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S AÚD E CONECTADO ANO 1 NÚMERO 2 JULHO DE 2012 O BESIDAD E ALIMENTAÇÃO E HÁBITOS SAUDÁVEIS OU BISTURI CONTRA A EPIDEMIA? Especialização em enfermagem em uma semana Humanização em hospitais não custa caro Ary de Almeida Prado: quase 50 anos de medicina Santa Casa e seu velho desafio: o pronto-socorro Pelo fim do preconceito contra transtorno mental

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Revista Conectado Saúde - Jaú - São Paulo

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SAÚDECONECTADO

Ano 1 número 2 JULHo de 2012

ObesidadeALimentAção e Hábitos sAUdáveis

oU bistUri contrA A epidemiA?

especialização em enfermagem em uma semana

Humanização em hospitais não custa caro

ary de almeidaPrado: quase 50anos de medicina

santa Casa eseu velho desafio:o pronto-socorro

Pelo fim dopreconceito contratranstorno mental

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2 CONECTADO SAÚDE

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CONECTADO SAÚDE 3

EXPEDIENTE AO LEITOR

EPIDEmIA quE sE cOmbATE PELA bOcA

Esta edição da Conectado Saúde traz à tona o tema obesidade e as implicações que ela acarreta. É consenso que essa doença virou epidemia e que deve ser combatida de todas as formas. Pesquisa recente divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que praticamente metade da população brasileira está acima do peso ideal, proporção que cresce ano após ano.

A obesidade não tem cura. Tem tratamento. Mas não é fácil vencer os quilos a mais apenas com tratamento clínico, por isso, em alguns casos, os obesos mórbidos são levados à cirurgia bariátrica. Especialista diz que esse tipo de cirurgia se transformou num comércio que beneficia mé-dicos, hospitais e laboratórios. E nem sempre promove o “milagre” do emagrecimento esperado pelos pacientes.

A cirurgia bariátrica só é recomendada quando todas as formas de tratamento clínico não surtem efeito. Mesmo assim, é conveniente que todos saibam que ao se resolver o problema da obesidade o procedi-mento cirúrgico pode redundar em problemas até piores para o paciente.

Na reportagem especial desta edição mostramos que o caminho para evitar a obesidade começa nos primeiros dias de vida. Mas é na fase es-colar que os bons hábitos alimentares devem ser estimulados. O que se aprende de bom (e ruim) nessa época se reflete pelo resto da vida. Vida, aliás, quase sempre mais curta para os gordinhos.

Nesta edição temos ainda a presença de especialistas que falaram na semana da enfermagem, a nova diretoria clínica da Santa Casa, a polê-mica criada pelo deputado Pedro Tobias e as benesses que medida do governo federal podem trazer para entidades de combate ao câncer. O deputado federal Newton Lima fala sobre isso. Destaque ainda para a homenagem ao médico Ary de Almeida Prado.

[email protected](14) 3032-6383

DIRETORESAdriana Bueno

Paulo César Grange

JORNALISTA RESPONSÁVELPaulo César Grange (MTB/SP nº 22.931)

[email protected]: (14) 9752-9286

DIRETORA COMERCIALAdriana Bueno (MTB/SP nº 56.889)[email protected]

Fone: (14) 9772-4560

FOTOSAdriana Bueno

Paulo César GrangeCaroline França Pinto

Luis Fonseca (colaboração)Assessorias de imprensa

FOTO DA CAPAbuenapraxisnews.blogspot.com.br

COLABORADORESJacira Caracik

Maria Regina Canhos Vicentin Carolina França Pinto

Fausto Gomes

Distribuição regional gratuita: Clínicas médicas e odontológicas, clínicas

de beleza e estética, órgãos públicos, profissionais liberais, hospitais, faculdades

Cidades: Jaú, Bauru, Barra Bonita, Bariri, Bocaina, Dois Córregos, Itapuí, Mineiros do Tietê,

Igaraçu do Tietê, São Manuel, Brotas, Torrinha, Pederneiras, Araraquara, Botucatu, Marília, Lençóis Paulista e outras

Impressão:Tiliform - Bauru – SP

PublicaçãoConectado Editora ME.

Av. Deputado João Lázaro de Almeida Prado, 176

Jardim Novo Horizonte - Jaú/SP - CEP - 17.209-851CNPJ: 15.619.454.0001/12 Inscrição Estadual: Isenta

Esta revista aceita, para fins de publicação, artigos científicos originais e inéditos que apresentem

afinidade com o tema saúde, beleza e bem-estar. É de responsabilidade exclusiva dos autores o

conteúdo dos artigos publicados

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4 CONECTADO SAÚDE

especiAL

“Infelizmente, por questões médi-cas e de interesse financeiro, a cirur-gia bariátrica virou um comércio. Todo mundo acha que tem de operar, operar, operar...” O alerta é do médico Celso Roberto Passeri, cirurgião credenciado pelo SUS (Serviço Único de Saúde) e que realiza as operações no Hospital Amaral Carvalho em Jaú (SP).

O que era para ser o último recurso da medicina contra a obesidade tem se transformado em procedimento trivial, diz Passeri, que defende a adoção de toda espécie de tratamento clínico an-tes de levar um paciente obeso à mesa de cirurgia.

“A cirurgia bariátrica precisa ser mui-to bem avaliada no seu contexto psí-quico, físico e social, porque se não você tromba com seu resultado, po-dendo criar um problema mais grave do que a própria obesidade”, argumen-ta o médico. Segundo ele, há critérios para se fazer a cirurgia e que devem ser respeitados para ter o aval do SUS. Sem contar que é necessário seguir normas do Conselho Federal de Medicina.

Em primeiro lugar o paciente precisa ser obeso mórbido, ou seja, tem índice de massa corpórea (IMC) acima de 40 ou IMC entre 35 e 40, “desde que te-nha pelo menos duas comorbidades”, ressalta Passeri, citando hipertensão, diabetes, necessidade de colocação de prótese ou outras. Mesmo assim, é pre-ciso ter um parecer do especialista que indica a cirurgia.

bariátrica só em último recursoMédico alerta para riscos da cirurgia, que só vira opção quando trataMento clínico não vence obesidade

“Tem ainda um item que é pouco considerado: falha no tratamento clí-nico. O paciente precisa ter passado dois anos no melhor tratamento cínico possível”, ressalta, citando acompanha-mento de médico e de nutricionista, ter encarado uma mudança de hábito alimentar e passado por acompanha-mento físico. Só quando o paciente não obtém sucesso no emagrecimento começa a se considerar a cirurgia.

Particular - Questionado se na rede particular é mais fácil o paciente se submeter à bariátrica, Celso Passeri foi enfático: “Comigo não é. Trabalho no consultório particular da mesma maneira que trabalho aqui”. Ele diz que a medicina é igual em todo lugar e que

perde pacientes por não aceitar pular fases que antecedem à cirurgia.

O médico, no entanto, admite ter profissionais que descumprem as nor-mas do CFM. “Tem doente que sai de Jaú no começo da semana, vai para São Paulo, opera e na semana seguinte está por ai comemorando”. Passeri alerta que a falta de respaldo pré e pós leva ao insucesso. “A cirurgia bariátrica é um assunto complexo, mas é tratado com uma banalidade que me assusta”.

multidisciplinar – Quando o pa-ciente chega ao Hospital Amaral Car-valho ele já passou por triagem de um

Grupo de pacientes participa de reunião no hospital amaral carvalho, local onde podem ser feitas até oito cirurGias mensais custeadas pelo Governo federal com autorização do sus

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bariátrica só em último recurso Há ainda os casos de insucesso (30%), segundo o médico, o que inclui não perder peso, perder peso além do ideal, desenvolver compulsões diversas e, em casos mais graves, chegar ao óbito.

Redução do estômago – A téc-nica cirúrgica de bariátrica possui pro-cedimentos diferentes, aplicados de acordo com a necessidade do paciente. Na cirurgia restritiva o paciente passa a comer menos. Em outra, a quantidade de alimentos consumidos não muda muito, mas se altera a absorção do ali-mento por desvio intestinal.

“A mais comum, chamada de redu-ção de estômago, diminui o estômago, separa e onde caberia 1,5 litro passa a caber 50 ml”, explica Celso Passeri, ad-mitindo que é possível o operado vol-tar a engordar após alguns anos. “Não acredito na cirurgia bariátrica como ins-trumento único de emagrecimento. Tem de trabalhar o paciente como um todo. Tem de ter mudança de hábito alimen-tar, mudança de comportamento...”

Os melhores resultados, avisa, são quando o paciente se ajusta a uma nova vida. Quem achar que vai ema-grecer apenas com a cirurgia “está fa-dado ao insucesso”, alerta o cirurgião, que há dez anos faz esse tipo de pro-cedimento no consultório particular – e desde 2010 no Hospital Amaral Carva-lho mediante convênio com o SUS.

clínico e foi encaminhado para ser ava-liado pela equipe multidisciplinar co-mandada pelos médicos Celso Passeri e Eduardo Pracucho e que inclui endo-crinologista, psiquiatra, psicólogo, nu-tricionista, dentista e assistente social.

O tratamento para obesidade pode incluir ou não a cirurgia bariátrica. Se o caso for de operação o paciente pas-sa por um preparo pré-operatório e necessita de um seguimento pós-ope-ratório para o resto da vida. A cirurgia cria outro problema para a pessoa, po-rém, o paciente terá respaldo técnico e acompanhamento.

“O paciente bariátrico não recebe alta. Ele tem de ser acompanhado sem-pre. A cirurgia é um procedimento que induz na pessoa uma desnutrição e traz problemas. Ela precisa tomar suplemen-tos vitamínicos, cálcio, deixa de absor-ver vitamina B2, tem de fazer a reposi-ção via injeção...”, diz Celso Passeri.

Ao participar das reuniões mensais de tratamento da obesidade, o pacien-te é informado que se abandonar o acompanhamento pós-cirurgia vai ter problemas colaterais, como osteopo-rose, perda de cabelo, perda de unha, deficiência de vitamina...

magrose felizes

Dois pacientes operados de bariátrica no HAC de Jaú estavam radiantes com o resultado meses depois da redução de estômago. Essa satisfação na fase ini-cial pós-cirurgia é comum, mas para ser duradoura precisa vir acompanhada de mudança de hábitos e de acompanha-mento médico por toda a vida.

