estudo de interação de clonazepam e excipientes em...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE BIOLOGIA Franciny Aparecida Alves Estudo de interação de Clonazepam e excipientes em formulações farmacêuticas sólidas e validação de método indicativo de estabilidade CAMPINAS 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

Franciny Aparecida Alves

Estudo de interação de Clonazepam e excipientes

em formulações farmacêuticas sólidas e validação

de método indicativo de estabilidade

CAMPINAS

2017

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Franciny Aparecida Alves

ESTUDO DE INTERAÇÃO DE CLONAZEPAM E

EXCIPIENTES EM FORMULAÇÕES

FARMACÊUTICAS SÓLIDAS E VALIDAÇÃO DE

MÉTODO INDICATIVO DE ESTABILIDADE

Dissertação apresentada ao Instituto de

Biologia da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos

exigidos para a obtenção do título de

Mestra em Ciências na área de Fármacos,

Medicamentos e Insumos para Saúde.

Orientador: PAULO CÉSAR PIRES ROSA

O arquivo digital corresponde à versão final da dissertação defendida pelo aluno

Franciny Aparecida Alves e orientada pelo Dr. Paulo César Pires Rosa.

CAMPINAS

2017

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Campinas, 20/12/2017.

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Comissão Examinadora de Defesa

Prof. Dr. Paulo César Pires Rosa (orientador)

Profa. Dra. Alexandra Christine Helena Frankland Sawaya

Profa. Dra. José Luiz Costa

Observação: Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata

de defesa, que se encontra no processo de vida acadêmica do aluno.

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“Não é o que você faz, mas quanto amor você dedica no que faz que realmente importa ”

Madre Teresa de Calcutá

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus, que me possibilitou a oportunidade e o interesse em realizar esse

trabalho.

Aos meus pais, José Carlos e Marlene, por transmitirem valores não só por palavras, mas com

exemplo de vida, e por me fazerem acreditar que seria capaz de vencer os desafios.

Ao meu esposo Bruno, que desde que entrou na minha vida, deu mais sentido a tudo, transformando

dificuldades em desafios, fortalecendo minha vontade de vencer e realizar meus objetivos, pelo

companheirismo e por me encorajar a seguir em frente, me apoiando sempre.

Aos meus avós, tios, primos e todos meus familiares, pelo amor, carinho e por apoiar, torcer e vibrar

pelas minhas conquistas.

Aos meus amigos que me ajudaram, apoiaram e tornam minha vida mais feliz.

Às professoras Dra. Alexandra Sawaya, Dra. Marcia Cristina, pelas contribuições durante a

qualificação do projeto de pesquisa. À colaboração dos professores Dr. José Luiz Costa, Dra.Maria

de Lourdes Moraes e novamente Dra. Alexandra Sawaya na análise prévia e aos professores Dr.

José Luiz Costa, Dra. Alexandra Sawaya, por aceitarem compor a banca da defesa e fazer as

contribuições finais para a dissertação.

Ao Prof. Dr. Paulo Cesar Pires Rosa, pela oportunidade, paciência e por todos os ensinamentos.

Meus sinceros agradecimentos, sem seu direcionamento e apoio, com certeza, este projeto jamais

teria se concretizado.

Muito obrigado a todos vocês!

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RESUMO

Os estados de ansiedade e os distúrbios do sono representam problemas comuns, e

os agentes sedativo-hipnóticos estão entre as drogas mais largamente prescritas em

todo o mundo. Clonazepam, é um derivado benzodiazepínico amplamente

administrado como ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular e anestésico

sedativo. O delineamento do estudo de interação de excipientes de formulação de

Clonazepam e o desenvolvimento de método indicativo de estabilidade são as

grandes dificuldades na área farmacêutica, desafiando profissionais de

desenvolvimento de produtos farmacêuticos. Através deste estudo é possível

evidenciar a estabilidade do medicamento. Este trabalho teve como principais

objetivos, aplicar a análise por Infravermelho (IR) para verificação da degradação e

alteração dos grupos funcionais; aplicar análise térmica, devido a importância no

estudo de caracterização, a determinação do grau de pureza e a realização de

ensaios de estabilidade e cinética de decomposição; e desenvolver e validar um

método para a quantificação de Clonazepam, com uma nova análise cromatográfica

sem uso de tampão na fase móvel, para ser aplicado nos estudos de estabilidade de

formulações farmacêuticas e na análise de produtos de degradação. Os resultados

obtidos da análise térmica mostraram que os excipientes estudados não

evidenciaram mudanças no comportamento térmico das misturas binárias

clonazepam-excipiente sem indicação de incompatibilidade. O método analítico

desenvolvido por Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE) mostrou-se

adequado para a quantificação de Clonazepam e de suas impurezas, baseando-se

nos parâmetros de validação da resolução da ANVISA (899/2003). A implementação

da análise térmica e a aplicação de novos métodos analíticos têm sido consideradas

importantes ferramentas nas diferentes áreas da indústria farmacêutica, fornecendo

informações que determinam os parâmetros de qualidade tecnológicos do

medicamento, visando o desenvolvimento de novas formulações.

PALAVRAS-CHAVE: Clonazepam; Estabilidade; Produtos de Degradação;

Excipientes; Desenvolvimento de Métodos; Validação; Análise Térmica.

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ABSTRACT

Anxiety and sleeping disturbs states represent common problems and the sedative-

hypnotics agents are among the most widely prescribed drugs all over the world.

Clonazepam is a benzodiazepine derivative largely given as an anxiolytic,

anticonvulsant, muscle relaxant and sedative anaesthetic. The delineation of the

study on the interaction of excipients of Clonazepam formulation and the

development of indicative method of stability are the major difficulties in the

pharmaceutic area, challenging pharmaceutics products developers. Through the

present study, it is possible to demonstrate the medication stability. This study has

had as main objectives to apply the analysis via Infrared (IR) to verify the degradation

and alteration of the functional groups; to apply thermal analysis, due to their

importance in the characterization study, the determination of the purity degree and

the execution of stability and decomposition kinetic tests; and to develop and validate

a method for the quantification of Clonazepam, with a new chromatographic analysis

with no use of buffer in the mobile phase to be applied in the studies of stability of

pharmaceutic formulations and in the analysis of degradation products. The results

obtained from the thermal analysis have showed that the studied excipients did not

reveal changes in the thermal behaviour of the binary mixtures, clonazepam-

excipient, with no indication of incompatibility. The analytic method developed by

High Performance Liquid Chromatography (HPLC) has been shown adequate for

quantification of Clonazepam and its impurities, based on the validation parameters

of the Brazilian Health Regulatory Agency’s (ANVISA) resolution (899/2003). The

implementation of thermal analysis and the application of new analytic methods have

been considered important tools in the diverse areas of the pharmaceutical industry,

providing information that define the technological quality parameters of the

medication, aiming the development of new formulations.

KEYWORDS: Clonazepam; Stability; Degradation Products; Excipients; Methods

Development; Validation; Thermal Analysis.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Estrutura molecular do Clonazepam (A), Composto Relacionado A (B),

Composto Relacionado B (C) respectivamente. ....................................................... 22

FIGURA 2 – Fluxograma de validação de métodos analíticos.................................. 50

FIGURA 3 – Espectro de Infravermelho do Clonazepam ......................................... 56

FIGURA 4 – Espectro de Infravermelho do Amido. .................................................. 57

FIGURA 5 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e Amido.......... 57

FIGURA 6 – Espectro de Infravermelho do Estearato de magnésio ......................... 58

FIGURA 7 – Espectro de Infravermelho da mistura de CLZ e Estearato de magnésio

.................................................................................................................................. 58

FIGURA 8 – Espectro de Infravermelho da Celulose microcristalina ........................ 59

FIGURA 9– Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e Celulose

microcristalina. .......................................................................................................... 60

FIGURA 10 – Espectro de Infravermelho da Lactose monohidratada ...................... 60

FIGURA 11 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e Lactose

monohidratada .......................................................................................................... 61

FIGURA 12 – Espectro de Infravermelho da mistura de excipientes ........................ 61

FIGURA 13 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e excipientes

................................................................................................................................. 62

FIGURA 14 – Curva de DSC do Clonazepam .......................................................... 63

FIGURA 15 – Curva de DSC do Amido .................................................................... 63

FIGURA 16 – Curva de DSC da mistura de Clonazepam e Amido. ......................... 64

FIGURA 17 – Curva de DSC comparativa de Clonazepam e Amido ........................ 64

FIGURA 18A – Curva de TG e DTG do Clonazepam. .............................................. 66

FIGURA 18B - Curva de TG e DTG do Amido (b), mistura de Clonazepam com

Amido (c) e comparativo (d). ..................................................................................... 67

FIGURA 19 – Curva de DSC do Estearato de magnésio ......................................... 68

FIGURA 20 – Curva de DSC da mistura de CLZ e Estearato de magnésio ............. 68

FIGURA 21 – Curva de DSC Comparativa de CLZ e Estearato de magnésio.......... 69

FIGURA 22 – Curva de TG e DTG do CLZ (a), Estearato de magnésio (b),

mistura de Clonazepam com Estearato de magnésio (c) e comparativo (d) ............ 71

FIGURA 23 – Curva de DSC da Celulose microcristalina ........................................ 72

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FIGURA 24 – Curva de DSC da mistura de Clonazepam e Celulose microcristalina

................................................................................................................................. .73

FIGURA 25 – Curva de DSC Comparativa de Clonazepam e Celulose microcristalina

.................................................................................................................................. 73

FIGURA 26 – Curva de TG e DTG do Clonazepam(a), Celulose microcristalina(b),

mistura de Clonazepam com Celulose microcristalina(c), e comparativo(d) ............ 76

FIGURA 27 – Curva de DSC da Lactose .................................................................. 77

FIGURA 28 – Curva de DSC da mistura de Clonazepam e Lactose ........................ 78

FIGURA 29 – Curva de DSC comparativa do Clonazepam e Lactose ..................... 78

FIGURA 30A – Curva de TG e DTG do Clonazepam (a) e Lactose (b) .................... 80

FIGURA 30B – Curva de TG e DTG para mistura de CLZ com Lactose (c) e

comparativo (d) ......................................................................................................... 80

FIGURA 31 – Curva de DSC mistura de excipientes ................................................ 82

FIGURA 32 – Curva de DSC Clonazepam e mistura de excipientes ........................ 83

FIGURA 33 – Curva de TG da mistura de Clonazepam e excipientes ..................... 84

FIGURA 34 – Cromatograma da solução de padrões de CLZ, CR A, CR B ............ 85

FIGURA 35 – Cromatograma da solução amostra de CLZ à 0,1mg/mL ................... 86

FIGURA 36 – Curva Analítica - Área x Concentração Clonazepam ......................... 91

FIGURA 37 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica

Clonazepam .............................................................................................................. 91

FIGURA 38 – Gráfico de Resíduos Clonazepam ...................................................... 92

FIGURA 39 – Gráfico de Resíduos Padronizados Clonazepam ............................... 92

FIGURA 40 – Curva Analítica - Área x Concentração CR A ..................................... 93

FIGURA 41 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica CR A

.................................................................................................................................. 94

FIGURA 42 – Gráfico de Resíduos CR A ................................................................. 94

FIGURA 43 – Gráfico de Resíduos Padronizados CR A .......................................... 95

FIGURA 44 – Curva Analítica - Área x Concentração CR B ..................................... 96

FIGURA 45 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica CR B

.................................................................................................................................. 96

FIGURA 46 – Gráfico de Resíduos CR B ................................................................. 97

FIGURA 47 – Gráfico de Resíduos Padronizados CR B .......................................... 97

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Ensaios necessários para a validação ................................................. 37

TABELA 2 – Parâmetros e critérios de aceitação estudados na validação .............. 44

TABELA 3 – Misturas binárias de excipientes .......................................................... 47

TABELA 4 – Formulação da amostra simulada ........................................................ 49

TABELA 5 – Níveis de concentrações das soluções usadas no ensaio de Linearidade

.................................................................................................................................. 52

TABELA 6 – Níveis de concentrações das soluções usadas no ensaio de Exatidão.

.................................................................................................................................. 53

TABELA 7 – Absorção dos principais grupos funcionais para o Clonazepam .......... 56

TABELA 8 – Resultados de entalpia e temperatura para o ensaio de DSC para

Clonazepam e Amido ............................................................................................... 65

TABELA 9 – Resultados de entalpia e temperatura para o ensaio de DSC para

Clonazepam e Estearato de magnésio ..................................................................... 69

TABELA 10 – Dados dos ensaio de TG para Clonazepam , Estearato de magnésio e

mistura de Clonazepam com Estearato de magnésio .............................................. 71

TABELA 11 – Resultados de entalpia e temperatura para o ensaio de DSC para

Clonazepam e Celulose microcristalina .................................................................... 74

TABELA 12 – Dados dos ensaios de TG para Clonazepam, Celulose microcristalina

e mistura de Clonazepam com Celulose microcristalina .......................................... 74

TABELA 13 – Resultados de entalpia e temperatura para o ensaio de DSC para

Clonazepam e Lactose ............................................................................................. 79

TABELA 14 – Dados dos ensaio de TG para Clonazepam, Lactose e mistura de

Clonazepam com Lactose ........................................................................................ 81

TABELA 15 – Resultados de entalpia e temperatura para o ensaio de DSC para

mistura de excipientes. ............................................................................................. 81

TABELA 16 – Adequação do sistema . ..................................................................... 87

TABELA 17 – Seletividade / Especificidade.............................................................. 88

TABELA 18 – Degradação Forçada Padrão. ............................................................ 88

TABELA 19 – Degradação Forçada Amostra. .......................................................... 88

TABELA 20 – Produtos de Degradação encontrados no teste de degradação

Forçada .................................................................................................................... 89

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TABELA 21 – Linearidade Clonazepam. .................................................................. 90

TABELA 22 – Linearidade CR A. .............................................................................. 93

TABELA 23 – Linearidade CR B. .............................................................................. 95

TABELA 24 – Limite de Quantificação de Clonazepam. ........................................... 98

TABELA 25 – Limite de Quantificação de CR A. ...................................................... 98

TABELA 26 – Limite de Quantificação de CR B ....................................................... 98

TABELA 27 – Padrão CLZ – Precisão Intradia. ........................................................ 99

TABELA 28 – Padrão CLZ – Precisão Interdia . ....................................................... 99

TABELA 29 – Exatidão do Clonazepam . ............................................................... 100

TABELA 30 – Exatidão do CR A . ........................................................................... 100

TABELA 31 – Exatidão do CR B . ........................................................................... 101

TABELA 32 – Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CLZ. .............. 102

TABELA 33 – Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CR A. ............ 102

TABELA 34 – Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CR B. ............ 102

TABELA 35 – Estudo de estabilidade ..................................................................... 104

TABELA 36 – Produtos de degradação encontrados no teste de estabilidade....... 104

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µ – Micro

°C – Graus Célcius

% - Porcentagem

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BZDs - Benzodiazepícos

C8 – Octil

C – Carbono

Cf – Concentração Final

CLAE – Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

cm-1 – Centímetro a menos 1

CMD - Concentração média determinada

CR A – Composto Relacionado A

CR B – Composto Relacionado B

DP – Desvio Padrão

DPR – Desvio Padrão Relativo

DSC - Calorimetria Exploratória Diferencial

DTA - Análise Térmica Diferencial

DTG - Termogravimetria Derivada

Ed - Edição

FE – Fase Estacionária

FM – Fase Móvel

FT/IR - Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier

g - Grama

GABA - Ácido gama-aminobutírico

H - Hidrogênio

HPLC - High Performance Liquide Chromatography

ICH - International Conference on Harmonisation

IFA – Insumo Farmacêutico Ativo

IV – Infra-Vermelho

J - Jaule

L – Litros

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LQ – Limite de Quantificação

M - Molar

mg – Miligramas

min - Minutos

mL – Mililitros

mm – Milímetros

N - Nitrogênio

ng - Nanogramas

nm – Nanômetro

O - Oxigênio

pKa – Log negativo da Constante de Acidez

pKb – Log negativo da Constante Básica

p/p – Peso por Peso

p/v – Peso por Volume

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

RE – Resolução

RRT – Tempo de Retenção Relativo

SNC – Sistema Nervoso Central

T - Temperatura

TG - Termogravimetria

USP – United States Pharmacopeial

UR – Umidade Relativa

v/v/v – Volume por volume por volume

v/v – Volume por volume

WHO - World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS .............................................................................. 18

1.1 Introdução ......................................................................................................... 18

2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 20

2.1.1 Objetivo geral ............................................................................................. 20

2.1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 20

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 21

3.1 Benzodiazepínicos ........................................................................................... 21

3.2 Clonazepam ...................................................................................................... 22

3.3 Estudo de compatibilidade fármaco x excipiente ......................................... 24

3.3.1 Excipientes ..................................................................................................... 26

3.4 Análise Térmica ................................................................................................ 26

3.5 Espectroscopia de Infravermelho ................................................................... 27

3.6 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) ......................................... 28

3.7 Estabilidade ...................................................................................................... 29

3.7.1 Estudo de Degradação Forçada ............................................................... 33

3.8 Desenvolvimento de Métodos ......................................................................... 35

3.9 Validação de Métodos ...................................................................................... 36

3.9.1 Especificidade/Seletividade ...................................................................... 38

3.9.2 Linearidade ................................................................................................ 39

3.9.3 Exatidão ...................................................................................................... 40

3.9.3.1 Fármaco .................................................................................................. 40

3.9.3.2 Forma Farmacêutica .............................................................................. 41

3.9.3.3 Impurezas ................................................................................................ 41

3.9.4 Precisão ...................................................................................................... 41

3.9.4.1 Repetitividade (Precisão Intradia) ......................................................... 43

3.9.4.2 Precisão Intermediária (Precisão Interdia) ........................................... 43

3.9.4.3 Reprodutibiblidade ................................................................................. 44

3.9.5 Limite de Quantificação ............................................................................ 44

3.9.6 Robustez .................................................................................................... 44

4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 46

4.1 Materiais ............................................................................................................ 46

