estudo epidemiológico sobre acidente vascular encefálico em uma

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, SES/G DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA, DEFISIO/G ELAINE DO ROCIO CAMARGO MARTINS Estudo epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma Clínica Escola de Fisioterapia GUARAPUAVA 2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO SETOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, SES/G

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA, DEFISIO/G

ELAINE DO ROCIO CAMARGO MARTINS

Estudo epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma Clínica Escola de Fisioterapia

GUARAPUAVA 2014

ELAINE DO ROCIO CAMARGO MARTINS

Estudo Epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma Clínica Escola de Fisioterapia

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, para obtenção do Grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Profa. Me. Cíntia Raquel Bim Quartiero.

GUARAPUAVA 2014

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, pela

vida, amor e incentivo que me destinaram. Em

especial a minha irmã Daiane Camargo pelo

apoio.

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de

espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória, nem derrota.”

(Theodore Roosevelt)

AGRADECIMENTOS

Deixo registrado nesta página, a gratidão e o apreço a todos

que, de alguma forma, contribuíram para que esta etapa de

minha vida fosse realizada.

Aos professores e colaboradores da Universidade Estadual do

Centro-Oeste e a minha orientadora Profa. Me. Cíntia Raquel

Bim Quartiero um agradecimento especial, pela amizade e

orientação de forma segura e objetiva, nos caminhos

percorridos ao longo deste trabalho.

Aos colegas de curso, agradeço pelo companheirismo e

constante troca de informações.

Agradeço a Deus pela vida e presença em todos os momentos.

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM UMA

CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA

Resumo Contextualização O acidente vascular encefálico (AVE) pode ser definido como déficit neurológico focal súbito, ocasionado por uma lesão vascular devido a distúrbios de coagulação (isquemia) ou hemodinâmico (hemorragia), desencadeando, assim, incapacidade funcional. Objetivo O presente estudo, classificado como transversal descritivo, teve como objetivo identificar o perfil epidemiológico dos pacientes com tais patologias que procuraram atendimento na Clínica Escola de Fisioterapia da UNICENTRO, no município de Guarapuava/PR. Métodos Para coleta dos dados dos prontuários foi utilizado um roteiro de avaliação, elaborado pelas pesquisadoras. Os dados foram coletados de prontuários arquivados pelo serviço de Fisioterapia no período de 2003 a 2012. Foram analisadas as seguintes variáveis: faixa etária, gênero, estado civil, tipo de AVE, fatores de risco e capacidade funcional. Resultados Os resultados evidenciaram que 54,25% dos indivíduos eram do sexo masculino, 56,60% eram casados e idade média foi de 62,37±14,48 anos para ambos os gêneros. Quanto ao tipo de AVE, 14,15% dos casos eram isquêmicos e 7,55% hemorrágicos, sendo que 78,30% não foram informados. Como fatores de risco, a hiperlipidemia, a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes foram os mais evidentes, com valores de 90,57%, 76,42% e 25,94%, respectivamente. Cerca (53,18%) dos pacientes apresentou grau de dependência total ou parcial para realização das atividades de vida diária (AVD’s). Conclusão É possível elucidar um perfil proeminente de homens, com lesões cerebrovasculares de natureza isquêmica e dependentes para realização de suas AVD’s. Palavras-chave: acidente vascular cerebral; epidemiologia; fisioterapia.

Abstract Contextualization The cerebrovascular (stroke) accident can be defined as a sudden focal neurological deficit, caused by a vascular lesion due to coagulation disorders (ischemia) or hemodynamic (hemorrhage), thus triggering functional disability. Objective This study was classified as descriptive cross-sectional study aimed at identifying the epidemiological profile of patients with sequelae such who sought care at the Clinical School of Physiotherapy UNICENTRO, in Guarapuava/PR. Methods for data collection from medical records a script of assessment, developed by the researchers was used. Data were collected from medical records filed by the Physiotherapy service from 2003 to 2012 The following variables were analyzed: age, gender, marital status, type of stroke, risk factors and functional capacity. Results The results showed that 54.25% of the subjects were male, 56.60% were married and the mean age was 62.37 ± 14.48 years for both genders. Regarding the type of stroke, 14,15% were ischemic and hemorrhagic 7.55%, and 78.30% were not informed. As risk factors, hyperlipidemia, hypertension and diabetes were the most evident, with values of 90.57%, 76.42% and 25.94%, respectively. The majority (53.18%) of the patients had total or partial degree of dependence in performing activities of daily living (ADLs) activities. Conclusion From the results it is possible to elucidate a prominent profile in men with ischemic cerebrovascular lesions of nature and their dependents to perform ADLs. Keymords: stroke; epidemiology; physiotherapy.