Ivan Benedito Giraldi, 38 anos, co-merciante, pesava 150 quilos. Cinco meses depois de iniciar o tratamento e passar pela cirurgia estava com 105 quilos. “Comecei a vir em novembro (2011). Pediram para eu emagrecer 15 quilos, mas logo no primeiro mês perdi 12,5. Em quatro meses estava operado. A cirurgia ensina você”, diz ele.

“Após operar é obrigado fazer ativi-dade física. Hoje tenho mais vontade para fazer as coisas”, comemora, ressal-tando que o apoio da família foi essen-cial. “Minha mulher emagreceu 15 dias só por me acompanhar.”

Ana Cristina de Souza, 41 anos, dona de casa, estava com 99 quilos dois me-ses depois cirurgia, no momento da entrevista. Ela pesava 124 quilos. No primeiro mês perdeu nove, no segundo mais seis e foi para o centro cirúrgico com 109 quilos. “Eu tinha diabetes de 288, pressão de 22 e 23. Hoje não tomo mais nenhum comprimido”, garante.

equipe multidisciplinar do hac, coordenada pelo médico celso passeri (centro): profissionais acompanham pacientes em todos os aspectos no tratamento clínico antes de liberá-los para a mesa de cirurGia

ana cristina de souza confere o peso dois meses após passar por cirurGia: aleGria Geral

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Desde o primeiro atendimento no posto de saúde até a primeira con-sulta com os especialistas do Hospital Amaral Carvalho são cerca de 12 me-ses. A partir disso não tem como de-finir quanto tempo o a pessoa vai ficar na fila à espera da cirurgia bariátrica. O médico Celso Roberto Passeri diz que o que faz a fila talvez seja a falta de en-volvimento do paciente.

Ele ressalta que apesar de oito cirur-gias autorizadas para fazer todo mês, às vezes não tem paciente preparado para o procedimento. “Se o doente não está preparado a gente não colo-ca em cirurgia.” O paciente “preparado” é aquele que passou pela triagem da equipe multidisciplinar e foi aprovado fisicamente e psicologicamente. Além do próprio paciente, alguém da família também é preparado para ser o “cuida-dor” do operado.

Todo o pré-operatório é feito por funcionários do hospital, que recebe cerca de R$ 6 mil do SUS para bancar

‘fila’ depende do doentetodo o custo, inclusive a cirurgia. Os cirurgiões recebem à parte, R$ 800, para cada cirurgia realizada. O hospital também recebe pelo pós-operatório o equivalente a R$ 35 por paciente a cada três meses.

Prevenção - “O custo é alto. Hoje, o governo gasta em torno de R$ 10 mil a R$ 12 mil por paciente”, estima Celso Passeri. “O quanto não se economizaria se fizesse a prevenção da obesidade des-de a infância?”, pergunta o médico. Para ele, é na primeira fase da vida que a pes-soa adquire bons hábitos alimentares.

“O Brasil já é hoje um país de obe-so. Estamos no mesmo caminho dos Estados Unidos”, lamenta. Ele vê como solução para a obesidade a adoção de ações educativas pelo governo, inves-tir na educação básica da população e adotar restrições para a venda de ali-mentos calóricos. “Somos de uma ge-ração mal educada pela vida moderna”, admite.

ajuda psicológica

Para enfrentar a maratona de con-sultas, exames e avaliações à espera da cirurgia, o paciente do SUS preci-sa de persistência e ajuda profissio-nal. Um destes profissionais que atua no pré-operatório é o psicólogo. A equipe multidisciplinar tem duas psi-cólogas, Viviane da Silva Clemente e Helen Cristiane Gomes.

Elas contam que a maior dificul-dade dos pacientes é se adaptar às exigências para que esteja prepara-do para o bisturi ou até mesmo para

desistir da operação. “No pré-operató-rio o paciente faz avaliação com todos os critérios da psicologia. Fazemos tes-tes sobre índice de intensidade de an-siedade, de depressão, relacionados ao comportamento alimentar e imagem corporal. A gente avalia se há algum indício de transtorno, que é algo que restringe a realização da cirurgia no iní-cio”, explica Viviane.

De acordo com Helen, é preciso sa-ber como o paciente está lidando com a restrição alimentar, com a ansiedade e se aderiu ao tratamento – perder cerca de 10% do peso nessa fase é uma das reco-mendações. “Se o paciente não entende o porquê precisa de tudo isso ele não vai conseguir aderir e fazer o tratamento”.

Até mesmo um psiquiatra pode ser cha-mado a acompanhar o pré-operatório.

Cabe à psicóloga envolver algum fa-miliar, que se envolva e seja a referência no tratamento e ajude ao longo do pro-cesso. “A gente não consegue determi-nar o que vai ser depois da cirurgia, mas antes a gente tenta adotar critérios para evitar complicações futuras”, diz Viviane, destacando a importância dos grupos de discussões com os pacientes, nos quais as dificuldades de cada um são debatidas. O objetivo é vencer barreiras e completar o tratamento, com ou sem cirurgia. “Os profissionais ajudam, mas dependem deles (pacientes). Obesida-de não tem cura: precisa de tratamento para sempre”.

“CIRuRgIA BARIÁTRICASIgNIFICA FALhA DO TRATAMENTO CLíNICO”CELSO PASSERI, CIRuRgIãO CREDENCIADO PELO SuS

celso passeri diz que solução para obesidade depende de ações educativas, investimento na educação básica da população e adoção de medidas restritivas para alimentos calóricos

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a epidemia da obesidade ocorre em muitos países do mundo, em especial nos países em desenvolvimento. as populações passaram a ter acesso ao consumo de uma grande quantidade de alimentos como nun-ca antes na história da humanidade.

o advento do uso da eletricidade e de muitas das invenções (geladeiras, freezer) e desenvolvimento das técnicas de produ-ção agropecuária do século 20 propiciaram a produção em grande escala de alimentos e de seu armazenamento, quer na forma in natura ou industrializada.

por outro lado, essas mesmas invenções propiciaram muito conforto, facilidade na locomoção, diminuição extrema do esforço físico nas atividades rotineiras. as viagens, que antigamente eram realizadas a pé ou no lombo de animais, de caravelas, de car-ruagens e assim por diante, passaram a ser realizadas em trens, ônibus, carros, aviões, navios.

as grandes descobertas marítimas pelos portugueses, por exemplo, puderam ser re-alizadas após desenvolvimentos de biscoitos que duravam semanas e favoreciam a per-manência por mais tempo distante de terra firme.

com toda essa facilidade de acesso à ali-mentação e redução das atividades físicas, as populações mundiais passaram a aumen-tar de peso.

a obesidade vem se tornando um pro-blema de saúde pública, pois, com ela está havendo uma maior mortalidade por doen-ças cardiovasculares, diabetes, respiratórias (apnéia do sono) e alguns tipos de câncer que são mais incidentes nos obesos (mama,

Epidemia da obesidadeJacira caracik

endométrio e colo de útero nas mulheres e cólon, reto e próstata nos homens).

Estilo de vida - atualmente, o tratamen-to para obesidade se baseia na educação (informação sobre composição dos alimen-tos e no conhecimento básico do funciona-mento do corpo) e na mudança de estilo de vida.

essa é a grande dificuldade, pois a ali-mentação tem a ver com o prazer e felicida-de. comer é gostoso, muito prazeroso. nos tempos de tantas regras, do stress e ansie-dade que vivemos, as pessoas não querem ter restrições nesse setor também.

temos de mudar a dieta de tal forma que a ingestão de alimentos seja menor que o gasto de energia do indivíduo para que ele emagreça. podemos também sugerir um maior gasto de energia da pessoa com uma mudança de comportamento, aumentando a atividade física, quer através de exercícios físicos ou incentivando a população a fazer as suas locomoções diárias a pé ou de bi-cicleta. não como mais uma forma de pu-nição, mas também de contemplação. en-contrar as pessoas no caminho, ver o que se passa na vizinhança, as novidades do bairro e assim por diante.

é verdade que a aquisição de veículos é também uma forma de prazer no sentido de mostrar seu sucesso, mas não podemos nos tornar escravos de aparências. temos também que ter a consciência ecológica e caminhar significa causar menos danos am-bientais e maior benefício à saúde.

para se reduzir o risco cardiovascular (in-fartos, derrames cerebrais, hipertensão e diabetes) podemos também diminuir o con-sumo de gorduras saturada (de origem ani-mal, como manteiga, bacon, banha) substi-tuindo pelo uso da gordura poliinsaturada (óleo vegetal, como azeite, óleo de canola, etc...). é importante também reduzir o con-sumo da gordura trans, tão frequente nos alimentos industrializados.

temos de aumentar a ingestão de frutas,

Jacira CaracikCRM 54.004

Médica titular da sociedade brasileira de endocrinologia e Metabologia; endocrino-logista do grupo de cirur-gia bariátrica do Hospital amaral carvalho/Jaú-sp

verduras, legumes e alimentos integrais, além de reduzir o consumo de açúcar e sal.

não podemos esquecer que para a conservação dos alimentos por períodos mais longos, a indústria faz uso de conservantes químicos e sal. não temos total conhecimen-to do que acontece com esses elementos químicos em conta-to com nossas células.

o tratamento medicamen-toso para obesidade no mo-mento está muito restrito, pois não temos medicamentos 100% eficazes disponíveis.

uma opção para os casos de obesidade mais graves é a cirurgia bariátrica. é um trata-mento extremo que deve ser indicado com critérios rigoro-sos, pois ainda não se tem es-tudos sérios a longo prazo que comprovem ser um tratamen-to definitivo e seguro.

o trataMento MedicaMentoso para

obesidade no MoMento está Muito restrito, pois

não teMos MedicaMentos 100% eficazes disponíveis

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8 CONECTADO SAÚDE

especiAL

É consenso de que bons hábitos ali-mentares começam cedo, antes mesmo de a criança frequentar escolinhas. Nas escolas os hábitos se enraízam, por isso a importância de estimular o consumo de alimentos saudáveis. Escolas da rede municipal de Jaú adotam tal práti-ca. Como também escolas particulares, entre elas o Colégio Saint Exupéry.

