estudo de viabilidade econÔmico-financeira para a …siaibib01.univali.br/pdf/fabio henrique da...

82
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ FÁBIO HENRIQUE DA SILVEIRA ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UM RESTAURANTE EM FLORIANÓPOLIS Biguaçu 2007

Upload: others

Post on 12-Jul-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

FÁBIO HENRIQUE DA SILVEIRA

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UM RESTAURANTE EM FLORIANÓPOLIS

Biguaçu 2007

1

FÁBIO HENRIQUE DA SILVEIRA

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UM RESTAURANTE EM FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão, como requisito para a obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Professora Orientadora: Profª. M.Sc Maria Albertina S. Bonin

Biguaçu

2007

2

FÁBIO HENRIQUE DA SILVEIRA

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA A ABERTURA DE UM RESTAURANTE EM FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do título

de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da Universidade do

Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão.

Área de concentração: Financeira

Biguaçu, 30 de novembro de 2007

Profª. M.Sc Maria Albertina S. Bonin UNIVALI - CE de Biguaçu

Orientadora

Prof. M.Sc. Elpídio Luiz Lenzi UNIVALI - CE de Biguaçu

Profª. Drª.Elaine Ferreira UNIVALI - CE de Biguaçu

3

Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus pais Zilton Antônio da Silveira e Ângela Mª Chaves de Souza da Silveira pela educação que me deram e por sempre incentivarem o estudo. À minha noiva, Márcia Sansigolo, cujo exemplo de força, coragem e perseverança diante dos mais impressionantes desafios inspirou-me sempre a seguir em frente.

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me permitir realizar esse estudo.

À orientadora Profª. M.Sc Maria Albertina S. Bonin, pelos conhecimentos

repassados e cujas observações foram fundamentais ao desenvolvimento deste

trabalho.

Ao Prof M.Eng Sergio Dias Ribeiro, pelos seus ensinamentos, por sua

orientação no período.

A Profª M.Sc. Claudia Pereira meu reconhecimento pelo conhecimento

compartilhado.

Aos professores, alunos e funcionários da UNIVALI, na esperança de que

este trabalho possa contribuir para melhorar ainda mais a qualidade nos

relacionamentos na instituição.

A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a conclusão deste

trabalho.

5

"Algo só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário!"

(Albert Einstein)

6

RESUMO

SILVEIRA, Fábio Henrique da. Estudo de viabilidade econômico-financeira para a abertura de um restaurante em Florianópolis. 2007. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu. A essência deste trabalho consiste em apresentar as ferramentas necessárias para a elaboração eficaz de um sistema de controle nas áreas administrativa e econômico-financeira, abrangendo igualmente as áreas de produção e comercialização em um restaurante. Este estudo teve por objetivo identificar a viabilidade para o processo de implantação de um restaurante a La Carte no bairro de Ingleses em Florianópolis- SC, como forma de suprir a demanda de produtos alimentícios de qualidade e preços atrativos, visando a sustentabilidade do negócio. Para o sucesso do empreendimento, um estudo prévio do mercado potencial foi realizado mediante pesquisa utilizando-se um questionário estruturado. Este estudo apontou que grande parte dos freqüentadores do restaurante são turistas que visitam a cidade . Também foi realizado o planejamento financeiro, identificando o investimento inicial, capital de giro, ingressos e desembolsos, bem como demonstrativo de resultados, finalizando com a aplicação das ferramentas de análise financeira o VPL, TIR e Payback. O fluxo de caixa foi elaborado nos três cenários: otimista, realista e pessimista. A aplicação destas ferramentas apontou ser atrativa à implantação do restaurante.

Palavras–chave: Econômico-financeiro, projeções financeiras e viabilidade.

7

ABSTRACT SILVEIRA, Fábio Henrique da. Study of economic and financial viability to open a restaurant in Florianópolis. 2007. Work of Completion of Training (Degree in Administration) - University of Vale do Itajaí, Biguaçu. The essence of this work is to make the tools necessary for the development of an effective system of control in the areas administrative and economic-financial, also covering the areas of production and marketing in a restaurant. This study was aimed at identifying the viability to the process of implantation of a à la carte restaurant in the neighborhood of British in Florianópolis-SC, as a way to meet the demand for food quality and attractive prices, to the sustainability of the business. For the success of the venture, a prior study of the potential market through search was conducted using a structured questionnaire. This study indicated that a large part of the restaurant visitors are tourists who visit the city. Nor was the financial planning, identifying the initial investment, capital of spin, tickets and disbursements, as well as demonstration of results, ending with the application of the tools of financial analysis the NPV, IRR and Payback. The flow of cash has been prepared in three scenarios: optimistic, realistic and pessimistic. The application of these tools be pointed attractive deployment of the restaurant. Key Words: Economic-financial, financial projections and feasibility.

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Partilha do Simples Nacional – Comércio ------------------------------------40

Tabela 2 – Movimento estimado de turista -------------------------------------------------45

Tabela 3 – Receita estimada em dólar ------------------------------------------------------45

Tabela 4 – Gasto médio estimado por turista em dólar ---------------------------------45

Tabela 5 – Investimentos iniciais -------------------------------------------------------------57

Tabela 6 – Custos fixos no cenário otimista, realista e pessimista ------------------57

Tabela 7 – Custos variáveis no cenário otimista -----------------------------------------58

Tabela 8 – Custos variáveis no cenário realista ------------------------------------------58

Tabela 9 – Custos variáveis no cenário pessimista -------------------------------------59

Tabela 10 – Custos mensais com funcionário---------------------------------------------59

Tabela 11 – Alíquota do imposto simples federal-----------------------------------------60

Tabela 12 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário otimista ------61

Tabela 13 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário realista -------62

Tabela 14 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário pessimista---63

Tabela 15 - VPL nos cenários otimista, realista e pessimista--------------------------65

Tabela 16 - TIR nos cenários otimista, realista e pessimista---------------------------66

Tabela 17 - Projeção do período de recuperação do investimento para

cinco anos no cenário otimista ----------------------------------------------------------------67

Tabela 18 - Projeção do período de recuperação do investimento para

cinco anos no cenário realista ----------------------------------------------------------------67

Tabela 19 - Projeção do período de recuperação do investimento para

cinco anos no cenário pessimista ------------------------------------------------------------68

Tabela 20 – Payback nos cenários otimista, realista e pessimista -------------------68

Tabela 21 – Demonstração do resultado do exercício nos cenários

otimista, realista e pessimista -----------------------------------------------------------------69

Tabela 22- Ponto de equilíbrio para os três cenários ------------------------------------71

9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Composto de Marketing (4 Pês )-----------------------------------------------26

Quadro 2 - Composto de Marketing ( 4 Pês )----------------------------------------------27

Quadro 3 – Demonstração dos Fluxos de Caixa------------------------------------------32

Quadro 4 – Demonstração do Resultado do Exercício - DRE -------------------------38

Quadro 5 – Órgãos públicos necessários para abertura de empresas -------------41

Quadro 6 – Fornecedores --------------------------------------------------------------------56

Figura 1 - Dimensões do ambiente de marketing ----------------------------------------28

Figura 2 – Ponto de equilíbrio de caixa ----------------------------------------------------34

Figura 3 – Estrutura funcional do Restaurante Xodó da Praia -----------------------58

Gráfico 1 - Distribuição por idade-------------------------------------------------------------46

Gráfico 2 - Distribuição por sexo--------------------------------------------------------------46

Gráfico 3 - Distribuição pelo estado civil ----------------------------------------------------47

Gráfico 4 - Distribuição por renda familiar --------------------------------------------------47

Gráfico 5 - Resultados da freqüência dos visitantes em Ingleses --------------------48

Gráfico 6 - Resultados da freqüência dos visitantes em restaurante

a Lá Carte em Ingleses -------------------------------------------------------------------------48

Gráfico 7 - Resultados da exigência dos visitantes a restaurante

a Lá Carte em Ingleses -------------------------------------------------------------------------49

Gráfico 8 - Resultados dos visitantes em restaurante a Lá Carte

em Ingleses quanto à companhia ------------------------------------------------------------49

Gráfico 9 - Resultados da forma de pagamentos dos visitantes

em restaurantes a Lá Carte em Ingleses ---------------------------------------------------50

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 11 1.1 OBJETIVOS ------------------------------------------------------------------------------------- 12 1.1.1 Objetivo geral-------------------------------------------------------------------------------- 12 1.1.2 Objetivos específicos --------------------------------------------------------------------- 12 1.2 JUSTIFICATIVA -------------------------------------------------------------------------------- 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA----------------------------------------------------------------14 2.1 EMPREENDEDORISMO --------------------------------------------------------------------- 14 2.2 PLANO DE NEGÓCIO ------------------------------------------------------------------------ 16 2.2.1 Etapas do Plano de Negócios: --------------------------------------------------------- 18 2.2.1.1 Descrição da empresa ------------------------------------------------------------------- 19 2.2.1.2 Descrição dos produtos e serviços ---------------------------------------------------- 19 2.2.2 Plano operacional -------------------------------------------------------------------------- 20 2.2.2.1 Tamanho e localização------------------------------------------------------------------- 21 2.2.3 Plano de Recursos Humanos----------------------------------------------------------- 21 2.2.4 Planejamento de Marketing ------------------------------------------------------------- 23 2.2.4.1 Pesquisa de mercado -------------------------------------------------------------------- 23 2.2.5 Plano de marketing ------------------------------------------------------------------------ 25 2.2.5.1 Análise Ambiental ------------------------------------------------------------------------- 28 2.2.6 Planejamento financeiro ----------------------------------------------------------------- 30 2.2.6.1 Demonstrações dos Fluxos de Caixa------------------------------------------------- 32 2.2.7 Aspectos Jurídicos Legais----------------------------------------------------------------39

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ------------------------------------------------------ 42

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS----------------------------------------------44 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR----------------------------------------------------------- 44 4.2 ANÁLISE DO MERCADO -------------------------------------------------------------------- 45 4.2.1 Concorrentes -------------------------------------------------------------------------------- 50 4.2.2 Fornecedores-------------------------------------------------------------------------------- 51 4.2.3 Parceiros-------------------------------------------------------------------------------------- 52 4.3 PLANO OPERACIONAL---------------------------------------------------------------------- 52 4.3.1 A empresa ------------------------------------------------------------------------------------ 52 4.3.2 Estrutura funcional ------------------------------------------------------------------------ 54 4.3.3 Localização----------------------------------------------------------------------------------- 55 4.4 PLANO FINANCEIRO ------------------------------------------------------------------------- 56 4.4.1 Investimentos iniciais--------------------------------------------------------------------- 56 4.4.2 Fluxo de caixa ------------------------------------------------------------------------------- 60 4.4.3 Valor presente líquido (VPL) ------------------------------------------------------------ 63 4.4.4 Taxa interna de retorno ( TIR )---------------------------------------------------------- 65 4.4.5 Período de recuperação do investimento (Payback)---------------------------- 67 4.4.6 Demonstração do resultado do exercício (DRE) --------------------------------- 69 4.4.7 Ponto de equilíbrio------------------------------------------------------------------------- 69

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------- 72

11

1 INTRODUÇÃO

A estruturação de um plano de negócio justifica-se pelas dificuldades

encontradas por elevado número de pessoas que, ao decidirem abrir uma

empresa, não conhecem as ferramentas de análise, as etapas que compõe um

estudo de viabilidade de um negócio e quais são os aspectos que devem ser

observados para que o empreendimento alcance êxito. Neste estudo dar-se-á

ênfase a verificação da viabilidade econômico-financeira.

Em tempos recentes observa-se uma transição de um período em que as

empresas se preocupavam única e exclusivamente com o produto, para um

período em que estão se preocupando mais com os serviços, principalmente como

um diferencial.

Quantos já não pensaram em um dia tomar uma decisão radical e passar a

ser o seu próprio patrão: abrir seu próprio negócio? Esta é uma das perspectivas

que já fazem parte do sonho do brasileiro, que vem impulsionado por uma

alavancagem significativa, o espírito empreendedor.

O empreendimento em estudo refere-se a um restaurante na praia dos

Ingleses, em Florianópolis, com uma localização privilegiada, estacionamento

próprio e que já existia, porém neste momento deseja-se reativá-lo.

Cabe destacar que se trata, no caso, de um restaurante que já existia,

porém, o nome foi substituído para não haver vínculo com devedores ou clientes

insatisfeitos. Haverá uma reforma parcial mudando seu layout contribuindo para

um ambiente mais agradável. A matriz organizacional é composta por empregados

também foi reformulada.

O local já existia e o proprietário do restaurante nunca chegou a administrá-

lo. Desde que foi construído, o local foi alugado e devido a atuações mal

sucedidas do empreendimento, o proprietário resolveu no ano de 2007 transformá-

lo em uma empresa familiar. Sendo assim desenvolveu um estudo criterioso para

que o restaurante volte a ser reconhecido e tenha uma gestão profissional.

De acordo com Longenecker, Moore e Petty (2001), abordar sobre uma

empresa familiar é tornar implícita a propriedade ou outro envolvimento de dois ou

mais membros de uma família na vida e funcionamento dessa empresa. Em

algumas empresas, os membros da família podem trabalhar em tempo integral ou

parcial.

12

Uma maneira segura de conservar o cliente é mantê-lo altamente satisfeito,

evitando que procure a concorrência, mesmo que ela ofereça benefícios.

O objetivo do presente trabalho é apresentar os procedimentos aplicáveis à

abertura de uma empresa visando à reativação de um empreendimento na área

de gastronomia em Florianópolis.

Diante do exposto, busca-se neste estudo responder a seguinte questão: é

financeiramente viável a reabertura de um restaurante que não atendia as

necessidades de seus clientes, em um novo conceito de empreendimento em que o

cliente se satisfaça fazendo-o retornar em uma próxima oportunidade?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver um estudo de viabilidade econômico-financeiro para a reabertura

de um restaurante na praia dos Ingleses, em Florianópolis, no período de agosto de

2006 a novembro de 2007.

1.1.2 Objetivos específicos

Desenvolver um plano de marketing;

Definir um plano operacional;

Verificar a viabilidade financeira;

Desenvolver um plano de recursos humanos;

Definir aspectos jurídicos/ legais para a abertura do negócio.

