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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE
TECNOLOGIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM
ENGENHARIA ELÉTRICA
EDSON JOSÉ GONÇALVES
ESTUDO DA APLICAÇÃO DE CONVERSORES DE COMPRIMENTO DE ONDA TOTALMENTE ÓPTICO
PARA REDE ÓPTICA ELÁSTICA
CAMPINAS 2019
EDSON JOSÉ GONÇALVES
ESTUDO DA APLICAÇÃO DE CONVERSORES DE
COMPRIMENTO DE ONDA TOTALMENTE ÓPTICO
PARA REDE ÓPTICA ELÁSTICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Elétrica do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia Universidade Católica de Campinas como requisito para obtenção do título de Mestre em Gestão de Redes de Telecomunicações.
Orientadora: Prof.ª Dra. Indayara Bertoldi Martins Co orientador: Prof. Dr. Eric Alberto de Mello Fagotto
PUC-CAMPINAS 2019
Ficha catalográfica elaborada por Vanessa da Silveira CRB 8/8423 Sistema de Bibliotecas e Informação - SBI - PUC-Campinas
621.3 Gonçalves, Edson José. G635e Estudo da aplicação de conversores de comprimento de onda total- mente óptico para rede óptica elástica / Edson José Gonçalves. - Campi- nas: PUC-Campinas, 2019. 88. f.: il.
Orientador: Indayara Bertoldi Martins. Dissertação (Mestrado em Gestão de Redes de Telecomunicações) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Centro Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2019.
Incluem anexos e bibliografias.
1. Engenharia elétrica. 2. Fibras óticas. 3. Redes de computadores. 4. Sistemas de telecomunicação. I. Martins, Indayara Bertoldi. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Centro de Ciências Exatas, Ambien-tais e de Tecnologias. Programa de Pós-Graduação em Engenharia elé-trica. III. Título.
CDD - 22. ed. 621.3
Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Elétrica
Autor: GONÇALVES, Edson José
Título: Estudo da aplicação de conversores de comprimento de onda totalmente
óptico para rede óptica elástica
Dissertação de Mestrado Profissional em Gestão de Redes de
Telecomunicações
BANCA EXAMINADORA
Presidente e Orientadora Profa. Dra. Indayara Bertoli Martins
1º Examinador Prof. Dr. Marcius Fabius Henriques de Carvalho
2º Examinador Prof. Dr. André Luiz Aguiar da Costa
Campinas, 27 de junho de 2019.
Dedico aos meus pais José Gonçalves e Dyrce Maria (in memoriam),
à minha amada esposa Fada Litaiff, às minhas filhas Juliana Castro,
Mariana Castro e Marcelle Castro, e a todos os amigos e colegas
que contribuíram para conclusão de mais essa importante etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço à minha querida esposa, Fada Litaiff, que foi o apoio fundamental para a realização desse trabalho e à minha querida família, em especial meus amados pais, as minhas filhas e meus irmãos, que foram essenciais para construção de valores e a integridade que preservo em meu caráter.
A Professora Doutora Indayara B. Martins pela orientação e todo o apoio, com braço forte e mão amiga, para realização do curso e deste trabalho.
E a todos os professores que ministraram as aulas para o curso de Mestrado Profissional em Gestão de Redes de Telecomunicações do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Elétrica da PUC Campinas.
Aos companheiros de turma pela deliciosa convivência em sala de aula e fora dela e por compartilharem de valorosas visões e lições de vida e ao amigo Alberto Lotito.
A vida é como a matemática, criamos raízes que o mundo tenta subtrair de nós,
porém o que é somado de bom nos ajudará a ter a solução exata do que precisamos.