Nutricionistas da Secretaria de Edu-cação de Jaú, Tatiana Lucini e Fabiana Sormani Alioto cuidam da alimentação servida às crianças diariamente – são 34 mil refeições, incluindo as creches, onde são atendidas 1.300 crianças de 9 a 6 anos de idade. O custo anual chega a R$ 4 milhões.

Fabiana explica que alunos do pe-ríodo regular recebem café da manhã e merenda. Quem estuda em período integral tem quatro refeições, incluin-do almoço e lanche vespertino. “Cada refeição tem uma porcentagem das necessidades diárias”, diz ela. Tatia-

bons hábitos na merendarede pública e escola particular incentivaM refeição saudável

na esclarece que “o governo federal preconiza 20% das necessidades nu-tricionais diárias para o ensino regu-lar e de 70% para os alunos de tempo integral”.

Secretário da Educação, Orivaldo Candarolla informa que Jaú tem 103 classes em período integral, com mé-dia de 20 alunos por classe. Ele diz que segue o previsto no programa Mais Educação,incluindo horas de estudo e horas de atividades, como caratê, judô, capoeira, oficinas de fotografia, coral... “Isso tira a criança da rua”, completa Tatiana.

“Essas crianças que ficam o dia todo na escola têm de ter alimentação ade-quada”, fala o secretário. As nutricio-nistas elaboram cardápio com previsão diária do que será servido. Na lista do café da manhã, por exemplo, consta leite em pó branco, achocolatado, be-bida láctea, bolacha, pão. O pão, aliás, é fabricado pela própria padaria muni-

cipal com farinha de soja.No lanche são servidos frutas, bolo...

No almoço, arroz, feijão, carne, verdu-ras, legumes, macarrão, carne de pa-nela, frango, carne moída... Tatiana e a colega Fabiana explicam que algumas crianças pegam a fila até quatro vezes, garantindo o alimento que, às vezes, falta em casa.

Candarolla fala que em 2011 foi feita uma pesagem dos estudantes e que se constatou “excesso de peso”, por isso a adoção dos projetos que abordam há-bitos alimentares. Ele lamenta que mui-tas mães ainda colocam nas lancheiras alimentos calóricos.

“Na rede municipal não tem necessi-dade de o aluno levar lanche. Nas reu-niões a gente pede para as mães não mandar essas ‘porcarias’. Temos ali-mentação boa na merenda, aprendam a comer a merenda. Filho que come merenda depois come tudo em casa”, garante o secretário.

divulgação/secretaria da educação

divulgação/secretaria da educação

orivaldo candarolla e as nutricionistas fabiana sormani aliotto e tatiana lucini

paulo césar Grange

lucas daniel pereira turra, aluno da rede municipal

pratos servidos na rede municipal de ensino: preparo com base em recomendação

de nutricionistas

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CONECTADO SAÚDE 9

Frutas dominam recreio

Alunos da educação infantil e do ensi-no fundamental da Escola Saint Exupéry recebem orientação sobre a importân-cia da alimentação saudável há quatro anos. “Os professores incluíram no con-teúdo pedagógico o tema e trabalham esta questão com os alunos. Também começamos a desenvolver atividades práticas e definimos um dia para que todos tragam frutas à escola e consu-mam durante o recreio como forma de incentivar o hábito alimentar”, informa a coordenadora do Projeto Alimentação

Saudável, Daniela Pirágine Ressinetti.Em 2012, sob orientação da nutri-

cionista Daniele Fernandes, foi imple-mentado o Lanche Coletivo para o en-sino infantil (2 a 6 anos). A escola serve às crianças lanche composto por salga-do assado, fruta, suco e sobremesa.

“Desta forma estamos oferecendo uma alimentação mais equilibrada às crianças e ajudando os pais que, muitas vezes, não têm tempo de preparar uma refeição adequada. Unimos à alimenta-ção saudável a praticidade e esta inicia-

tiva vem proporcionando uma adesão maior a cada dia”, comemora Daniela.

Para a diretora da escola, Maria He-lena Pirágine Ressinetti “o projeto é um sucesso e demonstra a preocupação que temos com a qualidade de vida dos nossos alunos. Não somente cuidando de sua alimentação, mas também ofe-recendo a todos eles atividades de psi-comotricidade, educação física, aulas de judô e balé, para que os alunos também aprendam sobre a importância da ativi-dade física para seu bem estar.”

pau

lo c

ésar

Gra

nge

a coordenadora do projeto alimentação saudável, daniela piraGine ressinete (centro), a coordenadora de educação infantil, nádia mazzo auGusto, e a professora anGela com as crianças da educação infantil

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10 CONECTADO SAÚDE

Constato com preocupação que o nú-mero de crianças obesas aumentou sen-sivelmente de uns anos para cá. Alguns podem dizer, e com razão, que existem alimentos extremamente calóricos hoje em dia. Concordo, existem sim. No entan-to, a ingestão de tais alimentos deveria ser mediada ou mesmo controlada pelos pais. Só que isso não acontece. Parece que não se importam com a alimentação de seus filhos.

Tanto que não apenas a obesidade é problemática, mas a magreza também. Existem crianças que desejam comer a todo o momento, comem compulsiva-mente, e os pais aceitam, permitem. Em contrapartida existem aquelas que não comem, nunca têm fome, e os pais tam-bém nada fazem. Quem é responsável pela obesidade ou magreza infantil?

Normalmente, o primeiro alimento da criança é o leite materno. Mamar é uma experiência que pode ser atrativa e agra-dável ou repulsiva e desagradável, depen-dendo da forma como a mãe lida com a criança no momento da amamentação. A papa, o suco, a frutinha e o leite, entre ou-tros, com certeza são causa de ansiedade para a mãe e para o bebê.

Pode existir a preocupação de que a criança coma tudo o que está no prato ou o desejo de que ela deixe de comer tão rápido quanto possível. Qualquer sinal de desconforto e choro, lá vão papai e ma-mãe com a mamadeira cheia para calar o bebê, deixando-o estufado e rechonchu-do, mesmo que o problema não seja esse.

Outros perdem a voz de tanto berrar sem serem atendidos e desistem de pedir comida, ficando facilmente desnutridos e anêmicos. Esses bebês vão crescendo e

Crianças: obesidade x magreza

maria regina canhos vicentin

estabelecendo uma correlação entre a ali-mentação e os momentos bons ou ruins. Existem aqueles que comem somente para agradar os pais, e aqueles que dei-xam de comer apenas para contrariá-los.

A verdade é que estabelecemos um relacionamento com o alimento. Quando comemos, podemos sentir conforto, cari-nho, recompensa ou desconforto, culpa, punição. Os hábitos adquiridos na infância influenciam durante toda a vida.

Com a comida, a situação se repete, muitas vezes aprisionando uma pessoa a condicionamentos bastante antigos. Quando ela cai em si, percebe-se comen-do por estar triste ou sem comer por es-tar nervosa. Isso é tão comum, mas tão comum, que existem milhares de pesso-as que ganham dois ou três quilos num fim de semana porque estão ansiosas, enquanto outras perdem o mesmo tanto por estarem aflitas. A aflição e a ansiedade são bem parecidas, mas a forma como es-sas pessoas foram educadas em relação à alimentação, com certeza, bem diferentes.

Assim, como esse comportamento é difícil de ser modificado, sugiro que os pais conscientes atuem preventivamen-te, aconselhando os filhos e insistindo com eles no tocante às escolhas alimen-tares mais acertadas. Se isso lhes parecer complexo, procurem orientação com um profissional especializado em nutrição ou busquem auxílio nos postinhos de saúde.

Toda criança tem o direito de se desen-volver de forma equilibrada, com uma ali-mentação balanceada e saudável. Fazen-do assim evitaremos muitos problemas e com certeza iremos economizar em con-sultas médicas e remédios para diabetes, hipertensão e colesterol, entre outros.

Maria Regina Canhos VicentinCRP: 06/32126

Formou-se em Psicologia pela USP de Ribeirão Preto e em Direito pela Institui-ção Toledo de Ensino de Bauru. Especializou-se em Educação pela Faculdade Claretianas de Batatais. É Psicóloga Judiciária em Jaú. É escritora autora de diversos livros e articulista de jornais e revistas.

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CONECTADO SAÚDE 11

brAsiL mAior

As instituições filantrópicas dedica-das ao tratamento de câncer passam a ter um potencial enorme de arreca-dação com a Medida Provisória nº 563 (conhecida como MP do Plano Brasil Maior), que cria o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pro-non). Hospitais como o Amaral Carva-lho (Jaú) e o de Câncer de Barretos po-dem ser contemplados com doações e patrocínios que podem ser deduzidos do Imposto de Renda (IR).

De passagem por Jaú recentemente, o deputado federal Newton Lima (PT--SP) visitou hospitais e falou da MP do governo federal e que está para ser votada no Congresso Nacional. Ele ex-plicou que a medida permite que em-presas e pessoas físicas deduzam do IR a ajuda que destinar a instituições filantrópicas dedicadas ao tratamento de câncer.

“A pessoa física poderá deduzir 100% das doações e 80% dos patro-cínios, limitado a 6% do IR devido. Já a pessoa jurídica poderá deduzir 50% das doações e 40% dos patrocínios até o limite de 4% do imposto devido. A

Dinheiro do “Leão” contra o câncer deputado

analisa Mp do pronon e vê potencial enorMe de doação para instituições que trataM câncer

dedução poderá ser feita na declaração do IR de 2013, que trará os dados fi-nanceiros dos contribuintes deste ano”, esclarece o petista, que deu detalhes aos dirigentes do HAC na sua visita ao hospital.

