estudo sobre viabilidade locacionalpara ......orientador: frank pavan de souza, phd campos dos...

87
INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENTRO EDUCACIONAL NOSSA SENHORA AUXILIADORA - ISECENSA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES COMO UMA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE. Por Edilania Bezerra da Silva Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019

Upload: others

Post on 04-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENTRO EDUCACIONAL NOSSA

SENHORA AUXILIADORA - ISECENSA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA IMPLEMENTAÇÃO DE

UM SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS NO MUNICÍPIO DE

CAMPOS DOS GOYTACAZES COMO UMA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE.

Por

Edilania Bezerra da Silva

Campos dos Goytacazes – RJ

Novembro/2019

Page 2: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA INSTITUTO

TECNOLÓGICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E DA SAÚDE

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM

SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS

DOS GOYTACAZES COMO UMA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE.

Por

Edilania Bezerra da Silva

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado em cumprimento às exigências para a obtenção do grau no Curso de Graduação em Engenharia de Produção nos Institutos Superiores de Ensino do CENSA.

Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD

Campos dos Goytacazes – RJ

Novembro/2019

Page 3: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

Silva, Edilania Bezerra

Estudo sobre viabilidade locacional para a implantação de um

Sistema de Bicicletas Compartilhadas como alternativa de transporte

/ Edilania Bezerra Silva. - Campos dos Goytacazes (RJ), 2019.

87 f.: il.

Orientador: Prof. Frank Pavan de Souza

Graduação em (Engenharia de Produção) - Institutos Superiores

de Ensino do CENSA, 2019.

1. Engenharia de Produção. 2. Mobilidade Urbana

3. Bicicletas Compartilhadas. I. Título.

CDD 388.347

Page 4: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO DE UM

SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS NO MUNICÍPIO DE CAMPOS

DOS GOYTACAZES COMO UMA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE.

Por

Edilania Bezerra da Silva

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado em cumprimento às exigências para a obtenção do grau no Curso de Graduação em Engenharia de Produção nos Institutos Superiores de Ensino do CENSA.

Aprovado em __ de ________ de _____

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Frank Pavan de Souza, PhD – Universidade Federal de Santa Catarina

________________________________________________

Bianca Gomes da S. M. Monteiro de Castro, MSc. – Universidade Estadual do

Norte Fluminense Darcy Ribeiro

________________________________________________

José Manoel de Siqueira Pereira, MSc. – Universidade Candido Mendes

Page 5: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, por acreditarem em mim e terem

feitos sacrifícios para que eu pudesse receber uma educação de qualidade

durante toda a minha vida. Por todas as coisas que abriram mão em nome desse

momento.

Aos meus avós, que sempre me apoiaram e me ajudaram com todos os recursos

que puderam durante muito tempo. Ao meu marido, que me deu suporte para

nunca desistir.

Aos meus amigos Lídia Azevedo, Caio Fernandes, Rafael

Pessanha,Sthefany Araújo,Kelly Amaral, Thaís Santos, Carolina Monteiro, Tainara

Micaele, Thaís Raboni e Julia Muryvocês foram fundamentais nessa jornada.

Page 6: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu orientador por ter acreditado no tema. Aos professores

Geanni Silveira e José Manuel que me deram suporte durante esse trabalho. A

coordenação do curso de Engenharia de Produção pelo apoio durante o curso.

A Renata Rabello por disponibilizar seu trabalho para consulta. A Prefeitura

de Campos pelos dados concedidos. A Gabriela Binatti pelo tempo e

conhecimento compartilhado.

Page 7: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANTP: Associação Nacional de Transportes Públicos

ABESO: Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome

Metabólica

DF: Distrito Federal

ECF: European Cyclists’ Federation

FAO:Food and Agriculture Organization of the United Nations

GPS: Global Positioning System

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMTT:Instituto Municipal de Trânsito e Transportes

ITDP: Institute of Transportation& Development Policy

LABMOB: Laboratório de Mobilidade Sustentável

NACTO: National Association of City Transportation Officials

NCP: National Cycling Plan

NUT: Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos

ONG: Organização Não Governamental

ONU: Organização das Nações Unidas

OMS: Organização Mundial da Saúde

PNMU: Política Nacional de Mobilidade Urbana

PGV: Pólos Geradores de Viagens

PGT: Pólos Geradores de Tráfego

PMCG: Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes

THE PEP: Transport, Health, Environment Pan-European Programme

UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro

UENF: Universidade Estadual do Norte Fluminense

Page 8: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução das gerações .............................................................................. 21

Figura 2: Crescimento dos sistemas e da frota de bicicletas compartilhadas entre

2000 e 2010 .............................................................................................................. 22

Figura 3: Crescimento do Sistema de Bicicletas Compartilhadas de 2007 a 2017. .. 23

Figura 4: Modal de transporte utilizado pelos usuários da bicicleta pública antes

de utilizar o serviço .................................................................................................... 36

Figura 5: Faixa Etária dos Ciclistas no Brasil. ........................................................... 43

Figura 6: Principal problema enfrentado no uso de bicicleta como meio de

transporte .................................................................................................................. 44

Figura 7: O que você faria você pedalar mais? ......................................................... 44

Figura 8: Frota de automóveis da cidade de Campos dos Goytacazes. ................... 54

Figura 9: Malha cicloviária de Campos dos Goytacazes ........................................... 55

Figura 10: Área de Cobertura .................................................................................... 57

Figura 11: Praça Esperanto....................................................................................... 58

Figura 12: Praça Igreja do Saco ................................................................................ 58

Figura 13: Praça da Bíblia ......................................................................................... 59

Figura 14: Praça Barão do Rio Branco ...................................................................... 60

Figura 15: Instituto Federal Fluminense .................................................................... 60

Figura 16: Praça 1° de maio ...................................................................................... 61

Figura 17: Shopping Avenida 28 de Março ............................................................... 62

Figura 18: Palácio da Cultura .................................................................................... 62

Figura 19: Praça do Canhão ..................................................................................... 63

Figura 20: Praça São Cristovão ................................................................................ 64

Figura 21: Ponte Leonel Brizola ................................................................................ 64

Figura 22: Parque Alberto Sampaio .......................................................................... 65

Figura 23: Parque da República ................................................................................ 66

Figura 24: Beira Valão ............................................................................................... 66

Figura 25: Praça São Salvador ................................................................................. 67

Figura 26: Praça do Chá Chá .................................................................................... 67

Figura 27: Praça Tiradentes ...................................................................................... 68

Figura 28: Terminal Rodoviário Roberto Prestes ...................................................... 68

Page 9: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

Figura 29: Igreja São Benedito. ................................................................................. 69

Figura 30: Parque Alzira Vargas ............................................................................... 70

Figura 31: Teatro Trianon .......................................................................................... 70

Figura 32: Ponte da Lapa .......................................................................................... 71

Figura 33: Praça da Lapa .......................................................................................... 71

Figura 34: Estádio do Goytacaz ................................................................................ 72

Figura 35: Praça da Rua Goytacazes ....................................................................... 72

Figura 36: Quiosques ................................................................................................ 73

Figura 37: Rua Doutor Felipe Uebe ........................................................................... 74

Figura 38: Praça Maria Lúcia .................................................................................... 74

Figura 39: Horto Campos .......................................................................................... 75

Figura 40: Universidade Estadual do Norte Fluminense ........................................... 75

Figura 41: Mapa com locais estratégicos para estações do sistema de bicicletas

compartilhadas .......................................................................................................... 77

Page 10: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resumo dos principais modelos de negócios ..................................... 26

Quadro 2: Custos iniciais e operacionais ............................................................. 31

Quadro 3: Menores distâncias entre as estações. ............................................... 79

Page 11: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Sistemas de Bicicletas compartilhadas nas capitais do Brasil ............. 33

Page 12: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................... 14

1.1 BICICLETAS COMPARTILHADAS NA MOBILIDADE URBANA .. 14

1.1.1 Conceito .................................................................................. 14

1.1.2 Origem do Sistema de Bicicletas Compartilhadas ................... 17

1.1.3 Governo e os Modelo de Negócios ......................................... 23

1.1.4 Planejamento e Estudo de Viabilidade .................................... 26

1.1.5 Área de cobertura .................................................................... 27

1.1.6 Dimensionamento do sistema ................................................. 29

1.1.7 Planejamento Financeiro Inicial ............................................... 30

1.2 A UTILIZAÇÃO DAS BICICLETAS NO BRASIL ............................ 31

1.2.1 Bicicletas Compartilhadas no Brasil ........................................ 31

1.2.2 Aspectos Motivadores ............................................................. 38

1.2.3 Barreiras e Desafios ................................................................ 41

CAPÍTULO 2: ARTIGO CIENTÍFICO ................................................................... 46

2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 49

2.2 METODOLOGIA ............................................................................ 52

2.2.1 Classificação da Pesquisa ....................................................... 52

2.2.2 Procedimentos Técnicos ......................................................... 52

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................... 53

2.3.1 Características socioeconômicas, geográficas, topográficas sob

a ótica da Mobilidade Urbana da cidade de Campos dos Goytacazes ......... 53

2.3.2 Dimensionamento de um sistema de Bicicletas Compartilhadas

no município de estudo ................................................................................. 55

2.3.3 Locais estratégicos para a implantação de um sistema de

bicicletas compartilhadas na cidade de Campos dos Goytacazes ................ 57

Page 13: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

2.4 CONCLUSÕES ............................................................................. 80

2.5 REFERÊNCIAS ............................................................................. 81

CAPÍTULO 3: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 83

Page 14: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

14

CAPÍTULO 1: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 BICICLETAS COMPARTILHADAS NA MOBILIDADE URBANA

1.1.1 Conceito

Para Vasconcellos (1996), mobilidade corresponde às diferentes

respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às suas necessidades de

deslocamento, considerando a extensão do espaço urbano e a pluralidade das

atividades nele desenvolvidas. Os indivíduos podem ser pedestres, ciclistas,

usuários de transportes coletivos ou motoristas; podem utilizar-se do seu esforço

direto (deslocamento a pé) ou recorrer a meios de transporte não-motorizados

(bicicletas, carroças, cavalos) e motorizados (coletivos e individuais).

Para Campos (2015) o desenvolvimento sustentável tem incentivado o

estudo e a implantação de medidas e procedimentos que contribuam para a

sustentabilidade em áreas urbanas. Em relação aos transportes, esta questão

pode ser vista através de uma busca pela mobilidade urbana sustentável, onde o

conceito de desenvolvimento sustentável procura, de forma geral, definir

estratégias dentro de uma visão conjunta das questõessociais, econômicas e

ambientais.

Sendo assim o conceito de mobilidade urbana sustentável pode ser

definido como:

“O resultado de um conjunto de políticas de transporte e

circulação que visa proporcionar o acesso amplo e democrático

Page 15: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

15

ao espaço urbano, através da priorização dos modos não-

motorizados e coletivos de transporte, de forma efetiva, que

não gere segregações espaciais, socialmente inclusiva e

ecologicamente sustentável. Ou seja: baseado nas pessoas e

não nos veículos”. (Cadernos MCidades, Governo Federal,

Nov./2004, p.14).

Dessa forma a mobilidade urbana sustentável busca priorizar uma política

de desenvolvimento urbano a construção de cidades justas, para todos, que

respeitem a liberdade fundamental de ir e vir. Passa-se, pois, a considerar no

desenvolvimento urbano as demandas de mobilidade peculiares aos usuários

mais frágeis do sistema, como as crianças, pessoas com deficiência, os idosos

entre outros. (Cadernos MCidades, 2004).

Segundo Goldman e Gorham (2006), dentre os desafios a serem

transpostos nas políticas para o desenvolvimento sustentável, as cidades

enfrentam as questões de mobilidade urbana. Para o Rua Viva (2019), uma

organização não governamental, a mobilidade urbana sustentável deve ter como

meta a redução dos impactos ambientais e sociais dos meios motorizados

existentes através das medidas abaixo:

• Apropriação equitativa do espaço urbano e do tempo nos

deslocamentos, priorizando o transporte coletivo, a bicicleta e o pedestre em

detrimento ao automóvel;

• Reordenamento dos espaços e das atividades urbanas, de maneira a

reduzir as necessidades de deslocamento motorizado e seus custos;

• Garantia na eficiência e qualidade dos serviços de transporte público,

com apropriação social dos ganhos de produtividade decorrentes;

• Ampliação do conceito de transporte para o de comunicação, através da

utilização de novas tecnologias;

Page 16: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

16

• Desenvolvimento das cidades com qualidade de vida, através do

conceito de transporte consciente, saudável, ecológico e participativo, e promoção

da paz e cidadania no trânsito;

• Contribuição para a eficiência energética e busca em redução na

emissão de agentes poluentes, sonoros e atmosféricos.

O uso exacerbado dos veículos motorizados privados tem provocado

grandes e negativos impactos ambientais, sociais e econômicos. Faz-se então

necessário que haja alterações modais de mobilidade, incrementando o

transporte público e meios não motorizados como caminhadas e ciclismo (UN-

Habitat, 2013).

Litman (2009) acredita que a caminhada e o ciclismo são componentes

importantes do sistema de transporte. E Rietveld e Daniel (2004) afirmam que ao

ampliar o conhecimento quanto ao uso da bicicleta como modal de transporte

colabora-se positivamente para o combate a inatividade física e obesidade

percebida no mundo.

A promoção do ciclismo, como estratégia na Mobilidade Urbana

Sustentável, depende da região e do contexto de cada lugar. Na Europa,

Ministros dos transportes, saúde e meio ambiente de 56 países integram o

Transport, Health, Environment Pan-European Programme (THE PEP) um Plano

Diretor Europeu para a promoção do ciclismo (ECF, 2015a). Tal atitude

demonstra a relevância do ciclismo nas decisões políticas e nos planos de

mobilidade (MACIEL, 2015).