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4.1.1 Matérias-primas ......................................................................................... 46

4.1.2 Reagentes .................................................................................................. 46

4.1.3 Consumíveis .............................................................................................. 47

4.1.4 Aparelhagem experimental ....................................................................... 47

4.2 Métodos ............................................................................................................ 47

4.2.1 Estudo de interação fármaco + excipiente .............................................. 47

4.2.2 Infravermelho ............................................................................................. 48

4.2.3 Termogravimetria ...................................................................................... 48

4.2.3.1 Calorimetria exploratória diferencial .................................................... 49

4.2.4 Desenvolvimento do método cromatográfico ......................................... 49

4.2.4.1 Preparo das Soluções ............................................................................ 49

4.2.4.2 Condições Cromatográficas .................................................................. 50

4.2.5 Validação do Método ................................................................................. 51

4.2.5.1 Elaboração do protocolo ....................................................................... 51

4.2.5.2 Seletividade/Especificidade .................................................................. 52

4.2.5.2.1 Degradação Forçada ........................................................................... 52

4.2.5.3 Linearidade ............................................................................................. 53

4.2.5.4 Exatidão .................................................................................................. 54

4.2.5.5 Precisão .................................................................................................. 54

4.2.5.6 Limite de Quantificação ......................................................................... 55

4.2.5.7 Robustez ................................................................................................. 55

4.2.5.8 Estudo de estabilidade .......................................................................... 56

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 57

5.1 Infravermelho ................................................................................................... 47

5.2 Calorimetria Exploratória Diferencial e Termogravimetria ........................... 62

5.2.1 Clonazepam e Amido .................................................................................. 62

5.2.1.1 DSC Clonazepam e Amido ...................................................................... 62

5.2.1.2 TG Clonazepam e Amido ......................................................................... 65

5.2.2 Clonazepam e Estearato de Magnésio ...................................................... 67

5.2.2.1 DSC Clonazepam e Estearato de Magnésio .......................................... 67

5.2.2.2 TG Clonazepam e Estearato de Magnésio ............................................. 69

5.2.3 Clonazepam e Celulose microcristalina ................................................... 71

5.2.3.1 DSC Clonazepam e Celulose microcristalina ........................................ 71

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5.2.3.2 TG Clonazepam e Celulose microcristalina .......................................... 73

5.2.4 Clonazepam e Lactose monoidratada ....................................................... 76

5.2.4.1 DSC Clonazepam e Lactose monoidratada ........................................... 76

5.2.4.2 TG Clonazepam e Lactose monoidratada .............................................. 79

5.2.5 Excipientes e Clonazepam com excipientes ............................................ 81

5.2.5.1 DSC Excipientes e Clonazepam com excipientes ................................. 81

5.2.5.2 TG Excipientes e Clonazepam com excipientes ................................... 83

5.3 Desenvolvimento de métodos ...................................................................... 84

5.4 Validação de métodos ................................................................................... 86

5.4.1 Adequação do Sistema .............................................................................. 86

5.4.2 Especificidade/Seletividade ........................................................................ 87

5.4.3 Linearidade .................................................................................................. 90

5.4.4 Limite de Quantificação ............................................................................. 98

5.4.5 Precisão ........................................................................................................ 98

5.4.6 Exatidão ..................................................................................................... 100

5.4.7 Robustez .................................................................................................... 101

5.4.8 Estabilidade ................................................................................................ 103

6 CONCLUSÃO .................................................................................................. 106

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 108

ANEXOS ................................................................................................................. 108

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18

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

1.1 Introdução

Os estados de ansiedade e os distúrbios do sono representam problemas

comuns, e os agentes sedativo-hipnóticos estão entre as drogas mais largamente

prescritas em todo o mundo. Clonazepam (CLZ) é o principio ativo do medicamento

referência, genérico e similar, na forma farmacêutica de comprimido, solução. É um

derivado benzodiazepínico amplamente administrado como ansiolítico,

anticonvulsivante, relaxante muscular e anestésico sedativo. Possui ação inibitória

das funções do sistema nervoso central e sua biotransformação ocorre principalmente

pela redução do grupo 7-nitro, durante a qual, espécies tóxicas podem ser formadas

(SHARMA et al, 2010).

Os ansiolíticos à base de Clonazepam são as substâncias mais consumidas no

Brasil entre os 166 princípios ativos de remédios tarja preta segundo o Boletim do

Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados da ANVISA, entre

2007 e 2010. Além disso, o consumo brasileiro de CLZ, em 2007 era de 29 mil caixas

por ano. Em 2015, este número atingiu os 23 milhões, de acordo com a IMS Health

agravando ainda mais a situação.

O emprego de métodos analíticos sensíveis é imprescindível para que o

controle de qualidade possa garantir a eficácia e a segurança do uso de um

medicamento. A escolha do método a ser utilizado na análise depende de vários

fatores, tais como a natureza do fármaco, pureza e quantidade de amostra. Além

disso, deve-se levar em conta as condições do laboratório e os custos envolvidos na

análise (AVEDAÑO, 1993).

Entre os métodos para este fim destacam-se os métodos espectroscópicos,

cromatográficos e térmicos. Neste contexto, a análise térmica constitui um grupo de

técnicas de grande interesse na área farmacêutica, visto que propicia a obtenção de

dados relevantes quanto ao comportamento térmico de fármacos e insumos

farmacêuticos, em tempo relativamente curto, fundamentais para a a avaliação de

possíveis incompatibilidades e para o desenvolvimento de novos produtos.

As principais técnicas termoanalíticas aplicadas nessa área são: calorimetria

exploratória diferencial (DSC), análise térmica diferencial (DTA) e a termogravimetria

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(TG) (GIRON, 1986; CLAS et al., 1999). A aplicação da análise térmica no Brasil com

esta finalidade é recente e vem crescendo significativamente nos últimos dez anos.

Poucos trabalhos foram publicados na literatura contendo dados de análise térmica

para o CLZ. Esse fato motiva a avaliação da estabilidade térmica desse fármaco e de

compatibilidade fármaco/excipiente.

Em complementação às avaliações de interação fármaco-excipiente, o estudo

de compatibilidade através da técnica de cromatografia líquida de alta eficiência pode

ser realizado pelo análise do produto de degradação de um fármaco ou somente

como técnica complementar as outras técnicas. Além disso, a cromatografia tornou-

se uma ferramenta muito útil para a determinação de benzodiazepínicos.

Tradicionalmente, o clonazepam é quantificado por método cromatográfico

farmacopéico. Devido à relevância terapêutica do clonazepam e de sua ampla

comercialização no país, torna-se importante o desenvolvimento do presente trabalho

de forma a contribuir para a avaliação da qualidade das especialidades farmacêuticas

contendo este fármaco.

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2 OBJETIVOS

2.1.1 Objetivo geral

Desenvolver e validar um método para quantificação do Clonazepam e seus

produtos de degradação e aplicá-lo no estudo de degradação forçada. Avaliar

interações entre CLZ e excipientes por análises térmicas e infravermelho.

2.1.2 Objetivos específicos

Desenvolver e validar método cromatográfico e avaliar a estabilidade térmica

do Clonazepam e seus processos de decomposição.

Avaliar as possíveis interações entre o Clonazepam e excipientes utilizados

em formulações farmacêuticas por análise térmica e infravermelho.

Avaliar as misturas binárias Clonazepam/ Excipientes por IR, TG, DSC.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Benzodiazepínicos

Na década de 50, diante do elevado risco oferecido pelo tratamento ansiolítico

com barbitúricos, foram mobilizados esforços visando à descoberta de novas

substâncias tranquilizantes (FERRAZ, 2010). Assim, se deu a descoberta dos

benzodiazepínicos (BZDs), possibilitando a diferenciação entre sedativos, hipnóticos

e tranquilizantes, sendo o clordiazepóxido o primeiro da classe a ser comercializado

(COELHO, 2011; FORSAN, 2010).

O mecanismo de ação dessas substâncias se baseia na interação com um

grupo de receptores denominados receptores ácido gama-aminobutírico (GABAA)

localizados no sistema nervoso central (SNC) e que são responsáveis pela resposta

inibitória. Essa interação ocorre de forma indireta, pois os receptores dos

benzodiazepínicos se situam na mesma estrutura desses receptores e dessa forma

aumentam a resposta do GABA (neurotransmissor inibitório). Desse modo, os

compostos supracitados apresentam os efeitos de sedação, redução da ansiedade e

agressividade, indução do sono, relaxamento muscular, amnésia anterógrada e

anticonvulsivante (FUCHS; WANNMACHER, 2010; RANG; DALE, 2012)

A classe dos BZDs apresentou vantagens como segurança e uma tolerância

diminuída, fatores responsáveis pela sua aceitação e formidável sucesso (FERRAZ,

2010). Além disso, segundo Fuchs e Wannmacher (2010), eles substituíram os

barbitúricos como hipnóticos, uma vez que os BZDs possuem um maior índice

terapêutico e não são indutores enzimáticos.

Motivada por sua relativa segurança, na medida em que são necessárias altas

doses de BZDs para um efeito tóxico, sua prescrição e utilização ocorrem de forma

abusiva; mesmo sendo medicamentos controlados e dispensados apenas mediante

apresentação de receituário médico (TELLES FILHO et al., 2011).

Estimativas apontam que o consumo de Benzodiazepínicos dobra a cada

período de cinco anos. Esse consumo crescente pode ter sido resultado da

introdução copiosa de novas drogas pertencentes a essa classe, a pressão

crescente através de propaganda efetuada pela indústria farmacêutica ou, ainda,

hábitos de prescrição inadequada por parte dos prescritores (CASTRO et al., 2013).

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Em estudo realizado por Auchewskiet et al. (2004), foi observado que os

principais efeitos adversos que comprometem o usuário de BZDs são a diminuição

da atividade psicomotora, prejuízo da memória e o desenvolvimento de dependência.

Em casos de superdosagem pode haver hipotonia muscular, dificuldade de

deambulação e desmaio, contudo a letalidade é rara. Entretanto, episódios graves

de intoxicação por fármacos desse grupo são desencadeados pela administração

conjunta de outros depressores do SNC (OGA et al. 2014).

Além dos casos de intoxicação advindos da superdosagem também são

relatados que os BZDs estão relacionados a crimes como suicídio, homicídio,

violência sexual e acidentes no trânsito (SMINK et al., 2008).

As pesquisas mais recentes apontam o clonazepam como um dos

Benzodiazepínicos mais utilizados no Brasil (TELLES FILHO et al., 2011). A alta

prevalência do uso desse fármaco a nível nacional pode ser explicada pela

existência do Programa Nacional de Assistência Farmacêutica que distribui o

medicamento Clonazepam gratuitamente, mediante apresentação de receita.

(BRASIL, 2007). Devido a uma maior popularização e aceitação terapêutica, o CLZ

vem se destacando nos últimos estudos de caráter epidemiológico como o

benzodiazepínico mais usado (BETTIOL, 2012).

3.2 Clonazepam

O Clonazepam (Figura 1) é um benzodiazepínico de ação curta a

intermediária. Devido a suas marcantes propriedades antiepilépticas, quando

comparado a outros benzodiazepínicos, é muito utilizado na clínica como adjuvante

no tratamento de convulsões. A nomenclatura química do CLZ [5- (2-clorofenil) -1,3-

di-hidro-7-nitro-2H-1,4-benzodiazepi-2-ona] denota sua classificação como 7-

nitrobenzodiazepina (NEGRUSZ et al., 2003).

A molécula do referido fármaco foi sintetizada a partir do nitrazepam através

do processo de halogenação. O CLZ se caracteriza por apresentar uma estrutura

molecular relativamente simples e por isso foi um dos primeiros de sua classe a ser

sintetizado em laboratório, sendo considerado um “Benzodiazepínico clássico”

(FERRAZ, 2010).

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A) B) C)

Figura 1 – Estrutura molecular do Clonazepam (A), Composto Relacionado A

(B), Composto Relacionado B (C) respectivamente.

É indicado em casos de stress pós-traumático, transtornos obsessivo-

compulsivos e pânico associado a fobias, além de possuir utilizações no tratamento

da epilepsia. Como os benzodiazepínicos são drogas sedativas, eles são utilizados

como agentes de indução da anestesia geral em cirurgia e endoscopia. (DRUMMER,

1998)

O clonazepam se apresenta em termos físico-químicos como um pó cristalino

branco e insolúvel em água (solubilidade igual a 100mg/L), com coeficiente de

partição de 2,41, ponto de fusão variando entre 236,5-238,5°C, peso molecular de

315,71g/mol e um PKa de 1,50 (DRUGBANK, 2005; FERNER, 2008).

Segundo Ganança et al. (2002), as características farmacológicas do CLZ são

similares às dos demais benzodiazepínicos; possuindo efeitos ansiolíticos, sedativos

e propriedades serotoninérgicas. Esse composto é capaz de estimular a produção de

serotonina a nível central e facilitar a transmissão do Ácido-Gama-Aminobutírico

(GABA). Além dessas propriedades, o mesmo é considerado um fármaco seletivo

para o tratamento da epilipsia, pois potencializa os canais de GABA no núcleo

talâmico impedindo, dessa forma, o ciclo tálamo-cortical sincrônico reticular,

responsável por descargas repetitivas nos ataques epilépticos (GOLAM, 2009;

RANG; DALE, 2012).

A dose diária de uso geralmente se situa entre 1,5 e 10mg. Esse fármaco é

rapidamente e totalmente absorvido após a administração por via oral. A

biodisponibilidade absoluta do clonazepam é de aproximadamente 90%, com uma

concentração máxima sendo alcançada entre 1-4 horas (GOODMAN et al., 2012).

Possui metabolização hepática (citocromo P450, incluindo CYP3A) e a

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biotransformação acontece prioritamente através da redução do grupo 7-nitro para o

derivado 7-aminoclonazepam, sendo que apenas 2% da dose são excretadas de

forma inalterada na urina (DRUGBANK, 2005).

Segundo Bares et al. (2004), o citado fármaco demonstra uma estreita faixa

terapêutica plasmática de 10 a 50 ng/mL. Devido a isso, o monitoramento do

tratamento com o clonazepam em pacientes epilépticos é recomendado. Além disso,

também são muitos os relatos descrevendo casos de abuso desse medicamento,

envolvendo tentativas de suicídio, crimes sexuais, homicídios, entre outros

(ADAMOWICZ, KALA, 2010; BATISSE et al., 2014; SMINK et al., 2008).

O polimorfismo pode ocasionar desvios de qualidade durante o processo

produtivo e influenciar o desempenho dos medicamentos. Muitas das propriedades

físico-químicas de um sólido variam quando a estrutura cristalina deste é alterada.

Além de alterações nas propriedades físico-químicas, o polimorfismo pode ocasionar

alterações na estabilidade química, principalmente, para os compostos com

predisposição à degradação no estado sólido (ARAUJO et al., 2012). De acordo com

Santos et al. (2014), o CLZ possui uma forma de cristal conhecida, porém não foi

possível fazer sua classificação polimórfica.

Assim, atualmente é preconizada a realização de análises para sua detecção

em diferentes matrizes biológicas e com diversas finalidades e, estas em sua

maioria, empregam métodos cromatográficos como a Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência (CLAE) e a cromatografia gasosa (CG) (BARES, 2004; CHEZÉ et al.,

2004).

3.3 Estudo de compatibilidade fármaco x excipiente

Entende-se como incompatibilidade química entre substâncias a existência de

qualquer interação entre elas, em função do aquecimento, que dá origem a

alterações da estrutura química da substância avaliada, seja por decomposição da

molécula original ou pela formação de uma nova espécie química. Estas informações

adquirem atenção especial na área farmacêutica, pois certas interações físicas e

químicas entre fármaco e excipientes da formulação podem afetar não somente a

natureza química, mas também a estabilidade e a biodisponibilidade do ingrediente

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farmacologicamente ativo e, por consequência, afetar seu efeito terapêutico e a

eficácia do medicamento (ARAÚJO et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2005).

Uma formulação é composta, além do fármaco ou insumo farmacêutico ativo,

de vários componentes conhecidos como excipientes (adjuvantes farmacotécnicos)

com função farmacêutica variada e especializada, como por exemplo, excipientes

usados para melhorar o sabor, odor, aspecto como corantes podem ocasionar a

degradação do IFA. O desenvolvimento de uma formulação apropriada exige

considerar as características físicas, químicas e biológicas de todos os componentes

utilizados na produção do produto. Uma formulação bem-sucedida de uma forma

farmacêutica depende da seleção cuidadosa dos excipientes que serão adicionados

para facilitar a administração, promover a biodisponibilidade do fármaco e protegê-lo

de fatores extrínsecos que levariam à degradação (AULTON, 2005; DESAI et al.,

2003).

A ocorrência de interações no estado sólido entre fármacos e excipientes em

formas farmacêuticas sólidas pode ocasionar mudanças na estabilidade física e

química como solubilidade, dissolução e possivelmente biodisponibilidade dos

fármacos. A avaliação desta interação pode ser analisada por métodos

espectroscópicos, térmicos e cromatográficos. Estas análises são realizadas,

porque, se o fármaco for compatível com os excipientes em altas temperaturas, é

necessariamente compatível com os mesmos em temperatura ambiente (DESAI et

al., 2003).

Atualmente, o estudo de compatibilidade fármaco-excipiente envolve técnicas

de análise térmica, como DSC (THOMAS & NAATH, 2008, OLIVEIRA et al., 2011). O

DSC associado às técnicas de TG tem-se mostrado de muita utilidade nos estudos

de pré-formulação na investigação e predição de incompatibilidades físico-químicas

entre fármaco e excipientes (CLAS et al., 1999).

Os estudos de compatibilidade fármaco-excipientes são geralmente

conduzidos através da obtenção de curvas de DSC do fármaco, do excipiente e da

mistura na proporção inicial de 1:1 do fármaco e do excipiente.

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3.3.1 Excipientes

O conceito tradicional de excipientes farmacêuticos postula-os como

substâncias que não apresentam funções farmacológicas e que são inseridos em

uma formulação para facilitar sua administração e promover sua preservação. A

qualidade destes excipientes está intimamente ligada à qualidade do medicamento e

sua ação terapêutica esperada no organismo (LIRA, 2004).

