ESTUDO DE USUÁRIOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE ATIVIDADES

LÚDICAS E DE LEITURA NA PEDIATRIA DO HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE (RJ)

Robson Da Silva Teixeira, CRB-7/4399*

RESUMO: Descreve um estudo de usuários visando o desenvolvimento deatividades de leitura na pediatria do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG).Estabelecendo uma metodologia para verificação de perfis de usuários potenciais(crianças de 04 a 12 anos). Este estudo possibilitará traçar o perfil destes usuários,como por exemplo, tipo de leitura preferida, atividades mais adequadas, brinquedospreferidos. Tenciona subsidiar a implantação de atividades de leitura, de modo aestimular o contato da criança com o livro infantil, e o gosto pela leitura,proporcionando-lhe ocupação lúdica. Utiliza o método do levantamento, através dastécnicas de observação e de aplicação de questionário-entrevista, com o objetivo decoletar dados suscetíveis de avaliação quantitativa e qualitativa. Conclui que o perfildas crianças internadas na Pediatria do HUGG é um modelo de idéias, opiniões,gostos, interesses, capazes de motivar ações que levem ao livro.

1 Introdução

Na esteira do avanço da epidemia de Aids entre mulheres, está

também, o crescimento de um tipo ainda mais cruel de contaminação :

a transmissão perinatal do vírus, aquela que acontece da mãe

soropositiva para o filho.

Grande parte das crianças contaminadas acabam morrendo, as

sobreviventes, algumas passando hoje pela pré-adolescência,

enfrentam uma rotina de medicamentos e preconceito. Muitas delas,

mesmo na escola, entre outras crianças, não suportam o peso da

discriminação.

Na tentativa de fomentar o exercício da cidadania – um direito que

o preconceito e a discriminação vêm negando às crianças soropositivas

* Bibliotecário da Knoll, empresa farmacêutica multinacional. Especialista em Recuperação da Informação online.Pós graduando em Indexação e Recuperação da Informação na Universidade de Santa Úrsula. E-mailbiblioteca@knoll-as.com.br

– surgiu o interesse em conceber um espaço para o estabelecimento de

atividades de leitura e de outras atividades afins, no fomento do livro,

como jogos, brincadeiras, música e arte, na Pediatria do Hospital

Universitário Gaffrée e Guinle. Esse espaço, não como uma extensão

de biblioteca, mas, como uma área definida, ligada à Pediatria do

Hospital Universitário, deveria constituir-se segundo as expectativas de

seus usuários potenciais. Daí, a necessidade de formalização de um

estudo de usuários – como um estudo de mercado, de clientela – para

subsidiar, um dia, o estabelecimento de atividades características de

uma biblioteca, que viabilizam, antes de tudo, uma ação social, no

âmbito de uma Biblioteconomia cidadã.

Esta pesquisa tem como intuito desenvolver um estudo de

usuários com crianças aidéticas do Hospital Universitário Gaffrée e

Guinle (HUGG). Este estudo possibilitará traçar o perfil destes usuários,

como por exemplo, tipo de leitura preferida, atividades mais adequadas,

brinquedos preferidos.

A idéia surgiu a partir de uma reportagem publicada no jornal

Extra, onde o professor-titular da Escola de Medicina e Cirurgia da

Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Chefe da Pediatria do

Gaffrée e Guinle, o Dr. Azor José de Lima, estava à espera de ajuda

para um projeto de instalação de uma biblioteca com recreação para as

crianças aidéticas internadas nas Enfermarias do Hospital Universitário

Gaffrée e Guinle. Recém-reformada, a Pediatria do HUGG tinha, então,

cerca de 30 crianças internadas regularmente, sendo 20% aidéticas.

Estimular estas crianças com atividades lúdicas, segundo o Professor,

ganha importância no processo de recuperação, na medida em que

seus pais, também soropositivos, vivem sob a iminência da morte e do

risco de deixá-las desamparadas; nessas circunstâncias suas defesas

imunológicas tendem a diminuir, permitindo o avanço de doenças

(Junqueira, 1988, p. 10).

O estudo foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica, revisão de

literatura, consulta a especialistas e análise de dados colhidos a partir

de um questionário-entrevista, adequado ao público que constituiria o

universo da Pesquisa. Os dados coletados, depois de analisados,

fundamentaram o perfil dos usuários potenciais de atividades de leitura

apropriadas.

Uma das vantagens na utilização das opiniões do usuário, está

em verificar os níveis e tipos de suas necessidades (Figueiredo, 1979, p.

28) e viabilizar uma ação voltada para esses níveis e tipos de

necessidades.

Vale ressaltar que o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle

(HUGG), situado à Rua Mariz e Barros, 775, Tijuca, Rio de Janeiro, foi

inaugurado no dia 1º de novembro de 1929, sendo considerado “ o

maior e mais moderno da então capital federal” (Hospital, 1998); sua

direção, atualmente esta a cargo da Professora da Universidade do Rio

de Janeiro (UNIRIO) Célia Regina de Oliveira Garritano.