Holanda, Alemanha e Dinamarca se destacam por incorporarem o

ciclismo com metas, recursos e planos de curto, médio e longo prazo, alinhados

com as partes interessadas no processo. Puchere Buehler(2008), atribuem o

sucesso desses países pelas baixas incidências de fatalidade com ciclistas,

mesmo com altas taxas de utilização. Leis especificas, sinalização, infraestrutura

Page 17: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

17

exclusiva, moderadores de velocidade e educação no trânsito são alguns fatores

que colaboram para o ciclismo seguro nestes países.

1.1.2 Origem do Sistema de Bicicletas Compartilhadas

Os sistemas de bicicletas compartilhadas ou públicas ao longo da sua

história de desenvolvimento passaram por vários modelos.A partir debicicletas

avulsas nas cidades para a população usar gratuitamenteaté os sistemas mais

tecnologicamente avançados e seguros. No fim o propósito é o mesmo:

possibilitar que qualquer pessoa retire uma bicicleta em um local e a devolva ao

sistema em outro local.

A eficiência do sistema se dá ao proporcionar aos cidadãos opções

personalizadas, eficientes e saudáveispara viagens curtas, além de aliviar os

sistemas de transporte públicoexistentes e podendo atuar como alimentador para

esses mesmos sistemas(SHAHEEN et al., 2010).

A Holanda possui um longo histórico de políticas púbicas em prol do

ciclismo. Luud Schimmelpennink, vereador de Amsterdam, propôs em 1965 o

primeiro sistema público de bicicletas compartilhadas do mundo chamado

“WhiteBikes” ou “Bicicletas Brancas”. Sua proposta era disponibilizar à população

20 mil bicicletas pintadas de branco que podiam ser retiradas e devolvidas em

qualquer lugar da cidade, com a finalidade de reduzir o fluxo de automóveis (ITDP

BRASIL, 2014).

A câmara municipalrejeitou a proposta.Alguns grupos que apoiavam

Schimmelpennink decidiram então distribuir cinquenta bicicletas brancas para uso

gratuito em toda a cidade, que foram apreendidas pela polícia local sob a

alegação de que, por não estarem trancadas, incitavam ao roubo (ITDP BRASIL,

2014).

Os modelos da primeira geração tinham por único objetivo deixar as

bicicletas a serviço do público. Não eram questionados a forma que seriam

Page 18: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

18

utilizadas, nem os problemas de deixarem distribuídas sem nenhum tipo de

controle. Houve mais duas tentativas de implantação: a primeira em 1974 em La

Rochelle, França e a segunda em Cambridge, Grã-Bretanha, em 1993 (ITDP

BRASIL, 2014).

O sistema da França, conhecido como Bicicletas Amarelas,gratuito e mais

regulamentado, permitia ao público utilizar a bicicleta por até 2 horas.Funciona até

os dias atuais com apoio da população, transformando-se no primeiro modelo

com bom êxito (SHAHEEN et al., 2010).

1.1.2.1 Segundo Modelo

Em janeiro de 1995, no centro de Copenhague foram colocadas 1.100

bicicletas projetadas com cores e design especial. Elas foram distribuídas em

estações de ancoragem onde podiam ser trancadas, emprestadas e devolvidas.

Para serem destrancadas era preciso efetuar pagamento 20 DKK cerca de $ 3US

na época. Esse sistema ficou conhecido como “Coin-DepositSystems” (SHAHEEN

et al., 2010).

A incorporação de estações de bicicletas designadas e o uso de

fechaduras de depósito de moedas nos sistemas de segunda geração criaram um

sistema de compartilhamento de bicicletas muito mais confiável e mais resistente

a roubos do que o anterior. Inspirando inclusive outros países da Europa como a

Noruega, que em 1996 criou em o “Bycykler” na cidade de Sandnes e a Finlândia

que em 2000 criou o “City Bikes” em Helsinki (SHAHEEN et al., 2010).

Apesar de projetado para resistir diariamente a longos percursos com

pneus de borracha maciça e possuir melhor logística que a geração anterior, onde

era possível pegar e devolver a bicicleta em pontos específicos da cidade

mediante pagamento. O fato de não conseguir identificar o usuário ocasionou a

continuidade dos roubos (DEMAIO,2009).

Page 19: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

19

Para Bonnette(2007) “os esquemas de compartilhamento de bicicletas de

primeira e segunda geração proporcionaram boas oportunidades para o ciclo,

mas não forneceram suporte adequado suficiente nem serviço confiável para

alterar as escolhas motorizadas de transporte e influenciar as pessoas a fazer

mudanças significativas”. Com intuito de repensar esses aspectos vulneráveis ao

uso, surge o terceiro modelo do sistema de bicicletas compartilhadas.

1.1.2.2 Terceiro Modelo e Tendências

Apesar da segunda geração ter introduzido uma alternativa mais viável de

utilização, integrando o uso do depósito de moeda para destravamento das

bicicletas, os roubos continuavam sendo grande preocupação desse sistema. A

terceira geração nasce dessa necessidade em incorporar tecnologias avançadas

que permitisse obter o rastreamento de informações como: identificar o usuário,

monitorar as reservas, coletas e entregas das bicicletas (SHAHEEN et al., 2010).

Em 1996 na Portsmouth University, Inglaterra, o Bikeabout foi primeiro

sistema desta nova geração, onde os alunos poderiam usar um Cartão Magnético

para alugar uma bicicleta. Houveram várias melhorias na estrutura e

comunicação, incluindo racks de travamento eletrônico ou travas de bicicleta,

telecomunicação de sistemas, além de acesso por telefone celular e

computadores (BLACK ePOTTER, 1999).

Na maioria dos programas de terceira geração, as bicicletas se conectam

diretamente ao rack sem o auxílio de cabo ou um bloqueio em U. Os racks são

conectados a um sistema de computador que, individualmente ou coletivamente,

controla o aluguel de cada bicicleta. Normalmente, um cartão pré-pago (com um

depósito obrigatório por perda, roubo ou dano de bicicleta) ou um cartão de

crédito permite que o usuário alugue a bicicleta. Esse cartão fornece aos

operadores o rastreio e a duração do uso. Também permite que os operadores

responsabilizem o usuário caso algo aconteça com a bicicleta (BEROUD, 2007).

Page 20: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

20

Com 15 mil membros, e 1.500 bicicletas o Velo’v criado em 2005 na

cidade francesa de Lyon, foi considerado o primeiro programa bem-sucedido da

terceira geração por fazer uma média de 6,5 viagens por dia por bicicleta. Logo

Paris, a capital francesa, também se interessou pelo sistema e criou em 2007

o Vélib' com sete mil bicicletas inicialmente e tendo projeção para 23.600

bicicletas em 2009 sendo o maior da Europa (DEMAIO, 2009). A Figura 1 abaixo

demonstra um resumo com a evolução das 3 primeiras gerações (ITDP,2018).

Page 21: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

21

Figura 1: Evolução das gerações. Fonte: ITDP, 2018.

Em 2009 já havia 19 países europeus operando os programas de

compartilhamento de bicicletas iniciando uma nova era de transporte urbano em

larga escala. Esse modelo de transporte acabou se espalhando pelos outros

continentes como América e Ásia (SHAHEEN et al., 2010). Segundo o ITDP,

Page 22: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

22

estima-se que em 2010 existiam 250 mil bicicletas em todo o mundo, distribuídas

em 350 sistemas de bicicletas compartilhadas como pode ser visto na Figura 2.

Figura 2: Crescimento dos sistemas e da frota de bicicletas compartilhadas entre 2000 e 2010. Fonte: ITDP, 2014.

Segundo relatórioGlobal de Transporte e Mudança Climática

daThePartnershiponSustainable, LowCarbonTransport (SLoCaT, 2018)em

2015havia mais de 1000 sistemas em todo o mundocomo pode ser visualizado na

Figura3. Em 2017, 443 novosprogramas foram lançados, elevando o número

deserviços de compartilhamento de bicicletas para 1.766. Dentro de um ano

(2016 a 2017), o número dos sistemas de compartilhamento de bicicletas cresceu

33%.Observe-se que a expansão do compartilhamento de bicicletas entre 2000 e

2010ocorreu principalmente na Europa, mas a partir de 2011 a Ásia liderou a

expansão e América do Norte destacou-sedesde 2015.

Page 23: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

23

Figura 3: Crescimento do Sistema de Bicicletas Compartilhadas de 2007 a 2017. Fonte: SLoCaT, 2018.

Estão surgindo nos sistemas de bicicletas compartilhadas inovações que

podem caracterizar uma quarta geração de sistemas de bicicletas compartilhada.

Dentre essas inovações está o uso de um cartão universal que pode se integrar a

outros modais por meio de cartões recarregáveis, usados como forma de

pagamento em outros sistemas de transporte público. Muitas cidades da China já

dispõem deste tipo de integração e vem inspirando outros países a fazerem o

mesmo (ITDP, 2014).

Uma outra tendência sãoestações móveis e modulares, onde não é

necessário fazer escavações e trincheiras, reduzindo tempo e os custos de

implementação, além de serem removíveis e podendo mudar de local conforme a

demanda. Painéis solares são novidades nos sistemas de Boston, Washington,

D.C., Londres, Montreal e Rio de Janeiro no qual as estações não possuem fios e

são alimentadas inteiramente por energia solar(ITDP, 2014).

1.1.3 Governo e os Modelo de Negócios

A implementação de um sistema de bicicletas compartilhadas necessita

de um forte apoio político para garantir a disponibilidade de fundos, direitos de

Page 24: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

24

uso do solo e gerenciamento entre os vários órgãos municipais. Quando os

governos investem nesse sistema percebem que há um custo menor por pessoa

do que qualquer outra opção de transporte público (ITDP, 2014).

As bicicletas públicas ao longo do tempo usufruíram de vários modelos de

negócios. Desde governos locais a agências de transportes, companhias de

marketing, organizações não governamentais e companhias visando lucro. E os

principais meios de receita são por meio de propaganda, taxas de utilização do

usuário, parceria público-privada e subsídios governamentais (SHAHEEN et al.,

2010).

No modelo governamental, o governo local opera o serviço de

compartilhamento de bicicletas como qualquer outro serviço de trânsito, implanta

e opera o sistema, tomando toda a responsabilidade pelo risco financeiro e

operacional. O governo como operador tem maior controle sobre o programa. Por

outro lado, pode não ter a experiência que os operadores existentes de

compartilhamento de bicicletas possuem na gestão de um programa (DEMAIO,

2009).

Os governos podem usar o orçamento geral ou o orçamento específico de

transportes para financiar o investimento inicial no sistema. Na Cidade do México,

100% do investimento de capital em sistemas de bicicletas compartilhadas veio

do orçamento geral da cidade. Dado o nível de determinação política necessária

para fazer com que isto aconteça, o sistema ganhou legitimidade dentro do

governo como um sistema de transportes com seu próprio orçamento

(ITDP,2014).

De acordo com Demaio(2009), agências de transportes também podem

criar e operar sistemas de bicicletas públicas.Na Alemanha a “DeutscheBahn” é o

órgão responsável pelo sistema de trens do país, e opera o sistema de bicicleta

pública “Callabike” para oferecer melhor mobilidade à sociedade alemã. As

agências públicas têm como prioridade o fornecimento de transporte eficiente, e

não o lucro advindo do serviço. As Organizações Não Governamentais

Page 25: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

25

(ONGs)também atuam nesse sentido, o governo faz toda a instalação do sistema

que será operado por uma ONG, que por sua vez recebe as anuidades e receitas

do sistema a fim de mantê-lo operante.

Uma outra forma de financiamento do governo é através de patrocínio de

empresas privadas em prol de propaganda e divulgação de imagem. Ao prover os

fundos necessários para cobrir os custos de investimento inicial, a empresa ganha

um certo grau de direitos da marca ou participação no nome, como ter a logotipo

da companhia aparecendo nas estações e nas bicicletas, como é o caso do Bike

Rio, no Rio de Janeiro. Mesmo que um patrocinador pague pelos ativos, ele não

retém a propriedade deles. A entidade responsável por obter o patrocínio será a

proprietária dos ativos (ITDP,2014).

No modelo privado o governo local concede o espaço para a instalação

das estações em locais públicos e concede o contrato a uma empresa privada por

meio de licitação. Quando os ativos e a operação são de responsabilidade

privada, têm-se então o modelo para obtenção de lucros. Na maioria dos casos,

as empresas operadoras têm como principal fonte de lucro o espaço para

propaganda, que é uma autorização feita pelo governo para a propaganda em

locais públicos (DEMAIO, 2009).

Esse modelo privado tem como grande vantagem a operação logística

feita pela empresa privada, sempre fiscalizada pelo governo, que pode controlar

bem a situação dos contratos com vigências curtas, a fim de melhorar sempre a

infraestrutura do sistema (ITDP, 2014).NoQuadro 1podem ser observados o

resumo dos principais modelos de negócios e suas características.

