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ROBERLEY ARAÚJO ASSAD, CD. ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE Candida spp. E DE OUTRAS VARIÁVEIS RELACIONADAS À ESTOMATITE PROTÉTICA EM PACIENTES GERIÁTRICOS INSTITUCIONALIZADOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Odontologia, Área de Concentração em Estomatologia. Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Antonio Ribeiro Rosa CURITIBA 2004

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Page 1: ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE Candida spp. E DE OUTRAS ... · mestrado em Estomatologia, o qual trabalha em nosso benefício, abrindo portas diversas e brilhante trabalho no SBPqO. Ao

ROBERLEY ARAÚJO ASSAD, CD.

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE Candida spp. E DE OUTRASVARIÁVEIS RELACIONADAS À ESTOMATITE PROTÉTICA EM

PACIENTES GERIÁTRICOS INSTITUCIONALIZADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná, como parte dos requisitos paraobtenção do grau de Mestre em Odontologia, Área deConcentração em Estomatologia.

Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Antonio Ribeiro Rosa

CURITIBA2004

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Confia em ti primeiro e em ti depoisQuanto maior a vontade, maior serão os frutos

A fé constrói uma ponte deste mundo ao outroO orgulho divide os homens, a humildade os une

O mundo é como um espelho;se sorrires para ele,ele sorrirá para tiAma aquele que te aponta as tuas faltas mais que aquele que te elogia

A honra não consiste em não cair nunca,mas em levantar cada vez que cai

(IVES VAET)

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A Deus,

Que nos dá a força interior a cada amanhecer

Aos meus pais, Ivan Clóvis de Quadros Assad e

Arminda de Lourdes Araújo Assad ,dos quais herdei

a motivação para as realizações e a perpetuação

do espírito jovem, capaz de iniciar algo com qualquer

idade e aos meus irmãos Rui Cézar e Robinson.

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Parece ser normal,obrigatório ou prache agradecer o orientador nas

dissertações,mas neste caso fui agraciado com o melhor professor do programa

de pós-graduação(no tocante à orientação), reconhecido até pelos meus colegas

ao longo destes dois anos. Capaz de orientar além do meu, vários trabalhos

(PIBIC), com vários alunos da graduação ao seu redor, dar aulas na graduação e

na pós-graduação e exercer brilhantemente a função de pai, pois da união de seu

casamento com Meire , nasceu Laura durante o curso . Muito obrigado professor

Edvaldo Antônio Ribeiro Rosa, por sempre transmitir segurança, serenidade ,

tranqüilidade , equilíbrio,paciência e outras qualidades de pessoas que tem o dom

da docência como você. Quero ser sempre seu aluno , pois com certeza de que

assim estarei em constante processo de aprendizado para a vida.

Agradeço de ter como pessoa imprescindível nestes dois anos o amigo

Jean Carlos Santos. Além de acreditar e me apoiar sempre, com sua visão de

futuro, foi um grande incentivador para que abrissem as portas da divulgação da

minha imagem e do meu nome perante a sociedade em geral e específica.Um

verdadeiro empreendedor e com certeza me colocou no seu trampolim por

confiança.

Para finalizar,quero homenagear meu fiel escudeiro Maurício Méxiko, o

verdadeiro “braço direito” que colaborou diretamente para a concretização deste

trabalho, tomando para si a responsabilidade de manter o nosso consultório de

maneira brilhante,resolvendo praticamente tudo neste período que tive que me

ausentar. Maurício,continue assim: dedicado,fiel,trabalhador,inteligente,honesto e

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tantas outras virtudes que com certeza terá um futuro repleto de felicidades.

Obrigado à vocês!

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Agradecimentos

Ao Magnífico reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná,

professor Doutor Clemente Ivo Juliato.

Ao Decano do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde professor

Alberto Aciolly da Veiga.

Ao professor Doutor Sérgio Vieira, diretor adjunto do Programa de

Pós-Graduação da PUCPR.

Ao professor Doutor Fernando Henrique Westphalen, coordenador do

mestrado em Estomatologia, o qual trabalha em nosso benefício, abrindo portas

diversas e brilhante trabalho no SBPqO.

Ao professor Monir Tacla, coordenador da graduação em Odontologia.

À professora Doutora Marina de Oliveira Ribas,que abriu as portas do

Asilo São Vicente de Paula para a realização deste trabalho.

Ao professor Doutor Sérgio Ignácio,que nos auxiliou com muita

presteza(e paciência) a parte estatística do trabalho.

Ao professor Doutor Antônio Adilson Soares de Lima, exemplar como

docente dentro da Estomatologia.

Ao colega professor Luis Carlos Carta Gambus, que abriu as porta da

monitoria de Estomatologia da PUCPR, indicou o curso de mestrado, grande

incentivador e responsável direto por este acontecimento.

Ao professor Narcizo José Grein, pela motivação e conselhos

passados para mim, enfatizando o lado humano no atendimento aos pacientes.

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Aos colegas de turma: Alessandro, Ana Maria Braga, Ana Paula,

Eduardo, Júlia, Maria Helena, Rodrigo e Tiago.

À Neide Reis Borges , funcionária de ótimo preparo para enfrentar

os diferente tipos de situação,igualmente aos demais funcionários da clínica

(Paula,Flávia,Rosana,Betinha,Alan,Bete e todas outras) da PUCPR,sempre

educados e prestativos para comigo.

Aos meu funcionários do consultório que assumiram com mais

dedicação e afinco os seus afazeres por causa da minha ausência :D.Nilza,

Maurício, Joralice, Alessandra, Ariane e Guilherme.

Aos colegas Cirurgiões Dentistas do consultório Andréia,Alexandre,

Gláucio,Marcelo, Melissa, Mohara , Letícia, Tiago,Jean,Grazi(THD), que ajudaram

a transformar o consultório,de uma forma ou de outra.

À todos os pacientes que reconheceram que eu estava ausente, mas

por um ótimo motivo: o estudo; e por terem confiado nas indicações dos novos

profissionais do consultório.

.

Muito obrigado

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................11

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................12

RESUMO................................................................................................................13

ABSTRACT............................................................................................................14

1.INTRODUÇÃO.....................................................................................................15

2. FUNDAMENTO TEÓRICO.................................................................................17

2.1 Histórico............................................................................................................18

2.2 Etiologia e patogenia........................................................................................18

2.3 Fatores de predisposição local e manifestações clínicas à estomatite por

prótese...................................................................................................................22

3.PROPOSIÇÃO.....................................................................................................28

4.MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................30

4.1 Seleção de pacientes........................................................................................31

4.2 Procedimentos clínicos.....................................................................................31

4.2.1 Anamnese......................................................................................................31

4.2.2 Exame clínico.................................................................................................31

4.2.3 Exame das próteses totais (PT).....................................................................31

4.2.4 Coletas de saliva............................................................................................32

4.3 Procedimentos laboratoriais.............................................................................33

4.3.1 Isolamento de Candida sp ............................................................................33

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5.RESULTADOS....................................................................................................35

6.DISCUSSÃO........................................................................................................43

7.CONCLUSÕES....................................................................................................47

8.REFERÊNCIAS...................................................................................................49

9.ANEXOS..............................................................................................................59

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LISTAS DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Desv. Pad. -Desvio Padrão

PPGO -Programa de Pós-Graduação em Odontologia

PT -Prótese Total

PUCPR -Pontifícia Universidade Católica do Paraná

UFC/mL -Unidade Formadora de Colônias por mililitro

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 01 – PREVALÊNCIA DE DIFERENTES Candida spp NOS

PACIENTES COM E SEM SINAIS CLÍNICOS DE CANDIDOSE

........................................................................................................37

GRÁFICO 02 – CORRELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA DE CANDIDOSE

E DE ESTOMATITE, EM FUNÇÃO DO ESTADO DE CONSERVA-

ÇÃO DAS PRÓTESES..................................................................38

GRÁFICO 03 – CO-MORBIDADES ASSOCIADAS AOS PACIENTES COM E SEM

CANDIDOSE..................................................................................39

GRÁFICO 04 – CORRELAÇÃO ENTRE PRESENÇA OU NÃO DE CANDIDOSE E

CO-MORBIDADES, EM FUNÇÃO DAS CONTAGENS DE

Candida spp...................................................................................40

GRÁFICO 05 – CORRELAÇÃO ENTRE PRESENÇA OU NÃO DE CANDIDOSE

E USO DE MEDICAMENTOS EM FUNÇÃO DAS CONTAGENS

DE Candida spp.............................................................................41

GRÁFICO 06 – MEDICAMENTOS USADOS PELOS PACIENTES COM E SEM

CANDIDOSE..................................................................................42

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RESUMO

ASSAD, Roberley Araújo – Estudo da prevalência de Candida spp. e de outrasvariáveis relacionadas à estomatite protética em pacientes geriátricosinstitucionalizados. Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Antonio Ribeiro Rosa. Curitiba:PUCPR 2004. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Área deConcentração em Estomatologia.

