estudo da degradação de fenol e seus intermediários pelo processo

Download estudo da degradação de fenol e seus intermediários pelo processo

If you can't read please download the document

Upload: docong

Post on 08-Jan-2017

221 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • PMELA COELHO TAMBANI

    ESTUDO DA DEGRADAO DE FENOL E SEUS INTERMEDIRIOS

    PELO PROCESSO UV/H2O2

    So Paulo 2011

  • PMELA COELHO TAMBANI

    ESTUDO DA DEGRADAO DE FENOL E SEUS INTERMEDIRIOS

    PELO PROCESSO UV/H2O2

    Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia

    So Paulo 2011

  • PMELA COELHO TAMBANI

    ESTUDO DA DEGRADAO DE FENOL E SEUS INTERMEDIRIOS

    PELO PROCESSO UV/H2O2

    Dissertao apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia

    rea de Concentrao: Engenharia Qumica Orientador: Roberto Guardani

    So Paulo

    2011

  • Este exemplar foi revisado e alterado em relao verso original, sob responsabilidade nica do autor e com a anuncia de seu orientador. So Paulo, ..... de .................... de 20.... Assinatura do autor: _________________________________ Assinatura do orientador: _____________________________

    FICHA CATALOGRFICA

    Tambani, Pmela Coelho

    Estudo da degradao de fenol e seus intermedirios pelo processo UV/H2O2 / P.C. Tambani. ed. rev. So Paulo, 2011.

    112 p.

    Dissertao (Mestrado) - Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Departamento de Engenharia Qumica.

    1. Fotoqumica I. Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia Qumica II. t.

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho

    memria de minha me, Sandra

    Mara Viera Coelho, a quem devo

    tudo o que sou e que partiu no

    decorrer das etapas do mestrado.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus

    A toda minha famlia, em especial, ao meu marido, Renato, aos meus pais, a

    minha av Lizah e minha irm Raquel pelo apoio e amor, incondicionais, em todos

    os momentos da minha vida.

    Ao Prof. Dr. Roberto Guardani pela orientao e ateno dispensada ao longo

    desse trabalho.

    Ao Prof. Dr. Antnio Carlos Silva Costa Teixeira pelos ensinamentos e co-

    orientao do trabalho.

    Dra. Maria Anita Mendes pela orientao em HPLC

    Aos colegas de laboratrio do grupo de fotoqumica: Katia, Juliana, Cintia,

    Leidi e Fernando.

    Ao colega Uir que me auxiliou na caracterizao do reator.

    Aos colegas William e Thales pela ajuda com a modelagem.

    Aos colegas do Semi-Industrial pela amizade.

    CAPES pelo suporte financeiro que possibilitou a realizao desse

    trabalho.

  • RESUMO

    No processo UV/H2O2, oxidar o substrato a CO2 e gua resulta em um elevado

    consumo de H2O2. Ento, esse processo tem sido proposto como um pr-tratamento

    para reduzir a toxicidade a nveis seguros para o tratamento biolgico posterior. Por

    essa razo, necessrio estudar o progresso da reao, pois a toxicidade de alguns

    intermedirios formados durante a oxidao pode ser mais elevada que a do

    composto inicial. Neste trabalho, os experimentos foram realizados em um reator

    tubular fotoqumico, contendo em seu eixo uma lmpada de vapor de mercrio de

    baixa presso, conectado a um tanque de recirculao. O processo UV/H2O2

    aplicado no tratamento de gua contendo fenol (50500mg C.L-1). Os resultados

    demonstraram que o principal produto da oxidao primria o catecol, indicando

    que a hidroxilao ocorre predominantemente na posio orto. A abertura do anel

    aromtico leva formao de cidos orgnicos, o que explica a diminuio do pH

    durante a reao. Foram identificados os seguintes cidos: frmico, oxlico, maleico

    e malnico. Na etapa seguinte desse trabalho, dois modelos cinticos foram

    desenvolvidos. Os modelos foram baseados nas reaes qumicas e fotoqumicas

    iniciadas pelos radicais hidroxila gerados pela fotlise do perxido de hidrognio.

    Foram utilizados os valores encontrados na literatura para os parmetros

    fotoqumicos e constantes cinticas das reaes fotoqumicas. Os resultados

    experimentais foram utilizados para estimar as constantes cinticas das reaes que

    envolvem os compostos aromticos. No primeiro modelo foram contempladas todas

    as reaes fotoqumicas envolvidas e, no segundo, apenas as consideradas mais

    significantes. Os resultados das simulaes considerando os parmetros ajustados

    mostraram uma melhor concordncia com os dados experimentais para o primeiro

    modelo. As constantes cinticas deste modelo para as reaes nas quais o fenol

    oxidado a catecol (k14) e hidroquinona (k15) foram 2,60x108L.mol-1.s-1 e

    1,03x108L.mol-1.s-1, respectivamente. As constantes cinticas para a oxidao do

    catecol (k17) e hidroquinona (k18) encontradas foram 1,41x108L.mol-1.s-1 e

    2,02x108L.mol-1.s-1, respectivamente. Tambm foi observada elevada correlao

    entre as constantes k14 e k17 e entre k15 e k18.

  • Palavras-chave: Processos oxidativos avanados. Fenol. Modelagem

    matemtica.

  • ABSTRACT

    In the UV/H2O2 process, the oxidation of the substrate to CO2 and water

    results in high H2O2 consumption. Due to this fact the process has been proposed as

    a pretreatment to reduce toxicity to safe levels prior to biological treatment. Thus, it is

    necessary to study the reaction progress because some intermediate compounds

    may be more toxic than the initial compound. In the present study experiments were

    carried out in a lab-scale tubular photochemical reactor with a low-pressure mercury

    vapor lamp placed in its axis, connected to a recirculation tank. The UV/H2O2 process

    was applied to the degradation of an aqueous solution containing phenol as a model

    pollutant (concentration range: 50-500mg.L-1). The experimental results indicated that

    orto-hydroxylation (catechol formation) was predominant. The cleavage of the

    aromatic ring resulted in the production of organic acids, which caused the pH

    decrease over the reaction time. The following acids were detected: formic, oxalic,

    maleic and malonic.

    The experimental results were used to estimate kinetic rate constants for the

    reactions involving aromatic compounds according to two kinetic models based on

    chemical and photochemical reactions, initiated by hydrogen peroxide photolysis to

    produce hydroxyl radical. Numerical values of chemical reaction rate constants and

    photochemical parameters were taken from literature. The first model considered all

    photochemical while the second model considered the most significant ones. The

    parameter fitting results showed better agreement with experimental values based on

    the first model. The resulting values for the rate constants according to this model

    were as follows: 2.60x108L.mol-1.s-1 for phenol oxidation to catechol, and

    1.03x108L.mol-1.s-1 for phenol oxidation to hydroquinone by hydrogen peroxide. The

    reaction rate constants for the oxidation of catechol, and hydroquinone by hydrogen

    peroxide are 1.41x108L.mol-1.s-1 and 2.01x108L.mol-1.s-1, respectively. A high

    correlation was observed between constants k14 and k17, and between k15 and k18.

    Keywords: Advanced oxidation process. Phenol. Mathematical modeling.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1- Processos oxidativos avanados (POA) ........................................................... 17

    Figura 2 - Estrutura molecular do fenol .............................................................................. 21

    Figura 3 - Reao global do processo Hock para a sntese de fenol............................ 22

    Figura 4 - Mecanismo proposto por Coxon e Halton para a fotlise direta do fenol

    (ALNAIZY, 1999) ................................................................................................................................ 24

    Figura 5- Mecanismo de oxidao do fenol proposto por Devlin e Harris (1984) ....... 25

    Figura 6- Mecanismo proposto por Scheck e Frimmel para a fotodegradao do fenol

    (ALNAIZY, 1999) ................................................................................................................................ 26

    Figura 7 - Reaes consideradas no modelo proposto por Alnaizy e Akgerman (2000)

    ............................................................................................................................................................... 29

    Figura 8 - Rendimento quntico para formao de ons Fe(II) a partir de uma soluo

    de ferrioxalato (BRAUN et al, 1991) ................................................................................................ 38

    Figura 9 - Espectro de absoro do complexo ferrioxalato em soluo aquosa.

    Soluo concentrada usada em medidas actinomtricas ([cido oxlico]=0,75mol.L-1,

    [Fe(III)] = 0,15mol.L-1) e soluo diluda 1:1000([Fe(III)]=0,00015mol.L-1) (MACHULEK, 2007)

    ............................................................................................................................................................... 39

    Figura 10 - Foto do sistema utilizado para realizao dos experimentos .................... 40

    Figura 11 - Representao esquemtica do sistema utilizado para realizao dos

    experimentos ....................................................................................................................................... 41

    Figura 12 - Detalhes da extremidade do tubo ................................................................... 41

    Figura 13 - espectro de emisso das lmpadas TUV de baixa presso, medido por

    espectroradiometria (Fonte: catlogo Philips) ............................................................................... 42

    Figura 14 - Cromatograma dos padres dos compostos aromticos. Concentraes:

    perxido: 5g.L-1; fenol: 0,25g.L-1; catecol e hidroquinona: 0,10g.L-1. ......................................... 44

    Figura 15 - Cromatograma dos padres de cidos orgnicos. Concentrao de

    0,1g.L-1 de cada um dos compostos. ............................................................................................... 45

    Figura 16 - Curva E(t) x t para o reator operando com diferentes vazes ...................... 49

    Figura 17 - Curva E() x para o reator operando com diferentes vazes .............. 50

    Figura 18 - Dados experimentais e modelagem (a) 33L.h-1, Pe = 18,66 e N=10;

    (b)62L.h-1, Pe = 19,80 e N=10; (c) 82L.h-1, Pe = 17,07 e N= 10 ................................................. 51

    Figura 19 - Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 36W) de

    uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L-1. ................................................................. 52

    Figura 20- Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 75W) de

    uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L-1. ................................................................. 52

    Figura 21 - Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 115W) de

    uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L-1. ................................................................. 53

    Figura 22 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios com

    C0 fenol = 50mg.L1; 1 (TOC0 = 35,77mg C.L

    -1; vazo = 62L.h-1; razo molar H2O2 = 5); 2

    (TOC0 = 39,56mg C.L-1; vazo = 82L.h-1; razo molar H2O2 = 5); 5 (TOC0 = 39,37mg C.L

