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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE Pedro Henrique Sampaio Porto Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing. RIO DE JANEIRO Setembro de 2019

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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE

UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE

Pedro Henrique Sampaio Porto

Projeto de Graduação apresentado ao Curso

de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica

da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing.

RIO DE JANEIRO

Setembro de 2019

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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE

UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE

Pedro Henrique Sampaio Porto

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

ELETRICISTA.

Examinado por:

________________________________________________

Prof. Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing.

________________________________________________

Prof. Sergio Sami Hazan, Ph. D.

________________________________________________

Eng. Bruno Cordeiro Chamma.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

Setembro de 2019

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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE

UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE

Porto, Pedro Henrique Sampaio.

Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica de um Sistema

Fotovoltaico Conectado à Rede / Pedro Henrique Sampaio Porto – Rio de

Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2019.

XI, 39p.; il.:29,7cm.

Orientador: Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing.

Projeto de Graduação – UFRJ/Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Elétrica, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 32.

1. Introdução. 2. Energia Solar Fotovoltaica. 3. Sistema Fotovoltaico.

4. Dispositivo Utilizado. 5. Dimensionamento do sistema. 6. Análise de

Viabilidade econômica. 7. Conclusão 8. Referência bibliográfica. I.

Suemitsu, Walter Issamu. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Escola Politécnica, Curso de Engenharia Elétrica. III. Estudo de Viabilidade

Técnica e Econômica de um Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus por todas as oportunidades,

conquistas e por me conceder forças para superar todos os obstáculos.

Em segundo lugar, quero agradecer à minha mãe Alessandra e aos meus irmãos por

sempre me apoiar, cuidar de mim e ter me dado todo o suporte nos momentos mais difíceis

desta jornada. À minha esposa Maria Clara por estar sempre ao meu lado, me apoiando e

me orientando nos meus momentos de desespero nesta reta final da faculdade.

Agradeço também aos meus amigos que a UFRJ me deu (Pedro Henrique

Vecchiati, Wen Chou, Fernando Guilherme e Erik Fragoso), pelos momentos

inesquecíveis de risos e choros, assim como o apoio de cada um. Sem a amizade deles,

essa jornada cheia de provas, relatórios e trabalhos não teria a mínima graça.

E finalmente, agradeço ao meu orientador Walter por todo o apoio e pela paciência

dados a este trabalho e ao longo da faculdade. E também pela oportunidade de me propor

essa honra de realizar este projeto final como seu orientado.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE

UM SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE

Pedro Henrique Sampaio Porto

Setembro/2019

Orientador: Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing.

Curso: Engenharia Elétrica

Este Projeto de Graduação apresenta uma análise da viabilidade técnica e

econômica de painéis solares fotovoltaicos conectados à rede, instalados em uma

lavanderia em Cabo Frio-RJ.

Ao longo desse trabalho, foram apresentados os principais conceitos de energia

solar, os efeitos da radiação solar, os tipos de células fotovoltaicas e sistemas

fotovoltaicos, assim como foram abordados os dispositivos utilizados em sistemas

conectados à rede (on-grid).

Além disso, realizou-se um estudo de implantação de módulos fotovoltaicos no

telhado da lavanderia, localizada na cidade de Cabo Frio – RJ, mostrando o

dimensionamento de um sistema fotovoltaico conectado à rede e todos os seus

componentes.

Na última etapa do trabalho, foi feita uma análise de viabilidade econômica da

instalação do sistema fotovoltaico.

Palavras-chave: Fotovoltaica; Sistema on-grid; Conectado à rede; Dimensionamento de

sistema fotovoltaico conectado à rede; Viabilidade Econômica.

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Abstract of the Undergraduate Project, presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the necessary requirements to obtain the degree of Electrical Engineer.

TECHNICAL AND ECONOMIC VIABILITY STUDY OF AN

ON-GRID PHOTOVOLTAIC SYSTEM

Pedro Henrique Sampaio Porto

September/2019

Advisor: Walter Issamu Suemitsu, Dr. Ing.

Course: Electrical Engineering

This Undergraduate Project presents an analysis of the technical and economic

viability of grid-connected photovoltaic solar panels, which are allowed in a laundry room

in Cabo Frio-RJ.

Throughout this work, the main concepts of solar energy, the effects of solar

radiation, the types of photovoltaic cells and photovoltaic systems were presented, as well

as the devices used in grid-connected systems.

In addition, it carried out a study of the installation of photovoltaic modules on the

roof of the laundry, located in Cabo Frio - RJ, showing or dimensioning a photovoltaic

system connected to the grid and all its components.

In the last stage of the work, an economic feasibility analysis of the photovoltaic

system installation was made.

Keywords: Photovoltaic; Networked system; Connected to the network; Dimensioning of

the photovoltaic system connected to the grid; Economic viability.

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS.........................................................................iv

SUMÁRIO ......................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS ..........................................................................ix

LISTA DE TABELAS ......................................................................... x

LISTA DE SIGLAS.............................................................................xi

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .............................................................. 1

1.1. MOTIVAÇÃO .................................................................................. 1

1.2. OBJETIVO ...................................................................................... 1

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO......................................................... 2

CAPÍTULO 2 – ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ........................ 3

2.1. FONTE DE ENERGIA SOLAR ............................................................. 3

2.2. RADIAÇÃO SOLAR .......................................................................... 3

2.3. IRRADIAÇÃO SOLAR NO BRASIL....................................................... 3

2.4. CÉLULAS FOTOVOLTAICAS.............................................................. 4

2.4.1. SILÍCIO CRISTALINO ....................................................................... 4

2.4.1.1. SILÍCIO MONOCRISTALINO ........................................................... 5

2.4.1.2. SILÍCIO POLICRISTALINO.............................................................. 5

2.4.2. SILÍCIO AMORFO ............................................................................ 6

CAPÍTULO 3 – SISTEMA FOTOVOLTAICO....................................... 7

3.1. SISTEMA ISOLADO DA REDE (OFF-GRID)............................................ 7

3.2. SISTEMA HÍBRIDO .......................................................................... 7

3.3. SISTEMA CONECTADO À REDE (ON-GRID) ......................................... 8

CAPÍTULO 4 – DISPOSITIVOS UTILIZADOS .................................. 10

4.1. MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ...........................................................10

4.1.1. CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO MÓDULO FOTOVOLTAICO ............10

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4.1.2. EFEITO DA TEMPERATURA E INTENSIDADE LUMINOSA EM UM MÓDULO

FOTOVOLTAICO ......................................................................................11

4.2. INVERSORES .................................................................................13

CAPÍTULO 5 – ANÁLISE TÉCNICA DO SISTEMA

FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE (SFCR) ........................... 14