Em 16 de outubro de 1987, o HUGG foi credenciado como Centro

Nacional de Referência em AIDS e constitui-se, essencialmente, como

um hospital de ensino, sendo “referência do Ministério da Saúde para a

formação de Anátomo-Patologistas especializados em AIDS (Hospital,

17 de nov., 1998). A Pediatria, recém-reformada, tem capacidade para

cerca de 30 crianças, com a média, sobre esse total, de 20% de

aidéticas (Junqueira, 1998, p. 10).

2 Metodologia

Para o melhor entendimento da Pesquisa, no âmbito de suas

delimitações, há que definir alguns termos que assumiram caráter de

definições operacionais, a saber :

Estudo de usuários — investigações que objetiva identificar o que

os indivíduos precisam em matéria de informação, seus interesses e os

hábitos de uso da informação a partir do encorajamento para tornar as

suas necessidades conhecidas. De modo geral, os estudos de usuários

vêm sendo aplicados a usuários reais das bibliotecas ou objetivam, de

modo sublinear, ratificar atividades, projetos, serviços, justificando a

aplicação de recursos. “Poucos são os registros de desenvolvimento de

estudos de usuários como pré-requisito para a instalação de atividades

inerentes a bibliotecas – proposta-base desta Pesquisa” (Pinheiro,

1997).

Livro Infantil — É um tipo de obra literária criada especificamente

para crianças, onde não há um tema específico, pois admite a livre

transição da realidade para a fantasia, incorpora o texto a ilustração e

admite modalidades próprias, como conto de fadas ou histórias com

animais (Zilberman, 1987, p. 3).

Biblioteca Infantil — Biblioteca destinada a um público infantil,

com o objetivo de estimular a leitura como fonte de lazer, por meio de

atividades como a Hora do Conto e outras atividades lúdicas (A

BIBLIOTECA, 1998).

Brinquedo — “Objeto que serve para as crianças brincarem; jogo

de crianças, brincadeiras; divertimento, passatempo, brincadeira; festa,

folia, folguedo, brincadeira” (Ferreira, 1986, p. 286). A Associação

Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (ABFB), classifica brinquedo

em sete grandes categorias : “brinquedo para a primeira idade;

brinquedo para atividades físicas; brinquedo para atividades intelectuais;

brinquedo que reproduz o mundo técnico; brinquedo para o

desenvolvimento afetivo; brinquedo para atividades criativas e brinquedo

para relações sociais” (Brinquedos, 1998).

Para efeito desta Pesquisa, foram relevados os múltiplos conceitos

de brinquedos, assim como a sua classificação em categorias.

Usuário potencial e Usuário real — Usuário potencial é “aquele

que pode ser usuário da biblioteca”; enquanto que usuário real, “é

aquele que efetivamente usa a biblioteca” (Pinheiro, 26 novembro de

1998). O usuário potencial, nesta Pesquisa, será considerado como

aquele que pela condição de cidadão, tem direito de ter acesso a livros e

à informação; mas, no contexto, por razões contingências se vê privado

desse direito. O usuário que é objeto desta Pesquisa é um “usuário com

necessidades especiais”; um usuário “futuro” e potencial – numa

situação real onde futuro e potencialidades não constituem perspectivas

determinantes; e onde o livro ganha sentido como força "integradora".

As crianças internas na Pediatria do HUGG constituem uma

comunidade de “usuários com necessidades especiais”, que têm direito,

conferido pela cidadania, de acesso à informação – por isso, esta

Pesquisa.

Usuários com necessidades especiais — “Usuário ou cidadão

com necessidades especiais é aquele indivíduo que não dispõe das

condições físicas e/ou intelectuais que o colocariam em condições

idealmente igualitárias, em relação aos demais cidadãos” (Pinheiro, 13

março de 1999). Nas sociedades democráticas, impõe-se o apoio aos

cidadãos nessas circunstâncias com vista à sua plena integração na

vida em sociedade (Cidadãos, 1998).

Perfil de Usuário — Define-se como sendo o levantamento das

características do usuário, a partir da verificação de suas expectativas e

necessidades. O perfil do usuário objetiva, em última análise, aprimorar

os serviços e produtos oferecidos por uma biblioteca, ajustando-os ao

ponto de poder corresponder a uso constante e evolutivo. Ressalta-se

que as características dos usuários mudam com freqüência, à medida

em que os serviços e produtos já não atendem a sua demanda e de

suas necessidades (Furnival, 1995, p. 1-18).

2.1 Estudo de usuários

Para o desenvolvimento deste estudo, foi estabelecido o método do

levantamento, através das técnicas de observação e de aplicação de

questionário-entrevista (Bello, 1998), com o fim de coletar dados

suscetíveis de avaliação quantitativa e qualitativa.