Page 26: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

26

Quadro 1: Resumo dos principais modelos de negócios

Operador Modelo de operação padrão

Fonte de Recursos

Governo Local e Autoridade pública

Criado (ou adquirido) e operado pelo governo

local visando a sociedade e a

mobilidade urbana

Fundo municipal; Tarifa sobre o uso;

Propaganda em estações e bicicletas

Agência de transporte público

Opera o sistema com suporte do governo

local, porém com maior eficiência por ter

experiência na área

Subsídio municipal; Tarifa sobre o uso;

Propaganda em estações e bicicletas

Empresa de propaganda

Opera o sistema em troca de direito de

exibir propagandas em estruturas públicas e

outdoors

Arrecadação pela propaganda em locais públicos, bicicletas e

estações; Tarifa sobre o uso

Empresa privada

Instala e opera o sistema (lucrativo) com a mínima intervenção

do governo

Arrecadação pela propaganda em

bicicletas e estações; Tarifa sobre o uso

Organização não governamental

Opera o sistema sob o suporte de agências públicas e governo

local

Fundo público-privado; Tarifa sobre o uso;

Empréstimos bancários; Arrecadação

local

Fonte:SHAHEEN et al., 2010

1.1.4 Planejamento e Estudo de Viabilidade

Através das análises de sistemas bem-sucedidos ao redor do mundo, o

ITDP produziu um guia com orientações e instruções de como planejar a

implantação de um sistema de bicicletas compartilhadas. Antes de tudo é preciso

elaborar os objetivos da implantação que podem ser: interligação com os

transportes de massa do trajeto inicial ao seu destino final (este foi o caso da San

Francisco Bay Area na Califórnia); amenizar a falta de grandes investimentos em

sistemas de transporte superlotados (como em Guangzhou, na China); cumprir

metas de diversificação modal, redução da poluição na cidade (como em Paris)

ou promover o turismo (ITDP, 2014).

Page 27: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

27

Entender o cenário local e identificar dificuldades que poderiam existir à

implementação, como clima, infraestrutura cicloviária, regulamentações locais,

cultura e realidade sócio-política determinarão quais serão os principais

procedimentos do processo de planejamento e do projeto conceitual, ou seja, a

área de cobertura e a dimensão do sistema. Após essa análise verifica-se se a

proposta será viável financeiramente e sob quais requisitos. Em seguida, para

elaborar um estudo de viabilidade, uma série de dados locais devem ser

coletados e analisados (ITDP, 2014).

Os dados locais a serem analisados são tanto geográficos quanto

demográficos. Segundo ITDP Brasil, 2014, são eles: Área de cobertura do

sistema, população da área de cobertura do sistema, número de bicicletas,

número de posições (número de vagas onde as bicicletas ficam estacionadas)

antes ou depois de serem retiradas ou devolvidas, número de estações (o número

de locais específicos para retirar ou devolver uma bicicleta), usuários ocasionais

(aqueles que compram assinaturas dos programas de bicicletas compartilhadas

temporariamente), e usuários permanentes (aqueles que alugam por um mês ou

mais).

1.1.5 Área de cobertura

Os sistemas de bicicletas compartilhadas são normalmente instalados em

áreas com densidades populacionais altas com comércios e serviços.

Recomenda-se pelo menos 10 km² de área mínima de cobertura para cada

sistema. Deve-se concentrar em cobrir a maior parte possível da cidade, onde já

exista uma infraestrutura cicloviária razoável e onde houver maior probabilidade

de suporte público à implantação (ITDP, 2014).

O Guia Global de Desenho de Ruas (NACTO, 2018) defende que a área de

cobertura inicial do sistema deve ser definida de modo a promover expansões

estratégicas faseadas, e deve cobrir centros de empregos, polos culturais e de

lazer, e zonas de alta densidade, para que ofereça opção de transporte

significativa. A densidade e o espaçamento reduzido entre as estações do

Page 28: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

28

sistemacolaboram para conveniência do usuário, que não caminha

confortavelmente mais de 300 metros para encontrar uma estação de bicicletas

compartilhadas.

Conhecer os perfis de viagens é muito relevante para estabelecer a

demanda e definir a localização das estações. Para se ter uma estimativa dos

destinos mais populares de uma área, sugere-se pesquisas de origem-destino

(OD) nos principais terminais e/ou estações dos sistemas de transporte público

locais, concentrando-se nos passageiros que usufruem outros modais (tais como

táxis ou ônibus) para completar suas viagens. Isto irá ajudar a determinar em

quais pontos o sistema de compartilhamento de bicicletas tem maior

probabilidade de sucesso (ITDP, 2014).

As estações próximas a paradas e pontos do transporte público, colaboram

para integração aos demais sistemas de transporte, auxiliando aos usuários do

transporte público a concluírem de forma mais rápida seus destinos. Lugares que

possuem espaços residenciais e comerciais garante público em boa parte do dia.

Estações devem estar localizadas ao longo de ciclovias já existentes, ruas

seguras e acessíveis às bicicletas e ao público vindo de várias direções (ITDP,

2014).

A construção do primeiro esboço com os locais das estações pode ser

obtida de duas maneiras: mapeando remotamente, usando uma abordagem

baseada em malha viária e depois o esboço é verificado por visita ao local; ou

pode ser realizado diretamente em campo e posteriormente verificado

remotamente para os ajustes necessários. Para mapear os locais remotamente,

sobrepõe-se uma retícula de 1 x 1 km ao mapa da área de cobertura usando um

programa de computador tal como o Google Maps ou GIS, ou simplesmente

usando um mapa no papel, marcador e régua (ITDP, 2014).

A área de cobertura deve comportar pontos de origem e destino dos

usuários e é definida como a área contínua, em quilômetros quadrados, onde

estão localizadas as estações de bicicleta compartilhada. Para esse cálculo é

Page 29: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

29

considerado um raio de 500 metros ao redor de cada estação. A população da

área de cobertura do sistema é obtida multiplicando-se a área do sistema pela

densidade populacional no local (número de moradores por quilômetro quadrado).

Dessa forma é definido o número de pessoas que vivem na área de cobertura do

sistema (ITDP, 2014).

1.1.6 Dimensionamento do sistema

Para o ITDP (2014), a dimensão do sistema é determinada pelo seu

número de bicicletas e seu número de estações. Três indicadores ajudam a

orientar o planejamento de forma a garantir que o sistema projetado crie uma rede

da qual os usuários possam depender e confiar para efetuar seus deslocamentos.

Esses indicadores servem como diretrizes para o planejamento de qualquer

sistema de bicicletas compartilhadas, e são eles: coeficiente de densidade de

estações, coeficiente de bicicletas / população e o coeficiente de vagas / bicicleta.

Os parâmetros utilizados para dimensionar cada coeficiente encontram-se logo

abaixo:

• Coeficiente de Densidade de Estações: a distribuição das estações deves

ser feita de forma mais ou menos uniforme em toda a área de cobertura,

garantindo aos usuários o fácil acesso para utilização e devolução das

bicicletas. Uma boa distribuição conta com 10 a 16 estações por quilômetro

quadrado, sendo elas distanciadas a no máximo 500 metros.

• Coeficiente de Bicicletas / População: calcula o número de bicicletas de

acordo com o número de potenciais usuários na área a fim de atender à

demanda. Recomenda-se em áreas muito densas que se utilize de 10 a 30

bicicletas para cada 1000 moradores. A taxa deve ser suficiente para

atender a demanda, mas não tão grande a ponto de diminuir o número de

4 viagens por dia por bicicleta.

Page 30: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

30

• Coeficiente de Vagas / Bicicleta: para assegurar que sempre haverá um

espaço de estacionamento para cada bicicleta em várias estações é

preciso ter mais vagas. Após determinar a quantidade de bicicleta do

sistema recomenda-se 2 a 2,5 vagas para cada bicicleta em serviço. Os

sistemas de cidades com alto fluxo de bicicletas em horários de pico

funcionam melhor com a taxa de 2,5 e as cidades que têm uso misto, sem

muita demanda de pico, podem utilizar a taxa de duas vagas por bicicleta.

1.1.7 Planejamento Financeiro Inicial

Calcular os custos iniciais é fundamental para que o município consiga

identificar qual melhor forma para gerenciar o sistema, podendo ser feito através

de uma parceria público-privada com uma operadora, onde parte dos custos

serão cobertos pelo município. Ou pela escolha do projeto com uma ou mais

operadoras privadas, onde os custos iniciais recairão sobre as operadoras

responsáveis (ITDP, 2018).

Depois de dimensionar o tamanho e modelo do sistema (público, privado

ou parceria público-privada), sugere-se uma análise financeira inicial. A partir dela

será possível determinar se o sistema se sustenta financeiramente, considerando

o investimento inicial, o faturamento previsto e os custos operacionais. o custo

Inicial e operacional por bicicleta prever o custo anual por cada bicicleta e podem

variar de acordo com os mecanismos de redistribuição (ITDP, 2018).

Os custos iniciais incluem a quantidade de estações, bicicletas, veículos,

equipamentos de redistribuição e centro de controle. Já os custos

operacionais dependem do tipo de sistema e da cidade ao qual operam e

costumam ser: custo de redistribuição, equipe de manutenção e redistribuição,

equipe do call center e tarifas do Sistema de TI e Serviços como observados no

Quadro 2 (ITDP,2018).

Page 31: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

31

Quadro 2: Custos iniciais e operacionais

CUSTOS INICIAIS CUSTOS OPERACIONAIS

Bicicletas Redistribuição

Estações Equipe de Manutenção e Redistribuição

Veículos e Equipamentos de

Redistribuição Equipe do Call Center

Centro de Controle Tarifa do Sistema de TI e Serviços

Fonte: ITDP, 2018 (Adaptado pelo autor)

Após sua inauguração uma série de indicadores colaboram para avaliar a

eficiência financeira de um sistema após o lançamento por meio dos custos

operacionais por viagem. Para estimativa da receita são considerados: Taxa de

captação (porcentagem da população que tende a usar primeiro o sistema,

comparada com o total da população dentro da área de serviço), Receita Tarifária

(porcentagem dos custos operacionais cobrindo a tarifa de assinatura, depósito

de segurança e tarifa de uso) e viagens por tipo de usuário (eventuais e fixos)

(ITDP,2018).

1.2 A UTILIZAÇÃO DAS BICICLETAS NO BRASIL

1.2.1 Bicicletas Compartilhadas no Brasil

No Brasil, o primeiro sistema de bicicletas compartilhadas começa no Rio

de Janeiro, em 2008. Até novembro de 2015, outras 12 cidades brasileiras

desenvolveram sistemas semelhantes: Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife

(PE), Aracaju (SE), Santos (SP), Sorocaba(SP), Salvador (BA), Petrolina (PE),

São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Bertioga (SP),(com

estações apenas nos bairros de Riviera de São Lourenço). Com funcionamento

em formatos diferenciados, nas seguintes localidades: Universidade Federal de

Juiz de Fora (MG, para uso restrito no interior do campus universitário) e na

cidade de Ipaussu (SP), com apenas uma estação (ITDP, 2016).

Page 32: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

32

Uma parceria da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de

Bicicletas) e o Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da UFRJ obteve

um panorama nacional relativo às bicicletas compartilhadas nas capitais do Brasil,

onde foram mapeados o número total de sistemas públicos existentes, sua

abrangência em cada cidade considerando sua malha cicloviária e números de

habitantes, por meio do número de estações e bicicletas que compõem cada um

deles. O levantamento mostrou que o sistema está presente em 13 capitais

brasileiras, totalizando 906 estações e 7.861 bicicletas disponíveis como descrito

na Tabela 1 abaixo (LABMOB, 2018).

Page 33: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

33

Tabela 1: Sistemas de Bicicletas compartilhadas nas capitais do Brasil

Região Cidade

Malha

Cicloviária

(Km)

Sistema Nº de

Estações

Nºde

Bicicletas

População

Município

(IBGE 2010)

Sudeste Rio de

Janeiro 441,1 Bike Itaú 260 1951 6.320.446

Sudeste São Paulo 498,4 BikeSampa/

Ciclo Sampa 259/17 1596/216 11.253.503

Sudeste Belo

Horizonte 87,4 Bike BH 40 382 2.375.151

Sudeste Vitória 48,2 Bike Vitória 5 50 327.801

Nordeste Aracaju 67 Caju Bike 20 200 571.149

Nordeste Salvador 145,1 Bike

Salvador 40 400 2.675.656

Nordeste Recife 41,7 Porto

Leve/Bike PE 80 800 1.537.704

Nordeste Fortaleza 204,6

Bicicletar/Bici

cleta

Integrada

69/4 690/230 2.452.185

Centro-

Oeste Brasília 420,1 BikeBrasília 40 400 2.570.160

Centro-

Oeste Goiânia 84,2 Gyndebike 15 150 1.302.001

Sul Porto

Alegre 47 Bike Poa 40 400 1.409.351

Norte Belém 88,4 Bike Belém 11 110 1.393.399

Norte Manaus 20,5 Manôbike 11 136 1.802.014

Fonte: LABMOB, 2018. (Adaptado pelo autor)

Com a parceria das empresas Serttel Engenharia e Banco Itaú, a

Prefeitura do Rio de Janeiro reformula o projeto, surgindo o sistema Bike-Rio em

2011. A bicicleta foi reformulada, com novo design, câmbio e peças. O travamento

da bicicleta à estação ficou mais inteligente e resistente, praticamente anulando

os furtos. O projeto carioca também foi voltado para a exploração do turismo

(CADENA et al., 2014).

Page 34: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

34

A empresa pernambucana Serttel Engenharia participou em 2008 de uma

licitação na Prefeitura do Rio de Janeiro. Em janeiro de 2009, é inaugurado o

sistema “Pedala Rio”. A ausência de patrocínio e o orçamento limitado dificultou a

implantação do sistema. Casos de vandalismo e furto ocorreram devido à falta de

uma tecnologia de segurança adequada (CADENA et al., 2014).

Em junho de 2015 o sistema contava com 165.372 usuários cadastrados

e 260 estações. É o sistema com maior número de viagens, cerca de 5.554

viagens / dia. O horário de funcionamento é das 6h às 00h (com devolução

permitida 24 horas por dia). A franquia de tempo (viagem sem custo adicional) é

de 1h. O BikeRio possui duas modalidades de passe: mensal (R$ 10) ou diário

(R$5) (ITDP, 2016).