Introdução

O acidente vascular encefálico (AVE) foi definido pela Organização Mundial de

Saúde (OMS) como um déficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita e rápida

evolução, de causa vascular, podendo levar à morte. Essa causa vascular pode estar

relacionada a alterações funcionais dos vasos isquêmicos, relacionadas ao fluxo sanguíneo

e ao sistema de coagulação hemorrágica¹.

É uma doença que ocorre predominantemente em adultos de meia-idade e idosos.

Nas últimas décadas, o Brasil vem mudando o seu perfil de morbimortalidade, com as

doenças crônicas não transmissíveis liderando as principais causas de morte². A incidência

do AVE vem crescendo devido ao aumento da expectativa de vida e mudanças no estilo de

vida da população. O AVE é a causa de 9% das mortes em todo o mundo, ficando em

segundo lugar, depois apenas das doenças cardíacas isquêmicas. A proporção de mortes

por AVE é de 10% – 12% em países ocidentais, sendo 12% dessas em pessoas com menos

de 65 anos³. No Brasil, foram registradas 160.621 internações por doenças

cerebrovasculares em 2009, segundo os dados de domínio público do Sistema Único de

Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde. A taxa de mortalidade foi de 51,8 a cada grupo

de 100.000 habitantes. As pessoas acima de 80 anos, representaram quase 35% dos

99.174 óbitos4.

Para serem classificados como AVE, os déficits neurológicos devem persistir por

pelo menos por 24 horas. Os déficits motores são caracterizados por paralisia (hemiplegia)

ou fraqueza (hemiparesia), normalmente no hemicorpo oposto ao da lesão. O termo

hemiplegia muitas vezes é empregado de forma genérica para fazer referência à ampla

variedade de problemas motores resultantes do AVE. A localização e a extensão da lesão

cerebral, a quantidade de fluxo sanguíneo colateral e a intervenção precoce de assistência

na fase aguda determinam a gravidade dos déficits neurológicos em um paciente5. Os

sobreviventes da enfermidade geralmente têm de enfrentar incapacidades residuais tais

como paralisia dos músculos, rigidez das partes do corpo afetadas, perda da mobilidade das

articulações, dores difusas, problemas de memória, dificuldades na comunicação oral e

escrita e incapacidades sensoriais3.

Nos últimos anos, estudos de métodos mais acurados têm identificado riscos não

modificáveis bem como modificáveis para AVE’s isquêmico e hemorrágico. A identificação e

o controle de fatores de risco visam a prevenção primária na população2. As principais

causas do AVE são sedentarismo, obesidade, tabagismo, aterosclerose, diabetes e

hipertensão arterial sistêmica6. Contudo, o conhecimento desses fatores é bastante limitado,

quer na maioria das vítimas desta patologia quer na população geral7.

O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil dos indivíduos acometidos por AVE,

caracterizando o sexo, idade, tipo de AVE, conhecer os principais fatores de risco e

classificar o grau de dependência para realização nas AVD’S para subsidiar ações de

prevenção em saúde para esta condição.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado em prontuários de pacientes

com diagnóstico de AVE que realizaram atendimento entre o período 2003 a 2012, na

Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) na

cidade de Guarapuava, Paraná — Brasil.

Esta pesquisa foi realizada entre setembro de 2013 a agosto de 2014. Para a coleta

de dados utilizou-se um questionário semiestruturado contendo questões objetivas que

orientaram a coleta das seguintes variáveis: faixa etária, gênero, estado civil, tipo de AVE,

fatores de risco e capacidade funcional. Os prontuários verificados estão arquivados na

Clínica Escola de Fisioterapia. Foram analisados 2138 prontuários, que identificou 212

casos de AVE. Como a identidade dos indivíduos não foi exposta, o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido foi dispensado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, que

aprovou este trabalho através do parecer número 397549/2013.

