Ética na contabilidade

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1 ÉTICA NA CONTABILIDADE Apresentação Gregório Carlos Penha Luiz Cezar Giacomazi Osmir Marcolino Solange M. Silva Teoria da Contabilidade Orientador: Prof. Dr. Anísio Candido Pereira

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ÉTICA NA CONTABILIDADE Apresentação Gregório Carlos Penha Luiz Cezar Giacomazi Osmir Marcolino Solange M. Silva Teoria da Contabilidade Orientador: Prof. Dr. Anísio Candido Pereira. ÉTICA NA CONTABILIDADE. A Escolha de Sofia (O lado difícil da Ética) História da polonesa Sofia Zawistowska . - PowerPoint PPT Presentation

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ÉTICA NA CONTABILIDADE

Apresentação

Gregório Carlos Penha Luiz Cezar Giacomazi

Osmir MarcolinoSolange M. Silva

Teoria da Contabilidade

Orientador: Prof. Dr. Anísio Candido Pereira

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ÉTICA NA CONTABILIDADE

A Escolha de Sofia (O lado difícil da Ética)

História da polonesa Sofia Zawistowska.Presa com os filhos Jan e Eva em Auschvitz. Para salvar a sua vida e de Jan, entregou Eva, de 8 anos, para morte na câmara de gás. Viveu angustiada pelo resto da vida e matou-se com cianureto de potássio.

• Exemplos: Situações críticas na medicina X Ética Profissional; Contador X pressões do Administrador (Sócio), Auditoria X Conflito de Interesses, etc.

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ÉTICA NA CONTABILIDADE

• Problemas contábeis: Wordcom, Enron,Tyco, outros.

• Necessidade de urgentes mudanças nas regras contábeis e de auditoria.

• Discussão sobre o comportamento ético dos administradores, contadores e auditores no exercício de suas respectivas profissões.

• A Lei Sarbanes-Oxley: maiores exigências e criou Conselhos de Auditoria nas empresas.

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ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO

• Etimologia : (do grego ethikós) estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

•A ética: estudo, ou reflexão científica ou filosófica, até teológica, sobre os costumes e as ações humanas.

• Também é considerada como o estudo das ações ou dos costumes e da própria realização de determinado tipo de comportamento.

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ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO

• Questões Éticas: dividas em dois campos:

a) o dos problemas gerais e fundamentais, como liberdade, consciência, valores, leis, etc.;

b) o dos problemas específicos, referentes  à ética profissional, política, social, etc.

A evolução dos costumes: os padrões de compor-tamento adeqüam-se à época.(caráter provisório)

• A ética defende princípios universais e atemporais, baseada em costumes tradicionais e de países diferentes.

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ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO

• Sócrates: convicção pessoal,  tentativa de compreender a justiça das leis.

•Max Weber: critério da não universalidade, aponta à natureza dos valores: um povo valorizaria o trabalho, outro valorizaria mais a abnegação.

•Kant:  validade universal :dever obriga moralmente a consciência e compromete a vontade = dever.

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ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO

Conceitos :a) do utilitarismo - o bem é aquilo que traz vantagens para muitos;

b) pragmatismo - que deixa de lado as questões teóricas, para apoiar-se nos resultados práticos.

- vantagem particular - bom é o que ajuda o meu progresso;

- positivismo lógico - que pesquisa, apenas, a linguagem  da ética moral.

• Distinção do bem e do mal: agir eticamente é agir de acordo com o bem.

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ÉTICA NO ESPAÇO E NO TEMPO

 Weber: racionalidade - formas comportamento humano: a ética da responsabilidade (racionalidade funcional), o comportamento humano é submetido às regras da organização à qual presta serviço;

• a ética do valor absoluto(ou racionalidade substancial) tem por base a liberdade de pensamento e a inteligência do indivíduo como critérios para seu comportamento.

•massificação; processo que não favorece a formação de uma consciência crítica, reforçando, ao contrário, a indiferença e o sentimento de impotência diante dos acontecimentos.     

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Ética X Moral

• Etimologia: (do latim morale): conjunto de regras de costumes consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.

• A moral representa a ação; a ética a norma.

• Como moral é a experiência vivida na prática, a ética é o que deveria ser em teoria.