A técnica da observação foi utilizada no ambiente comum às

crianças pesquisadas – a Enfermaria da Pediatria do HUGG – de modo

informal e ameno, a partir da conquista de sua confiança, ao final de

várias visitas e conversas.

O questionário-entrevista, aplicado e preenchido pelo pesquisador

junto à totalidade de crianças internadas, da faixa etária de 4 a 12 anos,

caracteriza-se como instrumento de coleta sobre o conhecimento da

biblioteca, do livro e sobre o interesse em atividades lúdicas que podem

ser associadas ao livro, no universo da biblioteca.

As atividades lúdicas relacionadas, que podem ser

desenvolvidas no espaço da biblioteca ou brinquedoteca,

estão intimamente ligadas à sua forma [da criança] de

comunicar-se e expressar-se (...) e têm relevantes funções

sociais e psicológicas (...). Do ponto de vista sociológico, as

brincadeiras (...) [têm] importância para o processo de

socialização infantil (...). Numa perspectiva psicológica,

essas brincadeiras oferecem satisfação e prazer, em função

do significado para cada criança, suas expectativas (...), os

papéis (personagens) que desempenha (Garcia, 1988,

p.9,11-12).

Para o desenvolvimento do questionário-entrevista, foram feitos

vários testes, com adultos e crianças – considerando que, em alguns

casos, os responsáveis dos entrevistados poderiam colaborar nas

respostas – com o intuito de resgatar brinquedos, jogos e brincadeiras

de seu interesse – fase de testagem do questionário-entrevista.

O questionário-entrevista é auto-explicativo, isto é, cada questão

tem, no seu enunciado as opções de resposta, a informação necessária

para aplicação (Quadro 1). Há a necessidade de conhecimento

anterior, fundamental, do Entrevistador, para a prestação de

esclarecimentos informais, desde que solicitado.

O questionário-entrevista foi estruturado em 10 campos, cada qual

com perguntas afins, nomeadamente :

1 Dados de Identificação

2 Perfil do Usuário

3 Sobre livros (conteúdo)

4 Sobre livros (forma)

5 Sobre livros (forma e conteúdo)

6 Sobre brinquedos, brincadeiras e jogos

7 Sobre atividades da biblioteca

8 Observações finais do Entrevistador

9 Data

10 Assinatura

Questionário 1

PESQUISA: Estudo de usuários para a implantação de atividades lúdicas e de

leitura na Pediatria do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (RJ)

PESQUISADOR: Robson da Silva Teixeira

QUESTIONÁRIO-ENTREVISTA

Perfil do Entrevistado

Instruções

O perfil deve ser preenchido pelo Entrevistador e nenhum campo deve ficar em branco.

Todos os campos, com exceção do campo hachurado, devem ser respondidos pela criança

(usuário potencial da atividade pretendida), sob a assistência e/ou colaboração de um

responsável autorizado (pais, irmãos ou outros parentes) – o enunciado de cada campo foi

elaborado considerando o universo do Entrevistado, observado ao longo da elaboração deste

instrumento e aperfeiçoado no período de testagem.

O campo hachurado deve ser respondido por um responsável autorizado (pais, irmãos ou outros

parentes) ou a partir do registro hospitalar ou prontuário médico.

Caso seja necessário, nas questões que oferecem respostas não-excludentes, mais de uma pode

ser indicada.

Cada campo, após a indicação da resposta, pode ser acrescido de comentários ou impressões

observadas pelo Entrevistador no comportamento do Entrevistado ou por este manifestadas, de

caráter sigiloso, que serão ou não utilizadas na análise qualitativa e quantitativa do

questionário-entrevista.

O tempo médio de duração de cada entrevista é de cerca de 30 (trinta) minutos.

Ao final da aplicação, o questionário-entrevista deve ser datado e assinado pelo Entrevistador e, a

partir de então, nenhum dado poderá ser acrescentado ao instrumento de coleta.

1 Dados de Identificação do Entrevistado

Nome:

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Data do nascimento: _____/_____/_____

Nome da Mãe:

Nome do Pai:

Endereço:

Bairro:

Cidade:

Telefone:

2 Perfil do Usuário Comentários/Impressões

observadas:

2.1 Você estuda?

( ) sim ( ) não

2.2 [Em caso positivo] Em que série você está?

2.3 [Em caso negativo] Por quê?

2.4 [Em qualquer caso] Você sabe ler?

( ) sim ( ) não

2.5 Você já foi a uma biblioteca?

( ) sim ( ) não

2.6 Você sabe dizer o que é uma biblioteca? [Em qualquer

caso, após a resposta do entrevistado, dizer o que é

alinhar os vários exemplos de livros selecionados ao

alcance da vista do entrevistado]. Biblioteca: é um espaço

onde existem vários livros para ler, estudar ou apenas

consultas.

( ) sim. O que é?

( ) não

2.7 Você gostaria que existisse uma biblioteca que você

pudesse usar livros como estes, por aqui, perto de você?