    -1;

    vazo = 62L.h-1; razo molar H2O2 = 50); 6 (TOC0 = 38,05mg C.L-1; vazo = 82L.h-1; razo

    molar H2O2 = 50). ................................................................................................................................ 55

    Figura 23 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios com

    C0 fenol = 500mg.L-1; 3 (C0 fenol = 500mg.L

    -1,TOC0 = 378,00mg C.L-1; vazo = 62L.h-1; razo

    file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190319file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190328file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190328

  • molar H2O2 = 5); 4 (C0 fenol = 500mg.L-1,TOC0 = 390,00mg C.L

    -1; vazo = 82L.h-1; razo

    molar H2O2 = 5); 7 (C0 fenol = 500mg.L-1 TOC0 = 373,20mg C.L

    -1; vazo = 62L.h-1; razo

    molar H2O2 = 50); 8 (C0 fenol = 500mg.L-1, TOC0 = 363,40mg C.L

    -1; vazo = 82L.h-1; razo

    molar H2O2 = 50); ................................................................................................................................ 56

    Figura 24 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios,

    ponto central (C0 fenol = 275mg.L-1,TOC0 = 210mgC.L

    -1; vazo = 72L.h-1; razo molar H2O2 =

    27,5);..................................................................................................................................................... 57

    Figura 25 - Diagrama Pareto para as variveis x1: vazo, x2: C0 fenol e x3: razo

    molar H2O2/fenol ................................................................................................................................. 57

    Figura 26 - pH em funo do tempo experimento exploratrio 2 (C0 fenol = 50mg.L-1;

    TOC0 = 39,56mgC.L-1; vazo = 82L.h-1; razo molar H2O2 = 5) .................................................. 58

    Figura 27 - pH em funo do tempo; experimento exploratrio 5 (C0 fenol = 50mg.L-1;

    TOC0 = 39,37mgC.L-1; vazo = 62L.h-1; razo molar H2O2 = 50) ................................................ 58

    Figura 28 Esquema do planejamento Doehlert para trs variveis. .......................... 59

    Figura 29 - Experimentos realizados no ponto central dos experimentos sistemticos

    ............................................................................................................................................................... 61

    Figura 30 Cromatogramas dos compostos aromticos para o experimento 10 (C0

    fenol = 405mg.L-1; razo molar H2O2 = 22,5 e potncia da lmpada= 36W) em diferentes

    tempos de reao (a) 5min; (b) 30min; (c) 150min. ...................................................................... 62

    Figura 31 - Concentrao do fenol e dos intermedirios aromticos em funo do

    tempo de reao; experimento sistemtico 8: (C0 fenol = 210mg.L-1; razo molar H2O2 =

    13,75 e potncia da lmpada= 36W) . ............................................................................................ 63

    Figura 32 - Concentrao de fenol em funo do tempo de tratamento, experimentos

    sistemticos com C0 fenol = 275mg.L-1 e potncia da lmpada = 75W. .................................... 64

    Figura 33- Concentrao de catecol em funo do tempo de tratamento,

    experimentos sistemticos com C0 fenol = 275mg.L-1 e potncia da lmpada = 75W. .......... 64

    Figura 34 - Concentrao de hidroquinona em funo do tempo de tratamento,

    experimentos sistemticos com C0 fenol = 275mg.L-1 e potncia da lmpada = 75W. .......... 64

    Figura 35 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos sistemticos com

    C0 fenol = 275 mg L-1 e potncia da lmpada = 75W. .................................................................. 65

    Figura 36 - Concentrao dos cidos orgnicos em funo do tempo de reao;

    experimento sistemtico 8: (C0 fenol = 210mg.L-1; razo molar H2O2 = 13,75 e potncia da

    lmpada= 36W). ................................................................................................................................. 66

    Figura 37 -Concentrao dos cidos orgnicos em funo do tempo de reao;

    experimento sistemtico 9: (C0 fenol = 210mg.L-1; razo molar H2O2 = 31,25 e potncia da

    lmpada= 36W) . ................................................................................................................................ 66

    Figura 38-Concentrao em funo do tempo de reao para o experimento

    sistemtico 3 (C0 fenol = 470mg.L-1; razo molar H2O2 = 31,25 e potncia da lmpada=

    75W). .................................................................................................................................................... 67

    Figura 39 Comparao entre o COD calculado e COD experimental para o

    experimento sistemtico 3 (C0 fenol = 470mg.L-1; razo molar H2O2 = 31,25 e potncia da

    lmpada= 75W). ................................................................................................................................. 67

    Figura 40 - Concentrao dos cidos orgnicos em funo do tempo de reao;

    experimento sistemtico 9: (C0 fenol = 210mg.L-1; razo molar H2O2 = 31,25 e potncia da

    lmpada= 36W) . ................................................................................................................................ 68

  • Figura 41 Comparao entre o COD calculado e COD experimental para o

    experimento sistemtico 9: (C0 fenol = 210mg.L-1; razo molar H2O2 = 31,25 e potncia da

    lmpada= 36W) . ................................................................................................................................ 68

    Figura 42 - Espectros de absoro em funo do comprimento de onda para

    diferentes tempos de amostragem do experimento 7 (C0 fenol : 340mg.L-1; razo molar H2O2

    : 31,25 e potncia da lmpada: 115W) . ......................................................................................... 70

    Figura 43 Resduos em funo dos valores ajustados da degradao de fenol ..... 72

    Figura 44 Grfico de distribuio normal dos resduos ................................................ 72

    Figura 45 - Dados experimentais e previso do modelo considerando o sistema como

    batelada e as constantes da literatura para o experimento 15 (C0 fenol = 275mg.L-1; razo

    molar H2O2 = 22,5 e potncia da lmpada= 75W). ....................................................................... 75

    Figura 46 Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 1 ..................................................................................................................................... 77

    Figura 47 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 2 ..................................................................................................................................... 77

    Figura 48 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 3 ..................................................................................................................................... 77

    Figura 49 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 4 ..................................................................................................................................... 78

    Figura 50 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 6 ..................................................................................................................................... 78

    Figura 51 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 7 ..................................................................................................................................... 78

    Figura 52 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 9 ..................................................................................................................................... 79

    Figura 53 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 10 ................................................................................................................................... 79

    Figura 54 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 11 ................................................................................................................................... 79

    Figura 55 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 12 ................................................................................................................................... 80

    Figura 56 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 13 ................................................................................................................................... 80

    Figura 57 - Comparativo dos dados experimentais e obtidos pelo modelo para o

    experimento 14 ................................................................................................................................... 80

    Figura 58: Comparao entre os valores preditos e experimentais para o fenol. ....... 81

    Figura 59: Comparao entre os valores preditos e experimentais para o catecol. ... 81

    Figura 60: Comparao entre os valores preditos e experimentais para a

    hidroquinona........................................................................................................................................ 82

    Figura 61 Distribuio dos erros obtidos entre os valores preditos e os dados

    experimentais para o fenol (mdia = 0,18; curtose = 2,89; assimetria = 1,48)......................... 83

    Figura 62 - Distribuio dos erros obtidos entre os valores preditos e os dados

    experimentais para o catecol (mdia = -0,06; curtose = 0,46; assimetria = 0,44) ................... 83

    Figura 63 - Distribuio dos erros obtidos entre os valores preditos e os dados

    experimentais para a hidroquinona (mdia = -0,03; curtose = 0,75; assimetria = 0,35) ......... 84

    file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190359file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190359file:///F:/relatorios%20USP/PAMELA%20(word%202010)%20compativel%201.docx%23_Toc298190359

  • Figura 64: Dados experimentais e previso do modelo considerando o sistema como

    batelada e as constantes preditas para o experimento 15 (C0 fenol = 275mg.L-1; razo molar

    H2O2 = 22,5 e potncia da lmpada= 75 W). ................................................................................. 86

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Constantes cinticas das reaes envolvidas no processo UV/H2O2 ........ 20

    Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do processo UV/H2O2 ....................................... 21

    Tabela 3 Resultados obtidos por Primo et al. (2007) para o modelo cintico

    proposto ............................................................................................................................................... 28

    Tabela 4 - Constantes cinticas obtidas pelo modelo proposto por Alnaizy e

    Akgerman (2000) ................................................................................................................................ 30

    Tabela 5 - Constantes cinticas obtidas por Edalatmanesh et al. (2007) para o

    modelo proposto ................................................................................................................................. 34

    Tabela 6 - Caractersticas das modelagens propostas para a degradao fotoqumica

    do fenol pelo processo UV/H2O2 ...................................................................................................... 34

    Tabela 7 - Nveis do planejamento fatorial completo para os experimentos

    exploratrios ........................................................................................................................................ 47

    Tabela 8-Caractersticas das curvas E(t) obtidas nos ensaios de DTR ....................... 50

    Tabela 9 - Potncia no UV das lmpadas germicida ....................................................... 53

    Tabela 10 - Condies experimentais e resultados dos experimentos exploratrios 54

    Tabela 11- Valores reais e codificados para design Doehlert para trs variveis ...... 60

    Tabela 12 Condies reais dos experimentos sistemticos ......................................... 61

    Tabela 13 Anlise da varincia (ANOVA) para a remoo porcentual de fenol em

    30 min (considerando 95% de confiana) ...................................................................................... 71

    Tabela 14 Coeficientes estimados para a regresso ................................................... 71

    Tabela 15: Constantes cinticas estimadas para o modelo e valores da literatura .... 76

    Tabela 16: Matriz de correlao dos parmetros estimados ................................................... 84

    Tabela 17: Avaliao da sensibilidade do ajuste em funo de cada parmetro

    estimado............................................................................................................................................... 85

  • LISTA DE SMBOLOS

    Smbolo Comentrio Unidade

    A Absorbncia -----

    b Caminho ptico cm

    C ou [ ] Concentrao mg.L-1

    Co Concentrao inicial mg.L-1

    CODinicialou COD0 Valor inicial de COD mg.L-1

    CODfinal Valor final de COD mg.L-1

    E0 Potencial padro de reduo V

    Ef, Energia de um fton em um determinado J

    E(t) Funo de distribuio de tempos de

    residncia

    h Constante de Planck J.s

    I0 Intensidade da radiao UV einstein.L-1.s-1

    k Constante cintica

    Nf, Nmero de ftons absorvidos -----

    Pabs, Taxa de absoro de ftons ftons.s-1

    P0, Taxa de incidncia de ftons ftons.s-1

    -rA Taxa de reao do elemento A m3.L-1.s-1

    R Coeficiente de correlao -----

    RSS Soma quadrtica dos resduos -----

    t Tempo h, min ou s

    v Vazo volumtrica L.h-1

  • SMBOLOS GREGOS

    Smbolo Comentrio Unidade

    Coeficiente de absoro molar L.mol-1.cm-1

    Comprimento de onda nm

    Rendimento quntico espcie.fton-1

    nAc Variao do nmero de molculas do mol.L-1

    actinmetro

    Tempo adimensional ------

    Tempo espacial s

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    Ac Actinmetro

    COD Carbono orgnico total dissolvido

    DASSL Differential-Algebraic System Solver

    DTR Distribuio de tempos de residncia

    HPLC Cromatografia em fase lquida de alta eficincia

    POA Processo oxidativo avanado

    UV Ultra violeta

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................ 15

    2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 16

    3 REVISO DA LITERATURA ........................................................................................ 17

    3.1 Processo Oxidativos Avanados .......................................................................... 17

    3.2 Processo UV/H2O2 .................................................................................................. 18

