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Universidade Federal de Alfenas Instituto de Ciência e Tecnologia Campus Poços de Caldas-MG ESTUDO PARA RETIRADA DE ENSIMAGEM DE FIBRAS DE POLIÉSTER ALINE APARECIDA FERREIRA MARIANA SARAN FERREIRA DE CASTRO Poços de Caldas-MG 2014

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Universidade Federal de Alfenas

Instituto de Ciência e Tecnologia

Campus Poços de Caldas-MG

ESTUDO PARA RETIRADA DE ENSIMAGEM DE FIBRAS DE POLIÉSTER

ALINE APARECIDA FERREIRA MARIANA SARAN FERREIRA DE CASTRO

Poços de Caldas-MG 2014

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Dedicamos às nossas famílias pelo grande apoio, pois se vencemos é porque

alguém esteve conosco, trazendo coragem para atingir nossos objetivos, equilíbrio

nas dificuldades, e compreensão dos nossos anseios.

À Deus pela tranquilidade que nos foi concedida nas horas de angústia, pela

força que nos foi enviada nos momentos de fraqueza, pela segurança que

sentimos quando tudo parecia perdido. Hoje somos vencedoras.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais e aos nossos irmãos, pela paciência, incentivo,

carinho e compreensão.

Aos nossos amigos, pela amizade, por nos escutar e por nos oferecer o ombro

para chorar.

A nossa orientadora, Gisele Sancinetti, por confiar em nós, por transmitir o seu

conhecimento e nos motivar para a realização deste trabalho e ao nosso co-

orientador Gian Freschi por ter nos ajudado no momento em que mais

precisávamos.

A M&G por ter aberto as suas portas para que este trabalho pudesse ser

realizado, principalmente ao Lucas Viana, Daniel Baroni, Marildo Plachi e aos

técnicos do laboratório de qualidade que não mediram esforços para nos ajudar.

Aos técnicos do laboratório da UNIFAL, especialmente a Aline e a Alessandra

por estarem presentes em todas as horas em que pedíamos ajuda, e por sempre

conseguirem aquilo que precisávamos.

A minha mãe, por ser a luz no meu caminho e que infelizmente não está mais

presente fisicamente na minha vida, mas sei que está muito feliz por essa minha

conquista, pois foi um sonho que sonhamos juntas, beijos da sua filha Aline Apª

Ferreira.

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“Vivemos neste mundo para nos esforçar a aprender sempre, para

esclarecer uns aos outros, por meio de troca de ideias, e para nos

aplicar todos os dias e cada vez mais às ciências e às artes”.

(W. A. Mozart)

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RESUMO

As fibras de poliéster possuem a maior porcentagem de consumo do setor têxtil,

representando 62,8% da demanda total. Essa grande porcentagem é justificada pelo

seu preço e por suas propriedades químicas e físicas. A matéria prima para o

poliéster é PTA e o monoetilenoglicol, ambos oriundos da cadeia do petróleo, que

depois de sinterizado produz polímeros. Uma massa fundida de polímeros passa por

uma fieira para se formarem filamentos. Neste processo de produção, o atrito da

fibra com os equipamentos pode causar alterações em suas propriedades. Visando

diminuir este atrito, um óleo lubrificante, conhecido como ensimagem, é adicionado

ao processo. Em alguns casos, este óleo fica em excesso nas fibras, alterando as

propriedades finais desejadas pelo cliente. Observando a necessidade da empresa

Mossi & Ghisolfi (M&G) em retirar este óleo em excesso nas fibras de poliéster, este

trabalho buscou desenvolver um método para a lavagem das fibras e retirada de sua

ensimagem para reaproveitamento da fibra. A proposta consistiu em um banho de

lavagem ultrassônica das fibras com água e metanol como solvente extrator. As

variáveis tempo e temperatura foram alteradas para avaliar qual forneceria o melhor

resultado.

Palavras chave: Fibras de Poliéster, Ensimagem, Banho Ultrassônico.

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ABSTRACT

Polyester fibers have the biggest consumption from textile sector, representing 62,7

% of total demand. This high percentage is justified by the price and by their

chemical and physical properties. Polyester’s feedstock is PTA and

monoethileneglicol. A polymer melt passes through a spinneret to form filaments. In

this production process, the friction between the fiber and the equipment can cause

change in their properties. For reduce this friction, lubrificant oil, known as finish oil, is

aplyed on the filaments and fiber. In some cases, this oil is in excess on the fiber,

altering the final properties required by the customer. Noting the need of The Mossi &

Ghisolfi (M&G) company has interested to remove this excess oil in the polyester

fiber and reuse the fiber, this study intend to develop a method for cleaning fibers

and removal their finish oil to reuse this fiber. The proposal consisted of washing the

fiber by an ultrasonic bath with water and methanol as extracting solvent. Time and

temperature were changed to know which would provide the best result.

Key words: Polyester fibers, Finish oil, Ultrasonic bath.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------------8

2 – OBJETIVOS-----------------------------------------------------------------------------------------9

3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 – Histórico das fibras--------------------------------------------------------------------9

3.2 – Características das fibras de poliéster-------------------------------------------10

3.3 – Processo de Produção --------------------------------------------------------------12

3.4 – Ensimagem-----------------------------------------------------------------------------15

3.5 – Extração por solvente----------------------------------------------------------------17

3.6 – Limpeza ultrassônica-----------------------------------------------------------------18

4.0 – METODOLOGIA E RESULTADOS

4.1 – Materiais e equipamentos-------------------------------------------------------21

4.2 – Procedimento analítico----------------------------------------------------------21

4.3 – Resultados e discussão---------------------------------------------------------24

5.0 – VIABILIDADE ECONÔMICA----------------------------------------------------------------29

6.0 – CONCLUSÃO-----------------------------------------------------------------------------------30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------------31

ANEXOS-------------------------------------------------------------------------------------------------33

APÊNDICE----------------------------------------------------------------------------------------------34

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1– INTRODUÇÃO

As primeiras fibras de poliéster surgiram em 1941 e eram feitas a partir de

ácidos aromáticos sintéticos e glicóis. Classificadas em fibras químicas, foram

desenvolvidas para copiar e melhorar as fibras naturais, suprindo a necessidade da

população (NETO, 1996). Suas principais características são a alta elasticidade e

estabilidade dimensional, sendo resistentes à ruptura e ao desgaste. Além disso,

possuem aparência brilhante com aspecto vítreo (FIBRAS TÊXTEIS, 2013).