5.1. DESCRIÇÃO DO LOCAL A SER IMPLANTADO ......................................14

5.2. SIMULAÇÃO UTILIZANDO O SOFTWARE PV*SOL ...............17

5.2.1. CARACTERÍSTICAS DO MÓDULO SOLAR ..........................................17

5.2.2. CARACTERÍSTICAS DO INVERSOR ....................................................18

5.2.3. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO NO SOFTWARE PV*SOL ....................21

CAPÍTULO 6 – ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA ........... 24

6.1. PROJEÇÃO DO AUMENTO DA TARIFA DE ENERGIA ELÉTRICA EM FUNÇÃO

DO TEMPO DE USO DO SFCR ....................................................................24

6.2. COTAÇÃO DO PROJETO EM CONDIÇÕES REAIS ...................................25

6.3. CUSTO DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO AO LONGO DO TEMPO DE

UTILIZAÇÃO DO SFCR .............................................................................25

6.4. PERÍODO DE PAYBACK ...................................................................26

6.5. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)..................................................29

6.6. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ................................................30

6.7. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................30

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO ............................................................. 31

REFERÊNCIAS ..................................................................................... 32

ANEXO I ................................................................................................ 33

ANEXO II .............................................................................................. 34

ANEXO III ............................................................................................. 36

ANEXO IV ............................................................................................. 38

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – ATLAS SOLARIMÉTRICO DO BRASIL (INSOLAÇÃO DIÁRIA) ...................................4

FIGURA 2 – CÉLULAS DE SILÍCIO MONOCRISTALINOS .............................................................5

FIGURA 3 – CÉLULAS DE SILÍCIO POLICRISTALINOS ................................................................6

FIGURA 4 – CÉLULAS DE SILÍCIO AMORFO .............................................................................6

FIGURA 5 – SISTEMA OFF-GRID ...............................................................................................7

FIGURA 6 – SISTEMA HÍBRIDO.................................................................................................8

FIGURA 7 – SISTEMA ON-GRID ................................................................................................9

FIGURA 8 – CIRCUITO EQUIVALENTE DE UMA CÉLULA FOTOVOLTAICA.................................10

FIGURA 9 – EFEITO CAUSADO PELA VARIAÇÃO DE INTENSIDADE DA LUZ..............................12

FIGURA 10 – EFEITO CAUSADO PELA TEMPERATURA DA CÉLULA FOTOVOLTAICA ................12

FIGURA 11 – POSIÇÃO GEOGRÁFICA DA LAVANDERIA...........................................................14

FIGURA 12 – VISTA SUPERIOR DA COBERTURA DA LAVANDERIA ..........................................15

FIGURA 13 – DADOS DO PV*SOL ........................................................................................17

FIGURA 14 – MÓDULO KUMAX CS3U-335P ........................................................................18

FIGURA 17 – INVERSOR SE27.6K .........................................................................................19

FIGURA 19 – OTIMIZADOR DE POTÊNCIA P730......................................................................20

FIGURA 21 – DIAGRAMA DO SISTEMA ...................................................................................21

FIGURA 22 – POSICIONAMENTO DOS MÓDULOS NO TELHADO ...............................................22

FIGURA 23 – LIGAÇÃO DOS STRINGS NO INVERSOR ...............................................................22

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – CONSUMO MENSAL DA LAVANDERIA .................................................................16

TABELA 2 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO MÓDULO KUMAX CS3U-335P ....................18

TABELA 3 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO INVERSOR SOLAR SE27.6K.............................................19

TABELA 4 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO OTIMIZADOR DE POTÊNCIA P730 ....................................20

TABELA 5 – GERAÇÃO MENSAL DA LAVANDERIA ..............................................................................23

TABELA 6 – PREVISÃO DE AUMENTO DA TARIFA AO LONGO DOS VINTE E CINCO ANOS .............................24

TABELA 7 – CUSTO DO SFCR AO LONGO DOS 25 ANOS ....................................................................26

TABELA 8 – ECONOMIA DO SFCR AO LONGO DOS 25 ANOS ..............................................................27

TABELA 9 – FLUXO DE CAIXA ACUMULADO DO SFCR AO LONGO DOS 25 ANOS......................................28

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LISTA DE SIGLAS

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

CA Corrente Alternada

CC Corrente Contínua

CdTe Telureto de Cadmio

CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica

CIGS Disseleneto de Cobre Índio Gálio

COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica

DPS Dispositivo de Proteção contra Surtos

FC Fluxo de Caixa

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IEC International Electrotechnical Commission

MLPE Module Level Power Electronics

MPPT Maximum Power Point Tracking

NEC National Electric Code

PIS Programa de Integração Social

RJ Rio de Janeiro

SFCR Sistema Fotovoltaico Conectado À Rede

Si Silício

STC Standard Test Conditions

TIR Taxa Interna de Retorno

TMA Taxa Mínima de Atratividade

VPL Valor Presente Líquido

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1. Motivação

A energia solar possui variadas aplicações e a geração direta da energia elétrica

através do efeito fotovoltaico se caracteriza como uma das formas mais interessantes de

gerar potência elétrica.

