estudo socioeconômico 2012 - seropédica.pdf

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SEROPÉDICA

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  • Conselho Deliberativo Presidente Jonas Lopes de Carvalho Junior Vice-Presidente Aluisio Gama de Souza Conselheiros Jos Gomes Graciosa Marco Antonio Barbosa de Alencar Jos Maurcio de Lima Nolasco Julio Lambertson Rabello Aloysio Neves Guedes Procurador-Geral do Ministrio Pblico Especial Horcio Machado Medeiros Secretrio-Geral de Controle Externo Gino Novis Cardozo Secretrio-Geral de Planejamento Jos Roberto Pereira Monteiro Secretrio-Geral de Administrao Marcelo Alves Martins Pinheiro Secretria-Geral das Sesses Gardnia de Andrade Costa Procurador-Geral Srgio Cavalieri Filho Chefe de Gabinete da Presidncia Ana Helena Bogado Serro Diretora-Geral da Escola de Contas e Gesto Paula Alexandra Nazareth Coordenadora-Geral de Comunicao Social, Imprensa e Editorao Fernanda Barreto Pedrosa

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    APRESENTAO Chegamos dcima segunda edio dos Estudos Socioeconmicos dos

    municpios fluminenses, abrangendo os dados referentes ao perodo entre 2006 e 2011. Captam um momento especial na histria do nosso estado, que se prepara para receber eventos internacionais e atrai investimentos pblicos e privados. Ser de grande interesse acompanhar a evoluo dos indicadores, tanto para fins de planejamento das aes quanto para avaliao dos resultados produzidos na realidade social.

    A srie dos Estudos oferece aos gestores, legisladores, tcnicos, pesquisadores e leitores interessados no universo fluminense informaes sobre demografia, educao, sade, trabalho e renda, economia, finanas e meio ambiente. Todas as edies podem ser consultadas no novo portal do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, no endereo http://www.tce.rj.gov.br. Basta posicionar o mouse sobre a guia transparncia e, sob o ttulo municpios, clicar em Estudos socioeconmicos.

    A presente edio incorpora novos dados e anlises resultantes do Censo 2010, como a adequao dos procedimentos de saneamento bsico e uma extensa pesquisa sobre as favelas, examinadas a partir do conjunto de variveis formado pelos servios de abastecimento de gua, coleta de esgoto, coleta de lixo e fornecimento de energia eltrica.

    Analisada no captulo III, a rea de sade foi objeto de auditoria realizada pelo TCE-RJ, que a elegeu Tema de Maior Significncia de 2011, tendo sido os resultados desse esforo divulgados no ano que termina. O tribunal avaliou a ateno bsica, as centrais de regulao (que administram o fluxo de pacientes entre os postos de sade, ambulatrios e hospitais de urgncia e emergncia), as unidades de pronto atendimento (UPAs) e o planejamento municipal em sade. O tema, alis, foi contemplado com um novo indicador do Ministrio da Sade, chamado IDSUS, que avalia a prestao de servios pelo Sistema nico de Sade no estado e nos municpios, e cujos resultados tambm apresentamos.

    Outro destaque desta edio a publicao de um captulo sobre mudanas do clima e vulnerabilidade. Aborda o impacto nos municpios das mudanas climticas previstas pela cincia e apresenta um conjunto de polticas pblicas de preveno que decorre da criao, por lei federal, de um estatuto de proteo e defesa civil, alm de uma poltica nacional de mobilidade urbana e de uma poltica estadual de mudana do clima e seus reflexos.

    SECRETARIA-GERAL DE PLANEJAMENTO Dezembro de 2012

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    SUMRIO APRESENTAO...............................................................................................................3 SUMRIO............................................................................................................................4 I - HISTRICO ....................................................................................................................6 II - CARACTERIZAO DO MUNICPIO............................................................................7

    Aspectos demogrficos .................................................................................................8 Saneamento bsico ......................................................................................................10 Aglomerados subnormais ............................................................................................11 Gesto municipal..........................................................................................................17 Governo eletrnico.......................................................................................................18

    Resultados da pesquisa ...........................................................................................20 III - INDICADORES SOCIAIS............................................................................................27

    Resultados de comparativos e exames internacionais e nacionais ........................27 Education for All EFA Global Monitoring Report .................................................27 Pisa Programme for International Student Assessment .....................................28 ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica IDEB.......................................29 Exame Nacional do Ensino Mdio ENEM .............................................................32

    Educao no Estado do Rio de Janeiro......................................................................32 Quadro da educao no RJ ......................................................................................34

    Educao no municpio................................................................................................36 Sade.............................................................................................................................40

    Pacto pela Sade .......................................................................................................41 Ateno bsica da sade ..........................................................................................44 Desempenho do SUS.................................................................................................49 Sade no municpio...................................................................................................53 Tema de maior significncia do TCE-RJ..................................................................55

    Mercado de Trabalho....................................................................................................57 IV - INDICADORES ECONMICOS .................................................................................61

    Introduo .....................................................................................................................61 Situao da economia mundial ...................................................................................62

    PIB mundial ................................................................................................................62 Perspectivas regionais e primeiros resultados de 2011 ..........................................63

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    Petrleo.......................................................................................................................67 Situao da economia brasileira .................................................................................68

    Nvel de atividade .......................................................................................................68 Inflao.......................................................................................................................75 Comrcio exterior......................................................................................................75

    Situao da economia do estado do Rio de Janeiro .................................................76 V - INDICADORES FINANCEIROS...................................................................................82

    1. Indicador de equilbrio oramentrio em 2011: ................................................86 2. Indicador do comprometimento da receita corrente com a mquina administrativa em 2011: ............................................................................................86 3. Indicador de autonomia financeira em 2011: ....................................................87 4. Indicador do esforo tributrio prprio em 2011: .............................................88 5. Indicador da dependncia de transferncias de recursos em 2011:...............89 6. Indicador da carga tributria per capita em 2011: ............................................91 7. Indicador do custeio per capita em 2011:..........................................................92 8. Indicador dos investimentos per capita em 2011: ............................................92 9. Indicador do grau de investimento em 2011: ....................................................93 10. Indicador da liquidez corrente em 2011:.........................................................94

    VI - MUDANAS DO CLIMA E VULNERABILIDADE ......................................................95 ndice de Vulnerabilidade Municipal - IVM..................................................................97 Polticas pblicas de preveno ...............................................................................100 Poltica Nacional de Proteo e Defesa Civil PNPDEC.........................................114 Poltica Nacional de Mobilidade Urbana PNMU ....................................................116 Poltica Estadual sobre Mudana do Clima e seus reflexos ...................................117

    VII - CONCLUSO ..........................................................................................................121 BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................135

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    I - HISTRICO 1 O incio do desbravamento do atual territrio do municpio de Seropdica data de

    meados do sculo XVII, quando os jesutas lanaram as bases da futura povoao para catequizar os ndios da regio em terras compreendidas entre os rios Tinguau e Itagua. Posteriormente, missionrios da Companhia de Jesus vieram morar na fazenda Santa Cruz, que por sua localizao facilitava o acesso aldeia, onde erigiram um templo dedicado a So Francisco Xavier, inaugurado em 1729. No ano de 1759, os jesutas foram expulsos, o que causou grande decadncia a toda a regio.

    Seropdica, segundo alguns estudiosos, deriva da sericultura, atividade da criao do bicho-da-seda. No ano de 1875, ainda poca imperial, criou-se a primeira organizao sercola do pas, a Imperial Companhia Seropdica Fluminense.

    Dotada de terras frteis, a regio desfrutou, at a dcada de 1880, de fortes atividades rurais e comerciais, exportando em grande escala cereais, caf, farinha, acar e aguardente. Com a abolio da escravatura, houve considervel xodo dos antigos escravos, ocasionando forte crise econmica. Esse fato, aliado falta de transporte e insalubridade da regio, fez com que desaparecessem as grandes plantaes, peridicas ou permanentes. O abandono das terras provocou a obstruo dos rios que cortam quase toda a baixada do territrio municipal, alagando-a. Da se originou o grassamento da malria, que reduziu a populao local e paralisou por vrias dcadas o desenvolvimento econmico da regio.

    A passagem da antiga rodovia Rio-So Paulo pelo territrio do antigo distrito de Seropdica e a instalao de indstria txtil no antigo distrito de Paracambi, aliadas s obras de saneamento da Baixada Fluminense, possibilitaram ao municpio readquirir sua antiga posio de prestgio.

    Em 1938, foram iniciadas, em Seropdica, as obras do Centro Nacional de Estudos e Pesquisas Agronmicas, onde hoje funciona a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ. Em 1945, todos os funcionrios do Horto Florestal de Seropdica ali moravam com suas famlias. Em 1948, a UFRRJ transferiu seu campus para as margens da antiga rodovia Rio-So Paulo, hoje BR-465, iniciando-se o desenvolvimento urbano de Seropdica no local do antigo horto.

    A regio permaneceu sem expresso at trs dcadas atrs, tendo em vista as dificuldades de acesso, pois s era servido por uma linha frrea, com pouca movimentao de trens. A abertura da rodovia Rio-Santos mudou o cenrio, facilitando o deslocamento entre diversos municpios prximos.

    Em 1995, em face da edio da Lei n 2.446, de 12 de outubro, Seropdica tornou-se municpio independente de Itagua, e foi instalado em 1 de janeiro de 1997.

    Atualmente, Seropdica tornou-se um plo de atrao para empresas que desejam operar na retrorea do porto de Itagua. A UFRRJ, a Pesagro e a Embrapa tambm exercem forte influncia na economia local.

    1 - Fontes: Enciclopdia dos Municpios Brasileiros Volume XXII IBGE, 1959; Abreu, A., Municpios e Topnimos Fluminenses Histrico e Memria, Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 1994; e stios www.ivt-rj.net, www.ufrrj.br e www.portalseropedica.com.br, acessados em 11 de junho de 2010.

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    II - CARACTERIZAO DO MUNICPIO Seropdica pertence Regio Metropolitana, que tambm abrange os municpios

    de Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itabora, Itagua, Japeri, Mag, Maric, Mesquita, Nilpolis, Niteri, Nova Iguau, Paracambi, Queimados, So Gonalo, So Joo de Meriti e Tangu.

    O municpio tem um nico distrito-sede, ocupando uma rea total 2 de 283,8 quilmetros quadrados, correspondentes a 5,3% da rea da Regio Metropolitana. Os limites municipais, no sentido horrio, so: Itagua, Paracambi, Japeri, Queimados e Nova Iguau.

    A rodovia Presidente Dutra atravessa o municpio de leste a oeste, alcanando, respectivamente, Queimados e Paracambi. O municpio tambm atendido pela BR-465, antigo traado da Rio-So Paulo, alcanando a BR-116, rodovia Presidente Dutra, ao norte, e Nova Iguau, a leste, chegando Avenida Brasil na altura do bairro carioca de Campo Grande. A RJ-109 o liga a Itagua, ao sul, e a RJ-125 acessa Japeri, ao norte. O municpio , ainda, atravessado de norte a sul pelo ramal ferrovirio Japeri-Mangaratiba.