    3.3 Fenol como composto modelo ............................................................................. 21

    3.4 MECANISMO DE OXIDAO DO FENOL ........................................................ 23

    3.5 ESTIMAO DE PARMETROS ........................................................................ 26

    3.6 MODELAGEM CINTICA ..................................................................................... 27

    3.7 CARACTERIZAO DO REATOR FOTOQUMICO........................................ 35

    3.7.1 Distribuio de tempos de residncia............................................................... 35

    3.7.2 Actinometria ....................................................................................................... 38

    4 MATERIAIS E MTODOS ............................................................................................ 40

    4.1 Reator fotoqumico ................................................................................................. 40

    4.2 Reagentes................................................................................................................ 42

    4.3 Procedimento geral para os experimentos de fotodegradao ...................... 42

    4.4 Anlises .................................................................................................................... 43

    4.4.1 Equipamentos utilizados .................................................................................. 43

    4.4.2 Procedimento para anlise por HPLC dos intermedirios formados ........ 43

    4.5 Procedimento para determinao de tempo de residncia ............................. 45

    4.6 Procedimento para caracterizao actinomtrica ............................................. 45

    4.7 Planejamento Experimental .................................................................................. 46

    4.7.1 Experimentos exploratrios ............................................................................. 46

    4.7.2 Experimentos sistemticos .............................................................................. 47

    4.8 Modelagem cintica ............................................................................................... 47

    5 RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................................. 49

    5.1 Determinao de tempo de residncia ............................................................... 49

    5.2 Actinometria ............................................................................................................. 52

    5.3 Experimentos exploratrios .................................................................................. 54

    5.4 Experimentos sistemticos ................................................................................... 59

    5.4.1. Resultados em termos do espectro de absoro UV/visivel ............................... 69

  • 5.5 Modelagem cintica .................................................................................................... 73

    6 CONCLUSES e RECOMENDAES ..................................................................... 88

    REFERNCIAS...................................................................................................................... 90

    REFERENCIAS COMPLEMENTARES ........................................................................................... 93

    APNDICE A .............................................................................................................................. 95

    APENDICE B ............................................................................................................................ 100

    APNDICE C ............................................................................................................................ 107

  • 15

    1 INTRODUO

    A escassez da gua uma realidade no apenas nas reas de clima

    desfavorvel, mas tambm nas regies altamente urbanizadas. Por essa razo,

    importante a criao de estratgicas que compatibilizem o uso da gua nas

    atividades humanas ideia de que os recursos hdricos no so abundantes. Isso

    significa que os atuais conceitos sobre uso da gua e tratamento dos efluentes

    gerados devem ser reformulados (MIERZWA; HESPANHOL, 2005).

    Os efluentes de plantas industriais frequentemente contm elevados teores

    de compostos orgnicos, entre eles os compostos fenlicos. A toxicidade desses

    compostos, em ambientes aquticos, tem sido bastante estudada e est confirmado

    que a presena destes contaminantes, em nveis de ppm, afeta significativamente as

    propriedades organolpticas da gua (GUERRA, 2001).

    A remoo dos poluentes orgnicos de efluentes aquosos tem sido um

    grande desafio tecnolgico, pois, inmeras vezes, os tratamentos convencionais no

    so capazes de faz-la de forma eficiente. Por este motivo tem crescido tanto a

    busca por tecnologias efetivas para destru-los, como os processos oxidativos

    avanados (POAs) (TEIXEIRA; JARDIM, 2004). Entre os POAs, o processo UV/H2O2

    conhecido por apresentar grande potencial e poder ser aplicado para a converso

    de diversos tipos de contaminantes.

    Dentre esses poluentes orgnicos, os compostos fenlicos merecem destaque,

    pois constituem um grupo de contaminantes recalcitrantes e altamente txicos.

    Esses compostos so lanados no ambiente por diversas atividades domsticas e

    industriais (refinarias de petrleo, indstrias farmacuticas, indstrias de celulose e

    papel entre outras). Os POAs so promissores para o tratamento desses compostos,

    porm o mecanismo de degradao deve ser bem compreendido, pois muitas vezes

    os subprodutos formados tambm so altamente txicos. Nesse sentido, a

    modelagem cintica representa uma ferramenta til que contribui de forma

    significativa para o maior conhecimento dos POAs.

  • 16

    2 OBJETIVOS

    Este trabalho tem como objetivo estudar o processo UV/H2O2 para tratamento

    de gua contendo fenol, identificar e avaliar a formao de compostos intermedirios

    formados e obter parmetros do modelo para estimativa da taxa de degradao.

    O texto est organizado da seguinte forma:

    Captulo 3: Reviso da Literatura, abrangendo o processo UV/H2O2

    para degradao de efluente modelo (fenol) e a modelagem cintica

    Captulo 4: Materiais e Mtodos, com a descrio do equipamento,

    procedimento experimental, materiais e demais informaes sobre a

    parte experimental.

    Captulo 5: Resultados da parte experimental para o reator operando

    em diferentes condies e modelo cintico elaborado.

    Captulo 6: Concluses e Recomendaes.

  • 17

    3 REVISO DA LITERATURA

    3.1 PROCESSO OXIDATIVOS AVANADOS

    Os processos oxidativos avanados (POAs) representam uma tecnologia

    atrativa para destruir contaminantes orgnicos que so dificilmente tratados por

    processos fsico-qumicos ou biolgicos convencionais. Estes processos so

    estudados em diversas combinaes, podendo ser homogneos ou heterogneos, e

    utilizar ou no radiao UV. A figura 1 mostra diversos processos que so

    classificados como POAs.

    Figura 1- Processos oxidativos avanados (POA)

    Esses processos baseiam-se, principalmente, na gerao de radicais hidroxila

    (OH), espcies instveis e muito reativas (PRIMO et al., 2007).

    Estudos sobre processos oxidativos avanados tm avaliado muitos

    poluentes orgnicos e inorgnicos em soluo aquosa, como: halogenados,

    POAs

    Feixe de eltron

    Raios gama

    Oxidao supercrtica

    da gua

    cavitao e sonlise

    Fenton e Foto fenton

    Fotocatli-se

    H2O2/UV

    O3/H2O2/UV

    O3/H2O2

    O2/UV

    Descarga eltrica no

    tmica

  • 18

    hidrocarbonetos aromtico, surfactantes e herbicidas. Os resultados mostram que

    estes compostos so transformados e eventualmente mineralizados (ALNAIZY,

    1999).

    Esses processos apresentam como vantagens: destruio do poluente, sem

    necessidade de transferi-lo para outra fase (como na absoro e adsoro),

    reduzida gerao de efluentes do tratamento e a possibilidade de operao do

    processo a temperatura e presso ambiente, contnuo ou em batelada.

    3.2 PROCESSO UV/H2O2

    A combinao de radiao ultravioleta e H2O2 tem grande potencial e pode

    ser aplicada para a converso de diversos tipos de contaminantes (PRIMO et al.,

    2007; KRALIK et al., 2010). O processo foi estudado primeiramente por Berglind et

    al. em 1972 para oxidao de substncias hmicas em soluo aquosa (ALNAIZY,

    1999). O processo UV/H2O2 tem se mostrado eficiente no tratamento de guas

    contaminadas com compostos refratrios como as nitrosaminas, vrios alifticos

    halogenados, aromticos (benzeno, tolueno, clorobenzeno, fenol, clorofenis,

    dimetilftalato, entre outros), 2,4-dinitrotolueno, guas subterrneas contaminadas

    com TCE (tricloroetileno), 1,1-DCA (1,1-dicloroetano), 1,1,1-TCA (1,1,1-tricloroetano)

    e qumicos da indstria de papel. (HUANG; SHU, 1994).

    O princpio fundamental do processo a gerao de radicais hidroxila atravs

    da fotlise do perxido de hidrognio. A radiao UV pode tambm fotolizar

    diretamente as molculas do contaminante (DE LAAT et al., 1994). Os radicais

    hidroxila so extremamente reativos e com elevado poder oxidante (E0=2,80V,

    inferior apenas ao flor). Eles tambm so pouco seletivos em reaes de oxidao

    e suas reaes apresentam elevadas constantes cinticas se comparados com

    oznio, perxido de hidrognio ou radiao UV. Alguns autores relataram que as

    constantes de taxa de reao para o radical hidroxila so geralmente na faixa de

    108 a 109L.mol-1.s-1 (ALNAIZY, 1999). O radical OH capaz de adicionar-se s

    duplas ligaes, abstrair H das molculas, ou mesmo reagir por transferncia de

    eltron.

  • 19

    A clivagem do H2O2 o caminho mais direto para a produo de radicais

    hidroxila. Em soluo aquosa, o perxido de hidrognio se decompe

    fotoquimicamente pela radiao UV principalmente em 253,7nm atravs de reaes

    em cadeia. O esquema mais aceito para essas reaes o de Harber-Willsattter

    (ALNAIZY, 1999).

    = 253,7nm ( =0,5 = 1800L.mol-1.m-1) (1)

    As molculas de perxido de hidrognio excitadas so clivadas gerando

    radicais hidroxila. Porm, o rendimento quntico dessa reao na fase aquosa

    igual a 0,5, ou seja, a gerao de radicais hidroxila metade do esperado pela

    estequiometria.

    Os radicais hidroxila iniciam as seguintes reaes:

    (2)

    (3)

    (4)

    (5)

    (6)

    (7)

    (8)

    (9)

    (10)

    `(11)

    (12)

    A tabela 1 mostra as constantes cinticas dessas reaes.