O sistema “Bike Sampa” de bicicletas compartilhadas foi inaugurado em

2012, através da Prefeitura de São Paulo e as empresas Samba/ Serttel. A partir

das ciclorrotas de São Paulo, foram estabelecidas as estações do Bike Sampa.

Hoje, osistema abrange cerca de 8% do território paulistano, contando com 259

estações e mais de 1500 bicicletas. Desde 2014, está garantido pelo Plano

Diretor Estratégico (Lei16.050/14) como parte integrante do sistema cicloviário

dacidade (ITDP, 2016).

A partir da análise dos poucos dados disponibilizados publicamente pelos

operadores, cada bicicleta do Bike Sampa, não chega a fazer 1,5 viagem por dia.

o Bike Rio, sistema carioca com o mesmo número de estações, tem o dobro de

viagens/dia por bicicleta. É urgente um novo debate entre o poder público, as

empresas operadoras e a sociedade (ITDP, 2016).

Em Brasília o +BIKE é um projeto do Governo do Distrito Federal, também

operado pela empresa Serttel. Composto por Estações inteligentes, distribuídas

em diferentes pontos da cidade, o usuário consegue buscar a bicicleta na estação

através do aplicativo e devolvê-la em qualquer estação após o uso. As estações

são alimentadas por energia solar e conectadas a uma central via wireless, o que

Page 35: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

35

permite fazer o monitoramento em tempo real das Bicicletas e Estações (BIKE +,

2019).

O Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal

estima que 2% dos deslocamentos diários no DF são feitos por bicicleta, o que

representa aproximadamente 77 mil viagens por dia.Hoje a cidade conta com 45

estações e 450 bicicletas disponíveis no Bike+. O plano de adesão conta com

tarifas de R$ 3 para utilização diária, R$ 6 por mês, além da tarifa anual de R$

10.Entre 2014 a 2017foram registradasmais de 708 mil viagens (Agência de

Brasília, 2017).

O projeto Bike PE, desenvolvido há cinco anos pela Secretaria de

Turismo e Lazer de Pernambuco, conta hoje com mais de 80 estações e 800

bicicletas espalhadas pelo estado.A Tembici, empresa do mercado de bicicletas

compartilhadas que atua no projeto em parceria com o Itaú,registrou aumento de

434% no número de viagens na Grande Recife no último ano. Também foi

observado que os usuários de bikes compartilhadas utilizam o modal

principalmente para curtas distâncias dentro de até cinco quilômetros. No Recife,

os trajetos mais percorridos são os das regiões universitárias(Folha de

Pernambuco, 2019).

Miñanoe Santos(2015) realizaram um estudo de caso através de um

questionário aplicado a todos os usuáriosdos sistemas de bicicletas

compartilhadasdo Bike Brasília, Bike PE, Bike Rio e Bike Sampa,que somavam

1.245.836 de usuários ativos. O tamanho da amostra aleatória simples

representativafoi desenhado para um nível de confiança de 95%e erro de

5%para381 formulários respondidos.Com 1.173formulários respondidos

corretamenteo erro amostral diminuiu para apenas3%.

O estudo foi divido em 3 partes. O questionário seguiu o padrão de

análise dos serviços europeus no objetivo de permitir o estudocomparativo entre

eles.Na primeira parte, procurouentender as mudanças de modal com a utilização

da bicicleta pública das cidadesestudadas. Concluiu-se que30% das viagens

Page 36: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

36

totaiseram antesfeitas a pé (na Europa essa quantidade é de 24%),23% dos

usuários substituiriamcarro privado,sendo essa proporção apenas 15% na

Europa. 29% dos usuários substituíram sua viagem de transporte público

pelabicicleta pública (sendo 34% na Europa),conforme apresentado na Figura 4.

Figura 4: Modal de transporte utilizado pelos usuários da bicicleta pública antes de utilizar o serviço. Fonte: Miñano e Santos.

Na segunda parte, buscou-se compreender como o sistema afetou a

utilização dos carros e o interesse da população por outros modais de transporte,

pois, ao ser implantado,acreditava-se queos sistemas de bicicleta pública seriam

utilizados apenas pra lazer.Mas, o levantamento mostrou que no Brasil 32% dos

deslocamentos tem como motivo trabalho ou estudo, sendo 46% a mesma média

na Europa.

Por último, o estudo de caso de Miñano e Santos (2015) revelou pelos

usuários que um dos maiores pontos positivos do sistema é a possibilidade de

utilizar o transporte sem a necessidade de possuir ou comprar uma bicicleta, ou

até mesmo procurar local para estacionar. Revelou ainda que a utilização do

sistema levou a uma parte dos usuários a adquirir sua própria bicicleta.Dos 58%

de usuários que possuíam uma bicicleta, 15% compraram uma após utilizar o

Page 37: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

37

serviço de bicicleta pública, ou seja, 8,7% do total de usuários compraram uma

bicicleta depois de terem tentado se deslocar com a bicicleta pública.

Em 2015 o ITDP Brasil analisou quatro sistemas de bicicletas

compartilhadas em operação no Brasil: nas cidades de Belo Horizonte (MG), Rio

de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e no Distrito Federal. Os sistemas analisados

apresentaram desempenho ainda distante dos indicadores previstos no Guia de

Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas do ITDP 2014.

Considerando que estes sistemas são relativamente novos, é preciso avançar no

desenvolvimento de elementos estruturantes, relativos não apenas à melhoria do

desempenho, mas também em termos de legislação, controle social e

financiamento (ITDP, 2016).

Para melhoria do sistema os elementos identificados pelo ITDP foram:

estabelecer políticas de acesso aos dados de uso, onde as planilhas com os

dados brutos devem estar abertas a todos os cidadãos e instituições de pesquisa.

Aumentar a densidade e expandir o sistema, pois os indicadores de cobertura

analisados mostram que ainda estamos longe de um sistema de alto impacto.

Promover melhor integração com o transporte coletivo de média e alta capacidade

afim de integrar estações de BRTs, metrô ou trens às vizinhanças do entorno.

(ITDP, 2016).

Para o LABMOB e a Aliança Bike (2018) os sistemas Públicos de

Bicicletas Compartilhadas no Brasil são bastante diversos, seja em abrangência,

seja em tamanho, ou mesmo em seus formatos tarifários. Embora caracterizem

um serviço público, há pouca atuação do Estado na regulamentação e

fiscalização dos sistemas de forma que a qualidade e tudo que envolva a

operação fique a cargo das operadoras. No geral, as tarifas pagas pelo modal

ainda são mais baixas que os custos de outros modais, transformando em uma

alternativa economicamente interessante em termos de transporte.

Page 38: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

38

1.2.2 Aspectos Motivadores

Bicicletas são veículos pequenos, leves, limpos e silenciosos.Melhorar as

condições de mobilidade para os deslocamentos fornecem vários benefícios, a

começar pelo próprio veículo que é de baixo custo de aquisição e manutenção. A

promoção do ciclismo como uma política integrada de desenvolvimento urbano

contribui para a vitalidade dos centros urbanos para mitigação de ruído e de

gestão da qualidade do ar. No entanto, para que isso aconteça, é essencial que a

promoção do ciclismo esteja intimamente ligada ao desenvolvimento urbano e ao

planejamento regional(NCP, 2012).

Speck (2012) divulgou no seu livro Walkable City os dez passos para uma

cidade torna-se caminhável eles são: (1) pôr o automóvel em seu lugar; (2)

mesclar os usos; (3) adequar o estacionamento; (4) deixar o sistema de

transporte fluir; (5) proteger o pedestre; (6) acolher as bicicletas; (7) criar bons

espaços; (8) plantar árvores; (9) criar faces de ruas agradáveis e singulares; e

(10) eleger suas prioridades.

De acordo com o Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta (Brasília,

2007) as bicicletas constituem a única alternativa ao alcance de todas as

pessoas, não importando a renda, podendo ser usadas da infância até a idade

mais avançada. É o veículo individual mais utilizado nos pequenos centros

urbanos do país (cidades com menos de 50 mil habitantes), o que na prática

representa mais de 90% do total das cidades brasileiras. Já nas grandes cidades,

onde há oferta significativa de transporte coletivo a oferta é menor.

Segundo a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da

Síndrome Metabólica (ABESO) um estudo realizado pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) evidenciou a obesidade como um dos maiores problemas de saúde

pública no mundo. Estima-se que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos

estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. Julio Berdegué,

representante da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO),

alertou no lançamento de um panorama nutricional oLatin America and the

Page 39: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

39

Caribbean Regional Overview of Food Security and Nutrition(FAO,2018)que

desde 2014 a obesidade na América Latina e no Caribe avança

“incontrolavelmente”. O relatório aponta que a cada ano, 3,6 milhões de pessoas

se tornam obesas nos países latinos sendo uma média de um a cada quatro

adultos.

Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2016) quando o indivíduo possui

algum tipo de restrição para praticar atividades físicas por alguma razão médica, o

ciclismo se torna uma excelente alternativa que não sobrecarrega as articulações

(tornozelos, quadris e joelhos). As pedaladas trazem benefícios à saúde,

melhorando a capacidade cardiorrespiratória, prevenindo depressão, ansiedade e

doenças crônicas como a obesidade,consequentemente colaborando com o

processo de emagrecimento.

As mudanças nos padrões de transporte, valores culturais, urbanização,

uso de tecnologia, à proporção que os países se desenvolvem economicamente

fez a taxa de sedentarismo crescer de forma alarmante chegando até 70% em

alguns países, alerta a OMS. Um levantamento feito pela Organização de 2001 a

2016 mostrou que mais de 1,4 bilhão de adultos em todo o mundo não praticam

atividades físicas suficientes. No Brasil a inatividade física afeta 47% da

população. Os custos relacionados a esse aumento impactam diretamente nos

sistemas de saúde (com os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2,

demência e alguns tipos de câncer), no meio ambiente, no desenvolvimento

econômico e na qualidade de vida das pessoas.

Em razão dessa preocupação a OMS lançou em 2018 o “Let’s Be Active”

(Vamos Ser Ativos, em tradução livre do inglês), um plano global para estimular a

atividade física. O plano estabelece quatro objetivos e recomenda 20 ações de

políticas que são universalmente aplicáveis a todos os países e abordam os

aspectos determinantes culturais, ambientais e individuais do sedentarismo. A

implementação eficaz exigirá liderança entre governos e parcerias de diversos

setores, para obter a meta de reduzir o sedentarismo entre adolescentes e

Page 40: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

40

adultos em 10% até 2025 e em 15% até 2030. O ciclismo se destaca como um

dos principais aliados (OMS, 2018).

Para a OMS é preciso estimular o ciclismo através de campanhas

nacionais para que a população tenha o conhecimento dos benefícios da

atividade física como forma de combater o sedentarismo, os congestionamentos

nas grandes cidades e a prevenção de doenças. Se faz também necessário

estimular a integração de políticas de planejamento urbano afim de melhorar os

espaços públicos, calçadas, ciclovias para priorizar a atividade física. Além de

tentar integrá-las ao transporte público. A OMS recomenda pelo menos 150

minutos de atividade com intensidade moderada por semana para adultos e 60

minutos diários para adolescentes.

Estudos constatam que a bicicleta para distâncias de até 5 km é o meio de

transporte mais rápido em deslocamentos. O ciclista consegue circular em locais

inacessíveis às outras modalidades, ademais seu deslocamento não é afetado

pelos congestionamentos causados por outras modalidades de transporte. O

espaço ocupado por bicicletas em movimento é muito menor. Estima-se que uma

hora passam até 1.500 bicicletas por metro de largura de via. Assim, uma faixa de

3m comporta um fluxo de cerca de 4.500 bicicletas, enquanto permite a

passagem de apenas 450 automóveis(BRASILIA, 2007).

A bicicleta possui baixo impacto ambiental ocorrendo apenas na sua

fabricação, pois não há processo industrial completamente limpo e não-poluente.

Se tratando de poluição sonora a perturbação da bicicleta é praticamente nula,

pois sua propulsão é baseada na força exercida pelo seu usuário, sendo quase

inaudível o ruído causado por sua movimentação se comparado com buzinas e

campainhas(BRASILIA, 2007).

O LABMOB e a Aliança Bike (2018) evidenciaram o impacto da utilização

da bicicleta na redução da emissão de gases poluentes ao quantificar a taxa de

gases poluentes evitada no período de um ano pelos 8,3 milhões de ciclistas

brasileiros. Pelo menos 1.879.488 toneladas de gás carbônico são evitadas por

Page 41: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

41

automóveis particulares e 17.364.672 por ônibus da frota Diesel ao ano.

Respectivamente, esses valores correspondem a 0,08% e 0,76% dos 2,278

bilhões de toneladas brutas emitidas no total pelo país.

1.2.3 Barreiras e Desafios

Dentre os direitos sociais garantido pela Constituição Federal está o de

assegurar ao cidadão o acesso ao transporte (PEC 74/2013). No entanto para

Taco et al. (2018) o transporte como direito social estar longe de ser visto pela

maioria da população. Isso porque a Lei 12.587/12 que instituiu as diretrizes da

Política Nacional de Mobilidade Urbana – PNMU, na qual estabelece aos

municípios a tarefa de planejar e executar a política de mobilidade num prazo de

três anos (prorrogado pelo Congresso Nacional) encontra muita resistência na

execução.

Para a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) os

cicloativistas pregavam há muito tempo que para obter mobilidade na cidade, o

automóvel não serve. Mantido o atual modelo, os problemas do transporte irão

comprometer a capacidade dos governos de fornecer a qualidade de vida que as

pessoas querem. A China e o Japão propõem um sistema ferroviário de alta

tecnologia alternando com a bicicleta. Se quisermos mobilidade, e se isso for um

objetivo social – e deve ser – já temos de pensar em como fornecer o máximo de

mobilidade. A pergunta não pode ser mais “quantas pessoas terão carros?”, mas

sim “como dar maior mobilidade a elas?” (ANTP,2007).