1.2 JUSTIFICATIVA

A definição do tema deste trabalho aconteceu em função de um desejo

pessoal, e a segunda razão pesou o fato de que a empresa, terá sua sede em

uma cidade onde a economia é voltada para o turismo. Desta forma a chegada, a

13

cada ano, de novos turistas ocasiona uma movimentação sempre maior na

procura por estabelecimentos onde se pode desfrutar da culinária local, setor este

com forte influência dos frutos do mar, considerado um dos principais atrativos na

capital de Santa Catarina. A oferta de pratos preparados à base de frutos do mar,

especialidade considerada a maior atração gastronômica de Florianópolis,

constitui uma grande oportunidade de mercado. Este fato soma-se ao fato de a

ilha de Santa Catarina possuir o maior viveiro de frutos do mar do país,

possibilitando a redução nos custos sugeridos dos pratos, permitindo uma melhor

adequação na relação custo – benefício.

O desenvolvimento local proporciona o estímulo ao crescimento de pequenas

atividades, geradoras de renda, que passam a despertar interesse de vários

segmentos.

O estudo reveste-se de importância pelo fato do autor ter como objetivo a

sua formação em Administração. Por outro lado, foi possível aplicar os

conhecimentos adquiridos no curso para gerir a administração de seu futuro

negócio, podendo assim, gerar crescimento profissional e alcançar o sucesso

desejado.

Cabe salientar que, o estudo de viabilidade econômico-financeira atribui-se

ao fato do meio empresarial e dos negócios pertencer cada vez mais aos

empreendedores, ou seja, àqueles que identificam as melhores oportunidades e

sabem como aproveitá-las. Esta situação, aliada à necessidade da realização do

trabalho de conclusão do curso de Administração, justifica o esforço no sentido de

pensar e consolidar em um único documento todas as questões que dizem

respeito ao caminho da idéia central, abertura de uma empresa realmente viável.

Este tipo de restaurante, quando implantado poderá oferecer produtos

diferenciados para consumo e satisfação de um número significativo de turistas,

dado que Florianópolis é uma cidade muito freqüentada por pessoas que vem a

passeio ou a negócios. Sendo assim o restaurante deverá oferecer os mais

variados pratos da culinária regional.

14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este trabalho apresenta os procedimentos aplicáveis à elaboração de um

estudo para abertura de um restaurante. A fundamentação está direcionada às

seguintes linhas de estudo: empreendedorismo e estudo de viabilidade econômico-

financeira.

2.1 EMPREENDEDORISMO

Conforme Dornelas (2001), um primeiro exemplo de definição de

empreendedorismo pode ser creditado a Marco Pólo, que tentou estabelecer uma

rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Pólo assinou um

contrato com um homem que possuía dinheiro (hoje mais conhecido como

capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era alguém

que assumia riscos de forma passiva, o aventureiro empreendedor assumia papel

ativo, correndo todos os riscos físicos e emocionais.

Hisrich e Peters (2002, p.29) comentam:

Empreendedorismo é o processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e os esforços necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as conseqüentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal.

Em outra concepção, Dolabela (1999) afirma que o empreendedorismo deve

conduzir ao desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e

benefícios para a sociedade. Por estar constantemente diante do novo, o

empreendedorismo evolui através de um processo interativo de tentativa e erro,

avança em virtudes das descobertas que faz, as quais podem se referir a uma

infinidade de elementos, como novas oportunidades, novas formas de

comercialização, vendas, tecnologia, gestão etc.

15

Complementando Dolabela (1999, p.43) define empreeendedorismo como:

um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. A palavra empreendedor, de emprego amplo, é utilizada para designar principalmente as atividades de quem se dedica à geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização etc.

Segundo Hisrich e Peters (2002), o conceito de empreendedorismo fica mais

refinado quando são considerados princípios e termos de uma perspectiva

empresarial, administrativa e pessoal. Em especial, o conceito de

empreendedorismo de uma perspectiva individual foi explorado neste século.

Cabe evidenciar que, a capacidade de tomar a iniciativa, buscar soluções

inovadoras é agir no sentido de encontrar a solução para problemas econômicos ou

sociais, pessoais ou de outros, por meio de empreendimentos.

Sobre este tema, Dolabela (1999) observa que o ensino de

empreendedorismo indica de imediato novas formas de aprendizado e de

relacionamento. Os fundamentos do empreendedor não se incluem no conceito

tradicional do que se aprende na escola. Ser empreendedor não é apenas uma

questão de acúmulo de conhecimento, e sim a introjeção de valores, atitudes,

comportamentos, formas de percepção do mundo e de si mesmo voltados para

atividades em que o risco, a capacidade de inovar, perseverar e de conviver com

incerteza são elementos indispensáveis.

Em outra perspectiva, Hisrich e Peters (2002) afirmam que o

empreendedorismo é definido como um processo de criar algo novo com valor,

dedicando-se o tempo e o esforço necessário, assumindo riscos financeiros,

psicológicos e sociais, recebendo as recompensas conseqüentes da satisfação e da

independência pessoal e econômica.

O conceito central do empreendedorismo, de acordo com os autores citados,

é que o empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões. A

imaginação é obviamente necessária para que se tenham visões. O termo visão

denota habilidade em definir e alcançar objetivos. Para que uma visão se

desenvolva, o empreendedor deve aprender continuamente com o meio.

16

Dornelas (2001) defende que o conceito de empreendedorismo tem sido

muito difundido no Brasil, nos últimos anos, intensificando-se no final da década de

1990. Existem vários fatores que talvez expliquem esse repentino interesse pelo

assunto, já que principalmente nos Estados Unidos, país onde o capitalismo tem sua

principal caracterização, o termo enterpreneurship é conhecido e referenciado há

muitos anos, não sendo, portanto, algo novo ou desconhecido.

Segundo este autor, no caso brasileiro, a preocupação com a criação de

pequenas empresas duradouras e a necessidade da diminuição das altas taxas de

mortalidade desses empreendimentos são, sem dúvida, motivos para a popularidade

do termo empreendedorismo, que tem recebido especial atenção por parte do

governo e entidades de classe. Isso porque nos últimos anos, após várias tentativas

de estabilização da economia, e pela imposição advinda do fenômeno da

globalização, grandes empresas brasileiras tiveram que procurar alternativas para

aumentar a competitividade, reduzir os custos e manter-se no mercado.

(DORNELAS, 2001).

É possível entender pelas várias definições, que o termo empreendedorismo

tem significados distintos para pessoas diferentes e pode ser percebido sob

perspectivas conceituais diferentes. Um dos principais objetivos do

empreendedorismo no decorrer do tempo tem sido a obtenção de uma rentabilidade

satisfatória, que lhes permita não só sobreviver como também crescer.

2.2 PLANO DE NEGÓCIO

De acordo com Longenecker, Moore e Petty (2001), o plano de negócio é,

em certo sentido, a ‘’primeira criação’’ do empreendedor. Porque qualquer coisa

que se construa, seja uma casa ou um negócio, há sempre duas criações sendo a

primeira mental e a segunda concreta.

Segundo Longenecker, Moore e Petty (2001, p.161), o plano de negócio: Descreve a idéia de um novo empreendimento e projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros dos negócios propostos para os três a cinco primeiros anos. Seu preparo permite a análise da proposta e ajuda o futuro empreendedor a evitar uma trajetória decadente que leva do entusiasmo a desilusão e ao fracasso.

17

Na mesma perspectiva, Dornelas (2001) afirma que o plano de negócio é

um documento para descrever o seu negócio. As seções que compõe um plano de

negócio geralmente são padronizadas para facilitar o entendimento. Cada uma

das seções do plano tem um propósito específico. Um plano de negócio para uma

pequena empresa pode ser menor que o de uma grande organização.

Uma visão distinta é apresentada por Bulgacov (1999) afirmando que o

plano de negócio pode desenvolver as características de empreendedor,

destacando que é de suma importância saber elaborar um plano de negócio,

quando for criar sua empresa ou desenvolver um projeto específico de uma

unidade estratégica de negócio.

Dornelas (2001) ressalta que o plano de negócio é composto por várias

seções que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio de

forma escrita. O padrão de estrutura de um plano de negócio é definido com base

em estudos e observações de planos de negócios em empresas reais.

De forma mais abrangente, Longenecker, Moore e Petty (2001) afirmam que

‘’qualquer atividade que seja iniciada sem preparação adequada tende a ser um

insucesso ou casualidade. Ocorre especialmente com um processo mental, deve ir

além do âmbito do pensamento’’.

Segundo Bulgacov (1999), plano de negócio é um documento que engloba

todos os aspectos da geração e da administração de um novo empreendimento,

incluindo tendências de mercado, da concorrência, projeções de vendas entre

outros.

Em complemento a esta posição, o Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena

Micro Empresa (2006) observa que o plano de negócio é um documento escrito que

tem o objetivo de estruturar as principais idéias e opções que o empreendedor

analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser criada. Também é

utilizado para a solicitação de empréstimos e financiamento junto a instituições

financeiras, bem como para expansão da empresa.

Numa visão mais ampliada, SEBRAE (2006) apresenta as seguintes funções

de um plano de negócio:

Avaliar o novo empreendimento do ponto de vista mercadológico, técnico,

financeiro, jurídico e organizacional;

18

Avaliar a evolução do empreendimento ao longo de sua implantação: para

cada um dos aspectos definidos no plano de negócio, o empreendedor

poderá comparar o previsto com o realizado;

Facilitar, ao empreendedor, a obtenção de capital de terceiros quando o seu

capital próprio não é suficiente para cobrir os investimentos iniciais.

De forma mais abrangente Dornellas (2002) afirma que “Uma empresa deverá

lucrar mais, na média, se planejar adequadamente, e uma incubadora de empresas

também deverá gerar mais e melhores empresas de sucesso se fizer o mesmo”.

Este autor também destaca que não adianta simplesmente fazer planos capazes, ou

não, de serem atingidos, mas se não forem cumpridas as etapas necessárias, e

também não houver um caminho traçado de forma adequada para alcançar esses

sonhos, as chances de concretização desses planos são bastante reduzidas.

Dornelas (2006) ainda observa que no plano de negócios é possível identificar

os riscos e propor planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los; identificar seus

pontos fortes e fracos em relação à concorrência e ao ambiente de negócio em que

atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e

serviços; analisar o desempenho financeiro do negócio, avaliar investimentos,

retorno sobre o capital investido; enfim, ele serve como um poderoso guia que

norteará todas as ações da empresa.

O propósito de se escrever um plano de negócio fica bastante claro quando

se verifica a quantidade de benefícios que este pode trazer para a empresa. Através

desta ferramenta de gestão, é possível planejar e decidir a respeito do futuro da

empresa, tendo como base o seu passado, sua situação atual em relação ao

mercado, aos clientes e à concorrência.

2.2.1 Etapas do Plano de Negócios:

Segundo Dornellas (2006) o Plano de Negócios é composto por várias seções

que se relacionam e permitem um entendimento global do negócio de forma escrita

em poucas páginas.

19

2.2.1.1 Descrição da empresa

Dornelas (2001) aponta que nesta seção deve-se descrever a empresa, seu

histórico, crescimento, faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos,

estrutura organizacional e legal, localização, parcerias, certificações de qualidade,

serviços terceirizados etc. Esta etapa do Plano de Negócio serve para apresentar a

empresa em sua totalidade. Esta etapa do Plano de Negócio é destinada a

apresentar de forma resumida a empresa, sua história e status atual.

Clemente (2002, p.330) afirma que essa seção do Plano de Negócios deve

responder as seguintes questões: Como a empresa esta constituída legalmente Quais seus registros, alvarás e licenças? Qual o seu endereço completo? Qual a sua organização interna? Quem são seus executivos e que qualificações possuem? Quais parcerias e acordos mais importantes/ Qual sua situação atual (mercado, produtos e serviços, principais clientes, preços lucratividade e finanças?). Qual a visão adotada? Qual a missão da empresa? Quais as metas da empresa?

Na descrição da empresa devem-se relacionar o motivo da sua criação, o

propósito, e natureza dos produtos ou serviços oferecidos, seu desenvolvimento, o

modelo de negócios e os seus diferenciais.

Observa-se que este estudo focará somente uma parte das etapas que

compõe o Plano de Negócio, atendo-se ao Plano Operacional, Plano de Marketing,

Plano de Recursos Humanos e Plano Financeiro.

2.2.1.2 Descrição dos produtos e serviços

Dornelas (2001) afirma que é onde são definidos os rumos da empresa. Nesta

seção devem ser apresentadas a visão e missão da empresa, sua situação atual, as

potencialidades e ameaças externas, suas forças e fraquezas, suas metas e

objetivos de negócio.

Esta etapa do Plano de Negócio compreende a descrição dos produtos e

serviços da empresa. A capacidade e maneira de fornecê-los e as características de

produção são únicas do negócio e devem ser descritas detalhadamente. Expor os

20

produtos ou serviços futuros que a empresa planeja fornecer no decorrer de seu

desenvolvimento, especificar os direitos autorais, patentes ou registros de marcas

são outras recomendações feitas por Dornelas (2001).

2.2.2 Plano operacional

Também chamado de Planejamento Operacional, pode ser considerado como

formalização de processos, visando especificar, com precisão praticável, que

recursos devem estar disponíveis para cada produto e serviço.

Dornelas (2001) observa que o Plano de Negócios Operacional é muito

importante para ser utilizado internamente na empresa pelos diretores, gerentes e

funcionários. É excelente para alinhar esforços internos em direção aos objetivos

estratégicos da organização.

Se o empreendimento não for uma fabricação, mas uma loja, serviço ou

algum outro tipo de negócio que não envolva fabricação, essa seção será intitulada

plano operacional, e o empreendedor precisará descrever as etapas cronológicas

para completar uma transação comercial. (HISRICH; PETERS, 2002)

Longenecker, Moore e Petty (2001, p.176) citam Plano Operacional:

Esta seção do plano mostra como você produzirá o produto ou fornecerá o serviço. Lidam com itens como localização e instalações – de quanto espaço você precisará e que tipo de equipamento será exigido. A importância do plano operacional varia de um negócio para outro, mas esse plano é necessário mesmo para empresas que oferecem serviços. O plano operacional deve explicar a abordagem proposta para assegurar a qualidade da produção, o controle do estoque, o uso de terceirização ou mostrar como serão solucionados outros problemas relacionados a matérias-primas.

Longenecker, Moore e Petty (2001) complementam que o Planejamento

Operacional pode ser considerado como uma descrição das instalações, da mão de

obra, da matéria prima, e dos requisitos operacionais de um novo negócio.