Ester Menezes
RESUMO
GONÇALVES, Edson José. Estudo da aplicação de conversores de comprimento de onda totalmente óptico para rede óptica elástica. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão de Redes de Telecomunicações) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2019. No paradigma das Redes Ópticas Elásticas (EON), além do problema de roteamento e alocação de comprimento de onda (RWA), há também o problema do roteamento e alocação de espectro (RSA), uma vez que a alocação espectral adaptativa requer continuidade dos comprimentos de onda em cada rota. Caso contrário, conexões podem ser bloqueadas devido à alta fragmentação do espectro e/ou à indisponibilidade de comprimentos de onda. No entanto, estes problemas podem ser mitigados se houver a conversão de comprimento de onda nos nós da rede. As investigações deste trabalho estão relacionadas com a avaliação comparativa de parâmetros, tais como a taxa de erro de bit/símbolo (BER/SER) e a largura de banda alocada em uma EON convencional, sem a aplicação dos CCO, e em uma EON, com a aplicação de CCO. Estudos relacionados ao impacto desta aplicação, ou seja, do CCO em cascata em sistemas multicanais, avaliando a qualidade do sinal (BER/SER), são um dos principais pontos investigados. A utilização deste dispositivo (CCO) baseado na FWM em guia de fibra óptica altamente não linear (HNLF) já vem sendo investigada, tanto para a amplificação quanto para a conversão de comprimento de onda totalmente óptico para as redes que utilizam a multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM). Os resultados deste trabalho visam contribuir para a construção de um sistema completamente fotônico, livre de conversões opto-eletro-ópticas (O-E-O), mais flexível e adaptado para aplicar critérios de alocação de espectro em redes EONs. Os resultados foram obtidos por meio de simulações computacionais utilizando o VPItransmissionMaker™Optical Systems. Palavras-chave: Redes ópticas elásticas. Conversor totalmente óptico. Mistura de quatro ondas. Fibra óptica. Formatos de modulação avançados de sinais.
ABSTRACT
GONÇALVES, Edson José. Study of the Application of fully Optical Wavelength Converters for Elastic Optical Network. 2019. Dissertation (Master in Telecommunications Management Networks) - Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2019. In the elastic optical networks (EON) paradigm, in addition to the RWA problem, there is also the problem of spectrum routing and allocation (RSA), since adaptive spectral allocation requires continuity of the lengths on each route. Otherwise, connections may be blocked due to high spectral fragmentation and / or wavelength unavailability. However, these problems can be mitigated if there is an optical wavelength conversion on the network nodes. The investigations of this work will be related to the comparative evaluation of parameters such as bit/symbol error rate (BER/SER) and the bandwidth allocated in a conventional EON, without the application of AWOC, and in an EON, with the application of AWOC. Studies relating to the impact of this application, i.e., of cascaded AWOC in multichannel systems, in multichannel systems (BER/SER), are one of the main points to be investigated. The use of this device AWOC – based in FWM in a highly non-linear optical fiber guide (HNLF) – has already been investigated, both for amplification and for the conversion of wavelengths totally optical for networks using wavelength division multiplexing (WDM). The results of this work aim to contribute to the construction of a completely photonic system, free of opto-electro-optical (O-E-O) conversions, more flexible and adapted to apply spectrum allocation criteria in EONs networks. The results obtained through computational simulations using VPItransmissionMaker™Optical Systems. Keywords: Elastic Optical Network, All-Optical Wavelength Converter, Four Wave Mixing, Optical Fiber, Advanced signal Modulation Formats.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: CARACTERÍSTICA DE ATENUAÇÃO VS. COMPRIMENTO DE ONDA EM FIBRA ÓPTICA UTILIZADAS EM SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES ÓPTICAS. ........................................................... 27 FIGURA 2: ESTRUTURA BÁSICA DE UM SISTEMA WDM. ............................................................ 28 FIGURA 3: CLASSIFICAÇÃO 1R, 2 R, 3R E 4R DOS SINAIS......................................................... 31 FIGURA 4: REDE HIPOTÉTICA WDM/ROADM COM CONVERSÃO DE COMPRIMENTO DE ONDA NO ROADM (F). ......................................................................................................................... 32 FIGURA 5: DIAGRAMA EM BLOCOS DE UMA UNIDADE WSS. ....................................................... 