A fabricação pode ser com ou sem aditivos, tais como algodão, náilon,

viscose, lã e linho. A partir delas produzem-se os mais diversos produtos, como

camisas, camisetas, pijamas, calças, ternos, lençóis, cortinas, dentre outros artigos,

como os não-tecidos, exemplificados pelos enchimentos de agasalhos e edredons.

A empresa com maior porcentagem de produção de fibras de poliéster no

Brasil é a M&G (Grupo Mossi & Ghisolfi), que utiliza como matéria-prima básica o

PTA (para-terephthalic acid), e a partir dele produz fibras de poliéster e resinas para

embalagens PET.

Durante o processo de fabricação ocorre a adição de um óleo lubrificante,

conhecido como ensimagem, às fibras de poliéster, com o intuito de reduzir o atrito

com os equipamentos. A adição se dá antes da frisagem, para que haja maior

contato da fibra com o algodão. A porcentagem de óleo que permanece na fibra é

controlada pelo fabricante, pois em excesso pode comprometer a qualidade da fibra

para o cliente.

Quando é detectado um excesso de ensimagem nas fibras, seus lotes são

separados e vendidos a um preço inferior, ocorrendo uma perda para a empresa. Se

este excesso fosse eliminado, as fibras poderiam ser reaproveitadas e vendidas.

Para a eliminação da ensimagem nas fibras, um banho de limpeza ultrassônico

será testado para verificar sua eficiência. Este banho faz uso da cavitação e da

transferência de momento, e quando associado a outros métodos de limpeza, como

a alcalina, ácida e por emulsões, a limpeza ultrassônica é capaz de remover os

contaminantes complexos sem danificar a superfície que está sendo limpa (R.

SANTOS, 2011).

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2 – OBJETIVOS

Geral

Avaliar um método para retirada de ensimagem das fibras de poliéster para

serem reaproveitadas pela empresa Mossi & Ghisolfi (M&G).

Específico

Usar o banho de limpeza ultrassônico em diferentes tempos com os solventes

metanol e água;

Avaliar qual o melhor tempo e o melhor solvente para a limpeza das fibras de

poliéster com ensimagem;

Verificar a viabilidade econômica da retirada de ensimagem.

3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 – Histórico das Fibras

Na pré-história o homem confeccionava a sua própria roupa e os seus

utensílios de maneira primitiva. Com o passar dos anos, houve a necessidade de

aprimorar estas peças com tecidos de qualidade.

No século XVIII, na Europa, utilizavam-se apenas lã, linho e seda, pois ainda

não existia o algodão. Mas no fim deste mesmo século os ingleses fabricaram um

tecido composto de fios de linho e algodão a que deram o nome de “Juline”, sendo

muito bem aceito no mercado, mas ainda não satisfazia as necessidades locais,

havendo a necessidade de importação de fios de outros países.

No final do século XVIII, Thomas Higgs inventou a primeira fiandeira, a

“Spinning-Jenny”, a qual posteriormente foi aperfeiçoada e Higgs conseguiu inventar

a “Fiandeira Contínua”, a qual deu nome de “Throstte” ou “Watter Frame”.

Em 1775, Samuel Compton, juntou as maquinas “Spinning Jenny” e “Throstte” e

construiu a “Mule-Jenny”.

Com o decorrer dos tempos surgiu a necessidade de se produzirem fibras

artificiais, pois a produção das fibras naturais não acompanhava o ritmo de

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consumo. Estas fibras apareceram nos fins do século XIX, sendo inventadas pelo

Conde Hilaire de Chardonet, o qual apresentou amostras de seda artificial em Paris

(FEITOR, 2006).

Em 1833, Gay Lussac e Pelouse obtiveram um poliéster sintético, por

aquecimento do ácido lático. Posteriormente, as propriedades de formação desta

fibra foram conhecidas e Wallace H. Carothers obteve um poliéster alifático a partir

de hidroxi-ácidos e também a partir do ácido dicarboxílico e do glicol.

Por volta de 1941, os laboratórios “Callico Printers Association”, em

Manchester, sugeriram que as fibras de poliésteres feitas a partir de ácidos

aromáticos sintéticos e glicóis poderiam ser usadas para melhorar as propriedades

das fibras.

Após a Segunda Guerra Mundial surgiu um novo conceito de fibra, a sintética,

derivada do petróleo, dentre as quais são o poliéster, náilon e polipropileno,

proporcionando concorrência com as artificiais, produzidas a partir de celulose,

substância encontrada na madeira ou no linter de algodão. Neste grupo pode-se

destacar o raiom viscose e o raiom acetato. Em decorrência do seu continuo

desenvolvimento tecnológico, a fibra sintética vem se tornando cada vez mais

utilizada.

Em 1950, a Dupont iniciou a produção experimental de poliéster, tendo este

recebido o nome de “fibra V” e que ficou conhecido comercialmente como “Dracon”.

Em 1955, as fibras sintéticas começaram a ser produzidas no território

nacional pela Rhodia e a partir de 1960 tiveram um crescimento constante (NETO,

1996).