( ) sim. Onde?

( ) não. Por quê?

2.8 Se você pudesse escolher, você gostaria que essa

biblioteca fosse, também, uma brinquedoteca? [Explicar o

que é: Brinquedoteca é um espaço onde existem vários

brinquedos que podem ser usados e vários jogos e

brincadeiras que podem ser jogados e realizados]

( ) sim

( ) não. Por quê?

Que tipo de livro gosta de ler ou que leiam para você?

( ) gibi (histórias em quadrinhos)

( ) livros de versos (poesia)

( ) livros de “mocinho e bandido” (aventura)

( ) histórias de amor (romance)

( ) contos (histórias curtas, com uma mensagem no final)

( ) livros de piadas e adivinhações (“o que é, o que é?”)

( ) religiosos (com histórias da Bíblia ou de santos)

( ) histórias em que se pode imaginar o fim ou algumas

partes (interativos)

( ) histórias de fadas, mitos e lendas

( ) histórias de viagens

( ) histórias de grandes invenções

( ) histórias da vida de grandes pessoas (biografias)

( ) livros em que se pode pintar, desenhar

( ) outros:

4 Sobre livros (forma)

Que tipo de livros lhe interessa mais? [Mostras exemplos]

( 1 ) com muito texto

( 2 ) com muitas figuras

( 3 ) com mais texto que figuras

( 4 ) com mais figuras que texto

( 5 ) com texto e figuras bem proporcionadas (explicar)

(1) DUPRÉ, A montanha encantada,

1982.

(2) FÉLIX, O ratinho que morava no

livro, 1982.

(3) ROCHA, Atrás da porta, 1997.

(4) WOOD, A casa sonolenta, 1994.

(5) LINSELL, Já é hora de dormir.

1995.

5 Sobre livros (forma e conteúdo)

5.1 Que tipo de livros você gosta ou gostaria de

manusear? [Mostrar exemplos]

( 1 ) livro de plástico [que não suja e pode molhar]

( 2 ) livro de pano [fácil de manusear, não rasga]

( 3 ) livro-brinquedo [como um brinquedo, interativo]

( 4 ) livro-painel [só precisa ver]

(1) HORA de se lavar, 1985.

(2) QUEM faz?, [1985?].

(3) SEYMOUR, Dona traça papa-livros,

1985.

(4) PARMENTER, Cancões de natal,

1995.

5.2 Aponte um, entre estes, que tem tudo o que você

gosta.

( 1 ) ( 3 ) ( ) todos

( 2 ) ( 4 ) ( ) opções combinadas:

6 Sobre brinquedos, brincadeiras e jogos Comentários/Impressões

observadas:

Diga sim ou não para o que você gosta e que ficaria feliz

se encontrasse na biblioteca/brinquedoteca: [a cada

opção apresentada, marcar aquelas que forem indicadas

positivamente]

6.1 Brinquedos [atividades individuais]

( ) bambolê ( ) boneca-boneco ( ) Lego

(robôs etc.)

( ) bola de futebol ( ) carrinho ( ) pião

ou basquete

( ) bola de gude ( ) casinha ( ) quebra-

cabeças

( ) bolinha de ( ) “joão teimoso” ( ) videogame

sabão

( ) outros:

6.2 Brincadeiras [atividades em grupo]

( ) amarelinha ( ) dançar ( ) perna de pau

( ) brincadeira ( ) desenhar e ( ) “pique” (“alto”

de roda pintar “cola”, “pega”)

( ) cabra cega ( ) esconde- ( ) pular corda ou

esconde elástico

( ) cantar ( ) massa de ( ) recortar e

modelar colorir

( ) dança das ( ) outras:

cadeiras

6.3 Jogos [estabelecem adversários]:

( ) “adedonha” ( ) jogo da ( ) “o que é, o

que é?”

( ) boliche ( ) jogo de botões ( ) pingue-pongue

( ) cartas ( ) jogo de damas ( ) varetas

(baralho)

( ) dominó ( ) “a palavra é...” ( ) xadrez

( ) outros:

6.4 Outras atividades

( ) banda de música ( ) mágico ( ) pintura do

rosto

( ) contador de ( ) mímico ( ) teatro

história

( ) coral ( ) palhaço ( ) teatro de

bonecos

( ) outras:

7 Sobre atividades da biblioteca Comentários/Impressões

observadas:

Se tocasse música na biblioteca, de que tipo você

gostaria de ouvir?

( ) cantiga de roda ( ) música “de novela”

( ) músicas “americanas” ( ) pagode (É o tchan,

Molejo etc.)

( ) músicas de filmes ( ) Angélica, Eliana, Xuxa,

“Disney” Jacqueline, Banana de

Pijamas etc.