Para Newton Lima, o potencial de ar-recadação de recursos “é enorme, visto que não há um limite para o número de doações e patrocínios”. Segundo ele, o contribuinte poderá doar de várias for-mas: dinheiro, transferência de imóveis, cessão de equipamentos, fornecimento de remédios e material de uso hospi-talar. As diversas formas de ajuda, diz

o deputado, “acabam facilitando e até mesmo estimulando as doações”

Thereza Perlatti – Newton Lima também visitou o Hospital Thereza Perlatti, especialista no atendimento a pacientes com transtorno mental. “Fi-quei impressionado com o trabalho re-alizado por este hospital. Mesmo com um repasse insuficiente de verbas, a infraestrutura da entidade e a atenção dada aos pacientes mostram o esfor-ço da diretoria, corpo clínico e demais funcionários para garantir a qualidade máxima no atendimento.”

Ele propôs aos diretores do hospital a elaboração de um relatório explican-do a situação financeira do hospital e quais as reivindicações mais urgentes. Quando receber o documento, o depu-tado pretende se reunir com o minis-tro da Saúde, Alexandre Padilha, para apresentar as demandas do Perlatti.

Newton Lima esteve em Jaú em ju-lho de 2011, acompanhado o ministro na visita às novas alas da Santa Casa. Na ocasião, ele encaminhou emenda parlamentar de R$ 200 mil, valor que deve ser liberado em breve para o hos-pital jauense.

newton lima e diriGentes da

associação thereza perlatti: demandas

levadas ao ministro

newton lima se reuniu com o superintendente da fundação amaral carvalho, antonio luís cesarino de moraes navarro, e com o presidente da fundação, ricardo cesarino brandão

fotos: divulgação

divultação

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12 CONECTADO SAÚDE

UrGÊnciA?

A Santa Casa de Jaú vive duas reali-dades no que concerne ao atendimen-to médico. Uma delas vai bem, inves-te em melhoria no atendimento e em tecnologia hospitalar e a outra sofre por causa do excesso da demanda no pronto-socorro (PS). A maior carên-cia do hospital é o PS, cuja solução é a ampliação do setor - verba para isso deverá chegar em breve, segundo a as-sessoria do hospital.

A opinião é do médico ginecolo-gista Luiz Alfredo Teixeira Júnior, que tomou posse como diretor clínico em 2 de maio para um mandato de três anos. “Se não criar outro pronto-aten-dimento na cidade para tirar esse flu-xo de pacientes, e essa sobrecarga em cima do médico plantonista não vejo solução. É complicado”. Sem espaço para abrigar as pessoas que recorrem ao hospital, as cenas de macas com

Desafio de sempre na sANTA cAsA

novo diretor clínico não vê solução a curto prazo para excesso de deManda do pronto socorro: só aMpliação pode resolver

pacientes em observação e recepção lotada vão perdurar.

50% mais gente - O excesso de pacientes que se vê hoje existiu no pas-sado, por isso foi criado o pronto-so-corro municipal do Hospital São Judas Tadeu. O PS Municipal, que funcionou por cerca de quatro anos, foi fechado em novembro de 2011. Desde então, a demanda no PS da Santa Casa dispa-rou – a média de atendimentos de ur-gência e emergência e ambulatório de especialidades era de 11,5 mil no ano passado, saltou para cerca de 17,5 mil nos últimos meses (abril e maio).

Teixeira diz que a decisão de unifi-car os prontos-socorros foi da Prefei-tura e trouxe prejuízo à Santa Casa. A expectativa de que a descentralização do atendimento ambulatorial, com pronto-atendimentos em vários bair-

ros, evitasse o afluxo para a Santa Casa não se confirmou. “No primeiro mo-mento pensaram que a população iria entender que o PS é só para urgência e emergência”.

“O grande gargalo nosso é o pron-to-socorro. E não era assim enquanto funcionava o PS do São Judas... mas essa é a realidade e estamos tentan-do nos adequar. Não foi uma escolha da Santa Casa”, comenta o diretor clí-nico.

Com tanta demanda, o hospital mantém uma enfermeira para fazer a triagem dos casos mais graves (ver-melho e amarelo) e dos casos ambu-latoriais (verde). “Os verdes são atendi-dos de acordo com o que a demanda permite. São esses pacientes que ficam mais tempo, às vezes até quatro horas. Não posso atender um infartado, um paciente com politrauma para atender

na foto, médicos e direção clínica e administrativa: luis GonzaGa Gerlin, paulo

mattar, renata luzia moya KazmareK, ana paula bernardi lonGhi, celso luiz módolo, scila

andrea pascoalotte carretero, luiz alfredo teixeira júnior, laércio peroni, alcides bernardi

júnior, mirce milhomem da mota tamanini, joão carlos miranda de almeida prado,

antonio luiz cremasco e adilson ortiGoza

divulgação/assessoria santa casa

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CONECTADO SAÚDE 13

Desafio de sempre na sANTA cAsAum com dor de coluna”, justifica.

melhorias - Luiz Alfredo Teixeira Júnior ocupa o lugar de João Carlos Mi-randa de Almeida Prado, a quem aponta como ótimo gestor, por isso pretende dar continuidade ao trabalho do antecessor.

Ele diz que a direção tem se esfor-çado para aumentar as áreas de aten-dimento, o que inclui cirurgia cardíaca. “No máximo em dois meses vamos começar a executar os procedimentos não invasivos”, destaca.

Destaque ainda para a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que vai abrigar novos leitos, a criação do ambulatório de cirurgia eletiva e a adaptação do prédio para implemen-

tar o projeto Rede Cegonha (convênio com governos municipal e federal).

E ainda aquisição de novas máquinas para a hemodiálise e a contratação de um médico nefrologista para colocar em prática o transplante de rim – hoje, em termos de transplante, a Santa Casa só faz de córneas; e realiza a captação dos demais órgãos para encaminhamento.

Déficit – O diretor clínico diz que a Santa Casa precisa de doações e de emendas parlamentares para cobrir o rombo provocado pela insuficiência de repasse do SUS (Sistema Único de Saúde). Ele admite que se não fossem as doações, as emendas e o lucro com atendimentos particulares e de convê-

nios, o déficit poderia chegar a R$ 1 milhão por mês.

As cidades da região ajudam a au-mentar o prejuízo, uma vez que enca-minham casos de alta complexidade e não fazem os repasses financeiros devi-dos. Reunião com o deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) foi feita, solicitan-do que ele fosse o intermediador com os prefeitos da região. Uma nova reu-nião vai tentar equacionar o problema.

luiz alfredo teixeira: ajuda evitar déficit milionário

paul

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14 CONECTADO SAÚDE

centrinHo 45 Anos

Para celebrar seus 45 anos de ativida-de, o Hospital Centrinho-USP promove um dos maiores eventos de anomalia labiopalatina do país. O Hospital de Re-abilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP/Centrinho) recebe profissionais e estu-dantes de todo o Brasil para o 45º Curso de Anomalias Congênitas Labiopalati-nas. O evento será realizado de 2 a 4 de agosto, em Bauru (SP), e faz faz parte do calendário comemorativo da entidade.

A programação prevê um curso bá-sico (dia 2) e 14 cursos específicos (2 e 4), envolvendo todas as áreas da saúde para tratamento reabilitador completo das anomalias labiopalatinas congêni-tas. As inscrições com valor promocional são aceitas até o dia 27 de julho. Acesse o site da instituição para ter mais de-talhes: www.centrinho.usp.br/eventos/info/. Ou (14) 3223-2100, 3235-8437 e [email protected] .

A assessoria do Centrinho informa que o curso básico oferece noção geral sobre as etapas e condutas terapêuticas adotadas pela equipe multidisciplinar do hospital e inclui palestras de serviço so-cial, genética, odontologia, cirurgia plás-tica, psicologia, pediatria, enfermagem e fonoaudiologia. Neste ano, o curso tem duas novas modalidades: “Apresente seu setor” e “Apresente seu serviço”, com

Experiência compartilhada em cursoanoMalia labiopalatina é discutida durante evento nacional eM Hospital de bauru

abertura para profissionais de outras ins-tituições apresentarem experiências na sessão de painéis científicos.

Referência - Fundado em 24 de junho de 1967, o Hospital Centrinho--USP consolida-se internacionalmen-te como centro de referência no tra-tamento das anomalias craniofaciais congênitas. A procura pelo tratamento especializado, com a totalidade de seus 91 leitos dedicados ao Sistema Único de Saúde (SUS), vem de todo o territó-rio nacional. Compartilhar essa experi-ência é um dos objetivos do curso.

Além de reabilitar pessoas com fis-suras labiopalatinas (aberturas na re-gião do lábio e/ou palato – céu da boca – ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas durante a gestação dos bebês) e outras anomalias cranio-faciais, o Centrinho-USP oferece trata-mento completo na área da audição, integrando os pacientes à sociedade.

Na área das anomalias craniofaciais, cirurgia plástica reparadora, odontologia e fonoaudiologia são as especialidades que se destacam no início do tratamen-to. Na área de saúde auditiva, há progra-mas que visam prevenir, educar, reabilitar e habilitar por meio de adaptações de aparelhos de amplificação sonora e de atividades terapêuticas, com destaque para os programas de implante coclear (prótese de alta tecnologia também co-nhecida como “ouvido biônico”).

80 mil pacientes matriculados na instituição50 mil pacientes com anomalias craniofaciais30 mil pacientes com deficiência auditiva3,3 mil cidades cadastradas.

profissionais trabalham no centrinho, em bauru: hospital de referência na reGião

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CONECTADO SAÚDE 15

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16 CONECTADO SAÚDE

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Ary de Almeida Prado é do tempo em que os hospitais não tinham UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas também é do tempo em que se faz curso de aperfeiçoamento profissional pela internet por meio de videoconfe-rência. Aos 76 anos, o médico que atua há quase 50 anos no Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, soube como ninguém cruzar a fronteira da tecnologia.

Dr. Ary: “É muito difícil aposentar”

Médico de 76 anos não teM planos de encerrar a carreira: “eu não sei fazer Mais nada”

Formado na USP de Ribeirão Preto em 1963, ele veio para Jaú para fazer residência médica a convjte do médi-co Edwin Benedito Montenegro, que administrava o HAC na época. “Entrei como residente no Amaral Carvalho em 1964 e estou até hoje, já não mais como residente”, brinca o médico gas-troenterologista oncológico.