3.2 – Características das Fibras de poliéster

Poliéster é um polímero de policondensação que possui em suas cadeias

grupos ésteres que podem ser distribuídos igualmente ou aleatoriamente,

denominando-o homopoliéster ou copoliéster, respectivamente.

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Pela definição da ISO 2076 fibras de poliéster são aquelas compostas de

macromoléculas lineares com uma cadeia de no mínimo 85% em massa de um éster

de um glicol e do ácido tereftálico (CARDOSO, 2009).

O poliéster é um tipo de fibra química, que foram desenvolvidas para melhorar

e copiar as fibras naturais. À medida que as suas aplicações foram se

desenvolvendo, elas se tornaram uma necessidade, principalmente porque a

população cresceu e passou a demandar vestuários produzidos com mais rapidez e

a um custo mais baixo.

A fibra química precisa ser combinada com o algodão para adquirir maior

desempenho, resistência, durabilidade e maciez.

Segundo Araújo (1986, p.1) “as fibras têxteis são elementos filiformes

caracterizados pela flexibilidade, finura e grande comprimento em relação à

dimensão transversal máxima, sendo aptas para aplicações têxteis”.

O comprimento de uma fibra é no mínimo 100 vezes maior que seu diâmetro

ou largura. Quando uma fibra possui grande comprimento é chamada de filamento,

classificada como sendo uma fibra manufaturada, formada a partir de um processo

de extrusão e pressurizada sobre placas com orifícios (CARVALHO, 2008).

Ao se submeter uma fibra a uma tensão aplicada em sua manufatura ou em

seu uso final, esta deve apresentar uma resistência à ruptura, e dependendo de sua

utilidade, deve ter um alongamento de 5 a 50%. Para resistir às intempéries

externas, a fibra precisa de uma estabilidade térmica e química (CARDOSO, 2009).

As propriedades de uma fibra são influenciadas por sua composição química

(celulósica, protéica e acrílica), estrutura externa e interna, e caracterizam o fio a ser

fabricado e o seu método de fabricação.

Muitas fibras químicas possuem propriedades, as quais são adquiridas durante

o processo de produção, que em determinados campos a fazem superar as fibras

naturais, por exemplo, a alta resistência à ruptura, o reduzido poder de absorção de

umidade e a estabilidade dimensional durante o tratamento a úmido, (p. ex. durante

a lavagem). São fáceis no trato, possuem alta solidez à luz e resistem a insetos

nocivos, bem como à ação de bolor e bactérias de apodrecimento (FIBRAS

TÊXTEIS, 2013).

O poliéster oferece uma alta resistência aos ácidos orgânicos, porém em

contato com o ácido nítrico e o ácido clorídrico em concentrações elevadas (20 a

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40%), numa temperatura próxima a da ebulição, a fibra se decompõe. Em relação às

bases, também há resistência, porém, se estas estiverem concentradas, a fibra é

hidrolisada. Os solventes orgânicos não apresentam nenhuma ação sobre o

poliéster, porém a quente ele é dissolvido em dimetilformamida, monoclorobenzeno,

ortodiclorobenzeno, fenol a 90%, nitrobenzeno e a frio apenas no ácido sulfúrico a

90%. Por estes motivos, é muito importante o estudo preliminar da composição dos

óleos de ensimagem e de outros aditivos que serão adicionados à fibra, para não

ocorrer estes problemas citados (FEITOR, 2006).

As fibras de poliéster podem ser fabricadas com ou sem aditivos, tais como

algodão, náilon, viscose, lã e linho, em diferentes proporções. A partir delas

produzem-se os mais diversos produtos, como camisas, camisetas, pijamas, calças,

ternos, lençóis, cortinas, dentre outros artigos, como os não-tecidos, exemplificados

pelos enchimentos de agasalhos e edredons.

Os aditivos citados podem nomear a fibra como de alto desempenho por

possuírem uma elevada resistência mecânica, química, ao fogo, à variação de

temperatura muito elevada, dentre outras. O poliéster é capaz de aumentar a carga

de ruptura sobre o algodão em 50 %, enquanto o kevlar tem capacidade de

aumentar 300 % de carga de ruptura e 1000% a resistência ao alongamento

(CARDOSO, 2009).

3.3 – Processo de produção

O petróleo é a matéria prima principal do processo de produção de fibras

sintéticas e, a partir da sua sinterização química, produz polímeros.

O petróleo passa pela destilação fracionada e gera nafta. Este por sua vez

gera para-xileno e etileno e numa segunda geração são transformados

respectivamente em ácido tereftálico (PTA), dimetil tereftalato (DMT) e monoetileno

glicol (MEG) (NAVARRO, 2007).

Os meros de poliéster são formados inicialmente, a partir da reação de

esterificação entre o MEG com o PTA, representado pela Figura 1:

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Figura 1: Meros de poliéster Fonte: (NAVARRO, 2007)

Essa reação ocorre nos polimerizadores, equipamentos nos quais as moléculas

de baixo peso molecular reagem entre si, formando moléculas de alto peso

molecular.

Nessa etapa há adição de alguns aditivos, que são responsáveis por controlar

as reações químicas e conferir certas propriedades às fibras. São adicionados

catalisadores com a função de diminuir a energia de ativação; branqueador óptico

que reduz o amarelamento, tornando a fibra mais branca.

Posteriormente, a massa fundida de polímero passa pela fieira (Figura 2), para

se formarem os filamentos, que se solidificam, instantaneamente.

Figura 2: Fieira

Fonte: (J.SANTOS, 2012)

O processo de fiação do polímero se dá em quatro etapas:

1. Escoamento do polímero através de um capilar;

2. Relaxamento das tensões internas da fibra;

3. Alongamento do material extrudado;

4. Solidificação dos fios.

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As duas primeiras etapas dependem da temperatura, pressão e viscosidade do

polímero, pois relacionam com as regularidades das dimensões macroscópicas das

fibras. A terceira etapa determina a orientação molecular e a quarta compreende o

resfriamento dos fios.