    Um arco rodovirio da Regio Metropolitana (BR-493, RJ-109 e RJ-099) far a ligao do porto de Sepetiba, em Itagua, BR-101, em Itabora. Passa por Seropdica e requer a construo de trecho entre Queimados, Nova Iguau e Duque de Caxias. L ele cruza com a BR-040, juntando-se BR-116 em Mag, e segue para Guapimirim, chegando a Itabora no trevo de Manilha.

    As imagens a seguir apresentam o mapa do municpio e uma perspectiva de satlite capturada do programa Google Earth, em julho de 2010.

    2 - IBGE - Censo 2010.

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    Fonte: DER-RJ (2006)

    Perspectiva de Seropdica, tendo o campus da Universidade Federal Rural em primeiro plano.

    Aspectos demogrficos Em 2010, de acordo com o censo 3, Seropdica tinha uma populao de 78.186

    habitantes, correspondente a 0,7% do contingente da Regio Metropolitana, com uma proporo de 96,7 homens para cada 100 mulheres. A densidade demogrfica era de 275,5 habitantes por km, contra 2.221,8 habitantes por km de sua regio. A taxa de urbanizao correspondia a 82% da populao. Em comparao com a dcada anterior, a populao do municpio aumentou 19,8%, o 21 maior crescimento no estado. 3 - IBGE - Censo 2010.

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    A distribuio da populao fluminense em 2010 dava-se conforme o grfico a seguir:

    Grfico 1: Distribuio da populao Regies Administrativas - 2010

    RM sem a capital34,5%

    Capital39,5%

    Regio Noroeste Fluminense

    2,0%

    Regio Centro-Sul Fluminense

    1,7%Regio da Costa Verde

    1,5%

    Regio do Mdio Paraba 5,3%

    Regio das Baixadas Litorneas

    5,1%

    Regio Serrana 5,0%

    Regio Norte Fluminense 5,3%

    A populao de Seropdica, em 2011 4, era de 79.179 pessoas. O municpio tem

    um contingente de 49.560 eleitores 5, correspondente a 63% do total da populao. A comparao entre as pirmides etrias construdas pelos censos 2000 e 2010 6

    revela mudanas no perfil demogrfico municipal, com estreitamento na base e alargamento no meio da figura:

    Grfico 2: Distribuio da populao por sexo, segundo os grupos de idade, conforme os censos 2000 e 2010

    Censo 2000 Censo 2010

    4 - Estimativa IBGE. 5 - Estatsticas TSE - Eleies 2010. 6 - IBGE.

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    Segundo o levantamento, o municpio possua 30.945 domiclios 7, dos quais 10% eram de uso ocasional.

    Seropdica possui duas agncias de correios 8, cinco agncias bancrias 9 e dois estabelecimentos hoteleiros 10. Quanto aos equipamentos culturais, o municpio no tem cinema e teatro 11, mas dispe de dois museus 12 e de uma biblioteca pblica 13.

    Saneamento bsico O Censo 2010 avaliou as condies de saneamento dos domiclios brasileiros,

    classificando-as como adequadas, semi-adequadas ou inadequadas 14. Comparando-se os dados com o censo anterior, contata-se que, no perodo de 2000 a 2010, 72 municpios fluminenses apresentaram aumento na proporo de domiclios adequados e reduo de inadequados. Outros 16 municpios tiveram reduo tanto no percentual de domiclios adequados quanto no de inadequados (com aumento na proporo de domiclios com saneamento semi-adequado). Houve, portanto, no estado, uma reduo geral do saneamento inadequado, com exceo de Itatiaia, onde esse percentual manteve-se inalterado, e em Aperib, onde aumentou. H ainda o municpio de Mesquita, que no figurava no censo anterior por ser de criao recente. Em Seropdica, a evoluo do indicador ocorreu conforme a figura a seguir:

    Grfico 3: Distribuio percentual por tipo de saneamento srie histrica 2000/2010

    Seropdica

    47,6 47,7

    4,7

    62,0

    35,6

    2,5 0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Adequado Semi-Adequado Inadequado

    2000 2010

    Fonte: IBGE Cidades. Censo 2010. Disponvel em http//IBGE.gov.br.

    7 - IBGE - Censo 2010. 8 - ECT - 2010 (inclui agncias comunitrias). 9 - BACEN - 2012. 10 - MTE-RAIS - 2010. 11 - IBGE - Perfil dos Municpios Brasileiros - Cultura 2006. 12 - Ministrio da Cultura, Sistema Brasileiro de Museus, fevereiro de 2011. 13 - Biblioteca Nacional, stio http://catalogos.bn.br, fevereiro de 2011. 14 - O IBGE, rgo responsvel pelo censo, considera adequado o saneamento de domiclios com ligao rede geral de esgoto, rede pluvial ou fossa sptica, abastecimento de gua da rede geral e coleta regular de lixo. Nesse sentido, cabe observar que o censo no registra se o esgoto coletado tratado, nem se o tratamento, quando ocorre, de tipo primrio, secundrio ou tercirio.

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    O saneamento bsico elimina chances de contgio por diversas molstias e est relacionado aos ndices de mortalidade, principalmente infantil. O censo informa que, no municpio, o percentual de crianas entre 0 a 5 anos residentes em domiclios permanentes com saneamento inadequado reduziu-se de 5,7% para 2,3%.

    Quando se compara a regio urbana rural, o percentual de domiclios com saneamento adequado restringe-se a 47%, enquanto o de inadequados alcana 10,3% 15.

    Em 2010, conforme o censo, Queimados contava com 23.103 domiclios permanentes. Em 21.885 a coleta de lixo era feita diretamente por servio de limpeza, e em 610 atravs de caamba de servio de limpeza. Em 1.761 domiclios, o lixo era queimado, enterrado ou jogado em terreno baldio, entre outras possibilidades inadequadas.

    O abastecimento de gua era feito adequadamente, atravs da rede geral de distribuio, em 22.741 domiclios. Formas inadequadas, como a utilizao de poo ou nascente dentro ou fora da propriedade, ou o armazenamento de gua da chuva, eram utilizadas em 1.515 domiclios.

    O esgotamento sanitrio adequado distribua-se entre a rede geral de esgoto ou pluvial (em 14.113 domiclios) e fossa sptica (11). Outros 10.084 utilizavam formas inadequadas como fossa rudimentar, rio, lago ou mar e valas. No dispunham de banheiro ou sanitrio 48 domiclios.

    Aglomerados subnormais O Censo Demogrfico 2010 oferece um quadro nacional atualizado a respeito dos

    aglomerados subnormais 16, apresentando, entre outras informaes, as caractersticas da populao e dos domiclios dos 6.329 aglomerados subnormais identificados no pas. O IBGE tem como objetivo mostrar os recortes territoriais classificados como aglomerados subnormais, a sua distribuio e como se caracterizam os servios de abastecimento de gua, coleta de esgoto, coleta de lixo e fornecimento de energia eltrica nestas reas. Estes quatro servios foram escolhidos por estarem diretamente relacionados com os critrios de identificao dos aglomerados subnormais.

    Definio Aglomerado subnormal um conjunto constitudo de, no mnimo, 51

    unidades habitacionais (barracos, casas etc.) carentes, em sua maioria, de servios pblicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado, at perodo recente, terreno de propriedade alheia (pblica ou particular) e estando dispostas, em geral, de forma desordenada e densa. A identificao dos aglomerados subnormais deve ser feita com base nos seguintes critrios:

    a) Ocupao ilegal da terra, ou seja, construo em terrenos de propriedade alheia (pblica ou particular) no momento atual ou em perodo recente (obteno do ttulo de propriedade do terreno h 10 anos ou menos); e

    15 - De acordo com o IBGE, a dificuldade e o alto custo da coleta do lixo fazem com que a opo de queim-lo seja a mais adotada pelos moradores das regies rurais. Essa varivel mostrou-se a principal responsvel pela inadequao do saneamento em domiclios rurais do pas, tendo crescido em torno de 10 pontos percentuais, passando de 48,2% em 2000 para 58,1% em 2010. 16 - IBGE - Censo Demogrfico 2010 - Aglomerados Subnormais - primeiros resultados.

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    b) Possurem pelo menos uma das seguintes caractersticas: urbanizao fora dos padres vigentes vias de circulao estreitas e de

    alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construes no regularizadas por rgos pblicos; ou

    precariedade de servios pblicos essenciais. Os aglomerados subnormais podem se enquadrar, observados os critrios de

    padres de urbanizao e/ou de precariedade de servios pblicos essenciais, nas seguintes categorias: invaso, loteamento irregular ou clandestino, e reas invadidas e loteamentos irregulares e clandestinos regularizados em perodo recente.

    Distribuio Em 2010, o nmero de pessoas que morava em aglomerados

    subnormais chegava a 11.425.644 (6% da populao brasileira), ocupando 3.224.529 domiclios particulares (5,6% do total nacional). A maior concentrao foi verificada na Regio Sudeste (49,8%), com destaque para o estado de So Paulo, que congregava 23,2% desses domiclios no pas, e o estado do Rio de Janeiro, com 19,1%. Os estados da Regio Nordeste tinham 28,7% do total (sendo 9,4% na Bahia e 7,9% em Pernambuco) e a Regio Norte reunia 14,4% (10,1% somente no Par). Nas regies Sul (5,3%) e Centro-Oeste (1,8%), a ocorrncia era menor.

    A Regio Sudeste agrupava quase a metade dos municpios do pas com aglomerados subnormais, sendo que, dos 145 municpios com aglomerados subnormais identificados na regio, um pouco mais da metade (75 municpios) estavam localizados nas regies metropolitanas e o restante em municpios do interior. O estado do Rio de Janeiro tinha 1.322 aglomerados subnormais, distribudos em 42 municpios, contendo 617.466 domiclios ocupados, totalizando uma populao de 2.023.744 habitantes.

    O IBGE fez uma seleo das 20 regies metropolitanas brasileiras com maior nmero de domiclios situados em aglomerados subnormais. O conjunto destas regies metropolitanas abrigava 88,6% dos domiclios deste tipo, sendo que as regies metropolitanas de So Paulo, do Rio de Janeiro e de Belm somadas concentravam quase a metade (43,7%) do total do pas.

    Dentre os domiclios localizados em aglomerados subnormais da regio metropolitana do Rio de Janeiro RMRJ, 82,1% estavam na capital e os demais 17,9% em outros municpios. A populao residente nesses aglomerados alcanava 1.702.073 habitantes, 14,4% da populao total da RMRJ.

    Angra dos Reis, Mangaratiba, Terespolis, Arraial do Cabo e Cabo Frio, no includos na RMRJ, tm 20% ou mais de seus domiclios ocupados situados em aglomerados subnormais. Em Angra dos Reis, onde a situao mais grave, o ndice chega a 35,5%.