    Como qualquer processo, o UV/H2O2 apresenta vantagens e desvantagens. O

    perxido de hidrognio sendo um produto qumico de elevada solubilidade em gua,

    disponvel no mercado e de simples manuseio, atribui-lhe caractersticas atrativas na

    funo de agente oxidante (HASSEMER, 2006). O processo tambm livre de

  • 20

    formao de lodos e outros resduos, no necessitando de separao aps o

    tratamento.

    Tabela 1 - Constantes cinticas das reaes envolvidas no processo UV/H2O2

    Constante cintica Valor

    2 2,70 107L.mol

    -1.s

    -1

    3 7,50 109L.mol

    -1.s

    -1

    4 3,0L.mol-1

    .s-1

    5 0,13L.mol -1

    .s-1

    6 1,00 1010

    L.mol-1

    .s-1

    7 1,58 105s

    -1

    8 5,50 109L.mol

    -1.s

    -1

    9 6,60 109L.mol

    -1.s

    -1

    10 8,30 105L.mol

    -1.s

    -1

    11 9,70 107L.mol

    -1.s

    -1

    12 7,00 109L.mol

    -1.s

    -1

    Fonte: Edalatmanesh et al., 2007

    A velocidade de oxidao do poluente limitada pela velocidade de formao

    de radicais hidroxila. Por conseguinte, a chave para promover a eficincia do

    processo otimizar as condies no sentido de acelerar a fotlise do perxido de

    hidrognio.

    Alm do investimento inicial inerente aos reatores fotoqumicos e fontes de

    radiao, os custos dessa tecnologia englobam o consumo de agente oxidante e

    energia eltrica, sendo condicionados pela intensidade de radiao UV e pelo tempo

    de tratamento necessrios para a remoo do poluente.

    O baixo coeficiente de absoro molar do perxido de hidrognio para o

    comprimento de onda de 254nm interfere na velocidade de formao dos radicais

    hidroxila (HASSEMER, 2006).

    A tabela 2 mostra as vantagens e desvantagens do processo UV/H2O2.

  • 21

    Tabela 2 - Vantagens e desvantagens do processo UV/H2O2

    Fonte: Material referente ao curso de Engenharia de processos oxidativos fotoqumicos para tratamento de efluentes industriais avanados, ministrado pelo Prof. Antnio Carlos Teixeira.

    3.3 FENOL COMO COMPOSTO MODELO

    O fenol (figura 2) um composto da classe dos hidrocarbonetos aromticos

    monosubstitudos.

    Apresenta-se no estado slido, higroscpico, com aspecto cristalino e

    colorao fracamente rsea, com odor caracterstico que pode ser detectado no ar

    em concentrao de 0,04ppm.

    O fenol rapidamente absorvido aps exposio por via inalatria, drmica e

    oral. O U.S Department of Health and Human Services tem reportado o fenol como

    txico por exposio oral, com ingesto letal de 1g, com sintomas incluindo fraqueza

    muscular, paralisia e convulses. Mudanas no sangue, danos ao fgado e ao rim,

    pulso fraco, depresso cardaca e reduo da presso sangunea tm sido

    reportados em humanos expostos a fenol por via oral. Devido a esses efeitos

    adversos sade, a World Health Organization (WHO) estabeleceu um nvel de

    Figura 2 - Estrutura molecular do fenol

  • 22

    1x10-6g.L-1 como limite mximo da concentrao de fenol em gua para consumo

    (PEIXE; NASCIMENTO; DELLA ROSA, 2006, EDALATMANESH, 2006).

    Existem vrios processos industriais para a sntese de fenol, mas a maior

    parte do fenol produzido mundialmente produzida a partir do cumeno. Esse

    processo conhecido como processo Hock e foi publicado em 1944 por H. Hock e

    S. Lang. Este processo foi desenvolvido aps a segunda Guerra Mundial e a

    primeira planta foi colocada em operao em 1982. Existem plantas deste processo

    em funcionamento em vrios pases, como Estados Unidos, Canad, Frana, Itlia,

    Japo, Brasil, Alemanha e Leste Europeu. O processo consiste na oxidao do

    cumeno com o ar, o qual o transforma em hidroperxido de cumeno, e que, por sua

    vez, converte-se em fenol e acetona por tratamento com soluo cida

    (FUKUNAGA, 2003). A reao global est representada na figura 3.

    Figura 3 - Reao global do processo Hock para a sntese de fenol

    As grandes indstrias de fenol geram tambm grande volume de efluentes

    contendo elevadas concentraes de hidroperxido de cumeno, dimetilfenilcarbinol,

    acetofenona, fenol e cumeno residual. Existem alguns estudos nos quais esse tipo

    de efluente tratado por processos biolgicos. No entanto, nesses tratamentos

    convencionais necessrio acrescentar grande quantidade de substrato auxiliar ao

    efluente, alm do tempo de residncia requerido ser muito longo e de existir uma

    concentrao limite, na faixa de 270 a 1750mg.L-1, na qual observado efeito

    inibitrio para diferentes espcies microbianas (EDALATMANESH, 2006; ARAA et

    al., 2001). No caso do processo por lodo ativado, existe ainda o inconveniente da

    produo de grande volume de lodo residual que pode ser prensado e estocado ou

    levado para incinerao, o que representa um acrscimo no custo total do

    tratamento do efluente. Uma possvel soluo para essas dificuldades seria o uso de

    pr- ou ps-tratamento combinado aos processos convencionais. Nesse sentido,

    processos fotoqumicos tm se mostrado uma alternativa interessante.

  • 23

    3.4 MECANISMO DE OXIDAO DO FENOL

    A degradao do fenol por diferentes POAs, incluindo processos baseados

    em UV, tem sido reportada na literatura. Sabe-se que a degradao deste

    contaminante gera produtos intermedirios altamente txicos. Alm disso, se houver

    H2O2 no efluente final, isto tambm contribui consideravelmente com a toxicidade.

    Portanto, estudos adicionais sobre os produtos intermedirios e sua toxicidade so

    essenciais para descrever a oxidao do fenol pelo processo UV/H2O2 (PRIMO et

    al., 2007).

    O anel aromtico do fenol geralmente suscetvel a substituies eletroflicas.

    Da mesma forma, o fenol tambm altamente suscetvel oxidao especialmente

    por radicais hidroxila.

    Coxon e Halton (1974) sugeriram um mecanismo que envolve a formao de

    radicais fenoxila que so acoplados nas posies orto e para (ALNAIZY, 1999),

    como mostrado na figura 4.

    Em 1984, Devlin e Harris estudaram a oxidao do fenol em soluo aquosa

    com oxignio dissolvido em temperatura e presso elevadas e propuseram o

    mecanismo mostrado na figura 5.

    Scheck e Frimmel (1995) investigaram a degradao de fenol e cido

    saliclico por UV/H2O2/O2. Eles postularam que os radicais hidroxila gerados pela

    fotlise direta do perxido de hidrognio so os principais responsveis pela

    eliminao de fenol. O primeiro passo da reao corresponde hidroxilao do anel

    aromtico, pelo mecanismo de abstrao do hidrognio, no qual o fenol hidroxilado

    a dihidroxibenzenos, (figura 6). Assim como Devlin e Harris, eles tambm no foram

    capazes de detectar benzoquinonas, pois estas so instveis quando esto em

    contato com oxidantes fortes e so facilmente clivadas em compostos alifticos

    como cido mucnico. Uma vez formada a benzoquinona, tenses no anel e o

    ataque dos radicais hidroxila foram uma clivagem que resulta em cido mucnico.

    Continuando a oxidao, o cido mucnico transformado em cido maleico, cido

    fumrico (ismero do cido maleico) e cido oxlico. Esses cidos aparecem em

    todas as situaes e isto indica que eles so os principais intermedirios da rota.

    Ento, o cido oxlico d origem a duas molculas de cido frmico. Finalmente, o

  • 24

    cido frmico oxidado a dixido de carbono e a oxidao completa resulta em seis

    molculas de dixido de carbono (ALNAIZY, 1995).

    Figura 4 - Mecanismo proposto por Coxon e Halton para a fotlise direta do fenol (ALNAIZY,

    1999)

  • 25

    Figura 5- Mecanismo de oxidao do fenol proposto por Devlin e Harris (1984)

  • 26

    Figura 6- Mecanismo proposto por Scheck e Frimmel para a fotodegradao do fenol

    (ALNAIZY, 1999)

    3.5 ESTIMAO DE PARMETROS

    Durante o desenvolvimento e aperfeioamento de um determinado modelo, a

    etapa de estimao de parmetros assume uma importncia fundamental, pois

    atravs desta etapa que o modelo comparado a dados experimentais, permitindo a

    avaliao adequada do modelo (SHWAAB, 2005).

  • 27

    O procedimento para estimao dos parmetros consiste na minimizao de

    uma funo objetivo atravs do ajuste dos parmetros do modelo. Uma funo muito

    utilizada para este fim a soma dos desvios quadrticos do modelo em relao aos

    dados experimentais.

    A princpio, a minimizao da funo objetivo pode ser feita por qualquer

    mtodo de otimizao. Porm, fatos como a no linearidade dos modelos, a

    presena de mnimos locais e a alta correlao entre os parmetros podem tornar a

    minimizao da funo objetivo uma tarefa nada fcil. Assim, a escolha adequada

    do mtodo pode ser determinante para o sucesso do procedimento de estimao

    (SCHWAAB, 2005).

    Os mtodos numricos podem ser divididos em duas classes distintas: a

    primeira consiste nos mtodos que utilizam o clculo das derivadas da funo

    objetivo; a segunda envolve tcnicas em que a busca feita sem o clculo de

    derivadas. No presente trabalho sero utilizados dois mtodos para a minimizao

    da funo objetivo. O primeiro representa a classe dos mtodos em que calculada

    a derivada da funo e utiliza o algoritmo de quasi-Newton. O segundo mtodo

    testado no faz uso do clculo da derivada da funo e corresponde ao mtodo de

    busca direta. Nesta tcnica construda uma grade contendo valores para cada

    parmetro e, a cada iterao, so escolhidos os valores que minimizam o valor da

    funo objetivo e a grade refinada. O procedimento repetido at que seja obtida

    a preciso desejada.

    3.6 MODELAGEM CINTICA

    A modelagem matemtica do processo de degradao de compostos

    orgnicos por UV/H2O2 atravs do estudo das taxas de degradao das espcies em

    soluo uma importante ferramenta utilizada para estudar as variveis do processo

    para, posteriormente, poder otimizar os parmetros para o projeto de novos reatores

    fotoqumicos.