Após tomar forma de fios, estes passam para estiragem, o qual é um processo

onde os filamentos são submetidos a uma tensão constante, constituídos por rolos

aquecidos com velocidades diferentes, os quais determinam a orientação dos

cristais e das cadeias moleculares no sentido longitudinal do filamento. Nesta etapa

os fios tem seu diâmetro diminuído e são alongados em até três vezes, aumentando

assim a sua resistência mecânica (NAVARRO, 2007).

A Figura 3 ilustra o processo de estiragem:

Figura 3: Processo de estiragem

Fonte: (J.SANTOS 2012)

Depois de formarem os filamentos, as fibras passam pelo processo de frisagem

(Figura 4) para que ela fique com ondulações, facilite a processabilidade e formação

de fios na tecelagem.

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Figura 4: Fibra sendo frisada

Fonte: (J.SANTOS, 2012)

Posteriormente ela segue para um secador para retirada do excesso de água

proveniente do processo produtivo e para adquirir estabilidade dimensional e

elongacional. Depois disso, é cortada de acordo com o tamanho exigido pelo cliente.

No último estágio ela é embalada em fardos e destinada para o cliente.

3.4 – Ensimagem

Nas etapas de produção da fibra de poliéster tem-se grande atrito desta com

os equipamentos e isso pode causar alterações nas características finais do produto.

Para diminuir este atrito é adicionado no processo de produção um óleo lubrificante,

conhecido por ensimagem, que garante a energia estática e melhora algumas

características da fibra de poliéster.

Existem diversos tipos de óleos no mercado, de diferentes fornecedores e com

diferentes características.

Um tipo de óleo adicionado no processo de fiação das fibras de poliéster é

baseado em éster poliglicólico de ácido graxo com aditivos especiais, que tem a

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função de neutralizar as cargas estáticas, diminuir o coeficiente de atrito e aumentar

a coesão fibra a fibra (KIRSTEN, 2007).

Outro óleo que pode ser adicionado é aquele com propriedades de lubrificar os

fios sintéticos, evitando o aquecimento por atrito, evitando assim o rompimento do fio

e a parada do processo para reparo (STEINKE, 2004).

Além de melhorar as características das fibras, a ensimagem não deve atacar

as fibras, deve permanecer na superfície, não pode ser volátil, tem que preservar o

toque e outras propriedades das fibras. Para cada tipo de fibra existe um óleo

específico que é aplicado.

Segundo o Departamento de Assistência Técnica e Desenvolvimento da

indústria Vicunha Têxtil S/A, alguns cuidados devem ser tomados em relação à fibra,

após a aplicação de ensimagem, como não deixar o fio estocado por muito tempo,

considerando o tempo de permanência no estoque e utilizar sequenciamento FIFO

(first in, first out), pois o fio estocado por muito tempo pode apresentar a migração de

óleo de ensimagem.

O local de armazenagem deve ser coberto, com temperatura variando entre

25ºC ± 5ºC com uma umidade relativa de 65% ± 5%, para manter as propriedades

do óleo de ensimagem aplicado ao fio (VICUNHA TÊXTIL S/A, 2013).

O procedimento de controle de qualidade realizado na M&G baseia-se na

extração da ensimagem com um solvente, por exemplo, um álcool. Certa quantidade

de fibra pesada é colocada dentro de tubos de metal, os quais são colocados sobre

uma chapa aquecedora com temperatura controlada, por um determinado tempo. O

resíduo de ensimagem passa pelo tubo arrastado pelo solvente e cai sobre uma

cápsula de alumínio que se encontra aquecida pela chapa logo abaixo do tubo e faz

com que o solvete se evapore restando somente o resíduo. O procedimento

completo encontra-se no ANEXO A.

Para o cálculo da porcentagem de ensimagem, utiliza-se a Equação 1:

(1)

Em que:

A= massa em gramas da amostra

B= massa em gramas da capsula de alumínio

C= massa em gramas da capsula de alumínio e do óleo de ensimagem

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Cada fibra possui um intervalo padrão estabelecido pela especificação de

qualidade da empresa M&G, o qual permite saber se a fibra está com excesso ou

não de ensimagem.

3.5 – Extração por solvente

O primeiro solvente descoberto pelo homem foi a água, que era capaz de

extrair algumas características dos vegetais, como cor, aroma, sabor, fazer remédios

e venenos. Posteriormente, descobriu-se que o álcool também podia ser um

solvente, conseguindo extrair outras essências.

Para ser um bom solvente, as seguintes propriedades devem ser satisfeitas,

como ser imiscível, volátil, não reagir quimicamente com o soluto e não ser

inflamável. Os solventes mais usados são água, acetato de etila, acetona, benzeno,

etanol, hexano, metanol, tolueno, dentre outros (DIAS, 2004).

O solvente deve ser solúvel com o composto orgânico e insolúvel com a fase

que o contêm, no caso a fibra. Após a lavagem das fibras com um solvente, duas

fases são formadas, e o produto principal – óleo – se encontra em uma mistura

homogênea com o solvente, podendo ser separado.

Fibras de poliéster são resistentes à solventes orgânicos, justificando a escolha

desta extração (CARDOSO, 2009).

A fim de facilitar o processo de separação, realiza-se uma centrifugação, que

pela ação da força centrífuga, quando em rotação, separa as fases. Esta operação é

realizada em uma centrífuga, que realiza movimentos circulares uniformes com os

recipientes que contêm a amostra.