    Servios Um aglomerado subnormal pode ser qualificado, entre outras

    caractersticas, por seu tamanho, localizao, tipo do stio urbano, acessibilidade, densidade de ocupao e caractersticas dos domiclios, incluindo os servios disponveis, como abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, destino do lixo e disponibilidade de energia eltrica. Estes quatro servios, essenciais para a qualidade de vida da populao,

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    foram levantados pelo Censo Demogrfico 2010 e fornecem informaes fundamentais quanto diferenciao e caracterizao dos aglomerados subnormais. Assim, para cada um dos servios, o IBGE optou por selecionar aqueles considerados como adequados e criar uma proporo de adequao. O rgo ressalta que a adequao leva em conta apenas a existncia do servio e no a sua qualidade. No h, por exemplo, qualquer avaliao referente ao tratamento de esgoto, frequncia da coleta de lixo, frequncia e qualidade da gua que chega ao domiclio, ou qualidade e freqncia do fornecimento de energia eltrica. O quadro a seguir mostra os critrios adotados para classificar os servios como adequados e inadequados.

    Tipo de servio

    Adequado Inadequado

    Abastecimento de gua

    Rede geral de distribuio.

    Poo ou nascente na propriedade; poo ou nascente fora da propriedade; carro pipa; gua da chuva armazenada em cisterna; gua da chuva armazenada de outra forma; rios, audes, lagos e igaraps; outra forma.

    Esgotamento sanitrio

    Rede geral de esgoto ou pluvial; fossa sptica.

    Fossa rudimentar; vala; rio, lago ou mar; outro; sem banheiro, sanitrio ou buraco para dejees.

    Destino do lixo

    Coletado diretamente por servio de limpeza; coletado em caamba de servio de limpeza.

    Queimado; enterrado; jogado em terreno baldio ou logradouro; jogado em rio, lago ou mar; tem outro destino.

    Energia eltrica

    De companhia distribuidora e medidor de uso exclusivo.

    De companhia distribuidora e medidor de uso comum; de companhia distribuidora e no tem medidor ou relgio; de outras fontes; no existe energia eltrica

    Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 2010.

    Esta abordagem permitiu montar um quadro geral dos servios prestados aos

    domiclios nos aglomerados subnormais. As informaes foram ento comparadas com as das reas urbanas regulares dos mesmos municpios onde os aglomerados foram registrados, permitindo uma contextualizao e interpretao mais acurada dos resultados. Para o conjunto do Brasil, a comparao ainda abrange as reas urbanas dos municpios onde no foram registrados aglomerados subnormais.

    O percentual de adequao dos servios nos aglomerados subnormais era sempre menor quando comparado com o das reas urbanas regulares dos mesmos municpios onde se localizavam. A proporo de adequao do abastecimento de gua e da coleta de lixo nos aglomerados subnormais, entretanto, aproximava-se do valor encontrado nas demais reas urbanas. Estas duas variveis tinham menor relevncia na diferenciao dos aglomerados subnormais, embora tais nmeros possam ser mais bem compreendidos com apoio de pesquisas adicionais que avaliem a qualidade dos servios prestados.

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    O esgotamento sanitrio era o servio com menor grau de adequao nos domiclios em aglomerados subnormais e tambm o que apresentava maior diferena percentual em relao s reas urbanas regulares. Ressalta-se que os 67,3% de adequao deste servio nos domiclios em aglomerados subnormais superava os 65,6% de domiclios adequados existentes em municpios sem aglomerados subnormais. Isto reflexo da desigualdade da rede urbana brasileira. A maior parte dos aglomerados subnormais se localizava em municpios mais ricos e estruturados, enquanto no conjunto de municpios sem aglomerados subnormais muitas vezes predominavam reas mais pobres e com infraestrutura mais precria.

    Percentual de domiclios particulares permanentes adequados (%)

    reas urbanas regulares de municpios (1)

    Tipo de servio

    Em aglomerados subnormais Com aglomerados subnormais

    Sem aglomerados subnormais

    Forma de abastecimento de gua 88,3 92,9 91,3

    Tipo de esgotamento sanitrio 67,3 85,1 65,6

    Destino do lixo 95,4 98,6 96,3

    Energia eltrica 72,5 88,5 91,3 Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 2010. (1) Entende-se por rea urbana regular ou por demais reas urbanas todos os setores censitrios nos permetros urbanos, exceto aqueles classificados como aglomerados subnormais.

    Nos aglomerados subnormais, 99,7% dos domiclios tinham energia eltrica.

    Entretanto, a adequao deste servio atingiu 72,5%. A diferena composta por domiclios com energia eltrica de companhia distribuidora, mas sem medidor ou relgio (14,8%), domiclios com energia eltrica de companhia distribuidora e medidor de uso comum (8,9%) e domiclios abastecidos com energia por outras fontes (3,5%).

    A anlise dos quatro servios indicava uma grande diversidade entre aglomerados, reflexo tanto da desigualdade regional brasileira como de especificidades do processo de urbanizao de cada centro urbano. De modo geral, reas mais antigas e consolidadas tendem a ter melhores servios em relao a reas de ocupao mais recente, assim como os aglomerados subnormais mais distantes das reas centrais das cidades tendem a ter servios menos adequados.

    Abastecimento de gua No Brasil, 88,3% dos domiclios particulares

    permanentes em aglomerados subnormais (2.845.157) tinham abastecimento de gua adequado, por rede geral de distribuio.

    Na Regio Norte estavam os menores percentuais de domiclios com fornecimento de gua adequado, especialmente em Rondnia (30,0%) e no Acre (48,7%). O Amap, por outro lado, apresentava a maior proporo de adequao da Regio Norte, com 85,5% dos seus domiclios em aglomerados subnormais abastecidos por rede geral. A Regio

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    Nordeste apresentava percentuais elevados de domiclios com abastecimento de gua por rede geral, chegando a 98,5% na Paraba e 98,1% na Bahia. O percentual de adequao diferia muito destes valores somente no Maranho (61,6%) e em Alagoas (78,8%).

    As regies Sul, Sudeste e Centro-Oeste tinham percentuais mais elevados de domiclios com servio de gua adequado, sem grandes discrepncias entre os estados. O menor valor registrado encontrava-se em Gois, com 88,9%, e o maior, em Minas Gerais, com 98,3%. No Rio de Janeiro, a proporo de adequao era de 91,0%, e em So Paulo o valor atingia 96,3%. Ressalta-se que no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso o percentual de domiclios com fornecimento de gua adequado em aglomerados subnormais era superior ao verificado em domiclios das demais reas urbanas.

    Esgotamento sanitrio No Brasil, 67,3% dos domiclios particulares permanentes

    em aglomerados subnormais (2.166.674) possuam esgotamento sanitrio adequado, sendo 56,3% de domiclios ligados rede geral de esgoto e 11,0% de domiclios ligados a fossa sptica.

    Os menores percentuais de domiclios com esgotamento adequado estavam na Regio Norte, tanto nos aglomerados subnormais quanto nas reas urbanas regulares. Destaca-se que os aglomerados subnormais do Amap, de Roraima e do Tocantins no chegavam a atingir 8% de adequao dos domiclios.

    As regies Nordeste e Centro-Oeste apresentavam quadros bastante heterogneos. No Nordeste, a Bahia, com 86,8% de domiclios com esgotamento sanitrio adequado, tinha o percentual mais alto. No outro extremo, em cinco estados a proporo de domiclios adequados no atingia 50%: 27,8% em Alagoas, 45,3% em Pernambuco, 44,5% no Piau e 46,7% no Maranho, fazendo com que a Regio Nordeste concentrasse 32,3% dos domiclios com esgotamento sanitrio inadequado do pas. Na Regio Centro-Oeste, Mato Grosso apresentava a maior proporo de adequao (60,5%) e Mato Grosso do Sul, a proporo mais baixa (27,3%).

    As regies Sul e Sudeste tinham ndices de adequao mais elevados, com menores discrepncias entre os estados. Na Regio Sul, Paran (78,3%), Santa Catarina (77,3%) e Rio Grande do Sul (75,0%) possuam situaes semelhantes. Na Regio Sudeste, Minas Gerais (87,2%) e So Paulo (68,4%) apresentavam os valores extremos, deixando o Rio de Janeiro em segundo (83,2%) e o Esprito Santo (69,9%) em terceiro. Cabe ressaltar que apesar de percentuais mais elevados de adequao, a Regio Sudeste concentrava 37,2% dos domiclios em aglomerados subnormais do pas com esgotamento sanitrio inadequado.

    Destino do lixo No Brasil, 3.072.121 (95,4%) de domiclios particulares

    permanentes em aglomerados subnormais possuam destinao de lixo adequada. Destes domiclios, 79,8% correspondiam coleta direta, e 20,2% coleta indireta atravs de caambas de servio de limpeza. Nos domiclios em aglomerados subnormais das regies Sul e Norte, destacavam- se os percentuais mais elevados de coleta direta de lixo por servio de limpeza (94,0% e 90,6%, respectivamente). As regies Centro-Oeste (74,9%), Sudeste (76,2%) e Nordeste (78,5%) apresentavam percentuais mais baixos de domiclios com coleta direta.

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  • SEROPDICA

    Em todo o Brasil, percebem-se valores elevados de adequao de destinao de lixo nos aglomerados subnormais. Este o servio que apresentava a menor variao entre as unidades da Federao. No Rio de Janeiro, o percentual de domiclios em aglomerados subnormais com destino do lixo adequado chegava era 96,3%, superando o Esprito Santo (95,2%), mas perdendo para Minas Gerais (96,4%) e So Paulo (98,8%) no contexto da Regio Sudeste.

    Energia eltrica No Brasil, 72,5% dos domiclios particulares permanentes em

    aglomerados subnormais (2.341.213) possuam energia eltrica de forma adequada. Na Regio Norte, Tocantins (74,9%), Par (74%) e Rondnia (68,8%) tinham as

    propores mais altas de adequao. Os demais estados apresentavam percentuais de adequao abaixo de 60% e em Roraima o valor era de apenas 15,8%, o menor do pas. A Regio Nordeste possua oito de seus estados com percentuais de adequao do fornecimento de energia eltrica aos domiclios acima de 75%, com destaque para Cear (92,8%), Maranho (91,3%) e Bahia (85,7%). Alagoas, por outro lado, apresentava 53,9% de adequao.

    Na Regio Sudeste, Minas Gerais tinha a maior proporo de domiclios em aglomerados subnormais com fornecimento adequado de energia eltrica (75,4%), enquanto So Paulo, a menor (65,9%). Na Regio Sul, o Rio Grande do Sul se destacava por ter a menor proporo de adequao (54,1%). Na Regio Centro-Oeste, Gois (82,8%), Mato Grosso (82,6%) e Mato Grosso do Sul (77,4%) possuam propores de adequao bem mais elevadas do que a verificada no Distrito Federal (45,3%).