Para análise dos dados colhidos foi utilizado o programa Software Statística versão

10. Para tal intento, foi estabelecida a significância de p<0,05. Nesse ínterim, para a

confecção de gráficos e tabelas se fez uso do programa Microsoft Office Excel 2007.

Também foram utilizados teste z (normal padronizado), teste de hipóteses (igualdade de

proporções), e coeficiente de correlação entre as variáveis e proporção.

Resultados e discussões

Foram incluídos na pesquisa 212 prontuários de indivíduos com AVE. Com relação

ao gênero, observou-se que o sexo masculino foi o mais acometido pelo AVE, (54,25%),

destes 75% foram hemorrágicos e 50% isquêmicos já o sexo feminino, 50% foram

isquêmicos e 25% hemorrágicos. A idade média geral foi de 62 ± 14 anos.

As doenças cerebrovasculares estão em segundo lugar no topo de doenças que

mais acometem vítimas com óbitos no mundo, perdendo a posição apenas para as doenças

cardiovasculares. As pesquisas indicam que esta posição tende a se manter até o ano de

20306. Estudos comprovaram ainda que a incidência do AVE no sexo masculino é superior a

do sexo feminino8. Tal afirmação vai ao encontro dos resultados obtidos nesta pesquisa, o

sexo masculino apresentou maior representatividade. Em pesquisa anterior realizada na

mesma instituição em 2009 sobre doenças neurológicas, foram encontrados 119 casos de

AVE, onde 62 (52,10%) pacientes eram do sexo masculino, sugerindo maior incidência de

AVE para homens9.

Para melhor compreensão, a incidência da doença no sexo masculino duplica a cada

década quando somadas a alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas à

idade10. Em geral, as mulheres estão mais atentas aos cuidados com saúde e frequentam

mais os serviços de saúde, o que pode contribuir para a redução dos riscos de desenvolver

doenças11.

A maior parte 30% dos indivíduos acometidos por AVE isquêmico tinha idade entre

50 e 60 anos, e a maioria 37% dos acometidos por AVE hemorrágico tinha idade entre 60 e

70 anos. Foram realizados testes de igualdade de proporções nestas faixas etárias.

Derivaram números como 70.92±4.12 anos para as mulheres e 72.36±3.20 anos para os

homens, não sendo, por conseguinte, encontrada diferença estatisticamente significante

entre as idades (p=0,7871). Assim, as proporções para as faixas de idades não são

significativamente diferentes para os diferentes tipos de AVE, conforme demonstra os

resultados da tabela 1.

Tabela 1 - Tipo de AVE em relação à idade

Tipo de AVE Idade entre 50 e 60

anos z_calculado

Isquêmico 30%

Hemorrágico 19% 0,8100

Tipo de AVE Idade entre 60 e 70

anos z_calculado

Isquêmico 13%

Hemorrágico 37% -1,8808

Fonte: protocolo de pesquisa.

Afirma-se que a idade é um fator de risco isolado para o AVE e cerca de 30% dos

casos ocorre antes dos 65 anos, 70% nos indivíduos com 65 anos ou mais e o risco dobra a

cada década em pacientes acima de 55 anos, principalmente devido a alterações

cardiovasculares e metabólicas ligadas à idade11. Porém, o AVE ocorre em todas as idades,

mas a incidência dobra a cada década após os 65 anos12.

A média de idade dos indivíduos, no estudo em tela foi 62,37 ± 14 anos, sendo a

maioria na faixa etária entre 50 e 70 anos. Nos dados colhidos é visível à ocorrência

acentuada da doença em pessoas idosas, sendo possível visualizar a acentuação dos riscos

em idade posterior há 55 anos.

A respeito da distribuição dos pacientes acometidos por AVE segundo condições

socioeconômicas, é salutar algumas observações: quanto à escolaridade, em 100% dos

prontuários não havia o preenchimento desta informação; quanto ao estado civil: 56,60%

eram casados (120 pacientes), em torno de 8,49% eram solteiros, 14,15% viúvos, e 9,44%

divorciados os demais (11,32%) não havia dados informados. Quanto à renda familiar,

ocupação e raça, nenhuma informação estava anotada nos prontuários.