Devido à influência de medicamentos e de doenças sistêmicas que agravam oestado da candidose em pacientes usuários de próteses totais, propôs-se, nestetrabalho realizar a análise quantitativa das espécies mais freqüentes de Candidaem pacientes com sinais clínicos de estomatite por prótese. Foram investigados57 pacientes do sexo feminino (média de idade de 65,12 anos), sendo que 33apresentavam estomatite protética. As espécies de Candida foram identificadaspelo CHROMagar Candida® e foi realizada a contagem de colônias fúngicas. Osresultados mostraram que nos pacientes com estomatites a média das contagensde Candida spp. foi de 6,1x104UFC/mL e nos pacientes sem estomatites era de1,0x10³UFC/mL (p = 0,0171). As espécies isoladas foram C. glabrata, C. tropicalise C. krusei, sendo que a C. albicans foi a espécie predominante. Os pacientescom estomatite apresentavam maiores prevalências de co-morbidades, assimcomo faziam maior uso de medicamentos, o que parece interferir positivamente noprocesso de colonização das leveduras.Palavras-chave: Candidose, Prótese Dentária Total, Estomatite Protética

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ABSTRACT

ASSAD, Roberley Araújo – Study of prevalence of Candida spp. and othervariables related to denture stomatitis in institutionalized geriatric patients.Orientador: Prof. Dr. Edvaldo Antonio Ribeiro Rosa. Curitiba: PUCPR 2004.Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Área de Concentração emEstomatologia.

Due to the influence of drugs and concomitant systemic diseases that aggravatethe candidosis status in dental prosthesis users, it was proposed to evaluate theprevalence of the most frequent Candida species in patients with denturestomatitis. Fifth-seven female patients (age average 65.12-y.o.) were investigated.Among them, 33 patients showed denture stomatitis. Candida species wereidentificated by CHROMagar Candida® differential culture medium and their countswere carried out. Results showed an average of 6.1x104CFU/mL for patientssuffering of denture stomatitis, against 1.0x10³CFU/mL for the other group (p =0,0171). The most common species isolated were C. glabrata, C. tropicalis, and C.krusei. Candida albicans was the predominant species. Patients with denturestomatitis showed bigger higher prevalence of co-morbidities, as well as, a greatermedicine consumption, what seem to increase the yeast colonization process.Key-words: Candidosis, Denture, Denture Stomatitis

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1. INTRODUÇÃO

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A etiologia da candidose associada ao uso de próteses totais mostra-se

extremamente variável, portanto sendo considerada uma doença multifatorial, na

qual a placa bacteriana, uso contínuo da dentadura, xerostomia, traumatismos e

infecção pelo agente fúngico Candida sp., constituem fatores predominantes na

patologia desta alteração (ALLEGRA et al.,2000).

A cavidade bucal apresenta também propensão de desenvolver

alterações decorrentes de modificações sistêmicas, as quais poderão

desencadear o desequilíbrio biológico entre microrganismos bucais e do

hospedeiro, levando à instalação de um quadro de infecções (FONSECA,1980).

Estas modificações podem ser decorrentes de problemas de saúde, inclusive o

estado emocional, uso de medicamentos e a candidose.

Budtz-Jorgensen et al. (2000) denominaram de candidose oral associada

ao uso de dentadura como a patologia que envolve a mucosa do palato de

pacientes usuários de próteses totais com sinais eritematosos. Entretanto, outras

nomenclaturas são aceitas para designar a mesma afecção,tais como estomatite

protética (BLAIR et al. ,1995), candidose eritematosa ou ferimento por dentadura

(CROCKETT et al.,1992).

São muitas as espécies de Candida sp existentes, podendo chegar ao

número de 40 na cavidade bucal humana (STENDERUP, 1990). Nikawa et al.

(1998), afirmaram que desde 1936 a Candida albicans era fator etiológico para o

aparecimento da doença.

Neste estudo, identificou-se e fez-se a contagem de colônias de quatro

espécies diferentes (Candida albicans, Candida tropicalis, Candida krusei e

Candida glabrata) associando os resultados aos problemas de saúde e uso de

medicamentos dos pacientes. Obviamente, por se tratar de uma doença

multifatorial, discorrer-se-á ainda sobre queilite angular, condição e higiene das

próteses, bem como a quantidade destas colônias como um fator indicativo no

auxílio do diagnóstico para a área médica em geral.

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2. FUNDAMENTO TEÓRICO

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2.1 Histórico

A candidose foi descrita pela primeira vez por Hipócrates (600 a .C.)

como aphathae ou albae. Posteriormente, Galeno (a.D.130) também denominou

da mesma forma, observando sua maior freqüência em crianças (BIRMAN, 2002).

Em 1839, Langenbeck correlacionou a etiologia destas lesões,

chamadas de aftas, com fungos em um caso de tifo. As melhores descrições, no

entanto, foram relacionadas por Berg, em 1846, em lesões de boca (BIRMAN,

2002).

Em 1923, Berkhout denominou o gênero Monilia (BIRMAN, 2002). No

passado a doença era denominada de Monilíase (ODDS, 1992 ).

Atualmente, este termo deve ser eliminado, porque deriva de um nome

arcaico Monilia albicans. Esta denominação baseia-se na toga ou no robe branco

que os candidatos ao Senado romano usavam. A designação albicans, deriva do

latim albicare, significando “clarear”, “embranquecer”, caracterizando o tipo mais

comum e o único conhecido então, chamado posteriormente de

pseudomembranoso (BIRMAN, 2002).

2.2 Etiologia e Patogenia

A candidose é uma doença oportunista causada pela levedura Candida

albicans, considerada a principal espécie em que o fungo se apresenta de duas

formas: leveduras e hifas (CHALACOMBE,1994). No entanto as espécies Candida

tropicalis, Candida parapsilosis, Candida stellatoidea e Candida krusei também

podem estar associadas no desenvolvimento da doença e são patogênicas ao

homem. Demonstrou-se repetidamente que o microrganismo é um habitante

comum da cavidade bucal, do trato gastro-intestinal e da vagina de pessoas não

afetadas clinicamente(KESSEL et al.,1980).

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Assim, parece que a mera presença do fungo não é suficiente para

produzir a doença (LYNCH, 1994). É preciso ocorrer penetração nos tecidos,

embora esta invasão geralmente seja superficial e ocorra em certas circunstâncias

(SHAFER et al.,1987).

No passado a candidose era considerada somente como uma infecção

oportunista, afetando indivíduos debilitados por outras doenças. Certamente, tais

pacientes perfazem uma grande porcentagem daqueles infectados pela Candida

sp.

Hoje, reconhecemos que a candidose bucal pode se desenvolver em

pessoas saudáveis. Como resultado desta interação complexa entre hospedeiro e

microrganismo, a infecção por Candida sp. pode variar de leve, com envolvimento

superficial da mucosa, observada na maioria dos pacientes, a fatal, doença

infecciosa em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos (NEVILLE et al., 1998 ).

Aproximadamente 50% da população possui C. albicans na microbiota

normal da boca. No entanto, se ocorrerem modificações no meio bucal, a levedura

pode proliferar e causar infecções.

O aparecimento desta patologia fúngica está associada, mais

freqüentemente, a uma desordem sistêmica subjacente que afeta de modo

adverso a capacidade do paciente combater os microrganismos agressores

(SONIS et al., 1996).

A infecção mucosa e cutânea por C. albicans é a condição micótica

bucal mais comum, embora os índices de freqüência sejam difíceis de serem

determinados devido à prevalência do microrganismo causal numa grande porção

da população (REGEZI, SCIUBBA, 2000).

