro em abandonar seu chamado... Muitos homens, simplesmente por cobiça

e por descontentamento, abandonam seus negócios. (Cotton Mather)

Page 12: Ética Puritada do trabalho

A motivação e as recompensas do Trabalho

“O principal fim de nossas vidas... é servir a Deus no serviço aos homens nos afazeres

de nossos chamados... Alguns homens talvez dirão: O quê, não devemos labutar nos

nosso chamados para manter nossas famílias? Respondo: Isto deve ser feito, mas este

não é o escopo e a finalidade de nossas vidas. A verdadeira finalidade de nossas vidas é

prestar serviço a Deus no serviço aos homens.” (Willian Perkins)

Qual tem sido o senso comum sobre as ideias Puritanas a respeito da motivação e dos

objetivos do trabalho?

Desde muito tempo, tem sido atribuído à Calvino e aos Puritanos de que o sucesso era

prova da eleição divina e de que a riqueza era recompensa máxima pelo trabalho e a

prosperidade era um sinal de santidade. Embora, isto tenha sido difundido durante

séculos, o ideal Puritano de motivação do trabalho vai de encontro com o senso comum.

“Escolha aquele emprego no qual você pode ser mais útil a Deus. Não escolha aquele no

qual possa ser mais rico ou ilustre no mundo; mas aquele no qual possa fazer maior bem,

e melhor escapar de pecar.” (Richard Baxter)

Page 13: Ética Puritada do trabalho

Sucesso é benção de Deus, não algo conquistado

É normalmente afirmado que sim, mas o calvinismo não ensina uma ética de auto-

confiança, como ensina nossa ética moderna do trabalho. É, ao contrário, uma ética da

graça: quaisquer recompensas tangíveis advindas do trabalho, são o dom da Graça de

Deus. Nas palavras de Calvino: “Os homens em vão desgastam-se com labuta, e

desperdiçam a si mesmos para adquirir riquezas, visto que estas também são benefício

somente através de Deus”. (pág. 47)

O Puritanismo e o Calvinismo mais comumente consideravam o trabalho como um meio

pelo qual as pessoas conquistam seu próprio sucesso e riqueza?

Este mesmo ideal faz parte do pensamento Puritano. Cotton Mather afirma que: “Em

nossas ocupações estendemos nossas redes; mas é Deus quem põe nas nossas redes

tudo que vem nelas”. É verdade que o estilo de vida Puritano tendia a fazer as pessoas

relativamente prósperas, o importante, porém, é como os puritanos viam sua riqueza.

A atitude Puritana era de que a riqueza era um dom de Deus, não o resultado de

esforço humano somente ou um resultado da aprovação de Deus. (pág. 48)

Page 14: Ética Puritada do trabalho

Moderação no Trabalho

Um ultimo legado dos Puritanos em relação ao trabalho foi da necessidade de

um “senso de moderação”. Na teoria, eles intentavam manter uma posição intermediária

entre dois extremos: de um lado, a ociosidade ou preguiça; e do outro lado um

escravismo ao trabalho. Na prática, é possível que eles tenham errado na direção do

excesso de trabalho.

Os Puritanos nutriam verdadeira repulsa ao ócio. Richard Baxter em relação a

ociosidade afirmou que “é suíno e pecaminoso não trabalhar”. Robert Bolton disse

também que a ociosidade é a “própria ferrugem e o câncer da alma”. Parte da repulsa

Puritana contra a ociosidade por um lado e o louvor ao trabalho por outro era a convicção

de que o trabalho era uma ordenança da criação e, portanto, uma necessidade para o

bem estar humano.

Mas a ética Puritana não levaria inevitavelmente ao trabalho excessivo?

Page 15: Ética Puritada do trabalho

Moderação no Trabalho

Mas a ética Puritana não levaria inevitavelmente ao trabalho excessivo?

Os Puritanos buscavam sempre a moderação. Eles tentavam equilibrar sua diligência

com restrições definidas contra o excesso de trabalho. “Cuidado com muitos negócios ou

com planeja-lo demais ou desordenadamente.” (John Preston).

Philip Stubbes também adverte: “Todo cristão está comprometido pela consciência diante

de Deus a não permitir que seus cuidados imoderados ultrapassem os limites da

verdadeira santidade”

Também acrescentou: “O Senhor deseja que nos afastemops tão longe da cobiça e do

cuidado imoderado que neste dia não deveríamos cuidar do amanhã, pois (diz Ele)

suficiente ao dia é a labuta do mesmo”.

Page 16: Ética Puritada do trabalho

“Ética Puritana do Trabalho”

3º Estudo do 1º Semestre 2012