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3.6 – Limpeza ultrassônica

O processo de limpeza para resíduos sólidos está presente em diversos

segmentos, desde os industriais até os hospitalares, seja para a limpeza durante a

manufatura ou manutenção dos equipamentos. Diante desta necessidade, o método

ultrassônico é o mais avançado, sendo capaz de remover impurezas orgânicas e

inorgânicas, sem comprometer a matéria prima que está sendo limpa (NAVARRO,

2007).

A limpeza ultrassônica faz uso da cavitação e da transferência de momento,

fenômenos que são induzidos pela propagação de ondas acústicas com alta

intensidade, operando com frequências acima do limite de audição humana (≈ 18

kHz) em meios líquidos.

Associada com outros métodos de limpeza, como a limpeza alcalina, ácida e

por emulsões, a limpeza ultrassônica é capaz de remover os contaminantes

complexos sem danificar a superfície que está sendo limpa. Atualmente é

largamente utilizada na indústria metal-mecânica, automotiva, aeronáutica e óptica,

para a remoção de resíduos metálicos e graxos de processos de usinagem,

manutenção e manipulação (PEREIRA, 2010).

A Figura 5 mostra um esquema típico de limpeza ultrassônica industrial, com

três tanques em série. O primeiro tanque realiza a limpeza mais grosseira, operando

em 25 KHz, o segundo (40KHz) remove as partículas microscópicas que resistiram à

primeira limpeza. Já o terceiro enxágua, evitando a secagem de resquícios das

soluções dos tanques anteriores.

Neste sistema, as fontes de ultrassom são acopladas ao fundo dos tanques e

excitadas por um gerador.

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Figura 5: Esquema de limpeza ultrassônica industrial.

Fonte: (PEREIRA, 2010)

A realização do processo de limpeza deve romper as atrações que ligam o

contaminante à fibra (interações intermoleculares), vencer as forças elétricas e de

Van der Walls e garantir que o afastamento dos contaminantes seja permanente,

evitando que a força elétrica se redeposite (PEREIRA, 2010).

Entende-se por cavitação a formação de milhões de micro bolhas de vapor

que se chocam no meio líquido gerando diferenciais de temperatura e de pressão,

destruindo assim a sujeira.

Nos sistemas ultrassônicos, a cavitação e a transferência de momento

afastam as sujeiras e as mantém afastados dos substratos. As manifestações

macroscópicas destes fenômenos no processo de limpeza são as seguintes:

- Dispersão e aumento da dissolução de filmes sólidos e líquidos;

- Erosão;

- Fadiga e ruptura de contaminantes folheados;

- Remoção de bolhas de ar de pequenas cavidades e reentrâncias.

Em sistemas que operam até 400 KHz a cavitação é o efeito principal, já

aqueles com frequências próximas de 1 MHz, é a transferência de momento.

Na fase de dispersão e aumento da dissolução de filmes sólidos e líquidos a

ação do banho ocorre somente na interface, via dissolução, e à medida que o banho

reage com os contaminantes há formação de uma camada saturada. A Figura 6

ilustra a condição inicial e evoluída de um substrato submerso em um banho químico

estático.

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Figura 6: Condição inicial e evoluída de um substrato submerso em um banho químico estático.

Fonte: (PEREIRA, 2010)

Na presença de um campo ultrassônico de alta intensidade em meio líquido,

ocorre a cavitação, que é o surgimento de bolhas de vapor que colapsam gerando

grandes diferenciais pontuais de pressão e temperatura.

Existem diversos tipos de contaminantes, dentre eles, os quimicamente

inertes, os quais são os mais difíceis de serem removidos, por isso necessitam de

uma vigorosa remoção mecânica realizada pela erosão gerada pela cavitação.

Quando as ondas ultrassônicas se propagam, geram a expansão e contração

de bolhas de ar que possivelmente estejam presas em orifícios e cavidades, que

acabam impedindo a limpeza completa do objeto por dificultarem o acesso do banho

químico. Este processo leva os contaminantes folheados à fadiga e facilita a

remoção de bolhas presas por tensões superficiais. Durante a expansão, o volume

da bolha aumenta como também, a força de empuxo no sentido de remover o

contaminante, representado pela Figura 7 a seguir.

Figura 7: Processo de remoção do contaminante folheado

Fonte: (PEREIRA, 2010)

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A água utilizada no banho ultrassônico deve ser deionizada pelo processo de

osmose reversa, que reduz o risco de contaminação microbiana da água (ANVISA,

2013).

4 – METODOLOGIA E RESULTADOS

4.1 – Materiais e equipamentos

Os materiais e os equipamentos necessários para a realização dos testes

propostos neste método foram:

Água deionizada por osmose reversa;

Balança Analítica;

Banho ultrassônico de 1 litro;

Béquer;

Centrífuga;

Eppendorf de 15 ml;

Estufa;

Fibra de poliéster;

Metanol;

Pinça;

Proveta de 10 ml;

Suporte universal com garra;

Vidro relógio.

4.2 – Procedimento analítico

A fibra Spunlace, DTEX 3,3, lote 50085B, foi denominada fibra A, e a fibra

FiberFill DTEX 11, lote 50166I, foi denominada fibra B. O intervalo padrão

estabelecido para estas fibras não serem consideradas com alta ensimagem é de

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0,10 – 0,16% para a fibra A e 010 – 0,18% para a fibra B. Caso o lote da fibra não

esteja dentro destes intervalos, ela será estocada e poderá ser vendida para um

cliente como segunda linha, por um preço inferior. No dia 03/12/2013 havia 342 Kg

da fibra com ensimagem alta e 273 Kg da fibra com ensimagem baixa em estoque.

Para verificar a quantidade de ensimagem contida nas fibras e se estas

estavam dentro dos padrões, adotou-se método de extração utilizado na M&G.

Para a validação do método proposto neste trabalho, dois solventes foram

utilizados na extração.