De uma forma mais abrangente Dornelas (2001) especifica que esta seção do

plano de negócio deve apresentar as ações que a empresa está planejando em seu

sistema produtivo e o processo de produção, indicando que estas ações terão em

seus parâmetros a avaliação de produção. Deve conter informações operacionais

atuais previstas de fatores como: lead time do produto ou serviço, percentual de

21

entregas a tempo (on time delivery) rotatividade do inventário, índice de refugo, lead

time de desenvolvimento de produto ou serviço etc.

2.2.2.1 Tamanho e localização

Qualquer que seja o tipo de negócio em que esteja envolvida a empresa

considerada, mas principalmente se ela for uma indústria, as decisões sobre

localização são estratégicas e fazem parte integral do processo de planejamento.

Localizar significa determinar o local onde será à base de operações, onde serão

fabricados os produtos ou prestados os serviços, e/ou onde se fará à administração

do empreendimento. (MOREIRA, 1996).

Moreira (1996) complementa que a rigor, existe uma lista grande de fatores

que podem de uma forma ou outra, influenciar nas decisões sobre localização. Nem

todos são igualmente importantes em quaisquer circunstâncias, porque a localização

é um problema específico para cada companhia.

2.2.3 Plano de Recursos Humanos

O passo inicial em um programa de recursos humanos é o recrutamento de

empregados capacitados. Ao recrutar, uma empresa pequena compete com

empresas grandes e pequenas. Não pode deixar os concorrentes ficarem com a

nata. Um recrutamento agressivo requer que o empregador assuma a iniciativa de

localizar candidatos e procurar candidatos suficientes que estejam disponíveis para

permitir uma boa escolha, afirmam Longenecker, Moore e Petty (2001).

As organizações são criadas para produzir alguma coisa: serviços ou

produtos. Para tanto, utilizam energia humana e não humana para transformar

matérias-primas em produtos ou serviços.

Dornelas (2001, p.101) descreve como deve ser o plano de Recursos

Humanos:

Neste devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e treinamento de pessoal da empresa. Estas informações estão diretamente relacionadas com a capacidade de crescimento da empresa, especialmente quando esta atua em um mercado onde a detenção de tecnologia é considerada um fator estratégico de

22

competitividade. Devem ser indicadas as metas de treinamento estratégico, de longo prazo e não associadas diretamente às ações. Aqui também devem ser apresentados o nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação de seu pessoal.

Chiavenato (1999) afirma que as organizações podem somente funcionar

quando as pessoas estão em seus postos de trabalho e desempenham

adequadamente os papéis para os quais foram selecionadas, admitidas e

preparadas.

Em complemento a esta afirmação, Carvalho e Serafim (1995) observam

que o que caracteriza o planejamento de recursos humanos é seu caráter dinâmico

e flexível diante das oportunidades, ameaças, pontos fracos e estratégias presentes

no mercado de trabalho onde a organização está atuando. Juntos, eles definem o

futuro ideal da administração de pessoas para a organização e as principais

estratégias necessárias para alcançar eficiência de pessoal.

Nas pequenas organizações, os gerentes podem desenhar certos cargos

informalmente, incluindo ou retirando atribuições ou tarefas, à medida que as

circunstâncias se modificam, afirma Chiavenato (1999).

Já Longenecker, Moore e Petty (2001) destacam uma forma de motivar os

empregados em funções não-gerenciais para aumentar a sua produtividade, são os

sistemas de incentivo. Os salários de incentivos podem constituir os ganhos totais

de um empregado ou podem suplementar salários por dia de trabalhos regulares. O

plano de comissão frequentemente usado para compensarem vendedores é um tipo

de plano de incentivo.

Selecionar e formar a equipe adequadamente, constitui um fator vital para a

empresa, pois os empregados formam o time que alavancará as receitas, tornando-

se, desta forma, o próprio oxigênio que determina o sucesso ou morte da empresa.

23

2.2.4 Planejamento de Marketing

2.2.4.1 Pesquisa de mercado

A pesquisa de mercado é a função que conecta o consumidor, o cliente e o

público ao profissional de marketing através de informações – informações usadas

para identificar e definir oportunidades e problemas de marketing, para gerar, refinar

e avaliar ações de marketing, para monitorar o desempenho de marketing e para

melhorar a compreensão do marketing como processo. (MALHOTRA, 2006).

Para Hague e Jackson (1997, p.11), ‘’a pesquisa de mercado pode ser

aplicada em qualquer tipo de mercado, entretanto, dependendo de sua natureza há

diferenças de abordagens e técnicas’’.

‘’O objetivo da pesquisa de mercado é auxiliar nas decisões de marketing e

aprimorá-las. Em qualquer campo, tomar decisões acertadas depende da

disponibilidade de informações confiáveis e do bom uso que se faça delas’’.

(HAGUE; JACKSON, 1997, p.9).

Estes mesmos autores ressaltam que a pesquisa deve abranger todos os

departamentos de uma empresa, incluindo finanças, produção, recursos humanos e

marketing. Cabe enfatizar que quase toda informação requerida para as decisões de

mercado e os métodos usados para obtê-la podem ser considerados como pesquisa

de mercado, mas como uma atividade distinta e especializada, é o fornecimento de

informação sobre o mercado que é usualmente o interesse principal.

Na mesma perspectiva, estes autores enfatizam que o objetivo da pesquisa

de mercado é auxiliar nas decisões de marketing e aprimorá-las. Em qualquer

campo, tomar decisões acertadas depende da disponibilidade de informações

confiáveis e do bom uso delas.

As informações para o desenvolvimento do plano de marketing podem

determinar a necessidades de alguma pesquisa de mercado. Hisrich e Peters (2002)

afirmam que essa pesquisa envolve a reunião de dados a fim de obter informações

como quem comprará o produto ou serviço, qual o tamanho do mercado em

potencial, que preço deveria ser cobrado, qual canal de distribuição mais apropriado

e qual a estratégia de promoção mais eficiente para informar e conquistar os

clientes.

24

Churchill e Peter (2005, p.141) definem a pesquisa de marketing ‘’como a

função que liga consumidores, compradores organizacionais e o público em geral

aos profissionais de marketing’’. Assim, as informações que a pesquisa de marketing

gera uma ferramenta de grande aplicação para estes últimos, que precisam de mais

do que apenas dados, fatos e estatísticas; eles precisam de informações úteis que

tendências e relações.

Malhotra (2006) ressalta que a identificação, coleta, análise e disseminação

de informações de forma sistemática e objetiva, são condições que possibilitam o

uso de informações para assessorar a gerência na tomada de decisões relacionadas

à identificação e solução de problemas (e oportunidades) de marketing.

Conforme Hisrich e Peters (2002) a pesquisa de mercado começa com uma

definição de objetivos ou propósitos. Essa, com freqüência é a mais difícil, já que

muitos empreendedores não têm conhecimento ou experiência em marketing e

muitas vezes nem mesmo sabem o que querem alcançar com uma pesquisa.

Mattar (2001) ressalta que a pesquisa de marketing é a investigação

sistemática, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir e (ou) descrever

fatos e (ou) de verificar a existência de relações presumidas entre fatos (ou

variáveis) referentes ao marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como

área de conhecimento de administração.

Complementando esta afirmação, Malhotra (2006) afirma que a pesquisa de

marketing procura fornecer informações precisas que reflitam uma situação

verdadeira. Ela é objetiva e deve ser executada de forma imparcial. Embora seja

sempre influenciada pela filosofia de trabalho do pesquisador, deve ser isenta das

inclinações pessoais ou políticas do pesquisador ou da gerência.

Conforme SEBRAE (2006), pesquisa de mercado é a coleta de informações

junto ao consumidor, concorrente ou fornecedor para orientar a tomada de decisões

ou solucionar problemas de empresários e empreendedores.

Complementando esta afirmação Churchill e Peter (2005) evidenciam que a

pesquisa de marketing com a formulação do problema. Em seguida, os

pesquisadores criam um projeto de pesquisa, usando pesquisa exploratória,

descritiva ou causal. Depois, eles coletam dados pela consulta a fontes secundárias

ou via observação ou levantamentos. O passo seguinte é analisar interpretar esses

dados. Por fim, o pesquisador prepara e apresenta um relatório de pesquisa.

25

Degen (1989,) ressalta que ao fazer a análise dos riscos, o empreendedor

estará relacionando as possibilidades de prejuízo que podem colocar em risco a

implementação do novo negócio. Essa análise permite além da identificação dos

riscos, o desenvolvimento das medidas para reduzi-los, o que confere segurança e

credibilidade ao novo negócio.

No entanto os riscos sempre existirão, pois estão sempre presentes no

desenvolvimento de um empreendimento e na rotina do empreendedor. A viabilidade

e sucesso do negócio dependem do conhecimento dos problemas e das medidas

adotadas para saná-los. A habilidade em identificar problemas e encontrar soluções

para o sucesso do negócio é mais importante do que o próprio negócio. (DEGEN,

1989).

2.2.5 Plano de marketing

O plano de marketing constitui um elemento significativo em um estudo

para abertura de um novo negócio, pois serve para uma série de funções ou

objetivos importantes. Hisrich e Peters (2002) afirmam primeiramente, que o plano

de marketing estabelece como o empreendedor competirá e operará de modo

eficiente no mercado e, assim, atingirá as metas e objetivos do novo

empreendimento.

Longenecker, Moore e Petty (1997) complementam afirmando que o

marketing de pequenas empresas consiste daquelas atividades que se relacionam

diretamente à identificação dos mercados alvos, à determinação do potencial do

mercado-alvo, e a preparação, a comunicação e a satisfação plena desses

mercados.

Os empreendedores precisam de planos formais de marketing não só para

convencer os investidores potenciais do valor do novo negócio, mas também para

orientação nos primeiros dias e meses de operação. Infelizmente, muitos

empreendedores trabalharão na carroça e se esquecerão do cavalo - desenvolvem o

produto, mas se esquecem do plano de marketing que colocará o produto no

mercado. (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 1997).

Hisrich e Peters (2002) complementam que o planejamento de marketing

deve ser uma atividade anual concentrada na implementação de decisões relativas

às variáveis do marketing, produto, preço, distribuição e promoção.

26

Dornelas (2001) ainda ressalta que se deve mostrar como a empresa

pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse

dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de

comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços,

principais clientes, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e

publicidade, bem como projeções de vendas.

Dornelas (2001) enfatiza que as estratégias de marketing são os meios e

métodos que a empresa deverá utilizar para atingir seus objetivos. Essas estratégias

geralmente se referem ao composto de marketing, os 4P (quatro pês): produto,

preço, praça (canais de distribuição) e propaganda/comunicação. A empresa pode

adotar estratégias específicas, atuando sobre o composto de marketing, de forma a

obter melhor resultado sobre seus competidores.

Na mesma perspectiva Dornelas (2001) ressalta que a projeção de vendas da

empresa está diretamente ligada à estratégia de marketing estabelecida, pois

depende de como o produto será posicionado no mercado, qual será sua política de

preços, as promoções e os canais de venda que serão utilizados, e ainda, como o

produto chegara ao cliente.

Para uma melhor compreensão, Dornelas (2001, p.149) descreve cada

elemento, que será apresentado no Quadro 1, a seguir. Produto serve para posicionar o produto no mercado, significa

direcionar o produto para atender as expectativas e necessidades do cliente-alvo escolhido, no segmento de mercado definido. Com isso a empresa estabelece uma imagem do produto junto aos clientes, tentando se diferenciar de alguma forma da concorrência.

Preço o preço talvez seja a maneira mais tangível de se agir no mercado, pois pela política de preços a empresa pode criar demanda para o produto, segmentar o mercado, definir a lucratividade da empresa, mudar a penetração do produto no mercado, sempre tendo como referência o valor que o consumidor vê no produto e não o preço que a empresa acha que ele deva ter.

27

Praça (canais de distribuição)

os canais de distribuição envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto até o consumidor. Referem-se aos canais de marketing, a distribuição física e aos serviços ao cliente. A empresa pode vender seus produtos diretamente ao consumidor final ou usar atacadistas ou distribuidores para fazê-los. No primeiro caso da-se o nome de venda direta, em que o consumidor fica cara a cara com o vendedor. No segundo caso, a venda é caracterizada como indireta.

Propaganda/Comunicação três fatores devem ser considerados no plano propaganda/comunicação da empresa: o pessoal envolvido, a propaganda e as promoções. A quantidade de pessoas e suas qualificações vão depender dos canais de distribuição que foram escolhidos. Se a opção foi à venda direta, o efetivo de vendas deverá ser muito maior que em qualquer outro caso.

Quadro 1 – Composto de Marketing ( 4 Pês ) Fonte: Dornelas (2001)

Em uma linha distinta Longenecker, Moore e Petty (1997, p.207-208)

descrevem cada elemento dos 4P (quatro pês), de acordo com o Quadro 2.

Produto nesta parte do plano de marketing o empreendedor precisa

incluir o nome do produto/serviço e porque ele foi selecionado.

Preço Um preço precisa refletir os custos de levar um produto ou serviço ao cliente. Classificar cada um desses custos como fixos ou variáveis, de modo que os cálculos de equilíbrio possam ser gerados para preços alternativos.

Planos de distribuição novos negócios usam intermediários estabelecidos para estruturar seus canais de distribuição. Se a empresa planeja licenciar seu produto ou serviço, essa estratégia também deve ser tratada nessa seção.

Planos promocionais esta parte deve abranger a abordagem do empreendedor para que o cliente adquira consciência do produto ou serviço e para motivar os clientes a comprar. O empreendedor tem muitas opções. As vendas pessoais e propagandas são duas das alternativas mais populares.

Quadro 2 – Composto de Marketing ( 4 Pês ) Fonte: Longenecker, Moore e Petty (1997)

28

Em complemento as posições dos autores supracitados, cabem evidenciar

que o cliente é a peça mais importante para o sucesso do negócio e deve ser dada

ênfase à criação de valor para ele. Para os usuários finais de um produto ou serviço,

este valor pode ser medido pela satisfação pessoal do cliente. (PAYNE et alii, 2000).

2.2.5.1 Análise Ambiental

A análise SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês e é um acrônimo de

Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e

Ameaças (Threats). Possibilita ao empreendedor visualizar a empresa em relação às

oportunidades e ameaças existentes no mercado, assim como identificar suas forças

e fraquezas.

De acordo com Churchill e Peter (2005, p.26) ‘’a análise ambiental é a prática

de rastrear as mudanças no ambiente que possam afetar uma organização e seus

mercados. Essas mudanças ocorrem em todas as dimensões do ambiente externo –

econômica, política e legal, social, natural, tecnológica e competitiva’’. Como é

mostrada a figura 1a seguir.