As fórmulas farmacêuticas podem ser compostas por diversas classes de

excipientes como diluentes, absorventes, veículos, agentes suspensores,

revestimentos, agentes estabilizantes, flavorizantes, corantes, edulcorantes, agentes

molhantes, desagregantes, deslizantes, dentre outros (FERREIRA, 2008). Porém as

que apresentam importância para as formas farmacêuticas sólidas de uso oral são:

dessecantes, desintegrantes, diluentes, lubrificantes e molhantes.

Os dessecantes, são substâncias que por serem higroscópicas, protegem a

formulação contra umidade. Os desintegrantes ou desagregantes são utilizados para

acelerar a desintegração das formas farmacêuticas sólidas em água ou nos líquidos

do organismo. A presença do agente desintegrante na formulação visa facilitar a

desagregação da forma farmacêutica, aumentando a área superficial e promovendo

a dissolução do fármaco (VILLANOVA, 2009). Os diluentes são substâncias

geralmente inertes, adicionadas ao fármaco com a finalidade de fornecer formas

farmacêuticas sólidas com volume adequado. A presença de diluentes muito

hidrofílicos como a lactose, pode aumentar a captura de líquidos e,

conseqüentemente aumentar a molhabilidade das partículas, acelerando a

velocidade de liberação dos fármacos. Os lubrificantes favorecem o fluxo dos pós,

facilitando seu deslocamento no momento do preparo. Os agentes molhantes

quando adicionados à formulação, aumentam a molhabilidade do ativo e promovem

o aumento da velocidade de dissolução do fármaco. (FERREIRA, 2008).

3.4 Análise Térmica

O conhecimento das propriedades físico-químicas de fármacos é fator

indispensável durante o desenvolvimento de medicamentos. O planejamento racional

de uma forma farmacêutica deve, portanto, iniciar com a caracterização do princípio

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ativo em questão, de modo a otimizar parâmetros de qualidade da forma

farmacêutica final.

O termo análise térmica refere-se a um grupo de técnicas nas quais

propriedades físico-químicas de uma substância são mensuradas em função do

tempo ou da temperatura enquanto a amostra é submetida a um programa

controlado de temperatura (GIRON, 2002).

DSC e TG são as técnicas termoanalíticas mais difundidas e empregadas

para o desenvolvimento de diferentes estudos sendo aplicadas a uma grande

variedade de materiais farmacêuticos (OZAWA, 2000).

A aplicação de métodos térmicos de análise, em especial o DSC e a TG tem

sido de fundamental importância no estudo de caracterização, desenvolvimento e

controle de qualidade de produtos farmacêuticos (BUCKTON et al, 1991). As

principais aplicações nessa área têm visado a caracterização de matérias-primas e

produtos acabados (BROWN et al, 1999; THOMPSON, 2000) a determinação do

grau de pureza (KSIQZCZAK et al, 2004) e a realização de ensaios de estabilidade e

cinética de decomposição (IGLESIAS et al, 1998; MEDEIROS et al, 2001).

A determinação do ponto de fusão utilizando métodos calorimétricos vem

sendo bastante empregada como método de avaliação do grau de pureza de

fármacos e identificação de polimorfismos (KSIQZCZAK et al, 2004; WIDMANN,

1991). Através da DSC pode-se determinar a faixa de fusão de uma substância e,

baseando-se na equação de Van’t Hoff (FORD, 1989) é possível determinar a fração

molar de impurezas contidas neste material. Quando uma substância é submetida a

aquecimento, o conjunto das impurezas é fundido formando no sistema uma fase

líquida. Acima desta temperatura então, a fase sólida consiste somente em

substância pura. A presença de impurezas, mesmo em pequena quantidade na

amostra produz considerável aumento no intervalo de fusão, iniciando a fusão em

uma temperatura mais baixa que a temperatura determinada para a substância pura

(CONSTANTINO et al, 2004).

3.5 Espectroscopia de Infravermelho

A espectroscopia de infravermelho (IV) é uma técnica que utiliza a faixa do

infravermelho do espectro magnético para identificar moléculas através dos

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grupamentos funcionais. Os grupos funcionais apresentam uma energia de vibração

(pode ser deformação axial ou deformação angular) que ao ser absorvida, gera uma

banda no espectro permitindo a identificação dos grupamentos presentes nessa

molécula (SILVERSTEIN et al, 2005).

Esta técnica como identifica moléculas, serve para analisar a pureza da

amostra, identificar possíveis impurezas e verificar as possíveis interações fármaco-

excipiente (SILVERSTEIN et al, 2005).

A análise por Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier

(FTIR) em estudos de compatibilidade funciona como análise complementar ao DSC

e TG. Pani e colaboradores (2012), afirmam que as técnicas de DSC e FTIR são

rápidas.

3.6 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC)

A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) é uma técnica de

separação que, em menos de trinta anos, passou a ser um dos métodos analíticos

mais utilizados para fins qualitativos e quantitativos, em especial na área

farmacêutica. As razões para este crescimento estão relacionadas à sua

adaptabilidade para determinações quantitativas com boa sensibilidade, a

possibilidade de separar espécies não voláteis e termicamente instáveis. O método

desenvolvido para análise deve possibilitar uma separação adequada do composto

selecionado em um tempo razoável. Para tanto, alguns itens relacionados ao sistema

CLAE como bomba, detector e injetores são relevantes para o bom desenvolvimento

do método e favorecendo uma boa separação (COLLINS, 2002).

As bombas com programadores permitem o uso de eluição por gradiente,

geralmente aplicada aos compostos com polaridades diferentes, como impurezas de

síntese do fármaco e compostos relacionados. Na eluição por gradiente, quantidades

crescentes do solvente mais forte são adicionadas a outro, aumentando a força do

eluente para obtenção de uma separação satisfatória. O sistema de bombeamento

não deve gerar no detector ruídos que possam encobrir sinais mais fracos (USP 32,

2009).

O injetor manual, de maneira geral, é composto de uma válvula de injeção que

possui alça de amostragem de volume fixo. Alguns sistemas recentes possuem uma

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seringa de injeção que mede o volume a ser usado na injeção. Esses sistemas

permitem a injeção de volumes pequenos com boa reprodutibilidade, fato importante

quando se faz necessária a injeção de soluções concentradas de fármaco, sob

condições de degradação, para que os produtos de degradação sejam detectados.

Os injetores produzidos nos últimos anos apresentam a opção de refrigeração do

compartimento de amostras, que pode ser importante para soluções de compostos

termolábeis, evitando degradação da amostra (USP 32, 2009).

O sistema de detecção deve garantir que propriedades do analito sejam

detectadas como a absorção de luz na região do ultravioleta e visível. Os detectores

de absorção no ultravioleta e o arranjo de diodos são os mais utilizados nas

indústrias farmacêuticas, pelo fato de que a maioria dos fármacos apresentam

absorção na região do ultravioleta (STAFIEJ, 2007).

Segundo Collins (2006), na CLAE as espécies que estão sendo avaliadas

sofrem influência da fase estacionária (FE) e, ao mesmo tempo, as propriedades

destas são continuamente influenciadas pela fase móvel (FM). A FM exerce duas

funções principais, a primeira é arrastar os componentes da amostra através do

sistema cromatográfico e a segunda é participar do processo de separação. As

principais características físico-químicas requeridas das FM utilizadas em CLAE são:

- alto grau de pureza e fácil purificação;

- solubilizar a amostra sem decompor os seus componentes;

- não decompor ou dissolver a FE;

- ter baixa viscosidade;

- ser compatível com o tipo de detector utilizado;

- ter polaridade adequada para permitir uma separação conveniente dos

componentes da amostra.

Uma FM ideal deve também apresentar baixa toxicidade, e ter custo reduzido.

De modo geral, em qualquer tipo de CLAE a FM é de extrema importância, pois

participa do processo de separação. Parâmetros importantes, como seletividade da

separação, tempo de retenção e solubilidade do composto de interesse na FM,

apresentam consideráveis variações em função das mudanças de composição na

FM. A força cromatográfica da FM mede a sua capacidade em interagir com os

componentes da amostra. Essas interações são devido às diferenças forças como as

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de van der Waals, as dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio e iônicas. A retenção de

um componente é controlada pela força do solvente (COLLINS, 2006).

3.7 Estabilidade

A estabilidade é definida como o tempo durante o qual a especialidade

farmacêutica ou mesmo a matéria-prima considerada isoladamente, mantém dentro

dos limites especificados e nas mesmas condições e características que possuía

quando da época de sua fabricação. Pode também ser definida como o período de

tempo compreendido entre o momento no qual o produto está sendo fabricado e sua

potência está reduzida a não mais do que 10%, desde que os produtos de alteração

estejam todos seguramente identificados e previamente reconhecidos seus efeitos

(TABORIANSKI, 2003; VEHABOVIC et al., 2003; STULZER & SILVA, 2006).

A estabilidade dos produtos farmacêuticos depende de fatores ambientais

como temperatura, umidade, luz e de outros fatores relacionados ao próprio produto

como propriedades físicas e químicas, de substâncias ativas e excipientes

farmacêuticos, forma farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo e

propriedades dos materiais de embalagens (BRASIL, 2005).

Com a finalidade de garantir a integridade química, física, microbiológica,

terapêutica e toxicológica do fármaco e da forma farmacêutica dentro dos limites

especificados, sob influência dos fatores ambientais em função do tempo, são

preconizados estudos de estabilidade (MATTHEWS, 1999; LUCAS et al., 2004;

ANSEL et al., 2007).

O estudo de estabilidade descrito pela RE nº1/2005 (BRASIL, 2005) possui

como principal aplicabilidade a determinação do prazo de validade do produto

farmacêutico. Porém, também determina a quantificação dos produtos de

degradação e o método analítico correspondente, que resultou na publicação de um

Informe Técnico nº 1/2008, com o objetivo de esclarecer procedimentos nos casos

em que a impureza ou o padrão do produto de degradação não estão disponíveis.

Estes procedimentos envolvem a realização de testes de estresse sob condições

variadas (BRASIL, 2008).

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Os estudos na fase de pré-formulação incluem a estabilidade no estado sólido

do fármaco isolado e a estabilidade na presença dos excipientes. Estas etapas são

realizadas para reduzir ou prevenir a ocorrência de deterioração devido à hidrólise,

oxidação, entre outros processos. Por sua vez, o estudo da estabilidade da

formulação tem por finalidade avaliar o comportamento dos medicamentos em

função do tempo e a influência de uma variedade de condições e fatores, sendo

levado em consideração tanto o fármaco, quanto a mistura de excipientes ou

veículos utilizados, assim como a interação entre ambos, face às condições as quais

estão submetidos (BRASIL, 2005; MAMEDE et al., 2006).

É muito importante a análise de estabilidade das misturas binárias preparadas

para o estudo de compatibilidade, pois algumas reações de incompatibilidade podem

não ocorrer instantaneamente. Além disso, a exposição das misturas a um estresse

térmico pode favorecer alterações no estado cristalino do fármaco ou pode favorecer

a transformações de uma forma polimórfica em outra (COSTA, 2005). Estas

alterações podem promover mudanças físico-químicas nas misturas e favorecer uma

possível incompatibilidade entre o fármaco e excipiente e até uma inatividade do

fármaco.

Para a realização desse estudo, as zonas climáticas constituem um dos

importantes fatores a serem considerados. Devido à grande variabilidade climática, o

mundo foi subdividido em zonas com diferentes especificações de temperatura e

umidade, para possibilitar a comercialização dos produtos em outras zonas

climáticas (CARVALHO et al., 2005; BOTT & OLIVEIRA, 2007).

Para o procedimento dos ensaios de estabilidade realizados no Brasil, de

zona climática 4, tropical e úmida, as indústrias farmacêuticas seguem a RE nº

1/2005 da ANVISA que define três estudos:

Estudo de Estabilidade Acelerada: estudo projetado para acelerar a

degradação química e/ou mudanças físicas de um produto farmacêutico em

condições forçadas de armazenamento. O produto é submetido à temperatura de

40ºC (graus Célsius) e umidade relativa (UR) de 75% durante 3 e 6 meses. Os

dados obtidos, juntamente com aqueles derivados dos estudos de longa duração,

são usados para avaliar efeitos químicos e físicos prolongados em condições não

aceleradas e para avaliar o impacto de curtas exposições a condições fora daquelas

estabelecidas no rótulo do produto, que podem ocorrer durante o transporte.

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Estudo de Estabilidade de Longa Duração: estudo projetado para verificação

das características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas de um produto

farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. A

temperatura utilizada é de 30ºC e 75% UR por 6, 12, 18, 24 e 36 meses. Os

resultados são usados para estabelecer ou confirmar o prazo de validade e

recomendar as condições de armazenamento.

Estudo de Estabilidade de Acompanhamento: estudo realizado para verificar

se o produto farmacêutico mantém suas características físicas, químicas, biológicas,

e microbiológicas conforme os resultados obtidos nos estudos de estabilidade de

longa duração. O período de estudo é de 12, 24 e 36 meses.

Esses estudos são realizados em câmaras climáticas qualificadas de acordo

com normas internacionais, que proporcionam o controle de temperatura e umidade

em seu interior, projetados para serem utilizados continuamente (NUNES et al.,

2007).

Para a avaliação dos estudos, as amostras são retiradas nos tempos

determinados pelo guia. São determinadas as seguintes análises: doseamento,

quantificação de produtos de degradação, dissolução e pH (quando aplicáveis)

(BRASIL, 2005).

O uso de métodos indicadores de estabilidade, seletivos aos princípios ativos

e seus produtos de degradação, são altamente recomendados pela ANVISA para

acompanhamento de resultados provenientes de estudos de estabilidade de

medicamentos (BRASIL, 2003; BRASIL, 2005). No entanto, poucas monografias

existentes em farmacopeias incluem métodos para análise de produtos de

degradação, e poucos fabricantes conhecem e desenvolvem metodologias validadas

para detecção e quantificação desses produtos. Para o desenvolvimento e validação

de métodos indicativos de estabilidade, preconiza-se a realização de testes de

estresse, para obtenção de padrões, para fim de análise (BAKSHI & SINGH, 2002;

BOUDREAU et al., 2004; CARVALHO et al., 2005).

A realização do teste de estresse, assim como o desenvolvimento do método

analítico para a identificação e quantificação dos produtos de degradação é de

extrema importância para as indústrias farmacêuticas, pois no momento do registro,

pós-registro e renovação, o estudo de estresse, acompanhado de sua análise crítica

deverá ser contemplada.

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3.7.1 Estudo de Degradação Forçada

O teste de estresse é definido como um teste de estabilidade para fármacos e

medicamentos sob condições extremas, mais ainda do que aquelas utilizadas para o

estudo de estabilidade acelerada. (KLICK et al., 2005; SILVA et al., 2009; BRASIL,

2012). Este teste mostra-se como uma tendência dentro do planejamento para o

desenvolvimento de uma forma farmacêutica, pois a investigação da estabilidade

intrínseca do fármaco fornece abordagens de formulação e indica tipos de

adjuvantes, aditivos de proteção específicos e de acondicionamento, que

provavelmente melhorarão a integridade do fármaco e do produto. Demonstrando-se

assim, que o conhecimento do comportamento químico pode ser usado para garantir

a estabilidade da forma farmacêutica desejada (REYNOLDS et al., 2002; AULTON,

2005).

Um dos principais objetivos a serem atingidos através desse teste é

demonstrar a especificidade ao desenvolver um método indicativo de estabilidade,

sobretudo quando poucas informações estão disponíveis sobre os possíveis

produtos de degradação. Estes também fornecem informações sobre as rotas de

degradação e dos produtos formados, que poderiam ser produzidos durante o

período de armazenamento (REYNOLDS et al., 2002).

A identificação dos produtos de degradação está relacionado à segurança dos

medicamentos, pois pode ocorrer a formação de produtos tóxicos e/ou a perda

parcial ou total da atividade terapêutica do fármaco, são necessários o isolamento e

a caracterização das propriedades física e química dos produtos de degradação,

assegurando a segurança biológica a partir da determinação dos níveis de

segurança aceitáveis e de seus limites de quantificação, com relação à posologia

diária (MORIWAKI et al., 2001).

A natureza do teste de estresse utilizado para o fármaco depende de suas

características intrínsecas e da forma farmacêutica a ser desenvolvida. Para o

medicamento, o planejamento do estudo deve ser baseado nas propriedades do

fármaco e dos excipientes utilizados na formulação, assim como nas condições de

armazenamento. Neste caso, são utilizadas condições mais severas do que as

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condições do estudo de estabilidade acelerado, como estratégia para a fase de

desenvolvimento da forma farmacêutica (KLICK et al., 2005).

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 53, de 4 de dezembro de 2015,

estabelece parâmetros para a notificação, identificação e qualificação de produtos de

degradação em medicamentos com substâncias ativas sintéticas e semi-sintéticas,

classificados como novos, genéricos e similares. Essa avaliação é fundamental para

garantir a segurança do produto. Nesta norma são definidos parâmetros para estudar

os compostos de degradação formados, de acordo com a quantidade presente no

produto, relacionando com a máxima dose diária. O limite do produto de degradação

está relacionado com sua toxicidade, sendo que compostos desconhecidos são

permitidos em quantidades mínimas, enquanto que compostos conhecidos podem

estar presentes em níveis intermediários e compostos com estudo de toxicidade

realizado, comprovando sua baixa toxicidade, podem estar presentes até níveis

maiores, considerados seguros.

As condições de degradação e os parâmetros do perfil de degradação são

citados no guia 04 de 2015, que dispõe sobre os requisitos para obtenção do perfil

de degradação, e identificação e qualificação de produtos de degradação. O perfil de

degradação é a descrição detalhada dos resultados e das práticas analíticas

utilizadas na detecção, identificação, elucidação estrutural e determinação

quantitativa dos produtos de degradação presentes no insumo farmacêutico ativo e

no medicamento e tem como ponto chave os estudos de degradação forçada.