A incidência da C. albicans foi relatada por diversos autores. Manning et

al. (1985) encontraram C. albicans na cavidade bucal de 45% de neonatos;

Berdicevsky et al. (1980) isolaram C. albicans em 45 a 65% de crianças sadias;

Arendorf & Walker (1980) e Lucas, (1993) observaram 30 a 45% de adultos

sadios com o microrganismo presente; 50 a 65% de indivíduos que usam próteses

removíveis apresentavam a levedura (ARENDORF & WALKER, 1980); em 90 %

dos doentes de leucemia e que foram submetidos a quimioterapia (RODU et al.,

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1988); e 95% de pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

também apresentavam C. albicans na boca (DUPONT et al., 1992).

As duas causas mais comuns de comprometimento do estado físico do

paciente são o uso de antibióticos por períodos prolongados, especialmente

penicilina e quimioterapia para o tratamento de leucemias e outras formas de

câncer. Pacientes sem histórico de uso recente de antibióticos, quimioterapia para

câncer ou outros tipos de drogas imunossupressoras devem ser suspeitos de

portarem uma doença que cause deficiência imunológica sem diagnóstico. Entre

essas doenças, a predominante é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(PETERSON, 2000).

A natureza oportunista deste microrganismo é revelada pela freqüência

das formas brandas da doença secundária à terapia antibiótica de curto prazo

para infecções bacterianas menores (DREIZEN, 1984).

A doença é considerada a mais comum das infecções oportunistas. Sua

ocorrência aumentou consideravelmente depois do emprego abusivo de

antibióticos que destroem a microbiota bacteriana normalmente inibidora e do

emprego de drogas imunossupressoras, particularmente corticosteróides e drogas

citotóxicas. Esta é a causa principal da doença em pacientes com leucemia,

linfoma e outros tumores (CAWSON et al.,1980).

A atuação dos hormônios também vem sendo discutida, face ao uso

disseminado de contraceptivos. Não se pode extrapolar para a boca o que se

observa na mucosa vaginal. Estudos longitudinais com os variados compostos

hormonais são ainda necessários para inferir que estes estão agindo como

favorecedores da doença ante aos desequilíbrios locais ou gerais do hospedeiro

(ODDS, 1988).

A Candida sp. é um comensal residente na cavidade bucal na maioria das

pessoas sadias e tem patogenicidade fraca. A transformação ou passagem deste

microrganismo de comensal para patógeno está relacionada com fatores locais ou

sistêmicos, de reprodução experimental extremamente difícil (CHALLACOMBE,

1994).

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Qualquer paciente com alterações na medula óssea, devido a anemia

aplásica ou a drogas, corre um elevado risco de desenvolver candidose. Do

mesmo modo, os pacientes sob terapia imunossupressiva com esteróides, ou

indivíduos debilitados, como os diabéticos ou pacientes com insuficiência renal

crônica podem desenvolver infecções fúngicas desse tipo. A candidose

mucocutânea é um dos sinais mais freqüentes da infecção sintomática pelo vírus

da imunodeficiência humana. O uso prolongado de antibióticos, particularmente

agentes de amplo espectro (e.g. tetraciclina) causam candidose mais comumente

que os medicamentos de espectro limitado, pois a supressão da microbiota

bacteriana normal da boca pela medicação pode favorecer infecção fúngica. Nos

pacientes que estão recebendo antibióticos ou outras substâncias corantes, a

candidose pode adquirir a pigmentação do material corante (DISMUKES et al.,

1994).

Birman (2002) relata que entre tantos outros fatores sistêmicos e locais,

destaca-se pela sua importância a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida,

conhecida SIDA ou AIDS. Neste caso, deve-se lembrar o papel sinalizador desta

manifestação fúngica. Freqüentemente, este pode ser o primeiro sinal da AIDS.

A candidose mucocutânea crônica ocorre em indivíduos portadores do

vírus HIV, com comprometimento imunológico genético ou iatrogênicos na

imunidade mediada por células T e em pessoas com deficiência poliendócrinas

(hipoparatireodismo, hipoadrenalismo, hipotireoidismo). A candidose disseminada

grave está associada com neutropenia secundária,doença granulomatosa crônica,

leucemia, terapia para câncer ou imunossupressão após transplante. A Candida

sp. é introduzida diretamente no sangue através de cânulas intravenosas,

cateteres, diálise peritoneal, cirurgia cardíaca ou utilização de drogas intravenosas

(ROBBINS et al.,1996).

Em pacientes com insuficiência renal crônica, tem sido relatada a

formação de pseudomembranas caracterizadas por um exsudato superficial na

mucosa e/ou gengiva, sendo sugerido que a formação destas pseudomembranas

representa infecção fúngica superficial causada por Candida sp (JEGANATHAN,

1992).

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A microbiota bucal do paciente diabético é freqüentemente alterada pela

colonização por Candida albicans (ODDS, 1988) .

A C. albicans é o microrganismo que mais causa infecções bucais no

hospedeiro com mielossupressão. No indivíduo leucopênico, o microorganismo

pode proliferar em excesso e invadir os tecidos bucais, estendendo-se ao esôfago

e aos pulmões, ou produzir septicemia generalizada pela disseminação

hematogênica. Nos casos de mucosite a candidose é a infeçcão mais comum

(EPSTEIN, 1990).

2.3 Fatores de predisposição local à manifestações clínicas da estomatitepor próteses.

A boca é, sem dúvida, a região do organismo na qual microrganismos e

hospedeiro mantém a mais perfeita interação. A microbiota normal da boca se

mantém relativamente constante, considerando vários fatores agressivos e

modificadores a que está sujeita. Estes fatores são representados por alimentos

ricos em substâncias que podem desorganizar a estrutura microbiana por vários

motivos e muitas vezes contaminados por bactérias, fungos ou outros

microrganismos, com grau variado de patogenicidade. O mesmo pode-se observar

com objetos introduzidos na boca, desde talheres até cigarros, dentifrícios,

colutórios entre outros. Deve-se considerar os medicamentos ministrados,

especialmente os automedicados, de uso tópico e principalmente sistêmico de uso

prolongado, como os antibióticos e corticóides (BORAKS,1996).

Alterações locais da microbiota autóctone são aspectos importantes para

desencadear um desequilíbrio entre as espécies bacterianas presentes e os

fungos (BIRMAN,2002).

Os microrganismos do gênero Candida sp são, em geral, comensais, mas

em determinados indivíduos e em situações específicas, podem transformar-se na

forma parasitária (SEDGLEY; SAMARANAYAKE, 1994), produzindo candidoses

bucais (HOLMSTRUP; AXELL,1990).

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As leveduras são de ocorrência comum na cavidade bucal de indivíduos

saudáveis, sendo a Candida albicans a espécie predominante na microbiota

bucal, constituindo 60 a 70% do total de isolamento, seguida pela C. tropicalis e

C. glabrata (STENDERUP,1990).

Conforme evidenciado pela sua freqüência na população em geral a C.

albicans tem patogenicidade fraca, refletindo assim a necessidade de fatores

predisponentes locais e sistêmicos (GRENSPAN, 1994).

Somente uma tênue linha separa o potencial patogênico do comensalismo:

os fatores predisponentes incluem uma longa lista de doença endócrinas, dietas

ricas em carboidratos, pacientes terminais, uso de antibióticos de largo espectro

ou esteróides, xerostomia e alterações imunológicas, quer adquiridas ou

congênitas (ODDS, 1988).

O crescimento de Candida sp na saliva é aumentado pela presença de

glicose e a sua aderência à células epiteliais orais é aumentada por alta

concentração de carboidratos na dieta (OHMAN, JONTELL, 1988).

Jorge (1987), Budtz-Jörgensen (1990), Oksala (1990) e Koga (1993)

acrescentaram o uso de próteses, aparelhos ortodônticos, respiradores bucais,

fatores mecânicos e iatrogênicos como fatores predisponentes da candidose

bucal.

Renner et al. (1979) salientaram que a candidose é uma entidade mórbida

de múltiplas facetas na qual o parasitismo por C. albicans pode ser um fator

extremamente importante associado com freqüência a outros como: traumatismo

provocado pela dentadura, má higiene bucal e possivelmente alterações dietéticas

e sistêmicas.