Figura 1 - Dimensões do ambiente de marketing. Fonte: Churchill e Peter (2005, p.27)

29

Análise SWOT é um sistema simples para posicionar ou verificar a posição

estratégica da empresa no ambiente em questão. (CHURCHILL; PETER, 2005).

Convém enfatizar que a analise também pode ajudar a identificar ameaças à

capacidade de uma organização em manter sua vantagem competitiva, sobreviver e

prosperar. (CHURCHILL; PETER, 2005).

Dornelas (2007) afirma que as oportunidades podem ser classificadas de

acordo com a atratividade e a probabilidade de sucesso. A probabilidade de sucesso

da empresa não depende apenas da força de seu negócio, das exigências básicas

para ser bem-sucedida em seu mercado alvo, mas também das suas competências

para superar seus concorrentes. A mera competência não constitui uma vantagem

competitiva. A empresa de melhor desempenho será aquela que pode gerar o maior

valor para o consumidor e sustentá-lo ao longo do tempo.

A análise ambiental envolve a busca de mudanças que levem a

oportunidades ou ameaças a uma organização. Ela responde perguntas como: com

que freqüência a família média janta ou almoça fora? Que leis podem afetar a

escolha de determinada embalagem? A demanda por espaço em escritórios tende

aumentar? Os concorrentes estão planejando introduzir um aparelho de fax com

mais recursos ou qualidade superior? (CHURCHILL; PETER, 2005).

Os profissionais de marketing que não analisarem o ambiente podem ficar de

fora de uma enorme fatia de mercado e inconsistentes de alguns de seus mais

novos e maiores concorrentes do futuro. Nesse sentido, Dornelas (2007) afirma que

uma vez declarada a missão da empresa, seus executivos devem conhecer as

partes do ambiente que precisam monitorar para atingir suas metas. Por exemplo, a

empresa de iluminação de estúdios de televisão precisa observar a taxa de

crescimento dos estúdios de televisão, sua situação financeira, os concorrentes

atuais e os novos desenvolvimentos tecnológicos, a legislação que pode afetar o

design ou marketing e os canais de distribuição para a venda de equipamentos de

iluminação.

Este exemplo deixa claro que a empresa deve sempre monitorar seu

segmento de mercado e estar sempre atualizado sobre as tendências e

movimentações de seus concorrentes.

30

2.2.6 Planejamento financeiro

O Planejamento Financeiro prescreve os objetivos financeiros que a empresa

deseja alcançar. Ele é visto percebido como um ponto de referência para um plano

estratégico da empresa; é esse o método que dita os critérios de crescimento.

Clemente (2002) afirma que o plano econômico-financeiro pode ser

considerado o ponto central do Plano de Negócio, pois apresenta as informações

mais importantes sobre os custos, as receitas e os ganhos referentes ao projeto.

Na mesma percepção Dornelas (2006) ressalta que a seção de finanças deve

apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as

comprovações, através de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e

com que propósito), de sucesso do negócio. Deve conter demonstrativo de fluxo de

caixa com horizonte de, pelo menos, três anos; balanço patrimonial; análise do

ponto de equilíbrio; usos e fontes; necessidades de investimento; demonstrativos de

resultados; análise de indicadores financeiros do negócio, como por exemplo:

faturamento previsto, margem prevista, prazo de retorno sobre o investimento inicial

(payback), Taxa Interna de Retorno – TIR.

No plano financeiro todas as informações anteriormente descritas são

convertidas em números, ou seja, todos os investimentos necessários para o

desenvolvimento do negócio devem ser demonstrados. Dornelas (2001) aborda os

principais demonstrativos a serem apresentados num plano de negócios. São eles:

Balanço Patrimonial, Demonstrativo de Resultados e Demonstrativo de Fluxo de

Caixa. Todos projetados com um horizonte de no mínimo três anos. No caso do

fluxo de caixa, pode ser detalhado mensalmente. Já para Gitman (1997, p. 588), o

planejamento financeiro é um instrumento muito relevante para as organizações:

“[...], pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações para a

consecução de seus objetivos”.

Embora os planos financeiros não sejam idênticos, há alguns elementos

comuns entre eles, sobre os quais Ross, Westerfield e Jaffe (1995), destacam:

previsão de vendas, demonstrações financeiras projetadas, necessidades de ativos,

necessidades de financiamento, fechamento e premissas econômicas. Para uma

melhor compreensão do que afirmam anteriormente, Ross, Westerfield e Jaffe

(1995, p. 526) descrevem cada elemento:

31

Previsão de Vendas – todos os planos exigem uma previsão de vendas.

Prever exatamente o que vai acontecer é humanamente impossível, pois as

vendas dependem do procedimento da variação da economia.

Demonstração Financeira Projetada – para termos uma demonstração de

como é necessário captar dados de um balanço, uma demonstração de

resultados e uma demonstração de origens e aplicações.

Necessidades de Ativos – o plano expõe os gastos de capital projetado,

também discute as aplicações propostas de capital de giro.

Necessidades de Financiamento – este processo deve avaliar a política de

dividendos e a política de endividamento.

Fechamento – é a compatibilidade entre duas taxas que retiramos, por

exemplo, do balanço, ou pela demonstração de resultados e a relação do

crescimento dessas; é o que podemos chamar de fechamento. Por exemplo,

itens da demonstração de resultados crescendo pode ser uma taxa, os ativos,

o exigível a longo prazo e o capital crescendo, outra taxa. Essa relação

poderia ser conseguida fazendo com que o endividamento a curto prazo

crescesse; seria outra taxa.

Premissas Econômicas – o plano deve demonstrar especificamente o

ambiente econômico em que está atuando dentro desse período planejado.

Nessas premissas deve-se especificar o nível de taxas de juros que está

sendo utilizado.

Segundo Brigham et al. (2001), uma técnica simples, mas bastante utilizado é

o método de porcentagem de vendas. Esse modelo de planejamento consiste em

atribuir como variável de referência às previsões de venda e, a maioria das demais é

proporcional a esta.

Em contrapartida, Brealey et al. (2001) sustentam que um modelo melhorado

em relação ao anterior é aquele que opera com as demonstrações financeiras,

considerando as variações de todos os componentes do demonstrativo de

resultados e do balanço patrimonial. Apesar de geralmente tomar o fator previsão de

vendas por base, procura especificar particularmente o impacto sobre cada variável

para estimar o seu resultado esperado.

32

Em complemento a esta posição, Lemes Júnior et al. (2002) chamam esse

modelo de demonstração de resultado ajustada e afirmam que o método “utiliza o

valor projetado do Lucro Líquido no período, ajustando as variações ativas e

passivas obtidas na projeção do Balanço Patrimonial”.

2.2.6.1 Demonstrações dos Fluxos de Caixa

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), de acordo com a definição de

Gitman (1997, p.75) ‘’fornece um resumo dos fluxos de caixa da empresa relativos

às atividades operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com

as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão’’.

Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos recursos

da empresas.

A Demonstração dos Fluxos de Caixa é uma das demonstrações financeiras

mais úteis, apesar de não ser divulgada pelas empresas no Brasil. Ele ressalta o uso

imprescindível da DFC, pelo fato de que, quase sempre, os problemas de

insolvência ou liquidez ocorrem por falta de uma adequada administração do fluxo

de caixa. “Muitas empresas vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de

caixa”. (MATARAZZO, 2003).

Atividades Operacionais Recebimento Clientes Pagamento fornecedores Pagamento aluguel Fluxo de caixa operacional líquido (fcol) Atividades de Investimento Moveis e utensílios Maquinas e ferramentas Caixa líquido das atividades de investimento Atividades de financiamento Recursos próprios Caixa líquido do período Saldo inicial das disponibilidades Saldo final das disponibilidades Quadro 3 – Demonstração dos Fluxos de Caixa Fonte: Campos Filho (1999, p.32)

33

Assim, a Demonstração do Fluxo de Caixa apresenta-se como uma

ferramenta de aferição e interpretação das variações dos saldos do Disponível da

empresa.

Para análise do balanço patrimonial, do demonstrativo de resultados e de

fluxo de caixa, Dornelas (2001) indica a utilização dos seguintes métodos: análise do

ponto de equilíbrio, prazo de payback, TIR (Taxa Interna de Retorno) e VPL (Valor

Presente Líquido).

Pontos de equilíbrio (PE)

Conforme Hisrich e Peters, (2002) nos estágios iniciais do novo

empreendimento, é conveniente que o empreendedor saiba quando pode obter

lucro. A análise do ponto de equilíbrio é uma técnica útil para determinar quantas

unidades devem ser vendidas ou o volume de vendas que deve ser atingido de

forma que se alcance o ponto de equilíbrio.

Santos (2000, p.23) define o ponto de equilíbrio em um ponto de nivelamento

como o volume de produção em que o lucro operacional é nulo. O PE avalia o nível

de produção em que o resultado operacional é nulo, ou seja, as receitas

operacionais são iguais aos custos operacionais. Portanto, esse indicador

demonstra o nível de produção, ou melhor: de vendas, necessário para recuperar os

custos fixos e os custos variáveis para aquele nível de produção. Assim, o ponto de

equilíbrio sobre vendas para um determinado projeto é determinado pela seguinte

fórmula:

(1) Fórmula 1 – Ponto de equilíbrio Fonte: Clemente (2002, p.187)

ceitaTotalvelCustoVariá

CustoFixoíbrioPontoEquil

Re1

34

Figura 2 - Ponto de equilíbrio de caixa Fonte: Clemente (2002, p.187)

Payback (Prazo de Retorno de Investimento)

Conforme Gitman (1997, p.327) payback “é o período de tempo exato

necessário para a empresa recuperar o investimento inicial de um projeto, a partir

das entradas de caixa”. No caso de uma anuidade o período de payback através da

divisão do investimento inicial pela entrada de caixa anual. Para uma séria mista, as

entradas de caixa anuais devem ser acumuladas até que o investimento inicial seja

recuperado.

Na mesma perspectiva Dornelas (2001) ressalta que a técnica de payback,

mede o tempo necessário para a recuperação do capital inicialmente investido. A

técnica de payback baseia-se em fluxo de caixa e não em lucros, mas não leva em

consideração o aspecto tempo em relação ao valor do dinheiro e também não leva

em consideração os fluxos de caixa recebidos após o prazo de payback.

Para o cálculo do Período de Retorno do Investimento faz-se o seguinte

calculo: deduzem-se as receitas do valor investido até que se iguale a zero. O saldo

do projeto até a data de recuperação total é sempre negativo. Apresenta-se a seguir:

$

$ 6000

$15000

PEC

Receita Total

Custo total

Custo Fixo - Depreciação

750 Quantidade Vendida

35

daceitaLiquitoInvestimenPBX

Re (2)

Fórmula 2 – Período de retorno do investimento Fonte: Dornelas (2001, p.171) Clemente (2002) afirma que o cálculo desse indicador é muito simples. Para

calcular o (PRI), acumula-se, período a período, o valor presente de cada benefício,

até que a soma se iguale ao valor do investimento inicial. O período correspondente

à última parcela da soma será o (PRI).

O (PRI) é muito útil porque pode ser interpretado como uma medida do grau

de risco do projeto. Como já mencionado, as incertezas associadas a projetos de

investimento tendem a aumentar à medida que as previsões das receitas e dos

custos afastam-se no tempo. Nesse sentido, O (PRI) pode ser utilizado para

mensurar o risco associado ao projeto, isto é, quanto maior for o (PRI) mais incerta

será a recuperação do capital. (CLEMENTE, 2002).

Dornelas (2001) complementa que as técnicas de fluxo de caixa descontado,

por compararem o valor presente dos futuros fluxos de caixa com o montante inicial,

são as melhores formas de se avaliar as decisões de investimento. Essa análise

pode ser feita através dos métodos de Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa

Interna de Retorno (TIR).

Retorno contábil sobre investimento é um critério de lucro e pode ser

calculado da seguinte forma:

(3)

Fórmula 3 - Rentabilidade Fonte: Dornelas (2001, p.171)

Clemente (2002) afirma que a principal fragilidade do Período de

Recuperação do Investimento reside no fato de ele não considerar o que acontece

após o período de recuperação. Essa ultima restrição penaliza todos os projetos que

apresentam receitas iniciais pequenas, porem crescente ao longo do tempo.

Rentabilidade = lucro anual médio

Valor declarado médio do investimento

36

Taxa interna de retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é outro indicador importante para mensurar a

viabilidade de projetos de investimentos. Para fluxos de caixas convencionais, um

projeto é considerado viável se a sua Taxa Interna de Retorno for maior do que a

Taxa Mínima de Atratividade. (CLEMENTE, 2002)

Conforme Dornelas (2001) a TIR em outras palavras é a taxa de desconto

que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento iguale-se a zero (já

que o valor presente das entradas de caixa é igual ao investimento inicial).

Matematicamente a TIR é obtida resolvendo-se a equação para o valor de (K) que

torne o VPL igual a zero.

Clemente (2002) observa que outra interpretação que se tem dado à TIR é

associada à rentabilidade do projeto. È importante recuperar o conceito contábil-

financeiro de rentabilidade.

Na mesma perspectiva Gitman (1997) utiliza a TIR para tomar decisões do

tipo ‘’ aceitar-rejeitar’’ é o seguinte: se a TIR for maior que o custo de capital, se

aceita o projeto, se for menor, rejeita-se o projeto. Esse critério garante que a

empresa esteja obtendo, pelo menos, sua taxa requerida de retorno. Tal resultado

deveria aumentar o valor de mercado da empresa e conseqüentemente, a riqueza

dos seus proprietários. (4) Fórmula 4 - Equação da TIR Fonte: Gitman (1997, p.330)

Clemente (2002) complementa que a (TIR) pode ser considerada como a

potencialidade do projeto de gerar retornos. Interpretada desta forma, quanto mais

alta for a (TIR), mais rapidamente retornará o capital investido e maior será o

excedente de ganhos.

n $0 = t =1

FCt

(1 + TIR)t II’

n t =1

FCt

(1 + TIR)t II

37

Valor presente líquido (VPL)

Conforme Clemente (2002, p.157) ‘’o Valor Presente Líquido (VPL) é, sem

dúvida, um dos indicadores mais importantes para mensurar a viabilidade financeira

de certo projeto de investimento. Um projeto de investimento geralmente apresenta

fluxo de caixa com valores negativos na fase inicial (em que predomina os

desembolsos), seguindo-se de valores positivos, resultantes de receitas de maiores

do que os desembolsos’’.