( ) outras:

7.2 Se a biblioteca tivesse uma televisão e você pudesse

assistir a desenhos animados ou a outros programas

infantis, quais você escolheria? [Sublinhar os mais

indicados]

( ) Angélica, Eliana, Xuxa ( ) Pernalonga, Patolino,

ou Jacqueline Pica-Pau, Piu-Piu e Frajola

( ) Banana de Pijamas ( ) Power Rangers

( ) Batman e Robin, Super Homem, Zorro ( ) Street

Fighters

( ) Castelo Rá-tim-bum ( ) Teletubbies

( ) Chaves/Chapolin ( ) Os Trapalhões

Colorado

( ) Disney Club (Mickey, ( ) Ursinhos carinhosos

Donald e sua turma)

( ) outros:

7.3 Se alguém resolvesse contar uma história e você

pudesse decidir a que será contada, qual você escolheria:

( ) A Arca de Noé

( ) 101 Dálmatas

( ) A Bela e a Fera

( ) A Pequena Sereia

( ) Alice no País das Maravilhas

( ) Bela Adormecida

( ) Chapeuzinho Vermelho

( ) Cinderela

( ) João e Maria

( ) Mônica e sua turma (Cascão, Cebolinha,

Magali etc.)

( ) Mulan

( ) O Corcunda de Notre Dame

( ) O Gato de Botas

( ) O Patinho Feio

( ) Os Três Porquinhos

( ) Pinóquio

( ) Pocahontas

( ) Rei Leão

( ) outras:

7.4 Você sabe contar uma história?

( ) sim. Então conte. ( ) não

Comentários/Impressões observadas:

( ) conta com detalhes

( ) confunde histórias

( ) não conta

( ) outros:

7.5 Se você ficar “dodói” e não puder ir à biblioteca, você

gostaria que esses jogos, brincadeiras e atividades

viessem até você, na Enfermaria?

( ) sim

( ) não. Por quê?

Observações finais do Entrevistador:

9 Data 11 Assinatura

As questões são objetivas, compondo um questionário-entrevista

fechado, de modo a validar a aplicação do método da estatística

descritiva (Bello, 1998, nota 15) – onde o total avaliado constitui o

universo da pesquisa (100%). A cada questão, foi acrescida uma opção

aberta, para garantir a indicação de dados não previstos e um campo

para anotações de impressões observadas pelo Entrevistador ao longo

de sua aplicação.

O campo 1 relaciona os dados de identificação do Entrevistado,

que pode ser preenchido com a colaboração de terceiros – pais,

parentes, etc.

O campo 2 objetiva identificar a formação do pequeno leitor, o

nível de conhecimento e vivência em biblioteca e o interesse por livros e

leitura.

Os campos 3, 4, e 5 são interrelacionados. O campo 3 pretende

identificar o tipo de leitura que interessa ao Entrevistado. A partir da

exposição de modelos – livros selecionados de acordo com seu

conteúdo e forma, em livraria e coleções particulares – pretende-se

verificar, nos campos 4 e 5, o interesse por este ou aquele conteúdo e

por esta ou aquela forma, separadamente e associando-se conteúdo e

forma. Para a construção desses campos, foram eleitos os seguintes

títulos :

No campo 4 :

1 Livro infantil com muito texto : praticamente, sem figura.

DUPRÉ, Maria José. A montanha encantada. 9.ed.

Il. Adelfo Suzuki. São Paulo : Ática, 1982.

111p. il. 20 cm. (Coleção Cachorrinho samba).

2 Livro infantil com muitas figuras : praticamente, sem texto.

FÉLIX, Monique. O ratinho que morava no livro.

5.ed. São Paulo : Melhoramentos, 1982. 30 p.

il. 14 cm.

3 Livro infantil com mais texto do que figuras : onde a figura tem

caráter complementar, é apenas ilustrativo (são poucas e apenas no

texto).

ROCHA, Ruth. Atrás da porta. II. Por Elizabeth

Teixeira. Rio de Janeiro : Salamandra, 1997.

30 p. il. 22 cm.

4 Livro infantil com mais figuras do que texto : São aqueles onde o

texto, nada mais é do que uma explicação da figura (bem curto).

WOOD, Audrey. A casa sonolenta. Il. por Don

Wood. 8.ed. São Paulo : Ática, 1994. 16 p.

il. 25 cm.

5 Livro infantil com texto e figuras bem proporcionados : Mesmo

volume de texto e figuras.

LINSELL, Tony (il.). Já é hora de dormir : ajude

a levar os filhotes para a cama. São Paulo :

Melhoramentos, 1995. 18 p. il. 19 cm.

No campo 5 :

1 Livro infantil de plástico :

HORA de se lavar. São Paulo : Siciliano, 1985.

5 p. il. 15 cm

2 Livro infantil de pano :

QUEM faz ? Rio de Janeiro : Maco, [1985?].

7 p. il. 16 cm.

3 Livro-brinquedo :

SEYMOUR, Peter. Dona traça papa-livros : um

livro fantoche. Rio de Janeiro : Salamandra,

1985. 7 p. il. 14 cm. (Coleção mãozinha Feliz).