Atualmente, o Brasil ainda se encontra muito dependente de duas fontes de

energia: a hidráulica e a térmica, mas após o racionamento de energia elétrica ocorrido

no ano de 2001, verificou-se a necessidade de uma maior diversificação da matriz

energética brasileira. A diversificação não é só uma exigência da segurança do sistema,

mas também da necessidade de incluir fontes mais limpas de energia na matriz

energética do Brasil.

A busca por formas alternativas de geração de energia elétrica, visando diminuir

o impacto ambiental, tem proporcionado grandes investimentos em geração

fotovoltaica, eólica e híbrida. Atualmente, a energia solar é considerada uma alternativa

para suprir a demanda da energia por ser uma fonte inesgotável, no caso o Sol, assim

como por dispor de uma geração com menor impacto ambiental.

Dessa forma, motivados pelo interesse no desenvolvimento desta tecnologia, na

utilização de sistemas fotovoltaicos como uma ferramenta da geração de energia

distribuída e na viabilidade e utilização do sistema no mercado comercial, desenvolve-

se esse estudo.

1.2. Objetivo

Analisar a viabilidade técnica e econômica do uso de um sistema fotovoltaico

conectado à rede em uma lavanderia em Cabo Frio-RJ, no intuito de reduzir os custos

com energia.

A avaliação será feita por meio da análise dos tipos de equipamentos existentes

no mercado para o sistema fotovoltaico, considerando a variação da radiação local e

área disponível para a instalação de painéis.

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1.3. Organização do Trabalho

O Capítulo 1 desse trabalho consiste na introdução do projeto, apresentando a

motivação, objetivos e a organização do trabalho.

No Capítulo 2, é apresentada a energia solar fotovoltaica, abordando a fonte de

energia solar, radiação solar, irradiação solar no Brasil e as células fotovoltaicas.

No Capítulo 3, são apresentados os tipos de sistema fotovoltaico, citando o

sistema off-grid, o sistema híbrido e o sistema on-grid.

No Capítulo 4, apresentam-se todos os dispositivos utilizados em um sistema

conectado à rede (on-grid).

O Capítulo 5 mostra o dimensionamento do projeto, a avaliação da irradiação

solar em Cabo Frio-RJ, onde a lavanderia está localizada, assim como a avaliação do

espaço físico, dimensionamento dos módulos fotovoltaicos e inversor.

E por fim, o Capítulo 6 apresenta a conclusão, analisando se o projeto é viável

ou não financeiramente.

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CAPÍTULO 2 – ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

2.1. Fonte de Energia Solar

Para a produção de energia elétrica são usados dois sistemas: o heliômetro ou

concentrada, em que a irradiação é convertida primeiramente em energia térmica e

posteriormente em elétrica; e o fotovoltaico, em que a irradiação é convertida

diretamente em energia elétrica. A energia solar fotovoltaica será o objeto deste estudo

[1].

Devido à posição vantajosa do nosso país no planeta Terra, por ser parcialmente

cortado pela linha equatorial e sua maior parte estar próxima a esta, possuímos uma

grande quantidade de irradiação solar [2].

2.2. Radiação Solar

Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em

particular aquela que é transmitida sob a forma de radiação eletromagnética. É a

radiação recebida acima da atmosfera terrestre. Esta radiação não é influenciada pelas

nuvens existentes na atmosfera.

A orbita da Terra em volta do Sol não é uma circunferência, mas sim uma elipse.

Isto faz com que a radiação solar não seja constante ao longo do ano, variando conforme

as estações do ano [3].

2.3. Irradiação Solar no Brasil

A irradiação é a quantidade de radiação obtida durante um tempo específico,

podendo ser por hora ou por dia.

De acordo com o mapa solar da figura 1, pode-se verificar que em termos

estaduais, a Bahia se destaca como o estado com maior irradiação solar, devido à

proximidade à linha do Equador. Na sequência, também se destacam os estados de

Minas Gerais e Mato Grosso do Sul [2].

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Figura 1 – Atlas Solarimétrico do Brasil (Insolação diária)

2.4. Células Fotovoltaicas

As células fotovoltaicas são os elementos responsáveis pela conversão direta da

luz solar em eletricidade. Podem ser fabricadas usando-se diversos tipos de materiais

semicondutores. As mais utilizadas são as de silício, que podem ser constituídas e

classificadas de acordo com a sua estrutura molecular, que são os monocristalinos,

policristalinos e silício amorfo [4].

2.4.1. Silício Cristalino

O silício cristalino é o material mais utilizado para a conversão de energia solar

em elétrica, e o principal motivo para ser o mais fabricado no mundo é devido a sua

robustez e confiabilidade. Existem dois tipos de célula de silício: monocristalino (m-Si)

e policristalino (p-Si) [5].

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2.4.1.1. Silício Monocristalino

A célula de silício monocristalino é comercializada como conversor direto de

energia solar em eletricidade. A fabricação da célula de silício começa com a extração

do cristal de dióxido de silício. Devido ao complexo processo de produção, as células

fotovoltaicas de silício monocristalino são também as mais caras. Podem atingir uma

eficiência de até 24,2%, porém módulos comerciais atingem uma eficiência que varia de

16,84% até 20,4% dependendo do fabricante [6].

Figura 2 – Células de Silício monocristalinos

2.4.1.2. Silício Policristalino

O processo de produção das células de silício policristalino é mais barato do que

o processo das células de silício monocristalino, pois é mais simples e consome menos

energia e tempo. Outra vantagem é a redução da quantidade de silício desperdiçada. Em

testes recentes em laboratórios, as células de silício policristalinos atingiram a eficiência

recorde de 20,3% [7].

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Figura 3 – Células de Silício policristalinos

2.4.2. Silício Amorfo

É muito propício esse tipo de célula quando se pensa em baixo custo. Porém

apresenta algumas desvantagens, dentre elas baixo rendimento e degradação nos

primeiros meses de operação. São produzidas por meio de um depósito de camadas

extremamente finas de material semicondutor. Os semicondutores mais utilizados são o

telureto de cadmio (CdTe) cuja eficiência média é de 10 a 11%, o disseleneto de cobre

índio gálio (CIGS) com eficiência de 7 a 12% e o silício amorfo (a-Si), 4 a 8%. [8]

Figura 4 – Células de Silício Amorfo

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CAPÍTULO 3 – SISTEMA FOTOVOLTAICO

O sistema fotovoltaico é classificado de acordo com sua configuração de

instalação, que pode ser dividida em três categorias: isolado, híbrido e conectado à rede

[9].