O VPL de um projeto de investimento pode ser definido como a soma dos

valores descontados do fluxo de caixa a ele associado, desse modo Gitman (1997)

aponta que o valor presente líquido (VPL) como é mostrado na equação, é obtido

subtraindo-se o investimento inicial (II) do valor presente das entradas de caixa (FCţ)

descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa (K).

VPL= Valor presente das entradas – investimento inicial

(5) Formula 5 – Equação do VPL Fonte: Gitman (1997, p.329)

Demonstrações de resultados do exercício (DRE)

Conforme Dornelas (2001, p.165) ‘’ Demonstração de Resultado é uma

classificação ordenada e resumida das receitas e das despesas da empresa em

determinado período. Da receita total obtida devem ser subtraídos impostos,

abatimentos e devoluções concedidas, resultando na receita líquida. Desta receita

líquida, deduzem-se os custos dos produtos vendidos (comércio), dos produtos

fabricados (indústria), ou dos serviços prestados (serviços), para se chegar a um

lucro bruto. Em seguida subtraem-se do lucro bruto as despesas operacionais’’.

Hoji (2004) afirma que a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) é

uma demonstração contábil que apresenta o fluxo de receitas e despesas, que

n VPL = t =1

FCt (1 + k)t

38

resulta em aumento ou redução de patrimônio liquido entre duas datas. Ela deve ser

apresentada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com a Receita operacional bruta e

dela deduzem-se custos e despesas, para apurar o lucro líquido. A seguir apresenta-

se no Quadro 4 o formato de uma DRE.

Exercício findo em XX-XX-XX

Exercício findo em XX-XX-XX

RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS Vendas de produtos Prestação de serviços SOMA (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções e abatimentos Impostos incidentes sobre vendas Impostos incidentes sobre serviços

(=) RECEITA LÍQUIDA (-) CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS Custo dos produtos vendidos Custo dos serviços prestados

(=) LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com vendas Despesas gerais e administrativas Despesas financeiras líquidas Oulras receitas e despesas operacionais

(=) LUCRO OPERACIONAL RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

(=) LUCRO ANTES DO IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) PROVISÂO P/ IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

(=) LUCRO APÓS IR E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES Empregados Administradores

(=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇÃO(em$) Quadro 4 - Demonstração do resultado do exercício - DRE Fonte: Hoji (2004, p.268)

2.2.7 Aspectos Jurídicos Legais

Hisrich e Peters (2002) afirmam que existem muitas opções para o

empreendedor quando inicia uma organização, é necessário entender todas as

vantagens e desvantagens de cada uma, em relação às questões como

responsabilidade, impostos, continuidade, capacidade transferência de interesse,

custo de estabelecimento e capacidade de atrair capital. Faze-se necessário o

39

aconselhamento legal para esses acordos a fim de garantir que sejam tomadas as

decisões mais apropriadas.

A pessoa interessada na obtenção de personalidade jurídica como firma

individual deverá seguir os mesmos passos do caso de constituição da sociedade

comercial, com a seguinte ressalva: não há necessidade de elaborar um contrato

social, mas deve ser providenciada uma Declaração de Firma Individual.

Para que a empresa comece a funcionar legalmente, é necessário que se

adquiram ainda os vários livros ficais (livro de prestação de serviços, livro de registro

e inspeção de trabalho, livro ou ficha de empregados etc.), se emitam as notas

fiscais e se registrem os empregados.

Como lembrete ao empreendedor, precisa ficar claro que toda empresa deve

seguir algumas exigências básicas para que opere legalmente. Entre elas são:

1- Registro nos órgãos competentes (Junta Comercial ou Cartório,

Receita Federal para cadastro do CNPJ, Secretaria da Fazenda

para Inscrição Estadual, Prefeitura Municipal para o devido

Cadastro de Contribuinte Mobiliário).

2- Solicitar alvará de funcionamento.

3- Emitir notas fiscais na comercialização dos seus produtos e

prestação de serviços.

4- Recolher os tributos devidos.

5- Entregar as informações sócio-econômicas exigidas (Imposto de

Renda, por exemplo).

Como toda empresa deve pagar seus encargos trabalhistas e previdenciários,

estas optam por um critério econômico-financeiro, dependendo do ramo de atividade

que exerçam, o Simples Nacional é a forma mais simplificada de recolhimento de

tributos Federais.

O SEBRAE (2007) observa que o Simples Nacional, apelidado de

Supersimples, a partir de 01/07/2007 substituirá o Simples Federal (Lei 9.317/1996).

É um regime de arrecadação, de caráter facultativo para o contribuinte, que abrange

os seguintes impostos e contribuições:

1. Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ;

2. Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL;

4. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;

40

5. Contribuição para o PIS;

6. Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica;

7. Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação – ICMS;

8. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

Para uma melhor compreensão a seguir é apresentada a Tabela 1 com a

Partilha do Simples Nacional, contendo as alíquotas previstas de impostos federais e

municipais para este tipo de empresa. Tabela 1 - Partilha do Simples Nacional – Comércio Receita Bruta em

12 meses (em R$)

ALÍQUOTA

IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP

INSS ICMS

Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%

De 120.000,01 a 240.000,00

5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%

De 240.000,01 a 360.000,00

6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%

De 360.000,01 a 480.000,00

7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,01 a 600.000,00

7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,01 a 720.000,00

8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,01 a 840.000,00

8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,01 a 960.000,00

8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

Fonte: SEBRAE (2007)

Praticamente todas as atividades de comércio e indústria podem aderir ao

Simples Nacional, desde que alcancem uma receita bruta de até R$ 2.400.000,00,

por ano. SEBRAE (2007).

Dornelas (2007) observa as principais inovações do Simples Nacional:

Cria um sistema único de tributação e unifica nove impostos e contribuições;

41

Estabelece que microempresa seja aquela com receita bruta anual de até R$

240 mil e empresa de pequeno porte é aquela com receita bruta anual de até

R$ 2,4 milhões;

Estabelece a presunção automática de opção pelo Simples Nacional a partir

do momento da inscrição no Cadastro Nacional da Microempresa;

Mantém a obrigatoriedade de entrega da Relação Anual de Informações

Sociais (RAIS), para garantir as estatísticas relativas ao mercado de trabalho

a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego;

Prevê que a redução do recolhimento para o FGTS dos empregados das

microempresas será feita mediante acordo ou convenção coletiva;

Dispensa as empresas optantes pelo Simples Nacional do pagamento do

salário-educação;

Institui o Comitê Gestor de Tributação, a ser definido em ato do Poder

Executivo, composto por representantes da administração tributária do

Executivo da União, dos estados e dos municípios;

Cria o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno

Porte, com participação de órgãos federais competentes e das entidades

vinculadas ao setor, para formular e coordenar uma política nacional de

desenvolvimento das micro e pequenas empresas.

Para a abertura formal de um empreendimento, questões burocráticas de

órgãos públicos federais, estaduais e municipais são necessárias, podendo serem

consultadas nos sistemas de divulgação dos próprios órgãos requisitórios ou através

de outras fontes alternativas. O Quadro 5 apresenta o órgão e o respectivo endereço

eletrônico.

Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc);

www.jucesc.sc.gov.br

Secretaria do Estado da Fazenda;

http://www.sef.sc.gov.br

Prefeitura Municipal de Florianópolis; www.pmf.sc.gov.br

Corpo de Bombeiros Militar; www.cb.sc.gov.br

Vigilância Sanitária.

http://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br

Quadro 5 - Órgãos públicos necessários para abertura de empresas Fonte: Dados primários (2007)

42

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Este, trabalho, prevê o estudo da viabilidade econômico-financeira de um

restaurante para ser reativado no distrito de Ingleses na cidade de Florianópolis no

período de agosto de 2006 a julho de 2007.

Considerando-se que a população da pesquisa mercadológica compreende a

população de Florianópolis que, conforme dados do IBGE (2006), é composta por

385.000 habitantes, foi encontrado uma amostra de 100 respondentes,

considerando-se um índice de confiabilidade de 95% e margem de erro de 10% ao

aplicar a fórmula de Mattar (1999).

Para tal finalidade utilizou-se a fórmula apresentada por Mattar (1999,

p.339), que observa-se na Fórmula 6:

(6) Fórmula 6 – equação para o cálculo da amostra Fonte: Mattar (1999, p.339)

Onde:

n = número de elementos da amostra;

Z = nível de confiabilidade adotado (para esta pesquisa Z = 2 = 95%);

P = proporção de ocorrência da variável em estudo na população;

Q = proporção de não-ocorrência da variável em estudo na população;

e = erro máximo admitido (para esta pesquisa e = 5%).

Por se tratar de uma população finita utiliza-se P = Q = 0,50.

Antes de iniciar as aplicações dos instrumentos finais foram realizados pré-

testes, com pré-questionários, onde pessoas formalmente capacitadas, ou não e

tinham como objetivo apontar os possíveis erros presentes no mesmo.

Estes questionários foram aplicados pelo próprio autor do trabalho, quando

entregues e recolhidos pessoalmente. Tais aplicações foram realizadas em locais

pré-determinados, a pesquisa foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2007, em

diferentes horários, incluindo finais de semana.

Os dados coletados na pesquisa foram analisados estatisticamente. As

medidas para os respondentes foram codificadas e, em seguida, analisadas,

n = Z² PQ / e²

43

percorrendo os seguintes estágios: verificação da representatividade da amostra

levantada, realização das tabulações.

O questionário foi utilizado como instrumento de coleta de dados para a

pesquisa que identificará o perfil dos futuros clientes e suas preferências. Os dados

primários foram coletados na pesquisa de campo, por meio de questionários semi-

estruturados, através de um roteiro previamente estabelecido.

Conforme Roesch (1996, p.136), ‘’questionário é o instrumento mais utilizado

em pesquisa quantitativa, principalmente em pesquisas de grande escala, como a

que se propõe levantar a opinião política da população ou a preferência do

consumidor’’.

A revisão da literatura buscou fontes de dados baseada em periódicos

acadêmicos, relatórios de pesquisas acadêmicas, livros especializados, entre outros.

Esses dados serão utilizados para a orientação e elaboração do instrumento de

coleta de dados primários.

Na pesquisa documental, foi feito um levantamento das informações por meio

de documentos consultados em órgãos públicos.

Já com relação à análise financeira, conforme Franco (1992), são exposições

sintéticas dos componentes patrimoniais e de suas variações, a elas recorre-se

quando se deseja conhecer os diferentes aspectos da situação patrimonial e de

suas variações. Sendo demonstrações sintéticas, não oferecem informações

detalhadas sobre o estado patrimonial e sobre as suas variações. Daí a

necessidade da aplicação da técnica contábil denominada análise das

demonstrações contábeis, também conhecida como análise financeira.

O fluxo de caixa, balanço patrimonial, ponto de equilíbrio, taxa de retorno

sobre investimentos, necessidades de investimento, lucratividade prevista, quadros

analíticos e outras demonstrações contábeis para o esclarecimento da situação

patrimonial e dos resultados dos exercícios foram desenvolvidos pelo acadêmico.

44

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR

O empreendimento analisado neste plano de negócios é a implantação de um

restaurante, caracterizado como micro empresa, voltado para o atendimento do

público local e em especial de turistas que visitam o litoral catarinense, o qual terá

sua sede no distrito Ingleses, na cidade de Florianópolis – SC.

O ramo de turismo gastronômico tem se mostrado um mercado bastante

promissor, especialmente devido às grandes oportunidades oferecidas pela indústria

do turismo, o qual vem crescendo e diversificando-se a cada dia, o que o torna, ao

mesmo tempo em que atrativo do ponto de vista econômico, um setor bastante

desafiador. Considerando o crescente aumento da atividade turística e dos níveis de

exigência dos turistas por serviços de qualidade, especialmente no setor de

restaurantes, faz-se necessário um empreendedor bem preparado para gerir a

atividade e lidar com períodos de sazonalidades, com a diversidade de clientes, e

com a preferência dos mesmos. O turismo gastronômico vem favorecendo o desenvolvimento das empresas

ligadas ao ramo da alimentação, gerando novos empregos, melhorando a qualidade

de vida nas cidades. Este aspecto é marcante também no litoral de Santa Catarina.

Florianópolis é uma cidade turística bem conceituada, e conhecida por sua beleza

natural.

Levando em consideração que uma boa gastronomia é uma das principais

exigências turísticas, o fundamental para o bom funcionamento de um restaurante,

especificamente voltado para o turismo, é escolher um ponto movimentado em um

local que possua atrativos para o turista. Sendo assim, é necessário observar as

expectativas, exigências e acima de tudo tratar bem a todos. Deixar para cada

cliente uma visão positiva do local, pois um percentual bastante grande de turistas

retorna à cidade em outra oportunidade. Por estas razões colocadas, optou-se em realizar o projeto na cidade de

Florianópolis que segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, a população estimada do município em 01 de julho de 2005 é de 396.778

45

habitantes. Considerando ainda, os dados obtidos através do SANTUR – Órgão

Oficial de Turismo da Secretaria de Estado, da Cultura Turismo e Esporte do estado

de Santa Catarina.

A Tabela 2 apresenta o movimento estimado de turistas nacionais e

estrangeiros que estiveram em Santa Catarina nos respectivos anos de 2003, 2004,

2005. Tabela 2 - Movimento estimado de turista

ORIGEM 2003 2004 2005 NACIONAIS 233.425 492.114 453.516 ESTRANGEIROS 74.769 89.328 120.582 TOTAL 308.194 581.442 574.098 Fonte: SANTUR/GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO (2006)

A Tabela 3 apresenta a receita estimada em dólar por turistas nacionais e

estrangeiros que estiveram em Santa Catarina nos respectivos anos de 2003, 2004,

2005. Tabela 3 - Receita estimada em dólar:

RECEITA 2003 2004 2005 NACIONAIS 37.348.375,75 89.065.878,70 126.796.554,20 ESTRANGEIROS 18.651.678,68 24.258.104,85 42.294.302,21 TOTAL 56.000.054,43 113.323.983,60 169.090.856,40 Fonte: SANTUR/GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO (2006)

A Tabela 4 apresenta o gasto médio estimado por turista em dólar que

estiveram em Santa Catarina nos respectivos anos de 2003, 2004, 2005. Tabela 4 - Gasto médio estimado por turista em dólar

ORIGEM 2003 2004 2005 NACIONAIS US$ 14,31 US$ 20,16 US$ 25,28 ESTRANGEIROS US$ 19,05 US$ 23,56 US$ 27,00 Fonte: SANTUR / GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO (2006)

4.2 ANÁLISE DO MERCADO

Para identificar o perfil do turista que freqüentará o restaurante Xodó da Praia,

foi realizada uma pesquisa de campo com a intenção de obter resultados sob as

expectativas e exigências de seu público, no caso um cliente freqüentador de

restaurantes. A pesquisa foi realizada entre janeiro e fevereiro de 2007, em Ingleses.