    Os processos oxidativos avanados podem ser modelados em vrios nveis

    diferentes, dependendo do conhecimento do mecanismo da reao, das constantes

    de taxa cintica, dos recursos computacionais disponveis e dos objetivos. Para o

  • 28

    processo UV/H2O2, Primo et al. (2007) desenvolveram um modelo considerando

    uma cintica de pseudo-primeira ordem. Estes autores trabalharam com a mesma

    concentrao inicial de fenol em todos os experimentos e, portanto, no avaliaram a

    influncia da concentrao inicial de fenol. Neste modelo tambm foram

    negligenciadas as taxas de formao dos subprodutos, pois foi considerada apenas

    a degradao do composto modelo, o fenol (equao 13). Os valores da constante

    de taxa cintica de consumo do fenol foram obtidos atravs da regresso linear dos

    dados experimentais. A tabela 3 mostra os resultados obtidos em funo da

    concentrao inicial de perxido de hidrognio.

    (13)

    Tabela 3 Resultados obtidos por Primo et al. (2007) para o modelo cintico proposto

    [H2O2]0 (M) Kfenol (min-1) r2

    0,5 3,7 0,99

    0,75 4,6 0,91

    1 6,7 0,99

    1,5 5,1 0,99

    Poulopoulos et al. (2006) formularam um modelo que leva em considerao

    os subprodutos, porm considera cintica de pseudo-primeira ordem para as

    reaes consideradas. As equaes (14) e (15) representam as reaes utilizadas

    no modelo e a equao (16) a integrao dos balanos de massa para reator

    batelada para o esquema cintico.

    (14)

    (15)

    ( )

    ( ) (16)

  • 29

    A: composto inicial (fenol) ou intermedirios instveis

    B: intermedirios refratrios, como os cidos orgnicos

    O mtodo de Marquardt-Levenberg foi utilizado para minimizar a soma

    quadrtica dos resduos (equao 17).

    *(

    )

    (

    )

    +

    (17)

    Os valores obtidos pelos autores para k1, k2 e k3 foram, respectivamente,

    0,0105min1, 0,0526min1 e 0,0016min1.

    A modelagem proposta por Alnaizy e Akgerman (2000), alm de considerar a

    degradao dos subprodutos, no utiliza cintica de pseudo-primeira ordem e utiliza

    algumas das reaes referentes ao mecanismo para escrever as taxas para as

    principais espcies em soluo. Porm, considerado estado pseudo-estacionrio,

    ou seja, as taxas de formao dos radicais OH e so igualadas a zero. Este

    modelo apresentou resultados ruins para baixas concentraes de fenol e

    temperaturas elevadas devido rapidez da reao. As reaes que constituem o

    modelo so mostradas na figura 7.

    (

    )

    Figura 7 - Reaes consideradas no modelo proposto por Alnaizy e Akgerman (2000)

    Foram utilizados os seguintes valores para k2, k4 e k5: 2,7.107, 8,3.105 e

    8,0.109mol.L-1.s-1, respectivamente. Os valores dos k`s foram otimizados baseados

    na concordncia entre os valores obtidos pelo modelo e os dados experimentais,

  • 30

    utilizando o SimuSolvTM. Os resultados obtidos pelos autores so mostrados na

    tabela 4.

    Tabela 4 - Constantes cinticas obtidas pelo modelo proposto por Alnaizy e Akgerman (2000)

    Constante cintica Valor (L.mol-1.s-1)

    k6 6,51.106

    k7 8,33.103

    k8 1,27.106

    k9 3,31.106

    k10 3,83.104

    k11 2,08.106

    k12 1,00.105

    k13 2,23.104

    Edalatmanesh et al. (2007) utilizaram os resultados experimentais de Alnaizy

    e Akgerman (2000) e propuseram um modelo mais prximo da realidade, pois

    consideraram a degradao dos subprodutos, no supuseram cintica de pseudo-

    primeira ordem, escreveram as taxas para as principias espcies em soluo

    considerando todas as reaes fotoqumicas que compem o mecanismo de

    degradao do fenol pelo processo UV/H2O2 e no supuseram estado pseudo-

    estacionrio, ou seja, consideraram o sistema dinmico. As reaes (1) a (12)

    referentes ao mecanismo do processo UV/H2O2, juntamente com as equaes (18) a

    (20) referentes oxidao do fenol e seus intermedirios aromticos e a dissociao

    do H2O2 em gua (21) compem o modelo.

    (18)

    (19)

    (20)

    (21)

  • 31

    Na dissociao do H2O2 em gua, o perxido de hidrognio e o on HO-2

    formam um par de cido-base conjugado e esto relacionados por uma equao de

    equilbrio. A concentrao dessas duas espcies em equilbrio foi definida como

    [Ctotal].

    (22)

    As concentraes das espcies H2O2 e HO-2 em equilbrio foram escritas da

    seguinte forma:

    (23)

    (24)

    Os balanos de massa para reator batelada foram escritos para as espcies

    de interesse: H2O2, , ,

    , , fenol, catecol e hidroquinona, utilizando as

    equaes (23) e (24).

    2 2

    - -tot2 2 2

    UV,H O 2 2 2 3 2

    - 2 2 -

    4 2 2 2 5 2 2 2 8 10 2 11 2 2

    d[C ]d[H O ] d[HO ]- + - =- = r +k [H O ][ OH]+k [ OH][HO ]

    dt dt dt

    +k [H O ][HO ]+k [H O ][O ]-k [ OH] -k [HO ] -k [HO ][O ]

    (25)

    2 2

    -

    UV,H O 2 2 2 3 2tot

    -2 24 2 2 2 5 2 2 2+ -1 + -1

    a a 2 2 -

    8 10 2 11 2 2

    r +k [H O ][ OH]+k [ OH][HO ]d[C ]-

    d[H O ] 1dt- = = +k [H O ][HO ]+k [H O ][O ]dt 1+k [H ] 1+k [H ]

    -k [ OH] -k [HO ] -k [HO ][O ]

    (26)

  • 32

    2 2

    -

    UV,H O 2 2 2 3 2tot-

    -24 2 2 2 5 2 2 2-1 + -1 -1 + -1

    a a 2 2 -

    8 10 2 11 2 2

    r +k [H O ][ OH]+k [ OH][HO ]d[C ]-

    d[HO ] 1dt- = = +k [H O ][HO ]+k [H O ][O ]dt 1+k [H ] 1+k [H ]

    -k [ OH] -k [HO ] -k [HO ][O ]

    (27)

    2 2

    -

    UV,H O 2 2 2 3 2 4 2 2 2

    - 2 -

    5 2 2 2 8 9 2 12 2

    14 6 5 15 6 5 17 6 4 2

    18 6 4 2

    d[ OH]- = -2r +k [H O ][ OH]+k [ OH][HO ]-k [H O ][HO ]

    dt

    -k [H O ][O ]+k [ OH] +k [ OH][HO ]+k [ OH][O ]

    +k [C H OH][ OH]+k [C H OH][ OH]+k [1,2-C H (OH) ][ OH]

    +k [1,4-C H (OH) ][ OH]

    (28)

    - - +2

    2 2 2 3 2 4 2 2 2 6 2

    2 -

    7 2 9 2 10 2 11 2 2

    d[HO ]- = -k [H O ][ OH]-k [ OH][HO ]+k [H O ][HO ]-k [O ][H ]

    dt

    +k [HO ]+k [ OH][HO ]+k [HO ] +k [HO ][O ]

    (29)

    -- - + - -2

    5 2 2 2 6 2 7 2 11 2 2 12 2

    d[O ]- = k [H O ][O ]+k [O ][H ]-k [HO ]+k [HO ][O ]+k [ OH][O ]

    dt (30)

    (31)

    6 4 214 6 5 17 6 4 2

    d[1,2-C H (OH) ]- = -k [C H OH][ OH]+k [1,2-C H (OH) ][ OH]

    dt

    (32)

    6 4 215 6 5 18 6 4 2

    d[1,4-C H (OH) ]- = -k [C H OH][ OH]+k [1,4-C H (OH) ][ OH]

    dt (33)

    As taxas de fotlise direta para H2O2 e fenol so dadas pelas seguintes

    equaes:

  • 33

    2 2

    -

    1 2 2 2 2UV,H O 1 0 -

    1 2 2 2 2 6 6 5

    -

    1 2 2 2 2 6 6 5

    [H O ]+ [HO ]r = I

    [H O ]+ [HO ]+ [C H OH]

    1-exp -2,303b( [H O ]+ [HO ]+ [C H OH]

    (34)

    6 5

    6 6 5UV,C H OH 2 0 -

    1 2 2 2 2 6 6 5

    -

    1 2 2 2 2 6 6 5

    [C H OH]r = I

    [H O ]+ [HO ]+ [C H OH]

    1-exp -2,303b( [H O ]+ [HO ]+ [C H OH]

    (35)

    Onde:

    ( )

    ( )

    ( )

    ( )

    ( )

    As equaes (26) a (35) formam um sistema de equaes diferenciais

    ordinrias stiff e os autores utilizaram o mtodo de Gear para resolv-las.

    Primeiramente, eles utilizaram valores encontrados na literatura para k14, k15, k17 e

    k18 e, em seguida, os valores para estas constantes foram otimizados atravs da

    minimizao do erro quadrtico dos valores preditos e experimentais para as

    concentraes de fenol, catecol e hidroquinona. Os resultados obtidos para as

    constantes cinticas so mostrados na tabela 5.

  • 34

    Tabela 5 - Constantes cinticas obtidas por Edalatmanesh et al. (2007) para o modelo proposto

    Constante

    cintica Valor

    k14 9,0 108L.mol-1.s-1

    k15 2,0 108L.mol-1.s-1

    k17 9,0 .108L.mol-1.s-1

    k18 8,0 108L.mol -1.s-1

    Neste modelo, porm, na equao referente ao balano de massa da espcie

    OH, observou-se que os autores no consideraram que dois mols dessa espcie

    so consumidos na reao (8). O mesmo ocorre com o balano de massa da

    espcie , pois na reao (10) dois mols desta espcie so consumidos.

    A tabela 6 resume as condies adotadas pelos pesquisadores em suas

    modelagens.