Entre os fatores locais, destaca-se o papel controverso do tabagismo na

etiopatogenia desta infecção fúngica, apresentando a literatura resultados

conflitantes a respeito, ora considerando este hábito protetor, ora patogênico, no

que concerne ao desenvolvimento da candidose bucal (TOMMASI, 2002).

A síndrome do respirador bucal produz alterações no meio, podendo

aumentar a presença de microrganismos e a suscetibilidade à infecção (RIAR et

al.,1970).

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Alterações na função da glândula salivar podem predispor o indivíduo à

candidose oral (EPSTEIN, 1990), uma vez que secreções salivares têm a

propriedade de remover microrganismos da mucosa. As proteínas antimicrobianas

da saliva como lactoferrina, sialoperoxidase, lisozima, polipeptídios ricos em

histatina e anticorpos anti-candida específicos, interagem com a mucosa oral e

impedem a colonização exuberante da Candida sp. Condições sistêmicas como

Síndrome de Sjögren, radioterapia de cabeça e pescoço, ou drogas que reduzem

secreções salivares podem conduzir a um aumento no desenvolvimento das

candidoses (PETERSON, 1992).

A xerostomia ou mesmo quadros de diminuição do fluxo salivar

(hipossalivação) induzem a uma maior freqüência de colonização por fungos,

desencadeando maior prevalência da doença. A saliva tem um importante papel,

dados os seus constituintes que cooperam na manutenção do pH, na proteção dos

tecidos moles e duros da boca (BIRMAN,2002).

Entre outros fatores locais, destaca-se o uso de próteses totais, como

favorecedor do desenvolvimento de candidoses, principalmente do tipo

eritematoso (BIRMAN, 2002).

A mucosa bucal está sujeita a várias lesões em conseqüência do uso de

próteses. Uma das manifestações em decorrência de seu uso é a inflamação

generalizada. A sensibilidade bucal causada por próteses é uma condição

incomum que ocorre em pacientes que podem estar usando um par de

dentaduras, sejam elas novas ou não. A condição não é devida a uma alergia

verdadeira, uma vez que o teste com o material da dentadura é negativo. Alguns

casos parecem ser devidos à infecção por Candida albicans, embora não

apareçam as manchas brancas típicas do “sapinho”, segundo Cahn (1936).

Newton (1962) sugeriu que a sensibilidade bucal causada por dentadura

pode estar relacionada com a “síndrome da retenção do suor”, na qual a formação

de um tampão de ceratina nas glândulas sudoríparas ou nas glândulas salivares

acessórias forçam o suor ou a saliva para o interior dos tecidos adjacentes, com

inflamação subseqüente. Este conceito, entretanto, não sofre aceitação ampla.

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Budtz–Jorgensen & Bertram (1970) estudaram a estomatite por dentadura

com bastante detalhe, demonstrando que fungos semelhantes a leveduras do tipo

C. albicans podem ser cultivados em 90% dos pacientes com este tipo de

estomatite, mas apenas 40% com dentaduras, porém sem estomatite. Eles

também demonstraram que a limpeza deficiente da dentadura estava associada à

inflamação intensa dos tecidos palatinos.

Arendorf & Walker (1979) citaram o uso de próteses como um fator

favorecedor da presença e desenvolvimento de várias espécies de Candida sp,

cujas colônias mostram-se mais intensas nos indivíduos que têm o hábito de

dormir com as próteses.

Para Jokstad, Ambjorsen, Eide (1996), o acúmulo de placa bacteriana e

cálculo sobre as próteses contribuem para o surgimento de colônias de Candida

albicans sobre as mesmas.

É importante citar o papel de certos hábitos de higiene bucal, sendo a

manutenção da saúde bucal considerada fundamental para inibir o

desenvolvimento das candidoses (BIRMAN, 2002).

Em pacientes portadores de próteses totais, é comum o surgimento de

uma condição conhecida internacionalmente como “dentare sore mouth” , que

entre os cirurgiões dentistas é conhecida como estomatite protética,

freqüentemente associada à presença da candidose eritematosa (SHADOMY;

ESPINEL-INGROFF; CARTWRIGHT, 1985). Esta se localiza sob a base da

prótese total, mais freqüentemente no maxilar superior, caracterizada por um

eritema difuso, ora homogêneo, ora representado por pontos ou áreas focais

avermelhadas, além de apresentar variadas alterações na textura e na superfície

da mucosa palatina. Essas reações inflamatórias podem ou não estar associadas

à próteses, destacando-se: trauma por inadequações e porosidade de base, uso

da mesma por tempo prolongado, má higienização, além da ação de bactérias e

fungos (BUDTZ-JORGENSEN,1990). Sua freqüência tende a aumentar com a

idade e tempo de uso da prótese (BUDTZ-JORGENSEN,1981; MIKKONEN,

NYSSONEN, PAUNIO, RAJALA,1984). Apesar de muito estudada, a estomatite

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protética permanece até hoje como tema de controvérsias, mas o papel dos

fungos já está bem consolidado (HOLMSTRUP; AXELL, 1990).

A colonização de leveduras na cavidade bucal dá-se à custa da sua

capacidade de aderência às células epiteliais. Esta pode ser ampliada no usuário

de próteses, visto que a levedura pode aderir intensamente à resina da mesma.

Apesar dos numerosos trabalhos publicados, ainda não existe um consenso sobre

qual seria o fator de maior peso na etiologia desses processos, permanecendo

muitas indagações a serem elucidadas (BATISTA; BIRMAN; CURY, 1999).

A expressão clássica de lesões por Candida sp na gengiva é chamada de

estomatite de dentadura, onde o atrito da prótese remove as lesões

esbranquiçadas e deixa placas eritematosas, que devem ser diferenciadas da

alergia à prótese. É freqüentemente associada o defeito de imunidade mediada

por células e à anemia (LINDHE , 1999).

Sampaio (1985) descreveu que ação irritante de medicamentos ou

dentifrícios, carência de vitaminas do complexo B e acúmulo de material salivar

nos ângulos da boca são responsáveis por um tipo de candidose eritematosa

denominada de queilite angular. Finnerud (1944) acrescentou que o fechamento

excessivo dos maxilares, em que há uma redução da dimensão vertical de

oclusão, são fatores determinantes para o desenvolvimento da queilite.

O uso de inaladores esteroidais na forma de aerosol, drogas psicotrópicas,

entre outros, merecem também atenção quanto ao seu uso prolongado, já que

favorecem a candidose bucal (BIRMAN, 2002).

Essas substâncias são empregadas como supressoras da imunidade e das

fagocitoses celulares. Este fato aumenta o risco de desenvolvimento da candidose

oral (MILME et al., 1974). No entanto, a imunidade da mucosa oral normaliza-se a

partir do desuso do inalador esteroidal (GARBER, 1994).

Jorge et al. (1997) selecionaram 1063 pacientes com o objetivo de analisar

a presença das diferentes espécies do gênero Candida sp na saliva de indivíduos

com fatores predisponentes ao desenvolvimento de candidoses e indivíduos

isentos de fatores predisponentes ao desenvolvimento da doença. Destes, 570

faziam parte de um grupo controle subdivididos em adultos e crianças e 493

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faziam parte do grupo de indivíduos com fatores predisponentes subdivididos em

usuários de prótese total, prótese parcial removível, aparelho ortodôntico

removível, aparelho ortodôntico fixo, aparelho extrabucal, com periodontite crônica

de adulto e respiradores bucais. Os resultados mostraram que em todos os grupos

houve predominância da espécie de Candida albicans. No entanto, o grupo que

possuía fatores predisponentes apresentou maior diversidade das espécies de

Candida sp. O grupo controle foi considerado como um todo, na faixa etária de 3 a

23 anos. Jorge et al. (1997) verificaram um total de 38% de indivíduos positivos

para Candida sp, com predominância em 75,34% da espécie Candida albicans.

Observados os resultados obtidos para pacientes com fatores predisponentes, o

grupo que apresentou maior porcentagem de pacientes positivos para Candida sp

foi o de prótese total (82,66%), seguido pelos respiradores bucais (68,75%) e

usuários de prótese parcial removível (68%).