4 Livro-painel :

CANÇÕES. Il. Wayne Parmenter. São Paulo :

Nova cultural, 1995. 5 p. il. 30 cm.

O campo 6 arrola brinquedos, brincadeiras, jogos e outras

atividades lúdicas que podem interessar às crianças – objetiva levantar

quais as atividades que poderiam ser implementadas, a partir de suas

preferências.

O campo 7 inventaria atividades que podem ser desenvolvidas na

biblioteca, envolvendo música, televisão e contação de histórias.

O campo 8 destina-se à indicação das observações finais do

Entrevistador, que não encontrem espaço (físico ou por afinidade), nos

campos destinados para esse fim, junto a cada questão.

Os campos 9 e 10 têm por finalidade datar a aplicação do

questionário-entrevista e identificar o Entrevistador – para atribuir

veracidade aos dados.

2.2 Análise de Dados

Selecionada a amostra e colhidos os resultados, evidenciou-se uma

variável razoável, com tendência para determinado valor. Foi, então,

aplicada a análise quantitativa, baseada na seleção das variáveis

estudadas, no julgamento de sua importância e na consideração de seu

significado estatístico.

A análise quantitativa foi eleita por viabilizar a demonstração de

dados e sua representação em gráficos, promovendo grande

visibilidade dos resultados alcançados.

Além desse método estatístico, foi aplicado o método da observação

vivencial, que facilitou o tratamento do objeto da pesquisa – a definição

do perfil do entrevistado, a partir de seus interesses – sem interferir com

os mesmos.

O tratamento e a análise dos dados da Pesquisa viabilizaram a

análise qualitativa e a análise quantitativa.

A análise qualitativa foi aplicada aos dados colhidos na observação.

O processo dessa análise abrangeu as seguintes etapas :

a) preparação e descrição do material;

b) redução dos dados (resumos, codificação, marcação de

temas, realização de mapeamentos);

c) escolha e aplicação dos modos de análise.

O processo de análise quantitativa envolveu as etapas :

a) codificação dos dados registrados;

b) digitação;

c) análise de consistência;

d) processamento;

e) interpretação e elaboração de conclusões (Bello, 14 de

novembro de 1998).

O questionário-entrevista foi aplicado a 7 crianças internadas na

enfermaria da Pediatria do Hospital Universitário Gafrée e Guinle, com

faixa etária entre 4 e 12 anos. Deste percentual, 57% são meninas,

enquanto 43% são meninos, e grande parte (72%) moram no município

do Rio de Janeiro; o restante (28%), em outras localidades, como São

João de Meriti e Rio Bonito.

Todas as crianças entrevistadas estão estudando, cursando

respectivamente a 1ª (29%), 2ª (42%) e 4ª (29%) séries. Entre as

crianças alfabetizadas (71%), constatou-se que a leitura é um fator

presente em suas vidas. Entretanto, os 29% que não sabem ler

(Gráfico 1) manifestaram um interesse muito grande em aprender – o

que mais uma vez vem ratificar a importância da implantação de

atividades de leitura na Pediatria do HUGG.

Gráfico 1

Você sabe ler?

SIM71%

NÃO29%

As múltiplas atividades de leitura que podem ser desenvolvidas,

podem ocorrer em qualquer espaço; entretanto, seria mais apropriado

que esse espaço fosse extensão de uma biblioteca, já que a idéia de

biblioteca não é estranho às crianças; 71% já foram a uma e o restante,

(29%) tem interesse em conhecer (Gráfico 2). No entanto, todas as

crianças souberam definir o que é uma biblioteca.

Gráfico 2

Entre os variados conceitos dados para a palavra “biblioteca”, 14%

classificam como um lugar onde se aprende a ler; para outros 14%, é

um lugar onde existem livros com figuras; e a grande maioria, 72%,

conceituam biblioteca como um lugar onde há muitos livros. Esses

conceitos ao universo infantil, são bastante relevantes, delineando um

perfil de usuários potenciais de biblioteca. É importante ressaltar que,

logo após a resposta, foi apresentada ao Entrevistado uma definição de

Você já foi a uma biblioteca?

SIM71%

NÃO, mas querem conhecer

29%

biblioteca, que praticamente ratificou seu conceito : um espaço onde

existem vários livros para ler, estudar ou apenas consultar.

Um fator importante no desenvolvimento desta Pesquisa, era

saber o grau de interesse das crianças pela implantação de atividades

de leitura, essas crianças foram abordadas como clientela, a qual, será

oferecido um produto e/ou serviço – 100% delas gostariam que

existisse uma biblioteca no HUGG.

Constatou-se significativo interesse, caso venha a se implementar

uma biblioteca, que suas atividades aconteçam na própria enfermaria, o

mais próximo possível das crianças, pois 57% enfatizaram que

gostariam que a biblioteca fosse na enfermaria; 29% preferiam que

fosse na entrada da Pediatria; enquanto 14% não têm preferência.