    Em termos absolutos, So Paulo, Rio de Janeiro e Par somavam 515.552 domiclios particulares permanentes em aglomerados subnormais sem presena adequada de energia eltrica, o que correspondia a 58,9% de todos os domiclios do pas nesta situao. Entre os domiclios com inadequao no fornecimento de energia eltrica, cabe destacar que nos aglomerados subnormais 14,8% dos domiclios tinham fornecimento de energia eltrica por companhia distribuidora, mas no possuam medidor. Somente no estado de So Paulo o quantitativo chegava a 121.999 (48%) nesta situao. No estado do Rio de Janeiro, eram 96.400 (54,2%).

    Situao local Em 2010, Seropdica contava com 2.119 domiclios particulares

    ocupados em sete aglomerados subnormais, onde viviam 6.854 pessoas. Em 1.982 domiclios, a coleta de lixo era feita diretamente por servio de limpeza, e

    em 32 atravs de caamba de servio de limpeza. Em 105 domiclios, o lixo era queimado, enterrado ou jogado em terreno baldio, entre outras possibilidades inadequadas.

    A energia eltrica, em 1.407 domiclios, era fornecida por companhia distribuidora, com medidor de uso exclusivo do domiclio. Em 708 domiclios, a energia era fornecida de forma inadequada. No existia energia eltrica em quatro domiclios.

    O abastecimento de gua era feito adequadamente, atravs da rede geral de distribuio, em 2.069 domiclios. Formas inadequadas, como a utilizao de poo ou nascente dentro ou fora da propriedade, ou o armazenamento de gua da chuva, eram utilizadas em 50 domiclios.

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  • SEROPDICA

    O esgotamento sanitrio adequado distribua-se entre a rede geral de esgoto ou pluvial (em 926 domiclios) e fossa sptica (131 domiclios). Outros 1.052 utilizavam formas inadequadas como fossa rudimentar, rio, lago ou mar e valas. No dispunham de banheiro ou sanitrio dez domiclios.

    Gesto municipal A Pesquisa de Informaes Bsicas Municipais, conhecida como PIBM ou Munic,

    apurada pelo IBGE na totalidade dos municpios do pas desde a primeira edio, referente aos dados de 1999. Trata-se de pesquisa institucional e de registros administrativos da gesto pblica municipal, e se insere entre as demais pesquisas sociais e estudos empricos dedicados escala municipal.

    Nesta verso, est organizada em sete captulos em que so destacados aspectos relevantes da gesto e da estrutura dos municpios a partir dos seguintes eixos: recursos humanos das administraes municipais; articulaes interinstitucionais; educao; sade; habitao e gesto municipal; direitos humanos; e saneamento bsico, este indito at ento. O conjunto dessas informaes reflete as diferentes realidades do pas e possibilita identificar as carncias existentes nos municpios brasileiros, contribuindo, assim, para a democratizao da gesto pblica atravs da formulao e do aprimoramento de polticas diferenciadas para questes especficas de suas populaes.

    Foram divulgados os resultados referentes a 1999, 2001, 2002, 2004, 2005, 2006, 2008 e 2009. A partir dos dados mais recentes, publicados no final de 2012, sobre a base de dados de 2011, apresenta-se a seguinte evoluo do quadro de pessoal de Seropdica:

    Grfico 4: Evoluo do nmero de funcionrios do municpio 1999-2011

    10261293

    14971726

    2603

    2130

    1800 17411513

    0

    0

    0

    0 0

    00

    0

    0

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    1999 2001 2002 2004 2005 2006 2008 2009 2011

    Ano retratado na pesquisa do IBGE

    Seropdica Administrao Direta Administrao Indireta

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  • SEROPDICA

    O vnculo empregatcio dos servidores e funcionrios apresentou o seguinte

    comportamento:

    Grfico 5: Total de funcionrios da administrao direta por vnculo empregatcio 1999-2011

    236 230 230

    9811131 1131 1096 1066 978

    00 0

    0

    790 1063 1267

    7451472 999 704 675

    535

    000

    0 0

    0

    500

    1.000

    1.500

    2.000

    2.500

    3.000

    1999 2001 2002 2004 2005 2006 2008 2009 2011

    Ano retratado na pesquisa do IBGE

    Seropdica Estatutrios Celetistas Outros

    Governo eletrnico Nos dias atuais, a internet ostenta colocao destacada para qualquer atividade

    social. O uso de tecnologias de informao e comunicao na administrao pblica possibilita simplificar e otimizar os processos administrativos e eliminar formalidades e exigncias burocrticas que oneram o cidado e os prprios cofres pblicos. Seu uso propicia agilidade e transparncia, eficincia e flexibilidade.

    Para garantir o acesso a servios e informaes, o desenvolvimento do governo eletrnico passa por trs estgios diferentes. O primeiro consiste na criao de stios para difuso de informaes sobre os mais diversos rgos e departamentos dos vrios nveis de governo. Eventualmente, esses stios so caracterizados como portal oficial informativo.

    Num segundo estgio, estes stios passam tambm a receber informaes e dados por parte dos cidados, empresas e outros rgos. O usurio pode, por exemplo, utilizar a internet para declarar seu imposto de renda, informar uma mudana de endereo, fazer reclamaes e sugestes a diversas reparties ou, ainda, efetuar o cadastro online de sua empresa. Nesse mbito, o stio governamental passa a ter uma finalidade maior do que a meramente informativa, tornando-se interativo.

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  • SEROPDICA

    Na terceira etapa de implantao do e-government, as transaes se tornam mais complexas e o stio assume um carter transacional. Nesse estgio, so possveis trocas de valores que podem ser quantificveis, como pagamentos de contas e impostos, matrculas na rede pblica ou em educao distncia, marcao de consultas mdicas, compra de materiais etc. Em outras palavras, alm da troca de informaes, interaes ocorrem e servios anteriormente prestados por um conjunto de funcionrios passam a ser realizados diretamente pela internet.

    Essas modificaes tornam-se ainda mais complexas num quarto estgio de implantao do e-government, quando desenvolvido um tipo de portal que uma plataforma de convergncia de todos os servios prestados pelos governos. Os servios so disponibilizados por funes ou temas, sem seguir a diviso real do Estado em ministrios, secretarias estaduais, municipais, entidades etc. Assim, ao lidar com o governo, cidados e empresas no precisam mais se dirigir a inmeros rgos diferentes. Em um nico portal e com uma nica senha, qualificada como assinatura eletrnica (certificao digital), possvel resolver tudo o que precisam. Para tal, a integrao entre os diferentes rgos prestadores de informaes e servios imprescindvel, ou seja, esses devem realizar trocas de suas respectivas bases de dados numa velocidade capaz de garantir o atendimento ao cidado. Esse recurso exige informaes de uma srie de rgos que, interligados por uma infraestrutura avanada, conseguem atender demanda do cidado em tempo real. Nesse ltimo estgio, ainda fora da realidade dos municpios do Rio de Janeiro, o stio qualificado como integrativo.

    Este tpico tem por objetivo analisar e avaliar o contedo dos stios oficiais por meio de pesquisa realizada entre abril e maio de 2012. Para efeito dos resultados da pesquisa, no foram considerados os stios que no existiam, estavam em construo, em reformulao, manuteno ou com mensagem de erro, nem a capital 17.

    Os principais problemas encontrados, mais uma vez, foram stios com navegao deficiente, links inativos ou com mensagem de erro, cones inoperantes 18 e dificuldade em localizar informaes ou servios. Alguns desses, apesar de constarem na pgina, no esto disponveis, e um grande nmero de informaes se apresenta terrivelmente defasado, s vezes por margem de at uma dcada.

    Deve-se destacar que, em 2002, havia apenas 42 municpios fluminenses na web. Edies anteriores deste Estudo vm acompanhando e avaliando, desde 2006, o nvel de abrangncia do contedo e dos servios dos stios municipais. Em 2011, de acordo com o levantamento efetuado, dos 91 municpios objetivados, 84 mantinham stios ativos. Em 2012, em fins de maio, esse nmero caiu para 79 stios ativos, recuo preocupante tendo em vista as exigncias da Lei Complementar 131, que determina a disponibilizao, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios. De

    17 - Essa ltima no faz parte do escopo dos Estudos. Em maio de 2012, os stios de Carmo, Rio das Flores e So Jos de Ub estavam indisponveis. Miracema, Queimados e Vassouras, em manuteno ou reformulao. O stio de Itaocara, em desenvolvimento. No foram localizados stios oficiais de Cambuci, Engenheiro Paulo de Frontin, So Fidlis, Seropdica e Varre-Sai. 18 - possvel que algumas falhas j tenham sido solucionadas pelos stios municipais, dada a dinmica da internet. At mesmo stios que no estavam operacionais podero estar acessveis de um dia para o outro. O contrrio tambm verdadeiro: informaes e servios que estavam disponveis nos portais, subitamente, tornam-se inacessveis.

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  • SEROPDICA

    acordo com o prazo estabelecido na lei, a partir de maio de 2013 seu cumprimento ser obrigatrio para todo o conjunto dos municpios brasileiros.

    Resultados da pesquisa Na sequncia, apresentado o desempenho do conjunto do estado e das

    diversas regies administrativas para, em seguida, fazer-se um comparativo do municpio ante os demais de sua regio.

    Para classificao das categorias, denominadas estgios informativo, interativo e transacional, foi considerado bom o desempenho do stio que obteve aproveitamento superior a 70% dos quesitos; regular, na faixa descendente at 50%; sofrvel, at 30%; e insuficiente, quando abaixo desse ltimo. O stio de cada prefeitura foi avaliado de acordo com o quantitativo de temas disponveis em relao ao total dos quesitos da categoria.

    No conjunto das regies, os servios informativos continuam predominando, com uma performance regular. Novamente, houve evoluo na oferta de servios interativos, mas, como se ver adiante, o conjunto obteve apenas 27% de aproveitamento nessa categoria, considerado insuficiente.

    Em relao a esse estgio, Angra dos Reis, Petrpolis e Volta Redonda conservaram o bom desempenho registrado na pesquisa anterior. Barra Mansa, Mag, Niteri, Pinheiral, So Gonalo e Rio das Ostras apresentaram stios de qualidade regular. Todos os demais municpios tiveram desempenho insuficiente ou sofrvel nos servios oferecidos.

    Na segunda quinzena de maio de 2012, quando foi concluda a pesquisa, eram 52 as municipalidades a oferecer alguma transao em seus stios, mostrando evoluo significativa em relao a 2011, quando 43 prefeituras disponibilizavam na internet esse tipo de servio, e, sobretudo, em relao a 2010, quando no passavam de 27. O aumento da oferta deve-se, sobretudo, adoo da Nota Fiscal Eletrnica por diversos municpios e disponibilizao de link para acesso ao sistema de Registro Integrado (Regin) da Junta Comercial (Jucerja) com vistas abertura ou regularizao de empresas.

    H um longo caminho a ser percorrido: apesar de websites interativos e transacionais estarem disponveis no mercado para todo tipo de comrcio, com segurana e privacidade, a integrao dos sistemas das bases de dados tarefa complexa. Mais fcil e rapidamente se executa e se mantm um stio com informaes confiveis e atualizadas, oferecendo um leque mnimo de opes para o cliente internauta: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma organizao, todas as organizaes existentes na localidade e ainda as que para ali podero migrar, qualquer um em qualquer lugar.