Os requisitos para os testes de degradação forçada dependerão das

necessidades do projeto e do estágio de desenvolvimento do fármaco ou do

medicamento. Geralmente, são realizados no início do processo de desenvolvimento

de medicamentos, onde o fármaco é submetido a uma série de condições, tais como

hidrólise (ácido-base), fotólise, oxidação por peróxido e temperatura, a fim de avaliar

os subprodutos resultantes e suas possíveis vias de degradação (SILVA et al., 2009;

SINGH; REHMAN, 2012; HOTHA et al., 2013). Para isso, é necessário desenvolver

um método analítico capaz de detectar a perda do fármaco e identificar os produtos

de degradação (HOTHA et al., 2013).

Em resumo, os estudos de degradação forçada são realizados para alcançar

os seguintes objetivos:

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1. Estabelecer vias de degradação de fármacos e medicamentos (REYNOLDS et al.,

2002; KATS, 2005; HOTHA et al., 2016; BLESSY et al., 2013).

2. Diferenciar os produtos de degradação que estão relacionados com o fármaco

daqueles que são gerados a partir de excipientes e/ou adjuvantes numa formulação

(REYNOLDS et al.,2002; KATS, 2005; BRUMMER, 2011; BLESSY et al., 2013).

3. Elucidar a estrutura dos produtos de degradação (REYNOLDS et al., 2002;

BLESSY et al.,2013).

4. Determinar a estabilidade intrínseca de um fármaco na formulação (BLESSY et al.,

2013).

5. Elucidar os mecanismos de degradação, tais como hidrólise, oxidação, termólise

ou fotólise do fármaco e do medicamento (BLESSY et al., 2013; ICH Q1A(R2), 2003;

REYNOLDS et al., 2002; SINGH; BAKSHI, 2002).

6. Desenvolver um método analítico adequado para indicar a estabilidade (CIONE et

al, 2011).

7. Compreender as propriedades físico-químicas das moléculas do fármaco

(BRUMMER, 2011).

8. Gerar formulações mais estáveis (BLESSY et al.,2013).

9. Produzir um perfil de degradação semelhante ao que seria observado em um

estudo formal de estabilidade, sob as condições preconizadas pelos guias do ICH

(ICH guidelines. 2014).

10. Resolver problemas relacionados à estabilidade (BRUMMER, 2011).

3.8 Desenvolvimento de Métodos

Ao desenvolver um método cromatográfico busca-se primeiramente obter uma

separação completa entre os compostos analisados. O método analítico para

determinação de teor deve sempre buscar a seletividade do analito entre os diversos

componentes da formulação do medicamento. O desempenho cromatográfico é

influenciado pelo equipamento, FM, FE, temperatura e tipo de eluição (NEUE, 2006).

O desenvolvimento de métodos envolve a avaliação e otimização de

condições, incluindo etapas de preparação da amostra, separação cromatográfica,

detecção e quantificação. Outros fatores importantes que devem ser considerados

no desenvolvimento são os problemas relacionados ao cromatograma como picos

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assimétricos ou alargados, picos artefatos, picos negativos, variação do tempo de

retenção e reações químicas durante a separação, podendo resultar em baixa

resolução e até coeluições indesejadas, comprometendo o método proposto (NETO,

2009).

A partir das características e propriedades da amostra, as demais partes

integrantes para a realização da análise são determinadas para a otimização das

condições analíticas. Alguns questionamentos à respeito da amostra devem ser

feitos. Por exemplo, para o desenvolvimento de métodos para análise de fármacos

na indústria farmacêutica é necessário saber qual solvente ou mistura deles será

utilizado para solubilizar a amostra; qual a estabilidade da amostra; quais os

procedimentos que devem ser usados na extração do composto ativo; quais as

membranas filtrantes que não retêm o ativo; qual a faixa de absorção do composto

de interesse; qual o valor de pKa ou pKb do analito, solubilidade, volatilidade,

polaridade e quais as propriedades do analito que permitem escolher o tipo de

detector a ser usado. Ainda com relação à amostra, a seleção adequada de uma

técnica de preparo de amostra é um fator chave na obtenção de resultados

confiáveis e exatos (JARDIM, 2010).

3.9 Validação de Métodos

A necessidade de se mostrar a qualidade de medições químicas, mediante

sua comparabilidade, rastreabilidade e confiabilidade, está sendo cada vez mais

reconhecida e exigida. Dados analíticos não-confiáveis podem conduzir a decisões

desastrosas e a prejuízos financeiros irreparáveis. Para garantir que um novo

método analítico gere informações confiáveis e interpretáveis sobre a amostra, ele

deve sofrer uma avaliação denominado validação. A validação de um método é um

processo contínuo que começa no planejamento da estratégia analítica e continua

ao longo de todo o seu desenvolvimento e transferência. Para registro de novos

produtos, todos os órgãos reguladores do Brasil e de outros países exigem a

validação de metodologia analítica e, para isso, a maioria deles tem estabelecido

documentos oficiais que são diretrizes a serem adotadas no processo de validação.

Um processo de validação bem-definido e documentado oferece às agências

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reguladoras evidências objetivas de que os métodos e os sistemas são adequados

para o uso desejado (WHO, 1992; CODEX, 1995)

A validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método

atenda à exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos

resultados (BRASIL, 2003).

A validação do método inicia com a criação do protocolo de validação, no qual

é descrito o planejamento da estratégia analítica, etapas de análise e especificações.

Na área farmacêutica, as validações são conduzidas conforme o que preconiza a

Resolução da Anvisa RE nº 899, de 29/05/2003 e os guias ICH Q2A e Q2B (BRASIL,

2003; ICH, 1995).

Os testes são classificados em 4 categorias, de acordo com a sua finalidade:

I - Testes quantitativos para a determinação do princípio ativo em produtos

farmacêuticos ou matérias–primas.

II - Testes quantitativos ou ensaio limite para a determinação de impurezas e

produtos de degradação em produtos farmacêuticos e matérias-primas.

III - Testes de performance (por exemplo: dissolução, liberação do ativo).

IV – Testes de Identificação.

Para cada categoria será exigido um conjunto de ensaios, conforme a tabela 1

abaixo (BRASIL, 2003).

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Tabela 1 – Ensaios necessários para a validação

Parâmetro

Analítico Categoria I

CategoriaII

Quantitativo Ensaio Limite Categoria III Categoria IV

Especificidade

Seletividade Sim Sim Sim * Sim

Linearidade Sim Sim Não * Não

Faixa Sim Sim * * Não

Precisão

Repetibilidade Sim Sim Não Sim Não

Precisão

Intermediária ** ** Não ** Não

Limite de

Detecção Não Não Sim * Não

Limite de

Quantificação Não Sim Não * Não

Exatidão Sim Sim * * Não

Robustez Sim Sim Sim Não Não

*Pode ser necessário dependendo da natureza do teste.

** Se houver comprovação da reprodutibilidade não é necessária comprovação da Precisão

Intermediária.

3.9.1 Especificidade/Seletividade

A especificidade/seletividade de um método demonstra a capacidade de

medir com exatidão o princípio ativo, em presença de outros componentes que

possam estar presentes na matriz da amostra, como por exemplo: impurezas,

produtos de degradação, excipientes, entre outros.

Para análise quantitativa (teor) e análise de impurezas, a especificidade pode

ser determinada pela comparação dos resultados obtidos de amostras (fármaco ou

medicamento) contaminadas com quantidades apropriadas de impurezas ou

excipientes e amostras não contaminadas, para demonstrar que o resultado do teste

não é afetado por esses materiais. Quando a impureza ou o padrão do produto de

degradação não estiverem disponíveis, pode-se comparar os resultados do ensaio

das amostras contendo impurezas ou produtos de degradação com os resultados de

um segundo procedimento bem caracterizado (por exemplo metodologia

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farmacopéica ou outro procedimento validado). Estas comparações devem incluir

amostras armazenadas sob condições de estresse (por ex. luz, calor umidade,

hidrólise ácida/básica, oxidação)

Em métodos cromatográficos, deve-se tomar as precauções necessárias para

garantir a pureza dos picos cromatográficos. A utilização de ferramentas de pureza

de pico (por exemplo, com auxilio de detector de arranjo defotodiodos ou

espectrometria de massas) são interessantes para demonstrar que o pico

cromatográfico é atribuído a um só componente (BRASIL, 2003).

3.9.2 Linearidade

A Linearidade de um método analítico demonstra a capacidade de obter

resultados que são diretamente proporcionais às concentrações do analito dentro de

uma dada faixa. Linearidade é usualmente expressa em termos da variância em

torno da inclinação da reta da linha de regressão linear, calculada de acordo com

uma relação matemática estabelecida (método dos mínimos quadrados) a partir de

resultados obtidos na análise de amostras com diferentes concentrações do princípio

ativo.

Se houver relação linear aparente após exame visual do gráfico, os resultados

dos testes deverão ser tratados por métodos estatísticos apropriados para

determinação do coeficiente de correlação, intersecção com o eixo Y, coeficiente

angular, soma residual dos quadrados mínimos da regressão linear e desvio padrão

relativo. Se não houver relação linear, realizar transformação matemática, como a

logarítmica, quadrática, etc.

A linearidade pode ser determinada pela análise de, no mínimo, 5

concentrações diferentes. As concentrações devem seguir intervalos de acordo com

o ensaio utilizado. Para a determinação de impurezas, deve-se partir do nível de

impureza esperado até 120% do limite máximo especificado. Quando apresentarem

importância toxicológica ou efeitos farmacológicos inesperados, os limites de

quantificação e detecção devem ser adequados às quantidades de impurezas a

serem controladas (BRASIL, 2003; ICH, 1995).

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3.9.3 Exatidão

A exatidão de um método analítico, expressa o grau de concordância entre o

valor médio obtido de uma série de resultados e o valor de referência aceito (valor

exato convencional). Também chamado de grau de recuperação (recovery).

Resultado exato é o resultado ideal sem erro sistemático (BRASIL, 2003; ICH, 1995).

A exatidão do método deve ser determinada após o estabelecimento da

linearidade, do intervalo linear e da especificidade do mesmo, sendo verificada a

partir de, no mínimo, 9 (nove) determinações contemplando o intervalo linear do

procedimento, ou seja, 3 (três) concentrações, baixa, média e alta, com 3 (três)

réplicas cada.

A exatidão é expressa pela relação entre a concentração média determinada

experimentalmente e a concentração teórica correspondente, conforme a equação 1:

A exatidão pode ser avaliada para o fármaco, forma farmacêutica e impurezas

seguindo os critérios a seguir (BRASIL, 2003):

3.9.3.1 Fármaco

- Aplicando-se a metodologia analítica proposta na análise de uma substância de

pureza conhecida (padrão de referência);

- Comparação dos resultados obtidos com aqueles resultantes de uma segunda

metodologia bem caracterizada, cuja exatidão tenha sido estabelecida.

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3.9.3.2 Forma Farmacêutica

- Na análise de uma amostra, na qual quantidade conhecida de fármaco foi

adicionada a uma mistura dos componentes do medicamento (placebo

contaminado);

- Nos casos em que amostras de todos os componentes do medicamento estão

indisponíveis, aceita-se a análise pelo método de adição de padrão, no qual

adiciona-se quantidades conhecidas do analito (padrão de referência) ao

medicamento.

3.9.3.3 Impurezas

- Análise pelo método de adição de padrão, no qual adiciona-se quantidades

conhecidas de impurezas e/ou produtos de degradação ao medicamento ou ao

fármaco;

- No caso da indisponibilidade de amostras de certas impurezas e/ou produtos

de degradação, aceita-se a comparação dos resultados obtidos com um segundo

método bem caracterizado (metodologia farmacopéica ou outro procedimento

analítico validado).

3.9.4 Precisão

A precisão de um método analítico expressa o grau de concordância (ou grau

de dispersão) entre resultados obtidos, de uma série de medidas de uma

amostragem múltipla de uma mesma amostra sob condições experimentais pré-

estabelecidas. Este parâmetro depende somente da distribuição de erros aleatórios e

não está relacionado com exatidão (BRASIL, 2003).

A precisão de um método analítico pode ser expressa como o desvio padrão

(DP) ou desvio padrão relativo (DPR) de uma série de medidas, conforme equação

2:

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Onde: DP = Desvio padrão;

CMD = Concentração média determinada.

De acordo com PAGANO et al (2004), a avaliação estatística da precisão

(n=6) pode ser realizada calculando o coeficiente de variação ou desvio padrão

relativo (DPR) em porcentagem, conforme equação 2, e a avaliação entre os grupos

(n=12) pode ser realizado além do cálculo do DPR (%), é recomendado realizar a

comparação das variâncias empregando o teste F e a comparação das médias

obtidas através do teste t, descritos nas equações 4,5 e 6 respectivamente.

Onde: Cv = Coeficiente de Variação

S = Desvio Padrão amostral (n-1)

= Média das amostras (n).

Onde: SB = maior desvio padrão amostral (n-1)

Sw = menor desvio padrão amostral (n-1)

O valor de F obtido deve ser comparado ao tabelado sendo aceito se F

calculado for menor ou igual ao F tabelado.

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3.9.4.1 Repetitividade (Precisão Intradia)

É a concordância entre resultados obtidos de medidas independentes - 6

determinações, considerando a concentração média correspondente a 100% do

esperado do mesmo analito ou 3 concentrações (baixa, média e alta), realizado sob

condições de Repetitividade, que são:

- Mesmo analista (mão de obra);

- Mesmo instrumento de medida (equipamento);

- Mesmo local e mesmas condições de uso (laboratório);

- Repetições em curto período de tempo;

3.9.4.2 Precisão Intermediária (Precisão Interdia)

É a concordância entre resultados obtidos por:

- Analistas diferentes (mão de obra);

- E/ ou equipamento de medida diferente;

- Mesmo local e mesmas condições de uso (laboratório);

- Repetições no mínimo de 2 dias diferentes.

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3.9.4.3 Reprodutibiblidade

É a concordância entre os resultados obtidos em laboratórios diferentes como

em estudos colaborativos, geralmente aplicados à padronização de metodologia

analítica, por exemplo, para inclusão de metodologia em farmacopéias.

3.9.5 Limite de Quantificação

É a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada

com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições experimentais estabelecidas.

O limite de quantificação é um parâmetro determinado, principalmente, para

ensaios quantitativos de impurezas, produtos de degradação em fármacos e

produtos de degradação em formas farmacêuticas e é expresso como concentração

do analito (por exemplo, porcentagem em massa, porcentagem em volume, partes

por milhão) na amostra. Deve-se preparar soluções contendo concentrações

decrescentes do fármaco até o menor nível determinável com precisão e exatidão

aceitáveis. Pode ser determinado por meio do ruído da linha de base e considera-se

como limite de quantificação aquela concentração que produza relação sinal-ruído

superior a 1:10 (BRASIL, 2003).

3.9.6 Robustez

Robustez de um método analítico demonstra a capacidade do mesmo não

ser afetado por pequenas, mas deliberadas variações nos parâmetros analíticos, e

demonstrando assim, uma indicação de segurança do método durante o seu uso.

Para robustez, considerar a avaliação do parâmetro e constatar a

susceptibilidade do método nas variações analíticas, como:

- Variação do pH da fase móvel ;

- Variação na composição da fase móvel

- Diferentes lotes ou fabricantes de colunas;

- Temperatura do forno da coluna;

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- Vazão da fase móvel

Tabela 2 – Parâmetros e critérios de aceitação estudados na validação

(BRASIL, 2003)

Parâmetros Critérios de aceitação

Especificidade / Seletividade

Nenhum pico deve eluir no tempo de retenção do

composto em estudo. O picodo composto deverá

ter elevada pureza.

Linearidade Coeficiente de correlação maior que 0,99 para a

curva analítica

Precisão O DPR das seis determinações no mesmo dia

deverá ser menor que 5,0%

Exatidão

A recuperação deverá estar entre 98,0% a

102,0% para cada concentração avaliada (3

níveis)

Robustez

Aceitação dos parâmetros cromatográficos para

as alterações e avaliação do teor entre as

condições alteradas e a controle

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

4.1.1 Matérias-primas

Foram empregadas as seguintes matérias-primas, de grau farmacêutico de

pureza, nos estudos de pré-formulação e nas formulações de comprimidos:

- Clonazepam - USP, lote G1B175.

- Composto Relacionado A (CR A) [ 3-Amino-4-(2-chlorophenyl)-6-nitrocarbostyril] –

USP, lote R008P0.

- Composto Relacionado B (CR B) (2-Amino-2'-chloro-5-nitrobenzophenone) – lote

I0G326

- O Clonazepam 2mg – comprimido, foi obtido da Medley, lote L163297.

- Amido;

- Celulose microcristalina;

- Croscarmelose sódica;

- Estearato de magnésio;

- Lactose.

Todos os excipientes utilizados foram gentilmente doados pela Farmácia

Magisfarma localizada em Barão Geraldo/Campinas.

4.1.2 Reagentes

Os solventes usados na preparação da fase móvel e solubilização do

clonazepam foram: acetonitrila, marca J.T.Baker e água ultrapurificada.

Durante todos os teste utilizou-se também Hidróxido de Sódio 0,1N, Ácido

Clorídrico 0,1N, Peróxido de Hidrogênio 3%, todos da marca Merck.

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4.1.3 Consumíveis

Nos experimentos de desenvolvimento do método de separação foram

utilizadas colunas cromatográficas C8 250mm x 4,6mm - 5µm das marcas Perkin

Elmer, Phenomenex – Luna C8 150mm x 4,6mm – 5µm.

4.1.4 Aparelhagem experimental

Os experimentos cromatográficos foram realizados utilizando dois sistemas de

cromatografia líquida de alta eficiência, sistema Waters e Merck.

Foram utilizados os equipamentos:

- Ultrassom, marca Unique;

- Agitador,marca Technal;

- Balança Analítica, marca Mettler Toledo;

- Câmara Climática, marca Etica Nova.