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Ética X Moral

• “moral o conjunto de costumes, normas e regras de conduta estabelecidas em uma sociedade e cuja obediência é imposta a seus membros, variando de cultura para cultura e se modifica com o tempo, no âmbito de uma mesma sociedade.”

• Desrespeito as  regras  morais = desaprovação.

• Nenhum grupo ou comunidade pôde existir sem normas constrangedoras da moral.

• Seguir regras molestam o indivíduo, porém preservam a sociedade em que ele vive; agem como um mecanismo de autodefesa e preservação do grupo.

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Ética X Moral

• Marilena Chauí  (1995): ” a existência de um agente consciente, reconhecendo a diferença entre os pares de opostos, é condição sine qua non da conduta ética. E a consciência moral  não só reconhece essas diferenças, como julga o valor dos atos e das condutas  à   luz  de  seus  valores, assumindo  as   responsabilidades deles.  Assim,  se naquela sobressai-se a consciência, nesta, a responsabilidade”.

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Ética X Moral

A manifestação da consciência moral = capacidade de resolução julgamento. o sujeito moral deve:

• reflexão e o reconhecimento, em igualdade de condições, da existência de si e dos outros;

• o controle das tendências e impulsos permitindo a capacidade para deliberar e decidir;

• a responsabilidade pela autoria da ação, seus efeitos e conseqüências.

“A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural.”

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

Qual é a ideologia política e econômica da organização? Ideologia política = maneira de agir com o fim de obter

o que se deseja; Ideologia econômica = conjunto de normas que

regulam sua produção e distribuição das riquezas obtidas;

Toda ideologia comporta uma moral particular;• A moral têm caráter exclusivamente social;• A moral expressa relações de força entre indivíduos;• A moral forma o núcleo da ideologia.

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

O que é Natural e justo para uma coletividade ? Moral do oportunismo = Normas morais oficiosas:

- Celebrada pela “esperteza” de seus procedimentos

como o jeitinho, o calote, a trapaça, a bajulice, etc.;

- Valoriza o enriquecimento rápido e o egotismo e

acredita que o proveito pessoal move o mundo;

- As ações justificam os fins, não importando os meios

Moral da Integridade = Normas morais oficiais:

- Edificante e convencional, com retórica pública;

- Difundida nas Escolas, Igrejas, Tribunais, Mídia...

- Princípios que, por definição, valem para todos.

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

• Como disciplina teórica, a ética sempre fez parte da filosofia e sempre definiu seu objeto de estudo como sendo a moral, o dever fazer, a qualificação do bem e do mal, a melhor forma de agir coletivamente.

• O importante não é saber se a empresa dispõe de uma “essência moral” mas se as conseqüências de suas decisões são ou não benéficas para a maioria de suas contrapartes.

• Daí o risco para a empresa em orientar-se exclusivamente pela idéia de maximizar os lucros, sobretudo num sociedade em que o capitalismo social se consolida e em que a mídia assume um papel extremamente ativo.

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

• No universo empresarial, nem sempre as decisões podem ser tomadas facilmente, considerando-se interesses individuais da entidade e sua responsabilidade social.

• Deve-se considerar que a mão invisível do mercado e sua ação disciplinadora estará avaliando:

- o que afeta o meio ambiente;

- efeitos colaterais dos produtos nos consumidores;

- como as políticas corporativas atingem empregados

e clientes.• Repousam aí as dificuldades dos problemas éticos

contemporâneos das empresas: Como perseguir a maximização do lucro sem ferir os interesses dos seus intervenientes e da sociedade em geral.

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ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÕESAs empresas competitivas operam num horizonte de

longo prazo e a ganância ou a sedução por vantagens

imediatas pode ser fatal:

• General Motors X Volkswagen- Apropriação de segredos industriais pela Volks;- Demissão do diretor mundial de compras da Volks;- Seu indiciamento pela promotoria pública alemã;- Indenização da Volks à GM de US$110 milhões- Compromisso compra US$ 1 bilhão em autopeças

• Empresas Norte-Americanas X Européias- Espionagem industrial detectadas pela Cia. calcula

perda de US$ 60 bilhões/ano para os piratas.