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3.PROPOSIÇÃO

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O presente estudo teve como objetivo avaliar a quantidade de células

fúngicas de diferentes espécies de Candida em pacientes usuários de próteses

totais que sofrem de estomatite, bem como alguns fatores que podem influenciar

no estabelecimento desta patologia.

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4.MATERIAL E MÉTODOS

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4.1 Pacientes

Foram examinados 57 pacientes, todos do gênero feminino, usuários de

prótese total superior (com mais de dois anos de uso), internos do Asilo São

Vicente de Paula, no bairro do Juvevê em Curitiba, Paraná, o qual possui infra-

estrutura para atendimento odontológico nas próprias dependências.

4.2 Procedimentos clínicos

4.2.1 Anamnese

Foi formulada uma ficha clínica (Anexo-01) onde constavam as principais

informações para a realização da pesquisa, tais como idade, situação da prótese

total, tempo de uso, presença de estomatites, sinais clínicos evidentes de

candidose, presença de queilite angular, eventuais problemas de saúde,

tratamento médico e uso de medicamentos.

4.2.2 Exame clínico

Os pacientes edêntulos foram submetidos a uma avaliação para a

verificação inicial de presença de qualquer tipo de estomatite palatina ocasionada

por infecção de Candida sp . Alguns pacientes possuíam dentes remanescentes

na arcada inferior, porém a grande maioria desses eram edêntulos. Apenas um

examinador realizou o exame clínico.

4.2.3 Exame das próteses totais (PT)

A qualidade das próteses totais superiores foi avaliada com base em dois

indicadores de Rise (1979): defeitos e material. Esta avaliação se deu de forma

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somatória, sendo melhor a condição das próteses quanto menor a pontuação

obtida pela mesma.

Defeitos

0- Sem defeitos

1- Defeitos pequenos: um ou dois dentes faltando ou fraturados, perda menor

que 1cm² da base da PT; rachaduras grandes (menores que 2 cm) e

deficiências da extensão da área chapeável.

2- Defeitos médios: três ou mais dentes ausentes ou fraturados; perda maior

que 1cm² da base da PT; rachaduras grandes (maiores que 2 cm), próteses

totais imediatas ou dois defeitos pequenos.

3- Defeitos grandes: fratura total da prótese, mais de um defeito médio.

Material

Foi considerado buscando-se a presença das seguintes condições:

a- ranhuras ou porosidades cobrindo mais que 1/3 da base da PT

b- reembasamento deficiente ou provisório

c- pigmentação ou depósitos de cálculos extensos

Caso o material da PT não apresentou qualquer das condições acima

recebeu o código 0(zero) como satisfatório e se apresentou algum deles, recebeu

código 1(um),insatisfatório.

A PT foi considerada boa se não somou ponto algum,ruim, se obteve

somatória 1 ou 2 e péssima acima de 3 pontos somados, segundo os códigos.

4.2.4 Coletas de saliva

Um dia antes das consultas, foram separados e esterilizados em

autoclave do Laboratório de Estomatologia, Centro de Ciências Biológicas e da

Saúde (CCBS) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), 20 tubos

de ensaio de 10mL contendo água também estéril e lacrados com tampa de

plástico, devidamente ordenados e numerados em uma bandeja de grade

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apropriada para os tubos e cerca de 150 canudos plásticos de lanchonete,

cortados ao meio.Posteriormente, os tubos foram guardados na geladeira até o

momento do transporte. Cerca de uma hora antes de se iniciar as consultas

agendadas no asilo São Vicente de Paula, foram picados aproximadamente 3

quilos de gelo e colocados em um isopor, para que ficassem alojados tanto os

tubos de ensaio na bandeja, quanto o gelo picado sobreposto, a fim de que fosse

possível o transporte e a conservação da temperatura.

No consultório odontológico do asilo foram atendidos os pacientes em

quatro datas distintas no intervalo de 11 dias. Em cada consulta, após serem

realizadas a anamnese e preenchidas as fichas clínicas com o relato do paciente,

pedimos a cada um deles que retirasse suas próteses totais e em posição ereta e

sentada, bochechassem 10 ml de água por 1 minuto. Passado este tempo, os

pacientes foram previamente orientados para que fizessem o retorno do líquido

com o auxílio dos canudos (água, saliva e outros corpos estranhos) ao mesmo

tubo de ensaio. Os tubos foram recolocados no isopor em ambiente resfriado.

Assim se sucederam as coletas, sendo que em algumas situações ocorreram

certas dificuldades devido aos distúrbios psíquicos e motores dos pacientes. Após

terem sido realizadas as coletas das amostras do período agendado, as mesmas

foram transportadas até o laboratório de estomatologia da PUCPR e armazenadas

em geladeira.

4.3 Procedimentos laboratoriais

4.3.1 Isolamento das Candida spp.

A análise do material colhido foi realizada no Laboratório de

Estomatologia do CCBS da PUCPR. Com o auxílio de uma pipeta lambda, de alta

qualidade de precisão, coletou-se 0,1 ml das amostras de saliva de cada paciente

previamente homogeneizadas. Estas amostras foram colocadas diretamente em

placas petri de polietileno (60x15 mm) contendo meio de cultura seletivo

CHROMagar Candida® para serem cultivadas e incubadas na estufa a uma

temperatura de 370C por um período de 48 horas. Este meio de cultura identifica

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por tonalidades de cor quatro espécies de Candida sp., sendo a verde para C.

albicans, a cor azul acinzentado para a C. tropicalis, a cor rosa para a C. krusei e

a cor branca para C. glabrata e outras espécies. Após 48 horas de incubação,

foram contadas as colônias crescidas e com fenótipos específicos.

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5.RESULTADOS

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A carga fúngica salivar de cada paciente, mostrada na tabela 01, foi

expressa em unidades formadoras de colônias de Candida sp por mililitro

(UFC/mL). Os valores das contagens oscilaram entre 1,0×103UFC/mL e

6,1×104UFC/mL, sendo que 33 (57,89%) pacientes apresentavam sinais clínicos

de candidose e 24 (42,11%) não apresentavam. As diferenças advindas das

contagens nos dois grupos apresentaram significância estatística (p = 0,0171)

quando foi aplicado o teste t de Student.

Além da determinação da carga salivar, o cultivo em meio de cultura

CHROMagar Candida® também permitiu determinar a composição da microbiota

fúngica, que se distribuiu nos dois grupos de pacientes conforme disposto no

gráfico 01. Quatro espécies de Candida foram identificadas dentre os isolados,

Tabela 1. Contagem de colônias fúngicas totais.Com candidose Sem candidosePaciente UFC/mL Paciente UFC/mL Paciente UFC/mL Paciente UFC/mL

2 1,2×104 30 1,0×104 1 1,0×10³ 46 5,0×10³3 1,3×104 32 5,3×104 6 1,5×104 52 4,0×10³4 1,0×104 33 3,6×104 12 1,0×10³ 54 3,0×10³5 3,7×104 34 5,7×104 13 1,0×10³ 55 3,0×10³7 1,5×104 35 5,0×10³ 15 1,0×10³ 56 3,0×10³8 5,1×104 38 4,7×104 16 5,0×10³ 57 3,0×10³9 1,2×103 39 8,0×10³ 17 1,0×10³

10 6,1×104 40 9,0×10³ 19 1,0×10³ Média 3,7×10³11 1,5×104 42 2,3×104 24 2,0×10³ Desvio padrão 3,1×10³

14 1,0×10³ 47 1,7×104 25 2,0×10³18 5,0×10³ 48 2,3×104 28 8,0×10³20 2,7×104 49 1,0×104 31 7,0×10³21 1,0×10³ 50 1,2×104 36 1,2×104

22 1,4×10³ 51 1,5×104 37 5,0×10³23 3,6×104 53 1,0×104 41 1,1×104

26 2,0×10³ 43 2,0×10³

27 2,0×10³ Média 2,1×104 44 6,0×10³29 3,6×104 Desvio padrão 1,7×104 45 1,0×10³

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C. glabrata

C. krusei

C. tropicalis

C. albicans

sendo que a C. albicans foi a mais prevalente nos pacientes com sinais de

candidose (p < 0,05) e C. tropicalis no grupo sem candidose (p < 0,05).