Os dados apontam que. Em relação ao estado civil, em outro estudo que entrevistou

20 pacientes com acidente vascular encefálico precoce, atendidos pelo sistema único de

saúde, também prevaleceu o estado civil casado11.

Com relação ao tipo de AVE, na presente pesquisa verificou-se que

aproximadamente 14,15% (n=30) dos pacientes apresentaram AVE isquêmico e 7,55%

(n=16) do tipo hemorrágico. Contudo, grande parte (78,30%) dos prontuários não

contemplava tal informação. Sendo o AVE hemorrágico mais grave, existe um índice de

morte elevado, por isso que tem menos pacientes.

Acidente vascular encefálico isquêmico é o tipo mais comum, afetando cerca de 80%

dos indivíduos, e ocorre quando um coágulo bloqueia ou impede o fluxo sanguíneo,

privando o encéfalo de oxigênio e de nutrientes essenciais. Já o hemorrágico ocorre quando

os vasos se rompem, causando derramamento de sangue no interior ou ao redor do

encéfalo5.

Tabela 2 – Relação do tipo de AVE com hipertensão arterial sistêmica

Tipo de AVE

Hipertensão arterial sistêmica z_calculado* Sim Não

N % N % -0,6051

Isquêmico 22 73 8 27 Hemorrágico 13 81 3 19 Fonte: protocolo de pesquisa.

Na proporção entre ocorrência de AVE isquêmico e hemorrágico, observou-se que 73%

dos indivíduos que tiveram AVE isquêmico e todos (81%) os que tiveram AVE hemorrágico

possuíam hipertensão arterial sistêmica (HAS). Nesse estudo, verificou-se que as

proporções são equivalentes do paciente ter hipertensão, com o tipo de AVE (p=0,6051). Tal

correlação está exposta na tabela 2.

A HAS têm alta prevalência e baixas taxas de controle e considerado um dos

principais fatores de risco modificáveis para o derrame cerebral e um dos mais importantes

problemas de saúde pública. Existe relação direta e linear da hipertensão arterial com a

idade, sendo a prevalência superior a 60% na faixa etária acima de 65 anos13.

Outro questionamento importante está em estabelecer a correspondência entre o

lado acometido pelo ataque cerebral. As informações são expostas na tabela 3.

Tabela 3 – Relação entre tipo de AVE e hemicorpo acometido

Tipo de AVE

Hemicorpo comprometido

z_calculado Esquerdo Direito

Não informado

Isquêmico 47% 50% 3% 0,6524

Hemorrágico 37% 44% 19%

Fonte: protocolo de pesquisa.

Estudos dizem que com relação às características clínicas, a etiologia do AVE mais

prevalente é o AVE isquêmico, sendo o hemisfério cerebral direito mais acometido11,14,

confirmando-se aqui esta premissa. Pode-se observar que as proporções são equivalentes

para acometimento do hemisfério cerebral esquerdo – hemicorpo direito tanto pelo AVE

isquêmico quanto hemorrágico.

No estudo em questão, um dos elementos pesquisados foram os fatores de risco

para o desenvolvimento do AVE, quais sejam, a hiperlipidemia, hipertensão arterial

sistêmica, diabetes, tabagismo, cardiopatias e sedentarismo (Tabela 4).

Tabela 4 – Presença de fatores de risco em indivíduos com sequelas de AVE

Fatores de risco Números %

Hiperlipidemia

Sim 192 90,56 Não 20 09,53

Hipertensão Arterial Sistêmica Sim 162 76,42 Não 50 23,58

Diabetes Sim 55 25,94 Não 157 74,06

Tabagismo Sim 53 25,00 Não 159 75,00

Cardiopatias Sim 36 16,98 Não 176 83,02

Sedentarismo Sim 2 0,94 Não 210 99,06

Fonte: protocolo de pesquisa.

Como fatores de risco, a hiperlipidemia merece destaque, pois foi referida por

90,57% dos pacientes. Já HAS e o diabetes também foram prevalentes, com valores de

76,42%, e 25,94%, respectivamente.