    Tabela 6 - Caractersticas das modelagens propostas para a degradao fotoqumica do fenol pelo processo UV/H2O2

    Primo et al. cintica de pseudo-primeira ordem

    Poulopoulos et al cintica de pseudo-primeira ordem

    considera as taxas de formao de subprodutos

    Alnaizy e Akgerman no utiliza cintica de pseudo-primeira ordem

    considera as taxas de formao de subprodutos

    utiliza algumas reaes do mecanismo nas taxas cinticas

    Estado pseudo-estacionrio

    Edalatmanesh et al no utiliza cintica de pseudo-primeira ordem

    considera as taxas de formao de subprodutos

    utiliza todas as reaes do mecanismo nas taxas cinticas

    No adota estado pseudo estacionrio

    Pesquisadores Modelo cintico

  • 35

    3.7 CARACTERIZAO DO REATOR FOTOQUMICO

    Os sistemas fotoqumicos geralmente possuem duas caractersticas principais

    que determinam a sua eficincia e as condies de operao: o escoamento e a

    fonte de luz.

    O escoamento pode ser caracterizado atravs da determinao experimental

    da distribuio do tempo de residncia (DTR) e sua modelagem pode indicar o grau

    de mistura em seu interior. J a fonte de luz pode ser caracterizada atravs da

    actinometria, que capaz de determinar o fluxo de ftons.

    3.7.1 Distribuio de tempos de residncia

    O escoamento no reator foi caracterizado pela distribuio de tempos de

    residncia (DTR), formulada pelas equaes (36) e (37).

    ( ) ( )

    ( )

    (36)

    ( )

    (37)

    A funo distribuio de tempos de residncia E(t) uma funo de

    distribuio que descreve o tempo despendido por diferentes elementos de fluido no

    interior do reator. A quantidade E(t)dt corresponde frao de fluido que

    permaneceu no reator no intervalo t e t+dt.

    A avaliao da DTR no reator fotoqumico foi realizada segundo a tcnica de

    estmulo e resposta, que consiste na injeo de um traador na entrada do reator no

    tempo t=0 e pela medida da concentrao dessa substncia no efluente em funo

    do tempo. A metodologia empregada foi perturbao em pulso, na qual uma

    quantidade de traador injetada na entrada do reator no menor intervalo de tempo

    possvel.

  • 36

    Para descrever a distribuio, foram determinados o tempo mdio de

    residncia (equao 38) e a disperso da distribuio, caracterizada pela varincia

    (equao 39).

    ( )

    ( )

    ( )

    (38)

    ( ) ( ) ( )

    (39)

    3.7.1.1 Modelos para escoamento no ideal

    Muitos tipos de modelos matemticos podem ser utilizados para descrever o

    que ocorre em recipientes cujo escoamento no ideal. Alguns utilizam uma

    analogia da mistura no escoamento com processos de difuso (modelos de difuso),

    outros dividem o sistema estudado em malhas de pequenos misturadores ideais. Os

    modelos variam em complexidade. (LEVENSPIEL, 1974).

    freqente no tratamento dos modelos de escoamento no-ideal, que se

    trate o tempo em unidades de tempo mdio de residncia. Isso fornece um

    parmetro adimensional para a anlise da DTR (LEVENSPIEL, 1974).

    t

    3.7.1.1.1 Modelo de disperso axial

    O modelo de disperso axial considera que o transporte por conveco ao

    longo do sistema acresce um fenmeno de disperso axial. Se um pulso ideal de

    traador introduzido no reator, este pulso se espalha medida que passa pelo

    reator e o coeficiente de disperso axial, D, quantifica este espalhamento.

    O modelo recorre lei de Fick para a difuso molecular para descrever o

    fenmeno de disperso na direo axial (LEVENSPIEL, 1974)

    (40)

  • 37

    A grandeza adimensional que caracteriza o espalhamento neste modelo o

    nmero de Peclt (Pe), que corresponde a razo entre a velocidade de transporte

    por conveco e a velocidade de transporte por difus o ou disperso (equao 41).

    (41)

    u: velocidade superficial de escoamento;

    L: comprimento do reator;

    Da: difusividade efetiva;

    Uma aproximao analtica para esse modelo dada pela seguinte equao

    (GOUVEA, PARK e GIUDICI, 1990).

    ( ) (

    )

    ( ( )( )

    ) (42)

    3.7.1.1.2 Modelo de tanques em srie

    O modelo de tanques em srie um modelo simples, no qual o sistema

    considerado como mltiplos tanques de mistura perfeita ligados em srie, todo de

    igual volume. A DTR desse modelo permite calcular o nmero N de tanques em

    srie em que o sistema deve ser subdividido para que a DTR do modelo seja

    semelhante a do reator. Um balano de massa no primeiro reator permite conhecer

    a concentrao do traador na sua sada e, este concentrao, utilizada para

    resolver a equao do balano molar do segundo reator. Este procedimento

    aplicado sequencialmente at se obter a concentrao do traador na sada do

    tanque N. A funo E(t) para os N reatores dada por:

    ( ) (43)

  • 38

    3.7.2 Actinometria

    A actinometria qumica uma medida simples da taxa de incidncia de ftons

    em um reator fotoqumco de geometria especfica e para um domnio espectral

    luminoso bem definido (BRAUN et al., 1991). Como actinmetro (AC) escolhe-se

    uma substncia que reage fotoquimicamente com rendimento quntico conhecido

    (,Ac ). Determina-se a quantidade de molculas do actinmetro ( Acn ) que reagem

    durante o perodo de irradiao t . Nos trabalhos do CESQ/DEQ-EPUSP tem-se

    usado a actinometria do ferrioxalato de potssio, apropriado para UV-visvel de 250

    a 500nm, com rendimento quntico de aproximadamente 1,24 (BRAUN et al, 1991)

    (figura 8). A irradiao da soluo aquosa de ferrioxalato provoca a reduo

    fotoqumica de Fe(III) para Fe(II):

    ( )

    ( )

    (44)

    ( )

    ( )

    (45)

    O tempo de irradiao deve ser tal que a converso do actinmetro no

    ultrapasse aproximadamente 10-15%. A absorbncia da soluo do actinmetro

    deve ser suficiente alta para absorver toda a luz incidente. A espcie 32 4 3[ ( ) ]Fe C O

    absorve luz at 550nm, na regio visvel do espectro (figura 9) (MACHULEK, 2007).

    Figura 8 - Rendimento quntico para formao de ons Fe(II) a partir de uma soluo de ferrioxalato (BRAUN et al, 1991)

  • 39

    Figura 9 - Espectro de absoro do complexo ferrioxalato em soluo aquosa. Soluo concentrada usada em medidas actinomtricas ([cido oxlico]=0,75mol.L

    -1,

    [Fe(III)] = 0,15mol.L-1

    ) e soluo diluda 1:1000([Fe(III)]=0,00015mol.L-1

    ) (MACHULEK, 2007)

    A quantidade de Fe(II) formada no intervalo de tempo de irradiao ( Acn

    t

    )

    determinada espectrofotometricamente medindo-se a absorbncia do complexo

    formado pelo on Fe(II) e 1,10-fenantrolina (complexo tris(1,10-fenantrolina)-Fe2+,

    [Fe(fen)3]2+ em 510nm. Este mtodo analtico muito sensvel, j que o coeficiente

    de absoro molar do complexo Fe(II)-fenantrolina igual a 11.100L.mol -1.cm-1

    (BRAUN; MAURETTE, OLIVERO, 1991).

    O nmero de ftons de comprimento de onda (Nf,) absorvidos durante o

    intervalo de tempo da irradiao no experimento actinmetro calculado por:

    (46)

    A taxa de absoro de ftons dada pela razo

    , ou seja:

    (47)

    A equao de Beer Lambert garante que:

    ( ) (48)

    Combinando-se as equaes 20 e 21 , obtm-se:

    (

    ) (49)

  • 40

    4 MATERIAIS E MTODOS

    4.1 REATOR FOTOQUMICO

    A figura 10 mostra o sistema utilizado nos experimentos e a figura 11

    corresponde representao esquemtica do mesmo.

    O reator fotoqumico consiste em um tubo cilndrico de vidro borossilicato de

    1027mm de comprimento, 80mm de dimetro externo, contendo em seu eixo uma

    lmpada. Quando utilizada as lmpadas de 36 e 75W o volume do reator de 3,93L

    e para a lmpada de 115W este volume reduzido para 3,24L. Nas extremidades do

    tubo o dimetro externo reduzido para 61,3mm para a adaptao de buchas para a

    vedao do reator (figura 12). A entrada e a sada de fluido do reator so feitas

    tangencialmente. O tubo revestido externamente com PVC para proteo dos

    usurios devido radiao UV.

    Figura 10 - Foto do sistema utilizado para realizao dos experimentos

    As lmpadas de vapor de mercrio de baixa presso (lmpada germicida TUV

    - Philips) que emite quase 100% de sua radiao em 254nm (figura 13) foram

  • 41

    utilizadas como fontes de luz no reator. O dimetro externo das lmpadas de 36 e

    75W 25,3mm, enquanto a de 115W apresenta um dimetro de 39mm.

    Colocar esquemas

    O reator fotoqumico consiste em um tubo cilndrico de vidro borossilicato de

    10

    O reator conectado a um tanque de recirculao tambm de vidro

    borossilicato (volume de 1,5L) encamisado para controle da temperatura por um

    banho termosttico (Lctea) em 25 2oC. Pelo bocal superior do tanque colocado

    um agitador mecnico (Tecnal TE-139) para manter o meio homogneo. O pH e a

    temperatura so monitorados por um eletrodo e um Pt-100, respectivamente,

    conectados a um indicador digital (Tecnal Tec-3MP) inseridos por outro bocal do

    tanque de recirculao.

    A soluo circula pelo reator com o auxlio de uma bomba centrfuga e a

    vazo medida por um rotmetro.