    No estgio informativo da pesquisa, so definidos 19 temas autoexplicativos. Todas as 79 prefeituras analisadas apresentaram algum resultado nessa categoria, mas seu conjunto somente atingiu 58% de aproveitamento no total de servios elencados, imputando novamente classificao regular ao grupo.

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  • SEROPDICA

    Na comparao por regies do estado, foi verificado que houve melhora da qualidade da informao das pginas municipais, com aumento de quatro pontos percentuais em relao ao ano anterior.

    Tabela 1: Rendimento dos stios municipais Estgio Informativo Regies - 2012

    O Mdio Paraba e a Regio da Costa Verde (esta regio formada por apenas

    trs municpios) lideram o estgio informativo da pesquisa, com 70% de atendimento dos quesitos, alcanando bom desempenho. Com resultado regular, seguem-se o Norte Fluminense, com 66%, a Regio Metropolitana, com 59%, e as Baixadas Litorneas, com 56%.

    Ainda regular, mas j prximo ao conceito de sofrvel, o Centro-Sul apresentou ndice 53%, e a Regio Serrana, 52%. A nica regio com pontuao abaixo de 50%, em 2012, foi o Noroeste Fluminense, com sofrveis 35% de atendimento nesse estgio da pesquisa.

    Notcias esto presentes em 76 dos 79 stios avaliados. Na sequncia, os temas mais frequentes so Estrutura Administrativa, Histria e Legislao municipal. O menos encontrado Trnsito, uma vez que somente 11 municpios disponibilizam informaes sobre esse item.

    Ainda nessa categoria, cinco municpios atenderam a 100% dos quesitos: Angra dos Reis, Maca, Petrpolis, Porto Real e Volta Redonda. Outros 11, espalhados por diversas regies, tiveram bom desempenho. O destaque negativo, mais uma vez, ficou por conta da Regio Noroeste Fluminense, onde nenhum stio alcanou ndice igual ou superior a 70%.

    No estgio interativo, foram definidos 18 temas, tambm autoexplicativos. Com performance insuficiente na maior parte das regies, permanece o desafio de se obter

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  • SEROPDICA

    algum formulrio ou realizar um cadastro simples. Houve, no entanto, melhora significativa em alguns percentuais. A Regio da Costa Verde passou de 44% para 54%, indo do conceito sofrvel ao regular. O Mdio Paraba alcanou sofrveis 35%; na pesquisa anterior, no passara de insuficientes 28%. A Regio Metropolitana chegou a 29%, seguida do Centro-Sul Fluminense, com 24%, e das Baixadas Litorneas, com 23%. A Regio Serrana e o Norte Fluminense apresentaram resultados semelhantes: 21% e 20%, respectivamente. O Noroeste Fluminense registrou 13% (9% na pesquisa do ano anterior).

    Predomina o servio de Ouvidoria, estando presente em 93% dos stios pesquisados. Outros servios preferencialmente disponibilizados referem-se aos principais tributos municipais ISS e IPTU seguidos de Licitaes e Concursos.

    Por outro lado, Iluminao Pblica, Transportes, Sade, Vigilncia Sanitria, Habitao e gua e Esgoto, alm de tributao Simples, so oferecidos por menos de dez municpios em seus stios oficiais.

    Tabela 2: Rendimento dos stios municipais Estgio Interativo Regies - 2012

    Em relao aos 37 quesitos resultantes da soma do estgio informativo e do interativo, apenas seis dentre os 79 municpios analisados tiveram aproveitamento superior a 70%. Pela ordem, Petrpolis, Volta Redonda, Angra dos Reis, So Gonalo, Barra Mansa e Rio das Ostras mostraram esse bom desempenho. Outros 12 municpios fluminenses Maca, Porto Real, Resende, Campos dos Goytacazes, Quissam, Paracambi, Niteri, Mangaratiba, Mesquita, Nova Iguau, Trs Rios e Mag ficaram na faixa entre 50% e 70%; 44 stios no atingiram 50%, enquanto 17 nem chegaram a 30%.

    Tanto no estgio informativo quanto no interativo h forte varincia intrarregional, o que ser objeto da anlise a seguir.

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  • SEROPDICA

    A Regio Metropolitana permaneceu com a 4 maior pontuao no atendimento aos quesitos listados no estgio informativo dos stios municipais. No interativo, mais uma vez, ficou com a terceira. No foram analisados, pelos motivos j citados, os stios de Queimados, Seropdica e Rio de Janeiro.

    Quanto ao estgio informativo, todos os quesitos receberam pontuao. Notcias e Estrutura Administrativa foram os mais freqentes e estiveram ausentes de apenas um stio. Informaes sobre Trnsito foram apresentadas por somente dois municpios.

    Com boa performance, So Gonalo mais uma vez atendeu a 95% dos quesitos, frente de Paracambi e Tangu, com 84% de aproveitamento, Mesquita e Nova Iguau, com 74%. Oito municpios (Duque de Caxias, Guapimirim, Itabora, Mag, Maric, Nilpolis, Niteri e So Joo de Meriti) apresentaram stios regulares, com mais de 50% dos quesitos atendidos. Belford Roxo teve desempenho sofrvel, com pontuao de 42%. Japeri, com 26%, e Itagua, com 11% (somente dois quesitos), apresentaram rendimento insuficiente.

    Tabela 3: Rendimento dos stios municipais Estgio Informativo Regio Metropolitana - 2012

    Quanto ao estgio interativo, Ouvidoria foi o servio mais oferecido, estando

    presente em 88% dos portais. Nenhum municpio pontuou em Simples, Sade e Transportes.

    So Gonalo (61%), Niteri (56%) e Mag (50%) alcanaram as maiores pontuaes, de conceito regular. Maric e Nilpolis, com 39%, tiveram desempenho sofrvel, e todos os demais municpios da regio apresentaram resultado insuficiente.

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  • SEROPDICA

    Duque de Caxias, Mesquita, Nova Iguau e Paracambi obtiveram 28%, seguidos de Itabora, Itagua e So Joo de Meriti, com 22%. Japeri permaneceu em 17%, e Tangu, em 11%. Belford Roxo e Guapimirim ofereciam, nessa categoria, apenas um servio, registrando o baixo percentual de 6%.

    Tabela 4: Rendimento dos stios municipais Estgio Interativo Regio Metropolitana - 2012

    O principal problema encontrado em stios da regio so servios anunciados que

    no funcionam: em Belford Roxo, IPTU e protocolo; em Japeri, portal da transparncia e o link para o sistema de registro integrado da Junta Comercial; em Nilpolis, o banco de empregos. O stio de Maric continha reas, como Educao e Sade, ainda em construo. Niteri no tinha link para as fundaes municipais de sade e educao. O stio de Paracambi apresentava, entre outras falhas, pginas com textos em latim. A maior parte das informaes sobre Tangu acessvel por meio dos links para os stios do IBGE e da Agenda 21, este mantido pela Companhia do Plo Petroqumico Comperj.

    Para o estgio transacional, a pesquisa testou se os stios municipais possibilitam a realizao de cinco 19 tipos de transaes diferentes. Dos 79 municpios analisados, 52 apresentavam algum servio transacional, um aumento de dez pontos percentuais em relao ao ano anterior. Confirmando o avano nesse estgio, pela primeira vez mais da metade das prefeituras com stios ativos foi capaz de disponibilizar alguma transao via web.

    19 - Cabe citar um servio, que no integra o escopo da pesquisa, apresentado pela prefeitura de Barra Mansa: o Planejamento Online, dirigido a engenheiros e arquitetos, para encaminhamento, anlise e aprovao de projetos via internet.

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  • SEROPDICA

    Tabela 5: Rendimento dos stios municipais Estgio Transacional - 2012

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  • SEROPDICA

    A Nota Fiscal Eletrnica estava disponvel em 44 dos stios analisados (eram 28 no ano passado), em contraste com o servio de Educao/Matrcula Online, disponibilizado em apenas quatro municpios. O segundo servio mais oferecido foi Consulta Prvia/Alvar Provisrio, presente em 27 municpios. Na sequncia, aparecem Emisso de Certido Negativa de Dbito e Licitao e Prego, com 16 e 10 incidncias, respectivamente.

    Nenhum municpio pontuou em todos os quesitos desse estgio. Angra dos Reis, Barra Mansa, Cabo Frio, Petrpolis, Resende e So Gonalo obtiveram bom desempenho, com 80% de aproveitamento no total de servios oferecidos. Com regulares 60% de aproveitamento, ficaram em 2 lugar Barra do Pira, Maca, Mesquita, Nova Iguau, Porto Real e Volta Redonda.

    Um bloco de 19 municpios atingiu sofrveis 40%: Araruama, Armao dos Bzios, Bom Jesus do Itabapoana, Campos do Goytacazes, Cantagalo, Itabora, Itaperuna, Itatiaia, Maric, Mendes, Nova Friburgo, Paty do Alferes, Quissam, Rio das Ostras, So Francisco de Itabapoana, So Joo de Meriti, So Pedro da Aldeia, Trs Rios e Valena. Os demais 21 municpios ofereceram apenas um dos servios elencados, tendo obtido insuficientes 20% de aproveitamento nesse estgio mais avanado de governo eletrnico.

    Enfatizamos que o principal objetivo do governo eletrnico promover o acesso informao e prestao de servios pblicos atravs dos websites oficiais. Essa pesquisa tem por finalidade acompanhar o grau de participao das prefeituras do estado do Rio de Janeiro nesse processo de desburocratizao eletrnica. Resta evidente que o uso dessa ferramenta uma providncia importante e irreversvel no mundo moderno.

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  • SEROPDICA

    III - INDICADORES SOCIAIS Este captulo traz os indicadores de educao, sade, mercado de trabalho e

    renda, to importantes para a populao. Particularmente, o quadro educacional do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e de cada municpio fluminense constante objeto de preocupao de gestores e analistas de polticas pblicas.

    Providncias institucionais para melhoria do quadro da educao vm sendo tomadas, cujos resultados ainda se faro conhecer no futuro. Em nvel nacional, uma nova poltica de educao vem sendo implementada desde 2007, com o Plano de Desenvolvimento da Educao PDE. A promulgao da Emenda Constitucional n 59, de 11 de novembro de 2009, visou a assegurar a universalizao das matrculas na Educao Bsica e a qualidade da educao, atravs de trs medidas: o fim gradual da Desvinculao de Receitas da Unio (DRU), que assegurar mais recursos para o financiamento educacional; a ampliao da abrangncia dos programas suplementares para todas as etapas da Educao Bsica, mantendo consonncia com o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao FUNDEB, o Plano de Desenvolvimento da Educao e os Planos de Aes Articuladas PAR 20; e a obrigatoriedade de oferta pblica da pr-escola ao Ensino Mdio.