O desenvolvimento da malha viária em todo o país priorizando a

superioridade do automóvel (principalmente o particular) sobre o transporte

coletivo fez com que a grande maioria de ruas e avenidas sejam incapazes de

receber, de forma segura, o ciclista que pretenda circular por elas. A bicicleta não

se encaixa ainda como alternativa porque não há espaço ou segurança

adequados para conduzi-la. O automóvel tomou conta da maior parte das vias

Page 42: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

42

urbanas, ocupando até mesmo as calçadas em busca de espaços para

estacionar. O sistema viário representa de 20% a 30% do consumo de um

território urbano e se contar com as áreas de parqueamento e acessos, chega

quase 40% do espaço das grandes cidades (ANTP, 2007).

A mídia propaga e até apoia as políticas que têm no automóvel a sua base,

ao menos uma propaganda de automóvel pode ser vista em qualquer comercial

de televisão. Os telejornais, jornais impressos e revistas sempre exibem matérias

sobre o setor automobilístico e as facilidades de compra. O slogan “brasileiro é

apaixonado por carro”, repetido e explorado pelas campanhas publicitárias,

alimenta esta cultura e contribuí para que a população não questione as medidas

governamentais tomadas em favor do automóvel ao invés de uma melhora no

acesso aos transportes públicos e não motorizados (CÉSAR, 2010).

O incentivo econômico, midiático, governamental e cultural alimenta um

ciclo vicioso que, cada vez mais, coloca mais veículos circulando nas ruas. Esses

novos veículos demandam mais espaço e infraestrutura. O governo constrói esta

infraestrutura que incentiva que mais automóveis sejam vendidos e tomem as

ruas. E o ciclo se fecha em um aumento constante do número de automóveis

circulando, aumentando quantidade e a frequência dos engarrafamentos e

demanda mais espaço, mais vias, mais ruas e mais estacionamentos. O aumento

das vias nunca vai comportar o constante aumento do número de automóveis

circulando (CÉSAR, 2010).

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NUT)

divulgou relatórios sobre o setor, onde nas últimas duas décadas houve perda de

passageiros. Simultaneamente houve crescimento na frota de veículos

individuais. Quanto mais se cria possibilidades para o transporte individual —

ampliação de vias, construção de viadutos, oferta de vagas —, mais carros

haverá nas ruas. “É preciso concentrar todos os esforços para melhorar o

transporte público e torná-lo mais atrativo que o automóvel e a moto.” (TACO et

al, 2018).

Page 43: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

43

A baixa utilização da bicicleta dificulta cobranças por parte da população

por uma melhor estrutura para os ciclistas assim como o respeito a este condutor

(ANTP, 2007). Segundo Taco, W. et al. (2018)faz-se necessário mudar a

consciência de cada cidadão que ainda não se enxerga como pedestre quando

utiliza meios motorizados de transporte, esquecendo que também necessitam de

infraestrutura para complementarem seus deslocamentos no dia a dia. A falta de

consciência faz com que esses cidadãos negligenciem a luta por espaços

adequados para que todos possam ir e vir com segurança.

O relatório sobre o perfil do Ciclista Brasileiro elaborado em 2018 pela

Associação Transporte Ativo e pelo LABMOB, ao entrevistar 7644 usuários traçou

o perfil, as limitações e tendências do deslocamento por bicicleta em várias

cidades brasileiras. A faixa etária que utiliza bicicleta como meio de transporte

encontra-se na Figura5.

Figura 5: Faixa Etária dos Ciclistas no Brasil. Fonte: LABMOB, 2018 (Adaptado pelo autor).

Dentre os resultados destacam-se os problemas enfrentados pelos

ciclistas, sendo a falta de segurança no trânsito atinge 40,8 % dos entrevistados,

seguido da falta de infraestrutura adequada representando 37,9% dos usuários

como pode-se observar na Figura6. Simultaneamente os usuários responderam

quais fatores os fariam pedalar mais e entre eles se destacam: mais e melhores

Page 44: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

44

infraestruturas com 47,6% e mais segurança/ educação com 30,3% como pode

ser visto na Figura 7 (LABMOB, 2018).

Figura 6: Principal problema enfrentado no uso de bicicleta como meio de transporte. Fonte: LABMOB, 2018 (Adaptado pelo autor).

Figura 7: O que você faria você pedalar mais? Fonte: LABMOB, 2018 (Adaptado pelo autor).

Segundo a ANTP (2007), no seu caderno técnico sobre Transporte

Cicloviário, o transporte cicloviário necessita ser ajustado às condições

específicas de cada cidade. Aspectos como topografia, clima, dispersão urbana,

estrutura dos serviços de transporte coletivo, perfil socioeconômico da população

e hábitos culturais afetam diretamente a utilização da bicicleta nos deslocamentos

cotidianos. É de responsabilidade do poder público uma política que oriente e

Page 45: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

45

condicione o uso da bicicleta como meio de transporte urbano, da maneira mais

eficaz possível tendo como objetivos:

• Estímulo ao uso da bicicleta em substituição ao transporte motorizado

individual ou como complemento do transporte coletivo.

• Constituição de um espaço viário adequado e seguro para a circulação de

bicicletas.

• Provisão de infraestrutura adequada e segura para estacionamento de

bicicletas nos pólos geradores de viagens e nos equipamentos urbanos

dos sistemas de transporte coletivo.

• Gestão dos conflitos da circulação urbana com prioridade aos meios de

transporte coletivo e aos não-motorizados e com ênfase na segurança e na

defesa da vida.

• Organização da circulação cicloviária de maneira eficiente e seguindo a

mesma ênfase na segurança e na defesa da vida.

A combinação da construção de novas ciclovias com a abertura de um

sistema de bicicletas compartilhadas pode promover a aceitação pública e

melhorar a segurança dos usuários do novo sistema. Na Cidade do México,

apesar da infraestrutura de ciclismo precária, foram realizadas campanhas de

segurança para ensinar motoristas e ciclistas a dividir a rua entre si. Desde a

abertura em 2012, já foram efetuadas mais de 5 milhões de viagens pelo sistema

de bicicletas compartilhadas,incentivando o governo a investir em novas ciclovias

e estrutura (ITDP, 2014).

Os sistemas de bicicletas compartilhadas colaboraram com a consolidação

da bicicleta nas políticas de transporte das cidades, incentivando a implantação

de redes cicloviária e a aceitação da bicicleta por novas parcelas da população.

Além disso, os sistemas de bicicletas compartilhadas bem-sucedidos ajudam a

Page 46: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

46

melhorar a imagem da cidade e são capazes de ampliar o acesso às

oportunidades da cidade, aumentando o número de viagens por habitante (ITDP,

2018).

CAPÍTULO 2: ARTIGO CIENTÍFICO

ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONAL PARA IMPLEMENTAÇÃO

DE UM SISTEMA DE BICICLETAS COMPARTILHADAS NO MUNICÍPIO DE

CAMPOS DOS GOYTACAZES COMO UMA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE.

Edilania Bezerra da Silva

Acadêmica em Engenharia de Produção pelo ISECENSA

[email protected]

Frank Pavan de Souza

Pós Doutor em Meio Ambiente e Sociedadepela Universidade Federal de Santa

Catarina

[email protected]

RESUMO

Parte da população das metrópoles brasileiras enfrenta diariamente

congestionamentos no trânsito, principalmente em horários de maior fluxo. O

tempo dispensado em engarrafamentos pode causar transtornos à saúde dos

cidadãos, podendo afetar a qualidade de vida, o meio ambiente e a economia.

Uma das alternativas em constante avanço são os sistemas de bicicletas

compartilhadas, que permitem a locação de unidades durante um determinado

Page 47: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

47

intervalo de tempo. O município de Campos dos Goytacazes, localizado no Norte

do Estado do Rio de Janeiro, também enfrenta a problemática dos

engarrafamentos, e por este motivo, esta pesquisa teve como objetivo geral

identificar quais locais seriam viáveis para implantar um sistema de bicicletas

compartilhadas como uma alternativa de transporte público na área central.

Utilizando-se dos critérios e orientações do Guia de Planejamento de Sistemas de

Bicicletas Compartilhadas do Institute of Transportation & Development Policy

(ITDP) e o conceito de Pólos geradores de viagens foram identificados 30 locais

estratégicos na área central da cidade. Ainda há vários aspectos a serem

explorados para maior adesão de usuários de bicicletas na mobilidade urbana na

cidade de Campos dos Goytacazes. Um sistema de bicicletas compartilhadas

também poderia contribuir com a promoção e expansão do ciclismo na cidade. Ao

final, concluiu-se que, os locais sugeridos levam a uma reflexão de como esses

espaços poderiam ser reutilizados e explorados para lazer e transporte,

redemocratizando o acesso a cidade.

Palavras-chave:Mobilidade Urbana; Bicicleta Compartilhada; Sistemas de

Bicicleta Compartilhada.

Page 48: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

48

ABSTRACT

Part of the population of the Brazilian metropolises faces daily traffic

congestion, especially at busy times. Time spent in traffic jams can disrupt citizens'

health and can affect the quality of life, the environment, and the economy. One of

the ever-advancing alternatives is shared bicycle systems, which allow units to be

leased over for some time. The city of Campos dos Goytacazes, located in the

north of Rio de Janeiro State, also faces the problem of traffic jams, and for this

reason, this research aimed to identify which places would be viable to deploy a

shared bicycle system as an alternative by public transport in the central area.

Using the criteria and guidelines of the Institute of Transportation & Development

Policy (ITDP) Shared Bicycle Systems Planning Guide and the concept of Travel

Generating Poles, 30 strategic locations in the downtown area were identified.

There are still several aspects to be explored for greater adherence to bicycle

users in urban mobility in the city of Campos dos Goytacazes. A shared bicycle

system could also contribute to the promotion and expansion of cycling in the city.

In the end, it was concluded that the suggested locations lead to a reflection on

how these spaces could be reused and explored for leisure and transportation, re-

democratizing access to the city.

Keywords: Urban Mobility; Shared bike; Shared Bike Systems.

Page 49: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

49

2.1 INTRODUÇÃO

Décadas de desenvolvimento desde a Segunda Revolução Industrial

priorizando o automóvel levaram as grandes cidades à exaustão. Isso porque o

espaço arquitetônico (avenidas, prédios, construções) das metrópoles já está

definido e pode ser pouco modificado. Os países desenvolvidos passaram a

investir em alternativas de transporte (ônibus, metrô, trem, bicicleta) e a

convencer a população da importância do uso do transporte público.

Uma das experiências bem-sucedidas ao redor do mundo e que está em

constante expansão é o Sistema de Bicicletas Públicas como complemento dos

sistemas de transporte urbano. O avanço da tecnologia de Global Positioning

System (GPS), smartphones e acesso à informação permitiu o aperfeiçoamento e

desenvolvimento de novos métodos de implantação, aumentando o número de

usuários e a segurança de quem usa. A bicicleta é uma alternativa rentável, não

poluente e que pode trazer benefícios à saúde dos usuários.

Para Shaheen et. al. (2010), a eficiência do sistema se dá ao proporcionar

aos cidadãos opções personalizadas, eficientes e saudáveis para viagens curtas,

além de aliviar os sistemas de transporte público existentes e poderem atuar

como alimentador para esses mesmos sistemas.

Segundo o Institute of Transpor & Development Policy (ITDP),a

consolidação da bicicleta nas políticas de transporte das cidades incentiva a

implantação de redes cicloviárias e a aceitação da bicicleta por novas parcelas da

população. Além disso, os sistemas de bicicletas compartilhadas bem-sucedidos

ajudam a melhorar a imagem da cidade e são capazes de ampliar o acesso às

oportunidades da mesma, aumentando o número de viagens por habitante.

Rabello (2019) defende que, apesar das mudanças na distribuição do uso

do espaço público provocar uma certa rejeição por uma parte da população, é

preciso ocupar os espaços possíveis e aparentemente impossíveis nas ruas para

reconquistar os espaços até então priorizados pelo automóvel particular. Quanto

Page 50: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

50

mais ciclistas nas ruas, ciclovias e ciclofaixas, mais eles serão considerados na

agenda política da mobilidade. Nesse sentido, o papel dos sistemas de bicicletas

compartilhadas é essencial por induzir o uso da bicicleta e convidar as pessoas a

pedalar no cotidiano de seus percursos.

A Rede Íbero-Americana de Pólos Geradores de Viagens(PGV) estuda a

localização dos Pólos Geradores de Tráfego (PGT), que se define por: “locais ou

instalações que têm em comum o desenvolvimento de atividades em um porte e

escala capazes de exercer grande atratividade sobre a população, produzir um

contingente significativo de viagens, necessitar de grandes espaços para

estacionamento, carga e descarga e embarque e desembarque, promovendo,

consequentemente, potenciais impactos. Os shopping centers, hipermercados,

hospitais, universidades, estádios, terminais de carga, estações de transportes

público e mesmo áreas protegidas do tráfego de passagem com múltiplas

instalações produtoras de viagens são alguns tipos de PGV”.

Para o National Association of City Transportation Officials (NACTO, 2016),

quando se trata de instalação de uma estação de bicicleta compartilhada cada

cidade tem suas próprias condições, cultura e restrições. Os critérios a serem

utilizados variam desde a larguras de calçada, volumes de pedestres, pontos de

ônibus, serviços públicosaté desejos da comunidade local. No entanto, alguns

princípios de posicionamento de estações são universais como: fácil acesso, boa

visibilidade e segurança do local. Locais escuros, escondidos ou atrás de edifícios

e árvores devem ser evitados.