Por várias décadas, o brinquedo e a brincadeira sempre estiveram

presentes na infância da criança. A idéia de manter viva essa tradição

de brincar, levou ao questionamento sobre o interesse das crianças em

que a biblioteca também fosse uma brinquedoteca, o índice verificado foi

favorável em 71% das respostas (Gráfico 3).

Gráfico 3

Você gostaria que essa biblioteca fosse, também, uma brinquedoteca?

SIM71%

Indiferente29%

Para propor o desenvolvimento de atividades de leitura na

Pediatria do HUGG, foi necessário saber quais os tipos de conteúdo de

livros que as crianças gostariam de ler, para uma resposta mais clara e

objetiva, foram apresentados, os modelos variados de livros, sendo

admitida a escolha de um, vários e até, todos os modelos. Entre as

escolhas, verificou-se : obtiveram 100% das escolhas, gibis, religiosos e

livros de pintar, com 86% livros de versos, histórias de amor (romance),

histórias de fadas e histórias de viagens; com 71% livros de contos e

histórias de invenções e por fim, com 57% livros de “mocinho e bandido”

e histórias de biografias. Os livros interativos, foram os que menos

despertaram interesse nas crianças, com 29% das indicações.

Para análise do interesse provocado pela forma dos livros, foram

escolhidos cinco tipos representativos, segundo o volume de texto e

imagem. Observou-se que as crianças não demonstraram grande

interesse por livros que concentravam uma única forma, isto é, livros

com muitas figuras e/ou com muito texto (Gráfico 4), Já os livros com

mais texto que figuras (43%), e os livros com texto e figuras bem

proporcionados, provocaram 43% das escolhas.

Gráfico 4

Você se interessa por livros com muito texto e/ou com muitas figuras?

SIM14%

Não86%

Considerando que a faixa etária das crianças entrevistadas era de

4 a 12 anos, os livros que continham forma e conteúdo diferenciado, tais

como o livro-brinquedo (71% das opções) e o livro de plástico (43%),

tiveram aceitação imediata das crianças, que se apressaram em

manuseá-los com evidente prazer. Já o Livro-painel não obteve um

bom índice no critério “prazer no manuseio”, apenas 29%, talvez

provocadas pelo receio da fragilidade desses livros; pois, 57% das

crianças demonstraram que o livro-painel “tem tudo” que esperam num

livro.

O livro de Pano, obteve baixo índice de escolhas, apenas 14% -

justificado, talvez, por que as crianças não o conheciam e estavam

tendo o primeiro contato durante a aplicação do Questionário-entrevista.

Entre os brinquedos preferidos, a ordem de preferência foi a

seguinte : 86% escolheram Lego e bolinha de sabão; 71%, gostam de

boneca-boneco, robô, bola de futebol, pião, quebra-cabeças e

vídeogame; outros 43% preferiram bambolê e casinha; 57% optaram por

“João teimoso” e, por fim, 29% consideraram bola de gude e carrinho

como os melhores brinquedos.

Para a grande maioria das crianças, 86% esconde-esconde é a

melhor das brincadeiras; 71% escolheram amarelinha; desenhar, pintar

e cantar foram as opções de 71%, Dançar, brincar de roda, “pique”,

recortar, colorir e a dança das cadeiras obtiveram cada um 57% de

aprovação no gosto das crianças. Ficaram em última posição na

escolha, perna de pau e massa de modelar, com apenas 29% de

indicações.

Observou-se que “adedonha” é o jogo preferido das crianças

(100%) seguidos de varetas e jogo de botões com 86% de escolhas;

71% apontaram pingue-pongue, jogo da memória, boliche, jogo de

damas e dominó; “o que é, o que é? Teve 57%; seguido de jogo de

cartas e xadrez com 43% e “a palavra é...”, com 29%. O de menor

expressividade junto às criança, com 14% de escolha foi o totó.

Além das brincadeiras e dos jogos, as crianças demonstraram

grande interesse por atividades lúdicas, apontando : 100%, banda de

música e mímico; 86%, teatro de bonecos, contação de histórias e

teatro; 71%, mágico e pintura no rosto; 57%, coral e palhaço.

A implementação de brincadeiras, jogos e atividades lúdicas se

complementariam, na opinião das crianças entrevistadas, pela música :

86% delas gostam muito de ouvir pagode e as músicas da Angélica,

apresentadora de programa infantil na televisão; outros 71% escolheram

as músicas da Disney; 43%, cantigas de roda e música “de novela”. As

que tiveram os mais baixos índices foram, as músicas “americanas”,

com 29% e as músicas de Eliana e Jacqueline, também apresentadoras

da televisão, e do É o Tchan, com 14%.

Vale ressaltar que as crianças enumeraram alguns artistas e

músicas que não estavam arrolados no questionário, como 14% das

preferências : Titanic, Sandy & Júnior, Chiquititas e músicas de

capoeira.