4.2 Métodos

4.2.1 Estudo de interação fármaco + excipiente

O estudo das possíveis incompatibilidades entre fármaco e adjuvantes

tecnológicos foi feito através das análises em DSC, TG. Com o objetivo de verificar

possíveis interações do clonazepam com os adjuvantes selecionados, foram

preparadas misturas binárias para serem submetidas à calorimetria exploratória

diferencial e termogravimetria, utilizando o Clonazepam e os seguintes adjuvantes na

proporção ponderal de 1:1 (MURA e col., 1995): amido; celulose microcristalina;

croscarmelose sódica; estearato de magnésio; lactose.

Na preparação das misturas binárias, foi pesada a massa individual de cada

componente, sendo as mesmas adicionadas separadamente para uma cápsula de

porcelana e trituradas com o fármaco por 2 minutos.

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Tabela 3 – Misturas Binárias

Mistura Componentes

1 Clonazepam + Lactose

2 Clonazepam + Celulose Microcristalina

3 Clonazepam + Amido

4 Clonazepam + Croscarmelose Sódica

5 Clonazepam + Estearato de Magnésio

Após, foram transferidos para um tubo de ensaio, e levados à um agitador

durante 1 hora.

4.2.2 Infravermelho

A amostra foi analisada em um equipamento infravermelho, marca Agilent

Cary 6300 FT-IR, utilizando módulo de reflectância difusa para a obtenção do

espectro.

Os espectros de absorção foram gerados na região de 4000 a 400 cm-1 , no

total foram 32 espectros.

4.2.3 Termogravimetria

A amostra foi analisada em um equipamento de TG, marca Mettler Toledo,

com Software STARe SW, versão 10.0 e DSC marca Shimadzu, modelo DSC-60.

Para esse teste, os excipientes foram analisados isoladamente e em

combinação com o fármaco. Antes de cada ensaio termogravimétrico foi realizado

um branco com o cadinho da amostra vazio para a condição avaliada.

Condição para o TG:

Faixa de temperatura: 25 a 300 ºC

Gás: N2 a 100 mL/min

Razão de aquecimento: 10°C.min-1

Cadinho: platina

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4.2.3.1 Calorimetria exploratória diferencial

Quantidade suficiente de Clonazepam foi pesada em cadinho de alumina,

posteriormente tampado. Além do Clonazepam, as outras matérias-primas e

misturas binárias foram submetidas ao teste.

Condição para o DSC:

Faixa de temperatura: 25 a 300 ºC

Gás: N2a 100 mL/min

Razão de aquecimento: 10°C.min-1

Cadinho: alumina

4.2.4 Desenvolvimento do método cromatográfico

A sequência experimental adotada para desenvolver a metodologia de análise

foi realizada de acordo com as seguintes etapas:

A) Avaliação do clonazepam - Estudo da matéria-prima e produto acabado

B) Desenvolvimento do método cromatográfico: Nesta etapa foi otimizada a

determinação de clonazepam em cromatografia líquida de alta eficiência. Para isso,

foram avaliados a composição da fase móvel, o modo e velocidade de eluição

(isocrático ou gradiente e vazão), tipo de coluna cromatográfica e respectiva

temperatura do forno, visando obter as condições cromatográficas apropriadas.

C) Validação do método: Nesta etapa, o método desenvolvido foi validado conforme

requisitos da Resolução 899/03 da Anvisa, avaliando-se os seguintes parâmetros de

desempenho: especificidade, linearidade, precisão, exatidão, limite de quantificação

e robustez.

4.2.4.1 Preparo das Soluções

Todas as soluções foram preparadas utilizando como diluente a própria fase

móvel.

Foram preparadas soluções padrão de Clonazepam, Composto Relacionado

A, Composto Relacionado B à diversas concentrações, iniciando com a

concentração 0,1mg/mL.

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Realizou-se amostra simulada de excipientes, conforme descrito na tabela 4

abaixo.

Tabela 4 – Formulação da amostra simulada

Componentes Quantidade (mg)

Clonazepam 2,00

Lactose 121,50

Celulose microcristalina 18,70

Amido 20,40

Croscarmelose Sódica 5,70

Estearato de Magnésio 1,70

As soluções foram injetadas no cromatógrafo conforme as condições

cromatográficas abaixo.

4.2.4.2 Condições Cromatográficas

Os experimentos em CLAE se iniciaram com base na Farmacopéia

Americana, cuja fase móvel é constituída de uma mistura de tampão

fosfato/metanol/tetraidrofurano na proporção de 600:520:130 v/v/v.

Devido à alta quantidade de tampão, foi desenvolvida nova fase móvel,

constituída de acetonitrila/água na proporção 600:400 v/v.

Foram avaliadas as proporções entre os constituintes da fase móvel, volume

de injeção, vazão da fase móvel e temperatura de análise da coluna.

As condições de análise testadas foram:

- Volumes de injeção: 5µL à 50µL

- Temperaturas da coluna: 25ºC à 40ºC

- Vazões da FM: 0,8 mL/min à 1,5mL/min

- Modos de eluição: isocrático e gradiente

- Comprimento de onda: 254nm

- Colunas analítica: C8 – 125 x 4,6mm - 5µm / C8 - 150 x 4,6mm - 5µm / C8 –

250 x 4,6mm - 5µm

A coluna foi previamente estabilizada com a fase móvel durante 30 minutos

nas respectivas condições pré-estabelecidas.

Antes do início de cada análise, injetou-se uma solução contendo CLZ, CR A,

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CR B a fim de observar os seguintes parâmetros: N (número de pratos teóricos) ≥

2000; T (assimetria) entre 0,8 - 1,2; R (resolução) ≥ 2 e o coeficiente de variação

entre as injeções ≤ 2 %, a fim de constatar a adequabilidade do sistema.

4.2.5 Validação do Método

A próxima etapa iniciou-se com a validação da metodologia desenvolvida. O

objetivo da validação consistiu em demonstrar que o método analítico desenvolvido é

adequado para o seu propósito e garantir, por meio de estudos experimentais, que

ele atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos

resultados.

Para tanto, executou-se os parâmetros de linearidade, especificidade/

seletividade, precisão, exatidão, limite de quantificação e robustez adequados à

análise.

Figura 2 - Fluxograma de validação de métodos analíticos

4.2.5.1 Elaboração do protocolo

O primeiro passo foi elaborar o protocolo de validação. O mesmo teve como

objetivo descrever os procedimentos a serem utilizados para validar o método

analítico, incluindo o cronograma, responsabilidades e os critérios de aceitação para

a aprovação de um método analítico ou parte destes para uso na rotina.

No protocolo foram incluidas as seguintes informações:

- Objetivos do estudo;

- Local/planta onde será conduzido o estudo;

- Responsabilidades;

- Descrição dos procedimentos a serem seguidos;

- Equipamentos a serem usados, padrões e critérios para produtos e processos

Programa de Validação Levantamento da documentação Método

Reagentes/Padrões Protocolo Análise Relatório Método

Validado

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relevantes;

- Processos e/ou parâmetros;

- Critérios de aceitação.

4.2.5.2 Seletividade/Especificidade

A seletividade e especificidade do método foi estudada com diferentes

registros analíticos obtidos de padrão, amostra e placebo. Essas soluções foram

preparados de modo que a solução final tivesse a concentração de 0,1µg/mL

Injetou-se separadamente cada solução para determinar se havia

interferência de componentes que poderiam estar presentes na matriz da amostra e

demonstrar que o resultado do teste não é afetado por esses materiais.

4.2.5.2.1 Degradação Forçada

A especificidade do método foi verificada também a partir da avaliação dos

possíveis produtos de degradação que poderiam interferir na determinação de CLZ.

Preparou-se uma solução padrão, solução amostra contendo respectivamente

0,1mg/mL de CLZ, 0,1µg/mL de CR A e CR B. Além disso, preparou-se uma

solução placebo e diluente.

A solução da amostra simulada dos excipientes foi preparada da mesma

maneira que a solução obtida com a formulação do CLZ, pesando-se, entretanto,

quantidade da mistura dos excipientes equivalente à massa dos comprimidos que

conteria 2mg de CLZ.

As injeções foram realizadas após exposição da amostra, padrão, placebo e

diluente nas seguintes condições:

Após exposição à luz UV por 24 e 48 horas;

Após a exposição à temperatura de 60 ºC por 24 e 48 horas sob pressão em

banho-maria;

Após hidrólise ácida com HCl 0,1N por 24 e 48 horas;

Após hidrólise básica com NaOH 0,1N por 24 e 48 horas;

Após oxidação com peróxido de hidrogênio 3% por 24 e 48;

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4.2.5.3 Linearidade

Executou-se a linearidade do método analítico para o Clonazepam, CR A e

CR B, a fim de demonstrar a capacidade de obter resultados que são diretamente

proporcionais às concentrações do analito dentro de uma dada faixa.

- Soluções estoque

Foram preparadas soluções mais concentradas de Clonazepam, CR A e CR B

(1,0mg/mL, 0,1mg/mL e 0,1mg/mL respectivamente). Pesou-se 10,00mg do padrão

de cada ativo, adicionou-se um pouco de diluente e colocou-se as soluções em

ultrassom até total solubilização. Após, completou-se o volume com o diluente.

- Soluções intermediárias

Foram preparadas por diluições sucessivas partindo da solução estoque

preparada previamente.

As concentrações das soluções intermediárias usadas estão descritas

conforme tabela 5. Essas soluções foram empregadas para preparo da curva

analítica (curva de calibração). Cada nível de concentração foi injetado em triplicata

no cromatógrafo.

Tabela 5 – Níveis de concentrações das soluções usadas no ensaio de

Linearidade

Concentração

Volume da

solução

estoque de

Clonazepam

(mL)

Volume da

solução estoque

de Composto

Relacionado A

(mL)

Volume da

solução estoque

de Composto

Relacionado B

(mL)

Balão

(mL)

Concentração Teórica (mg/mL)

Clonazepam

Composto

Relacionado

A

Composto

Relacionado

B

120% 6 0,06 0,06 50 0,12 0,00012 0,00012

110% 5,5 0,055 0,055 50 0,11 0,00011 0,00011

100% 5 0,05 0,05 50 0,10 0,00010 0,00010

90% 4,5 0,045 0,045 50 0,09 0,00009 0,00009

80% 4 0,04 0,04 50 0,08 0,00008 0,00008

40% 2 0,02 0,02 50 0,04 0,00004 0,00004

20% 1 0,01 0,01 50 0,02 0,00002 0,00002

O estudo de regressão linear, pelo método dos mínimos quadrados, foi

empregado para determinação da equação da reta.

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4.2.5.4 Exatidão

A exatidão foi determinada através do teste de recuperação, sendo expressa

como percentual de recuperação, analisando-se nove soluções contendo CLZ, CR A,

CR B (baixa, média, alta).

- Soluções estoque

Foram preparadas três soluções mais concentradas de cada composto,

Clonazepam, CR A e CR B (1,0mg/mL, 0,1mg/mL e 0,1mg/mL respectivamente).

Pesou-se 10,00mg do padrão de cada ativo, adicionou-se um pouco de diluente ao

balão de 10mL e levou as soluções em ultrassom até total solubilização. Após,

completou-se o volume com o diluente.

- Soluções intermediárias

Foram preparadas por diluições sucessivas partindo das soluções estoque

preparadas previamente conforme tabela abaixo. Cada solução foi injetada em

triplicata.

Tabela 6 - Níveis de concentrações das soluções usadas no ensaio de Exatidão

Concentração

Volume da

solução

estoque de

Clonazepam

(mL)

Volume da

solução

estoque de

Composto

Relacionado A

(mL)

Volume da

solução

estoque de

Composto

Relacionado B

(mL)

Balão

(mL)

Concentração Teórica (mg/mL)

Clonazepam

Composto

Relacionado

A

Composto

Relacionado

B

120% 6 0,06 0,06 50 0,12 0,00012 0,00012

100% 5 0,05 0,05 50 0,10 0,00010 0,00010

20% 1 0,01 0,01 50 0,02 0,00002 0,00002

4.2.5.5 Precisão

A precisão foi realizada a partir de seis determinações de Clonazepam em um

mesmo dia e sob as mesmas condições, em uma concentração igual à concentração

de 100% das impurezas.

- Solução padrão Clonazepam

Pesou-se 10,00mg de padrão de Clonazepam e transferiu-se para um balão

de 100,0mL. Adicionou-se aproximadamente 5,0mL de diluente e levou-se ao

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ultrassom até a completa dissolução. Completou-se o volume com diluente (Cf =

0,1mg/mL).

- Solução amostra estoque Clonazepam

Pesou-se 85,00 mg de amostra de Clonazepam e transferiu-se para um balão

de 10,0mL. Adicionou aproximadamente 5,0mL de diluente e levou-se ao ultrassom

até a completa dissolução. Completou-se o volume com diluente. (Cf = 0,1mg/mL)

- Solução amostra 100%

As soluções foram injetadas uma vez cada preparação, com exceção do

padrão que injetou-se 6 vezes. As áreas dos picos foram determinadas e então

calculou-se o desvio padrão relativo (DPR) entre as áreas obtidas. A precisão

intermediária foi preparada da mesma forma, porém por outro analista e em dias

diferentes.

4.2.5.6 Limite de Quantificação

O LQ foi determinado a partir de diluições sucessivas de uma solução padrão

de CLZ de concentração 0,1mg/mL até a obtenção do menor nível determinável,

através do desvio padrão relativo das injeções. Injetou-se 6 vezes a Solução 20% da

Linearidade.

4.2.5.7 Robustez

Para avaliação da robustez do método, as soluções padrão e amostra foram

preparadas na concentração de 0,1mg/mL e submetidas a pequenas variações,

como:

- Variação da coluna (outro lote, fabricante, coluna similar)

- Vazão da fase móvel - Variação de ± 0,1mL/min;

- Temperatura da forno da coluna - Variação de ± 2°C

- Composição da fase móvel - Variação de ± 2%

- Estabilidade das soluções – As soluções foram avaliadas por 5 dias, armazenadas

a temperatura ambiente.

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Foram injetadas as soluções nas condições normais e respectivas alterações

realizadas.

4.2.5.8 Estudo de estabilidade

Realizou-se o preparo da amostra simulada de excipientes, conforme descrito

na tabela 4. As amostras foram armazenadas em câmaras climáticas, sob as

seguintes condições de temperatura e umidade: 40ºC ± 2ºC / 75% ± 5% UR e 30ºC ±

2º C/75% ± 5% UR por 30, 60 e 90 dias.

Avaliou-se as soluções preparadas conforme descrito no item 2.2.5.4. As

soluções foram injetadas no cromatógrafo para a observação da possível redução ou

aumento no teor do fármaco e/ou formação de produtos de degradação.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Infravermelho

Os espectros do Clonazepam no infravermelho foram apresentados na Figura

3. Os picos observados estão de acordo com a estrutura química do Clonazepam,

com a identificação dos principais grupos funcionais na Tabela 7 (SILVERTEIN,

2005).

Tabela 7 – Absorção dos principais grupos funcionais para o Clonazepam

Faixa de absorção cm-1

Grupo Funcional

Patente Observadas

1700 1693 Deformação C = O, amida

1614 1614 Deformação C=N

1550 1538 Deformação C=C, aromático

1500 1490 Deformação C=C, aromático

1450 1445 Deformação C=C, aromático

1338 1333 Deformação N-O2

750 752 Deformação anel aromático

Figura 3 – Espectro de Infravermelho do Clonazepam

Na figura 4 é apresentado o espectro do amido, onde são observadas as

bandas em 3294 cm-1 deformação da ligação O-H; 2924 cm-1estiramento da ligação

C-H; 1151 cm-1estiramento da ligação C-O-C, 1080 cm-1, deformação angular de C-

OH. Os dados obtidos estão de acordo com o esperado para identificação do amido,

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conforme grupos funcionais encontrados (LILTORPA, 2011)

Figura 4 – Espectro de Infravermelho do Amido

No espectro obtido da mistura binária entre a Clonazepam e amido, figura 5,

são observadas as principais bandas de identificação da Clonazepam,1693cm-1,

1614cm-1, 1538cm-1, 1490cm-1, 1445 cm-1,1335cm-1 e 752cm-1. As bandas do amido

estão sobrepostas às bandas do clonazepam, mas é possível observar um

alargamento das bandas próximas à 3200 cm-1da deformação da ligação O-H. Os

dados obtidos por FTIR para mistura Clonazepam com amido não são indicativos de

incompatibilidade.

Figura 5 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e Amido

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Na figura 6 é apresentado o espectro do estearato de magnésio, onde são

observadas as bandas em 2916 e 2851 cm-1 deformação axial da ligação O-H e C-H,

1573 cm-1 deformação axial assimétrica do íon carboxilato; 1460 cm-1 deformação

angular da ligação C-H;1111 cm-1 deformação axial da ligação C-O de éster, 724 cm-

1 deformação angular assimétrica de CH2.

Figura 6 – Espectro de Infravermelho do Estearato de magnésio

No espectro obtido da mistura binária entre a Clonazepam e estearato de

magnésio, figura 7, são observadas as principais bandas de identificação da

Clonazepam, 1693 cm-1, 1614 cm-1, 1542 cm-1, 1491 cm-1, 1434 cm-1, 1337 cm-1 e

724 cm-1. Também são observadas as bandas do estearato de magnésio em 2918

cm-1 e 2851 cm-1,1573 cm-1, 1462 cm-1, C-H; 1102 cm-1, indicando que não há

incompatibilidade entre esses insumos estudados conforme (CHADHA, 2014).

Figura 7 – Espectro de Infravermelho da mistura de CLZ e Estearato de

magnésio

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Na figura 8 é apresentado o espectro da celulose microcristalina, onde são

observadas as bandas em 3332 cm-1 deformação axial da ligação O-H; 2896 cm-1,

deformação axial da ligação C-H; 1428 cm-1 deformação angular da ligação O-H de

álcoois, 1162 cm-1 deformação axial da ligação C- O de álcoois primários, 899 cm-1

deformação angular de C-H.