• Comissões, Subornos, outros pagamentos ilícitos- Só a Exxon pagou US$ 57 milhões na década de 70

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ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÕES• A natureza das empresas não é amoral, pois suas

atividades não pairam acima do bem e do mal;

• As empresas não mais desempenham apenas uma função econômica, mas também uma função ética;

• Cada vêz mais as decisões e as ações empresariais ficam submetidas ao crivo de uma cidadania disposta a retaliar as empresas que abusam da confiança e da credulidade de suas contrapartes.

• O que acontece quando produtos deixam de ser confiáveis?

Não são mais adquiridos.

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ÉTICA ORGANIZAÇÕES X EMPREGADOS

• As empresas convivem com os padrões morais dos seus contrapartes;

• Ferir esses padrões estimula a deslealdade aos interesses da empresa;

• É preciso convencionar um código de honra que ligue as organizações a seus empregados, considerando:

- A quem tais agentes devem lealdade;

- Como tornar compatíveis interesses dos envolvidos;

- Qual das morais deve prevalecer - a do plano

macrossocial ou a do plano microssocial;

- Definir um foco prioritário.

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ÉTICA ORGANIZAÇÕES X EMPREGADOS

Mercedes Benz brasileira ( meados 1980 )Grande desvio de caminhões que saíam da fábrica semnumeração no chassi ou qualquer identificação:• Prejuízo estimado em US$ 10 milhões• Demissão de dois diretores e três gerentes;

DowElanco brasileiraFurto de mercadorias, manipulação na concessão debonificações e de descontos para distribuidores:• Prejuízo estimado em US$ 20 milhões;• Demissão de déz executivos.Autolatina ( 1993/1994 )

Uso de notas frias para adulterar o valor das compras• Prejuízo estimado em US$ 13 milhões;• Quadrilha formada por empregados e fornecedores

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ÉTICA ENTRE EMPREGADOS DA ORGANIZAÇÃO

Entre as atitudes antiéticas relativas aos empregados,

estão a discriminação:• na contratação;• entre sexos ou preferências sexuais;• com deficientes físicos;• relativos à idade física ou ao “tempo de casa”;• com a etnia, credo, preferências políticas e esportivas• com a segurança, saúde e higiene no trabalho

Uma empresa somente terá um comportamento ético se

seus diretores e colaboradores assim o forem.

O único lucro moralmente aceito é obtido com ética

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ÉTICA ENTRE EMPREGADOS DA ORGANIZAÇÃO

É importante que quando a empresa tiver definido seu

Código de Ética, o distribua a todos os colaboradores.

O Código de Ética deve contemplar:• Especificidade - exemplos das ações não permitidas;• Publicidade - disponíveis para consultas;• Clareza - Redação objetiva e realista;• Revisão - analisados periodicamente p/ atualização;• Obrigatoriedade - prever punições e recompensas.

Os empregados que interagem mais freqüentemente

com o ambiente externo à empresa, devem assinar

declaração de que leram e cumprirão o código.

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ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E SOCIEDADE

Diante de todo evento, pergunta-se:• Tal ação é moral para quem?• Para a coletividade ou para um agente individual?• Se for para a coletividade, de qual delas falamos?

Assim, avalia-se:• Conseqüências - que deveriam promover o máximo

bem do maior número de pessoas, e/ou seus• Propósitos - que a coletividade reputa como bons

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ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E SOCIEDADE

A partir da década de 80, a mídia ocidental:• deixou de ser oligopolista e tornou-se ativa;• vinculou-se a movimentos sociais e correlatos;• preocupa-se em prestar serviços no contexto liberal-

democrático;• identificou e revelou as mazelas de uma sociedade

em que prosperavam a corrupção e o proveito pessoal

Em suma, empresa capitalista só passa a agir de forma

responsável quando enfrenta a intervenção organizada

das contrapartes.

Sem contrapartes ativas, a maximização do lucro leva a

melhor.