34 FIGURA 6: ALOCAÇÃO DE ESPECTRO PARA CANAIS DE GRADE FLEXÍVEL – REC. G 694.1ITU-T. .. 35 FIGURA 7: BLOQUEIO DE COMPRIMENTO DE ONDA DEVIDO À FALTA DE CONTINUIDADE E CONTIGUIDADE ESPECTRAL. ................................................................................................... 40 FIGURA 8: CONVERSÃO BASEADA EM FWM (CONSEQUÊNCIA DA AMPLIFICAÇÃO PARAMÉTRICA). 42 FIGURA 9:CONVERSÃO DE COMPRIMENTO DE ONDA EM DOIS ESTÁGIOS DENTRO DA BANDA C. ... 43 FIGURA 10: CONVERSÃO DE COMPRIMENTO DE ONDA ENTRE QUATRO NÓS DE REDE.................. 43 FIGURA 11: CONFIGURAÇÃO BÁSICA DA ARQUITETURA BACK TO BACK. ..................................... 45 FIGURA 12: RESULTADOS DA SER NA CONFIGURAÇÃO BACK TO BACK. ..................................... 46 FIGURA 13: RESULTADO DA SER NA CONFIGURAÇÃO BACK TO BACK VARIANDO A OSNR E POTÊNCIA DE RECEPÇÃO PARA O CANAL CH (N-1). .................................................................. 47 FIGURA 14: RESULTADO DA SER NA CONFIGURAÇÃO BACK TO BACK VARIANDO A OSNR E POTÊNCIA DE RECEPÇÃO PARA O CANAL CH N. ....................................................................... 48 FIGURA 15: RESULTADO DA SER NA CONFIGURAÇÃO BACK TO BACK VARIANDO A OSNR E POTÊNCIA DE RECEPÇÃO PARA O CANAL CH (N+1). ................................................................. 49 FIGURA 16: DIAGRAMA DO SETUP DO CONVERSOR. ................................................................. 50 FIGURA 17: MAPA TEMPORAL DE FREQUÊNCIA DO CONVERSOR PARAMÉTRICO. ......................... 51 FIGURA 18: RESULTADO DA SER DO CANAL CH (N): (A) 1ª CONVERSÃO, (B) 2ª CONVERSÃO, (C) 3ª CONVERSÃO, (D) 4ª CONVERSÃO E (E) 5ª CONVERSÃO. ............................................................. 53 FIGURA 19: RESULTADO DA SER DO CANAL CH (N-1): (A) 1ª CONVERSÃO, (B) 2ª CONVERSÃO, (C) 3ª CONVERSÃO, (D) 4ª CONVERSÃO E (E) 5ª O CONVERSÃO. ...................................................... 56 FIGURA 20: RESULTADO DA SER DO CANAL CH (N+1): (A) 1ª CONVERSÃO, (B) 2ª CONVERSÃO, (C) 3ª CONVERSÃO, (D) 4ª CONVERSÃO E (E) 5ª O CONVERSÃO. ...................................................... 59 FIGURA 21: ESPAÇAMENTO ENTRE CANAIS DE 37,5 GHZ; POTÊNCIA DE RECEPÇÃO (PRX): -15 DBM E OSNR: 26 DB/0,1NM. ......................................................................................................... 62 FIGURA 22: ESPAÇAMENTO ENTRE CANAIS DE 43,75 GHZ; POTÊNCIA DE RECEPÇÃO (PRX): -15 DBM E OSNR: 26 DB/0,1NM. ................................................................................................. 67 FIGURA 23: ESPAÇAMENTO ENTRE CANAIS DE 50 GHZ; POTÊNCIA DE RECEPÇÃO (PRX): -15 DBM E OSNR: 26 DB/0,1NM. ......................................................................................................... 72 FIGURA 24: REDE ÓPTICA DE REFERÊNCIA NFSNET. .............................................................. 85 FIGURA 25: REDE ÓPTICA DE REFERÊNCIA “GERMAN NETWORK”. ............................................. 86 FIGURA 26: REDE PAN-EUROPEIA (EUROPE OPTICAL NETWORK - EON) DEFINIDA NO PROJETO EUROPEU COST 266. ............................................................................................................ 86
LISTA DE TABELAS TABELA 1: REQUERIMENTO DE BANDA PARA ALOCAÇÃO DE UM SINAL EM 56 GBPS (VALORES TEÓRICOS). ........................................................................................................................... 38 TABELA 2: PARÂMETROS DE TOPOLOGIA DE REDE. .................................................................. 44 TABELA 3: CARACTERÍSTICAS DO BOMBEIO E FIBRA ÓPTICA. .................................................... 51 TABELA 4: RESULTADOS REFERENTE AO BLOQUEIO. ............................................................... 87
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
4G 4ª Geração de tecnologia de celular
5G 5ª Geração de tecnologia de celular
AOWC All-Optical Wavelength Conversion
BER Bit Error Ratio
BPNN Back Propagation Neural Network
BWC Broadband Wavelength Converter
CCO Conversor de Comprimento de Onda Totalmente Óptico
CD/C Colorless Directionless and/or Contentionless
CDC-F Colorless, Directionless, Contentionless, Flexible Grid
CHRON Cognitive Heterogeneous Reconfigurable Optical Netework
CW Continuous Wave
DFG Difference Frequency Generation
DPSK Differential Phase Shift Keying
DSF Dispersion-Shifted Fiber
DSP Processamento Digital de Sinais
EDFA Amplificador à fibra óptica dopada com érbio
EON Rede Óptica Elástica
FEC Forward Error Correction
FOPA Fiber Optical Amplifier Parameter
FSU Unidade de slot de frequência
HNLF Fibra óptica altamente não linear
IoT Internet das coisas
IP Internet Protocol
IPoWDM IP sobre WDM
M-QAM M-ary Quadrature Amplitude Modulation
M-QPSK M-ary Phase Shift Keying
M2M Máquina-a-máquina
MF Multicore Fiber
MMF Fibra óptica multímodo