3.1. Sistema Isolado da rede (off-grid)

O sistema isolado é aquele que não se encontra ligado a outros sistemas de

fornecimento de energia. Esse sistema pode ou não depender de armazenamento de

energia em baterias, isso vai depender do seu uso final [9].

Figura 5 – Sistema off-grid

3.2. Sistema Híbrido

Esse sistema apresenta várias fontes de geração de energia em uma mesma

instalação. Geralmente, encontra-se desconectado da rede local de transmissão de

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8

energia, mas isso não é obrigatoriedade. Com uma interligação entre as fontes de

geração de energia ele busca o aproveitamento racional e a melhor situação para cada

caso [9].

Figura 6 – Sistema híbrido

3.3. Sistema conectado à rede (on-grid)

Neste sistema não há necessidade de armazenar energia, pois quando se tem um

consumo elétrico maior que a eletricidade produzida pelos módulos fotovoltaicos, a rede

irá fornecer a energia necessária para o perfeito funcionamento da residência. Ao

contrário, quando se tem um consumo elétrico baixo, o excesso de energia elétrica é

injetado na rede de distribuição da concessionária.

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Figura 7 – Sistema on-grid

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CAPÍTULO 4 – DISPOSITIVOS UTILIZADOS

Neste trabalho será abordado o sistema fotovoltaico on-grid, então basicamente

os dispositivos necessários para esse tipo de sistema são: módulos fotovoltaicos e

inversores [5].

4.1. Módulos Fotovoltaicos

A conversão de energia solar em energia elétrica se dá por meio de células

fotovoltaicas. Esses arranjos de semicondutores são sensíveis à luz, criando um

potencial elétrico quando excitados. Uma célula fornece energia quando exposta a uma

radiação solar de 1 kW/m² em temperatura de 25°C, cerca de 0,6 Volts e uma densidade

de corrente de curto-circuito da ordem de 150 mA/cm² [10].

As células fotovoltaicas podem ser conectadas em série ou em paralelo. O tipo

de ligação entre as células, se a ligação será em série ou em paralelo, é determinado na

fabricação, dependendo da configuração desejada para o projeto. O circuito equivalente

que descreve o funcionamento interno de uma célula fotovoltaica quando submetida à

radiação solar é mostrado na figura 8.

Figura 8 – Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica

4.1.1. Características Elétricas do Módulo Fotovoltaico

Os módulos geralmente são especificados pela potência de pico (𝑊𝑝), cujos

parâmetros são obtidos considerando-se a Condição Padrão de Testes (STC - Standard

Test Conditions), definida pela norma IEC 61215 (International Electrotechnical

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Commission): radiação solar de 1 𝑘𝑊/𝑚², temperatura de célula 25°C e Massa de Ar

1,5. No entanto, determinados locais podem apresentar condições distintas das

apresentadas. Por isto, é importante que outros parâmetros que caracterizam os módulos

sejam observados na escolha de um módulo fotovoltaico, por exemplo:

Tensão de Circuito Aberto (VOC): é a máxima tensão do dispositivo sob

condições determinadas de iluminação e temperatura, correspondentes a uma

corrente igual à zero, ou seja, quando não existe carga conectada ao circuito;

Corrente de Curto Circuito (ISC): é a máxima corrente que o dispositivo poderá

produzir, com uma tensão nula entre os terminais do módulo;

Potência Máxima (Pmáx ): cada ponto da curva característica V x I, o produto da

corrente pela tensão, define a potência para aquela condição de operação. Então

existe um ponto onde o resultado dessa multiplicação será máximo;

Corrente no Ponto de Máxima Potência (I𝑀𝑃): é o único valor de corrente onde

Pmáx é obtida;

Tensão no Ponto de Máxima Potência (V𝑀𝑃): é o único valor de tensão onde

Pmáx é obtida;

Fator de Preenchimento ou Fill Factor (FF): é o valor correspondente ao

quociente entre Pmáx e o produto de ISC x VOC. Fornece uma ideia de qualidade

do dispositivo fotovoltaico, sendo que este será melhor quanto maior for o fator

de preenchimento;

Eficiência (η): é a sua quantificação da conversão de energia solar em energia

elétrica

ɳ =IMPxVMP

A x IC (1)

Onde:

𝐴 = Área útil do módulo (𝑚2 )

IC = Luz incidente – Potência luminosa incidente (𝑊 𝑚2⁄ )

4.1.2. Efeito da Temperatura e Intensidade Luminosa em um

Módulo Fotovoltaico

Para a plotagem das curvas características e testes dos módulos, a condição

padrão é estabelecida para a célula com a radiação de 1.000W/m² e a temperatura de

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25°C. Essas condições foram definidas devido à influência direta da variação de

temperatura e da radiação solar na eficiência de um módulo solar.

Assim, como pode ser visto no gráfico da figura 9, quanto menor a irradiação,

menor a corrente produzida pelo módulo solar, e consequentemente menor a potência

produzida. No gráfico representado pela figura 10, verifica-se que o aumento do nível

de insolação, aumenta a temperatura da célula, com isso reduz a eficiência do módulo.

Isso acontece, pois, com o aumento da temperatura, a tensão diminui e a corrente sofre

uma elevação quase desprezível. Isso pode ser observado comparando os “joelhos” da

curva [11].

Figura 9 – Efeito causado pela variação de intensidade da luz

Figura 10 – Efeito causado pela temperatura da célula fotovoltaica

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4.2. Inversores

A corrente produzida pelos módulos fotovoltaicos é em corrente contínua, com

isso, é necessária a utilização do inversor. O dispositivo é conhecido como conversor

CC-CA, pois ele é responsável pela conversão da energia elétrica em corrente contínua

(CC) para energia em corrente alternada (CA).