O primeiro solvente testado foi o metanol. Para cada 1 grama de fibra, 3 ml de

metanol foram usados. Com o auxílio de uma proveta de 10 ml, colocou-se o

metanol no eppendorff de 15 ml e em seguida, com uma pinça, a fibra. O banho

ultrassônico com capacidade para 1l e frequência de 55 kHz foi preparado

colocando-se água deionizada por osmose reversa até seu nível máximo. Como

este banho já estava mapeado, a melhor posição para inserção do eppendorff já

estava definida, sendo esta a de número quatro, com maior incidência de ondas

ultrassônicas, recebendo assim mais energia. A Figura 8 mostra a fibra sendo

lavada pelo banho ultrassônico e a localização desta posição.

Figura 8: Banho ultrassônico com eppendorff na posição 4.

O tempo de permanência das amostras no banho ultrassônico foi de 1 a 10

minutos, com variação de 1 minuto. A temperatura manteve-se em torno de 22°C.

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Terminado o banho ultrassônico, as amostras no eppendorff foram

centrifugadas durante 15 minutos em 2500 rpm. A Figura 9 mostra a centrífuga

utilizada na separação do metanol da fibra:

Figura 9: Centrífuga com os eppendorffs contendo as amostras.

O vidro relógio que será utilizado como recipiente da fase líquida separada na

centrifugação deve ser pesado em uma balança analítica e ter seu valor anotado. A

Figura 10 representa a balança utilizada:

Figura 10: Balança analítica com 5 casas decimais.

Após a separação da fase líquida (metanol + óleo) com a fibra, todo o líquido

foi disposto no vidro relógio e colocado durante 10 minutos em uma estufa a 100°C

com o intuito de evaporar o metanol, que possui ponto de ebulição de 64,7 °C.

Quando a temperatura do vidro relógio se igualou à do ambiente, este foi novamente

pesado para verificar a quantidade de óleo retirado da fibra.

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Este procedimento foi realizado em triplicata.

O segundo solvente testado foi a água. Neste procedimento, realizado na

temperatura de 22 °C, 10 gramas de cada fibra foram imersas no banho ultrassônico

com 1 litro de água deionizada durante 30 minutos, como mostra a Figura 11:

Figura 11: Banho ultrassônico com água como solvente.

Após a lavagem no ultrassom a fibra deve ser lavada com água corrente três

vezes, retirando o excesso de água, e colocada para secar em uma estufa na

temperatura de 100ºC até que toda água presente na fibra evapore.

Feita a triplicata para cada fibra, o método de quantificação da M&G foi

realizado para verificar se o óleo foi retirado.

4.3 – Resultados e discussão

Utilizando-se o método de extração da M&G e pela Equação 1, calculou-se a

porcentagem de óleo presente na fibra. A quantidade de óleo encontrada em cada

fibra foi determinada pela subtração do peso da cápsula depois desta extração com

o seu peso de antes. Os resultados estão apresentados nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1: Método de extração por metanol da fibra A

Peso (g) fibra A: E601 Peso Depois (g) Peso do óleo (g) Porcentagem (%)

10,134 7,228 0,024 0,236

10,038 7,339 0,019 0,186

10,235 7,3568 0,012 0,193

10,228 7,312 0,020 0,197

10,270 7,3671 0,02 0,194

10,101 7,3937 0,023 0,233

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Tabela 2: Método de extração por metanol da fibra B

Peso (g) fibra B: HG201 Peso Depois (g) Peso do óleo (g) Porcentagem (%)

10,010 7,221 0,017 0,170

10,010 7,336 0,015 0,154

10,021 7,350 0,014 0,137

10,002 7,303 0,012 0,117

10,134 7,360 0,012 0,124

10,101 7,384 0,014 0,140

Conforme pode ser notado nas Tabelas 1 e 2, as porcentagens de

ensimagens em algumas análises não estão dentro dos parâmetros adotados pelo

controle de qualidade da M&G (principalmente para a fibra A), não significando que

a fibra está com excesso de ensimagem e sim que houve alguns erros durante a

realização do procedimento experimental, tais como erro da balança analítica, erro

humano, e até mesmo o peso da fibra, que foi considerado com todas as casas

decimais, e não somente 10,0 gramas.

Feita a triplicata para cada tipo de fibra, denominadas A e B, na temperatura

de 20°C com o solvente metanol, os resultados obtidos não foram satisfatórios, uma

vez que o melhor tempo não foi o mesmo nas três vezes em que o método foi

aplicado. Algumas razões para este resultado foram apontadas, como por exemplo,

a temperatura da água, que aumentava após algumas análises serem realizadas,

chegando a 28ºC, pois o ultrassom não possuía controle de temperatura. Outro fator

pode ter sido a balança analítica utilizada, que só contava com quatro casas

decimais, fazendo com que o óleo que deveria ser pesado fosse o próprio erro da

balança, por isto os resultados negativos ou até mesmo iguais antes e depois do

experimento. A tinta da caneta, utilizada para numerar os vidros de relógios, depois

de passar pela estufa, apagou-se um pouco, diminuindo mais uma vez a massa

total. A rotação da centrífuga muito baixa, não sendo o suficiente para decantar o

líquido, separando-o da fibra de poliéster.

A fim de melhorar os resultados, realizou-se mais uma triplicata para a fibra A,

trocando-se a água deionizada toda vez que ela atingia 27ºC. Conclui-se então que

o método deveria ser mudado, uma vez que o melhor tempo não se repetia.

A solução encontrada foi variar o tempo de 5 em 5 minutos, de 5 a 30

minutos, em uma mesma temperatura próxima de 20°C, realizando, para cada fibra,

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cinco vezes o mesmo tempo. A balança analítica foi substituída por uma com 5

casas decimais. A água do banho era trocada toda vez que a temperatura

aumentava pra 30ºC, aproximadamente.