Nascido em 23 de fevereiro de 1936,

Ary foi o décimo dos 11 filhos de Igná-cio de Almeida Prado. Herdou do pai a profissão. Aliás, outro irmão também se formou médico. Quando criança, es-tudou na Escola Caetano Lourenço de Camargo (Instituto).

A opção pela Medicina teve influên-cia do pai. “Meu pai era médico e gos-tava da profissão. Toda vez que um pai que gosta da profissão que faz, os fi-

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CONECTADO SAÚDE 17

longevidade tem lógica

Ninguém chega a cinco décadas na Medicina por acaso. Ary de Almeida Prado diz que não há segredo para essa longevidade. “Primeiro é preciso ter saúde. Se você for doente e morrer cedo a carreira acaba cedo. E segun-do é ter vontade de trabalhar. Tem de gostar da profissão que você escolhe e trabalhar sem medo e sempre apren-dendo coisas novas em cursos e con-gresso. Hoje tenho todos os títulos que um gastro cirurgião precisa de ter”

Entre os estudos do Dr. Ary está a participação em congressos médicos mensais ao longo de 15 anos. Hoje, ele pouco viaja, mas continua mensalmen-te participando de cursos de atualiza-ção. Agora, pela internet, por meio de videoconferências (veja texto).

Ary conta que viveu a era rudi-mentar da Medicina e que agora convive com a alta tecnologia. “A Me-dicina era rudimentar quando come-cei. Imagine que na época não tinha a UTI. Não só em Jaú, mas no Brasil inteiro. Com o tempo as coisas co-meçaram a mudar, com tecnologias novas, respiradores novos, a UTI, que dá a retaguarda para tudo para o mé-dico.” Os instrumentos, segundo ele, também eram “arcaicos”

Por conta disso, ele admite que “o cirurgião era menos agressivo porque não tinha retaguarda” e tinha certo re-ceio em operar o paciente. “A cirurgia não podia ‘enguiçar’. Se ‘enguiçava’ o paciente estava morto.” Hoje, além da UTI, há uma infinidade de antibióticos à disposição do cirurgião. “Antigamen-te eram três ou quatro”.

Até quando vai operar? “Enquanto eu puder e o cliente me quiser”, avisa, admitindo que com o passar do tem-po poderá diminuir o ritmo. “É mui-to difícil aposentar. Eu não sei fazer mais nada. Se você se aposentar você morre mais cedo”, alerta, garantindo não ter o perfil de ficar o dia inteiro em casa sem fazer nada.

lhos têm tendência a seguir a profissão dele”. Mas também foi em função das poucas opções. “Tinham poucas profis-sões naquela época... dentista, médico, engenheiro, advogado, bancário...”.

Ary chegou a pensar em trabalhar em banco, mas admite que não apren-deu a bater máquina (datilografia), por isso escolheu outro rumo. “O destino não deixou”. Jaú perdeu um bancário e ganhou um cirurgião que ainda hoje realiza entre 25 e 30 cirurgias por mês. São mais de 300 por ano. E em quase 50 anos? Ele não sabe ao certo, afinal só há cerca de cinco anos começou a contabilizar as operações que realiza.

Além de operar, ele auxilia outros mé-dicos. E lembra da “dobradinha” que fez com Gilberto Garcia, que morreu em aci-dente de carro em 2010. “O Dr. Gilberto era um auxiliar meu, mas eu também o auxiliava. Nós fazíamos uma dobradinha. Um grande cara. Era uma pessoa muito boa. Uma das pessoas mais boas que co-nheci. Era muito meu amigo. Ele me aju-dava e eu ajudava ele também.”

Terno e gravata – Quando veio para o HAC, Ary chegou a encomen-dar terno e gravata para se adequar ao padrão vigente em Jaú, mas nunca os vestiu. A prática de os médicos usar terno caiu em desuso, dando lugar à vestimenta branca, que já era comum

em Ribeirão Preto. “No Hospital das Clínicas já se usava roupa branca”, re-corda-se.

Ele confessa que ficou aliviado. “Ima-gine trabalhar num verão, numa cidade quente, de paletó e gravata? Era cos-tume da época”, comenta, lembrando que o pai também se vestia assim para exercer a medicina. E ainda completava o traje com colete e chapéu. “Era um hábito do homem normal na década de 50”. Segundo ele, o terno-gravata era obrigatório até para ir ao cinema.

Influência – Ary de Almeida Júnior serviu de referência para dois dos três filhos: Gustavo (vascular, mora em San-tos) e Ana Luiza (oftalmo) são médicos. Ary Júnior é engenheiro em Curitiba (PR) e ficou conhecido nacionalmente em 2008 ao aparecer no “Programa do Faustão” com sua cadeira de rodas que sobe escada.

Sobre o invento, Dr. Ary disse que o filho precisou enfrentar uma batalha judicial para provar que a acusação de plágio não procede. Diz ele que uma pessoa desenhou uma cadeira que su-bia escada e tirou patente, acusando o jauense de plágio. “Meu filho inventou a cadeira. Estamos ganhando na justiça agora”, comemora, citando veredicto do juiz que analisou o caso: “ninguém pode impedir o progresso”.

O que é?Gastroenterologia

Do grego gastro: estômago e entero: intestinoÉ o tratamento clínico das doenças do aparelho digestivo

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18 CONECTADO SAÚDE

proFissionALiZAção

Atualizar conhecimentos, ter uma visão abrangente da saúde do municí-pio, treinar a equipe e prepará-la para o mercado são alguns dos objetivos das semanas de enfermagem realizadas anualmente em Jaú.

Os hospitais Santa Casa e Amaral Carvalho e as escolas Fundação Edu-cacional Dr. Raul Bauab e Senac pro-moveram esses “cursos intensivos” com palestras, discussões sobre saúde, apresentação de pesquisas e ações di-retas com a população.

A professora Cátia Nicoletti, que co-ordenou a Semana de Enfermagem do Senac, de 15 a 22 de maio, incorporou eventos dos hospitais à programação da escola profissionalizante e foi além ao fazer mais de 150 atendimentos à população.

No Jaú Shopping Center, alunos fize-ram aferição de pressão arterial e nível de glicemia na população. Eles ainda doaram sangue para o Hemonúcleo Regional de Jaú. Entre os temas discuti-dos em palestras estão endocrinologia, neonatalogia, atendimentos de emer-gência, doenças sexualmente transmis-síveis e cirurgias bariátricas.

“Ações junto à população ampliam o campo de conhecimento e despertam o sentimento de colaboração com a comunidade. Dessa forma, a Semana de Enfermagem foi muito enriquece-dora para os alunos do Senac Jaú”, ex-

semana que vale um anosanta casa, aMaral carvalHo, fundação e senac proMoveM conHeciMento e atualização de funcionários e alunos

plica Cátia Nicoletti.

Produção própria - No Hospital Amaral Carvalho, a 13ª edição da Se-mana de Enfermagem teve a partici-pação de cerca de 500 profissionais da área de saúde nas palestras. Ao longo da semana, enfermeiros do HAC reali-zaram 15 palestras de temas variados, com base em trabalhos científicos de produção própria.

De acordo com Valentina Soffner Jorge Bonilha, supervisora geral de En-fermagem do HAC e uma das organi-zadoras do evento, o objetivo foi com-partilhar os resultados obtidos nesses trabalhos e colaborar com a qualifica-ção profissional dos autores, além da otimização da assistência de enferma-gem. A programação ocorreu de 14 a 17 de maio.

campo de estágio - Enfermeira de Educação Continuada na Santa Casa de Jaú, Joice Zupiroli, explica que as palestras promovidas ao longo da se-

atendimento no jaú shoppinG: alunos do senac fizeram aferição de pressão arterial e nível de Glicemia na população

divulgação/senac

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CONECTADO SAÚDE 19

CONECTADO AGENDA

Fonte: www.saudeempautaonline.com.br e www.drteuto.com.br/eventos

diálogo entre instituições

Nota-se na programação das Semanas de Enfermagem palestras com temas técnicos e temas para a formação humana do profissio-nal. A professora Dra. Cleusa Ca-millo Atique explica quais critérios são adotados ao definir o que será discutido ao longo da semana. Ela é coordenadora do Centro de Ciên-cias da Saúde das Faculdades Inte-gradas de Jaú (Fundação Educacio-nal Dr. Raul Bauab)

Cleusa explica que sugestão de alunos, professores e comissão or-ganizadora é um dos critérios para definir os palestrantes, como tam-bém o oferecimento de oportunida-des de aprofundamento e atualiza-ção de conhecimentos específicos, a disponibilidade dos convidados e a confraternização.

Os objetivos da jornada também são levados em conta, segundo a coordenadora. No caso da Semana de Enfermagem realizada de 7 a 12

de maio, a proposta era “dialogar com as instituições de saúde, dar aos alunos uma visão abrangente e atualizada sobre a saúde no muni-cípio, o trabalho na área da saúde e as políticas de saúde.”

Após uma Semana de Enfer-magem muitos universitários ratificam o desejo de serem en-fermeiros. “Fica registrado o en-tusiasmo de alguns que se iden-tificam com temas particulares. Alguns externam verbalmente e outros incluem comentários nos relatórios escritos que nos são entregues. Estas atividades extra-classe comporão, juntamente com a iniciação científica e atividades comunitárias, o que chamamos de Atividades Complementares de formação, obrigatórias no seu perfil de formação profissional”, comenta Cleusa Atique.

A Semana da Enfermagem da Fundação contou com 204 parti-cipantes, incluindo 121 alunos do curso de graduação, além de alunos de outras instituições de ensino, vi-sitantes, professores e palestrantes convidados.

mana, de 14 a 18 no Espaço Cultural, contaram com especialistas do corpo clínico. Segundo ela, os médicos têm muita informação a transmitir à equipe de funcionários, que são convocados a participar.