MSC MultiCast Switch
NZ-DSF Non-Zero Dispersion Shifted Fiber
OEO opto-eletro-óptica
OFDM Multiplexação por Divisão de Frequências Ortogonais
OOK-NRZ On-Off Keying - Nonreturn-to-Zero
OOK-RZ On-Off Keying - Return-to-Zero
OPA Optical Parametric Amplifiers
OSA Analisador de Espectro Óptico
OSNR Optical Signal Noise Ratio
OT Optical Transponder
OTTM Onion Tidal Traffic Model
PD-RSA Pre-Detour RSA
PDK-RSA Pre-Detour K-shortest paths RSA
PDM-QAM Polarization-Division Multiplexing - Quadrature Amplitude Modulation
PM-8QAM Polarization Multiplexed - Eight Symbol Quadrature Amplitude
Modulation
PM-QPSK Polarization Multiplexed - Quadrature Phase Shift Keying
RMSA Roteamento, Modulação e atribuição de espectro
ROADM Multiplexador Add/Drop Óptico Reconfigurável
RSA Roteamento e atribuição de espectro
RWA Roteamento e atribuição de comprimento de onda
SDM Multiplexação por divisão do espaço
SER Taxa de erro de símbolo
SLA Service Level Agreement
SLICE Spectrum-Sliced Elastic Optical
SMF Fibra óptica monomodo
SOA Amplificador óptico semicondutor
SPM Self-phase Modulation - Auto Modulação de Fase
VNI Visual Networking Index
WC Conversor de comprimento de onda
Wi-Fi Wireless Fidelity
WSS Wavelength-Seletive Switch
XGM Cross-Gain Modulation - Modulação Cruzada de Ganho
XPM Cross Phase Modulation - Modulação Cruzada de Fase
FWM Mistura de quatro ondas
FPF Filtro passa-faixa
QoT Qualidade de transmissão
LISTA DE SÍMBOLOS
γ Coeficiente não linear da fibra óptica ε Eficiência espectral α Atenuação óptica ω Frequência angular Comprimento de onda
c velocidade da luz
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 15
1.1. Objetivos e procedimentos ....................................................................................................... 19 1.2. Motivação ................................................................................................................................. 19 1.3. Organização do trabalho .......................................................................................................... 20
2. TRABALHOS RELACIONADOS ................................................................................................. 21 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................... 25
3.1. Breve histórico sobre comunicações por fibras ópticas ........................................................... 25 3.2. Redes WDM ............................................................................................................................. 27 3.3. Transição para redes ópticas elásticas – EON ........................................................................ 33 3.4. Conceitos e definições EON ..................................................................................................... 36 3.5. Conversores de comprimento de onda totalmente óptico para EONs ..................................... 39
4. PROCEDIMENTOS E CONDIÇÕES DE SIMULAÇÃO DO MODELO ....................................... 45 4.1. Configuração do transmissor no modo back to back ............................................................... 45 4.2. Configuração do transmissor para diferentes níveis de OSNR e potência de recepção......... 46 4.3. Implementação do conversor de comprimento de onda na banda C, considerando sinais de
transmissão em uma EON ..................................................................................................... 49 5. RESULTADOS ............................................................................................................................. 52
5.1. Simulações e discussão ........................................................................................................... 52 5.2. Gráficos de potência de diagrama de constelação .................................................................. 61
6. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 77 7. TRABALHO PUBLICADO ........................................................................................................... 79 8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 80 APÊNDICE ............................................................................................................................................ 85
Apêndice A: Bloqueio .................................................................................................................... 85
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1. INTRODUÇÃO
Atualmente há um crescimento exponencial da quantidade de dados
diversos, que trafegam nas redes de comunicações digitais, devido principalmente
ao aumento dos serviços de dados on-line, bem como o desenvolvimento de novas
arquiteturas de redes de acesso banda larga via cabo, fibra óptica ou sem fio
(celular 4G/5G) (DELOITTE DEVELOPMENT LLC, 2017; NOKIA, 2013).