Os resultados do novo método estão apresentados no APÊNDICE A.

Cada teste das fibras A e B foi repetido cinco vezes para saber qual seria o

melhor tempo de retirada do óleo e com esses resultados foram plotados os seus

respectivos gráficos, os quais estão ilustrados nas Figuras 12 e 13.

Figura 12: Gráficos com os resultados dos testes para fibra A.

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Figura 13: Gráficos com os resultados dos testes para a fibra B.

De acordo com os resultados encontrados, pode-se concluir que o método de

lavagem da fibra por ultrassom é eficaz, pois foi possível a retirada do óleo da fibra.

O que não pode ser concluído é qual foi o melhor tempo, pois tanto para a fibra A,

quanto para a B os tempos de maior extração do óleo foram diferentes.

Para a fibra A, os melhores tempos de extração foram de 5,10 e 30 minutos,

sendo que o tempo de 30 minutos se repetiu três vezes. Já para a fibra B, os

melhores tempos foram de 20 e 30 minutos, sendo o tempo de 20 minutos repetido

duas vezes e o tempo de 30 minutos por três vezes. Portanto, quanto maior o tempo

de exposição da fibra ao banho ultrassônico, maior a quantidade de óleo retirada.

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Diversos foram os fatores que podem ter contribuído para que um mesmo

tempo não se repetisse nas cinco análises. Ao se colocar 1 grama de fibra no

eppendorff, a altura que esta fibra alcançava foi diferente para cada análise, pois as

fibras não eram tão compressíveis, fazendo com que a água do banho ultrassônico

não cobrisse toda a fibra. Este fato fez com que a porcentagem de fibra coberta pela

água fosse diferente para cada análise. Muitas vezes a centrifugação não foi capaz

de retirar todo o metanol da fibra, fato percebido pela umidade com que estas

ficavam após o processo. A justificativa pode estar na rotação por minuto do

aparelho, que foi fixada em 3300 rpm e pode não ter sido suficiente para a

separação. A centrífuga disponível já estava operando em seu limite, não podendo

aumentar ainda mais a rotação.

Após ter feito a lavagem das fibras utilizando água no banho como solvente, o

óleo foi quantificado pelo método da M&G e apresentou os valores mostrados nas

Tabelas 3 e 4.

Tabela 3: Quantidade retirada de óleo após a lavagem com água e extração.

Fibra A: E601

Peso antes (g) Peso depois (g) Qtdd retirada de óleo (g)

7,25843 7,27893 0,0205

7,34057 7,35300 0,01243

7,36967 7,40547 0,0358

Tabela 4: Quantidade retirada de óleo após a lavagem com água e extração.

Fibra B: HG201

Peso antes (g) Peso depois (g) Qtdd retirada de óleo (g)

7,33390 7,34248 0,00858

7,199836 7,20405 0,004214

7,33031 7,33645 0,00614

De acordo com os dados das Tabelas 3 e 4 foi possível verificar que a

lavagem da fibra com água não se mostrou eficaz, uma vez que o intuito da lavagem

era retirar o óleo da fibra e não foi o que aconteceu. Fazendo o método de extração

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com metanol verificou-se que ainda restava um pouco de óleo, tanto na fibra A,

quanto na B. Portanto, esse método não pode ser utilizado.

Um posterior estudo pode ser feito mudando algumas variáveis como

temperatura, tempo e frequência do ultrassom e testando outros tipos de materiais

para fazer a extração como solventes oxigenados (acetona, ácido acético e

derivados) e solventes dibásicos à base de éster, produzidos pela esterificação

biácida com vários alcoóis ou até mesmo um tipo de detergente industrial.

7.0 – VIABILIDADE ECONÔMICA

O preço por litro de metanol é de aproximadamente R$ 17,50, considerando

que um fardo de fibra de poliéster possui aproximadamente 300 kg, seriam gastos

R$ 15.750,00 (utilizando a proporção de 30ml de metanol para 10g de fibra) valor

não viável economicamente para a empresa, pois o fardo da fibra depois de limpa é

vendido por um valor médio de R$ 1410,00, portanto é mais viável fazer a fibra

virgem do que lavá-la e depois fazer a sua reciclagem.

Para minimizar este valor, uma solução seria a substituição do metanol pelo

etanol anidro, também utilizado em banhos ultrassônicos, após este ser testado em

laboratório para verificar seu poder de extração. O valor do litro do etanol anidro, se

comprado no estado de São Paulo, é R$ 1,4351, totalizando um gasto de R$

1.291,59, valor bem mais viável para a empresa, porém ainda não gerando bons

lucros.

Para a quantificação do óleo presente na fibra o método mostrou ser muito

viável, tanto em economia quanto em tempo, pois a quantidade de metanol gasta foi

menor e de tempo também, variando de 20 a 30 minutos por análise, enquanto o

método utilizado pela M&G demora uma hora e meia para ser realizado. Ao se

diminuir o tempo de análise, diminuiu-se também o tempo para a liberação da fibra

pelo controle de qualidade e o tempo de espera da equipe de distribuição. Além

disso, a empresa já possuiu o ultrassom, centrifuga e deionizador.

Portanto, o método proposto só é viável para fazer a quantificação do óleo

presente na fibra, onde utiliza-se pouca quantidade de metanol. Além disso, este

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método gasta de vinte a trinta minutos para ser realizado, enquanto que o da M&G,

uma hora e meia. Quanto mais rápida a análise for feita, mais rapidamente a fibra

será liberada pelo controle de qualidade e menor seria o tempo de espera do

pessoal de distribuição, uma vez que tempo é um fator essencial para o bom

andamento de uma empresa.