“Muitos funcionários vêm para as palestras até mesmo fora do horário de trabalho”, ressalta Joice, mostrando o engajamento dos colaboradores da Santa Casa à proposta da Semana de Enfermagem.

A presença de alunos de cursos de enfermagem nas palestras, segundo ela, é importante porque eles ampliam os conhecimentos. Joice admite que so-mente a carga horária nos cursos profis-sionalizantes não é capaz de prepará-los corretamente. As palestras, portanto, ajudam a complementar os estudos.

A Semana da Santa Casa foi aberta a alunos de escolas com cursos na área de saúde (ETEC, IBEM, IEP, SENAC, Fun-dação). A enfermeira Joice informa que a Santa Casa é um campo de estágio para estudantes. Ao mesmo que os ca-pacitam para o trabalho, a Santa Casa consegue fazer uma triagem dos me-lhores profissionais para integrar sua equipe. “A região acaba se formando aqui”, finaliza.

Encontro dE voluntários do Hospital amaral carvalHo

dia 7 de julho, no caiçara clube de Jaú

15ª Jornada dE patologia do Hospital a. c. camargo

de 8 a 11 de agosto, são paulo (sp).

informações: www.accamargo.org.br.

11º congrEsso BrasilEiro dE vidEocirurgia

data: 18 a 21 de julho, rio de Janeiro - rJ -

www.sobracil.org.br/congresso/index.asp

43ª JaBc - Jornada dE anEstEsiologia do Brasil-cEntral

data: 2 a 5 de agosto, brasília - dF - www.

sadif.com.br/site/

Xv congrEsso BrasilEiro dE nEurologia

data: 4 a 8 de agosto, Goiânia - Go - www.

neurogoiania2012.com.br/

Jornada odontológica dE Jaú

data: 29 a 31 de agosto, Jaú - sp - www.

apcdjau.org.br/

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20 CONECTADO SAÚDE

Valéria Dellamano Frozé é enfer-meira do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e abordou duas questões de suma importância na palestra da Semana de Enfermagem de sua ex-fa-culdade. Ela garantiu que a humaniza-ção na saúde não depende de dinhei-ro, mas sim do envolvimento da gestão de enfermagem e de toda a instituição hospitalar e mostrou aos estudantes, novas perspectivas para a profissão.

Valéria é ex-aluna da Fundação Edu-cacional Dr. Raul Bauab (formou-se na turma de 1990). Foi coordenadora de cursos do Senac e atuou como enfer-meira por 11 anos no setor de quimiote-rapia no Hospital Amaral Carvalho (Jaú).

Fez pós em oncologia, gerencia-mento de enfermagem e mestrado em hospitalidade com foco em hotelaria hospitalar, atuou no setor de quimio-terapia do Einstein e acumulou funções nas coordenadorias de transporte de pacientes e de higiene terminal, esta última função que passa a se dedicar exclusivamente, a partir de agora. Foi com esta bagagem que ela mostrou como é o serviço de hotelaria do Hos-pital Albert Einstein, modelo em tudo o que faz no Brasil.

Humanizar não custa caro

Para ela, o estudante de enferma-gem tem uma “imensidão de oportu-nidades” e que pode ir muito além do “beira-leitos”. “Minha palestra teve a intenção de mostrar que há nova pers-pectivas para os estudantes que estão se formando e para os profissionais que buscam a enfermagem como profissão. Não sei se é um divisor de água, mas tem a intenção de quebrar paradigmas e de colocar mesmo um ponto de in-terrogação nas pessoas: será que o que quero é isso mesmo ou será que o que faço é o suficiente para ser o melhor?”, diz, deixando no ar uma pergunta a ser respondida por quem vive a enferma-gem.

Acolhimento – Na palestra, ela falou da necessidade de os hospitais investirem na humanização na saúde. E ressalta que não é preciso ser rico para ter ações de acolhimento, respei-to à individualidade e bom tratamento. A humanização pode ser aplicada até mesmo em hospital que nem maca tem para acomodar o paciente, garante Va-léria.

“A humanização não está voltada só para questões financeiras, está no trei-

namento do pessoal e no desempenho de ações que transpõem essa questão financeira. É lógico que para hospitais privados é muito mais fácil isso aconte-cer. A Santa Casa de São Paulo faz isso com maestria sem ter necessidade de fazer um investimento muito grande nessa área. A tendência na humaniza-ção é fundamental para a sobrevivên-cia dos hospitais.”

Como convencer um funcionário de enfermagem que faz dupla jornada a aderir? “O projeto de humanização não é muito fácil e nem se consegue de um dia para o outro. É um projeto que tem de ser construído com envolvimento da gestão da enfermagem e de toda a ins-tituição, não só no treinamento como também na flexibilização da equipe.”

A formação da equipe de funcio-nários é o primeiro passo, o que inclui seleção adequada e treinamento até colocá-lo na prática no exercício da função “com responsabilidade e habi-lidade”, explica Valéria. Ela ressalta que a questão salarial no setor desmotiva os trabalhadores e que o maior desafio para o gestor de enfermagem ou admi-nistrador hospitalar, de grande ou pe-queno hospital, é motivar sua equipe.

Mas é preciso envolviMento da gestão de enferMageM

novos conceitos

valéria dellamano frozé, enfermeira no hospital albert einstein: dificuldade para formar equipe

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CONECTADO SAÚDE 21

orientação contra diabetes

Um dos tópicos mais relevantes da palestra da endocrinologista Denise Maria Rodrigues de Almeida Prado na Semana da Enfermagem da Santa Casa de Jaú foi a importância da orientação como arma contra o diabetes. Ela tam-bém falou sobre o tradicional exame de ponta de dedo para detecção da doença, considerando-o válido para campanhas nacionais, mas defendendo exames mais precisos para um correto diagnóstico.

“Infelizmente, no Brasil se gasta mui-to dinheiro com tratamentos de com-plicações de doenças, com pacientes na UTI, enfartados, com infecções gra-ves, deficiência renal, fazendo diálise e se investe pouco em medidas preven-tivas”, diz a especialista. Ela recomenda investir na orientação ao paciente por-tador de diabetes na fase inicial para se evitar complicações e tenha um con-trole adequado da doença.

“Como não há um investimento na prevenção se gasta muito dinheiro com o tratamento das complicações”, sen-tencia, garantindo que estudantes de enfermagem, técnicos e enfermeiros bem orientados ajuda a economizar recursos no futuro.

Doutora Denise fala que o caminho é estimular o paciente a ter um auto-cuidado para evitar complicações. “Te-mos de passar a informação para frente porque tem pacientes que muitas ve-zes se complicam porque não sabe o risco que corre se não cuidar da circu-lação, de olhar bem seu pé para não ter problemas mais tarde, precisaria fazer exame de fundo de olho sempre, fazer avaliação da função renal, fazer avalia-ção da parte cardiovascular”

Obesidade x diabete – Para a especialista a diabetes e a obesidade caminham juntos. “Estão muito rela-

Sai pra lá dor!Propor mudança geral de compor-

tamento de todos os profissionais de saúde diante do sofrimento do pacien-te com dor. Esse foi o foco da palestra do médico Antonio Carlos de Camargo Andrade Filho na Semana da Enferma-gem da Santa Casa de Jaú. Coordena-dor da Rede Lucy Montoro - Unidade de Jaú, Camargo tem vasta experiência na aplicação de terapias contra a dor, inclusive no Hospital Amaral Carvalho.

O especialista alerta que a socieda-de precisa estar atenta para o sintoma dor, que é o que motiva 70% das con-sultas aos médicos e hospitais. Ele lem-bra que a Medicina tem mais de 5 mil anos, mas que “só dos anos 70 para cá definiu o que é dor, estudou profunda-mente quais os prejuízos de uma dor intensa, uma dor aguda e uma dor crô-nica provocam no indivíduo, na família e impactam na sociedade”.

Por isso, ele defende mudança de comportamento na lida com a dor, tanto para aliviar o sofrimento do in-divíduo, como para reduzir o impacto econômico que ela provoca. “A dor acarreta custos intensos do ponto de vista de incapacidade funcional, ab-senteísmo no trabalho, diminuição de renda da família, diminuição da capa-cidade de trabalho ou afastamento do trabalho.”

Paradigma – Dr. Camargo (foto) chegou a Jaú vindo a Santa Casa de São Paulo, fixando-se seu trabalho no Hospital Amaral Carvalho. Conta que veio em busca de um ideal, dele e da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor: montar a primeira enfermaria de câncer e dor e cuidados paliativos do Brasil. E conseguiu.

“Nós começamos uma mudança ra-dical no Brasil nesse comportamento. Agora, na Rede Lucy Montoro, que é co-gerida pela Santa Casa, um dos fo-cos é a dor crônica e incapacitante.”

cionadas, mas não são inseparáveis. Diria que tem obesos que não são diabéticos e diabéticos que não são obesos.” Segundo ela, a obesidade é um fator de risco e que 80% dos diabéticos tipo 2 são obesos.

Em crianças, o diabetes típico era o tipo 1, considerado diabetes autoi-mune, não relacionada à alimenta-ção. Hoje, segundo Denise, adoles-centes já são acometidos do tipo 2, que era comum a pessoas com 40, 45 anos ou mais. O modo de vida, o sedentarismo, a alimentação e a obe-sidade precoce são as causas, explica.

Teste do dedo – Exame mais comum para detecção da diabetes, o teste do dedo serve para desco-brir o diabético descompassado e que pode ter alta taxa de glicemia a qualquer hora do dia. A especialista ressalta que a glicemia oscila o dia inteiro. Se o teste for em jejum pode dar a falsa impressão do controle da doença. “As glicemias maiores dos diabéticos são pós-refeição”

“Em nível de controle de diabetes é valido, mas não podemos pensar que é só isso (teste do dedo) está bom. Como campanha de saúde pública tudo bem, mas para uma pessoa que tem pai e mãe diabéticos, que é uma pessoa de risco, o ideal é fazer um diagnóstico mais detalhado”

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22 CONECTADO SAÚDE

Mais de 20 anos em vigência não foram suficientes para acabar com o preconceito e hoje o deficiente ainda não tem o devido espaço no mercado de trabalho. Notadamente o deficien-te com transtorno mental. Em Jaú, a Associação Hospitalar Thereza Perlatti dá exemplo e revela que tem em seu quadro de funcionários paciente com doença mental.