Espera-se que o tráfego da rede na nuvem, mais que dobre a cada dois
anos e que os novos serviços e aplicativos que serão transportados por ela, exijam
requisitos de latência muito baixos, além dos demais requisitos já exigidos, tais
como segurança dos dados, confiabilidade na entrega de dados, resiliência da rede
em caso de falhas, entre outras (CISCO, 2015). Assim é desejável que a
infraestrutura destas redes da próxima geração, sejam inteligente, flexível,
escalável, automatizada, autônoma, ágil, otimizada, programável, adaptável, tendo
um baixo consumo de espectro e de energia (CIENA, 2019; YIN, 2010),
disponibilizando serviço de rede, onde e quando for necessário aos seus clientes.
Há décadas, as redes de fibra óptica constituem a infraestrutura física
básica dos grandes provedores de redes globais e, graças principalmente, à sua
alta capacidade, vêm sustentando as comunicações digitais (RAMASWAMI;
SIVARAJAN; SASAKI, 2010). Estas redes são responsáveis por estimular o
crescimento da demanda por dados, com a interligação das redes de acesso, metro
e longas distâncias e mais recentemente também de Data Centers, disponibilizando
capacidades e taxas variadas, através de seus sistemas de multiplexação por
divisão de comprimento de onda (WDM), oferecendo mais de uma centena de
canais, cada um podendo carregar taxas de dados de 10, 100, 200 e em breve 400
Gb/s e 1 Tb/s (FUJITSU NETWORK COMMUNICATIONS INC., 2013); (HUAWEI
TECHNOLOGIES CO., LTD., 2017), somando um agregado da ordem de Tb/s.
As principais inovações tecnológicas em sistemas de comunicações
ópticos, nos últimos 30 anos estão relacionadas principalmente aos desafios,
envolvendo problemas fundamentais de transmissão e transporte do sinal, em
função dos efeitos lineares e não-lineares da fibra óptica em sistemas WDM
(RAMASWAMI; SIVARAJAN; SASAKI, 2010; AGRAWAL, 2012; AZODOLMOLKY;
MIROSłAW, 2008).
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Com os avanços da eletrônica, a transmissão coerente em sistemas
ópticos foi viabilizada com o processamento de sinais digitais, solucionando alguns
problemas como por exemplo a dispersão cromática e a dispersão por modos de
polarização, que foram, a partir de então, compensados eletronicamente. Logo, os
sistemas se tornaram mais complexos, devido à variedade e quantidade de
parâmetros neles ajustáveis, tais como: diversidade de métricas de roteamento, de
formatos de modulação, de taxas de transmissão, de esquemas de codificação,
entre muitos outros (WINZER; ESSIAMBRE, 2006; TORNATORE; NAG;
MUKHERJEE, 2010).