    Em nvel estadual, aps trs anos de discusso, o Rio de Janeiro apresentou um plano abrangente e com fora de lei para nortear as polticas educacionais. Em conjunto, a Secretaria de Estado de Educao SEEDUC, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ALERJ e entidades civis formularam o Plano Estadual de Educao PEE/RJ, sob a gide da Lei Estadual n 5.597, de 18 de dezembro de 2009, com propostas concretas para melhorar a educao. O plano, todavia, parece ter perdido impulso j em 2010, em virtude de mudanas no comando da pasta e subsequente estabelecimento do novo Programa de Educao do Estado. O assunto abordado mais adiante neste captulo.

    Resultados de comparativos e exames internacionais e nacionais A divulgao de estatsticas internacionais apresentada antes dos resultados

    nacionais para se obter uma perspectiva da situao do pas em relao ao resto do mundo. Posteriormente, so focados os indicadores do estado e do prprio municpio em estudo.

    Education for All EFA Global Monitoring Report No Frum de Educao Mundial de 2000, realizado em Dakar, no Senegal, 164

    pases se comprometeram a tomar seis medidas para melhorar o ensino em suas escolas at 2015: garantir o acesso aos cuidados e educao para a primeira infncia; garantir a educao primria universal; criar oportunidades aprimoradas de aprendizado para jovens e adultos; gerar um aumento de 50% em taxas de alfabetizao de adultos; promover a 20 - Vide edio 2009 deste Estudo para mais informaes sobre PDE e PAR.

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  • SEROPDICA

    igualdade de gnero; e melhorar todos os aspectos da qualidade da educao. Esse compromisso foi ratificado quando da Declarao da ONU de 2002, que definiu os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio, abordados na edio de 2005 deste Estudo Socioeconmico.

    No Relatrio de Monitoramento Global de 2011, feito pela Unesco 21 com base em dados de 2008 gerados pelos prprios pases, o Brasil permanece como no ano anterior: na 88 colocao no ndice de Desenvolvimento do Educao para Todos (Education for All EFA), abaixo daquela referente a 2006. No Relatrio de 2012, o Brasil citado quando se analisa temas relativos a juventude, trabalho e habilidades mas, dos dados referentes ao EFA 2010 22, o pas no consta dentre os 120 pases reportados.

    Esse ndice se baseia em indicadores das quatro medidas que podem ser mais facilmente mensuradas: educao primria universal, alfabetizao de adultos, qualidade (utilizando como indicador a taxa de permanncia dos alunos at a 5 srie) e paridade de gnero.

    Pisa Programme for International Student Assessment A Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico OCDE vem

    buscando melhorar os indicadores internacionais de desempenho educacional. Para tanto, uma de suas iniciativas o Pisa: uma avaliao internacional padronizada para estudantes de 15 anos de idade que vem sendo realizada a cada trs anos, com a participao de 43 pases em 2000, 41 em 2003 e 57 em 2006. Para a quarta avaliao, em 2009, 67 pases foram inscritos. Em cada pas, uma mostra expressiva de estudantes foi submetida aos testes, que medem o desempenho dos alunos nas reas de leitura, matemtica e cincias. Abaixo segue o mapa dos inscritos na avaliao Pisa 2009.

    Grfico 6: Participantes do Pisa em 2009

    Nota: Da China participam apenas Xangai, Macau e Hong Kong.

    21 - Para maiores informaes, consulte http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/ED/pdf/gmr2011-efa-development-index.pdf, acesso em 02.09.2011. 22 - Para maiores informaes, consulte http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002180/218003e.pdf e http://www.orealc.cl/informe-ept-2012/?lang=en, acesso em 10.01.2013.

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  • SEROPDICA

    O Brasil, mesmo no sendo membro da OCDE, participou de todos os exames do Pisa, sob a coordenao do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP. Os desempenhos alcanados pelo pas foram sofrveis, como j apresentados em edies anteriores deste Estudo. Em 2009, cerca de 20 mil estudantes brasileiros nascidos em 1993 responderam s provas.

    A educao brasileira evoluiu 33 pontos entre os exames do Pisa de 2000 e de 2009. Resultado superior foi obtido apenas pelo Chile, que teve um salto de 37 pontos, e por Luxemburgo, que cresceu 38 pontos. No ano 2000 23, a mdia brasileira era de 368 pontos, contra os 401 registrados em 2009.

    Apesar da melhora, o Brasil ainda ocupa o 53 lugar no ranking geral, num total de 65 pases que fizeram o exame. Os alunos brasileiros ficaram em 53 em cincias e leitura (superando Argentina, Panam e Peru na Amrica Latina, mas atrs de Chile, Uruguai, Mxico e Colmbia) e em 57 em matemtica. No ranking geral dos pases avaliados na Amrica Latina, o Brasil fica frente de Argentina e Colmbia, mas aparece 19 pontos atrs do Mxico (49), 26 pontos do Uruguai (47) e 38 do Chile (45).

    Quando se fala do mau desempenho brasileiro no Pisa, costuma-se mencionar a quantidade de alunos nos nveis mais baixos de proficincia. A escala avaliativa, usada para medir a dificuldade da questo e a nota dos alunos, comporta sete nveis de proficincia: 1b, 1a, 2, 3, 4, 5 e 6, sendo 1b o mais baixo e 6, o maior. Na prova de leitura, 40% dos alunos tiraram no mximo nota 2. Tome-se, ainda, quem est fora da escola ou em situao de atraso escolar (alunos de 15 anos que no chegaram 7 srie), que no Brasil corresponde a 19,4% da populao na faixa etria avaliada; a soma do contingente fora da escola com o de baixa proficincia d 59,4%. Ou seja: seis em cada dez jovens de 15 anos ou no rene condies para fazer a prova ou no capaz de compreender textos relativamente simples.

    Na comparao da avaliao Pisa entre os estados, em 2006, o Distrito Federal ocupou a 1 colocao no ranking, com 435,7 pontos, seguido pelos trs estados da Regio Sul, Rio de Janeiro (409,7), Minas Gerais, Sergipe e Esprito Santo. Em 2009, o Distrito Federal continua na 1 posio, ora com 439 pontos, seguido pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paran, Esprito Santo, So Paulo, Rio de Janeiro (408 pontos), Mato Grosso do Sul e Gois. Todos estes estados, em 2009, ficaram acima da mdia brasileira, de 401 pontos totais no Pisa.

    Os resultados do PISA 2012 sero divulgados pela OCDE em 2013.

    ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica IDEB H longa data o MEC implementou sistemas de avaliao de desempenho

    educacional. Em 2007, apresentou o primeiro IDEB, relativo a 2005. Ele um indicador sinttico de qualidade educacional que combina dois indicadores usualmente utilizados para monitorar nosso sistema de ensino: desempenho em exames padronizados e

    23 - Fontes: acesso a http://www.oecd.org/document/61/0,3746,en_32252351_32235731_46567613_1_1_1_1,00.html#Country_notes, a http://www.sic.inep.gov.br/es/component/content/article/923-brasil-brasil-esta-entre-os-paises-que-mais-crescem-no-pisa-e-cumpre-meta-do-pde e ainda, In SALLA, Fernanda, http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/pisa-alem-ranking-621959.shtml?page=all. Em 05.09.2011.

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  • SEROPDICA

    rendimento escolar (taxa mdia de aprovao dos estudantes na etapa de ensino). O indicador final a pontuao no exame padronizado (Prova Brasil) ajustada pelo tempo mdio, em anos, para concluso de uma srie naquela etapa de ensino. A proficincia mdia padronizada para o IDEB estar entre zero e dez.

    Para o conjunto do pas, a proposta do Plano de Metas da Educao que os resultados do IDEB dos anos iniciais do Ensino Fundamental passem de 3,8 em 2005 para 6,0 em 2021; de 3,5 para 5,5 nos anos finais do Ensino Fundamental; e de 3,4 para 5,2 no Ensino Mdio. As metas abrangem cada dependncia administrativa, com desafios para todas as redes de ensino.

    No caso do estado do Rio de Janeiro, o IDEB da rede estadual dos anos iniciais do Ensino Fundamental EF deve passar dos 3,8 de 2005 para 6,0 em 2021; de 2,9 para 4,9 nos anos finais, e de 2,8 para 4,6 no Ensino Mdio. Os resultados do IDEB 2005 serviram como referncia para as metas futuras, j havendo a segunda avaliao de 2007, a terceira, de 2009, e a quarta, de 2011, cujos resultados foram divulgados em 2012. De acordo com o INEP, o quadro geral do estado do Rio de Janeiro o seguinte:

    Tabela 6: Notas mdias do IDEB RJ 2005 a 2011

    Anos Iniciais do EF Anos Finais do EF Ensino Mdio 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011 IDEB global

    RJ 4,3 4,4 4,7 5,1 3,6 3,8 3,8 4,2 3,3 3,2 3,3 3,7 Meta global

    RJ - 4,4 4,7 5,1 - 3,6 3,8 4,1 - 3,3 3,4 3,6

    Observa-se que a meta no foi atingida no Ensino Mdio, em 2007 e em 2009. Os graus alcanados foram beneficiados pela rede privada. Nacionalmente, as metas, em geral, vm sendo cumpridas pelas redes estaduais e so mais ambiciosas que aquelas estabelecidas para as escolas fluminenses, como demonstram as tabelas que se seguem:

    Tabela 7: Notas mdias do IDEB rede estadual RJ 2005 a 2011

    Anos Iniciais do EF Anos Finais do EF Ensino Mdio 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011

    IDEB da rede

    estadual RJ 3,7 3,8 4,0 4,3 2,9 2,9 3,1 3,2 2,8 2,8 2,8 3,2

    Meta RJ - 3,8 4,1 4,5 - 2,9 3,1 3,3 - 2,8 2,9 3,1

    Meta BR - 4,0 4,3 4,7 - 3,3 3,5 3,8 - 3,1 3,2 3,4

    Tabela 8: Notas mdias do IDEB rede privada RJ 2005 a 2011

    Anos Iniciais do EF Anos Finais do EF Ensino Mdio 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011 2005 2007 2009 2011

    IDEB da rede privada

    RJ 5,7 5,9 5,9 6,3 5,5 5,5 5,7 5,7 5,1 5,4 5,7 5,5

    Meta RJ - 5,8 6,1 6,4 - 5,5 5,6 5,9 - 5,2 5,2 5,4

    Meta BR - 6,0 6,3 6,6 - 5,8 6,0 6,2 - 5,6 5,7 5,8

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  • SEROPDICA

    O nvel de acompanhamento dos resultados do IDEB chega s redes municipais e a todas as escolas pblicas do Ensino Fundamental, uma vez que cada uma delas tem suas metas individualizadas.

    H um longo caminho a trilhar na melhoria do ensino pblico fluminense. Para o primeiro segmento do Ensino Fundamental, em 2007, os objetivos no foram atingidos pela rede municipal de 24 municpios (de 91 avaliados) e pela rede estadual de outros 42 (de 77 avaliados). Para o segundo segmento do EF (alunos concluintes, portanto), 45 redes municipais (de 83 avaliadas) e 77 estaduais (de 90 avaliadas) no lograram atingir a meta.