No grupo de pacientes que apresentavam sinais clínicos de candidose, as

formas prevalentes foram a eritematosa, em 31 pacientes (54,38%) e a

pseudomembranosa, em 2 (3,5%) pacientes. Essas diferenças percentuais na

prevalência das diferentes formas de candidose, embora pareçam grandes, não

apresentaram significância estatística (p = 0,956), quando foram avaliadas pelo

teste t de Student.

Com base nos critérios de classificação das condições estruturais das

próteses superiores, obteve-se que no grupo de pacientes sem manifestações

clínicas de candidose, 8 deles (33,33%) apresentavam próteses boas, 12 (50%)

apresentavam próteses ruins e os 4 restantes (16,66%) apresentavam próteses

em péssimo estado de conservação. Em paralelo, no grupo de pacientes com

candidose, 4 deles (12,12%) apresentavam próteses bem conservadas, 22

3.4E+04

9.3E+03

6.1E+03

1.0E+04

5.7E+03

5.6E+03

4.0E+03

5.2E+03

Com candidose Sem candidose

méd

ia d

e cé

lula

s (U

FC/m

L

C. glabrata

C. k rusei

C. tropicalis

C. albicans

p > 0.05

p > 0.05

p < 0.05

p < 0.05

p = 0.0171

Gráfico 01. Prevalência de diferentes Candida spp. nos pacientescom e sem sinais clínicos de candidose

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Péssima

Ruim

Boa

(66,66%) próteses foram consideradas ruins e em 7 casos (21,21%) encontravam

grande comprometimento em sua qualidade.

O gráfico 02 mostra que os dados coletados no exame intra-oral revelaram

que 34 pacientes (59,64%) apresentaram estomatites decorrentes da má

adaptação da prótese na mucosa bucal (região de palato), ao passo que 23

(40,36%) não apresentaram, o que não incorreu em diferenças estatisticamente

significantes (p = 0,829). Em relação aos 34 pacientes com estomatites, cabe

salientar que quase a totalidade deles encontrava-se no grupo de indivíduos com

candidose e se dividiram, de acordo com a situação das próteses, da seguinte

forma: 6 (16,12%) apresentaram estomatites mesmo usando próteses totais

consideradas boas, 21 (64,51%) usando próteses consideradas ruins e 7 (19,35%)

com próteses em péssimo estado de conservação. Dos 23 pacientes que não

apresentavam estomatites, 7 (26,92%) possuíam próteses totais boas, 12

(53,85%) ruins e 4 (19,23%) péssimas. Estatisticamente, não foi encontrada uma

significância considerável (p = 0,590) nas diferenças existentes entre os estados

de conservação das próteses e a prevalência de estomatites.

46

8 7

2 22 1

1 21 2

77

44

C o m c a n d id o s e C o m e s t o m a t it e S e m c a n d id o s e S e m e s t o m a t it e

B o a R u i m P é s s i m a

G r á f ic o 0 2 . C o r r e la ç ã o e n t r e p r e v a lê n c ia d e c a n d id o s e e d ee s t o m a t i t e , e m f u n ç ã o d o e s t a d o d e c o n s e r v a ç ã o d a s p r ó t e s e s

r s = 1 . 0 0 0 ; p > 0 . 0 5 r s = 0 . 5 0 0 ; p > 0 . 0 5

r s = 0 . 5 0 0 ; p > 0 . 0 5

r s = 0 . 5 0 0 ; p > 0 . 0 5

r s = 0 . 5 0 0 ; p > 0 . 0 5

r s = 0 . 5 0 0 ; p > 0 . 0 5

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Dentre os 33 pacientes com candidose, foi observada a ocorrência

simultânea de 8 casos de queilite angular, todos concentrados nos pacientes co-

comprometidos com a forma eritematosa da micose. Ainda, a distribuição dos

casos de queilite angular foi de seis ocorrências no grupo de pacientes com

próteses consideradas ruins e 2 outras em pacientes com próteses em péssimo

estado de conservação.

A prevalência paralela de co-morbidades foi avaliada nos pacientes dos

dois grupos (gráfico 03). Embora não se tenha sido observada uma diferença

significativa entre as médias de prevalência nos grupos com e sem co-morbidades

(p = 0,117), é perceptível o fato de que a hipertensão e a depressão são aquelas

mais prevalentes no grupo com candidose e hipertensão e diabetes o são no

grupo que não sofria da micose.

Os valores médios para as contagens de Candida spp. mostraram-se mais

elevados nos grupos de pacientes com candidose, tanto para aqueles com co-

0

1

0

1

4

1

3

00

1

0

2

0

1

11

5

1

2 2

1

00

4

1

0

1

0

1

0

1

0

1

0

6 6

Com candidose Sem candidose

de c

asos

Artrose Cardíaco DepressãoDiabetes Enxaqueca EpilepsiaEstomacal Hipertensão PsíquicoOsteoporose Diabete/Hipertensão Depressão/HipertensãoAsma/Depressão/Hipertensão/Osteoporose Cardíaco/Hipertensão Hipertensão/ParkinsonEsclerose/Epilepsia Sem-comorbidades

Gráfico 03. Co-morbidades associadas aos pacientes com e sem candidose

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40

C. glabrataC. krusei

C. tropicalis

C. albicans

morbidades associadas, quanto para aqueles sem tais patologias (Gráfico 04). É

notável o fato de que correlações positivas são encontradas entre os sub-grupos

dos pacientes com candidose, assim como entre os pacientes sem candidose. Os

pacientes que sofrem simultaneamente de candidose e de outras co-morbidades

apresentaram médias de contagens superiores aos dos outros grupos,

principalmente para C. albicans.

De maneira muito semelhante à apresentada no parágrafo anterior, o

gráfico 05 mostra que os sub-grupos de pacientes com candidose (usuários ou

não de medicamentos) apresentaram valores médios de contagem superiores aos

dos sub-grupos de pacientes sem candidose, sobretudo em se tratando de

rs = 0.200; p > 0.05 rs = 1.000; p > 0.05

rs = 0.800; p > 0.05

rs = − 0.400; p < 0.05

rs = 0.800; p > 0.05

rs = − 0 .400; p < 0.05

G rá fic o 0 4 . C o r re la ç ã o e n tre p re s e n ç a o u n ã o d e c a n d id o s e e c o -m o rb id a d e s , e m fu n ç ã o d a s c o n ta g e n s d e C a n d id a s p p .

3 .7 E + 0 4 3 .4 E + 0 4

9 .3 E + 0 3 6 .2 E + 0 3

4 .7 E + 0 36 .1 E + 0 3

1 .0 E + 0 41 .2 E + 0 4

8 .3 E + 0 35 .7 E + 0 3

5 .6 E + 0 33 .0 E + 0 3

8 .6 E + 0 3

4 .0 E + 0 3

5 .2 E + 0 37 .0 E + 0 2

Com c andidos e e c om c o-m orb idade (n = 27)

Com c andidos e e s em c o-m orb idade (n = 6)

S em c andidos e e c om c o-m orb idade (n = 18)

S em c andidos e e s em c o-m orb idade (n = 6)

C. g lab rataC . k rus eiC . t rop ic a lisC . a lb ic ans

Méd

ia d

o n°

de

célu

las

(UF

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41

C. glabrataC.krusei

C. tropicalis

C. albicans

contagens de C. albicans. Em parte, tal observação é devida ao fato de que os

pacientes dos sub-grupos com candidose eram os mesmos nas comparações

acerca da ocorrência de co-morbidades e do uso de medicamentos.

Os dois grupos (com e sem candidose) não apresentaram divergências

quanto ao uso de medicamentos (p > 0,05). Digna de nota foi a observação de que

uma parte significativa dos pacientes (38,59%) fazia uso de drogas anti-

hipertensoras, contudo, sem apresentar divergências numéricas entre os grupos.

Entretanto, uma maior proporção dos pacientes com candidose relatou uso de

medicações antidepressivas (p < 0,05) e hipoglicemiantes orais (p < 0,05).