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ÉTICA ENTRE ORGANIZAÇÃO E SOCIEDADE

Algumas práticas julgadas imorais pela opinião pública

internacional:• Desfalques em empresas;• Dívidas fiscais fraudadas;• Propinas/subornos;• Tráfico de informações;• Pirataria intelectual e de produtos;• Fraude nos pesos e medidas;• Fraude em balanços de empresas;• Doações ilícitas a campanhas eleitorais;• Manobras financeiras para valorizar/rebaixar ações;

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

• Forma como uma empresa está sendo administrada; tem a ver com liderança, estratégia e política empresarial.•A CVM, define:Governança Corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente: transparência, eqüidade de tratamento dos acionistas e prestação de contas.

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

• Transparência ( disclosure)• Equidade ( fainess)• Prestação de Contas ( accountability)• Cumprimento das Leis• Ética

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

PILARES BÁSICOS:

• Propriedade•Conselho de Administração•Diretoria Executiva•Auditoria Independente

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RELACIONAMENTOS (IBGC)

PROPRIEDADE

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CONSELHOFISCAL

AUDITORIA INDEPENDENTE

CEODIRETORIA

PARTESINTERESSADAS

Escolhe /Presta ContasInformaçõesRelação Ocasional

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A CRISE DOS EUA

• Pressão por desempenho / Resultados;• Questão de Cultura ( não admitir fracassos);• Normas contábeis dão necessariamente margem a

interpretações, têm grande grau de subjetividade;• Ganância;• Não observância aos princípios éticos e de valores

definidos pela própria empresa;• Fraude / Crime ( insider trading);• Problemas de natureza moral, ética ou técnica.

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PARTICULARIDADES NO BRASIL

• Controle acionário da maioria das empresas é familiar ou exercido por um grupo regido pelo acordo de acionistas;

• Controle Acionário não é pulverizado;

•Normalmente, os controladores fazem parte da diretoria ou, no mínimo, do Conselho de Administração, exercendo interferência direta nas ações da diretoria;

• Subsidiárias de multinacionais com boas práticas de GC somente na matriz.

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ÉTICA NA CONTABILIDADE

• A Evolução da Contabilidade como Ciência e Profissão;

• Ética Profissional:• Lisboa (1997:88-91):

– Dever– Direito– Justiça– Responsabilidade– Consciência– Vocação

• A ética profissional do Contabilista;

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ÉTICA NA CONTABILIDADE

• Haveria duas éticas?• A Ética profissional e lei;

– A Moral e o Direito;– Os órgãos legais de disciplina e fiscalização da

ética;– Os objetivos do Código de ética profissional;– O conceito de punição no código de ética;– O conceito de jurisdição privilegiada para o

profissional;– Código de ética ou supressão de concorrência?

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ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE

• O profissional pode atuar de varias formas;• As áreas de atuação:

– contabilidade privada ou pública, perícia contábil, auditoria interna ou independente, controladoria, consultoria, ensino, etc.

• Administrando Pessoas;• Administrando informações;

– Profissioanl contador, perito, auditor e professor;

• Administrando Recursos;– Próprios e de terceiros;

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ÉTICA NA AUDITORIA

GRANDEPRESTÍGIO

DESCRÉDITOCETICISMO

ESCÂNDALOS

PASSADO PRESENTE

E O FUTURO ?

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

“Pode-se (...) definir a Auditoria Interna como sendo uma

atividade de avaliação independente, que, atuando em

parceria com administradores e especialistas, deverá

avaliar a eficiência e a eficácia dos sistemas de controle

de toda a entidade, agindo proativamente, zelando pela

observância às políticas traçadas e provocando melhorias,

fornecendo subsídios aos proprietários e administradores

para a tomada de decisão, visando ao cumprimento da

missão da entidade.” PAULA (1999:32)

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

ORGANISMOS REGULADORES:

- CFC – Conselho Federal de Contabilidade:

NBC T 12 – Da Auditoria Interna

NBC P 3 – Normas Profissionais do Auditor Interno

- AUDIBRA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil:

Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna

Procedimentos de Auditoria Interna – Organização Básica

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

Problemas e Dificuldades:

- Crença em uma função policialesca.

- Qualidade Total Auditoria é dispensável.

- Auditoria não agrega valor.

- Metas de Redução de Custos a Auditoria Interna é

uma das primeiras a ser cortada.

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

Primeiras questões éticas:

- Redução do quadro de pessoal pouca gente para

muito serviço como dar conta de todo o programa de

auditoria, com qualidade ?