Existem dois tipos de inversores: os inversores autônomos (stand-alone) e os

inversores de rede (grid-conected). Os inversores do tipo stand-alone são utilizados em

sistemas autônomos que possuem bancos de baterias para armazenamento de energia

produzida pelos módulos fotovoltaicos. Nesse caso, os inversores além de exercer a

função de conversão dos tipos de corrente, precisam tolerar flutuações de tensão das

baterias, evitando as descargas profundas das baterias [5].

Já os inversores de rede (grid-conected) transferem a energia produzida

diretamente para o quadro de distribuição local, onde é utilizada para alimentar as

cargas. No caso, como é um sistema conectado à rede, enquanto há irradiação solar, há

produção de energia e esta, quando produzida é injetada e utilizada. Quando a energia

produzida não é suficiente para alimentar a carga, esta diferença é suprida pela rede da

concessionária local.

Além desses, existem ainda os inversores com a tecnologia MLPE (Module

Level Power Electronics). As tecnologias de microinversores e otimizadores de potência

fazem parte desse mercado. Basicamente esses equipamentos têm uma eficiência maior,

possuem condições de segurança mais efetivas que os inversores tradicionais,

modularidade de instalação, baixa manutenção e maior garantia.

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14

CAPÍTULO 5 – ANÁLISE TÉCNICA DO SISTEMA

FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE (SFCR)

5.1. Descrição do local a ser implantado

A localização da lavanderia é favorável para a instalação dos módulos

fotovoltaicos, pois não existem construções próximas o suficiente para inviabilizar a

instalação. A estrutura civil possibilita que sejam instalados os módulos sobre a

cobertura.

A Figura 11 apresenta a vista panorâmica da lavanderia, com uma marcação

indicando o ponto de georreferenciamento (latitude: 22°51'35.9"S; longitude:

42°03'14.9"O) [12].

Figura 11 – Posição geográfica da lavanderia

O posicionamento dos módulos fotovoltaicos deve ser otimizado para se obter

uma melhor captação da irradiação. A intensidade da irradiação solar varia de acordo

com a localização dos módulos, uma vez que em cada local de fixação desses módulos

existe uma latitude e longitude diferente, uma inclinação do módulo específica (varia de

acordo com a latitude) e um desvio azimutal (varia de acordo com a disposição do

módulo em relação ao norte geográfico).

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15

A área disponível para a instalação do sistema é de 521 m² referente ao telhado

da lavanderia, porém será deixada uma área livre para a circulação de pessoas para a

realização da manutenção. A figura 12 ilustra onde será proposta a instalação dos

módulos fotovoltaicos [12].

Figura 12 – Vista superior da cobertura da lavanderia

Para início do projeto deve-se definir a média de consumo mensal referente ao

período de 12 meses. Logo, foi utilizada a fatura de energia elétrica da referida

lavanderia, mostrada no Anexo I. Como a mesma apresenta um histórico de consumo de

energia referente ao último ano, assim foi possível determinar a média de consumo

mensal nesse período. A partir dos dados da fatura, obteve-se o consumo mensal

apresentado na Tabela 1 e o gráfico do consumo de energia em kWh apresentado no

Gráfico 1, com uma média de 3.675 kWh/mês.

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16

Mês Consumo [kWh]

Janeiro 3.830

Fevereiro 4.406

Março 4.448

Abril 4.300

Maio 3.502

Junho 3.198

Julho 3.388

Agosto 3.635

Setembro 3.245

Outubro 3.542

Novembro 3.324

Dezembro 3.280

Média 3.675

Tabela 1 – Consumo mensal da lavanderia

Gráfico 1 – Consumo mensal da lavanderia

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Consumo [kWh]

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17

5.2. Simulação utilizando o software PV*SOL

Para a realização desse estudo foi utilizado o software PV*SOL, que traz uma

variedade de elementos mais detalhados para inserir no sistema, como tipo de módulo

solar, modelo de ligação do sistema fotovoltaico e outros equipamentos utilizados para

estudo. Com essas informações inseridas no software, são feitas simulações para

possíveis configurações do sistema e assim auxiliar em resultados mais profundos e

exatos.

De acordo com a base de dados do Meteonorm utilizada pelo PV*SOL, é

possível verificar que a irradiação global é de 1.745 kWh/m²/ano ou 4,78 kWh/m²/dia,

conforme mostrado na Figura 13.

Figura 13 – Dados do PV*SOL

5.2.1. Características do Módulo Solar

O software PV*SOL possui uma base de dados com diversos modelos de

módulos solares. Para o projeto do sistema fotovoltaico simulado, foi sugerido o modelo

KuMax CS3U-335P da marca Canadian Solar mostrado na Figura 14 e, cujas

características principais estão na Tabela 2, e a folha de dados no Anexo II.

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Figura 14 – Módulo KuMax CS3U-335P

Tensão PMP 38,20 V

Corrente PMP 8,77 A

Tensão de circuito aberto 45,70 V

Corrente de curto-circuito 9,28 A

Fator de enchimento 78,99

Potência nominal 335 W

Eficiência 16,89 %

Dimensões 2000 x 992 x 40 mm

Peso 22,40 kg

Superfície fotovoltaica 1,98 m²

Tabela 2 – Características principais do módulo KuMax CS3U-335P

5.2.2. Características do Inversor

O software PV*SOL possui uma base de dados com diversos modelos de

inversores. Para o projeto do sistema fotovoltaico simulado, foi sugerido o modelo

SE27.6K da marca Solar Edge mostrado na Figura 17 e, cujas características principais

estão Tabela 3, e a folha de dados no Anexo III.