    Figura 12 - Detalhes da extremidade do tubo

    Figura 11 - Representao esquemtica do sistema utilizado para realizao dos experimentos

  • 42

    Figura 13 - espectro de emisso das lmpadas TUV de baixa presso, medido por espectroradiometria (Fonte: catlogo Philips)

    4.2 REAGENTES

    Fenol Synth (99%)

    Perxido de hidrognio Synth (soluo aquosa 29% em massa)

    Catecol AcrosOrganics (>99%)

    Hidroquinona Fluka (>99% grau HPLC)

    Metanol grau HPLC J.Baker

    Etanol grau HPLC Fisher Scientific

    Padres de cidos orgnicos Supelco Analytical

    cido actico glacial (99,9%)

    cido frmico (99,9%)

    cido maleico (99,9%)

    cido malnico (99,9%)

    cido oxlico (99,9%)

    4.3 PROCEDIMENTO GERAL PARA OS EXPERIMENTOS DE

    FOTODEGRADAO

  • 43

    As solues de fenol so preparadas por dissoluo direta de uma quantidade

    desejada de fenol em soluo aquosa. Os experimentos com as lmpadas de 36 e

    75W so realizados com um volume total de 5L e os experimentos com a lmpada

    de 115W com volume total de 4L. adicionado ao reator, pelos bocais superiores do

    tanque de mistura, primeiramente, o volume requerido de gua destilada (volume

    total subtrado do volume de soluo de fenol e do volume de soluo de perxido

    de hidrognio) e, em seguida, so adicionados 100mL de fenol, preparados com a

    massa total definida para cada experimento. A soluo circulada com a lmpada

    desligada at a temperatura do tanque de circulao se estabilize no valor desejado.

    A reao iniciada pelo acionamento da lmpada e adio do perxido de

    hidrognio por um dos bocais do tanque de mistura. Amostras de 10mL so

    retiradas com uma seringa descartvel, em intervalos de tempo apropriado, durante

    o tempo de irradiao de 2,5h antes da entrada do reator fotoqumico.

    4.4 ANLISES

    4.4.1 Equipamentos utilizados

    TOC 5000-A Shimadzu

    HPLC LC-20A Prominence Shimadzu com detector de arranjo de

    diodos

    Espectrofotmetro de Ultra Violeta - visvel Varian CARY 50

    4.4.2 Procedimento para anlise por HPLC dos intermedirios formados

    O fenol e os principais produtos de degradao foram identificados e

    quantificados por HPLC usando compostos padro para comparao.

    Para a determinao dos intermedirios aromticos foi utilizada uma coluna

    C-18 (SGE) de fase reversa (5m; 4,6 x 250mm) com deteco em 270nm, usando

  • 44

    um detector de arranjo de diodos Shimadzu modelo SPD 20A. A fase mvel consiste

    em uma soluo aquosa de 30% de acetonitrila com fluxo de 1mL.min-1 e foi

    utilizada a anlise isocrtica. O cromatograma obtido com os padres pode ser visto

    na figura 14.

    Para a determinao dos intermedirios cidos, foi utilizada uma coluna de

    troca inica (Hamilton PRP-X300) (7m; 250 x 4,1mm) com deteco em 220nm

    usando um detector de arranjo de diodos Shimadzu. A fase mvel foi constituda de

    uma soluo aquosa de H2SO4 (pH 2,00 0,02), fluxo de 1mL.min-1, anlise

    isocrtica, com a temperatura da coluna mantida em 400C. Os padres de cidos

    orgnicos foram diludos em etanol, porm, o cido actico apresentou tempo de

    reteno similar ao do etanol. Por esta razo, o cido actico foi diludo em gua

    Mili-Q e uma curva de calibrao foi construda apenas para este cido, com a fase

    mvel na vazo de 0,5mL.min-1.

    Figura 14 - Cromatograma dos padres dos compostos aromticos. Concentraes: perxido: 5g.L

    -1; fenol: 0,25g.L

    -1; catecol e hidroquinona: 0,10g.L

    -1.

    Antes de serem injetadas, as amostras foram adsorvidas em cartucho C-18

    (Sep-Pak - Waters Corporation especificao: Wat051910) previamente ativado

    com metanol. A filtrao tem como objetivo remover os compostos aromticos das

    amostras, pois estes ficam fortemente retidos na coluna de troca inica,

    prejudicando as anlises e danificando a coluna. Os cromatogramas obtidos com os

    padres dos cidos orgnicos so mostrados na figura 15.

  • 45

    Figura 15 - Cromatograma dos padres de cidos orgnicos. Concentrao de 0,1g.L

    -1 de cada um dos compostos.

    4.5 PROCEDIMENTO PARA DETERMINAO DE TEMPO DE RESIDNCIA

    A DTR do reator fotoqumico foi determinada experimentalmente com

    escoamento de gua da rede e injeo de um pulso de uma soluo de azul de

    metileno (7,45% em massa) na entrada do reator no tempo t=0 e pela medida de

    concentrao deste traador na sada do reator em funo do tempo. O volume de

    traador foi injetado com o auxilio de uma seringa de 1mL.

    As amostras retiradas do reator foram analisadas em espectrofotmetro

    (Varian CARY 50) pela leitura das absorbncias no comprimento de onda de 665nm.

    4.6 PROCEDIMENTO PARA CARACTERIZAO ACTINOMTRICA

    A caracterizao actinomtrica do campo de radiao no reator fotoqumico

    foi realizada segundo os conceitos apresentados no item 3.7.2. A soluo do

    actinmetro consiste em 0,75mol.L-1 de cido oxlico (H2C2O4.2H2O) e 0,15mol.L-1

    de sulfato de ferro pentahidratado (Fe2(SO4)3.5H2O) e preparada em uma sala

    escura. Esta soluo adicionada ao reator, totalmente encoberto por papel

    alumnio para proteg-lo da incidncia da luz externa, e recirculada por 10 minutos

  • 46

    antes de ser irradiada. Durante esta etapa, assim como durante todo o experimento,

    a soluo borbulhada continuamente com N2 para evitar a oxidao do Fe (II) pelo

    O2 dissolvido.

    O experimento tem incio com o acionamento da lmpada UV e amostras de

    0,25mL so coletadas a cada 2min do tanque de recirculao com o auxlio de uma

    pipeta. Estas amostras so transferidas para frascos mbar encapados com papel

    alumnio, contendo 24,75mL de soluo complexante (cido actico 0,5mol.L-1,

    acetato de sdio 0,5mol.L-1 e 1,10-fenantrolina 0,01mol.L-1) tambm preparada em

    sala escura. Para garantir a complexao, os frascos devem ser vigorosamente

    agitados e ento deixados em repouso por 90min. O tempo total de irradiao

    corresponde a 30min.

    Aps o repouso de 90min, a absorbncia de cada amostra medida em

    510nm no espectrofotmetro UV-visvel (Varian CARY 50). A determinao das

    concentraes de Fe(II) de cada amostra feita utilizando-se uma curva de

    calibrao obtida a partir de solues de FeSO4.7H2O de concentraes conhecidas.

    4.7 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

    4.7.1 Experimentos exploratrios

    Os experimentos exploratrios foram realizados com o objetivo de avaliar: (i)

    o efeito da vazo de recirculao sobre a remoo de COD; (ii) a necessidade de

    adio de inibidor nas amostras coletadas; (iii) o efeito da fotlise sob radiao UV

    em 254nm, na ausncia de perxido de hidrognio; (iv) o efeito do perxido de

    hidrognio, na ausncia de radiao UV; (v) o modo de adio do perxido de

    hidrognio ao reator.

    Os experimentos foram realizados por projeto fatorial completo para trs

    variveis (23): 1. Concentrao inicial de fenol; 2. Razo molar H2O2/fenol; 3. Vazo

    de recirculao. A tabela 7 mostra os nveis definidos para cada varivel. O limite

    mximo da razo molar H2O2/fenol foi limitado em 50 porque acima desse valor o

  • 47

    excesso de perxido de hidrognio ocasiona a formao de bolhas no sistema que

    acaba afetando o funcionamento da bomba centrfuga.

    Os experimentos foram realizados aleatoriamente e a resposta foi a remoo

    de COD.

    Tabela 7 - Nveis do planejamento fatorial completo para os experimentos exploratrios

    4.7.2 Experimentos sistemticos

    O planejamento dos experimentos sistemticos foi realizado com base na

    metodologia proposta por Doehlert (HAMMAMI, 2009), pois este oferece uma

    distribuio uniforme dos pontos sobre a regio experimental. As variveis foram

    adotadas com base nos resultados dos experimentos exploratrios.

    4.8 MODELAGEM CINTICA

    Nos modelos cinticos para degradao do fenol pelo processo UV/H2O2 ser

    adotada a hiptese de que o sistema opera em batelada e que as reaes so

    isotrmicas (25C). Tambm ser adotada a hiptese de que o pH permanece

    constante.

    Os balanos molares para cada espcie Xi considerando o sistema em

    batelada formam um sistema de equaes diferencias ordinrias:

    Fatores Mnimo (-1) Ponto Central (0) Mximo (+1)

    Vazo (L.h-1) 62 72 82

    Co fenol (mg.L-1) 50 275 500

    Razo molar H2O2/fenol 5 27,5 50

  • 48

    |

    As equaes consideradas no modelo so equaes diferenciais ordinrias

    (ODE) do tipo stiff e sero resolvidas como um problema de valor inicial. Para

    resolver esse sistema, foi utilizado o mtodo numrico de integrao DASSL

    (Differential Algebraic System Solver).

    O solver DASSL substitui a derivada por uma aproximao por diferenas

    para trs e o sistema resultante solucionado por um mtodo de Newton (PAZ,

    2004). Este solver adequado para equaes do tipo stiff.

    O ajuste dos parmetros ser realizado atravs da minimizao da soma

    quadrtica dos resduos dos compostos aromticos (fenol, catecol e hidroquinona) e

    sero utilizados mtodo numricos para a minimizao.

  • 49

    5 RESULTADOS E DISCUSSES

    5.1 DETERMINAO DE TEMPO DE RESIDNCIA

    Para caracterizar o escoamento do reator foram realizados ensaios com

    vazes entre 33 e 83L.h-1 para observao da distribuio do tempo de residncia

    (DTR). Os resultados obtidos para pulso do traador em t=0 esto mostrados nas

    figuras 16 e 17, para lmpadas com dimetro de 26mm.

    Figura 16 - Curva E(t) x t para o reator operando com diferentes vazes

    0

    0,002

    0,004

    0,006

    0,008

    0,01

    0 200 400 600 800 1000

    E(t

    )

    t [s]

    33 L/h

    62 L/h

    83 L/h

  • 50

    Figura 17 - Curva E() x para o reator operando com diferentes vazes

    Nas figuras 16 a 17 pode-se observar que, embora o escoamento no seja

    laminar, devido entrada tangencial do fluido no reator, o perfil da curva E(t)

    semelhante ao obtido para o modelo de escoamento laminar.

    A tabela 8 mostra as caractersticas das curvas obtidas em cada ensaio.