Para o futuro, um dos desafios chave em sistemas de comunicações
ópticos é o de entender como ajustar e combinar esses parâmetros de forma eficaz,
em função dos requisitos e das necessidades dos aplicativos e dos serviços que
serão transportados dentro das redes ópticas (CIENA, 2019). Nesta direção, a fim
de moldar as próximas gerações de redes inteligentes, adaptáveis e de alta
velocidade, pesquisas combinarão técnicas de Big Date, aprendizado de máquina,
teoria de grafos, óptica coerente programável com o desenvolvimento de
dispositivos totalmente fotônicos em uma camada “fotônica” reconfigurável e aberta
(CIENA, 2019; NOKIA BELL LABS, 2017; YING et al., 2017).
Dispositivos totalmente ópticos ou fotônicos já são vistos como uma
potencial solução para a evolução dos atuais e para os futuros cenários de redes
ópticas, oferecendo amplos benefícios em custo e velocidade (FAGOTTO;
MIRANDA; TOBAR, 2013; YING et al., 2017). Em particular, os dispositivos
totalmente ópticos baseados nas não linearidades de terceira ordem, tais como
ganho estimulado Raman, mistura de quadro ondas (FWM), auto modulação de
fase (SPM), modulação de fase cruzada (XPM), conjugação de fases, e absorção
de dois fótons (TPA) (RAMASWAMI; SIVARAJAN; SASAKI, 2010; AGRAWAL,
012; RADIC; MOSS; EGGLETON, 2008; MARCONI et al., 2017), oferecendo uma
alternativa interessante.
Estes fenômenos físicos gerados pelo termo da terceira ordem da
susceptibilidade elétrica têm sido a base para as aplicações em dispositivos de
processamento de sinais completamente ópticos, tais como monitoramento do
desempenho óptico (OPM), amplificação paramétrica (PA), reamplificação e
reformatação (2R) e reamplificação, reformatação e re-temporização óptica (3R),
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conversores comprimentos de onda totalmente ópticos (CCOs), "bufferização"
óptica, demultiplexação e outros, tendo eles importância chave para a transmissão
dos sinais (RADIC; MOSS; EGGLETON, 2008; BOYD, 2008).
Um outro desafio na área de redes ópticas trata-se da questão do
consumo espectral na banda C e da evolução das taxas de transmissão dos sinais
ópticos. Tradicionalmente, o espectro do sinal em uma rede óptica WDM é alocado
considerando uma grade fixa de frequência de acordo com o padrão ITU-T
(International Telecommunication Union, Telecommunication Standardization
Sector ) (ITU-T, 2012). A largura espectral de um canal é especificada e portanto,
já padronizada para os dispositivos do sistema, tais como os filtros e os
multiplexadores. Assim sendo, a taxa e o formato de modulação do sinal transmitido
devem ser compatíveis com as especificações de operações destes dispositivos.
As grades fixas não permitem a alocação de sinais em altas taxas, e a modificação
do tamanho de uma grade obviamente é possível, entretanto, esta opção requer a
mudança da regulamentação de uma infraestrutura coexistente, tornando-se um
grande problema para a indústria e os sistemas legados.
Assim, devido a esta cadeia de problemas surgiu o conceito de alocação
de espectro flexível, nascendo assim as EONs, em que a grade fixa é subdividida
em slots espectrais bem mais finos, normalmente múltiplos de 6,25GHz (GERSTEL
et al., 2012).
A proposta de uma arquitetura EON é identificada através de vários
estudos (GERSTEL et al., 2012; VÍCTOR LÓPEZ; VELASCO, 2016) , como uma
boa solução para economizar banda espectral, em comparação com a tradicional
multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM), permitindo a
possibilidade dos sistemas transmitirem sinais em taxas de transmissão acima de
400 Gb/s.
No paradigma atual das EONs, um dos maiores desafios é encontrar
estratégias para solucionar a contenção por comprimento de ondas e assim
oferecer continuidade e contiguidade deles para a transmissão de um sinal durante
todo o seu caminho de transporte. Nestas redes, além do problema de roteamento
e a alocação de comprimento de onda (RWA), que é similar para redes ópticas
WDM, há também o problema do roteamento e alocação do espectro (RSA), uma
vez que a alocação espectral adaptativa requer continuidade e contiguidade dos
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comprimentos de onda em cada rota. Isso é sumamente importante e caso
contrário, as conexões podem ser bloqueadas devido à indisponibilidade de
comprimentos de onda e/ou à alta fragmentação do espectro (VÍCTOR LÓPEZ;
VELASCO, 2016; PAGÈS; PERELLÓ; SPADARO, 2012).