A busca agora é para superar o pre-conceito nas empresas privadas – mui-tas não cumprem a Lei da Cota, que estipula a contratação de 2% a 5% de deficientes caso tenham mais de 100 empregados. O tema inclusão do de-ficiente com transtorno mental e a ca-pacitação de profissionais para tratar desse paciente fizeram parte do 9º En-contro de Saúde Mental.

O encontro, dia 18 de maio, finalizou a semana de atividades no hospital em comemoração do Dia Luta Antimani-comial. A gerente técnica da AHTP, Eva Torelli Martini, diz que a programação envolveu pacientes, comunidade e fun-cionários, culminando com o fórum “Transtornos de Humor”, este aberto a profissionais da área, estudantes de psicologia, terapeutas ocupacionais e médicos.

Representantes de 68 municípios da área de abrangência do hospital tam-bém foram convidados. “Os municípios são convocados a vir porque estão im-

sAúde mentAL

Fim do preconceito

Hospital tHereza perlatti dá exeMplo e eMprega paciente coM transtorno Mental; encontro de saúde Mental aJuda a esclarecer doença

plantando a saúde mental e têm ne-cessidade muito grande desse conhe-cimento”, diz Eva.

“A gente aproveita essa semana para esclarecer a população, trazer conhe-cimento científico e capacitar profis-sionais que estão atuando na saúde mental”, diz a gerente técnica da asso-ciação, explicando que transtornos de humor causam depressão, ansiedade e transtorno bipolar.

Inclusão - Sobre a inclusão de pa-cientes no mercado de trabalho, Eva conta que o portador de transtorno mental não era contemplado na Lei da Cota, mas um trabalho feito pelo hos-pital conseguiu convencer o Ministé-rio do Trabalho a aceitar esse tipo de

deficiência. “Conseguimos contratar pacientes com transtornos mentais, es-quizofrênicos, para compor nossa cota de deficientes. Hoje temos funcionários portadores de esquizofrenia”.

Fora das “quatro linhas” da AHTP, no entanto, há muita dificuldade em empregar o portador de transtorno mental. “Tem muito preconceito ainda. Muitas vezes convivemos com pessoas com transtornos mentais e nem sabe-mos. Então, o paciente tem condições de ser inserido.”

Uma das propostas da Luta Antima-nicomial é engajar as famílias no trata-mento do portador de doença mental. Está em lei promulgada 11 anos atrás. Busca-se a humanização do tratamento. A gerente técnica da AHTP, Eva Torelli Martini, explica que o propósito é en-gajar a família e garantir que o paciente permaneça o mínimo possível no hospi-tal e tenha mais tratamento domiciliar.

cooperativa – O Thereza Perlatti tem projeto de criar cooperativa para comercializar produtos confeccionados pelos próprios pacientes em ativida-des terapêuticas internas. “É um sonho nosso, principalmente das terapeutas ocupacionais. A gente monta feirinha, divulga e participa de eventos da comu-nidade. A intenção seria criar tanto uma cooperativa como uma associação de familiares, mas ainda não conseguimos.”eva martini: esclarecimentos e conhecimento

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CONECTADO SAÚDE 23

busca tardia para o bipolar

A psiquiatra Vivian Irusta foi uma das palestrantes no Encontro de Saú-de Mental. Ela abordou o atendimento do paciente bipolar no pronto-socorro, ou seja, quando o grau da enfermidade chega ao ponto crítico e a família des-cobre que precisa de ajuda.

“Isso normalmente na fase de ma-nia, quando o paciente fica agitado e insone”, esclarece Vivian, ressaltando que o paciente “fica agitado, tem pen-samentos grandiosos, a sensação de que pode todo, de que é invencível, um super-herói”.

A outra fase é a da depressão, que deixa o paciente introspectivo, destaca a psiquiatra. “Mas a família só procura o

atendimento quando chega o extremo e o extremo da depressão é a tentativa de suicídio.” Segundo ela, os primeiros sintomas costumam surgir a partir dos 18 aos 24 anos de idade.

Olho nos sintomas - Diante dis-so, a palestra que Viviam ministrou no Encontro de Saúde Mental teve como objetivo passar informação para que a família perceba os sintomas iniciais e procure ajuda em busca de um diag-nóstico e de tratamento, que pode ocorrer por toda a vida.

A dependência química, no enten-dimento dela, não é a relação causa e efeito do transtorno bipolar, mas pode ser um aspecto desencadeante após a pessoa viver um momento estressan-te e que não tenha estrutura psíquica para enfrentá-lo. Uma boa avaliação do psiquiatra é que vai apontar o quadro real de cada paciente.

psiquiatra viviam irusta destaca presença da família no diaGnóstico de pessoas com transtornos mentais: atenção aos sintomas iniciais

paul

o cé

sar G

rang

e

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24 CONECTADO SAÚDE

conectAdosocialUm brinde à Conectado SaúdeLançada oficialmente no dia 26 de abril, a revista Conectado Saúde atraiu profissionais do setor de saúde, beleza, qualidade de vida e estética ao coquetel realizado na sede da Associação Paulista de Medicina – Regional de Jaú. O encontro marcou a chegada da nova publicação, criada para cobrir eventos da área, apresentar novidades e aproximar as partes envolvidas no amplo segmento da saúde e bem estar. A iniciativa é dos jornalistas Adriana Bueno e Paulo César Grange

Presidente da APM-Jaú, o médico Paulo Mattar esteve no lançamento da Conectado Saúde. Ao lado dele, o jovem cirurgião plástico Luís Felipe Moraes Prado, que colaborou com um artigo da área na primeira edição

A ginecologista Ana Lúcia D. Trombini e a filha Bia foram recepcionadas pelo jornalista Paulo César Grange e pela esposa, Maria José

O publicitário Jefferson Conti, da agência Ampi, foi conhecer de perto a nova revista que nasce em Jaú com foco no interior paulista e posou para foto com a jornalista Adriana Bueno e com a esposa, Ana Gatto

Luís Carlos Campos Prado Júnior, engenheiro com vasto trabalho de obras e reformas em clínicas e hospitais, prestigiou a solenidade acompanhado de sua esposa, Juliana Basso, que levou a filha, Raquel

Os empresários Rosalina e José Valter Gatto, distribuidores para Jaú e região dos produtos Hoken, acreditaram na revista e marcaram presença na primeira edição

fotos: l. r. fonseca

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CONECTADO SAÚDE 25

Semana que vale ouro

Professores, alunos e direção da Fundação Educacional Dr. Raul Bauab se mobilizaram para promover a Semana da Enfermagem na escola. Centenas de participantes acompanharam as palestras. Um momento único para quem já vive o mundo da saúde e para quem se prepara para entrar nele

A secretária-geral da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas de Jaú e Região, a dentista Priscila Delamano Criado foi até a sede da APM acompanhada do namorado Nilton Fernando De Bem

O cabeleireiro Fausto Gomes sabe que saúde e beleza caminham juntos e foi ao coquetel na companhia da esposa, Daniele

Estiveram na Fundação as doutoras Márcia Cristina Vicari, Cleusa Camillo Atique (coordenadora do Centro de Ciências da Saúde da Faculdades Integradas de Jaú) e Gledes Botter Fascina. E ainda Ana Claudia Ferrari dos Santos, Neusa Regina Parras de Castro, Valéria Dellamano Frozé, Ivana Regina Gonçalves, Maria Lúcia Rissato e Sônia Regina Chaves Martinez

A enfermeira Viviane Aparecida Pelegrin Dias, a

Dra. Angela Cristina Ribeiro Caíres e o médico e secretário

da Saúde de Jaú, Abdala Atique. E ainda: Ana Claudia

Ferrari dos Santos, Denise Aparecida Rodrigues, Dra.

Cleusa Camillo Atique e Suzana Gabriela Ragazzi

Bela equipeAlunos do curso de

enfermagem do Senac-Jaú mostraram que

estão unidos por uma boa causa: fizeram

ação de saúde no Jaú Shopping durante

semana comemorativa

A Semana da Enfermagem da Fundação recebeu também Ana Maria Lima e Silva Collacite, Neusa Aparecida Sousa Basso, Fabiana Deliberali, Ana Claudia Ferrari dos Santos e Viviane Aparecida Pelegrin Dias

divulgação/senac

Adriana Bueno ao lado da advogada Rogéria Coimbra Vicente e sua filha, a psicóloga Thais Coimbra Della Tonia

Fisioterapeuta Sirley Morelli Saccardo e o esposo, Silvio Saccardo, também prestigiaram o evento

divulgação/fundação

divulgação/fundação

divulgação/fundação

fotos: l. r. fonseca

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26 CONECTADO SAÚDE

cUrso À distÂnciA

No último sábado do mês de maio, quatro gastro cirurgiões do Hospital Amaral Carvalho tinha um compromis-so: fazer um curso de aperfeiçoamento em câncer gástrico com o médico Mar-co Aurélio Santo, do HC de São Paulo. Em vez de pegarem estrada rumo à ca-pital, os médicos se reuniram na frente de um telão na casa do colega Celso Passeri.

Foi por meio da internet, numa vide-oconferência envolvendo profissionais de São Paulo, Cascavel, Manaus, Goiâ-nia, Jaú e Petrolina, que os médicos do HAC ficaram por dento das novidades do tema em questão.

“Esse sistema evita deslocamento. Quem começou foi o médico Walter

Henrique Pinotti, que tinha curso em São Paulo. Tínhamos de sair de Jaú e ir para São Paulo. De dez anos para cá começou pela internet. São dez mó-dulos por ano, todo último sábado do mês. É um curso de especialização”, ex-plica Celso Passeri.

Segundo ele, a videoconferência na Medicina “é comum em todas as espe-cialidades”. Pela internet aprendem-se técnicas novas, diagnóstico, tratamen-to cirúrgico, tratamento clínico... A aula teórica vira aula prática com a possibi-lidade de todos os pólos interagirem entre si.