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19

Figura 15 – Inversor SE27.6K

Potência nominal CC 37,25 kW

Potência nominal CA 27,60 kW

Tensão de entrada máxima 900 V

Tensão nominal CC 750 V

Potência CC máxima 37,25 kW

Potência CA máxima 27,60 kVA

Corrente de entrada máxima 40 A

Conexão à rede trifásico

Tabela 3 – Características principais do Inversor solar SE27.6K

Além disso, para a utilização desse inversor é necessário o otimizador de

potência P730 mostrado na Figura 19 e, cujas características principais estão na Tabela

4, e a folha de dados no Anexo IV. Com o otimizador, é possível que cada módulo

esteja sempre trabalhando em suas condições ótimas e que não interfiram entre si.

Módulos com sombreamento deixaram de ser um problema para o arranjo todo e

passaram a ser um problema pontual apenas. Limitações como módulos de mesmas

características, mesma angulação, e azimute já não fazem mais sentido.

A solução Solar Edge utiliza tensão constante na entrada CC dos seus

inversores. O tamanho da série (string) é determinado pela potência e não pela tensão.

Isso significa mais módulos em série, o que significa menos material (cabos, DPS,

interruptores seccionadores, fusíveis).

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20

Figura 16 – Otimizador de potência P730

Potência nominal CC 730,0 W

Corrente de entrada máxima 11,0 A

Tensão de entrada máxima 125,0 V

Corrente de saída máxima 15,0 A

Tensão de saída máxima 85,0 V

Tabela 4 – Características principais do Otimizador de potência P730

Vantagens de utilizar a tecnologia MLPE da Solar Edge [13]:

Garantia

o Standard – 12 a 15 anos

o Estendida – até 25 anos

Produção

o Em testes independentes, MLPE produz até 25% a mais de energia

o MPPT por painel/otimizador, logo cada módulo produz a energia

máxima sem ser afetado pelo desempenho de outros módulos

o Monitoramento individual de cada módulo fotovoltaico

Segurança

o Corrente contínua de baixa tensão ou dispositivo Safe DC – Sem Tensão

CC durante a instalação ou manutenção. Otimizadores de energia e cabos

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21

CC desligam automaticamente quando o inversor está desligado ou

desconectado

o Proteção contra falha de arco integrado (Tipo 1) em conformidade com a

NEC 2011 690.11

o “Rapid Shutdown” - Funcionalidade integrada de Desligamento Rápido

Automático, em conformidade com a NEC 2014 690.12

Instalação

o Instalação flexível, fácil e segura

Desenho flexível

o Várias configurações de instalação

o Desenho totalmente seguro

o Sistema modular

Monitoramento individual

5.2.3. Resultados da simulação no software PV*SOL

Após realizada a descrição do funcionamento do software, serão apresentados os

resultados obtidos através da simulação. A Figura 21 representa o diagrama do sistema.

Figura 17 – Diagrama do sistema

A Figura 22 representa o posicionamento dos módulos no telhado da lavanderia.

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Figura 18 – Posicionamento dos módulos no telhado

A Figura 23 representa a ligação dos strings no inversor.

Figura 19 – Ligação dos strings no inversor

A Tabela 5 apresenta a geração mensal de energia fotovoltaica produzida pelos

módulos solares.

No Gráfico 2, temos o consumo e a geração mensal do sistema dimensionado.

Nota-se que a energia fornecida pelos painéis é a mesma que a energia consumida pela

lavanderia vinda da rede. Como o consumo de energia da lavanderia se dá no mesmo

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período de geração de energia pelos painéis solares, logo a energia gerada está sendo

totalmente consumida.

Mês Geração [kWh]

Janeiro 4.118

Fevereiro 3.753

Março 4.163

Abril 3.466

Maio 3.734

Junho 2.975

Julho 3.625

Agosto 3.618

Setembro 3.436

Outubro 3.757

Novembro 3.648

Dezembro 3.807

Média 3.675

Tabela 5 – Geração mensal da lavanderia

Gráfico 2 – Consumo anual e geração da lavanderia

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Consumo [kWh] Geração solar [kWh]

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CAPÍTULO 6 – ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Este capítulo tem a finalidade de analisar a viabilidade econômica do projeto.

6.1. Projeção do aumento da tarifa de energia elétrica em função do

tempo de uso do SFCR

Para a elaboração desse trabalho considerou-se o tempo de uso de vinte e cinco

anos do SFCR, com a tarifa atual aplicada pela Enel, para um consumidor grupo B,

subgrupo B1 convencional de R$ 1,02912/kWh (com impostos: ICMS e PIS/COFINS).

Foi considerado um reajuste conservador de aumento de 8,5% ao ano, que é devido à

infraestrutura energética que necessita de mais investimentos que não estão

acompanhando o crescimento da demanda pela energia. A tabela 6 mostra os referidos

valores.

Ano Tarifa [R$/kWh] Ano Tarifa [R$/kWh]

2019 1,02912 2032 2,97203

2020 1,11660 2033 3,22465

2021 1,21151 2034 3,49874

2022 1,31448 2035 3,79614

2023 1,42621 2036 4,11881

2024 1,54744 2037 4,46891

2025 1,67898 2038 4,84876

2026 1,82169 2039 5,26091

2027 1,97653 2040 5,70809

2028 2,14454 2041 6,19327

2029 2,32682 2042 6,71970

2030 2,52460 2043 7,29088

2031 2,73919 2044 7,91060

Tabela 6 – Previsão de aumento da tarifa ao longo dos vinte e cinco anos

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6.2. Cotação do projeto em condições reais

O projeto foi cotado em condições reais com a potência instalada do SFCR de

28,81 kWp com os seguintes equipamentos:

86 módulos Canadian de 335 Wp;

1 Inversor SolarEdge de 27,6 kW;

Estruturas metálicas de fixação;

Proteções elétricas;

Cabos e conexões;

Instalação;

Projetos e ART;

Regularização junto à concessionária Enel.

O valor cotado para realizar a instalação nessas condições é de R$ 124.614,00

para o pagamento à vista.

6.3. Custo de operação e manutenção ao longo do tempo de

utilização do SFCR

A manutenção do sistema de energia solar é mínima e de baixo custo, no entanto

não deve ser esquecida. A manutenção é muito simples e pode ser feita pelo próprio

usuário. Consiste em limpar os módulos solares a cada ano ou quando o sistema

apresentar queda na produção de energia.