Figura 8 – Espectro de Infravermelho da Celulose microcristalina

No espectro obtido da mistura binária entre a Clonazepam e celulose

microcristalina, figura 9, são observados as principais bandas de identificação da

Clonazepam, 1693 cm-1, 1614 cm-1, 1538 cm-1, 1490 cm-1, 1434 cm-1e 1335 cm-1. As

bandas que identificam a celulose estão em regiões de sobreposição com as bandas

do clonazepam, não sendo possível avalia-las individualmente. Os dados obtidos por

FTIR para mistura Clonazepam de sódio com a celulose não são indicativos de

incompatibilidade.

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Figura 9 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e

Celulose microcristalina

O espectro de FTIR obtido da amostra lactose monohidratada, Figura 10,

apresenta banda fraca em 1657 cm-1 e 1169 cm-1, que correspondem

respectivamente, à deformação angular dos grupos OH da água, e ao estiramento

assimétrico da ligação C-O-C.Além disso, apresentou bandas características entre

3522 cm-1 e 3250 cm-1, correspondentes ao estiramento axial do grupo hidroxila,

sendo que em 3522 cm-1 é visível uma acentuada banda característica da forma

monohidratada (FIGUEIREDO, 2012; RAUT, et al., 2011). É possível observar

também a banda de deformação axial simétrica de C-O-C em 1020 cm-1.

Figura 10 – Espectro de Infravermelho da Lactose monohidratada

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No espectro da mistura de CLZ com a lactose monohidratada, Figura 11, são

observadas as bandas de identificação do Clonazepam em 1693 cm-1, 1614 cm-1,

1538 cm-1, 1490 cm-1, 1434 cm-1 e 1335 cm-1. As bandas que identificam a lactose

estão em regiões de sobreposição com as bandas do CLZ, não sendo possível

avaliá-las individualmente. Os dados obtidos por FTIR para mistura CLZ com a

lactose não são indicativos de incompatibilidade.

Figura 11 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e

Lactose monohidratada

Na figura 12 é apresentado o espectro de IV da mistura de excipientes é

possível observar algumas bandas de excipientes, 3332 cm-1 banda da lactose, 2918

cm-1, 2851cm-1e 1579 cm-1 proveniente do estearato de magnésio, 1020 cm-1 banda

da celulose. Para os demais excipientes ocorre a sobreposição de bandas não

sendo possível identificá-los com precisão.

Figura 12 – Espectro de Infravermelho da mistura de excipientes

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No espectro da mistura entre Clonazepam e todos os excipientes, figura 13,

são observadas algumas das principais bandas de identificação da Clonazepam

1691 cm-1, 1616 cm-1, 1542 cm-1, 1491 cm-1, 1434 cm-1 e 1337 cm-1. É possível

também observar algumas bandas de excipientes, 2918 cm-1, 2851 cm-1 proveniente

do estearato de magnésio.

Figura 13 – Espectro de Infravermelho da mistura de Clonazepam e excipientes

As principais bandas de Clonazepam e bandas provenientes dos excipientes

são visualizadas com mínimos deslocamentos em comparação com os espectros

individuais. Os dados obtidos por espectroscopia de Infravermelho mostram que os

excipientes apresentam compatibilidade com Clonazepam nas condições testadas, já

que a similaridade das bandas estavam de acordo com a literatura e não houve

formação de outras bandas no espectro.

5.2 Calorimetria Exploratória Diferencial e Termogravimetria

5.2.1 Clonazepam e Amido

5.2.1.1 DSC Clonazepam e Amido

O CLZ apresenta apenas um evento endotérmico, relacionados à fusão, com

faixas de temperatura de Tonset = 237,38°C e Tpeak = 237,36°C, figura 14, seguida

da decomposição conforme evento exotérmico próximo a 300 °C.

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Figura 14 – Curva de DSC do Clonazepam

A curva de DSC do Amido apresenta faixa da temperatura ambiente à 63 °C

um evento endotérmico devido à perda de água, figura 15.

Figura 15- Curva de DSC do Amido

A curva de DSC para mistura de Clonazepam e amido, figura 16, apresenta

eventos similares aos observados na curva de DSC para o CLZ e amido (USP,

2009).

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Figura 16 – Curva de DSC da mistura de Clonazepam e Amido

Na Figura 17 é apresentado um comparativo entre as curvas individuais e a

mistura, onde a similaridade das curvas pode ser observada.

Figura 17 – Curva de DSC comparativa de Clonazepam e Amido

Na tabela 8 é apresentado um resumos dos dados obtidos para as curvas

individuais e mistura. Observa-se na curva da mistura que as entalpias para a perda

de umidade do amido e fusão do clonazepam são proporcionais à curvas individuais.

Os dados indicam que o amido e o clonazepam são compatíveis, nas condições

avaliadas (TOMASSETTIA, 2005).

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Tabela 8 – Discussão de resultados para o ensaio de DSC para Clonazepam e

Amido

Amostra Temperatura (ºC)

(On set – Peak) Entalpia (J/g) Evento

Clonazepam 237,38 – 238,36 - 113,01 Fusão

Amido 22,8 – 63,29 - 286,43 Perda de água

Clonazepam

+

Amido

24,6 – 55,83 - 110,63 Perda de água

237,49 – 238,96 - 53,51 Fusão

5.2.1.2 TG Clonazepam e Amido

A curva de TG e DTG do Clonazepam, figura 18A (a), apresenta apenas um

evento na faixa de 272,8°C a 324.54°C devido a decomposição com ponto médio em

292,37°C. A curva de TG e DTG para o amido apresenta dois eventos de perda de

massa o primeiro na faixa de 35,5 °C a 96,38°C referente à perda de água de

adsorção, 9,4%. A segunda perda de massa corresponde à degradação do amido,

na faixa de 294,5°C a 322,5°C, com ponto médio em 305,47ºC, com perda de massa

de 82,6%. A literatura descreve (SHIN et al., 2008) valores de perda de massa de

80% a 82% devido a decomposição.

A curva TG para a mistura de Clonazepam e amido, figura 18B (c), apresenta

o perfil de perda em faixas de temperaturas de acordo com as curvas individuais.

Perda de massa de 5,6% na faixa de 28,9 a 85,11°C, devido referente à perda de

água de adsorção, esse valor considerando a mistura binária de 1:1 está próxima ao

valor obtido para curva individual do amido. Para a perda de massa na faixa maior de

temperatura observa-se uma sobreposição de eventos do Clonazepam e amido,

entretanto, similares aos eventos isolados com perda de massa proporcionais.

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67

(a)

Figura 18A - Curva de TG e DTG para Clonazepam

(b)

(c)

Step -19,0699 %-1,9037 mg

Residue 70,0223 %6,9902 mg

Onset 272,83 °CEndset 324,54 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN, 9,9828 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

70

75

80

85

90

95

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 288,98 °CPeak Value -38,55e-03 mg°C^-1Peak 292,37 °C

1/°C

-0,0040

-0,0035

-0,0030

-0,0025

-0,0020

-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N 01. 06. 2015 15: 14: 16

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

? Step -82,6116 %-8,2694 mg

Residue 17,2534 %1,7271 mg

Step -63,3824 %-6,3446 mg

Residue 19,3372 %1,9357 mg

Onset 294,55 °CEndset 322,55 °C

? Step -9,4027 %-0,9412 mg

Residue 89,5748 %8,9664 mg

Onset 35,53 °CEndset 96,38 °C

Sample: 209_15_AMIDO, 10,0100 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 305,67 °CPeak Value -0,19 mg°C^-1Peak 305,47 °C

1/°C

-0,020

-0,018

-0,016

-0,014

-0,012

-0,010

-0,008

-0,006

-0,004

-0,002

-0,000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ A M I DO 01. 06. 2015 15: 19: 59

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

? Step -50,6270 %-5,3766 mg

Residue 49,2728 %5,2328 mg

Step -32,2750 %-3,4276 mg

Residue 49,3703 %5,2431 mg

Onset 283,82 °CEndset 300,21 °C

? Step -5,6660 %-0,6017 mg

Residue 94,1077 %9,9942 mg

Onset 28,87 °CEndset 85,11 °C

Sample: 209_15_clonazepam_amido, 10,6200 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

50

60

70

80

90

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 289,95 °CPeak Value -0,17 mg°C^-1Peak 292,00 °C

1/°C

-0,016

-0,014

-0,012

-0,010

-0,008

-0,006

-0,004

-0,002

0,000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ c lonaz epam _ am ido 01. 06. 2015 15: 27: 29

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

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68

(d)

Figura 18B - Curva de TG e DTG do Amido (b), mistura de Clonazepam

com Amido (c) e comparativo (d)

5.2.2 Clonazepam e Estearato de magnésio

5.2.2.1 DSC Clonazepam e Estearato de magnésio

A curva DSC do estearato de magnésio, figura 19, apresentou dois eventos

endotérmicos principais nas temperaturas (peak) de 105,82ºC e 128,90ºC,

caracterizando a desidratação do mesmo. Um evento foi observado na curva de TG

com uma perda de massa de 2,47% para temperatura máxima de 108,44ºC.

Há uma extensa faixa de fusão aceita para o estearato de magnésio, podendo

variar para as amostras comerciais de 117°C a 150°C e para as amostras com

elevada pureza de 126°C a 130°C (ROWE et. al., 2009; FIGUEIREDO 2012). Após

isso, há o início da decomposição térmica do excipiente, que de acordo com as

curvas TG/DTG ocorre em duas etapas – a primeira, apresenta uma curva mais

acentuada em Tmáx = 360°C, e a segunda, ocorre em Tmáx = 460°C.

100 200 300 400 500

20

40

60

80

100

% M

assa

Temperatura (C)

Clonazepam

Amido

Clonaz-amido

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69

Figura 19 – Curva de DSC do Estearato de magnésio

A curva de DSC para a mistura binária de Clonazepam com o estearato de

magnésio, figura 20, mostra um pequeno deslocamento do pico de fusão

característico do Clonazepam, entretanto, isto não caracteriza uma

incompatibilidade, uma vez que o pico continua dentro da faixa de fusão do CLZ.

Uma possível explicação pode ser devido à fusão do estearato de magnésio que

possibilita a solubilização de uma parte do clonazepam, tendo impacto também na

energia de fusão do mesmo. Os eventos térmicos individuais são visualizados na

curva da mistura conforme os eventos individuais.

Figura 20 – Curva de DSC da mistura de CLZ e Estearato de magnésio

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70

Na Figura 21 é apresentado um comparativo entre as curvas individuais e a

mistura de CLZ e Estearato de magnésio, onde a similaridade das curvas pode ser

observada.

Figura 21 – Curva de DSC Comparativa de CLZ e Estearato de magnésio

Tabela 9 – Discussão de resultados para o ensaio de DSC para Clonazepam e

Estearato de magnésio

Amostra Temperatura (ºC)

(On set – Peak) Entalpia (J/g) Evento

Clonazepam 237,38 – 238,36 - 113,01 Fusão

Estearato de

magnésio

88,77 - 105,82 -97,97 Perda de água

125,35 - 128,90 -42,12 Fusão

Clonazepam +

Estearato de

magnésio

85,55 – 97,97 -57,87 Perda de água

126,92 – 128,93 -25,05 Fusão

231,45 – 234,43 -21,42 Fusão (Clonazepam)

5.2.2.2 TG Clonazepam e Estearato de Magnésio

Na curva de TG para a mistura de Clonazepam com o estearato de magnésio,

figura 22, é possível observar os eventos de perda de massa individuais dos

insumos, perda de massa devido

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71

à desidratação do estearato próximo a 100 °C, decomposição do clonazepam

próximo a 300°C e decomposição do estearato de magnésio próximo a 370°C.

As curvas de TG apresentam similaridade com as curvas individuais não

indicando incompatibilidade.

(a)

(b)

(c)

Step -19,0699 %-1,9037 mg

Residue 70,0223 %6,9902 mg

Onset 272,83 °CEndset 324,54 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN, 9,9828 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

70

75

80

85

90

95

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 288,98 °CPeak Value -38,55e-03 mg°C^-1Peak 292,37 °C

1/°C

-0,0040

-0,0035

-0,0030

-0,0025

-0,0020

-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N 01. 06. 2015 15: 14: 16

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

Step -81,2513 %-7,2106 mg

Residue 7,0940 %0,6296 mg

Onset 343,09 °CStep -2,4752 %-0,2197 mg

Residue 95,9566 %8,5156 mg

Onset 99,71 °C

Sample: 209_15_ESTEARATO_Mg, 8,8744 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

0

20

40

60

80

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 346,73 °CPeak Value -0,21 mg°C^-1Peak 361,68 °C

Extrapol. Peak 90,99 °CPeak Value -11,67e-03 mg°C^-1Peak 108,44 °C

1/°C

-0,025

-0,020

-0,015

-0,010

-0,005

-0,000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ E S T E A RA T O _ M g 19. 05. 2015 12: 51: 20

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

Step -59,2316 %-5,7943 mg

Residue 40,6493 %3,9765 mg

Step -26,7428 %-2,6161 mg

Residue 41,0906 %4,0197 mg

Onset 353,82 °CEndset 415,85 °C

Step -8,6441 %-0,8456 mg

Residue 84,7618 %8,2918 mg

Onset 268,26 °CEndset 297,64 °CStep -1,3949 %

-0,1365 mgResidue 98,2892 %

9,6151 mgOnset 93,73 °CEndset 109,49 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN_ESTEARATO_Mg, 9,7824 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

40

50

60

70

80

90

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 371,97 °CPeak Value -41,19e-03 mg°C^-1Peak 376,32 °C

Extrapol. Peak 327,28 °CPeak Value -19,41e-03 mg°C^-1Peak 328,32 °C

Extrapol. Peak 282,99 °CPeak Value -26,76e-03 mg°C^-1Peak 287,76 °C

Extrapol. Peak 105,06 °CPeak Value -6,13e-03 mg°C^-1Peak 102,62 °C

1/°C

-0,0045

-0,0040

-0,0035

-0,0030

-0,0025

-0,0020

-0,0015

-0,0010

-0,0005

-0,0000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N_ E S T E A RA T O _ M g 01. 06. 2015 16: 34: 23

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

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72

(d)

Figura 22 - Curva de TG e DTG do CLZ (a), Estearato de magnésio (b), mistura

de Clonazepam com Estearato de magnésio (c) e comparativo (d)

Tabela 10 - Dados dos ensaio de TG para Clonazepam , Estearato de magnésio

e mistura de Clonazepam com Estearato de magnésio.

Amostra Evento

Faixa de Temperatura (ºC)

Onset - Endset

% Perda

de Massa Evento PeakºC

Clonazepam 272,83 – 324,54 19,07 Decomposição 292,37

Estearato de

Magnésio

99,71 – 146,0 2,48 Desidratação 108,44

343,09 –440,0 22,89 Decomposição 361,68

449,08 – 492,046 0,51 Decomposição 468,51

Clonazepam

+

Estearato de

Magnésio

93,73 – 109,49 1,39 Desidratação 102,62

268,26 – 297,64 8,65 Decomposição 287,76

353,82 – 415,85 33,46 Decomposição 376,32

5.2.3 Clonazepam e Celulose microcristalina

5.2.3.1 DSC Clonazepam e Celulose microcristalina

Na avaliação da estabilidade térmica da celulose, normalmente se observa, a

100 200 300 400 500

0

20

40

60

80

100

% M

assa

Temperatura (C)

Clonazepam

Estearato_mg

Clonazepam_Estearato_Mg

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73

temperaturas relativamente baixas, perda de água superficial. Este evento pode ser

observado através das curvas de DSC para a amostra celulose microcristalina

mostrada na Figura 23, a qual apresenta um pico endotérmico largo que corresponde

à eliminação da água superficial destes excipientes.

Figura 23 – Curva de DSC da Celulose microcristalina

A curva DSC da mistura binária Clonazepam com a Celulose microcristalina,

Figura 24, apresenta uma similaridade em temperatura e entalpia do pico

endotérmico, referente à fusão da Clonazepam, sem deslocamento ou alargamento

de pico. É possível observar a concordância com eventos observados para as curvas

de DSC individuais, perda de água da celulose e fusão do Clonazepam, seguida da

decomposição, sem indícios de interação ou sinais de incompatibilidade.

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74

Figura 24 – Curva de DSC da mistura de CLZ e Celulose microcristalina

Na Figura 25 é apresentado um comparativo entre as curvas individuais e a

mistura de clonazepam e Celulose microcristalina, onde a similaridade das curvas

pode ser observada.

Figura 25 – Curva de DSC Comparativa de Clonazepam e Celulose

microcristalina

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75

Tabela 11 – Discussão de resultados para o ensaio de DSC para Clonazepam e

Celulose microcristalina.

Amostra Temperatura (ºC)

(On set – Peak) Entalpia (J/g) Evento

Clonazepam 237,38 – 238,36 - 113,01 Fusão

Celulose

Microcristalina 27,68 – 45,19 - 84,38 Perda de água

Clonazepam +

Celulose

microcristalina

31,09 – 57,84 -2,36 Perda de água

237,27 – 238,73 -53,48 Fusão (Clonazepam)

De acordo com Rowe (2015), a celulose apresenta estabilidade, apesar de ser

um material higroscópico, que deve ser armazenado em recipientes perfeitamente

fechados. A única incompatibilidade relatada é com agentes oxidantes.

5.2.3.2 TG Clonazepam e Celulose microcristalina

A partir da curva de TG/DTG, figura 26 e tabela 12, observa-se a perda para a

amostra de celulose microcristalina de 5,8% seguida da decomposição com tmáx

360 ºC, em uma única etapa, uma vez que foi verificado apenas um pico na curva de

Termogravimetria Derivada (DTG).

Tabela 12 - Dados dos ensaios de TG para Clonazepam, Celulose

microcristalina e mistura de Clonazepam com Celulose microcristalina.