46

Após a análise dos dados coletados pôde-se comprovar que a maior parte

dos respondentes que freqüentam restaurantes, tem a faixa etária entre 46 e 60

anos, somando 34 pessoas, já na faixa etária de 36 a 45 anos responderam 29

pessoas. Essas faixas de idade foram as mais expressivas na pesquisa. Nas demais

faixas etárias encontram-se de 26 a 35 anos – 18 pessoas; até 25 anos 12 pessoas

e em menor número as pessoas com mais de 60 anos. Estes resultados estão

demonstrados no gráfico 1.

Gráfico 1 - Distribuição por idade Fonte: Dados Primários (2007/02)

O gráfico 2 mostra a distribuição quanto ao sexo. Pode-se observar que há

uma proporcionalidade equilibrada entre os respondentes.

Gráfico 2 - Distribuição por sexo Fonte: Dados Primários (2007/02)

12%

18%

29%

34%

7% Até 25 26 a 35 36 a 45 46 a 60 Mais de 60

51%

49% Feminino Masculino

47

Dos respondentes, observa-se que a maioria é casada, mas também como

pode se observar os solteiros são representativos. Como as maiores partes dos

entrevistados são casados e solteiros, há a probabilidade de futuramente, este

público constituir família e assim passar a influenciar a decisão na vinda ao

empreendimento. O gráfico 3 apresenta esta configuração.

Gráfico 3 - Distribuição pelo estado civil Fonte: Dados Primários (2007/02)

Os entrevistados foram questionados quanto a sua renda mensal e foram

constatados que em maioria do público que freqüenta restaurante possui renda entre

5 e 10 salários, seguindo uma proporção quem ganha entre 2 e 5 salários e também

quem tem renda mensal superior a 10 salários. O público com renda de até 2

salários mínimos não são representativos. A seguir o gráfico 4 mostra estes dados.

Gráfico 4 - Distribuição por renda familiar Fonte: Dados Primários (2007/02)

2% 23%

52%

23% Até 2 salários 2 a 5 salários 5 a 10 salários Mais de 10 salários

46%

1%

44%

9%

Casado Viúvo Solteiro Separado

48

Os entrevistados foram questionados quanto a sua assiduidade na praia dos

Ingleses e os resultados foram obtidos que a 69 pessoas freqüenta a praia somente

nas férias. Dos entrevistados, 16 pessoas visitam-na com freqüência, 12 pessoas

raramente e 3 pessoas responderam quem foi à primeira vez que estiveram no local.

Estes dados levam a crer que um público-alvo está concentrado nas férias, período

de maior movimento na região. A seguir o gráfico 5 mostra estes dados.

Gráfico 5 - Resultados da freqüência dos visitantes em Ingleses Fonte: Dados Primários (2007/02)

Dos respondentes, observa-se que a maioria, 92 entrevistados costuma

freqüentar restaurantes ‘’a La Carte’’, e 8 pessoas não freqüentam. A seguir o

gráfico 6 mostra estes dados.

Gráfico 6 - Resultados da freqüência dos visitantes em restaurante a Lá Carte em Ingleses Fonte: Dados Primários (2007/02)

8%

92%

Não Sim

3%

69%

12%

16% Primeira vez Somente nas férias Raramente Com frequência

49

Com relação à exigência dos respondentes sobre o que se procura em uma

casa gastronômica, foi constatado que 39 entrevistados, procura um preço mais em

conta, 21 entrevistados procuram uma variedade no cardápio e 20 um bom

atendimento. Também foram entrevistadas 12 pessoas que preferem um bom

atendimento em primeiro lugar e 8 pessoas que buscam uma culinária mais exótica.

A seguir o gráfico 7 mostra esses dados.

Gráfico 7 - Resultados da exigência dos visitantes a restaurante a Lá Carte em Ingleses Fonte: Dados Primários (2007/02)

Entre os pesquisados, foi questionado quanto à companhia no

estabelecimento gastronômico, e foi constatado que a grande maioria dos

entrevistados, 98 pessoas, costumam freqüentarem acompanhados de pelo menos

uma pessoa, e apenas 2 pessoas preferem freqüentar o ambiente de restaurante

sem companhia. A seguir o gráfico 8 mostra esses dados.

39%

12%

21% 8%

20% Preço Comida exótica Comida caseira Bom atendimento Variedade no Cardápio

50

Gráfico 8 - Resultados dos visitantes em restaurante a Lá Carte em Ingleses quanto à companhia Fonte: Dados Primários (2007/02)

Os entrevistados foram questionados sobre a forma de pagamento do qual

costumam realizar, e foi constatado que 48 pessoas preferem efetuar o pagamento

em dinheiro, 46 pessoas utilizam-se preferencialmente do cartão de crédito para

efetuar seus pagamentos e 7 pessoas com cheque. A seguir o gráfico 9 mostra

esses dados.

Gráfico 9 - Resultados da forma de pagamentos dos visitantes em restaurantes a Lá Carte em Ingleses Fonte: Dados Primários (2007/02)

Com base nesses dados apresentados, pode ser constatado que há mais de

um perfil de cliente para o restaurante Xodó da Praia, impossibilitando de ser

direcionado a um público alvo pré-determinado.

47%

7%

46% Dinheiro Cheque Cartão

2%

98%

Sozinho Acompanhado

51

4.2.1 Concorrentes

Para garantir a satisfação dos clientes é importante conhecer suas

necessidades. O setor gastronômico requer um cuidado maior e constante para

obter maior satisfação dos seus clientes, resultado obtido a partir da qualidade

percebida do serviço oferecido pelo estabelecimento.

Encantar o cliente externo é possibilitar à empresa sobrevivência e

crescimento, pois sem ele a mesma não existe, devendo assim haver uma especial

atenção na satisfação dos consumidores.

Para o Restaurante Xodó da Praia, seus principais concorrentes diretos são

os restaurantes Puerto Alcudia e Ancoradouro e qualquer outro ponto gastronômico

em Ingleses como concorrente indireto.

4.2.2 Fornecedores

Os fornecedores são o conjunto de pessoas ou organizações que suprem a

empresa de equipamentos, matéria-prima, mercadorias e outros materiais

necessários ao seu funcionamento. Na escolha de fornecedores deve-se considerar

a qualidade, quantidade, preço, prazo e forma de pagamento e de entrega, garantia

e outras informações úteis, dependendo das mercadorias ou serviços a serem

oferecidos.

No Quadro 6 apresentado na seqüência são descritas as empresas

fornecedoras de alimentos, bem como os produtos comercializados por elas.

Empresa Material fornecedor

AMBEV (Companhia de Bebidas das

Américas)

Bebidas – (refrigerantes, cervejas, chá

gelados)

Copal Alimentos Carnes – (Carne Bovina e Frangos)

Supermercado Giassi Carnes – (Carne bovina)

Macro Atacado e Varejo Lacticínios, materiais de limpeza e

higiene.

Atacado Vitória Materiais de limpeza e higiene

Pescados Gaivota Pescados

52

Peixaria do Nico Pescados

Pioneira Comércio de Pescados Pescados

Direto do Campo Rio Vermelho Frutas, verduras e temperos Quadro 6 - Fornecedores Fonte: Dados primários (2007)

4.2.3 Parceiros

Um parceiro alarga a oferta que apresenta aos seus clientes, com serviços de

qualidade e referenciados no mercado, fidelizando os seus clientes e cimentando

relações de credibilidade e longa duração.

O parceiro local possui material de publicidade do restaurante para

disponibilizar aos seus clientes. Um parceiro local funciona como um agente,

disponibilizando não apenas os seus serviços, mas também complementos,

satisfazendo as necessidades de seus clientes.

Em conversar informal, foram identificados alguns parceiros potenciais, são

eles: Ingleses Praia Hotel e o Companhia Inglesas Hotel que sinalizaram a indicação

do ‘’Restaurante Xodó da Praia’’ para seus hospedes.

4.3 PLANO OPERACIONAL

4.3.1 A empresa

O restaurante que será registrado com o nome fantasia ‘’Xodó da Praia’’ é

uma empresa que atuará no ramo gastronômico, com sede no município de

Florianópolis – SC.

Inicialmente a estrutura física permanecerá a mesma, havendo mudanças em

seu layout com a aquisição de novas mesas, cadeiras e um balcão para melhor

recepcionar seus clientes. Mudanças também ocorreram em sua comunicação

visual, como a fachada de cor diferenciada e uma placa luminosa de forma redonda.

Os esforços e investimentos iniciais do empreendimento estão focados tanto

na qualidade do atendimento como na qualidade de seu serviço. A operacionalidade

alimentícia do Restaurante Xodó da Praia terá como fonte de receita o fornecimento

53

de refeições de qualidade e preço abaixo da concorrência, visando a consolidação

do mercado consumidor no bairro Ingleses.

A demanda do mercado exige:

Comodidade e beleza – prazer em freqüentar o ambiente de seu restaurante.

Bom atendimento – o cliente fica sempre satisfeito mesmo quando seu

restaurante não dispõe do que ele deseja.

Interesse em satisfazer, resolver – o cliente é sempre ouvido e suas opiniões

consideradas.

Diferenciação – o cliente percebe algo de especial no restaurante.

Personalização – a idéia de que este cliente é especial.

Confiança e credibilidade – você passa a idéia de que a satisfação dele é

mais importante para você do que a venda.

Higiene – percebida em detalhes.

Exposição – o cliente percebe que para se satisfazer não depende de ação

sua, mas do que ele sente no seu restaurante, da forma como ele funciona.

Crédito e facilidade de pagamento – sua empresa se adapta ao nível de

renda do seu público.

Serviços adicionais – na prática você entrega satisfação, não somente

produtos ou serviços pelos quais o cliente já paga.

Valorização do cliente, respeito e seriedade – os direitos do cliente você

reconhece em todos os detalhes de sua operação.

Flexibilidade e adaptabilidade – de algum jeito, seu restaurante deve

satisfazer.

Inovação – seu restaurante é atualizado, esta imagem tem que ser constante.

Garantias – para o cliente ter certeza e confiar que não terá prejuízos.

O Restaurante seguirá as recomendações exigidas pela legislação no tocante

à ordem e higiene, inclusive no que se refere ao pessoal e ao material.

A proposta do ‘’ Restaurante Xodó da Praia ‘’ é ser referência no ramo

gastronômico, primando pela qualidade do serviço combinado a preços compatíveis,

a fim de manter a fidelização e conquista de novos clientes.

O restaurante por possuir localização privilegiada e estacionamento próprio

vem acrescentar ao diferencial perante os seus concorrentes.

54

O ‘’ Restaurante Xodó da Praia ‘’ adotará estratégias de vendas que

contemplem técnicas de convencimento e envolvimentos que façam com que os

clientes percebam que a empresa e o produto por ela oferecido são melhores que os

da concorrência. Isto permite que o restaurante se consolide no mercado

consumidor, conseqüentemente aumente suas vendas e tenha lucratividade positiva.

4.3.2 Estrutura funcional

Para o funcionamento do restaurante, a empresa deverá dispor de 1 (um)

gerente administrativo, responsável pelas tarefas administrativas e 7 colaboradores:

2 garçons, 1 copeiro (a), 1 cozinheiro (a) e 3 ajudantes de cozinha. A figura 3

mostra a configuração destra estrutura funcional.

Figura 3 - Estrutura funcional do Restaurante Xodó da Praia Fonte: Dados Primários (2007)

Cozinheiro

Ajudante de

cozinha

Garçom Ajudante de

cozinha

Ajudante de

cozinha

Garçom

Copeiro

Gerente Administrativo

55

O autor do trabalho, além da administração e gerenciamento de todas as

atividades envolvidas, será responsável pelos contatos com os fornecedores e

aquisição dos insumos necessários, além de serviços administrativos.

A o processo de recrutamento e seleção de pessoas é de extrema

importância para o restaurante, pois são eles os responsáveis pela qualidade dos

serviços prestados ao cliente.

A divulgação das vagas será feita através de anúncios em veículos noticiários

da região para posterior seleção dos candidatos, a qual deverão levar em

consideração alguns requisitos pré-estabelecidos.

A seleção adotada pelo restaurante será elaborada com entrevistas abertas

com o proprietário da empresa e aplicações de questionários a serem desenvolvidos

em momento oportuno.

O empreendimento terá mão-de-obra especializada na área gastronômica e

atendimento eficiente para que o cliente sinta-se satisfeito em todos os sentidos.

Contará ainda com equipamentos suficientes e eficazes para desempenhar as

atividades do empreendimento, além disso, utilizará matéria prima de primeira

qualidade o que garantirá pratos com sabores inigualáveis.

Os serviços serão realizados dando grande ênfase às normas de vigilância

sanitária o que garantirá total segurança no consumo de seus produtos e ainda

passará para seus clientes confiabilidade criando assim um vínculo ainda maior com

a empresa.

O Restaurante possui um total de 25 (vinte e cinco) mesas e 100 (cem)

cadeiras para receber seus clientes, podendo ser configuradas conforme o

movimento alterando o seu layout de forma sutil. No que se refere à área de

produção (cozinha), uma mesa central , onde são preparados os pratos, 1 (uma)

geladeira, 5 (cinco) freezer, 2 (duas) fritadeiras, 1 (um) fogão industrial e uma chapa,

de forma que a mesa como elemento central. Esta configuração é possível ser

observada nos anexos A, B, C.

A instalação do restaurante ocupará um espaço de 140m²; Para o

estacionamento dos veículos dos clientes será reservada uma área de 260m² e mais

20m² para os veículos da empresa.

56

4.3.3 Localização

O restaurante estará estabelecido na Rua Dom João Becker, no bairro de

Ingleses em Florianópolis.

Ingleses do Rio Vermelho é um distrito de Florianópolis situado no nordeste

da ilha de Santa Catarina, entre os distritos de Cachoeira do Bom Jesus e São João

do Rio Vermelho, Possui uma área de 20,47 km² e sua população em 2000 era de

16.514 habitantes. Além da sede, fazem parte do distrito as localidades de Sítio do

Capivari e Santinho (ou Aranhas dos Ingleses).