    Tabela 8-Caractersticas das curvas E(t) obtidas nos ensaios de DTR

    Vazo (L.h-1) (min) (min) 2 (min

    2)

    33 7,1 7,4 1,04 4,8 0,10

    62 3,8 4,5 1,18 2,0 0,14

    83 2,9 3,1 1,07 1,3 0,15

    Para o ajuste dos modelos, a equao 42 foi escrita em funo de Pe e e a

    equao 43 em funo de N e . Essas equaes foram ajustadas s distribuies

    experimentais para cada vazo, aplicando o critrio dos mnimos quadrados. A

    figura 18 mostra os ajustes obtidos para os modelos de disperso axial e tanques

    em srie e observa-se que eles so melhor ajustveis para as vazes mais elevadas

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    E(

    )

    33 L/h

    62 L/h

    83 L/h

    PFR ideal

  • 51

    Figura 18 - Dados experimentais e modelagem (a) 33L.h-1

    , Pe = 18,66 e N=10; (b)62L.h-1

    , Pe = 19,80 e N=10; (c) 82L.h

    -1, Pe = 17,07 e N= 10

  • 52

    5.2 ACTINOMETRIA

    As figuras 19 a 21 mostram a concentrao de Fe(II) ao longo do tempo para

    o sistema estudado, para as lmpadas de 36, 75 e 115W de potncia eltrica,

    respectivamente.

    Figura 19 - Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 36W) de uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L

    -1.

    Figura 20- Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 75W) de uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L

    -1.

  • 53

    A lmpada emite radiao em 253,4nm. Neste comprimento de onda a

    absorbncia do actinmetro e a energia radiante correspondem, respectivamente, a

    4,0 e 7,8x10-19J.fton-1. Experimentalmente, a taxa de molculas (NAc/t)

    convertidas durante o perodo de irradiao t determinado e, atravs da equao

    (49) , obtida a taxa de incidncia de ftons. Os resultados obtidos so mostrados

    na tabela 9.

    Figura 21 - Concentrao de Fe(II) produzido pela fotlise (lmpada Philips 115W) de uma soluo de ferrioxalato de potssio 0,15mol.L

    -1.

    Tabela 9 - Potncia no UV das lmpadas germicida

    Potncia eltrica

    (W) Pabs (ftons.s

    -1)

    Potncia no UV (W)

    (segundo o fabricante)

    Potncia no UV (W)

    (actinometria)

    36 1,43.1019

    15,3 11,19 (73%)*

    75 1,90.1019

    26 14,89 (57%)*

    115 2,26.1019

    33,5 17,66 (52,7%)*

    * Porcentual em relao ao valor fornecido pelo fabricante

    Pode-se perceber que as diferenas entre os valores obtidos pela

    actinometria e os fornecidos pelo fabricante so elevadas.

  • 54

    5.3 EXPERIMENTOS EXPLORATRIOS

    Antes de estabelecer o limite superior da razo molar H2O2/fenol, foi preciso

    observar qual a mxima quantidade de perxido que no resultava em uma elevada

    formao de bolhas, pois estas interferem no funcionamento da bomba centrfuga.

    Na tentativa de elevar essa razo molar foi realizado um teste com o perxido de

    hidrognio adicionado gradualmente por uma bomba dosadora, mas a tentativa no

    surtiu efeito na reduo das bolhas.

    A tabela 10 apresenta as condies experimentais e os resultados obtidos,

    em termos da remoo de COD da soluo. Estes ensaios foram realizados

    utilizando a lmpada de 36W de potncia eltrica.

    Tabela 10 - Condies experimentais e resultados dos experimentos exploratrios

    Ensaio Vazo (L.h-1) C0 fenol (mg.L-1)

    Razo molar

    H2O2/fenol(c)

    Remoo de COD

    (mg.L-1)

    1 62 50 5 14,86

    2 82 50 5 18,81

    3 62 500 5 18,30

    4 62 500 5 16,20

    5 82 50 50 36,64

    6 62 50 50 37,06

    7 82 500 50 77,40

    8 62 500 50 63,80

    9 72 275 27,5 49,00

    10 72 275 27,5 48,80

    11 72 275 27,5 48,00

    12 (a) 72 275 27,5 0,60

    13(b) 72 500 0 4,40

    (a) Experimento realizado sem irradiao UV, (b) experimento realizado sem adio de H2O2, (c) remoo porcentual de COD aps 150 minutos de tratamento.

    No experimento 12 o reator foi operado na ausncia de radiao UV e a

    mineralizao da carga orgnica inicial foi de apenas 0,30% aps 150 minutos de

    tratamento. A soluo permaneceu incolor durante todo o tempo de reao.

  • 55

    O efeito da fotlise do fenol sob radiao UV em 254nm, na ausncia de

    H2O2, foi avaliado no experimento 13, obtendo-se uma remoo de 1,16% aps 150

    minutos. O fenol, quando presente em altas concentraes, pode competir com o

    H2O2 pela absoro de radiao. Devido a este fato, o experimento foi realizado com

    a mais elevada concentrao de fenol do planejamento (500mg.L-1) para evidenciar

    que nos experimentos essa absoro no significativa para a remoo de COD.

    Diferentemente do experimento realizado sem radiao UV, quando foi

    aplicada s a fotlise foi observada mudana de colorao da soluo. A soluo foi

    adquirindo uma colorao marrom que permaneceu at o final do tempo de reao.

    Os resultados dos demais experimentos so mostrados nas figuras 22 e 23.

    Os resultados obtidos no ponto central so mostrados na figura 24.

    Figura 22 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios com C0 fenol = 50mg.L

    1; 1 (TOC0 = 35,77mg C.L

    -1; vazo = 62L.h

    -1; razo molar H2O2 = 5); 2 (TOC0 =

    39,56mg C.L-1

    ; vazo = 82L.h-1

    ; razo molar H2O2 = 5); 5 (TOC0 = 39,37mg C.L-1

    ; vazo = 62L.h-1

    ; razo molar H2O2 = 50); 6 (TOC0 = 38,05mg C.L

    -1; vazo = 82L.h

    -1; razo molar H2O2 = 50).

    Os efeitos das variveis (vazo de recirculao, concentrao inicial de fenol

    e razo molar H2O2/fenol, designadas como x1, x2 e x3) sobre a quantidade de COD

    removida aps 150min (em mgC.L-1) bem como suas interaes, foram calculados

    pelo programa Minitab.

    O ensaio no ponto central foi realizado em triplicata para que fosse possvel

    estimar o erro experimental, que resultou em 0,2mg.L-1. O modelo estatstico para o

  • 56

    projeto fatorial 23 dado pela equao 44, em que b so os coeficientes e x as

    variveis independentes.

    ( ) (44)

    A figura 25 mostra o diagrama Pareto que apresenta o valor de cada um dos

    efeitos estimados em ordem crescente de magnitude. O comprimento de cada barra

    neste diagrama corresponde ao efeito estimado dividido pelo desvio padro

    (GIROTO, 2007).

    Figura 23 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios com C0 fenol = 500mg.L

    -1; 3 (C0 fenol = 500mg.L

    -1,TOC0 = 378,00mg C.L

    -1; vazo = 62L.h

    -1; razo

    molar H2O2 = 5); 4 (C0 fenol = 500mg.L-1

    ,TOC0 = 390,00mg C.L-1

    ; vazo = 82L.h-1

    ; razo molar H2O2 = 5); 7 (C0 fenol = 500mg.L

    -1 TOC0 = 373,20mg C.L

    -1; vazo = 62L.h

    -1; razo molar H2O2 =

    50); 8 (C0 fenol = 500mg.L-1

    , TOC0 = 363,40mg C.L-1

    ; vazo = 82L.h-1

    ; razo molar H2O2 = 50);

  • 57

    Figura 24 - COD em funo do tempo de tratamento, experimentos exploratrios, ponto central (C0 fenol = 275mg.L

    -1,TOC0 = 210mgC.L

    -1; vazo = 72L.h

    -1; razo molar H2O2 = 27,5);

    Figura 25 - Diagrama Pareto para as variveis x1: vazo, x2: C0 fenol e x3: razo molar H2O2/fenol

    Comparando-se o efeito da vazo com os demais efeitos principais, observa-

    se que ele muito inferior. Sendo assim, nos experimentos sistemticos a vazo

    no ser considerada como varivel e ser mantida em um valor constante de

    72L.h-1.

    150

    160

    170

    180

    190

    200

    210

    220

    0 20 40 60 80 100 120 140 160

    CO

    D (m

    g.L

    -1)

    tempo (min)

    9

    10

    11

    -20 0 20 40 60 80 100 120

    x3

    x2

    x2x3

    x1x2

    x1x3

    x1

    x1x2x3

  • 58

    A razo molar aparece como o efeito mais significativo, seguido pela

    concentrao inicial de fenol. Este resultado j era esperado, pois observando os

    resultados mostrados na tabela 10 nota-se que a concentrao inicial de fenol s

    exerce uma influncia mais significativa na remoo de COD quando a razo molar

    mais elevada.

    O pH ao longo do tempo de tratamento decresceu na maioria dos

    experimentos, indicando a formao de cidos orgnicos, que so de difcil

    degradao (figura 26). Apenas nos experimentos 5 e 6, nos quais tm-se a menor

    concentrao inicial de fenol e a maior razo molar entre H2O2/fenol, o

    comportamento foi diferente, pois nestes casos foi possvel oxidar parte desses

    cidos (figura 27).

    Figura 26 - pH em funo do tempo experimento exploratrio 2 (C0 fenol = 50mg.L-1

    ; TOC0 = 39,56mgC.L

    -1; vazo = 82L.h

    -1; razo molar H2O2 = 5)

    Figura 27 - pH em funo do tempo; experimento exploratrio 5 (C0 fenol = 50mg.L-1

    ; TOC0 = 39,37mgC.L

    -1; vazo = 62L.h

    -1; razo molar H2O2 = 50)

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    0 20 40 60 80 100 120 140 160

    pH

    tempo (min)

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    0 20 40 60 80 100 120 140 160

    pH

    tempo (min)

  • 59

    5.4 EXPERIMENTOS SISTEMTICOS

    De acordo com os resultados prvios obtidos nos experimentos exploratrios,

    trs fatores foram selecionados para o estudo: a razo molar H2O2/fenol (x1), a

    concentrao inicial de fenol (x2) e a potncia da lmpada (x3). Nestes

    experimentos foram feitas anlises de COD e HPLC para identificao e

    quantificao do fenol, dos intermedirios aromticos e alguns cidos orgnicos

    formados no decorrer da reao. Tambm foi acompanhado o comportamento do pH

    ao longo do tempo.

    Para um p