Calculou-se, assim, o coeficiente de correlação entre as variáveis. Na correlação

entre idade e HAS, o coeficiente foi -0,09661; idade e sedentarismo foi 0,070055, tabagismo

e hereditariedade 0,108591, sendo o maior valor apresentado. Quanto mais próximo de 1 ou

-1, a correlação é mais forte, o que significa que a associação é importante. Contudo, as

correlações foram consideradas baixas, não permitindo afirmar que existe correlação entre

os dados.

Os fatores de risco para as doenças cerebrovasculares identificados neste esboço

foram, em parte, semelhantes a intelecções já observadas na literatura, pois o fator de risco

dislipidemia é descrito como importante fator de risco para a doença aterosclerótica

sistêmica10. O aumento do consumo de gorduras e de calorias na alimentação, bem como a

redução da atividade física são características do dia-a-dia de uma população

eminentemente urbana7. Entretanto, a dislipidemia teve plenitude de incidência, e em

segundo lugar a HAS, se contrapondo a indagações anteriores, em que esta última era

expoente máxima em se tratando de fator de risco para AVE.

A HAS apresentou um destaque relevante, em uma clínica escola da UMESP em

2003 onde a descrevem como um dos fatores de risco mais poderoso para o AVE, pois sua

ocorrência está estimada em torno de 70% de todos os quadros vasculares cerebrais. A

hipertensão é a segunda causa de internamento hospitalar e a primeira causa de morte por

doenças cardiovasculares15. No Brasil, a hipertensão afeta mais de 30 milhões de brasileiros

(36% dos homens adultos e 30% das mulheres) e é o mais importante fator de

desenvolvimento do AVE. Porém, a percepção da população é outra. Quanto à prevenção

de doenças, a mesma pesquisa revela que, embora 90% identifiquem os fatores de risco

(hipertensão, tabagismo, colesterol e estresse), apenas 3% temem sofrer uma doença

cardiovascular13.

A diabetes mellitus também está entre os fatores de risco para o AVE. O Brasil, que

em 2000 ocupava o oitavo lugar entre os dez países com maior número de casos de

diabetes (4,6 milhões) no mundo, ocupará a sexta posição em 2030, quando contará com

8,9 milhões de pessoas diagnosticadas16. Já o tabagismo, é considerado o principal

causador de morte evitável e está associado a uma série de doenças, inclusive patologia

graves17. O tabagismo aumenta o risco de AVE em duas vezes e também constitui

importante fator de risco para HAS1.

Da relação entre tempo de diagnóstico e tempo de tratamento a média de tempo de

diagnóstico foi 3,6 ± 3,9 anos e para tempo de tratamento fisioterapêutico foi de 2 ± 1,4

anos. Salienta-se que não existe diferença estatística significativa entre o fato do tempo para

se fazer o diagnóstico e o tempo de tratamento. Entretanto, nota-se que a quantidade de

indivíduos que procuraram o serviço de Fisioterapia entre os dois primeiros anos de

diagnóstico foi significativamente maior.

Também foram calculados os coeficientes de correlação de cada uma das atividades

de vida diária (AVD’S) com o tempo de diagnóstico e com o tempo de tratamento. O maior

valor foi entre tempo de tratamento e vestuário (-0,1425), todavia é um valor muito baixo

para afirmar que existe correlação entre os dados.

Na sequência, demonstra-se a relação de atividades de vida diária e nível de

dependência dos indivíduos posteriormente à incidência de AVE (Tabela 5).

Tabela 5 - Atividades de vida diária e nível de dependência

Atividade de vida diária (AVD) Número %

Higiene Independentes 76 35,85

Semi-dependente 41 19,34

Dependente 80 37,74

Não informado 15 7,07

Alimentação

Independentes 137 64,62

Semi-dependente 31 14,62

Dependente 35 16,51

Não informado 9 4,25

Vestuário

Independentes 68 32,08

Semi-dependente 63 29,72

Dependente 72 33,96

Não informado 9 4,24

Locomoção

Independentes 55 25,94

Semi-dependente 48 22,64

Dependente 81 38,21

Não informado 28 13,21

Fonte: protocolo de pesquisa.