Localizada a 35 km do centro, a Praia dos Ingleses é de todas as praias de

Florianópolis a que possui a maior população residente. Grandes investimentos

foram feitos nos últimos anos, dotando o balneário de infra-estrutura turística —

formada por hotéis, pousadas, bares e restaurantes — que permite receber turistas

em qualquer época do ano.

Florianópolis localiza-se no centro-leste do estado de Santa Catarina e é

banhada pelo Oceano Atlântico. Grande parte de Florianópolis (97,23%) está situada

na Ilha de Santa Catarina. A área do município, compreendendo a parte continental

e a ilha, abrange 436,5 km²

Florianópolis tem no turismo uma de suas principais fontes de renda e sua

economia alicerçada basicamente nas atividades do comércio, prestação de

serviços públicos, indústria de transformação e turismo. Considerada por muitos

habitantes e turistas que a visitam como detentora de uma beleza singular, dotada

de fortes traços da cultura açoriana, observados nas edificações, artesanato, no

folclore, culinária e nas tradições religiosas, Florianópolis tem no turismo uma de

suas principais fontes de renda.

4.4 PLANO FINANCEIRO

Para o plano financeiro utilizaram-se os conceitos dos principais indicadores

financeiros, fundamentados neste trabalho, justificando a viabilidade do

empreendimento.

4.4.1 Investimentos iniciais

Nesta seção serão apresentados os gastos iniciais com a implantação do

Restaurante Xodó da Praia. A tabela 5 apresenta os investimentos iniciais.

57

Tabela 5 – Investimentos iniciais Equipamentos Preço Unitário Quantidade Preço

Geladeira industrial 1.390,00 1 unid 1.390,00

Freezer horizontal 530 lts 1.190,00 5 unid 5.950,00 Coifas e exaustores 400,00 2 unid 800,00

Mesa não porosa 250,00 1 unid 250,00 Pia 279,00 1 unid 279,00

Fogão industrial 999,00 1 unid 999,00 Fritadeira dupla cuba (água e óleo) 700,00 1 unid 800,00

Microondas 280,00 1 unid 280,00 Multiprocessador 199,00 1 unid 199,00

Chapa 165,00 1 unid 400,00 Liquidificador industrial 280,00 1 unid 280,00

Forno elétrico 500,00 1 unid 700,00 Panelas e similares 50 unid 2.000,00

Talheres 2,50 500 unid 1.250,00 Pratos 4,00 250 unid 1.000,00

Potes de armazenamentos 18,00 15 unid 270,00 Cortador de batata 60,00 1 unid 60,00

Travessas 8,00 150 unid 1.200,00 Comunicação visual 1.800,00

Mesas 90,00 25 unid 2.250,00 Cadeiras 30,00 100 unid 3.000,00

Balcão 450,00 1 unid 450,00 Freezer expositor 2.300,00 1 unid 2.300,00

Geladeira expositora 1.600,00 1 unid 3.000,00 Espremedor de frutas industrial 89,00 1 unid 89,00

Copos 2,00 300 unid 600,00 Registradora 789,00 1 unid 250,00

Ventilador de teto 84,00 4 unid 336,00 Aparelho de som ambiente 300,00 1 unid 300,00

Decorações 500,00 Galheteiros 30,00 20 unid 600,00

Porta guardanapos 4,00 25 unid 100,00

TOTAL 33.682,00 Fonte: Dados Primários (2007)

Ressalta-se que para implantação do Restaurante Xodó da Praia será

descartada qualquer fonte de financiamento existente no mercado para estes fins,

serão usados recursos próprios. Tabela 6 – Custos fixos nos cenários otimista, realista e pessimista Despesas mensais ano 1 R$ Encargos/ Salários 3.948,49 Serviços contábeis 380,00 Material promocional 20,00 Pró-labore 760,00 Total 5.108,49 Fonte: Dados Primários (2007)

58

Apesar de serem definidos como custos fixos, esses custos podem variar em

função da capacidade utilizada ou do volume de produção previsto.

Os percentuais para os cenários (otimista, realista e pessimista foram

baseados em Clemente (2002) com adaptações. Isto é, 100% otimista, 65% para o

realista e 40% para o pessimista).

As despesas variáveis mensais no ano 1 no cenário otimista (considerando

100% da capacidade) somam R$ 24.476,64 Estes valores podem ser observados na

tabela 7.

Tabela 7 – Custos variáveis no cenário otimista

Discriminação Otimista Impostos 5.216,64 Insumos 18.000,00 Luz 900,00 Água 110,00 Material de limpeza 150,00 Telefone 100,00 Total 24.476,64 Fonte: Dados Primários (2007)

As despesas variáveis mensais no ano 1 no cenário realista, com um fluxo

equivalente a 65% de vendas em relação ao cenário otimista somam um total de R$

15.636,56 Estes valores podem ser observados na tabela 8.

Tabela 8 – Custos variáveis no cenário realista Discriminação Realista Impostos 3.082,56 Insumos 11.700,00 Luz 585,00 Água 71,50 Material de limpeza 97,50 Telefone 100,00 Total 15.636,56 Fonte: Dados Primários (2007)

59

As despesas variáveis mensais no ano 1 no cenário pessimista, com um fluxo

equivalente a 40% de vendas em relação ao cenário otimista somam um total de R$

9.471,26 . Estes valores podem ser observados na tabela 9.

Tabela 9 – Custos variáveis no cenário pessimista Discriminação Pessimista Impostos 1.707,26 Insumos 7.200,00 Luz 360,00 Água 44,00 Material de limpeza 60,00 Telefone 100,00 Total 9.471,26 Fonte: Dados Primários (2007)

Os custos fixos mensais no ano 1 no cenário otimista, realista e pessimista

somam R$ 9.471,26. Estes valores podem ser observados na tabela 9.

A tabela 9 apresenta os custos variáveis nos cenários otimista, realista e

pessimista, relacionado com impostos sobre os serviços vendidos, insumos para a

elaboração dos pratos.

Já para os itens como água, luz, telefone e material de limpeza, os valores

são baseados em restaurantes do mesmo padrão de volume vendido.

A tabela 10 apresenta os gastos com custos mensais a empresa com cada

funcionário.

Tabela 10 – Custos mensais com funcionário. Discriminação Quantidade Valor (R$) Piso salarial 01 445,00 INSS 7,65% 34,04 FGTS 8,00% 35,60 Férias 1/12 37,08 Acréscimo sobre férias 1/3 12,35 Total 564,07 Fonte: Dados Primários (2007)

Conforme a tabela 10 os valores dos salários dos funcionários foram

baseados no piso da categoria, conforme o sindicato trabalhista.

60

Para as empresas que optam pelo imposto Simples Federal, a tabela 11

apresenta as alíquotas previstas de impostos federais, estaduais e municipais para

este tipo de empreendimento.

Tabela 11– Alíquota do imposto simples federal

Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP INSS ICMS

Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,21% 0,74% 0,00% 1,80% 1,25%

De 120.000,01 a 240.000,00 5,47% 0,00% 0,36% 1,08% 0,00% 2,17% 1,86%

De 240.000,01 a 360.000,00 6,84% 0,31% 0,31% 0,95% 0,23% 2,71% 2,33%

De 360.000,01 a 480.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,01 a 600.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,01 a 720.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,01 a 840.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,01 a 960.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Fonte: Receita Federal (2007)

4.4.2 Fluxo de caixa

O fluxo de caixa fornece um acompanhamento dos fluxos monetários através

de suas entradas e saídas, auxiliando na tomada de decisão, pois apresenta as

realidades financeiras da empresa, permitindo melhor gerenciamento dos recursos.

Através da tabela 12 demonstra-se à estimativa de receitas, despesas e respectivos

saldos anuais para elaboração do fluxo de caixa:

61

Tabela 12 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário otimista 2008 2009 2010 2011 2012

Entradas de caixa

748.800,00 783.469,44 819.744,07 857.698,22 897.409,64

Refeições vendidas (cenário otimista) 26 dias * 80 refeições/ dia * R$ 30,00 * 12 meses

748.800,00 783.469,44 819.744,07 857.698,22 897.409,64

SAÍDAS DE

CAIXA

355.021,56 357.919,92 360.952,48 364.897,37 368.252,99

Impostos - Simples Nacional-comércio

62.599,68 65.498,04 68.530,60 72.475,49 75.831,11

Encargos/ Salários

47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88

Insumos 216.000,00 216.000,00 216.000,00 216.000,00 216.000,00

Luz 10.800,00 10.800,00 10.800,00 10.800,00 10.800,00

Água 1.320,00 1.320,00 1.320,00 1.320,00 1.320,00

Telefone 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00

Taxas contabilidade

4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00

Material promocional

240,00 240,00 240,00 240,00 240,00

Material de limpeza

1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00 1.800,00

Pró-labore 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00

Saldo de Caixa 393.778,44 425.549,52 458.791,59 492.800,85 529.156,65 Fonte: Dados Primários (2007)

Cabe evidenciar que a análise dos fluxos de caixa será baseada no Índice

Geral de Preços de Mercado (IGPM) o qual equivale a 4,63% no acumulado

referente ao mês de agosto 2007. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS– FGV- 2007).

62

Tabela 13 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário realista 2008 2009 2010 2011 2012

Entradas de caixa

486.720,00 509.255,13 532.833,64 557.503,83 583.316,25

Refeições vendidas (cenário realista) 26 dias * 52 refeições/ dia * R$ 30,00 * 12 meses

486.720,00 509.255,13 532.833,64 557.503,83 583.316,25

SAÍDAS DE

CAIXA

248.940,60 250.653,27 252.421,88 254.320,17 256.281,91

Impostos - Simples Nacional-comércio

36.990,72 38.703,39 40.495,35 42.370,29 44.332,03

Encargos/ Salários

47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88

Insumos 140.400,00 140.400,00 140.400,00 140.400,00 140.400,00

Luz 7.020,00 7.020,00 7.020,00 7.020,00 7.020,00

Água 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00

Telefone 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00

Taxas contabilidade

4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00

Material promocional

240,00 240,00 240,00 240,00 240,00

Material de limpeza

1.170,00 1.170,00 1.170,00 1.170,00 1.170,00

Pró-labore 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00

Saldo de caixa 237.779,40 258.601,86 280.411,76 303.183,66 327.034,34 Fonte: Dados Primários (2007)

Na seqüência apresenta-se o cenário pessimista do fluxo de caixa

equivalente a 40% do cenário otimista.

63

Tabela 14 - Projeção de fluxo de caixa para cinco anos no cenário pessimista Entradas de caixa

299.520,00 313.387,77 327.897,62 343.173,44 359.062,37

Refeições vendidas (cenário pessimista) 26 dias * 32 refeições/ dia * R$ 30,00 * 12 meses

299.520,00 313.387,77 327.897,62 343.173,44 359.062,37

SAÍDAS DE CAIXA

174.957,04 175.905,60 176.898,07 177.942,94 179.029,74

Impostos - Simples Nacional-comércio

20.487,16 21.435,72 22.428,19 23.473,06 24.559,86

Encargos/ Salários

47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88 47.381,88

Insumos 86.400,00 86.400,00 86.400,00 86.400,00 86.400,00

Luz 4.320,00 4.320,00 4.320,00 4.320,00 4.320,00

Água 528,00 528,00 528,00 528,00 528,00

Telefone 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00

Taxas contabilidade

4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00 4.560,00

Material promocional

240,00 240,00 240,00 240,00 240,00

Material de limpeza

720,00 720,00 720,00 720,00 720,00

Pró-labore 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00 9.120,00

Saldo de caixa 124.562,96 137.482,17 150.999,55 165.230,50 180.032,63 Fonte: Dados Primários (2007)

4.4.3 Valor Presente Líquido (VPL)

O Valor Presente Líquido (VPL) é um dos indicadores mais importantes para

mensurar a viabilidade financeira de certo projeto de investimento, mostrando a

diferença entre o valor investido e o valor dos benefícios esperados, descontados

para data inicial.

64

Para apresentação destas projeções foi utilizada uma taxa de atratividade de

12,89% referente a taxa SELIC no acumulado do ano referente ao mês de agosto

2007. Os dados relacionados à Taxa SELIC foram coletados no Portal do Banco

Central do Brasil. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2007)

Para o cenário otimista tem-se um VPL de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

393.778,44<g>CFj>

425.549,52<g>CFj>

458.791,59<g>CFj>

492.800,85<g>CFj>

529.156,65<g>CFj>

12.89<i>

<f> <NPV>

Para o cenário realista tem-se um VPL de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

237.779,40<g>CFj>

258.601,86<g>CFj>

280.411,76<g>CFj>

303.183,66<g>CFj>

327.034,34<g>CFj>

12.89<i>

<f> <NPV>

Para o cenário pessimista tem-se um VPL de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

124.562,96>g<CFj>

137.482,17>g<CFj>

65

150.999,55>g<CFj>

165.230,50>g<CFj>

180.032,63>g<CFj>

12.89<i>

<f> <NPV>

Apresenta-se na seqüência a tabela 15, síntese da VPL para os cenários

otimista, realista e pessimista.

Tabela 15 - VPL nos cenários otimista, realista e pessimista Cenário Otimista Realista Pessimista

VPL 1.559.978,26 939.815,04 489.419,23 Fonte: Dados Primários (2007)

4.4.4 Taxa interna de retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é outro indicador importante utilizado para

mensurar a viabilidade de projetos de investimentos. Para fluxos de caixas

convencionais, um projeto é considerado viável se a sua Taxa Interna de Retorno for

maior que a Taxa Mínima de Atratividade, nesta projeção esta sendo utilizada uma

TMA de 12,89% (Taxa Selic).

Para o cenário otimista tem-se uma TIR de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

393.778,44<g>CFj>

425.549,52<g>CFj>

458.791,59<g>CFj>

492.800,85<g>CFj>

529.156,65<g>CFj>

<f> <IRR>

66

Para o cenário realista tem-se uma TIR de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

237.779,40<g>CFj>

258.601,86<g>CFj>

280.411,76<g>CFj>

303.183,66<g>CFj>

327.034,34<g>CFj>

<f> <IRR>

Para o cenário pessimista tem-se uma TIR de:

<f>REG

33.682,00<CHS<g<Cfo>

124.562,96>g<CFj>

137.482,17>g<CFj>

150.999,55>g<CFj>

165.230,50>g<CFj>

180.032,63>g<CFj>

<f> <IRR>

Apresenta-se na seqüência a tabela 15, síntese da TIR para os cenários

otimista, realista e pessimista.