    Quando se compara aos resultados de 2009, o quadro no apresenta melhoras: para os anos iniciais do EF, os objetivos no foram atingidos pela rede municipal de 31 municpios (de 91 avaliados) e pela rede estadual de 42 (de 69 avaliados). Os anos finais do EF tiveram 34 redes municipais (de 80 avaliadas) e 65 redes estaduais (de 90 avaliadas) com ndice abaixo da meta preestabelecida.

    Os resultados de 2011 revelam uma notcia ainda pior. Nos anos iniciais do EF, 48 municpios fluminenses (de 91 avaliados) ficaram abaixo das metas projetadas em suas redes prprias. Nas redes estaduais localizadas nos municpios, de 52 que tiveram suas avaliaes divulgadas, 35 no alcanaram as metas. Nos anos finais do EF, 34 redes municipais no cumpriram suas metas, entre 77 que tiveram avaliao divulgada. Nas redes estaduais, de 89 avaliadas, 63 tambm falharam.

    Seropdica apresentou o seguinte quadro nas quatro edies do IDEB:

    Tabela 9: Notas mdias e variao do IDEB do Ensino Fundamental rede municipal local 2005 a 2011

    Tabela 10: Notas mdias e variao do IDEB do Ensino Fundamental rede estadual local 2005 a 2011

    Para conhecer os resultados e as metas de cada escola individualmente, inclusive

    para os prximos anos, deve-se acessar o stio http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/.

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  • SEROPDICA

    Exame Nacional do Ensino Mdio ENEM Criado em 1998, o ENEM tem o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao

    fim da escolaridade bsica. O exame destina-se aos alunos que esto concluindo (concluintes) ou que j concluram o Ensino Mdio em anos anteriores (egressos). O ENEM utilizado como critrio de seleo para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Alm disso, cerca de 500 universidades j usam o resultado do exame como critrio de seleo para o ingresso no Ensino Superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.

    O ENEM 2011 teve a participao de mais de 5,3 milhes de alunos, acima de 2 milhes de participantes a mais que no ENEM 2010. So Paulo o estado com o maior nmero de inscritos: 901.354 candidatos. Em seguida, aparecem Minas Gerais (607.838), Bahia (424.525) e Rio de Janeiro (335.709). Participaram alunos de 24.842 escolas de todo o pas. Entre os participantes do ENEM 2011, apenas 28% declararam estar concluindo o Ensino Mdio em 2011. O exame aplicado naquele ano foi composto por redao e provas objetivas em quatro reas do conhecimento: Linguagens e Cdigos, Cincias Humanas, Cincias da Natureza e Matemtica.

    A divulgao das mdias do ENEM tem se revelado como importante elemento de mobilizao em favor da melhoria da qualidade do ensino, auxiliando professores, diretores e demais dirigentes educacionais na reflexo sobre deficincias e boas prticas no mbito da escola, dado que possvel avaliar o desempenho obtido pelos alunos em cada rea de conhecimento.

    O INEP no mais divulga nota global por municpio ou por rede. Somente se pode conhecer o resultado de cada escola individualmente, acessando o stio http://sistemasenem2.inep.gov.br/enemMediasEscola/.

    Ainda que a participao das escolas seja macia, o INEP alerta para a variao no percentual de alunos que fazem as provas em cada escola. Para minimizar os efeitos da no obrigatoriedade, toma-se o cuidado de divulgar mdias de desempenho apenas das escolas que tiveram ao menos 10 alunos concluintes presentes no exame. O instituto tambm utiliza mtodo de correo estatstica que simula a nota mdia do estabelecimento caso todos os alunos matriculados nas sries finais do Ensino Mdio tivessem realizado a prova. Ainda assim, a tendncia a de que escolas com baixo percentual de participantes, em relao ao total de concluintes matriculados, apresentem resultados mais instveis.

    Educao no Estado do Rio de Janeiro De acordo com a Secretaria de Estado de Educao SEEDUC, o Programa de

    Educao do Estado contempla a atualizao e a valorizao dos professores; a construo de novas escolas e a melhoria na infraestrutura das unidades escolares j existentes; um currculo mnimo para cada disciplina; o processo seletivo para funes estratgicas da rea pedaggica e a criao das carreiras de Gestor e Tcnico de Educao.

    32

  • SEROPDICA

    Principais metas da SEEDUC: Estar entre as cinco primeiras posies no ranking de educao nacional at 2014; Estabelecer processo seletivo para funes pedaggicas estratgicas a

    avaliao acontecer em quatro etapas: anlise curricular, prova, entrevista e treinamento;

    Reviso de licenas mdicas e cedidos o objetivo resgatar para as salas de aula cerca de dez mil docentes que esto licenciados, cedidos a outros rgos ou ocupando funes administrativas.

    Sobre o corpo docente e funcionrios administrativos: Currculo mnimo so diretrizes institucionais sobre os contedos,

    competncias e habilidades a serem desenvolvidas no processo de ensino-aprendizagem em todas as escolas da rede estadual;

    Remunerao varivel avaliao e bonificao dos professores de acordo com o desempenho da escola. Sero considerados o fluxo escolar, o rendimento do aluno e a infraestrutura das escolas. O docente que conseguir atingir o limite mximo das metas poder receber at trs salrios a mais por ano. O investimento poder chegar a R$ 140 milhes;

    Auxlio qualificao para professores os docentes que estiverem em sala de aula recebero um carto pr-pago, no valor de R$ 500, para utilizao em bens pedaggico-culturais. O investimento esperado de aproximadamente R$ 25 milhes;

    Auxlio transporte apoio financeiro, no contracheque, para custos com deslocamento dos professores e dos funcionrios administrativos que estejam lotados nas unidades escolares. O custo anual ser de R$ 68 milhes;

    Escola SEEDUC ser criada uma escola onde os professores podero se aprimorar, com cursos especficos. Tambm haver um consrcio com universidades para a formao continuada do docente. A meta certificar cerca de dez mil professores por semestre.

    Em relao aos alunos: Aulas de reforo nos contraturnos apoio pedaggico para alunos com

    dificuldade de aprendizagem;

    Orientao vocacional iniciativa voltada a estudantes do Ensino Mdio; Diminuio da defasagem idade-srie reduzir os ndices de repetncia. Unidades escolares: Metas especficas para cada unidade escolar os objetivos a serem alcanados

    sero definidos de acordo com a realidade de cada escola. O Rio de Janeiro contar com um ndice prprio, o IDERJ (ndice da Educao Bsica do Rio de Janeiro), com o objetivo de acompanhar e aferir o progresso dos estudantes;

    33

  • SEROPDICA

    Diagnstico da infraestrutura das escolas a SEEDUC, em parceria com a Empresa de Obras Pblicas do Estado EMOP, preparou um levantamento com as necessidades estruturais identificadas em todas as unidades escolares.

    Quadro da educao no RJ Em um breve resumo sobre a situao da estrutura educacional no estado do Rio

    de Janeiro, com referncia ao ano de 2011 24, verifica-se que: Com relao quantidade de escolas: - Para o Ensino Infantil, h 3.313 estabelecimentos de creche e a rede pblica

    responde por 46% deles. A pr-escola soma 6.140 estabelecimentos, 51% da rede pblica; - o Ensino Fundamental disponibilizado em 7.759 escolas, das quais 61% so

    pblicas; - o Ensino Mdio encontrado em 2.124 escolas, 55% delas pertencentes rede

    pblica. No que diz respeito ao corpo docente: - Em 2011, a estrutura educacional dispunha de 225 mil professores 25. Um total de

    9.857 deles lecionava na creche e 21.336, na pr-escola. Outros 119.864 lecionavam no Ensino Fundamental, e 45.358 profissionais davam aulas no Ensino Mdio.

    - O corpo docente municipal representa 45% dos professores da creche, 51% da pr-escola e 47% do Ensino Fundamental. A rede estadual tem 18% do corpo docente do Ensino Fundamental e 67% do Ensino Mdio.

    Quanto evoluo das matrculas iniciais: - A Educao Infantil disponibilizou 502 mil matrculas. Cursam a rede pblica 57%

    do total de 164 mil alunos de creche e 59% dos 338 mil estudantes de pr-escola. - O Estado do Rio de Janeiro teve 2,3 milhes de estudantes matriculados no

    Ensino Fundamental. No ltimo ano, houve recuo de 142 mil matrculas em relao a 2006. Prossegue o processo de reduo da participao da rede estadual, com significativo avano da rede particular nesse nvel educacional.

    Tabela 11: Distribuio de matrculas por rede no Ensino Fundamental 2006 a 20111

    Dependncia Administrativa 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Federal 0,4% 0,5% 0,4% 0,4% 0,5% 0,5% Estadual 21,3% 21,0% 19,4% 18,6% 17,6% 16,1% Municipal 59,7% 61,8% 59,2% 59,2% 58,3% 57,7% Particular 18,6% 16,7% 21,0% 21,8% 23,6% 25,7%

    N total de alunos do Ensino Fundamental 2.425.991 2.307.714 2.387.714 2.353.532 2.305.338 2.277.461

    24 - Fonte: Inep/MEC. 25 - O mesmo docente pode atuar em mais de um nvel/modalidade de ensino e em mais de um estabelecimento. Esse critrio serve para as demais informaes relativas aos quantitativos de corpo docente.

    34

  • SEROPDICA

    O ano de 2011 tambm apresentou recuo no total de alunos matriculados no Ensino Mdio em nosso estado. Nos ltimos seis anos, foi expressiva a queda no total das matrculas, um contingente superior a 122 mil estudantes.

    Tabela 12: Distribuio de matrculas por rede no Ensino Mdio 2006 a 2011

    Dependncia Administrativa 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    Federal 1,7% 1,9% 2,0% 2,2% 2,4 2,4 Estadual 80,9% 83,2% 79,9% 79,4% 76,8% 77,1% Municipal 1,4% 1,6% 1,5% 1,3% 1,1 1,0 Particular 16,0% 13,3% 16,6% 17,1% 17,7% 19,5%

    N total de alunos do Ensino Mdio 731.754 642.769 656.228 635.418 623.549 609.680

    O grfico a seguir indica claramente os picos de repetncia ocorridos nas antigas

    1 e 5 sries do Ensino Fundamental, bem como da 1 srie do Ensino Mdio. Por conta da adoo parcial do Sistema de Ciclos de Aprendizagem, mais conhecido como Progresso Continuada, ou de modelo hbrido de Sistemas Seriado e de Ciclos, houve uma disperso do degrau at ento existente dessas mesmas sries para as imediatamente seguintes tanto na rede estadual quanto na rede de muitos municpios.

    A evaso escolar tambm ilustrada com a reduo continuada que se observa, de um ano para o outro, nas demais sries. Basta observar o quantitativo da 2 srie de um determinado ano e acompanhar a reduo do nmero de matrculas que se segue a cada ano seguinte na srie imediatamente superior.