Com isso conclui-se que a manutenção de um sistema de energia solar tem um

custo baixo e não representa mais do que 2,0% por ano do custo total do sistema.

Considerando os custos de implantação do SFCR já mencionados anteriormente,

o custo de operação e manutenção durante a vida útil do sistema fotovoltaico ideal será

de R$ 196.062,17.

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6.4. Período de Payback

Informa simplesmente o momento em que as entradas e saídas de caixa se

igualam no tempo. Quanto menor o período de payback, mais atrativo se torna o

investimento. Ignora a ordem na qual o Fluxo de Caixa é gerado dentro do período de

payback e não leva em consideração o Custo de Oportunidade do Capital, ou seja,

ignora o valor do dinheiro no tempo.

Considerando o custo do SFCR durante vinte e cinco anos, ou seja, somando os

valores do custo de investimento inicial, do custo de reposição dos inversores durante a

vida útil do SFCR e do custo de operação e manutenção do sistema, os custos totais do

sistema serão conforme a Tabela 7.

Custo de Operação e Manutenção (durante 25 anos) R$ 196.062,17

Custo de implantação R$ 124.614,00

Tabela 7 – Custo do SFCR ao longo dos 25 anos

Para calcular a economia que o sistema gerou ao ser instalado, calcula-se o custo

evitado, ou seja, a soma das faturas de energia elétrica que se deixarão de pagar ao

longo dos anos por ter o SFCR instalado, considerando a perda de eficiência do módulo

fotovoltaico de 0,50 % ao ano e o custo de disponibilidade do sistema trifásico que é

100 kWh, conforme mostrado na Tabela 8.

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27

Ano

Geração anual

considerando perda de

eficiência [kWh]

Tarifa [R$ / kWh] Economia anual

[R$]

2020 43.099 1,11660 R$ 46.784,22

2021 42.776 1,21151 R$ 50.369,27

2022 42.455 1,31448 R$ 54.228,95

2023 42.137 1,42621 R$ 58.384,29

2024 41.821 1,54744 R$ 62.857,92

2025 41.507 1,67898 R$ 67.674,23

2026 41.196 1,82169 R$ 72.859,44

2027 40.887 1,97653 R$ 78.441,81

2028 40.580 2,14454 R$ 84.451,74

2029 40.276 2,32682 R$ 90.921,98

2030 39.974 2,52460 R$ 97.887,74

2031 39.674 2,73919 R$ 105.386,99

2032 39.376 2,97203 R$ 113.460,55

2033 39.081 3,22465 R$ 122.152,39

2034 38.788 3,49874 R$ 131.509,84

2035 38.497 3,79614 R$ 141.583,85

2036 38.208 4,11881 R$ 152.429,26

2037 37.922 4,46891 R$ 164.105,14

2038 37.637 4,84876 R$ 176.675,03

2039 37.355 5,26091 R$ 190.207,37

2040 37.075 5,70809 R$ 204.775,81

2041 36.797 6,19327 R$ 220.459,65

2042 36.521 6,71970 R$ 237.344,25

2043 36.247 7,29088 R$ 255.521,51

2044 35.975 7,91060 R$ 275.090,33

Economia total R$ 3.551.720,77

Tabela 8 – Economia do SFCR ao longo dos 25 anos

Para efeito de cálculo do retorno de investimento, deve-se considerar o

investimento total da implantação do SFCR já mencionado anteriormente, o custo de

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operação e manutenção e a economia em anos gerada pelo sistema fotovoltaico

instalado. Com essas informações é possível estimar em anos o tempo de retorno do

investimento, conforme mostrado na Tabela 9 e pelo Gráfico 3.

Ano Fluxo de caixa acumulado [R$]

2019 -R$ 124.614,00

2020 -R$ 80.322,06

2021 -R$ 32.656,91

2022 R$ 18.638,06

2023 R$ 73.838,99

2024 R$ 133.242,96

2025 R$ 197.169,65

2026 R$ 265.963,02

2027 R$ 339.993,14

2028 R$ 419.658,20

2029 R$ 505.386,63

2030 R$ 597.639,37

2031 R$ 696.912,38

2032 R$ 803.739,26

2033 R$ 918.694,12

2034 R$ 1.042.394,63

2035 R$ 1.175.505,37

2036 R$ 1.318.741,31

2037 R$ 1.472.871,69

2038 R$ 1.638.724,11

2039 R$ 1.817.188,94

2040 R$ 2.009.224,10

2041 R$ 2.215.860,14

2042 R$ 2.438.205,78

2043 R$ 2.677.453,80

2044 R$ 2.934.887,39

R$ 3.041.251,50

Tabela 9 – Fluxo de caixa acumulado do SFCR ao longo dos 25 anos

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Para o investimento de instalação do SFCR, o tempo de retorno é estimado em

aproximadamente 2,8 anos.

Gráfico 3 – Fluxo de caixa acumulado do SFCR ao longo dos 25 anos

6.5. Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido (VPL) é calculado para sabermos qual o valor atual de

um investimento, bem como a sua rentabilidade.

O cálculo do VPL é feito atualizando-se todo o fluxo de caixa de um

investimento para o valor de hoje, utilizando uma taxa de desconto no cálculo conhecida

como Taxa Mínima de Atratividade (TMA).

A fórmula para o cálculo da VPL é a seguinte:

𝑉𝑃𝐿 = ∑𝐹𝐶𝑗

(1+𝑇𝑀𝐴)𝑗𝑛𝑗=1 (2)

Onde:

𝐹𝐶 = Fluxo de caixa

𝑇𝑀𝐴 = Taxa mínima de atratividade

𝑗 = período de cada fluxo de caixa

𝑛 = período final do investimento

-500.000

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Fluxo de caixa acumulado [R$]

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A interpretação para o VPL é de que se for positivo o investimento é rentável, e

se for negativo, não é rentável, portanto não compensa ao investidor.