Tabela 16 - TIR nos cenários otimista, realista e pessimista. Cenário Otimista Realista Pessimista

TIR 1.177,15 % a.a. 714.63 % a.a. 379,81 % a .a.

Fonte: Dados Primários (2007)

67

4.4.5 Período de recuperação do investimento (Payback)

Outro indicador muito utilizado na análise de projetos de investimentos é o

payback, isto é, o tempo necessário para recuperar o investimento realizado.

Ao calcular esse indicador, acumula-se período a período, o valor presente de

cada beneficio, até que a soma se iguale ao valor do investimento inicial. O payback

pode ser calculado rapidamente com o auxilio de uma calculadora financeira.

Para o cenário otimista tem-se um Payback de: Tabela 17 - Projeção do Período de recuperação do investimento para cinco anos no cenário otimista Ano

Fluxo de Caixa VP das Receitas Líquidas Fluxo de Caixa

Acumulado

0 Investimento inicial

33.682,00

-

-

1 393.778,44 348.816.05 348.816,.05

2 425.549,52 333.917,48 682 733,53

3 458.791,59 318 895,97 1001 629,50

4 492.800,85 303423,74 1 305 053,24

5 529.156,65 288 607,02 1593 660,26 Fonte: Dados Primários (2007)

dias

PaybackceitaodaVPAcumulad

toInicialInvestimen

35761933,3436005,816.348

682.33

360Re

Para o cenário realista tem-se um Payback de: Tabela 18 - Projeção do Período de recuperação do investimento para cinco anos no cenário realista Ano

Fluxo de Caixa VP das Receitas Líquidas Fluxo de Caixa

Acumulado

0 Investimento inicial 33.682,00

_ _

1 237.779,40 210.629,29 210.629,29

68

2 258.601,86 202.918,06 413.547,35

3 280.411,76 194.908,06 608.455,41

4 303.183,66 186.674,03 795 129,44

5 327.034,34 178367,61 793.497,05 Fonte: Dados Primários (2007)

dias

PaybackceitaodaVPAcumulad

toInicialInvestimen

5856,5736029,210629

682.33

360Re

Apresenta-se na seqüência o procedimento para o cálculo do Payback Descontado. Tabela 19 - Projeção do Período de recuperação do investimento para cinco anos no cenário pessimista Ano

Fluxo de Caixa VP das Receitas

Líquidas

Fluxo de Caixa

Acumulado

0 Investimento inicial 33.682,00

_ _

1 124.562,96 110.340,12 110.340,12

2 137.482,17 107 878,63 218.218,75

3 150.999,55 104.956,47 323 175,23

4 165.230,50 101.734,52 424.909,74

5 180.032,63 98.191,49 523.101,23 Fonte: Dados Primários (2007).

Para o cenário pessimista o cálculo do Payback Descontado tem-se:

diasPBD

diasPBD

PaybackceitaodaVPAcumulad

toInicialInvestimenPBD

110

89,10936012,340.110

682.33

360Re

Tabela 20 – Payback nos cenários otimista, realista e pessimista. Cenários Otimista Realista Pessimista

Payback 35 dias 58 dias 110 dias Fonte: Dados Primários (2007)

69

4.4.6 Demonstração do resultado do exercício (DRE)

A demonstração do resultado do exercício, oferece uma síntese financeira

dos resultados operacionais e não operacionais do Restaurante Xodó da Praia em

certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação,

em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para

fins fiscais. Tabela 21 – DRE - Demonstração do Resultado do Exercício nos cenários otimista, realista e pessimista. Descrição Otimista Realista Pessimista

Receita Bruta 748.000,00 486.720,00 299.520,00

Custos variáveis 292.519,68 186438,72 112.455,12

(-) Impostos 62.599,68 36.990,72 20.487,12

(-) Insumos 216.000,00 140.400,00 86.400,00

(-) Luz 10.800,00 7.020,00 4.320,00

(-) Água 1.320,00 858,00 528,00

(-) Material de limpeza 1.800,00 1.170,00 720,00

Margem de contribuição 456.280,32 300.281,28 187.064,88

Despesas fixas 62.501,88 62.501,88 62.501,88

(-) Pró-labore 9.120,00 9.120,00 9.120,00

(-) Taxas contabilidade 4.560,00 4.560,00 4.560,00

(-) Encargos/ Salários 47.381,88 47.381,88 47.381,88

(-) Material promocional 240,00 240,00 240,00

(-) Telefone 1.200,00 1.200,00 1.200,00

(=) Lucro líquido anual 393.778,44 237.779,40 124.563,00 Fonte: Dados Primários (2007)

4.4.7 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio indica o volume mínimo de vendas que o Restaurante

Xodó da Praia deve atingir para que a empresa não tenha prejuízo operacional. É

obtido pela divisão do total dos custos e despesas fixas pela margem de

contribuição.

70

Para o cenário otimista tem-se um Ponto de Equilíbrio de:

100.867,570.6077461561.301,88

0.39225385161.301,88

8800.74293.719,68

1

61.301,88Re

1

PE

PE

PE

PE

ceitaTotalvelCustoVariá

CustoFixoilíbrioPontodeEqu

Para o cenário realista tem –se o cálculo do Ponto de Equilíbrio

99.761,680,6144832361.301,88

0,38551677161.301,88486.720,00187.638,72

1

61.301,88Re

1

PE

PE

PE

PE

ceitaTotalvelCustoVariá

CustoFixoilíbrioPontodeEqu

Para o cenário pessimista tem-se o calculo do Ponto de Equilíbrio

98.786,350,6205500761.301,88

0,37944993161.301,88299.526,00113.655,121

61.301.88Re

1

PE

PE

PE

PE

ceitaTotalvelCustoVariá

CustoFixoilíbrioPontodeEqu

Apresenta-se na seqüência a tabela consolidada do Ponto de Equilíbrio para

os três cenários:

71

Tabela 22- Ponto de equilíbrio para os três cenários Cenários Otimista Realista Pessimista

Ponto de Equilíbrio 100.867,57 99.761,68 98.786,35

Fonte: Dados primários (2007.02)

O estudo contido neste trabalho deverá ser implantado num horizonte curto de

tempo conforme intenções do empreendedor, fazendo com que os benefícios sejam

alcançados rapidamente e possam gerar a satisfação dos clientes e o aumento da

lucratividade para a organização.

72

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em concordância com os autores estudados e citados na fundamentação

teórica, para o desenvolvimento da Viabilidade Econômico-financeira o

empreendedor tem a oportunidade de avaliar os riscos e a necessidade de um novo

empreendimento do ponto de vista mercadológico, operacional, jurídico, financeiro e

organizacional.

O cenário atual tem demonstrado a importância do aprofundamento das

informações quando se deseja implantar um novo empreendimento. Muitas

empresas recém criadas não têm continuidade, pois desconsideraram a relevância

dos estudos que dão sustentação à viabilidade de um novo negócio.

Com o Plano de Viabilidade Econômico-Financeira consolidado, o

empreendedor é capaz de avaliar a evolução da empresa ao longo de sua

implantação para cada um dos aspectos definidos nos objetivos iniciais,

possibilitando a comparação entre o previsto e o realizado.

O estudo realizado apontou dados que por si só justificam a implantação do

restaurante, conhecendo os potenciais clientes, bem como, as análises financeiras

do investimento, que apontou resultados além da expectativa.

Utilizando-se as ferramentas de análise financeira podem-se calcular todos os

custos relacionados ao processo produtivo de um restaurante, em função das

atividades que agregam valor à sua produção, apontando uma significativa

lucratividade a curto prazo.

Após realização das análises de mercado e financeira, pôde-se constatar a

viabilidade da implantação do ‘’Restaurante Xodó da Praia‘’. Como foi possível

verificar por meio dos cenários estudados, mesmo o pessimista traduz a viabilidade

positiva do empreendimento

O estudo de viabilidade econômico-financeira desenvolvido não esgota as

outras formas de se determinar à viabilidade de um negócio, porém já aponta a

atratividade do empreendimento.

Como acadêmico do Curso de Administração, o estudo foi compensador, pois

possibilitou crescimento profissional e pessoal, permitiu aprofundamento em

conhecimentos teóricos que contribuirão para futuras aplicações práticas do projeto.

Porém, é importante ressaltar a importância de se continuar pesquisando e

73

monitorando os dados, comparar os cenários e buscar maior consistência dos dados

para a tomada de decisão.

Recomenda-se para trabalhos futuros um estudo criterioso visando redução

de custos por meio da elaboração de balanços periódicos e demonstrações de

resultado para cálculos de indicadores relativos a endividamento, liquidez, capital de

giro, margens de lucratividade, taxas de retorno do investimento, vendas, receitas,

custos, despesas, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e outras operações

de interesse interno para fins de comparação entre períodos e tomadas de decisão.

Acrescenta-se ainda que a viabilidade do negócio não encerra com o estudo

realizado, se faz necessário um monitoramento permanente do ambiente e

segmento onde se insere este tipo de empreendimento, do fluxo financeiro e das

preferências do cliente.

Sendo assim o estudo mostrou que ao aplicar as ferramentas recomendadas

pela literatura, pode-se tomar decisões mais consistentes e evitar futuras

frustrações, neste caso a reabertura do restaurante na praia de Ingleses.

74

REFERÊNCIAS

BANCO CENTRAL do BRASIL – Selic – Mercado de Títulos Públicos. Disponível em: <www.bcb.gov.br/?SELICVARIA> Acesso em 20 de agosto de 2007. BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística Aplicada às Ciências Sociais. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998. BREALEY, R. A. et al. Fundamentos de administração financeira. 3 ed. Rio de Janeiro:Mc Graw Hill, 2001. BULGACOV, Sergio. Manual de gestão empresarial. São Paulo: Atlas S.A, 1999. BRIGHAM, E. F. et al. Administração financeira - teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2001. CARVALHO, Antônio Vieira de, SERAFIM, Oziléa Clen Gomes. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 1995. CHIAVENATO, Idalberto. Planejamento, recrutamento e seleção de pessoal. Como agregar talentos à Empresa. São Paulo: Atlas, 1999. CHURCHILL, Gilbert A. PETER, J.Paul. Marketing, criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2005. CLEMENT, Ademir. Projetos empresariais e públicos. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002 DEGEN, R. J. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: McGraw-Hill, 1989. DALLA ROSA, Vânia. [Planta baixa do Restaurante Xodó da Praia] Florianópolis 29 set. 2007. Folha A4 210mm x 297mm. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. 5.ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. 4.ed. São Paulo: Campus, 2001. DORNELAS, José Carlos Assis. Planejando incubadoras de empresa: como desenvolver um plano de negócios para incubadoras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. DORNELAS, José Carlos Assis. Plano de Negócios. Por que escrever um. Disponível em: <http://www.planodenegocios.com.br/default.asp>. Acesso em: 22 maio 2006. FGV, Fundação Getúlio Vargas – Divisão de gestão de dados. Disponível em: <http://www.fgv.br/dgd/asp/index.asp> Acesso em 2. set 2007 FRANCO, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços.15ed. São Paulo : Atlas S.A, 1992. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 7 ed. São Paulo: HARBRA, 1997. HAGUE, Paul; JACKSON, Peter. Faça sua própria pesquisa de mercado. São Paulo: Nobel, 1997.

75

HISRICH, Robert D; PETERS, Michael P. Empreendedorismo. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. HOJI, Masakazu. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: Uma abordagem prática. 5 ed. São Paulo: Atlas S.A, 2004 LEMES JÚNIOR, A. B. et al. Administração financeira: princípios, fundamentos e. práticas brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. LONGENECKER, Justin G.; MOORE Carlos W.; PETTY, J. Wiliam. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2001. MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003. MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. Edição compacta. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2001. McKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento. Rio de Janeiro: Campus. 1992. MOREIRA, Daniel. Administração da produção e operações. São Paulo: Pioneira, 1996. PAYNE, Adrian; CHRISTOPHER, Martin; CLARK, Moira; PECK, Helen. Relationship Marketing for Competitive Advantage: Winning and Keeping Customers. Oxford: Butterworth-Heinemann, 2000. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guias para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de casos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. ROSS, S.A., WESTERFIELD, R.W., JAFFE, J. F. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995. SANTOS, Joel J. Análise de custos. São Paulo: Atlas, 2000. SANTUR. Caracterização do setor. Disponível em: <http://www.sol.sc.gov.br/santur> Acesso em 15 maio 2006. SEBRAE. Plano de Negócio. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/planodenegocio_946.asp> Acesso em: 21 maio 2006. SEBRAE. Pesquisa de mercado. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br//principal.> Acesso em 16 junho 2006.

76

APÊNDICES

77

Apêndice A – Instrumento de Coleta de Dados

Perfil

1- Qual a sua faixa de idade? ( ) até 25 ( ) 36 a 45 ( ) mais de 60 ( ) 26 a 35 ( ) 46 a 60

2- Sexo? ( ) masculino ( ) feminino

3- Qual o seu estado civil? ( ) casado ( ) viúvo ( ) solteiro ( ) separado

4- Qual a sua renda familiar ( ) até 2 salários mínimos ( ) 5 a 10 salários mínimos ( ) 2 a 5 salários mínimos ( ) mais de 10 salários mínimos

Perguntas Específicas 1- Você costuma freqüentar a praia de Ingleses em Florianópolis? ( ) nunca ( ) somente nas férias ( ) raramente ( ) com freqüência 2- Freqüenta restaurante a Lá Carte nessa região? ( ) sim ( ) não 3- O que você procura em um restaurante a Lá Carte como item essencial além de uma boa refeição e higiene? ( ) preço ( ) comidas exóticas ( ) comida caseira ( ) bom atendimento ( ) variedade no cardápio 4- Você costuma ir ao restaurante: ( ) sozinho ( ) acompanhado 5- Qual a forma de pagamentos que você costuma utilizar em restaurantes? ( ) dinheiro ( ) cheque ( ) cartão

78

ANEXOS

Anexo B – Planta baixa da cozinha do restaurante e as posições dos móveis.

DALLA ROSA (2007)

1

ANEXO C – Ambiente físico total do restaurante

DALLA ROSA (2007)

Anexo A – Planta baixa do salão do restaurante e as posições das mesas.

DALLA ROSA (2007)