Amostra

Evento

Faixa de Temperatura (ºC)

Onset – Endset

% Perda de

Massa Evento PeakºC

Clonazepam 272,83 – 324,54 19,07 Decomposição 292,37

Celulose

microcristalina

28,78 – 71,84 5,80 Desidratação 108,44

337,24 – 371,17 85,58 Decomposição 360,47

Clonazepam +

Celulose

microcristalina

37,7 – 96,02 1,81 Desidratação 52,21

291,42 – 322,31 48,96 Decomposição 287,76

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76

(a)

(b)

(c)

Step -19,0699 %-1,9037 mg

Residue 70,0223 %6,9902 mg

Onset 272,83 °CEndset 324,54 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN, 9,9828 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

70

75

80

85

90

95

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 288,98 °CPeak Value -38,55e-03 mg°C^-1Peak 292,37 °C

1/°C

-0,0040

-0,0035

-0,0030

-0,0025

-0,0020

-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N 01. 06. 2015 15: 14: 16

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

? Step -85,5863 %-8,8858 mg

Residue 14,3624 %1,4911 mg

Step -74,7678 %-7,7626 mg

Residue 16,6172 %1,7253 mg

Onset 337,24 °CEndset 371,17 °C

? Step -5,8024 %-0,6024 mg

Residue 93,8251 %9,7412 mg

Onset 28,47 °CEndset 71,84 °C

Sample: 209_15_CELULOSE_MICROCRISTALINA, 10,3823 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 364,54 °CPeak Value -0,21 mg°C^-1Peak 360,47 °C

1/°C

-0,020

-0,015

-0,010

-0,005

0,000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CE LULO S E _ M I CRO CRI S T A LI NA 01. 06. 2015 16: 42: 09

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

? Step -48,9653 %-4,9110 mg

Residue 51,0378 %5,1189 mg

Step -32,6617 %-3,2758 mg

Residue 58,0760 %5,8248 mg

Onset 291,42 °CEndset 322,31 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN_CELULOSE, 10,0296 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

50

60

70

80

90

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 300,04 °CPeak Value -96,77e-03 mg°C^-1Peak 308,66 °C

1/°C

-0,010

-0,008

-0,006

-0,004

-0,002

-0,000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N_ CE LULO S E 01. 06. 2015 16: 48: 08

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

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77

(d)

Figura 26 - Curva de TG e DTG do Clonazepam (a), Celulose microcristalina (b),

mistura de Clonazepam com Celulose microcristalina (c), Comparativo (d)

Conforme se observa, as curvas termoanalíticas das misturas físicas

representam o somatório das substâncias isoladas evidenciando a ausência de

incompatibilidade entre a Clonazepam e a celulose microcristalina. Observa-se na

curva da mistura entre clonazepam e celulose uma perda de massa com faixa de

temperatura intermediária às curvas individuais, observando-se também a perda de

massa na faixa de 30 a 70°C devido à desidratação da celulose.

5.2.4 Clonazepam e Lactose monoidratada

5.2.4.1 DSC Clonazepam e Lactose monoidratada

A figura 27 apresenta a curva de DSC para a lactose monohidratada. O

primeiro pico endotérmico relaciona-se ao processo de desidratação deste excipiente

que ocorreu em (Tonset = 143,3 °C e Tpeak = 146,9 °C), também verificado nas

curvas TG/DTG, faixa de temperatura de 140 – 150 °C. Este evento causou uma

perda de massa (Δm1 = 4,53%) e permite confirmar que este excipiente se trata da

lactose monohidratada, a qual apresenta estequiometricamente 5% de água. A partir

do momento que ocorre a fusão Tonset = 211,6 °C; Tpeak = 215,8 °C; inicia-se o

processo de decomposição térmica do excipiente. Os resultados obtidos por DSC

são confirmados pelas curvas TG/DTG, e evidenciam a fusão do excipiente (Tpeak =

100 200 300 400 500

0

20

40

60

80

100

% M

assa

Temperatura (C)

Clonazepam

Celulose

Clonazepam_Celulose

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78

237,0 °C), seguida pela decomposição térmica.

Figura 27 – Curva de DSC da Lactose

A curva DSC da mistura binária Clonazepam com a Lactose, Figura 28,

apresenta uma similaridade em temperatura do pico endotérmico referente à fusão

da Clonazepam. É possível observar a concordância com eventos observados para

as curvas de DSC individuais, perda de água da Lactose e fusão da Clonazepam

seguida da decomposição, sem indícios de interação e incompatibilidade. Na curva

de DSC observa-se um pequeno deslocamento do pico de fusão característico do

Clonazepam, entretanto, isto não caracteriza uma incompatibilidade, uma vez que o

pico continua dentro da faixa de fusão da Clonazepam. Uma possível explicação

pode ser devido à fusão da lactose que possibilita a solubilização de uma parte do

clonazepam, tendo impacto também na energia de fusão do mesmo. Os eventos

térmicos individuais são visualizados na curva da mistura conforme os eventos

individuais.

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79

Figura 28 – Curva de DSC para a mistura de Clonazepam e Lactose

Na Figura 29 é apresentado um comparativo entre as curvas individuais e a

mistura de clonazepam e lactose, onde a similaridade das curvas pode ser

observada.

Figura 29 – Curva de DSC comparativa para Clonazepam e Lactose

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80

Tabela 13 – Discussão de resultados para o ensaio de DSC para Clonazepam e

Lactose

Amostra Temperatura (ºC)

(On set – Peak) Entalpia (J/g) Evento

Clonazepam 237,38 – 238,36 - 113,01 Fusão

Lactose

143,31 – 146,99 - 130,39 Perda de água

211,62 – 215,88 - 128,12 Fusão

222,27 – 237,07 - 101,20 Decomposição

Clonazepam +

Lactose

142,08 – 145,39 - 51,42 Perda de água

211,37 – 216,49 - 54,17 Fusão /decomposição

(Lactose) 228,96 – 232,61 -40,71 Fusão (clonazepam)

5.2.4.2 TG Clonazepam e Lactose monoidratada

A curva TG para mistura de Clonazepam e Lactose apresenta o perfil de

perda em faixas de temperaturas de acordo com as curvas individuais, figura 30. Os

eventos em mistura são similares aos isolados com perda de massa proporcionais,

desta forma, pode concluir que a Lactose não apresenta incompatibilidade com o

Clonazepam nas condições de realização do ensaio.

(a)

Step -19,0699 %-1,9037 mg

Residue 70,0223 %6,9902 mg

Onset 272,83 °CEndset 324,54 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN, 9,9828 mg

Method: TGA_009dt 1,00 s[1] 25,0..500,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

70

75

80

85

90

95

100

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

Extrapol. Peak 288,98 °CPeak Value -38,55e-03 mg°C^-1Peak 292,37 °C

1/°C

-0,0040

-0,0035

-0,0030

-0,0025

-0,0020

-0,0015

-0,0010

-0,0005

0,0000

°C40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 400 420 440 460 480

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N 01. 06. 2015 15: 14: 16

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

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81

(b)

Figura 30A – Curva de TG e DTG do Clonazepam (a) e Lactose (b)

(c)

(d)

Figura 30B – Curva de TG e DTG da mistura de CLZ com Lactose (c) e

comparativo (d)

Step -81,4453 %-8,2544 mg

Residue 18,7352 %1,8988 mg

Step -51,9982 %-5,2700 mg

Residue 22,2573 %2,2558 mg

Onset 295,06 °CEndset 332,51 °C

Step -6,7794 %-0,6871 mg

Residue 85,8500 %8,7008 mg

Onset 229,60 °CEndset 252,59 °C

Step -4,5313 %-0,4592 mg

Residue 95,8323 %9,7125 mg

Onset 140,95 °CEndset 151,24 °C

Sample: 209_15_LACTOSE, 10,1349 mg

Method: TGA_021dt 1,00 s[1] 25,0..600,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

20

30

40

50

60

70

80

90

100

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Extrapol. Peak 305,19 °CPeak Value -0,13 mg°C^-1Peak 309,24 °C

Extrapol. Peak 251,77 °CPeak Value -28,18e-03 mg°C^-1Peak 243,78 °CExtrapol. Peak 149,57 °C

Peak Value -25,10e-03 mg°C^-1Peak 146,62 °C

1/°C

-0,014

-0,012

-0,010

-0,008

-0,006

-0,004

-0,002

0,000

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

^ ex o 209_ 15_ LA CT O SE 01. 06. 2015 16: 53: 40

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

Step -51,6667 %-4,9253 mg

Residue 48,5636 %4,6295 mg

Step -15,3944 %-1,4675 mg

Residue 61,8519 %5,8963 mg

Onset 268,71 °CEndset 291,95 °C

Step -9,4136 %-0,8974 mg

Residue 86,3484 %8,2315 mg

Onset 233,38 °CEndset 253,03 °C

Step -1,7143 %-0,1634 mg

Residue 98,3947 %9,3799 mg

Onset 142,75 °CEndset 150,39 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN_LACTOSE, 9,5329 mg

Method: TGA_021dt 1,00 s[1] 25,0..600,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

50

60

70

80

90

100

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Extrapol. Peak 275,90 °CPeak Value -59,25e-03 mg°C^-1Peak 276,88 °C

Extrapol. Peak 247,57 °CPeak Value -44,04e-03 mg°C^-1Peak 249,85 °C

Extrapol. Peak 134,25 °CPeak Value -11,60e-03 mg°C^-1Peak 146,56 °C

1/°C

-0,006

-0,005

-0,004

-0,003

-0,002

-0,001

0,000

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N_ LA CT O S E 01. 06. 2015 16: 58: 28

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

100 200 300 400 500

20

40

60

80

100

% M

assa

Temperatura (C)

Clonazepam

Lactose

Clonazepam-Lactose

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82

Tabela 14 - Dados dos ensaio de TG do Clonazepam, Lactose e mistura de

Clonazepam com Lactose

Amostra

Evento

Faixa de Temperatura

(ºC)

Onset - Endset

% Perda de

Massa Evento PeakºC

Clonazepam 272,83 – 324,54 19,07 Decomposição 292,37

Lactose

140,95 – 151,24 5,80 Desidratação 108,44

229,60 – 252,59 6,78 Decomposição 243,78

295,06 – 332,51 52,00 Decomposição 309,24

Clonazepam +

Lactose

142,75 – 150,39 1,71 Desidratação 146,56

233,380- 253,03 9,41 Decomposição 249,85

268,95 – 291,95 15,39 Decomposição 276,88

5.2.5 Excipientes e Clonazepam com excipientes

5.2.5.1 DSC Excipientes e Clonazepam com excipientes

Tabela 15 – Discussão de resultados para o ensaio de DSC para mistura de

Excipientes

Amostra Temperatura (ºC)

(On set – Peak) Entalpia (J/g) Evento

Clonazepam 237,38 – 238,36 - 113,01 Fusão

Excipientes

37,54 – 51,82 - 7,20 Perda de água

88,98 - 97,36 - 103,02 Perda de água

127,16 - 129,38 - 3,35 Fusão

144,58 – 148,11 -28,28 Fusão Decomposição

163,38 – 170,33 -2,83 Fusão Decomposição

204,24 – 210,76 - 30,40 Fusão Decomposição

Clonazepam e

Excipientes

26,76 – 46,57 -75,44 Perda de água

105,66 – 110,15 - 18,91 Fusão

122,26 – 125,02 -5,45 Fusão Decomposição

143,70 – 147,04 -11,43 Fusão Decomposição

202,98 – 209,42 -14,45 Fusão Decomposição

Na curva de DSC para os excipientes, figura 31, são observados alguns

eventos dos excipientes na mistura, como por exemplo, evento endotérmico na faixa

de 25°C a 50°C possivelmente devido a desidratação do amido, lactose e/ou

celulose. Os eventos endotérmicos entre 144,45°C – 148,11°C e 204,24 °C – 210,76

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83

°C relacionados à lactose e os observados em 88,98 °C - 97,36°C e em 127,16 °C -

129,38°C relacionados ao estearato de magnésio.

Figura 31 – Curva de DSC mistura de excipientes

Os eventos para a mistura de excipientes são novamente observados na

curva de DSC da mistura de todos os excipientes e o clonazepam, entretanto,

observa-se uma sobreposição de eventos na faixa de temperatura de fusão do

clonazepam não sendo possível a visualização do seu evento de fusão

separadamente. Os dados obtidos por DSC não mostram indícios de

incompatibilidade entre os excipientes estudados e o Clonazepam.

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84

Figura 32 – Curva de DSC Clonazepam e mistura de excipientes

5.2.5.2 TG Excipientes e Clonazepam com excipientes

As curvas de TG para a mistura de excipientes e clonazepam com

excipientes, figura 33, apresentam o mesmo perfil de curva perdas de massa em

temperatura semelhantes. Na curva com clonazepam e excipientes as perdas de

massa devidas aos eventos dos excipientes são menores em porcentagem de perda,

mas apresentam o mesmo perfil.

Os dados obtidos por TG mostram que os excipientes avaliados e clonazepam

não apresentam indícios de incompatibilidade.

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85

Figura 33 – Curva de TG da mistura de Clonazepam e excipientes

5.3 Desenvolvimento de métodos

Durante o desenvolvimento do método por CLAE foram testados diferentes

condições cromatográficas, partindo-se das condições mais simples, aprimorando-as

conforme a necessidade da análise.

A alta quantidade de tampão descrita na fase móvel na metodologia

farmacopeica pode aumentar o risco da formação de cristais em solução, os quais

podem ser abrasivos para os constituintes mecânicos do HPLC. Sendo assim, foi

desenvolvida nova fase móvel, constituída de acetonitrila/água na proporção de

600:400 v/v, para evitar o risco da cristalização dos sais na fase móvel, além do seu

preparo ser bem mais simples que a descrita na farmacopeica.

? Step -69,6196 %-6,9048 mg

Residue 30,2285 %2,9980 mg

Step -42,4881 %-4,2139 mg

Residue 44,0238 %4,3662 mg

Onset 266,81 °CEndset 325,28 °C

? Step -4,2632 %-0,4228 mg

Residue 95,1528 %9,4371 mg

Onset 28,27 °CEndset 63,86 °C

Sample: 209_15_CLONAZEPAN_GR, 9,9179 mg

Method: TGA_021dt 1,00 s[1] 25,0..600,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

30

40

50

60

70

80

90

100

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Extrapol. Peak 240,63 °CPeak Value -19,57e-03 mg°C^-1Peak 245,23 °C

Extrapol. Peak 303,08 °CPeak Value -69,24e-03 mg°C^-1Peak 300,61 °C

Extrapol. Peak 147,73 °CPeak Value -3,27e-03 mg°C^-1Peak 146,62 °C

Extrapol. Peak 101,38 °CPeak Value -2,61e-03 mg°C^-1Peak 97,96 °C

1/°C

-0,007

-0,006

-0,005

-0,004

-0,003

-0,002

-0,001

0,000

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

^ ex o 209_ 15_ CLO NA Z E P A N_ G R 02. 06. 2015 16: 55: 04

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

? Step -80,8952 %-7,7859 mg

Residue 18,9850 %1,8273 mg

Step -37,6710 %-3,6257 mg

Residue 26,9588 %2,5947 mg

Onset 294,18 °CEndset 345,09 °C

Step -13,4345 %-1,2930 mg

Residue 76,3693 %7,3503 mg

Onset 220,49 °CEndset 251,80 °C

Step -1,1873 %-0,1143 mg

Residue 93,6649 %9,0150 mg

Onset 143,85 °CEndset 151,44 °C

Sample: 209_15_EXCIPIENTES, 9,6247 mg

Method: TGA_021dt 1,00 s[1] 25,0..600,0 °C, 10,00 K/min, N2 50,0 ml/minSynchronization enabled

%

20

30

40

50

60

70

80

90

100

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

Extrapol. Peak 304,83 °CPeak Value -69,42e-03 mg°C^-1Peak 312,26 °C

Extrapol. Peak 235,35 °CPeak Value -39,16e-03 mg°C^-1Peak 241,06 °C

Extrapol. Peak 135,64 °CPeak Value -7,95e-03 mg°C^-1Peak 147,19 °C

1/°C

-0,007

-0,006

-0,005

-0,004

-0,003

-0,002

-0,001

0,000

°C50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550

^ ex o 209_ 15_ E X CI P I ENT E S 02. 06. 2015 17: 06: 17

S T A Re S W 10. 00Lab: M E T T LE R

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Primeiramente, foi testada uma proporção de fase móvel contendo 50% de

água e 50% de acetonitrila. Nessas condições, os picos de CLZ, CR A e CR B

apresentaram-se abertos e com ondulações. A constituição de fase móvel foi

modificada, utilizando-se 40% de água e 60% de acetonitrila. Com base nesta

alteração, observou-se um melhor perfil cromatográfico.

Como fase móvel estacionária testou-se colunas C8 de diferentes dimensões

e marcas até melhor obtenção de separação entre os picos CLZ, CR A e CR B.

Através de estudos envolvendo o fluxo, concentração de solvente na fase

móvel e temperatura, determinou-se a melhor condição de separação para o

clonazepam e seus compostos relacionados, foi:

- Volumes de injeção: 30µL

- Temperaturas da coluna: 25ºC

- Vazões da FM: 1,0mL/min

- Modos de eluição: isocrático

- Comprimento de onda: 254nm

- Coluna analítica: C8 – 250 x 4,6mm

A otimização e a validação do método, foram realizadas nestas condições.

Figura 34 – Cromatograma da solução de padrões de CLZ, CR A, CR B

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Optou-se pela concentração de 0,1 mg/mL de CLZ, pois esta se mostrou ideal

para obter o equilíbrio entre a facilidade do modo de preparo das soluções e um bom

desempenho cromatográfico como demonstrado na figura abaixo.

Figura 35 – Cromatograma da solução amostra de CLZ à 0,1mg/mL

5.4 Validação de métodos

5.4.1 Adequação do Sistema

Resumo dos dias em que foram realizadas as análises:

Dia 1: Seletividade sem degradação

Dia 2: Seletividade com degradação forçada

Dia 3: Linearidade – Limite de Quantificação

Dia 4: Precisão

Dia 5: Exatidão

Dia 6: Robustez - Estabilidade

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Tabela 161 – Adequação do sistema

Parâmetros

Critérios

de

Aceitação

Dia 1

Dia 2

Dia 3

Dia 4

Dia 5

Dia 6

DPR Áreas * 2% 0,3% 0,1% 0,4% 0,2% 0,3% 0,2%

Assimetria 0,8 – 1,2 1,00 0,99 0,99 0,98 0,96 0,92

Pratos Teóricos (N’) ≥ 2000 10214 10009 9954 9887 9830 9631

Resolução entre CLZ e CRB ≥ 2 3 3 3 2 2 2

*DPR das áreas 6 injeções obtidas no Padrão de Calibração. Na linearidade foi utilizado o DPR das 3

injeções do nível 100%.