- Pouca gente sem tempo (e orçamento) para investir

em treinamento não consegue acompanhar a evolução

dos negócios como auditar sem conhecer as mudanças

que estão acontecendo à sua volta ?

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

Grande confusão provocada pelos organismos de

fiscalização do exercício da profissão conflito

multidisciplinar:

- Conselho Federal de Contabilidade (CFC)

- Conselho Federal de Administração (CFA)

- Conselho Federal de Economia (COFECON)

Todos chamam para a sua classe profissional o direito ao

exercício da profissão de Auditor Interno.

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

A confusão provocada por CFC, CFA e COFECON

servem de desculpa para as empresas terem em seu

quadro de Auditoria Interna profissionais das mais

diversas formações.

Mas, é nas Ciências Contábeis que se encontra a

qualificação para o Auditor Interno.

Outro dilema ético: como o profissional sem formação

adequada pode exercer esta profissão ?

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A ÉTICA E OS AUDITORES INTERNOS

Independência do auditor para:

- Livre trânsito dentro da empresa.

- Emitir avaliação isenta e sem pressões.

Posição no organograma: subordinado ao principal

executivo ou ao Conselho de Administração,

preferencialmente.

Dilema ético: como emitir opinião se não tiver

independência ?

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTES

ORGANISMOS REGULADORES:

- CFC – Conselho Federal de Contabilidade:

NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das

Demonstrações Contábeis

NBC P 1 – Normas Profissionais do Auditor Independente

- IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

- CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

- BACEN – Banco Central do Brasil.

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTESDuas condições essenciais no exercício da profissão de auditor independente:

- CONFIDENCIALIDADE:

Não divulgar fatos.

Não tirar proveito das informações.

- INDEPENDÊNCIA:

Não deve expressar a sua opinião se tiveralgum vínculo com a empresa auditada.

Não deve deixar de divulgar qualquer irregularidade que tenha conhecimento.

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTES

A importância do parecer dos auditores independentes:

- Baliza a ação de acionistas e stakeholders.

A importância do entendimento de que o auditor trabalha com amostras:

- O público em geral não sabe disto.

Descrédito quando aparece algum escândalo.

Page 46: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTES

O Código de Ética é muito importante, mas não cobre todas as situações.

O Auditor está acostumado a trabalhar com a razão, mas é importante o controle da emoção. Quando não se sabe administrar a emoção, podem ocorrer desvios no campo ético. (PEREIRA, 2000:135)

Que desvios ? Aproveitar oportunidades de benefício próprio.

Como coibir? Com supervisão direta e aplicação de penalidades. (FLORIANI, 2003)

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTES

Problemas éticos que podem ocorrer (MARINO JUNIOR, 2003):

- Relações profissionais.

- Dependência econômica.

- Conflitos de interesses.

- Alta rotatividade dos auditores.

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A ÉTICA E OS AUDITORES INDEPENDENTES

Novas medidas sendo implantadas:

- Desvinculação das atividades de consultoria e assessoria.- Maior explicitação de amplitude e dos riscos do trabalho.- Maior rigor na fiscalização.- Exames de proficiência e educação continuada.- Quarentena do auditor que deixa a firma de auditoria.- Rotação dos auditores.- Controle de qualidade pelos pares.- Responsabilidade civil, criminal e penal.

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ÉTICA NA PERÍCIA CONTÁBIL

CFC - Conselho Federal de Contabilidade:

- NBC T 13 - Da perícia Contábil

Legislação:

Profissão privativa de Contador (profissional portador de

diploma universitário, devidamente inscrito no Conselho de

Contabilidade).

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ÉTICA NA PERÍCIA CONTÁBIL

Requisitos fundamentais para a profissão de perito:

- Reconhecido saber técnico-científico.

- Vivência profissional.

- Perspicácia, perseverança e sagacidade.

- Conhecimento geral de ciências afins.

- Índole criativa e intuitiva.

- Probidade.

- Isenção.

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ÉTICA NA PERÍCIA CONTÁBIL

Dilemas éticos:

- Exercício por pessoa não habilitada.

- Profissional mal preparado tecnicamente.

- Trabalho em proveito próprio.