6.0 - CONCLUSÃO

Foi possível perceber a vasta aplicabilidade das fibras de poliéster em

diferentes segmentos, indo desde roupas até enchimentos em geral. Por isso o setor

tem ganhado grande destaque no mercado nacional e internacional, com elevados

níveis de produção.

O processo de produção da fibra de poliéster não apresenta muita

complexidade, mas alguns cuidados devem ser tomados quando este fio recebe

ensimagem para não haver excesso deste óleo e consequentemente a perda do

valor da fibra.

O solvente que se mostrou mais eficiente foi o metanol, porém não foi viável

devido ao seu alto custo. A água, que seria um meio mais barato, não mostrou

eficiência na retirada de ensimagem. Outros solventes podem ser testados, como o

etanol anidro e até mesmo detergentes industriais.

A lavagem ultrassônica é um método que vem sendo cada vez mais utilizado,

pois ele é capaz de retirar o contaminante do material sem agredi-lo. Este foi uma

maneira encontrada para quantificar o óleo presente na fibra, pois para fazer a

lavagem da fibra ele não apresentou viabilidade econômica favorável, porém para

quantificar o óleo ele apresentou-se mais vantajoso do que o método de extração

aplicado atualmente na M&G, uma vez que o tempo gasto para a análise diminuiu

três vezes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO A – Método de extração da M&G

1.0 - PROCEDIMENTO DE EXTRAÇÃO

1.1 Equipamentos/Reagentes:

1.1.1 Cápsula de alumínio

1.1.2 Tubo inox 46,5 cm de comprimento/1,5 cm de diâmetro

1.1.3 Suporte de apoio e base de secagem

1.1.4 Estufa de convecção mecânica

1.1.5 Balança analítica

1.1.6 Pinça

1.1.7 Dessecador

1.1.9 Proveta de 50 ml

1.1.10 Chapa aquecedora

1.1.11 Metanol

1.2 - PROCEDIMENTO ANALÍTICO

1.2.1 Pese 10 ±0,1 gramas de amostra a ser analisada;

1.2.2 Coloque, com auxílio de uma pinça, a amostra dentro do tubo de inox;

1.2.3 Comprima a fibra com uma barra até sentir que ela esteja firme dentro do tubo;

1.2.4 Coloque o tubo no suporte sobre a chapa aquecedora, colocando sob a boca

do tubo uma cápsula de alumínio previamente tarada (pesada com precisão de

0,0001 g);

1.2.5 Com o auxílio da proveta de 50 ml, coloque 30 ml de metanol;

1.2.6 Deixe o processo por 1 hora e meia;

1.2.7 Retire a cápsula da chapa e leva a estufa por 10 minutos a uma temperatura

de 100 °C;

1.2.8 Levar a cápsula em dessecador até atingir a temperatura ambiente;

1.2.9 Retire a cápsula do dessecador para efetuar a pesagem.

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APÊNDICE A – Resultados do novo método

Fibra A: Spunlace DTEX 3,3, lote 50085B Tabela 1: Resultados para a fibra A

1º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,64216 7,64232 0,00016

10 7,32463 7,32493 0,00030

15 8,20696 8,20696 0

20 6,47798 6,47802 0,00004

25 7,23622 7,23647 0,00025

30 7,53700 7,53704 0,00004

2º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,85461 7,85486 0,00025

10 7,75135 7,75184 0,00049

15 7,57432 7,57467 0,00035

20 7,26564 7,26576 0,00012

25 7,75135 7,75146 0,00011

30 7,23622 7,23677 0,00055

3º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,95730 7,95793 0,00063

10 7,26524 7,26582 0,00058

15 7,32463 7,32513 0,00050

20 7,97613 7,97654 0,00041

25 7,64210 7,64230 0,00020

30 7,85474 7,85464 -0,00010

4º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 6,50962 6,50968 0,00006

10 6,79944 6,79974 0,00030

15 7,87202 7,87212 0,00010

20 6,47811 6,47821 0,00010

25 7,75153 7,75153 0,00000

30 7,23645 7,23645 0,00000

5º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 8,20730 8,20630 0

10 6,76426 6,76446 0,00020

15 7,26573 7,26588 0,00015

20 7,95760 7,95766 0,00006

25 7,32485 7,32485 0

30 6,47806 6,47838 0,00032

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Fibra B: FiberFill DTEX 11, lote 50166I Tabela 2: Resultados para a fibra B.

1º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,26561 7,26561 0

10 7,23627 7,23627 0

15 7,32466 7,32481 0,00015

20 7,75114 7,75140 0,00026

25 8,20678 8,20703 0,00025

30 7,87199 7,87235 0,00036

2º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 6,79933 6,79952 0,00019

10 7,97616 7,97616 0,00000

15 7,97615 7,97631 0,00016

20 7,27651 7,27657 0,00006

25 6,76408 6,76423 0,00015

30 6,50952 6,50996 0,00044

3º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,85467 7,85467 0

10 7,75133 7,75135 0,00002

15 8,20686 8,20703 0,00017

20 7,26563 7,26589 0,00026

25 7,85464 7,85480 0,00016

30 7,95746 7,95763 0,00017

4º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 6,50954 6,50954 0,00000

10 6,47808 6,47810 0,00002

15 6,50948 6,50948 0

20 6,79940 6,79984 0,00044

25 7,64218 7,64232 0,00014

30 6,47815 6,47843 0,00028

5º teste Tempo (min) Peso Antes (g) Peso depois (g) Óleo Retirado (g)

5 7,95740 7,95747 0,00007

10 7,97626 7,97631 0,00005

15 7,97626 7,9762 0,00005

20 7,57439 7,57439 0

25 7,23647 7,23650 0,00003

30 7,32476 7,32507 0,00031 *Os dados destacados em vermelho, referem-se às análises que apresentaram maior quantidade de

óleo retirado.