Segundo a análise dos resultados obtidos no teste Adequação do Sistema,

conforme tabela 16 e em comparação com os critérios de aceitação, o sistema

encontra-se hábil para início das análises e prosseguir com o teste de teor e

impurezas nas condições laboratoriais.

5.4.2 Especificidade/Seletividade

Através da análise dos cromatogramas das soluções padões, amostra e

placebo observou-se que o método proposto apresenta especificidade, já que não

sofre interferência dos excipientes junto ao sinal de CLZ. Além disso, a pureza de

pico do CLZ observada é 0,99.

Os cálculos de pureza de pico foram realizados comparando o espectro do

ápice do pico (espectro de referência, ponto que apresenta a maior concentração do

analito e o espectro mais bem definido), com diversos espectros amostrados do

início ao fim do pico de CLZ, sendo coletado um espectro a cada 400 milissegundos.

Desse total de espectros, foi realizada uma avaliação, contando todos os

espectros que apresentaram pelo menos 95 % de semelhança com o espectro de

referência e também calculando os que apresentaram menos de 95% de

similaridade.

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Tabela 172 – Seletividade / Especificidade

Parâmetros Resultados

Obtidos

Avaliação visual dos picos cromatográficos De acordo

Resolução De acordo

Identificação De acordo

Pureza de Pico De acordo

Quando submetidas à degradação forçada, os cromatogramas apresentaram

redução no teor de CLZ e foi observado formação de picos de degradação em todos

tipos de hidrólises. Já quando submetido a degradação térmica e fotolítica, houve

pequena variação no teor tanto para o padrão, quanto para amostra.

Tabela 183 – Degradação Forçada Padrão

Tratamento no Padrão

%

Recuperação

24 horas

%

Degradação

24 horas

%

Recuperação

48 horas

%

Degradação

48 horas

Amostra Controle 100,0 0,0 100,0 0,0

Degradação Ácida (HCl 0,1N) 89,5 10,5 79,7 20,3

Degradação Básica (NaOH 0,1N) 65,3 34,7 48,6 51,4

Degradação Oxidativa (H2O2 3%) 94,8 5,2 93,8 6,2

Degradação Térmica (60°C) 102,3 2,3 88,9 11,1

Degradação Fotolítica (UV) 99,0 1,0 99,6 0,4

Tabela 194 – Degradação Forçada Amostra

Tratamento na Amostra

%

Recuperação

24 horas

%

Degradação

24 horas

%

Recuperação

48 horas

%

Degradação

48 horas

Amostra Controle 100,0 0,0 100,0 0,0

Degradação Ácida (HCl 0,1N) 91,6 8,4 79,9 20,1

Degradação Básica (NaOH 0,1N) 64,8 35,2 48,6 51,4

Degradação Oxidativa (H2O2 3%) 97,9 2,1 93,8 6,2

Degradação Térmica (60°C) 103,0 3,0 98,1 1,9

Degradação Fotolítica (UV) 99,7 0,3 98,9 1,1

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Na solução estressada por hidrólise básica, usando NaOH 0,1N, obteve-se a

maior degradação de cerca de 35,2% em 24 horas e 48,6% em 48 horas, com maior

formação de picos desconhecidos (Tabela 20).

Tabela 20: Produtos de degradação encontrados no teste de degradação

Forçada

Produtos de

Degradação

Condição

24 horas 48 horas

Ácida Básic Oxid Térm Fotol Ácida Básic Oxid Térm Fotol

CR A

(RRT≈ 1,20) x x x x x x x x x x

CR B

(RRT≈1,81) x x x x x x x x x x

Imp. Desc. 1

(RRT≈0,45) x x - x x x x - x -

Imp. Desc. 5

(RRT≈0,57) - x - - - - x - - -

Imp. Desc. 2

(RRT≈065) - x - x - - x - - -

Imp. Desc. 3

(RRT≈0,76) - - - x - - x - x x

Imp. Desc. 4

(RRT≈0,80) - x x x - - x x x -

Imp. Desc. 5

(RRT≈0,88) x x x x - x - x x -

Imp. Desc. 5

(RRT≈0,93) x x x - - x x - x x

Imp. Desc. 5

(RRT≈1,06) - - - - - x x - - -

Imp. Desc. 5

(RRT≈1,76) - - x x x - - x - -

Imp. Desc. 5

(RRT≈2,13) - - x - - - - x - -

O placebo não apresentou interferência no tempo de retenção e comprimento

de onda do Clonazepam em nenhuma das condições analisadas. O pico de CLZ na

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amostra apresentou-se puro em todas as condições avaliadas e a pureza de pico do

CLZ observada foi maior que 0,99.

Apesar de observada a degradação do ativo em determinadas condições de

estresse, não foi detectado nenhum interferente originário destas degradações no

tempo de retenção do ativo em nenhuma das condições avaliadas.

Segundo a análise dos resultados obtidos no teste

Seletividade/Especificidade, e em comparação com os critérios de aceitação, é

possível observar que houve degradação do ativo Clonazepam nas condições de

degradação: hidrólise ácida, hidrólise básica, hidrólise oxidativa, fotolítica, térmica e

não houve interferentes no tempo de retenção do ativo.

5.4.3 Linearidade

A linearidade foi avaliada através da construção de três curvas de calibração

desenvolvidas, CLZ, CR A, CR B respectivamente, contendo sete níveis de

concentração cada uma delas, avaliando a correlação linear.

A partir das áreas médias obtidas na faixa de concentração estudada, as

equações das retas foram calculadas e os coeficientes de correlação determinados.

Tabela 21: Linearidade Clonazepam

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Figura 36 – Curva Analítica - Área x Concentração Clonazepam

Figura 37 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica

Clonazepam

O valor de coeficiente de correlação demonstrou a qualidade da curva obtida,

indicando menor dispersão do conjunto de pontos experimentais e menor incerteza

dos parâmetros de regressão linear.

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Figura 38 – Gráfico de Resíduos Clonazepam

Figura 39 – Gráfico de Resíduos Padronizados Clonazepam

Todo intervalo estudado entre 0,02 e 0,12 mg/mL de CLZ mostrou-se linear

sob a investigação do gráfico de resíduos acima.

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Tabela 22: Linearidade CR A

O estudo da faixa linear de trabalho para cada composto relacionado foi

realizado visando a definição do intervalo de concentração no qual fosse possível

quantificar de forma segura os analitos. Para isto, foram construídos os gráficos

mostrados nas figuras 40 e 44. Considerou-se como faixa linear de trabalho, os

intervalos nos quais os pontos estavam inseridos entre os limites inferiores e

superiores do gráfico. Para cada composto relacionado foram avaliados 7 níveis de

concentração.

Figura 40 – Curva Analítica - Área x Concentração CR A

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Figura 41 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica CR

A

Figura 42 – Gráfico de Resíduos CR A

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Figura 43 – Gráfico de Resíduos Padronizados CR A

A análise dos gráficos de resíduos gerados a partir de ajustes de modelos

lineares aos dados de calibração revela que os resíduos gerados são pequenos e

não há nenhuma tendência que demonstre a falta de ajuste dos modelos,

confirmando sua adequação às respostas obtidas.

Tabela 23: Linearidade CR B

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Figura 44 – Curva Analítica - Área x Concentração CR B

Figura 45 – Curva Analítica - Concentração Obtida x Concentração Teórica CR

B

Os perfis dos gráficos de resíduos apresentados nas Figuras 46 e 47

demonstraram que não houve tendências óbvias que demonstrassem

heteroscedasticidade ou desvios de linearidade.

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Figura 46 – Gráfico de Resíduos CR B

Figura 47 – Gráfico de Resíduos Padronizados CR B

Analisando-se as equações das curvas obtidas, pode-se perceber que o

método foi linear para CLZ, CR A, CR B, já que os coeficientes de correlação de

todos foram todos maiores que 0,99. O gráfico de resíduos do ajuste linear

apresentou resultados indicativos e o valor máximo de resíduos padronizados esteve

compreendido entre ± 3.

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5.4.4 Limite de Quantificação

Conforme as tabelas abaixo, a recuperação do limite de quantificação

esteve entre 90 e 110%, calculados com base na linearidade e o desvio padrão

relativo foi menor que 10%.

Tabela 24: Limite de Quantificação de Clonazepam

Tabela 25: Limite de Quantificação de CR A

Tabela 26: Limite de Quantificação de CR B

5.4.5 Precisão

Nas tabelas que seguem estão demonstrados os resultados obtidos através

das áreas de sucessivas determinações realizadas para análise da precisão do

método. A precisão foi estudada com 12 amostras, sendo avaliada a repetibilidade

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do método no primeiro grupo (6 preparações) e a precisão intermediária no segundo

grupo (6 preparações).

Tabela 27: Padrão CLZ – Precisão Intradia

Tabela 28: Padrão CLZ – Precisão Interdia

Os dados dos desvios obtidos foram tratados estatisticamente empregando-se

o teste F, sendo considerados os DPRs resultantes dos dois grupos de dados (n=6),

inserindo no numerador o valor do maior desvio e no denominador o valor do menor

desvio. Dessa forma obteve-se o valor de 0,79, sendo que o f tabelado para o

intervalo de confiança de 0,025 e n = 12 é de 3,89. Portanto, sendo o valor

encontrado menor que o valor tabelado, podemos afirmar que os dois grupos de

dados apresentam variância similar, atendendo ao teste F.

A partir dos resultados obtidos, o método proposto apresentou precisão

intradia e interdia, com médias de DPR% em todas as amostras, abaixo dos 2%,

indicando elevada precisão do método.

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5.4.6 Exatidão

A partir das áreas dos picos dos analitos, calculou-se as concentrações. Os

resultados foram expressos como percentual de recuperação da concentração

medida em relação à concentração real percentagem de recuperação. As tabelas

abaixo apresentam os resultados de recuperação de CLZ, CR A, CR B.

Tabela 29: Exatidão do Clonazepam

*Concentração Teórica da Solução: calculada com base na massa do padrão adicionado e fator de diluição.

Tabela 30: Exatidão do CR A

*Concentração Teórica da Solução: calculada com base na massa do padrão adicionado e fator de diluição.

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Tabela 31: Exatidão CR B

*Concentração Teórica da Solução: calculada com base na massa do padrão adicionado e fator de diluição.

Todos os valores obtidos apresentaram-se dentro do intervalo e, portanto, o

método está de acordo com os parâmentros exigidos.

5.4.7 Robustez

Na avaliação da robustez, os resultados mostram que o método não se

revelou robusto frente às alterações de vazão e composição da fase móvel (Tabela

31, 32 e 33), já que para essas condições avaliadas não obteve-se boa percentagem

de recuperação. No restante das modificações efetuadas, o método analítico

mostrou-se robusto frente às pequenas e deliberadas modificações na temperatura

do forno e alteração de coluna, determinando que se houver variações, ainda assim

os resultados serão fidedignos.

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103

Tabela 32: Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CLZ

Tabela 33: Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CR A

Tabela 34: Robustez - Condições Testadas x Condição Normal CR B

Recuperação CLZ

Condições Testadas % Tempo de retenção (min)

Temperatura 23°C x Condição Normal 101 4,9

Temperatura 27°C x Condição Normal 101 4,9

Vazão 0,9 x Condição Normal 113 4,5

Vazão 1,1 x Condição Normal 93 5,5

Alteração FM (+1 – 61:39) 107 2,7

Alteração FM (-1% - 59:41) 110 7,4

Troca de Coluna x Condição Normal 96 4,6

Recuperação CR A

Condições Testadas % Tempo de retenção (min)

Temperatura 23°C x Condição Normal 99 5,9

Temperatura 27°C x Condição Normal 100 5,8

Vazão 0,9 x Condição Normal 108 6,6

Vazão 1,1 x Condição Normal 97 5,5

Alteração FM (+1 – 61:39) 103 4,6

Alteração FM (-1% - 59:41) 107 7,1

Troca de Coluna x Condição Normal 98 6,0

Recuperação CR B

Condições Testadas % Tempo de retenção (min)

Temperatura 23°C x Condição Normal 101 8,9

Temperatura 27°C x Condição Normal 98 8,8

Vazão 0,9 x Condição Normal 111 10,0

Vazão 1,1 x Condição Normal 94 7,7

Alteração FM (+1 – 61:39) 103 6,9

Alteração FM (-1% - 59:41) 110 11,1

Troca de Coluna x Condição Normal 98 9,0

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104

As soluções de padrão e amostra são estáveis por um período de 72 horas

em temperatura ambiente, pois nesse período não ocorreu aumento de impurezas e

a formulação mostrou-se estável, o teor se manteve.

5.4.8 Estabilidade

Nos estudos realizados, foram comparados os dados obtidos da análise

térmica com os resultados de teor e substâncias relacionadas por HPLC,

possibilitando maior segurança na interpretação dos dados e também enriquecendo

o trabalho com um comparativo que desafia a eficiência da análise térmica.

As amostras submetidas às temperaturas de 30ºC e 40º não apresentaram

alterações nas suas características organolépticas e físicas, quando observadas

macroscopicamente. Os teores percentuais obtidos na temperatura de 30ºC tiveram

mínimas variações nos três períodos testados. A observação dos produtos de

degradação nesta mesma condição só foram observadas no período final de 90 dias.

Nas amostras submetidas à temperatura de 40ºC, observou-se valores

menores de teor quando comparados aos valores obtidos na temperatura de 30ºC,

mas sem variações significativas. Os produtos de degradação podem ser

observados no segundo período avaliado, de 60 dias.

Os produtos de degradação observados no estudo de estabilidade acelerada

conforme tabela 36, foram também observados no estudo de degradação forçada,

sem aumento considerável dos mesmos.

Não houve nenhuma alteração ou variação nos resultados de teor

(doseamento) acima de 5% quando comparados ao resultado inicial tanto no estudo

a 30°C/75%U.R. quanto no estudo a 40°C/75%U.R. conforme preconizado na RE

nº.01, de 29/07/2005.

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105

Tabela 35: Estudo de Estabilidade

Tabela 36: Produtos de degradação encontrados no teste de estabilidade

Produtos de Degradação

Condição

30ºC 40ºC

90 dias 60 dias 90 dias

CR A (RRT≈ 1,20) x x x

CR B (RRT≈1,81) x x x

Imp. Desc. 1 (RRT≈0,45) x

Imp. Desc. 5 (RRT≈0,88) x x

Imp. Desc. 5 (RRT≈0,93) x x

A análise de estabilidade das misturas binárias preparadas e também da

mistura no estudo de compatibilidade não demonstraram alterações no estado

cristalino do fármaco, consequentemente não houve mudanças físico-químicas nas

misturas de modo a favorecer uma possível incompatibilidade entre o fármaco e

excipiente e até uma inatividade do fármaco.

Estabilidade

Condições Testadas

30°C / 75% U.R. 40°C / 75% U.R. Formação de Produtos de Degradação

30°C / 75% U.R. 40°C / 75% U.R.

30 dias 99 98

60 dias 99 97 x

90 dias 98 95 x x

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106

6 CONCLUSÃO

Baseado no conjunto de dados analisados, a compatibilidade fármaco-

excipiente realizada através das técnicas de DSC e TG pode ser considerada como

técnica de primeira escolha para avaliação de compatibilidades, devido a sua rapidez

e versatilidade. Porém, deve-se associar com a CLAE e IR, uma vez que estes

forneceram informações quantitativas e qualitativas sobre o princípio ativo

respectivamente. A análise térmica forneceram resultados rápidos, porém de difícil

interpretação. Por esse motivo, as técnicas complementares (IR, CLAE) foram

válidas para confirmar os resultados obtidos pela análise térmica e assim gerar

resultados mais confiáveis.

Segundo os resultados obtidos por DSC, TG, IR e CLAE foi possível identificar

que não houve alterações significativas no fármaco isolado e nas misturas binárias

1:1 fármaco/excipiente, indicando que não há interação entre os excipientes testados

e CLZ.

O método de CLAE desenvolvido foi otimizado em busca das melhores

condições para identificação e quantificação do CLZ, ofereceu grandes vantagens

em termos de simplicidade, visto que a fase móvel empregada é de fácil e rápido

preparo, o que permite ser usada rotineiramente nas análises de controle de

qualidade. Outra vantagem é o fato de não apresentar sais em sua composição, que

poderiam ocasionar danos à coluna e ao sistema cromatográfico, além de permitir a

identificação e reprodutível análise quantitativa de CLZ com confiabilidade analítica.

Os resultados de validação foram correspondentes com os critérios de

aceitação utilizados, atestando que o método é linear no intervalo de trabalho

sugerido, apresenta boa precisão, além de possuir limites de quantificação

adequados para a análise a que se destina. Além disso, o método demonstrou

robustez quando exposto a variações deliberadas nas condições experimentais

estabelecidas, com exceção das alterações de vazão e composição da fase móvel. A

partir da análise dos cromatogramas, nos estudos de degradação do padrão e da

amostra, pode-se verificar que o método proposto teve êxito na separação do

Clonazepam e dos produtos de degradação formados. Além disso, permitiu a análise

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107

quantitativa de CLZ na presença dos produtos de degradação e constituintes da

matriz, portanto, pode-se afirmar que o método pode ser empregado como indicativo

da estabilidade. O método foi validado e considerado preciso, seletivo, específico,

exato e linear para a determinação de compostos de degradação de Clonazepam

Comprimidos.

Através deste estudo foi possível unificar as informações sobre

compatibilidade entre CLZ e excipientes, realçando a importância desses estudos

para o desenvolvimento farmacotécnico.

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108

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