- Profissional não tem independência / isenção.

- Aviltamento do trabalho.

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LEGISLAÇÃO E A ÉTICADO CONTABILISTA

Resolução 803/96 CFC

Código de Defesa do Consumidor

Novo Código Civil

Lei Sarbanes-Oxley

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CÓDIGO DE ÉTICA CFC 803/96

I Objetivo

II Deveres e proibições

III Valor dos serviços profissionais

IV Deveres em relação aos colegas e à classe

V Penalidade

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CÓDIGO DE ÉTICADeveres

Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade.

Guardar sigilo sobre as informações e atos lícitos.

Zelar pela sua competência.

Comunicar circustâncias adversas.

Interar-se antes de emitir opinião.

Page 55: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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CÓDIGO DE ÉTICADeveres

Renunciar as funções na falta de confiança.

Informar os fatos ao substituto.

Manifestar impedimento para exercício da profissão.

Ser solidário na defesa da dignidade profissional.

Page 56: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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CÓDIGO DE ÉTICARestrições

Anunciar conteúdo que resulte na diminuição do colega,

da organização Contábil ou da classe.

Assumir serviços com prejuízo moral ou desprestígio

para a classe.

Auferir provento de prática ilícita.

Assinar documentos por outrem.

Exercer a profissão, quando impedido.

Manter Organização Contábil não autorizada.

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CÓDIGO DE ÉTICARestrições

Valer-se de agenciador de serviços.

Concorrer para realização de ato contrário à legislação.

Solicitar ou receber vantagens.

Prejudicar interesse confiado a sua responsabilidade.

Recusar-se a prestar contas.

Reter abusivamente documentos confiados à sua

guarda.

Page 58: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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CÓDIGO DE ÉTICARestrições

Aconselhar contra disposições expressas.

Exercer atividade ou ligar o seu nome a

empreendimentos com finalidade ilícitas.

Revelar negociação confiada pelo cliente ou

empregador.

Emitir referência que identifique o cliente, sem

autorização.

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CÓDIGO DE ÉTICARestrições

Iludir ou tentar iludir a boa fé do cliente.

Não cumprir determinação dos CRC´s.

Intitular-se com categoria profissional que não possua.

Elaborar demonstrações contábeis sem observância aos

princípios.

Renunciar à liberdade proffissional

Publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha participado

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CÓDIGO DE ÉTICAPerito, assistente técnico, auditor ou

árbitro

Recusar sua indicação quando não estiver capacitado.

Abster-se de interpretações tendenciosas.

Abster-se de argumentos ou convicção pessoal.

Considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo.

Assinalar equívocos ou divergências quanto a aplicação dos princípios e normas contábeis.

Page 61: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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CÓDIGO DE ÉTICA

Penalidades

Advertência reservada.

Censura reservada

Censura pública

Atenuantes

Falta cometida em defesa de prerrogativa profissional

Ausência de punição ética anterior

Prestação de relevantes serviços à Contabilidade

Page 62: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Lei 8.078/90

Artigo 14: “O fornecedor de serviços responde,

independentemente da existência de culta, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por

defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre a sua

fruição e riscos”.

Page 63: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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NOVO CÓDIGO CIVILLei 10.406/02

            Artigo 186: Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e

causar danos a outrem, ainda que exclusivamente moral,

comete ato ilícito.

          Artigo 1.177: Os assentos lançados nos livros ou

fichas do preponente, por qualquer dos prepostos

encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se

houver procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se

fossem por aquele.

                                  

Page 64: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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NOVO CÓDIGO CIVILLei 10.406/02

            Artigo 1.178: Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade de empresa, ainda que não autorizados por escrito.

Artigo 159: Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.

Artigo 927: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Page 65: ÉTICA NA CONTABILIDADE

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SARBANES-OXLEYUSA 30/07/02

Responsabilidade pela diretoria  pelas divulgações da empresa e pela certificação das demonstrações contábeis.

Imediata divulgação de transações de administradores com ação da empresa.

Criação do Comitê de auditoria.

Especificação dos serviços que não podem ser realizados pelas empresas auditoria.

Proibição de empréstimos pela empresa para conselheiros ou diretores.