Em análise mais detalhada, é possível identificar que mais da metade dos pacientes

em zelo pela clínica apresentavam algum tipo de dependência relacionada com higiene,

vestuário e locomoção, exceto alimentação, onde pouco mais de 30 pacientes (31,13%)

apresentaram alguma dificuldade em suas atividades cotidianas. De forma global, a maioria

(53,18%) dos pacientes apresentou grau de dependência total ou parcial para realização

das atividades de vida diária (AVD’s).

Após acidente cerebrovascular, quanto mais cedo começar o tratamento

fisioterapêutico, melhor será o prognóstico. De modo típico, a melhora funcional é mais

rápida, durante os primeiros meses. A velocidade da recuperação inicial está relacionada à

redução do edema cerebral, melhora do suprimento sanguíneo e remoção do tecido

necrótico. Todavia, com fisioterapia os ganhos funcionais podem continuar por anos à

frente18.

Pesquisa recente traz que 75% dos indivíduos foram avaliados no intervalo de até

dois meses pós-AVE (média 44 dias, ±23,6). A média do tempo entre AVE e o início do

tratamento fisioterapêutico foi 27,12 (±22,04) dias, com 67,5% da amostra buscando

atendimento fisioterapêutico no período de até um mês pós-AVE12. Deve ser divulgado à

população predisponente ou que sofre o AVE sobre a importância do tratamento

fisioterapêutico e que este deve ser iniciado o mais breve possível.

A diversidade do quadro patológico de indivíduos com AVE é consequência de vários

fatores ligados à patologia, como localização, extensão, duração do quadro isquêmico,

duração da fase aguda, idade, adesão do indivíduo ao tratamento fisioterapêutico, estímulos

apresentados e precocidade do atendimento, não negligenciando a participação do

cuidador, que é de suma importância para boa evolução do quadro do paciente em qualquer

uma de suas fases18.

A avaliação da independência funcional destes indivíduos deve contemplar a análise

das atividades de vida diária, que geralmente se encontram afetadas após o AVE,

adequando a intervenção terapêutica às reais condições do paciente12.

Entre os indivíduos que sobrevivem ao AVE, 15% não apresentam prejuízo de sua

capacidade funcional; 37% mostram discreta alteração, mas são incapazes de se auto

cuidar; 16% apresentam moderada incapacidade, sendo capaz de andar sozinho,

necessitando de auxílio para vestir-se; 32% demonstram alteração intensa ou grave de sua

capacidade funcional, precisando de ajuda tanto para deambular quanto para o autocuidado,

quando não se encontram restritos a uma cadeira de rodas ou ao leito, necessitando de

cuidados constantes19. Há ainda averiguações adicionais ratificando que em relação à

incapacidade funcional, 37,8% dos idosos que tiveram AVE tinham dependência total nas

AVDs10.

No presente estudo, não houve correlação contundente entre o tempo de diagnóstico

e tratamento em relação às AVD’s. Cerca de 53,18% dos acometidos apresentou grau de

dependência total ou parcial para realização das AVD’s, panorama compatível com

informações já confirmadas por pesquisadores da área que revelaram que só uma pequena

parte das pessoas que tiveram um AVE, regressaram às suas atividades diárias, em

consequência das sequelas físicas e cognitivas8.

Com o aumento da idade, advêm alterações fisiológicas e bioquímicas que podem

propiciar o desenvolvimento de doenças, muitas delas crônicas20. O aumento na prevalência

do AVE na população idosa era esperado, visto que a idade é o principal fator de risco não

modificável, o que só reforça a necessidade de medidas urgentes de prevenção e controle

de fatores de risco para doença cerebrovascular, com o intuito de permitir o envelhecimento

de forma saudável21.

Uma vez que colesterol, hipertensão e diabetes aumentam as chances de AVE,

todos os cuidados para controlar essas doenças é perene a aplicação das recomendações e

das evidências terapêuticas na prevenção primária e secundária do AVE, com a

monitorização dos efeitos terapêuticos e da aderência aos fármacos, com a investigação

etiológica completa (incluindo investigação em centros de referência sempre que a etiologia

não é evidente) e avaliação de rotina dos principais fatores de risco: hipertensão arterial,

perfil lipídico, tabagismo, diabetes mellitus, exercício físico e sedentarismo recomenda-se o

controle de valores elevados de colesterol sérico com modificações do estilo de vida e dieta,

com baixo teor de sal e gorduras saturadas, consumo de alimentos com elevado teor de

frutos e vegetais ricos em fibras e controle do consumo de açúcar22.