A população das metrópoles no Brasil enfrenta diariamente trânsitos

caóticos até seus empregos. Os grandes centros urbanos estão cada vez mais

congestionados e poluídos. É urgente o debate sobre mobilidade urbana e suas

alternativas. O tempo gasto em engarrafamentos causa transtornos à saúde dos

cidadãos, afetando drasticamente a qualidade de vida, o meio ambiente e a

economia.

Page 51: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

51

O sistema de bicicletas compartilhas já está presente em 13 capitais

brasileiras, chegando a 7.861 bicicletas disponíveis segundo levantamento do

Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(LABMOB, 2018). Esse número tende a aumentar com a demanda das cidades

por alternativas de transporte sustentáveis e maior qualidade de vida da

população.

A cidade de Campos dos Goytacazes, situada na região Norte Fluminense

do estado do Rio de Janeiro, enfrenta problemas de mobilidade urbana com um

fluxo intenso de pessoas nas suas áreas centrais e poucas alternativas de

transporte público. Diante deste cenário levanta-se o seguinte questionamento:

Quais locais seriam viáveis para implantar um sistema de bicicletas

compartilhadas como uma alternativa de transporte público com a estrutura atual?

Nesse contexto essa pesquisa teve como objetivo geral elaborar um mapa

estratégico com locais viáveis na área central para propor a implantação de um

Sistema de Bicicletas Compartilhadas no município de Campos dos Goytacazes,

como uma alternativa de transporte públicobaseado no conceito de Polos

Geradores de Viagens e nas diretrizes do ITDP.

Os objetivos específicos foram: identificar os principais programas

existentes de Bicicletas Compartilhadas no Brasil; analisar as características

socioeconômicas, geográficas, topográficas sob a ótica da Mobilidade Urbana da

cidade de Campos dos Goytacazes; calcular o dimensionamento de um sistema

de Bicicletas Compartilhadas no município de estudo; identificar locais

estratégicos para a implantação de um sistema de bicicletas compartilhadas na

cidade de Campos dos Goytacazes a partir da análise das características e dos

dados oficiais disponíveis.

Page 52: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

52

2.2 METODOLOGIA

2.2.1 Classificação da Pesquisa

A pesquisa classifica-se como quali-quantitativa tendo em vista que almeja

estabelecer pontos estratégicos para a definição dos locais e rotas de

implementação do sistema de bicicletas compartilhadas. De acordo com Knechtel

(2014) tal a pesquisa quali quantitativa é aquela que:“interpreta as informações

quantitativas por meio de símbolos numéricos e os dados qualitativos mediante a

observação, a interação participativa e a interpretação do discurso dos sujeitos

(semântica)”.

A pesquisa classifica-se ainda como exploratória, descritiva e estudo de

caso, haja vista que foi realizada por meio de aplicação da teoria associada a

demanda de mobilidade do município. Para Knechtel (2014) a pesquisa

exploratória aplica instrumentos para medir e descrever determinado

comportamentosocial, que não possuía grande atenção da comunidade científica

(pesquisas que verificam mudanças de padrões de comportamento social).

2.2.2 Procedimentos Técnicos

Para identificar os programas existentes de Bicicletas Compartilhadas no

Brasil foi realizado levantamento bibliográfico através de pesquisas em artigos

científicos disponibilizados no Portal Capes, Scielo, Google Acadêmico, websites

oficiais dos programas de bicicletas compartilhadas existentes, livros, guias,

manuais e legislação.

Os dados econômicos, sociais, geográficos, topográficos e climáticos foram

obtidos por meio de levantamento bibliográfico dos dados disponibilizados pelos

poderes públicos Federal e Municipal como CENSO, mapas, entre outros. Para

compreender sobre mobilidade urbana na cidade foram analisados entrevistas e

trabalhos de campo realizados por pesquisadores locais citados ao longo deste

artigo.

Page 53: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

53

O dimensionamento de um sistema de Bicicletas Compartilhadas no

município em Campos foi elaborado seguindo os parâmetros estabelecidos pelo

Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas do ITDP. Com

os dados obtidos do município fez-se os cálculos a partir da quantidade de

pessoas entre 15 e 39 anos (considerados possíveis usuários) que vive no

município na área urbana de acordo com o CENSO do IBGE de 2010. A

definição dos usuários de 15 a 39 anos se deu em face do levantamento do

LABMOB (UFRJ, 2018) que mostra que cerca de 70% dos usuários de bicicleta

no país se encontram na faixa etária de 15 a 44 anos.

Para recomendar os locais viáveis de instalação do Sistema de Bicicletas

no local de estudo foram considerados os critérios e orientações do Guia de

Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas do ITDP, o conceito de

polos geradores de viagens. No município em questão, para determinar esses

locais, considerou-se as rotas dos ônibus como principal parâmetro, seguidos de

ciclofaixas, pontos comerciais e centros universitários. As rotas dos ônibus foram

obtidas através do Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT). O mapa

estratégico traçado contou com auxílio do software Google Maps.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.3.1 Características socioeconômicas, geográficas, topográficas sob a ótica da

Mobilidade Urbana da cidade de Campos dos Goytacazes

Campos dos Goytacazes é o maior município do interior fluminense em

extensão territorial no Estado do Rio de Janeiro, com seus 4.031 km², sendo seu

relevo uma planície. Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística(IBGE) de 2010, sua população é composta por 463.731 habitantes.

A economia local é impulsionada pelas atividades da prospecção de petróleo e

pela influência do Porto do Açu localizado no município São João da Barra, sendo

a média salarial mensal dos domicílios particulares urbanos de R$2.500,00. A

pesquisa foi aplicada apenas na cidade, ou seja, área urbana central.

(IBGE,2010).

Page 54: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

54

A frota de automóveis particulares, na cidade praticamente dobrou nos

últimos 10 anos, chegando a 219. 673 automóveis em 2018 como mostra na

figura 8 abaixo, segundo o IBGE.

Figura 8: Frota de automóveis da cidade de Campos dos Goytacazes. (Fonte: IBGE, 2018. Adaptado pelo autor).

Tratando-se de Mobilidade Urbana por bicicleta, a cidade conta com 51

quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, predominantemente planas, sendo a maior

delas situada na da Avenida 28 de março, com 6 km de extensão segundo a

Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes (PMCG, 2015), como mostra a

Figura 9.

Page 55: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

55

Figura 9: Malha cicloviária de Campos dos Goytacazes.Fonte: PMCG, 2019.

Um estudo foi realizado por Maciel (2015) para traçar o perfil do ciclista

campista sob ótica de: políticas públicas e empresariais, segurança e riscos,

veículos e atitudes, revelou que tratando-se de políticas públicas, 43,6% da

população concorda totalmente que seria importante ter acesso a vários lugares

da cidade com bicicleta, 60% que o governo local deveria dar mais atenção aos

ciclistas e incentivar o ciclismo seguro e 52,8% deveriam usar mais a bicicleta

porque não polui o ambiente.

2.3.2 Dimensionamento de um sistema de Bicicletas Compartilhadas no

município de estudo

O Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas compartilhadas

estabeleceque os requisitos para a implantação de um sistema (anteriormente

citados neste trabalho) são:

• Área mínima de cobertura do sistema: 10 km²;

• Número de bicicletas do sistema: 10 a 30 bicicletas para cada mil

moradores da área de cobertura;

• Vagas para estacionamento das bicicletas nas estações: 2 a 2,5 vagas por

bicicleta em operação;

Page 56: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

56

Para dimensionar o Sistema em Campos foi consideradauma população

deaproximadamente 170 mil pessoas entre 15 e 39 anos que vivem na área

urbana. Sendo assim,para um bom desempenho em toda a cidade, o sistema

deveria contar com aproximadamente 170 estações, com 1700 bicicletas

(considerando 10 para cada 1000 moradores)e 4250 vagas de estacionamento

(considerando 2,5 vagas por bicicleta).

Ao observar as localizações dos Sistemas de Bicicletas bem-sucedidos ao

redor do mundo, notou-se um padrão de localização que se concentra ao redor de

áreas comerciais, estações de ônibus, praças, entre outros. Como o principal

objetivo do sistema é a promoção do transporte sustentávelque facilite a locomoção

dos usuários em deslocamentos de curta e média distância no seu dia a dia, o

estudo buscou identificar as áreasprincipais apartir dosbairros centrais da

cidadeonde há maior concentração tanto de população residente quanto da

população flutuante,que possuem as principais vias de acesso à cidade.

Com esses parâmetros foram identificados 30locais com potencial

parainstalação de Estações de bicicletas compartilhadas. Esses pontos estão

distribuidos em 11 bairros abrangendo uma área de cobertura de

aproximadamente 11,8 quilômetros quadrados vistos na Figura 10, que mostra o

mapa com os pontos identificados e área de cobertura alcançada.

Page 57: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

57

Figura 10: Área de Cobertura. Fonte: elaborado pelo autor.

Nota-se que a área de cobertura dos locais identificados está seguindo os

parâmetros determinados pelo ITDP de no mínimo 10 quilômetros quadrados.

2.3.3 Locais estratégicos para a implantação de um sistema de bicicletas

compartilhadas na cidade de Campos dos Goytacazes

A partir da análise das características e dos dados oficiais disponíveis

foram identificadoslocais próximos a comércios, escolas, shoppings, terminais

entre outros.Os potenciais locais para a implantação de estações na área central

estão descritos abaixo:

• Praça Esperanto , Avenida Alberto Torres, Parque Leopoldina.

Avenida diretamente ligada ao centro da cidade, uma das principais vias do

Município, conta com uma grande fluxo de bicicletas, carros e ônibus, atualmente

possui faixas compartilhadas entre automóveis e bicicletas. Ao redor possui o

Senac Campos e a Faculdade de Odontologia de Campos. Abaixo a Figura 11 da

localização da praça.

Page 58: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

58

Figura 11: Praça Esperanto. Fonte: Google Maps.

• Praça da Igreja do Saco, Avenida Alberto Torres, Bairro Caju.

Avenida diretamente ligada ao centro da cidade, uma das principais vias do

Município, conta com uma grande fluxo de bicicletas, carros e ônibus, atualmente

possui faixas compartilhadas entre automóveis e bicicletas. Ao redor possui o

Colégio Estadual José do Patrocínio, pontos comerciais e Igrejas. Abaixo a Figura

12 da localização da praça.

Figura 12: Praça Igreja do Saco. Fonte: Google Maps

Page 59: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

59

• Praça da Bíblia, Avenida 28 de Março, Bairro Jardim Maria de Queiroz.

Uma das principais avenidas da cidade diretamente ligada ao centro da

cidade e a Pelinca, conta com uma grande fluxo de bicicletas, carros e ônibus,

atualmente possui ciclovia exclusiva. Ao redor possui o Senai Campos, a

Secretária de Educação e alguns centros comerciais. Abaixo a Figura 13 da

localização da praça.

Figura 13: Praça da Bíblia. Fonte: Google Maps.

• Praça Barão do Rio Branco (Jardim do Liceu), Centro.

Diretamente ligada ao centro da cidade , a avenida Alberto Torres conta

com uma grande fluxo de bicicletas, carros e ônibus, atualmente possui ciclofaixa.

Ao redor encontra-se oColégio Estadual Liceu de Humanidades, Colégio Alpha,

Colégio Batista, Colégio Bittencourt e centros comerciais. A Figura 14 mostra a

localização da praça.

Page 60: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

60

Figura 14: Praça Barão do Rio Branco. Fonte: Google Maps.

• Instituto Federal Fluminense, Rua Barão da Lagoa Dourada, Parque

Santo Amaro.

Localizado próximo a avenida 28 de março conta com uma grande fluxo

diário de alunos que se deslocam de todos os bairros da cidade. Nas

proximidades encontram-se a Prefeitura Municipal de Campos e o Shopping

Avenida 28. A Figura 15 mostra a localização do Instituto.

Figura 15: Instituto Federal Fluminense. Fonte: Google Maps.

Page 61: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

61

• Praça 1° de Maio, Rua Voluntários da Pátria, Parque Avenida Pelinca.

Perpendicular a Avenida Pelinca, conta com uma grande fluxo de pessoas

que se deslocam para universidades, hospitais e centros comerciais. Ao redor

encontram-se Hospital Santa Casa da Misericordia, Shopping Pelinca Square e

Parque Centro. A Figura 16 mostra a localização da praça.

Figura 16: Praça 1° de maio. Fonte: Google Maps.

• Shopping Avenida 28, Rua Voluntários da Pátria, Parque Santo Amaro.

Localizado na principal avenida da cidade a área do shopping conta com

uma grande fluxo de pessoas que se deslocam para universidades, hospitais e

centros comerciais. Ao redor encontra-se academias, prédios comerciais, a

Prefeitura de Campos, Hotéis entre outros. Além de possuir a principal cliclovia

da cidade. A Figura 17 mostra a localização do shopping.

Page 62: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

62

Figura 17: Shopping Avenida 28 de Março. Fonte: Google Maps.

• Palácio da Cultura, Rua Alvarenga Filho, Parque Avenida Pelinca.

Situadoentre o Centro e a Pelinca conta com uma grande fluxo de pessoas

que se deslocam para universidades, hospitais e centros comerciais. A rua

Alvarenga filho da acesso a Rodoviária Roberto Silveira. Ao redor encontra-se

academias, hospitais,bancos, Escolas Técnicas entre outros. A Figura 18 mostra

a localização do espaço.

Figura 18: Palácio da Cultura. Fonte: Google Maps.

Page 63: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

63

• Praça do Canhão, Avenida Alberto Torres, Centro.

Localizada no Centro da cidadea Praça da acesso a Ponte Barcelos

Martins. Possui ciclofaixa na sua avenida e ao redor conta com centros

comerciais, a Faculdade de Medicina de Campos, o Hospital Beneficiência

Portuguesa, o Centro de Saúde entre outros. A Figura 19 mostra a localização da

praça.

Figura 19: Praça do Canhão. Fonte: Google Maps.