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SARBANES-OXLEYUSA 30/07/02

Maior transparência na divulgação das informações financeiras e dos atos da administração.

Devolução de participação nos lucros ou bônus pelo CEO e CFO, no caso de prejuízos decorrentes de erros contábeis.

A criação de novos tipos de penas e aumento da penalidade para crimes listados.

A redução de prazos para divulgação dos relatórios anuais.

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SARBANES-OXLEYUSA 30/07/02

A adoção de práticas mais rígidas de governo, como a código de ética para os administradores, novos padrões de conduta e maior responsabilidade dos advogados;

Aprovação de stock options pelos acionistas

A adoção de práticas mais rígidas de governo, como a código de ética para os administradores, novos padrões de conduta e maior responsabilidade dos advogados;

Aprovação de stock options pelos acionistas

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ENRON - UM CASO A SER LEMBRADO

• Histórico de sucesso;• 3º trimestre de 2001 - US$604K

prejuízo;• Coligadas e controladas para inflar

resultados;• Queda no valor das ações de US$

90,00 em 200c para US$ 0,11 em 2002;

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ENRON - UM CASO A SER LEMBRADOPROBLEMAS ÉTICOS

• Fraude por parte dos administradores;• Empresa incentiva funcionários e mercado a

compras ações da companhia;• Administradores se aproveitam para realizar lucros

nos momentos pré-desastre;• Arthur Andersen falha em não exigir consolidação

das companhias;• Arthur Andersen não manteve independência;• Arthur Andersen confirma ter destruído documentos;

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ENRON - UM CASO A SER LEMBRADOPROBLEMAS ÉTICOS

• Goldman Sachs continua a recomendar Enron mesmo após anuncio de prejuízos;

• SEC e FASB sofrem pressões;• Campanha de G. W. Bush, recebe doação milionária

da Enron;

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O EPISÓDIO DO BANCO ECONÔMICO

As evidências: - Empréstimos a “laranjas”: + de US$ 30 milhões- Empréstimos a coligadas: + de US$ 100 milhões- Desvios para o exterior: + de US$ 500 milhões- Maquiagem do balanço com lucros fictícios- Dívidas de coligadas: + de US$ 400 milhões- Lucro em 30/06/1995: R$ 36 milhões (R$ 94 milhões provenientes de resultado de equivalência patrimonial – prejuízo nas operações de R$ 58 milhões)

Até que ponto a empresa de auditoria independente pode ser co-responsabilizada ?

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O EPISÓDIO DO BANCO NOROESTE

As evidências: - Remessa de US$ 242 milhões para o exterior, à agência das Ilhas Cayman, registrados como Outros Créditos e Outras Obrigações (“Determinados ativos que haviam sido considerados insubsistentes e foram segregados, por falta de adequada documentação comprobatória...”).

É um escândalo contábil ou um escândalo de gestão?

Até que ponto a empresa de auditoria independente pode ser co-responsabilizada ?

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O EPISÓDIO DO BANCO NACIONALAs evidências: - Ativos “podres” representados por 652 contas-correntes pertencentes a clientes inadimplentes, aos quais foram concedidos empréstimos fictícios, no montante de R$ 5,4 bilhões.

A responsabilidade pela maquiagem foi atribuída a um contador, na função de Vice-Presidente de Controladoria.

Foi um profissional da Contabilidade o responsável pelas fraudes? Pode-se afirmar isto com convicção, vez que ele havia assumido funções executivas ?

Até que ponto a empresa de auditoria independente pode ser co-responsabilizada ?

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ÉTICA - CONCLUSÃO

– Marion (1986:53) observa que “de todas as profissões, o contabilista é o que mais está sujeito a partilhar de esquemas espúrios já que sua atividade está intimamente ligada com registros e cifras, apuração de resultados, e consequentemente, exibe dados que geram montantes a pagar de impostos, taxas, dividendos e diversos encargos”.

– O Segundo Sá, (RBC 111:82), “A Ética deve construir um estado de espírito; mas este depende, basicamente, da Inteligência Emocional, razão pela Qual, se desejamos progressos essenciais em nós mesmos, é preciso também, conversar conosco e agir com terceiros como desejaríamos que agissem conosco”.