Esses dados evidenciam a importância da Televisão para os

entrevistados, que a entendem como parte do espaço recreativo que

será utilizado para o desenvolvimento de atividades de leitura. Há, no

entanto, que definir a programação adequada ao perfil desses usuários

com necessidades especiais. Esses usuários souberam indicar suas

preferenciais : Castelo Rá-tim-bum, 100%; Chaves/Chapolim, Disney

Club, Pernalonga, Os Trapalhões e Os ursinhos carinhosos, 86%;

Angélica obteve 71%; Street Fighters, 57%; Banana de Pijamas,

Batman e Robin, Power Rangers e Teletubbies 43%. Os mais baixo

índices foram : Jacqueline, Eliana e Xuxa, com 14f%. Além disso,

14% dos entrevistados não indicaram preferências, considerando todos

os programas relacionados muito bons.

Quando foi perguntado sobre suas preferências, com relação a

histórias infantis, A bela e a Fera, Alice no País das maravilhas e Bela

Adormecida foram aclamadas; 101 Dálmatas e A pequena Sereia

ficaram com 86% das escolhas; Cinderela, João e o pé de feijão, Mônica

e sua turma, Mulan, Os três porquinhos, Pinóquio, Pocahontas e o Rei-

Leão, alcançaram 71% da preferência infantil; A Arca de Noé e João e

Maria obtiveram 43% enquanto que O gato de botas atingiu 57%. Para

as crianças as histórias infantis menos interessantes são : O patinho

feio e O Corcunda de Notre Dame, com 29% das escolhas; e

Chapeuzinho vermelho, com 14%.

A maioria das crianças se mostraram extrovertidas e

comunicativas; entretanto algumas pelo avanço da doença tinham

dificuldades em expressar suas opiniões – 14% contaram histórias que

não tinham começo, meio ou fim. Isto ficou claro no momento em que

se pediu para que elas contassem alguma história : 86%, contaram

histórias, detalhadamente; 14% confundiram histórias; e outras 14% não

quiseram ou não sabiam ou não lembravam de nenhuma história infantil.

Vale destacar que, do total, 14% ao invés de contarem histórias,

declamaram versos.

3 Conclusão

Ao longo da pesquisa foram percebidos alguns problemas para a

sua efetivação. Exigências de caráter burocrático dificultaram o acesso

à Pediatria, vez por outra, especialmente quando da aplicação do

questionário.

Percebi-se que a estrutura administrativa do HUGG não previu o

recebimento de indivíduos com o propósito de ajudar as crianças

internadas na Pediatria. Esta falta de previsão, caracterizou-se pela

inexistência de uma política coordenada de atendimento a essas

pessoas, pois toda e qualquer iniciativa só era viável com a anuência do

chefe da Pediatria, Prof. Dr. Azor José de Lima, que embora delegasse

competência a seus subordinados, estes relutavam em assumir a

“responsabilidade” da presença de um pesquisador na Pediatria.

A Pesquisa foi efetivada, em parte, pela insistência do

Pesquisador, que se fez conhecer, especialmente no período de

testagem do questionário-entrevista.

Apesar da emissão de carta de apresentação do Pesquisador e da

Pesquisa, ao longo de toda a sua operacionalização, tanto a Pesquisa

quanto o Pesquisador eram vistos como “estranhos” ou “não-

autorizados”.

A pesquisa, neste contexto, foi além de suas expectativas : traçou

o perfil de usuários potenciais de um espaço de leitura e evidenciou

uma estrutura administrativa que não está habituada a ver seus clientes

como objeto de pesquisa e observação, no âmbito das Ciências

Humanas. Essa constatação é incompreensível diante da qualidade e

da grandeza do trabalho desenvolvido por toda a equipe do Prof. Dr.

Azor José de Lima. Talvez, médico e equipe estejam tão dedicados

aos seu trabalho que não tenham concebido a eventual contribuição que

a Pesquisa poderia acrescentar à proposta, dele mesmo, de “trazer

alegria” para as crianças da enfermaria, através de atividades de leitura.

Isto posto, fica a expectativa de que se considere o perfil das

crianças internadas na Pediatria do HUGG – como um modelo de idéias,

opiniões, gostos, interesses, algumas vezes surpreendentes, capazes

de motivar ações que levem ao livro.

O dia-a-dia enfrentado pelas crianças que constituíram objeto

desta Pesquisa, ao contrário do que se imaginava, não é desintegrador,

descontinuado, “infeliz”...Os momentos breves de acesso ao livro e a

histórias infantis, durante a aplicação do questionário-entrevista,

evidenciou o prazer e o amor, pouco ou quase nada manifestados –

provavelmente, por falta de oportunidades.

Urge a implementação de leitura na Pediatria do HUGG – o perfil

de seus usuários potenciais evidenciou que livro e leitura são prazeres

ansiados.

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