Através da educação em saúde, por meio de palestras, é possível trazer à baila a

importância dos exames de rotina para que não haja recidiva da doença, estabelecer a

importância de uma vida saudável e uso responsável de medicamentos para controle,

prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável. A assistência multiprofissional

neste contexto configura-se em peça chave de toda a engrenagem da linha do cuidado, e

necessária em todos os níveis, emergindo de forma integrada as áreas de neurologia,

neurocirurgia, clínica médica/geriatria/cardiologia, neuroradiologia intervencionista, cirurgia

vascular, enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, nutrição

e serviço social23.

Deve-se ainda conciliar a atividade física, prática esta que necessita ser fortalecida

e encorajada24.

Observou-se na análise dos dados que muitas informações nos prontuários não

estavam preenchidas. Deve haver uma maior fiscalização no preenchimento dos

prontuários, pois o aluno em aprendizado pode achar não importante o preenchimento de

algumas informações, contudo é essencial considerar todos os dados para melhor conhecer

o perfil dos pacientes atendidos no estabelecimento.

Conclusão

Neste estudo, observou-se maior incidência do AVE em homens, o AVE isquêmico

como tipo mais comum os fatores de risco mais prevalentes hipertensão, sedentarismo,

tabagismo e hiperlipidemia, sendo esta última a mais frequente. Cerca de 53,18% dos

adoentados apresentou grau de dependência total ou parcial para realização das AVD’s.

Assim como em outros estudos que envolvem esta temática, que os resultados

encontrados são de grande importância no que diz respeito ao diagnóstico prévio, à

educação continuada em saúde pública. É lícito destacar que os fisioterapeutas tem um

papel fundamental na educação em saúde.

Referências

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12 - Costa FA, Silva DLA, Rocha VM. Severidade clínica e funcionalidade de pacientes

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13 - VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rev Bras de Hipert. 2010 jan-mar; 17(1):7-8.

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15 - Maluf Junior I, Zahdi MR, Unterstell N, Maluf EMCP, Sousa AB, Loures FD. Avaliação

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Anexo I

Genêro: ( ) Masculino ( ) Feminino

Idade: anos

Peso: Kg

Etnia: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Parda

Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Superior

Estado civil: ( ) Divorciado ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Solteiro

Hereditariedade em relação à AVE: ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Parentes de segundo grau

Diabetes: ( ) Sim ( ) Não

Tabagismo: ( ) Sim ( ) Não

Hipertensão Arterial: ( ) Sim ( ) Não

Sedentarismo: ( ) Sim ( ) Não

Hiperlipidemia: ( ) Sim ( ) Não

Doenças Cardíacas: ( ) Sim ( ) Não

Etiologia do AVC: ( ) Isquêmico ( ) Hemorrágico

Lado do AVC: ( ) Esquerdo ( ) Direito

Quanto tempo tinha de diagnóstico quando chegou à clínica:

Quanto tempo fez o tratamento na clínica:

Alteração cognitiva: ( ) Sim ( ) Não Qual? ____________________

Deformidade: ( ) Sim ( ) Não Qual? ____________________

Atividades da vida diária Independente Semi-dependente Dependente

Alimentação

Vestuário

Higiene

Locomoção

Cadeira de rodas

Muletas

Tutor

Andador

Tônus: tipo, grau e local;

Trofismo: tipo e local;

Sensibilidade tátil:

Amplitude de movimento: ( ) Ativa ( ) Passiva

Força muscular:

Equilíbrio: ( ) Estático ( ) Dinâmico ( ) Sentado ( ) Pé

Marcha realiza: ( ) Sim ( ) Não

Anexo II

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: Estudo epidemiológico sobre Acidente Vascular Encefálico em uma

Clínica Escola de Fisioterapia - Guarapuava Paraná

Pesquisador: Cíntia Raquel Bim Quartiero

Área Temática:

Versão: 1

CAAE: 19004813.0.0000.0106

Instituição Proponente: Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO

Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 397.549

Data da Relatoria: 10/09/2013

Apresentação do Projeto:

Trata-se da apreciação do Projeto de TCC intitulado "ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO SOBRE

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EM UMA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA

GUARAPUAVA PARANÁ", de interesse e responsabilidade da proponente Elaine do Rocio

Camargo Martins, sob orientação da Prof. MSc. Cintia Raquel Bim Quartiero, do

departamento de Fisioterapia da Unicentro.