3.7E+04 3.4E+04

1.3E+04 1.1E+04

4.7E+036.1E+03

9.4E+03 9.2E+03

8.3E+035.7E+03

5.2E+032.6E+03

8.6E+03

4.0E+03

3.2E+031.6E+03

Com candidose e usuário demedicamentos (n = 27)

Com candidose e não-usuáriode medicamento (n = 6)

Sem candidose e usuário demedicamento (n = 17)

Sem candidose e não-usuáriode medicamentos (n = 7)

Méd

ia d

o n°

de

célu

las

(UF

C/m

C. glab rata

C. k rusei

C. tropicalis

C. alb icans

rs = 0.200; p > 0.05 rs = 1.000; p > 0.05

rs = 0.400; p > 0.05

rs = - 0.400; p < 0.05

rs = 0.400; p > 0.05

rs = - 0.400; p < 0.05

Gráfico 05. Correlação entre presença ou não de candidose e uso demedicamentos, em função das contagens de Candida spp.

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1 1

8

2

3

1

2

6

1 1

1

3

01 1

7

A n tih ip e r te n s iv o A n tid e p re s s iv o A n tie p ilé p tic o Hip o g lic e mia n teo ra l

Re c a lc if ic a n te A n a lg é s ic o Ne n h u mme d ic a men to

de

pa

cie

n

C om c and idos e

S em c and idos e

G r á fic o 0 6 . M e d ic a m e n to s u s a d o s p e lo s p a c ie n te s c o m e s e m c a n d id o s e

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6.DISCUSSÃO

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Em virtude do fato de que muitos pacientes apresentavam

hipossalivação e que a coleta de saliva estimulada foi impraticável, optou-se pelo

isolamento das leveduras que foram suspensas em água destilada, por bochecho.

Tal recurso é preconizado por Darwazeh et al. (2001) e por Al-Karaawi et al.

(2002) e facilita de sobremaneira a manipulação e coleta de leveduras

planctônicas ou levemente aderidas à mucosa e/ou próteses desses pacientes.

Publicações de outros autores (CUMMING et al., 1990; BUDTZ-

JORGENSEN et al., 1996) reportam taxas de pacientes com estomatite protética

próximas ou superiores às encontradas neste estudo, ao passo que alguns outros

(NEVALAINEN et al., 1997; FRENKEL et al., 2000; ESPINOZA et al., 2003)

reportam valores inferiores. Cabe salientar que esses últimos autores obtiveram

resultados obtidos junto à pacientes ambulatoriais e que os pacientes afirmavam

higienizar suas próteses ao menos uma vez por dia, enquanto que, os primeiros

autores avaliaram populações de idosos institucionalizados e, em sua grande

maioria, dependentes quanto às questões de asseio.

Embora exista alguma divergência de opiniões, diferentes autores

concordam que leveduras do gênero Candida estão diretamente envolvidas nos

casos de estomatite por próteses dentárias totais, conforme apontado por Webb et

al. (1998). Os resultados mostraram que todos os indivíduos arrolados neste

estudo, independente da ocorrência de estomatite ou não, estavam colonizados

por Candida spp. Estudos anteriores mostraram menores cifras de colonização

que variaram de 28% a 88% dos portadores de próteses dentárias totais (ABU-

ELTEEN & ABU-ALTEEN, 1998; BERDICEVSKY et al., 1980; DARWAZEH et al.,

2001; DORKO et al., 2001; DAR-ODEH & SHEHABI, 2003). Tal dissonância pode

ser atribuída, ao menos em parte, ao fato de que todos eram oriundos de uma

mesma unidade de institucionalização e que apresentavam comportamentos

similares no tocante aos cuidados dispensados à higiene pessoal. Em favor dessa

proposição, Cumming et al. (1990) ressaltaram que um nível significante de

infecção bucal por Candida pode ser encontrado em populações internas em

asilos para idosos. Ainda, Pires et al. (2002) e Kovac-Kovacic & Skaleric (2000)

obtiveram que mulheres tendem significativamente a serem mais prontamente

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colonizadas por leveduras bucais que homens, o que pode explicar a alta taxa de

indivíduos colonizados no presente estudo, todos do sexo feminino.

Em relação à carga fúngica salivar, o menor valor obtido (1,0×103UFC/mL)

era maior que valores considerados altos por Navazesh et al. (1995) e por Torres

et al. (2002). De acordo com Dodds et al. (2000), valores superiores a

1,0×103UFC/mL costumam serem encontrados em pacientes diabéticos ou sob

medicação anti-hipertensiva. Cabe salientar, que neste estudo 22 (38,59%)

pacientes reportaram emprego de medicação anti-hipertensiva e outros 9

(15,78%) faziam uso continuado de antidepressivos tricíclicos. Ambos grupos de

drogas sabidamente relacionados com hipossalivação, como efeito colateral

(BATRA & BIORKLUND, 1986; STRECKFUS et al., 1994; HUNTER & WILSON,

1995). Ainda, 29 (82,85%) dos pacientes com candidose/estomatite e 16 (66,66%)

sem tal(is) patologia(s) apresentavam próteses em estado precário de

conservação, o que parece favorecer a retenção de biofilme em áreas de maior

rugosidade (BUDTZ-JORGENSEN et al., 1996; RADFORD et al., 1998;

RADFORD et al., 1999; VERRAN et al., 1997) e promover uma redução na

adaptação da prótese aos tecidos adjacentes, incorrendo em traumatismos

(WEBB et al., 1998) que desencadeariam a estomatite (MacENTEE et al., 1998)

As espécies encontradas neste estudo foram as mesmas relatadas em

estudos publicados anteriormente. Dorko et al. (2001) pesquisaram a composição

micológica de esfregaços de lesões de pacientes com estomatite por prótese e

encontraram que C. albicans, C. tropicalis e C. krusei eram as espécies mais

comumente isoladas. Budtz-Jorgensen et al. (1988) encontraram C. albicans

(69,5%), C. glabrata (11,6%) e C. tropicalis (9,8%) colonizando o palato de

pacientes com estomatite protética. Brosky et al. (2003) obtiveram que as mesmas

espécies eram as mais comumente encontradas aderidas aos materiais protéticos

resilientes. O resultado aqui apresentado vem à corroborar com os achados

desses autores e reforça a importância dessas espécies na etiopatogenia da

estomatite protética.

As elevações significativas (p < 0,05) nas médias de contagem de C.

albicans nos grupos de pacientes com candidose/estomatite, que na quase

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totalidade dos casos se sobrepõem, pode ser devida ao fato de que lesões nos

tecidos moles adjacentes às próteses em estado precário de conservação

fornecem áreas de inserção ricas em proteínas séricas e tissulares que favorecem

a colonização da levedura que passa a propagar-se, segundo uma orientação

tigmotrópica (NIKAWA et al., 1998), tanto na superfície da prótese quanto no

tecido injuriado (BARBEAU et al., 2003).

Seria esperado que tal evento também ocorresse com C. tropicalis, outra

espécie produtora de hifa verdadeira e que apresenta taxa de aderência às

superfícies acrílicas e hidrofobicidade celular similar à da C. albicans (MINAGI et

al., 1985). Contudo, a média da contagem no grupo de pacientes com

candidose/estomatite foi menor (p < 0,05) que no outro grupo. Tal ocorrência,

supostamente, deriva do fato de que ocorreu um menor número de isolamentos

positivos de C. tropicalis nos pacientes do primeiro grupo (54,54% dos pacientes),

em relação aos pacientes do segundo grupo (75,00% dos pacientes).

Ainda, em relação ao alto isolamento percentual de C. albicans, cabe

salientar que uma má adaptação das próteses em função da reabsorção óssea ou

de fraturas nas mesmas pode promover pequenos traumatismos, onde as células

fúngicas se instalariam e iniciariam a infecção. Esta espécie é a maior produtora

de aspartato-proteases (McMULLAN-VOGEL et al., 1999), o que levaria a uma

maior destruição epitelial focalizada, com elevação na oferta de nutrientes séricos

e conseqüente aumento da taxa mitogênica da levedura.

Embora o papel das Candida spp. no desenvolvimento da estomatite

protética esteja bem definido, a associação dessas leveduras com entidades

bacterianas parece ter um efeito sinérgico na doença. Estudos conduzidos por

Palmqvist et al. (1984), Lucas (1993) e por Kulak et al. (1997) mostraram que

Candida albicans pode estar associada ao Staphylococcus aureus no

estabelecimento da estomatite. Neste trabalho, a ocorrência concomitante desse

coco e da levedura não foi pesquisada. Estudos posteriores devem ser

conduzidos, de maneira a se estabelecer os graus de correlação entre as cargas

fúngica e estafilocóccica e a prevalência de estomatites por prótese.