• Praça São Cristovão, Avenida Dr. Saló Brand, Jardim Carioca.

A praça São Cristóvão possui localização estratégica,pois próximo a ela

encontra-se o Sesi Campos, a Villa Olímpica, centros comerciais e a Ponte

Barcelos que interliga ao centro da cidade. Além da Beira Rio que possui um

considerável fluxo de pessoas e ciclofaixa. A Figura 20 mostra a localização da

praça.

Page 64: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

64

Figura 20: Praça São Cristovão. Fonte: Google Maps

• Ponte Leonel Brizola, Avenida Alberto Torres, Centro.

Localizada no Centro,a ponte da acesso aos moradores do Distrito de

Guarus ao centro da Cidade. Possui ciclofaixa na sua avenida e ao redor conta

com centros comerciais, pontos de ônibus, bancos, orgãos públicos entre outros.

A Figura 21 mostra a localização da ponte.

Figura 21: Ponte Leonel Brizola. Fonte: Google Maps.

Page 65: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

65

• Parque Alberto Sampaio, Avenida Doutor Hélio Póvoa, Centro.

Localizado no Centro, o Parque Alberto Sampaiofica em frente ao Mercado

Municipal e próximo ao Camelô da cidade. Circulam diariamente milhares de

pessoas ao redor,em razão dos pontos de ônibusde embarque/desembarque. Há

também proximo a Roviária Roberto Silveira e o Colégio Eucarístico. A Figura 22

mostra a localização do parque.

Figura 22: Parque Alberto Sampaio. Fonte: Google Maps.

• Parque da República, Rua Saldanha Marinho, Centro.

O Parque da República fica localizado logo atrás da Rodoviária Roberto

Silveira. A rodoviáriapossui um intenso fluxo de pessoas que vem dos distritos e

cidades ao redor. Há também próximo o Colégio Estadual XV de Novembro, o

Shopping Vips Center e Centros Médicos. A localização pode ser vista na Figura

23.

Page 66: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

66

Figura 23: Parque da República. Fonte: Google Maps.

• Beira Valão, Avenida José Alves de Azevedo, Centro.

A Avenida José Alves de Azevedo, também conhecida como Beira Valão,

vista na Figura 24 é um das principais vias de acesso a cidade e ao centro.

Próxima aRodoviária Roberto Silveira, possui um intenso fluxo de pessoas que se

deslocam para Universidades como UFF e Estácio de Sá, algumas Escolas

Técnicas.

Figura 24: Beira Valão. Fonte: Google Maps.

• Praça São Salvador, Rua Paul Percys Harris, Centro.

A Praça São Salvadorindicada na Figura 25, fica localizada no coração do

centro da cidade. Possui um intenso fluxo de pessoas que se deslocam para

Universidades, centros comerciais, bancos e outros lugares. Nas proximidades

encontram-seo Campos Shopping, o Terminal Roberto Prestes e a Igreja

Page 67: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

67

SãoSalvador.

Figura 25: Praça São Salvador. Fonte: Google Maps.

• Praça do Chá Chá, Rua Governador Teotônio Ferreira de Araújo,

Centro.

A Praça Chá Chá vista na Figura 26,fica localizada no centro da cidade

próximo ao calçadão principal. Possui um intenso fluxo de pessoas que se

deslocam para os centros comerciais. Próximo há o Campos Shopping, o

Terminal Roberto Prestes e a Igreja Diocesana.

Figura 26: Praça do Chá Chá. Fonte: Google Maps.

Page 68: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

68

• Praça Tiradentes, Rua Carlos Lacerda, Centro.

A Praça Tiradentesmostrada na Figura 27 fica localizada no centro da

cidade. Próximo há o Campos Shopping, o Terminal Roberto Prestes.

Figura 27: Praça Tiradentes. Fonte: Google Maps.

• Terminal Rodoviário Roberto Prestes (Beira Rio), Avenida Rui

Barbosa, Centro.

O Terminal Rodoviário Roberto Prestesidentificado na Figura 28,opera o

embarque de origem /destino de todos os bairros da área central da cidade.

Diariamente circulam milhares de pessoasem direção ao centro da cidade e para

conexão com outrosbairros.

Figura 28: Terminal Rodoviário Roberto Prestes. Fonte: Google Maps.

Page 69: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

69

• Igreja São Benedito, Rua Marechal Deodoro, Centro.

A Praça Nilo Peçanha, Praça de São Benedito ou ainda Jardim de São

Benedito conforme Figura 29,é um dos principais pontos de lazer da cidade. O

espaço oferece ampla área verde com parquinho infantil, quadras

polivalentesentre outros. Além de está próximo a avenida 28 de março, suas ruas

fazem conexão com o centro da cidade e com a Pelinca.

Figura 29:Igreja São Benedito. Fonte: Google Maps.

• Parque Alzira Vargas, Avenida 28 de Março, Parque Alzira Vargas.

O Parque Alzira Vargasmostrado na Figura 30, localiza-se bem no centro

da Avenida 28 de Março, ao redor encontra-se vários centros comerciais,

hospitais e laboratórios. A Universidade Federal Fluminense e Universidade

Estácio de Sá que possuem um intenso fluxo de alunos. A ciclovia da avenida 28

fica em frente ao parque.

Page 70: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

70

Figura 30: Parque Alzira Vargas. Fonte: Google Maps

• Teatro Municipal Trianon, Rua Saldanha Marinho, Centro.

O Teatro Municipal Trianon encontra-se no Centro e possui um amplo

jardim como pode ser observado na Figura 31.Interligado pelas ruas Saldanha

Marinho e Mal. Floriano possui fácil acesso aos principais pontos comerciais,

escolas, universidades, Igrejas entre outros.

Figura 31: Teatro Trianon. Fonte: Google Maps

• Ponte da Lapa, Avenida Rui Barbosa, Lapa.

A ponte da lapa observada na Figura 32, interliga Guarus ao Centro da

cidade e outros bairros. Possui algumas empresas e escolas ao redor.

Page 71: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

71

Figura 32: Ponte da Lapa. Fonte: Google Maps.

• Praça da Lapa, Rua dos Goytacazes, Lapa.

A Praça da Lapa, vista na Figura 33, encontra-se na rua Goytacazes.

Localizada em um bairro residencial,possui um considerável fluxo de pessoas e

carros que circulam diariamente entre o centro e outros bairros.Ao redor há

empresas, pontos comerciais e escolas e uma cliclofaixa.

Figura 33: Praça da Lapa. Fonte: Google Maps.

• Estádio do Goytacaz, Rua dos Goytacazes, Centro.

O Estádio do Goytacazesmostrado na Figura 34, está localizado entre a

Rua Tenente Coronel Cardoso e a Rua dos Goytacazes, duas ruas de grande

Page 72: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

72

movimentação na cidade que conectam vários bairros. Ao redor possui

supermercados, escolas, Igrejas.

Figura 34: Estádio do Goytacaz. Fonte: Google Maps.

• Praça daRua Goytacazes, Avenida 28 de março, Centro.

A praça rua Goytacazes naFigura 35, fica localizada entre a Rua

Goytacazes e a avenida 28 de março. Nela há ponto de embarque/desembarque

de ônibus. Por está na Avenida 28 também conta com ciclovia próxima. Ao redor

encontram-se pontos comerciais, escolas, supermercados entre outros.

Figura 35: Praça daRua Goytacazes. Fonte: Google Maps.

Page 73: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

73

• Quiosques, Rua Tenente Coronel Cardoso, Centro.

Os quiosques localizadosna rua Tenente Coronel cardoso, que podem ser

vistos na Figura 36, encontram-se em uma das ruas mais movimentadas da

cidadecom várias rotas de ônibus presentes. Ao redor há escolas, Igrejas,

academias e pontos comerciais. Além de ser um local de fácil acesso ao centro

da cidade. Arua Tenente Coronel Cardoso é perpendicular a Rua Dr. Felipe Ueber

que possui ciclofaixa em toda sua extensão.

Figura 36: Quiosques. Fonte: Google Maps.

• Dr. Felipe Uebe, Rua Dr. Felipe Uebe, Parque Turf Club.

A rua Dr. Felipe Uebeobservada na Figura 37 é perpendicular a avenida 28

de março. Possui um intenso fluxo de pessoas ao redor por conta de centros

comerciais, escolas, supermercados e pontos de ônibus próximos. Nela há

também uma ciclovia em toda sua extensão que interliga a avenida Alberto

Lamego com a Avenida 28 de março.

Page 74: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

74

Figura 37: Rua Doutor Felipe Uebe. Fonte: Google Maps.

• Praça Maria Lúcia, Avenida 28 de Março, Turf Club.

A praça Maria Lúciaidentificada na Figura 38,localiza-se na avenida 28 de

março que conta com uma ciclovia em quase toda sua extensão. Nela há Escola

Municipal Maria Lúcia. Ao redor encontram-se vários centros comerciais, pontos

de ônibus e a sede da Rede Record de Televisão na cidade.

Figura 38: Praça Maria Lúcia. Fonte: Google Maps.

• Horto Municipal, Avenida Alberto Lamego, Horto.

O Horto Municipal de Campos conformeFigura 39, é um dos espaços de

lazer da cidade. Localizado na Avenida Alberto lamego atrai visitantes para

Page 75: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

75

passeios, piqueniques ou pelo contato com a natureza. Próximo encontra-se a

UENF, a FAETEC e centros comerciais.

Figura 39: Horto Campos. Fonte: Google Maps.

• UENF, Avenida Alberto Lamego, Horto.

Circula-se diariamente milhares de estudantes naUniversidade Estadual do

Norte Fluminensevista na Figura 40,vindos de todos os bairros e municípios

próximos. A universidade fica localizada na Avenida Alberto Lamego que possui

ciclovia em toda sua extensão.

Figura 40: Universidade Estadual do Norte Fluminense. Fonte: Google Maps.

Após delimitar os locais estratégicos foiconstruído um mapa visto na Figura

41,com auxíliodo softwareMy Google Maps. Além dos pontos, também se utilizou

Page 76: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

76

as rotas dos ônibus e a malha cicloviária.Como pode serpercebido a sobreposição

das rotas mostra que os pontos seriam localizados em locais com considerável

fluxo de pessoas.

Page 77: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

77

Figura 41: Mapa com locais estratégicos para estações do sistema de bicicletas compartilhadas. Fonte: elaborado pelo autor.

Page 78: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

78

Calculou-se também as distâncias mais curtas entre os locais sugeridos

utilizando a ferramenta de métrica do My Google Maps. As distâncias podem ser

vistas no Quadro 3. Observa-se que embora a média entre as distâncias obtidas

tenha sido de 434 metros,nem sempre é possível atender as indicações do ITDP

e de alguns autores sobre as distâncias das estações(entre 200 a 500

metros).Como acontece na Praça Esperanto, Praça do Liceu, Horto, UENF e

Praça Maria Lucia que possuem distância maiores que 600 metros. Isso porque o

espaço arquitetônico das cidades já está bem definido e algumas avenidas/ruas

não comportam ou não possuem espaços disponíveis.

Page 79: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

79

Quadro 3: Menores distâncias entre as estações.

Localização da Estação Menor distância

para estação mais próxima (metros)

Estação correspondente

Praça Esperanto (FOC) 863 m Praça Igreja do Saco

Praça Igreja do Saco 437 m Praça da Bíblia (Senai)

Praça da Biblia (Senai) 437 m Praça Igreja do Saco

Praça do Liceu 610 m Praça do Canhão IFF Centro 380 m Shopping Avenida 28

Praça 1° de Maio (Americanas) 300 m Palácio da Cultura

Shopping Avenida 28 380 m IFF Centro

Palácio da Cultura 300 m Praça 1° de maio

Praça do Canhão 185 m Ponte Rosinha

Praça São Cristovão 590 m Praça do Canhão

Ponte Leonel Brizola 185 m Praça do Canhão

Parque Alberto Sampaio (Camelô) 290 m Ponte Rosinha Parque da República (Terminal Roberto

Silveira) 450 m

Beira Valão Beira Valão 450 m Parque da República

Praça São Salvador 270 m Praça do Chá chá

Praça do Chá Chá 120 m Praça Tiradentes (Igreja

Diocesana) Praça Tiradentes (Igreja Diocesana) 120 m Praça do Chá Chá

Terminal Rodoviario Roberto Prestes (Beira Rio) 380 m

Praça Tiradentes (Igreja Diocesana)

Igreja São Benedito (Jardim São Benedito) 500 m

Parque Alzira Vargas (Cidade da Criança)

Parque Alzira Vargas (Cidade da Criança) 500 m

Igreja São Benedito (Jardim São Benedito)

Teatro Trianon 390 m Igreja São Benedito

(Jardim São Benedito) Ponte da Lapa 240 m Praça da Lapa

Praça da Lapa 240 m Ponte da Lapa

Estádio do Goytacazes 480 m Teatro Trianon

Praça da Rua Goytacaz 530 m Dr. Felipe Uebe

Quiosques Tenente Coronel Cardoso 540 m Estádio do Goytacazes

Dr. Felipe Uebe 530 m Praça da Rua Goytacaz

Praça Maria Lúcia 825 m Dr. Felipe Uebe

Horto 850 m UENF

UENF 850 m Horto Fonte: Elaborado pelo autor.

Os pontos estratégicos sugeridos são espaços com uma considerável área

desocupada. Alguns deles precisariam de modificações na sua arquitetura para

se adequarem a instalação de uma estação. Essas modificações seriam

adaptações das calçadas, retirada de vagas de estacionamentos, alterações

Page 80: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

80

paisagísticas entre outras.