Os valores da VPL podem variar, ainda, conforme a taxa considerada, pois

quanto maior for a Taxa Mínima de Atratividade menor será o VPL. [14]

Portanto, para o investimento feito temos que o VPL é de R$ 801.649,94.

6.6. Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR é calculada para um VPL que seja igual a zero, onde o investimento não

dá lucro nem prejuízo.

O cálculo é feito somando-se cada entrada do fluxo de caixa menos o

investimento inicial, em que este valor seja igual a zero, através da fórmula: [15]

𝑉𝑃𝐿 = 0 = ∑𝐹𝐶𝑖

(1+𝑇𝐼𝑅)𝑖𝑛𝑖=1 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (3)

Onde:

𝐹𝐶 = Fluxo de Caixa

𝑖 = período de cada investimento

𝑛 = período final do investimento

Portanto, para o investimento feito temos que a TIR é de 43,1%.

6.7. Análise dos resultados

A TIR e a Taxa Mínima de Atratividade possuem uma relação em que:

Se a TIR for maior que a Taxa Mínima de Atratividade, o VPL é positivo e o

investimento é bom;

Se a TIR for menor que a Taxa Mínima de Atratividade, o VPL é negativo e o

investimento é ruim [14].

Com esses resultados, é visível a oportunidade de investir com consciência,

pensando não somente no retorno financeiro como também na sustentabilidade e

políticas públicas para a disseminação do sistema fotovoltaico conectado à rede para a

sociedade.

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CAPÍTULO 7 – CONCLUSÃO

No Brasil, a principal fonte de geração de energia elétrica é por meio das

hidrelétricas, porém com as secas e maior escassez do recurso hídrico no país torna-se

necessário a geração de energia elétrica através de outras fontes para suprir o consumo

enérgico nacional. O aumento do uso das usinas térmicas, aumento do dólar e com o

auxílio de outros fatores externos a conta de energia elétrica encareceu ainda mais no

país, fazendo com que se tornasse mais interessante o investimento em fontes

alternativas de energia elétrica, como a solar, que é o foco deste trabalho.

O Rio de Janeiro apresenta também condições favoráveis para a implantação de

SFCR, como foi visto pelo atlas fotovoltaico do Estado do Rio de Janeiro. Potencial

esse que deve ser mais bem aproveitado pela sociedade para colaborar com o

desenvolvimento sustentável do Estado. Entretanto, ao se implantar um SFCR em uma

edificação já existente, cabe aos responsáveis técnicos calcular e identificar se é

possível e viável técnica e financeiramente a aplicação dessa tecnologia. O local

desejado para implantação do sistema precisa ser analisado levando em consideração

todas as características presentes e futuras na área de instalação e em torno da mesma e

as expectativas do investidor.

Com base em todas as análises realizadas nesse estudo, foi possível notar que a

geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis, como a energia fotovoltaica,

não é só viável como pode prover um bom investimento financeiro, quando feita a

análise ao longo de vinte e cinco anos, do contrário países desenvolvidos como a

Alemanha não teriam aderido a esta fonte de energia renovável.

Então se conclui que para esse estudo da implantação SFCR na lavanderia é

recomendável a execução do projeto. Além de gerar um bom retorno financeiro serviria

como um excelente incentivo para a sociedade em geral, mostrando a tecnologia para a

população de Cabo Frio e informando a ela como é possível realizar o desenvolvimento

sustentável.

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REFERÊNCIAS

[1] eCycle. Encontrado em: <https://www.ecycle.com.br/2890-energia-solar>

[2] PEREIRA, L.et.al. “Atlas Brasileiro de Energia Solar”, 1ª Edição, 2006.

[3] TISST, Energia Solar Térmica – Energia Solar, 2016. Disponível em:

<http://www.tisst.net/documentos/sistemas-solares-termicos/>.

[4] BRAGA, R. P. Energia Solar Fotovoltaica: Fundamentos e Aplicações.

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro – RJ. 2008.

[5] RÜTHER, R. Edifícios Solares Fotovoltaicos: o potencial da geração solar

fotovoltaica integrada a edificações urbanas e interligada à rede elétrica pública no

Brasil. Florianópolis – SC, 1ª edição. Editora UFSC, 2004.

[6] TIRADENTES, A. A. R. Uso da Energia Solar para Geração de Eletricidade e para

Aquecimento de Água. Universidade Federal de Lavras. Lavras – MG. 2007.

[7] MARTIN II, J. Monocrystalline vs Polycrystalline Solar Panels: Busting Myths.

Solar Choice, 2012. Disponível em:

<http://www.solarchoice.net.au/blog/monocrystalline-vs-polycrystalline-solar-panels-

busting-myths/>.

[8] CRESESB – CEPEL, Potencial Solar – SunData. Encontrado em:

http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata.

[9] CRESESB, Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito

– Energia Solar Princípios e Aplicações, 2006. Disponível em:

<http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_solar_2006.pdf>.

[10] KRENZINGER, A.; BLAUTH, Y. B.; WISBECK, J. O. – Seguidor Dinâmico de

Máxima Potência para Painéis Solares. Apresentado no XIV Congresso Brasileiro de

Automática, pp. 985-990, 2002.

[11] PRADO JÚNIOR, F. A. A. Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos.

Rio de Janeiro, 1ª Edição, Editora Ediouro, 2004.

[12] Google Earth Pro, 2019

[13] Ecori Energia Solar. Encontrado em:

http://www.ecorienergiasolar.com.br/sistemas/solaredge

[14] Dicionário Financeiro. Encontrado em:

https://www.dicionariofinanceiro.com/valor-presente-liquido/

[15] Dicionário Financeiro. Encontrado em: https://www.dicionariofinanceiro.com/tir-

taxa-interna-retorno/

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ANEXO I

FATURA DA LAVANDERIA

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ANEXO II

FOLHA DE DADOS DO MÓDULO FOTOVOLTAICO

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ANEXO III

FOLHA DE DADOS DO INVERSOR

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ANEXO IV

FOLHA DE DADOS DO OTIMIZADOR

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