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7.CONCLUSÕES

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Com base nos resultados obtidos e discutidos, pôde-se concluir que:

1. Pacientes portadores de próteses dentárias totais e que se encontram

internados em asilos parecem tender a apresentar maiores chances de

desenvolvimento de estomatites, que aqueles que permanecem em seus

domicílios;

2. Houve um maior isolamento de colônias de Candida spp. em pacientes que

sofriam de estomatite protética, quando comparado com pacientes não

comprometidos pela patologia;

3. A espécie Candida albicans parece ser a entidade fúngica mais diretamente

implicada no desenvolvimento da estomatite protética;

4. O estado de conservação das próteses totais não determinou a ocorrência ou

não de estomatites, porém pareceu favorecer a colonização pelas leveduras;

5. A hipertensão, a depressão e o diabetes melito foram as co-morbidades mais

associadas aos pacientes com estomatite protética, contudo não pode-se

determinar se as maiores contagens nos isolamentos foram devidos às co-

morbidades ou as medicações tomadas pelos pacientes;

6. Estudos complementares devem ser conduzidos no intuito de se determinar o

grau de participação de outras variáveis, tais como tabagismo, etilismo e co-

colonização por entidades microbianas.

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8.REFERÊNCIAS

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7. ANEXOS

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ANEXO 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

MESTRADO ACADÊMICO EM ODONTOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ESTOMATOLOGIA

ORIENTADOR: PROF. EDVALDO RIBEIRO ROSA

ALUNO: ROBERLEY ARAÚJO ASSAD

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE :

Nome : .......................................................................................................................................................................................

Idade : .................... anos Sexo ( ) M ( ) F Cor: ( ) Negro ( ) Pardo ( ) Branco ( ) Amarelo

HISTÓRIA MÉDICA :

1. Está fazendo algum tratamento médico atualmente ? ( ) S ( ) N .Há quanto tempo ? ...........................................

..................................................................................................................................................................................................

2. Está tomando algum medicamento ? ( ) S ( ) N Qual ? .....................................................................................................

..................................................................................................................................................................................................

3. Como pode descrever seu estado geral de saúde ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Mal ...............................................................

...................................................................................................................................................................................................

4.Qual a data de seu último exame médico ? Mês .................... Ano ................... Por que? ...................................................

...................................................................................................................................................................................................

5. É ou já foi portador de algumas das seguintes doenças?

....... AIDS

....... Diabetes ( Tem muita sede ? Urina mais de 6 vezes ao dia ? Perda de peso mesmo com apetite ?

Problemas oculares ? )

....... Hipoparatiroidismo

....... Hipoadrenalismo

....... Hipotiroidismo

....... Doença Granulomatosa Crônica ( Tuberculose, PCM, ... )

....... Mielossupressão

....... Alteração na Medula Óssea

....... Leucopenia

....... Anemia Aplásica

....... Leucemia

....... Tumores. Qual ?................................................................ Está em Estado Terminal ? ....................................................

....... Insuficiência Renal Crônica

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....... Alteração Imunológica Adquirida. Qual ? ........................................................................................................................

....... Alteração Imunológica Congênita. Qual ? ........................................................................................................................

....... Depressão

....... Stress

.......Outras .................................................................................................................................................................................

6.Já fez transplante ? Qual ? Há quanto tempo ? Tomou ou está tomando algum medicamento ? ..........................................

...................................................................................................................................................................................................

7.Como está sua alimentação ? Tem dieta rica em carboidratos ? ............................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

8. Está tomando ou já tomou algum dos seguintes medicamentos ? Há quanto tempo ?

....... Antibióticos por período prolongado . Qual ? ...................................................................................................................

....... Cortisona ( injeção , comprimidos ou pomada ) ..............................................................................................................

....... Antidepressivo ...................................................................................................................................................................

....... Drogas psicotrópicas . Qual ? ............................................................................................................................................

....... Quimioterapia ou Radioterapia..........................................................................................................................................

....... Drogas citotóxicas .............................................................................................................................................................

....... Drogas imunossupressoras ................................................................................................................................................

....... Hormônios .........................................................................................................................................................................

........Complemento vitamínico ..................................................................................................................................................

....... Outros medicamentos ........................................................................................................................................................

HISTÓRIA BUCODENTAL:

1. Usa prótese total ( ) Superior ( ) Inferior

2. Usa PPR ( ) Superior ( ) Inferior

3. Sente a boca seca ou sensação de queimação na língua ou nos lábios. ( ) Sim ( ) Não

4. Respira pela boca ( ) Sim ( ) Não

5. Fuma ( ) Sim ( ) Não Quantidade e tempo .....................................................................................................................

6. Como higieniza a prótese ? ...............................................................................................................................................

7. Tira a prótese para dormir ? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

8. Possui o hábito de lamber constantemente os lábios ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

9. Sofre com ação irritante ( ) Medicamentos tópicos ( ) Dentifrícios ( ) Colutórios

10. Faz uso de inaladores esteroidais na forma de aerosol ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

11. Sente gosto desagradável na boca ( ) Sim ( ) Não

12. Halitose ( ) Sim ( ) Não

13. Dificuldade de engolir ( ) Sim ( ) Não

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EXAME CLÍNICO INTRA E EXTRA ORAL :

1. Defeitos das próteses ( )0-sem defeitos ( )1-defeitos pequenos( )2-defeitos médios ( )3- defeitos grandes

2. Condições do material das próteses

( )A-com ranhuras/porosidades

( )B-reembasamento deficiente/provisório

( )C-pigmentação ou depósitos de cálculo

Código 0-satisfatório( ) Código 1-insatisfatório( )

3. Higiene da prótese ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Péssima

4. Há quanto tempo usa a mesma prótese ? ...........................................................................................................................

5. A Prótese causa trauma ? ( ) Sim ( ) Não ........................................................................................................................

6. Condição final de avaliação das próteses ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Péssima

7. Quantidade de Saliva ( ) Hipersalivação ( ) Normal ( ) Hiposalivação

8. Atrofia dos maxilares / Sobremordida ( ) Sim ( ) Não

9. DVO reduzida ( ) Sim ( ) Não

10. Relação oclusal ( ) Boa ( ) Ruim

11. Flacidez muscular ( ) Sim ( ) Não

12. Prega cutânea profunda nas comissuras ( ) Sim ( ) Não

13. Eritema difuso homogêneo ( ) Sim ( ) Não

14. Eritema representado por pontos ou áreas focais avermelhadas ( ) Sim ( ) Não

15. Alteração na textura da superfície mucosa ( ) Sim ( ) Não

16. Estomatite por dentadura ( ) Sim ( ) Não

17. Mucosite ( ) Sim ( ) Não

14. Inflamação intensa na mucosa oral ( ) Sim ( ) Não

15. Placas ou nódulos brancos raspáveis ( ) Sim ( ) Não

16. Placas ou nódulos brancos não raspáveis ( ) Sim ( ) Não

17. A mucosa ( restritamente )sob a dentadura apresenta-se extremamente vermelha lisa ou granular ( )S ( )N

18. Apresenta lesões na mucosa bucal ( ) Sim ( ) Não. Qual ?..........................................................................

19. Dorso da língua despapilado e desceratinizado ( ) Sim ( ) Não

20. Sintomatologia dolorosa ( ) Sim ( ) Não

( ) Candidose Pseudomembranosa

Placas ou nódulos brancos opacos raspáveis, mole, são removidas com gase deixando a superfície eritematosa, erosada e

sensível.

( ) Candidose Atrófica Aguda

Lesão vermelha generalizada, despapilação e desceratinização do dorso da língua, erosão e inflamação intensa, bastante

dolorosa .

( ) Candidose Atrófica Crônica ou Estomatite por Dentadura

A mucosa sob a dentadura apresenta-se extremamente vermelha lisa ou granular, o pc relata queimação ou indolor.

O vermelhidão da mucosa é delimitada nitidamente e esta restrita ao tecido que fica em contato direto com a dentadura .

Uma das principais causas é o traumatismo crônico e a não remoção da prótese a noite.

( ) Queilite angular

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Observações : .........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................................

Material Coletado na região ...................................................................................................................................................

Local .........................................................................................................................................................................................

Data ..........................................................................................................................................................................................