    Grfico 7: Total das matrculas nos Ensinos Fundamental e Mdio 2000 a 2011

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    350.000

    400.000

    450.000

    500.000

    Nova 1Srie

    1 Srieantiga

    2 Srieantiga

    3 Srieantiga

    4 Srieantiga

    5 Srieantiga

    6 Srieantiga

    7 Srieantiga

    8 Srieantiga

    1 SrieMdio

    2 SrieMdio

    3 SrieMdio

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

    35

  • SEROPDICA

    A educao de jovens e adultos (EJA) presencial teve 175mil alunos inscritos em 2011 no segmento do Ensino Fundamental, enquanto outros 92 mil se matricularam no Ensino Mdio. Em EJA semipresencial, as inscries foram de, respectivamente, 46 mil e 40 mil alunos.

    Os dados da Educao Superior sempre apresentam defasagem maior. Assim, em 2010, houve 575.264 estudantes matriculados e distribudos em 2.404 cursos de graduao. Dessas matrculas, 25% foram em instituies pblicas.

    Educao no municpio O nmero total de matrculas nos ensinos infantil, fundamental e mdio de

    Seropdica, em 2010, foi de 21.481 alunos, tendo evoludo para 21.428 em 2011, apresentando variao de -0,2% no nmero de estudantes.

    A seguir, apresentamos a situao nos seis ltimos anos dos diversos nveis de ensino no municpio. As tabelas apresentam a evoluo do nmero de estabelecimentos daquele segmento, de professores e matrculas iniciais, alm do rateio de alunos por professor.

    Ensino Infantil de Seropdica: A rede municipal respondeu por 96% das matrculas na Creche em 2011. O

    nmero total de matrculas teve evoluo de 116% no perodo de 2006 a 2011.

    Tabela 13: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Creche Total 2006 a 2011

    Ano

    N de Unidades N de professores N de matrculas Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor no

    Estado 06 11 21 362 17,2 16,4 07 17 18 389 21,6 15,8 08 18 27 538 19,9 19,6 09 22 41 630 15,4 17,5 10 20 39 606 15,5 17,2 11 29 ND 782 ND ND

    Na Pr-escola, a rede do municpio de Seropdica foi responsvel por 81% das

    matrculas em 2011 e o quadro que se apresenta o seguinte:

    Tabela 14: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Pr-escola Total 2006 a 2011

    Ano

    N de Unidades N de professores N de matrculas Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor no

    Estado 06 41 133 2.376 17,9 16,8 07 45 117 2.094 17,9 16,7 08 44 116 1.845 15,9 18,0 09 44 141 2.113 15,0 16,6 10 38 148 1.827 12,3 16,9 11 42 ND 2.286 ND ND

    36

  • SEROPDICA

    Houve variao de -4% na quantidade de alunos matriculados no perodo.

    Seropdica apresenta o seguinte panorama para o Ensino Fundamental: Tabela 15: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Ensino Fundamental Total 2006 a 2011

    Ano N de Unidades

    N de professores N de matrculas

    Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor no

    Estado 06 56 881 15.932 18,1 17,8 07 54 827 14.681 17,8 17,6 08 54 796 14.590 18,3 21,3 09 56 892 14.462 16,2 19,1 10 56 905 14.574 16,1 21,0 11 53 ND 14.556 ND ND

    O nmero de matrculas oscilou em -9% no perodo. A rede estadual de ensino teve 12% dos alunos matriculados de 2011 e o quadro

    que se apresenta o seguinte:

    Tabela 16: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Ensino Fundamental Rede estadual 2006 a 2011

    Ano

    N de Unidades N de professores N de matrculas Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor da

    rede estadual no Estado

    06 8 147 2.049 13,9 16,9 07 7 148 2.033 13,7 16,3 08 7 155 1.940 12,5 20,2 09 8 147 1.742 11,9 16,9 10 8 180 1.801 10,0 18,3 11 8 ND 1.750 ND ND

    O nmero de matrculas, em Seropdica, teve variao de -15%. J na rede municipal, com 75% do volume de matrculas em 2011, os dados

    seguem na tabela:

    Tabela 17: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Ensino Fundamental Rede municipal 2006 a 2011

    Ano

    N de Unidades N de professores N de matrculas Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor da

    rede municipal no Estado

    06 38 570 12.161 21,3 21,0 07 38 548 10.829 19,8 20,5 08 38 541 11.190 20,7 24,2 09 38 610 11.102 18,2 23,3 10 39 671 10.875 16,2 25,7 11 36 ND 10.917 ND ND

    37

  • SEROPDICA

    Houve, no perodo, variao de -10% no nmero de alunos. O grfico seguinte apresenta o nmero de alunos que concluram o curso

    fundamental em Seropdica. De um total de 696 em 1998 para 1.007 formandos em 2011, houve variao de 45% no perodo.

    Grfico 8: Concluintes do Ensino Fundamental Redes e total 1998 a 2011

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2007 2008 2009 2010 2011

    Seropdica Rede estadual Rede municipal Rede privada Total

    No Ensino Mdio, Seropdica apresenta o seguinte panorama:

    Tabela 18: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Ensino Mdio Total 2006 a 2011

    Ano N de Unidades

    N de professores N de matrculas

    Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor no

    Estado 06 13 362 4.975 13,7 13,3 07 13 307 4.960 16,2 13,2 08 13 348 4.724 13,6 15,8 09 13 333 4.379 13,2 12,8 10 13 375 4.035 10,8 13,9 11 13 ND 3.804 ND ND

    O nmero de matrculas oscilou em -24% no perodo de 2006 a 2011. Especificamente da rede estadual, com 82% do volume de matrculas em 2011, o

    quadro que se apresenta o seguinte:

    38

  • SEROPDICA

    Tabela 19: Unidades escolares, professores, matrculas e indicadores Ensino Mdio Rede estadual 2006 a 2011

    Ano

    N de Unidades N de professores N de matrculas Rateio alunos/ professor no

    municpio

    Rateio alunos/ professor da

    rede estadual no Estado

    06 8 274 4.285 15,6 15,2 07 8 249 4.300 17,3 15,1 08 8 277 4.090 14,8 18,6 09 8 261 3.753 14,4 15,1 10 8 304 3.390 11,2 16,2 11 8 ND 3.130 ND ND

    Houve variao de -27% na quantidade de alunos matriculados no perodo. O grfico seguinte apresenta o nmero de alunos que concluram o curso. Os

    formandos foram em nmero de 367 em 1998, passando para 786 em 2011, com variao de 114% nesse perodo de doze anos.

    Grfico 9: Concluintes do Ensino Mdio 1998-2011

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2007 2008 2009 2010 2011

    Seropdica Rede estadual Rede municipal Rede privada Total

    No Ensino de Jovens e Adultos, Seropdica teve um total de 2.482 alunos

    matriculados em 2011, sendo 77% no Ensino Fundamental e 23% no Ensino Mdio. O municpio de Seropdica tinha um curso de graduao no ensino superior, com

    7.309 alunos matriculados em 2010 26.

    26 - Os dados referentes ao Ensino Superior tm defasagem de um ano a mais em sua divulgao.

    39

  • SEROPDICA

    Sade A ateno sade no estado do Rio de Janeiro obedece a uma regionalizao

    para escalonar o nvel de atendimento ao cidado, desde os procedimentos simples e ambulatoriais at os de mdia a alta complexidade. Nesse sentido, foram estabelecidos centros de referncia para as aes de maior complexidade. Todo o sistema segue uma programao que deve ser integrada e objeto de um pacto entre as diversas secretarias de sade envolvidas. A regionalizao responsvel por estruturar e regular esse processo de descentralizao das aes e servios de sade.

    Grfico 10: Regionalizao da sade Estado do RJ 2010

    A estratgia de gesto do Sistema nico de Sade SUS inclui a Rede de Centrais de Regulao do Estado do Rio de Janeiro RCR/RJ, que tem por misso agilizar e qualificar o acesso do cidado aos servios e aes de alta e mdia complexidade. A implementao se deu por etapas. O primeiro ciclo (1999 a 2002) foi dedicado ao planejamento e pactuao do desenho da rede, aps o estudo do fluxo dos pacientes no estado e da capacidade instalada, bem como a identificao de municpios-polo. Fez parte dessa etapa a organizao da infraestrutura local e de comunicao das centrais de regulao, bem como a execuo de concurso pblico pela Secretaria de Estado de Sade SES.

    O segundo ciclo de evoluo da RCR/RJ (2003-2005) caracterizou-se por concentrar esforos no fortalecimento do processo de regulao atravs da adoo de quatro estratgias complementares: efetivao da regionalizao da rede; constituio do arcabouo jurdico-institucional; incorporao escalonada de leitos/internaes por especialidade luz dos protocolos pactuados; e constituio do Ncleo Interno de Regulao em cada unidade hospitalar pblica, das trs esferas de governo.

    40

  • SEROPDICA

    Marco jurdico-institucional foi a Deliberao n 203, de novembro de 2005, da Comisso Intergestores Bipartite CIB, que aprovou a expanso escalonada de leitos/internaes por especialidade na RCR/RJ, iniciada, no mesmo ms, pelas internaes de obstetrcia e pediatria, gestaes de alto risco e UTI neonatal. No ms seguinte, foram reguladas internaes de pacientes de primeira vez em ateno hematolgica e aquelas referidas rede de alta complexidade e sade mental. A partir de maro de 2006, foram reguladas aes de sade auditiva e clnica mdica. Desde 2005, foram estabelecidas as funes das centrais de regulao; o fluxo da informao; as atribuies dos profissionais da rede de centrais e dos ncleos de regulao das demais unidades de sade; e a padronizao dos procedimentos operacionais.

    A trajetria da regionalizao ganhou nova fora no ano de 2007 com a adeso do estado ao Pacto pela Sade descrito adiante, seguido por muitos municpios no decorrer dos anos. Em 2009, foram realizados seminrios e oficinas de planejamento regional, fundamentais para pactuar uma nova configurao das regies de sade e criar os Colegiados de Gesto Regional.

    Pacto pela Sade Iniciado em 2006, o Pacto pela Sade um conjunto de reformas institucionais

    ajustado entre Unio, estados e municpios com o objetivo de promover inovaes nos processos e instrumentos de gesto, visando a alcanar maior eficincia e qualidade das respostas do SUS, ao mesmo tempo em que redefine as responsabilidades de cada gestor. A implementao do Pacto pela Sade se d pela adeso dos entes federados ao Termo de Compromisso de Gesto TCG que substitui os processos de habilitao das vrias formas de gesto anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federao, sendo renovado anualmente.

    As formas de transferncia dos recursos federais para estados e municpios tambm foram modificadas, passando a ser integradas em cinco grandes blocos de financiamento (Ateno Bsica; Mdia e Alta Complexidade da Assistncia; Vigilncia em Sade; Assistncia Farmacutica e Gesto do SUS), substituindo, assim, as mais de cem rubricas que eram utilizadas para essas finalidades.

    Com o pacto, altera-se a lgica do processo