2.4 CONCLUSÕES

Não há como negar que a mobilidade urbanase tornou uma questão

estratégica de desenvolvimento urbano e econômico. Basta observar as

constantes mudanças que acontecem nas grandes metrópoles do mundo afora,

principalmente com o avanço da tecnologia que diariamente nos faz questionar

sobre a forma que utilizamos e consumimos os recursos disponíveis.

A bicicleta é um meio de transporte que vem se reinventando para voltar a

conquistar espaço. Seus baixos custos e benefícios se tornam cada vez mais

atrativos em lugares com grandes congestionamentos e altos custos de transporte

público.Os programas de bicicleta compartilhada evoluíram de forma a conquistar

cada vez mais usuários na maioria dos lugares em que atuam, proporcionando

conforto e praticidade.

Os programas de bicicleta compartilhada têm se expandido pelo mundo

todo sendo aceitos como sistemas sustentáveis e saudáveis. Destacam-se

cidades como Paris, Londres, Cidade do México, Rio de janeiro e Barcelona. O

avanço tecnológico na última década com aplicativos cada vez mais eficientes,

possibilitou a integração com os transportes coletivos colaborando para diminuir o

tempo de viagem dos usuários.

Já no Brasil,o estímulo pelo uso dos veículos privadosnas últimas decadas

trouxe graves problemas de mobilidade urbana.Os governos precisam criar

alternativas de transporte e incentivo para mudança na cultura do transporte

individual motorizado. No caso do incentivo ao uso da bicleta, os governos devem

garantir a infraestrutura cicloviária e a segurança do ciclista.

Apesar do crescimento no Brasil do Sistema de bicicletas

compartilhas,notou-se que as informações sobre métodos de implantação e

planejamento são bem restritas nas cidades de atuação, limitando-se a tempo a

implantação e quantidade de bicicletas. Para que eles continuem crescendo e se

Page 81: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

81

tornando de fato uma alternativa de transporte é preciso tornar os dados públicos

e buscar maior participação da população.

Aoobservar a mobilidade urbana município de Campos dos Goytacazes é

perceptível que ainda há vários aspectos a serem explorados para maior adesão

de usuários de bicicletas, tais como: sinalização, campanhas publicitarias de

incentivos e seguranças nas vias. Mas apesar de possuir uma pequena

infraestrutura para utilização de bicicletas,os cidadãos campistas demonstram

serem entusiastas a utilização dela.

A instalação de um Sistema de Bicicleta Compartilhadas permitiria uma

opção de trânsito não poluente, descongestionando vias além de colaborar com a

saúde e qualidade de vida dos usuários. Para futuros trabalhos recomenda-se

estudo de qual tipo de sistema funcionária melhor na cidade, levantamento de

origem e destino da população, a viabilidade econômica e impactos na cidade.A

possibilidade de integração com o transporte público também é uma das

alternativas que pode ser explorada.

Por fim, esse trabalho proporcionou ao leitor um primeiro contato com esse

sistema que embora ainda seja desconhecido por uma parte da população

brasileira, mostra-se cada dia mais com maior potencial de crescimento. Os locais

aqui sugeridos para a instalação levam ao leitor a refletir em como esses espaços

poderiam ser reutilizados e explorados para lazer e transporte. Além de

redemocratizar o acesso a cidade a tornando mais justa e acessível.

2.5 REFERÊNCIAS

IBGE, 2010. Censo Demográfico, 2010. Características da população e dos

domicílios. Disponível em : <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/campos-dos-

goytacazes/panorama>

IBGE, 2018. Frota de Veículos, 2018. Disponível em:

<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/campos-dos-goytacazes/pesquisa/22/28120>

Page 82: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

82

ITDP, 2014. Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas.

Disponível em: <http://itdpbrasil.org.br/publicacoes/guias-e-manuais/>

LABMOB,2018.Economia da Bicicleta no Brasil. Disponível

em:<http://www.aliancabike.org.br/download-estudo-economia

bicicleta/00c00/ECONOMIA_DA_BICICLETA_jul_18.pdf >

MACIEL, Ana Beatriz Lopes. Mobilidade urbana sustentável: proposta de um

modelo de diagnóstico sobre o uso da bicicleta. 2015 186p. – Universidade

Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia.

Laboratório de Engenharia de Produção. Campos dos Goytacazes, 2015.

NACTO, 2016. Bike Share Station Siting Guide, 2016.

KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma

abordagem teórico-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014.

SHAHEEN, S. A.;GUZMAN, S.;ZHANG, H. Bikesharing in Europe, the Americas,

and Asia: Past, present and Future. Transportation Research Record: Journal of

the Transportation Research Board, 2143(-1), pp.159–167.2010.

PGV, 2019. O que é um PGV? Conceito sobre Pólos Geradores de Viagem.

Disponível em: <http://redpgv.coppe.ufrj.br/index.php/pt-BR/conceitos/o-que-e-um-

pgv>.

PMCG, 2015. Campos ciclovias e ciclofaixas. Disponível em:

<https://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=32457>

RABELLO, Renata Cruz. Sistema público de bicicletas compartilhadas: a disputa do espaço urbano. – São Paulo, 2019.337p.

Page 83: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

83

CAPÍTULO 3: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABESO, 2019. Mapa da obesidade. Disponível em:

<http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade>. Acesso em 20 e

junho.

AGÊNCIA DE BRASÍLIA, 2017. Brasília, 09 agos. 2017. Disponível em:

<https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2017/08/09/governo-lanca-plano-bike-com-

ampliacao-de-ciclovias-e-mais-bicicletas-publicas-em-brasilia/>. Acesso em: 10 de

jun. 2019.

ANTP, 2007. Série Cadernos Técnicos: Transporte Cicloviário, volume 7.

Disponível em: <http://www.antp.org.br/biblioteca-vitrine/cadernos-tecnicos.html>

BRASILIA, 2007.Caderno de referência para elaboração de Plano de Mobilidade

por Bicicleta nas Cidades. Brasília: Secretaria Nacional de Transporte e da

Mobilidade Urbana, 2007. Disponível em:

<https://www.ciclocidade.org.br/biblioteca/file/4-colecao-bicicleta-brasil-programa-

brasileiro-de-mobilidade-por-bicicleta-caderno-1>

BEROUD, Benoit. (2007). Vélo’v: un service de mobilité de personnes à

transférer. Lyon, France: Doctorate Thesis.

Page 84: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

84

BIKE+. Distrito Federal, 2019. Disponível em: <

http://www.maisbikecompartilhada.com.br/sobre.aspx >. Acesso em: 08 de abril

de 2019.

BLACK, C.; POTTER, S. Portsmouth bikeabout: A smart-card bike club

scheme, 1999.

BONNETTE, Brittany. THE IMPLEMENTATION OF A PUBLIC-USE BICYCLE

PROGRAM IN PHILADELPHIA. 2007. Urban Studies Senior Thesis, University of

Pennsylvania, 2007.

BRASIL, 2004. Ministério das Cidades. Política Nacional de Mobilidade Urbana

Sustentável. Brasília: MCidades/Governo Federal, novembro de 2004.

BRASIL, 2016. Ministério da Saúde. Ciclismo: Atividade é uma opção para quem

tem problemas articulares. Blog da Saúde, Agosto de 2016. Disponível em:

<http://www.blog.saude.gov.br/index.php/materias-especiais/51496-ciclismo-

atividade-e-uma-opcao-para-quem-tem-problemas-articulares>.

CADENA, Roberta; ANDRADE, Mauricio; DOURADO, Anísio. 2014. A

NECESSIDADE DA REGULAÇÃO DO ALUGUEL DE BICICLETAS COMO

SERVIÇO PÚBLICO COMPLEMENTAR AO TRANSPORTE URBANO. Disponível

em:

<http://www.anpet.org.br/ssat/interface/content/autor/trabalhos/publicacao/2014/47

3_AC.pdf>

CAMPOS, Vânia Barcellos Gouvêa. (2015). UMA VISÃO DA MOBILIDADE

URBANA SUSTENTÁVEL. Disponível em:

<http://www.fetranspordocs.com.br/downloads/08umavisaodaMobilidadeUrbanaS

ustentavel.pdf>.

CÉSAR, Yuriê Baptista. A garantia do direito à cidade através do incentivo ao

uso da bicicleta nos deslocamentos urbanos. 2010. 90p. Monografia

(Bacharel) - Universidade de Brasília - Brasília, 2010.

Page 85: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

85

COTIDIANO. Folha de Pernambuco Online. Pernambuco, 12 de março de 2019.

Disponível em:

<https://www.folhape.com.br/noticias/noticias/cotidiano/2019/03/12/NWS,98582,70

,449,NOTICIAS,2190-BIKE-AUMENTA-NUMERO-VIAGENS-434.aspx>.Acesso

em: 10 de abril de 2019.

DEMAIO, P., 2009. Bike-sharing: History, impacts, models of provision, and

future. Journal of Public Transportation, Vol. 12, No. 4, 2009, pp.41–56. Disponível

em:<https://www.nctr.usf.edu/jpt/pdf/JPT12-4DeMaio.pdf>.

FAO, 2018. Latin America and the Caribbean Regional Overview of Food Security

and Nutrition. Disponível em: <http://www.fao.org/3/ca2127en/CA2127EN.pdf>

GOLDMAN, T.; GORHAM, R.; Sustainable urban transport: Four innovative

directions.; Technology in Society,v.28,261-273,2006

ITDP, 2014. Guia de Planejamento de Sistemas de Bicicletas Compartilhadas.

Disponível em: http://itdpbrasil.org.br/publicacoes/guias-e-manuais/

ITDP, 2016. Sistemas de bicicletas compartilhadas em Belo Horizonte, Distrito

Federal,Rio de Janeiro e São Paulo. Disponível em: <http://itdpbrasil.org/bike-

share-2016-pdf/>

ITDP, 2018. Financiamento e administração de sistemas públicos de bicicletas

compartilhadas, Rio de Janeiro e São Paulo. Disponível em: <

http://2rps5v3y8o843iokettbxnya.wpengine.netdna-cdn.com/wp-

content/uploads/2018/01/ITDP_TA_Financiamento_Bicicletas_Compartilhadas_Ja

n_2018-2.pdf>

LABMOB e ALIANÇA BIKE, 2018. Economia daBicicleta no Brasil. Disponível

em:<http://www.aliancabike.org.br/download-estudo-economia-

bicicleta/00c00/ECONOMIA_DA_BICICLETA_jul_18.pdf >

Page 86: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

86

LABMOB e TRANSPORTE ATIVO, 2018. Pesquisa Perfil do Ciclista, 2018.

Disponível em: <http://ta.org.br/perfil/ciclista18.pdf>

LITMAN, T. Quantifying the Benefits of Nonmotorized Transportation for Achieving

Mobility Management Objectives. v. 12, n. 1441, p. 121–129, 2009.

MACIEL, Ana Beatriz Lopes. Mobilidade urbana sustentável: proposta de um

modelo de diagnóstico sobre o uso da bicicleta. 2015 186p. – Universidade

Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia.

Laboratório de Engenharia de Produção. Campos dos Goytacazes, 2015.

MIÑANO, M. P; SANTOS, A. 2015. Contribuição dos serviços de bicicleta

compartilhada na mobilidade sustentável no Brasil. Disponível em: <http://files-

server.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2015/06/17/7E375856-

BFA8-4AB0-9AEE-44E146DE6660.pdf>.

MOBILIDADE. Agência de Brasília. Distrito Federal, 9 de agosto de 2017.

Disponível em: <https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2017/08/09/governo-lanca-

plano-bike-com-ampliacao-de-ciclovias-e-mais-bicicletas-publicas-em-brasilia/>

Acesso em: 10 de abril de 2019.

NACTO, 2018. Guia Global de Desenho de Ruas. Global Designing Cities

Initiative. Senac, 2018.

NCP -Federal Ministry of Transport, Building and Urban Development, NCP,

National Cycling Plan 2020,2 ed., Berlin, 2012. Disponível em:

<edoc.difu.de/edoc.php?id=1U032RD6>

OMS, 2018.Global action plan on physical activity 2018–2030: more active people

for a healthier world. Disponível

em:<https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272722/9789241514187-

eng.pdf?ua=1>.

Page 87: ESTUDO SOBRE VIABILIDADE LOCACIONALPARA ......Orientador: Frank Pavan de Souza, PhD Campos dos Goytacazes – RJ Novembro/2019 Silva, Edilania Bezerra Estudo sobre viabilidade locacional

87

PUCHER J. e BUEHLER R., Making Cycling Irresistible: Lessons from The

Netherlands, Denmark and Germany; Transport Reviews,V.28,I.4, 495-528,2008.

RIETVELD, P.; DANIEL, V.; Determinants of bicycle use: Do municipal policies

matter? Transportation Research Part A: Policy and Practice, V.38, p.531-550,

2004.

SHAHEEN, S. A.;GUZMAN, S.;ZHANG, H. Bikesharing in Europe, the Americas,

and Asia: Past, present and Future. Transportation Research Record: Journal of

the Transportation Research Board, 2143(-1), pp.159–167.2010.

SPECK, Jeff. Walkable City: How Downtown Can Save America, One Step At a

Time. New York: FSG, 2012.

TACO, W. G.; SOUZA, A. M.; SILVA, P. B.; Acessibilidade e Mobilidade

Urbana na Perspectiva da Equidade e Inclusão Social. Goiânia: Kelps,

2018.

SLOCAT, 2018. Transport and Climate Change Global Status Report 2018.

Disponível em: <http://slocat.net/tcc-gsr>.

UN-HABITAT – Programa de las Naciones Unidas para los Asentamientos

Humanos (ONU-Habitat). Planificación Y Diseño De Una Movilidad Urbana

Sostenible: Orientaciones Para Políticas. 2013.

VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara. Transporte Urbano, Espaço e

Equidade:Análise das Políticas Públicas. São Paulo: Editora Unidas, 1996.