O projeto prevê início e finalização para em setembro de 2014.

A pesquisa trata o acidente vascular encefálico (AVE) como uma doença de grande

importância para a saúde pública por ser uma das principais causas de mortalidade e

invalidez em vários países no mundo. Assim, o estudo buscará analisar o perfil de pacientes

que sofreram AVE caracterizando os principais tipos e fatores de risco visando à prevenção.

A severidade clínica e a dependência funcional de pacientes com AVE, ao darem entrada na

fisioterapia, são significativas e evidenciam a necessidade de, além do tratamento clássico,

serem incentivadas condutas educacionais que visem à conscientização da população para

prevenir a doença.

Objetivo da Pesquisa:

Identificar os principais fatores de risco e sequelas de indivíduos que sofreram acidente

vascular encefálico, que procuraram atendimentos na Clínica Escola de Fisioterapia da

UNICENTRO CEFISIO, no período de 2003 a 2013.

Para tanto irá (a) Correlacionar características pessoais como sexo, estado civil, faixa etária

com a incidência do AVE; (b) Verificar se fatores de riscos como hipertensão arterial, doença

cardíaca, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo tem relação com a doença; (c)

Avaliar tempo de lesão e sequela, tempo de tratamento; (d) Propor ações de prevenção

através dos dados encontrados.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Riscos: A pesquisadora relata que os prontuários estão arquivados na Clínica Escola de

Fisioterapia e neste projeto não será exposta a identidade dos pacientes, não apresentando

nenhum risco, solicitando neste caso a dispensa do TCLE.

Benefícios: A pesquisadora relata que conhecer as causas e principais sequelas dos

pacientes com AVE, para subsidiar ações de promoção e prevenção à saúde. A severidade

clínica e a dependência funcional de paciente com AVE são significativas e evidenciam a

necessidade de, além do tratamento clássico, serem incentivadas condutas educacionais

que visem à conscientização da população para prevenir a doença.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

A pesquisa trata de tema relevante e está bem redigida.

A pesquisadora diz que no critério de inclusão usará dados dos pacientes que procuraram a

CEFISIO no período do estudo com diagnóstico de AVE. E no critério de exclusão, serão

excluídas as fichas que apresentarem informações incompletas.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

O projeto apresenta:

1) Folha de rosto com campos preenchidos, assinada e com carimbo

2) Solicitação de dispensa de TCLE (termo de consentimento livre e esclarecido)

3) Carta de anuência da instituição co-participante assinada e carimbada.

4) Instrumento de coleta de dados (fichas de avaliação)

Recomendações:

Sugiro a aprovação do presente projeto, por estar em acordo com a Resolução 446/12.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Não há. Não há.

Situação do Parecer:

Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:

Não

Considerações Finais a critério do CEP:

PROJETO APROVADO.

Em atendimento às Resoluções 196/96 CNS-MS e 466/2012 CNS-MS, deverá ser

encaminhado ao CEP o relatório parcial assim que tenha transcorrido um ano da pesquisa e

final em até trinta dias após o término da Pesquisa.

Qualquer alteração no projeto deverá ser encaminhada para análise deste comitê.

GUARAPUAVA, 17 de Setembro de 2013.

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Assinador por:

Maria Emilia Marcondes Barbosa

(Coordenador)

Endereço: Rua Simeão Camargo Varella de Sá, 03 - Campus CEDETEG - (ao lado do Departamento de Nutrição), Bairro: Vila Carli CEP: 85.040-080 UF: PR Município: GUARAPUAVA Telefone: (42)3629-8177 Fax: (42)3629-8100 E-mail: [email protected]