Passeri explica que toda videocon-ferência fica numa biblioteca virtual, onde os médicos têm acesso a qual-

Videoconferência para cirurgiões

quer momento por meio do site Ne-tgastro. Além de Passeri, o encontro na manhã de sábado contou com o experiente Ary de Almeida Prado e o jovem Renato M. Zanatto, que fez Inca-RJ e chegou este ano para tra-balhar no HAC. E ainda o residente Éverton Lopes, que veio de Tocan-tins.

“Por mais de 10, 15 anos fui todos os meses para São Paulo para fazer cursos. Hoje, com curso pela internet, aprende-se até mais do que em con-gressos”, garante Dr. Ary, explicando que numa aula de quatro horas é dis-cutido o tema a fundo, o que garante um aprendizado além do que os con-gressos podem proporcionar.

renato zanolla, ary de almeida

prado, celso passeri e

éverton Gomes

paulo césar Grange

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CONECTADO SAÚDE 27

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28 CONECTADO SAÚDE

CONECTADO NOTÍCIAS

encOntrO de vOluntáriOs dO HAcA previsão é que o 16º Encontro dos Grupos de Voluntários de Combate ao

Câncer reúna em Jaú cerca de 2 mil pessoas. O evento será no dia 7 de julho,

no Caiçara Clube de Jaú. O encontro é uma homenagem aos voluntários

do Hospital Amaral Carvalho (HAC). O superintendente da FAC e diretor-

presidente da Febec, Antonio Luís Cesarino de Moraes Navarro, diz que o

encontro celebra a dedicação, persistência e carinho dos voluntários com os

pacientes oncológicos carentes. Informações: (14) 3626-3419.

dOAçãO pArA BArrA BOnitA

A Associação do Hospital e Maternidade

São José de Barra Bonita fez parceria

com uma autarquia municipal para

receber doações dos cidadãos. Por

meio da empresa Teleajuda, o hospital

conta com serviço de telemarketing

por meio do qual as doações são

direcionadas por meio do SAAE (Serviço

Autônomo de Água e Esgoto). Essa

proposta surgiu no Fórum Qualidade na

Prestação de Serviços – “Uma Questão

de Humanização”, que celebra os 50 da

instituição. Informações: (14) 3604-7114 –

ramal 7127.

emendAs de mOnti e BerzOiniDois deputados federais se reuniram recentemente com o provedor da Santa

Casa de Jaú, Alcides Bernardi Junior, e com o diretor clínico Dr. Luiz Alfredo

Teixeira Júnior. O objetivo foi agradecer emendas destinadas à compra

de equipamentos. De Ricardo Berzoini (PT) tem emenda de R$ 150 mil em

andamento e outra de R$ 300 mil reservada para 2013. De Milton Monti (PR) a

emenda para 2013 é de R$ 300 mil. A ajuda é por meio do Sistema de Gestão

de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv).

alcides bernardi junior, milton monti, ricardo berzoini e dr.

luiz alfredo teixeira júnior

assessoria/santa casa de jaú

pelA defesA dA sAúde

A sede da APM-Jaú recebeu

palestrantes ilustres no 12º Fórum

Regional de Defesa da Saúde.

Associados à Associação Paulista de

Medicina – Regional Jaú compareceram

ao encontro para ouvir palestras com

dirigentes da entidade, incluindo

do presidente da APM estadual,

dr. Florisval Meinão. Paulo Mattar,

presidente da APM-Jaú recepcionou a

comitiva.

pOtes pArA leite mAternO

O Banco de Leite da Santa Casa pede

a doação de potes de vidro com tampa

de plástico para armazenar o leite

materno. As doações podem ser feitas na

recepção (Rua Riachuelo número 1.073).

Informações: (14) 3602-3210 ou (14) 3602-

3368.

cidAdãO pAgA 56% dA sAúde

Notícia publicada recentemente

com base em estudo da Organização

Mundial da Saúde (OMS) mostra que

o Brasil é uma das 30 nações onde

a população paga do seu próprio

bolso mais de 50% dos gastos com

saúde. A OMS informa que o governo

brasileiro destinava 4,1% de seu

orçamento para a saúde no ano 2000.

Em 2010, a taxa subiu para 5,9%.

Ainda bem abaixo da média mundial:

14,3%. Do que se gasta com saúde no

Brasil, 56% sai do bolso dos cidadãos,

e não das esferas governamentais.

câncer: trAtAmentO persOnAlizAdOCientistas dos principais centros de pesquisas em câncer no mundo se reúnem em

São Paulo (SP), de 8 a 11 de agosto. Eles participam da 15ª Jornada de Patologia do

Hospital A.C.Camargo. Paralelamente será realizado o 5º Encontro Internacional de

Patologia Investigativa. O objetivo é mostrar o quanto a ciência contribui para um

tratamento mais conservador, menos agressivo e mais eficaz por meio de terapias

personalizadas contra o câncer. Informações: www.accamargo.org.br.

divulgação

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CONECTADO SAÚDE 29

bAriri

O deputado estadual Pedro Tobias (PSDB), de Bauru, foi para o “paredão” da Câmara de vereadores de Bariri. Declaração dele à revista Conectado Saúde de abril/2012 causou furor en-tre políticos baririenses, que saíram em defesa da Santa Casa local. O assunto dominou boa parte da Tribuna Livre na sessão do dia 21 de maio.

Na entrevista, Tobias falou em um suposto fechamento de Santas Casas

Pedro Tobias no

‘paredão’vereadores de bariri fazeM ‘barulHo’ na câMara eM defesa da santa casa

de cidades pequenas como solução aos déficits corriqueiros que elas en-frentam. O comentário ocorreu em am-pla entrevista e estava no contexto dos baixos valores repassados pelos SUS (Sistema Único da Saúde) aos hospitais e busca de alternativas de atendimen-to.

Duas semanas depois da Conectado Saúde circular, o Jornal Candeia, de Ba-riri, publicou trecho da entrevista. “Não

vamos alimentar esta polêmica que veio à tona devido a duas notas super-ficiais publicadas na coluna ‘Samburá’. Não houve nenhuma repercussão em outra cidade. Apenas em Bariri, porque tentaram antecipar o processo eleito-ral entre os pré-candidatos a prefeito locais”, comentou o jornalista Eduardo Amantini, assessor de imprensa do de-putado tucano.

Ele conta que foi pessoalmente à

santa casa de bariri vive situação de estabilidade financeira, seGundo vereadores, por isso a ‘bronca’ na sessão após entrevista de deputado à conectado

jornal candeias

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‘empurroterapia’ na mira

Assessor do deputado estadual tu-cano, o jornalista Eduardo Amantini, explica o teor da entrevista de Pedro Tobias: “Pedro Tobias fez suas conside-rações dentro de um contexto sobre a saúde no Brasil. Citou as Santas Casas de Bariri e de Itapuí como poderia ter citado de qualquer outra cidade. Na verdade, o parlamentar cobrou maior resolutividade dos hospitais de cida-des menores que, atualmente e na maioria das vezes, apenas encaminha os pacientes para exames e cirurgias nos hospitais de referência regional, como são os casos da Santa Casa de Jaú e Hospital Estadual de Bauru.”

Amantini prossegue: “Nestes hos-pitais, a demanda cresce a cada dia por causa da prática da saúde de ‘empurroterapia’, como o próprio deputado sempre comenta. Se re-almente estão preocupados com a saúde, vereadores de Bariri deveriam fazer um movimento suprapartidário e cobrar o governo federal (Ministé-rio da Saúde) para reajustar imedia-tamente a tabela de procedimentos pagas pelo SUS, que está totalmente defasada há vários anos”.

Santa Casa de Itapuí e falou com a di-reção, esclarecendo o assunto, mesmo sem ter havido repercussão política da entrevista na cidade.

Palavra Livre - O assunto surgiu na tribuna na fala do vereador Claudo-cir Maccorin (PR), que se considerou surpreso pela declaração de Pedro To-bias, um deputado costumeiramente bem votado na cidade. Ele disse que a Santa Casa de Bariri cumpre o papel de dar o atendimento inicial e, só em ca-sos graves, encaminha pacientes para cidades maiores.

“Parece que ele quer centralizar tudo em Bauru. Até Jaú tem essa reclamação, muitas coisas que poderiam fazer em Jaú têm de fazer em Bauru”, questiona Maccorin. Ele finaliza, dizendo que se o SUS pagasse por meio de uma tabela do SUS atualizada ninguém precisaria ajudar a Santa Casa.

O vereador Benedito Franchini (PTB), que é irmão na Santa Casa baririense, discordou veementemente do deputa-do. “A Santa Casa não é um depósito de gente que pode fechar e mandar para outro lugar. Temos ali maternida-de, UTI, pediatria e outros serviços. Ele (Tobias) deveria conhecer o hospital e

ajudar, e não querer fechar”

Passar o chapéu - Edcarlos Pe-reira dos Santos (PV) questiona a polí-tica de centralização do PSDB. “Quando olhamos para o mundo vemos descen-tralização, com a maioria dos recursos ficando no município e os municípios atendendo suas necessidades. Nós não: temos de ficar passando o chapéu para ajudar nossa cidade, nossa Santa Casa, porque o dinheiro está lá com eles”

Tomás Edson Paulino (PSDC) falou da história da instituição, do risco para os funcionários e até da possibilidade de perder empresas por falta de aten-dimento de saúde se a cidade perder a Santa Casa. Ele lembrou que Bariri já tem um prédio sem uso construído para ampliar o hospital. “Vamos ter a questão de dois prédios parados?”

“A Santa Casa de Bariri consegue ser um exemplo até para a região”, diz Benedito Franchini, falando que o pe-ríodo de dificuldade foi superado. “Se as Santas Casas estão nessa situação é por culpa também do SUS, por isso precisam ficar mendigando recursos.”

Outro lado - a Conectado Saúde tentou ouvir a direção da Santa Sasa de Bariri, mas ela não se manifestou.

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