Na literatura existem algumas possíveis soluções que visam reduzir a
probabilidade de bloqueio em EONs e iremos apresentá-las mais detalhadamente
no próximo capítulo. Uma delas é através da aplicação de algoritmos de roteamento
que adotam métricas específicas normalmente baseadas em algoritmos genéticos
para encontrar rotas disponíveis para o transporte do sinal, reduzindo o desperdício
espectral (LE- CHOWICZ; WALKOWIAK, 2016; PAGÈS; PERELLÓ; SPADARO,
2012). Outra solução é através das técnicas de desfragmentação espectral em que
algoritmos são acionados em determinados momentos, visando o rearranjo da
alocação espectral do sinal de forma contínua (YIN et al., 2013; ZHANG et al., 2013;
PROIETTI et al., 2012).
Recentemente vem sendo proposto também para as EONs, a
multiplexação por divisão espacial (Space-Division Multiplexing - SDM), na qual
diferentes sinais são transmitidos em diferentes núcleos de uma fibra multinúcleo,
ou em diferentes grupos modais, no caso das fibras de poucos modos (few-
modefiber - FMF). Nesse caso, esta técnica pode ser utilizada em conjunto com
uma métrica de chaveamento, visando escalonar núcleos, quando o caminho
escolhido pelo roteamento apresentar contenda de comprimento de onda em algum
dos trechos do caminho adotado (JATOBA-NETO et al., 2017) .
A implementação de conversores de comprimentos de onda totalmente
ópticos (CCOs) também é vista como uma possível solução para mitigar ou
solucionar a probabilidade de bloqueio devido à falta de continuidade espectral na
rota de transporte de um sinal em redes ópticas em geral, tanto para sistemas WDM
e principalmente para as EONs.
Assim, inspirados nos trabalhos citados acima e nos paradigmas de
redes ópticas, neste trabalho, focaremos no estudo da aplicação de um conversor
de comprimento de onda totalmente óptico baseado na mistura de quatro ondas
configurado para Redes Ópticas Elásticas. Por meio de simulações serão
investigadas questões físicas pertinentes do dispositivo (CCO) que podem impactar
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a eficácia do funcionamento da camada de rede e de transporte. A seguir serão
listados os objetivos específicos deste trabalho.
1.1. Objetivos e procedimentos
O principal objetivo deste trabalho é o de investigar o impacto das
penalidades adicionadas ao sinal com a introdução de conversores de comprimento
de onda totalmente ópticos (AOWC) baseados na amplificação paramétrica através
da mistura degenerada de quatro ondas (FWM) em HNLF, nas Redes Óticas
Elásticas.
Assim os principais procedimento realizados são:
a) Criar o modelo de simulação representando um conversor de
comprimento de onda totalmente óptico (CCO) paramétrico baseado em mistura de
quatro ondas (FWM) para as redes ópticas elásticas (EONs);
b) Avaliar o impacto da aplicação de CCOs em cascata, simulando os
requisitos de uma rede EON, avaliando a degradação da qualidade do sinal, através
da taxa de erro de símbolo (SER), a cada conversão;
c) Avaliar a qualidade do sinal convertido em cascata para as EONs em
função de parâmetros tais como potência do sinal recebido, relação sinal/ruído
óptico (OSNR) e largura espectral ocupada.
1.2. Motivação
A premissa que serve de motivação para o presente trabalho reside em
um tema (CIENA, 2019; NOKIA BELL LABS, 2017) que se encaixa com os desafios
do mercado atual desta área, como já foi argumentado na contextualização deste
capítulo. Este trabalho contribui para melhorar a utilização da banda espectral
disponível através das EONs além de reduzir as perdas de dados através da
aplicação de conversores, que impactarão na redução da probabilidade de bloqueio
dos dados em uma rede óptica.
Como já argumentado, atualmente existe um aumento na demanda por
capacidade nas redes por parte dos usuários finais que desejam acessar as
informações de dados, vídeo e aplicativos em alta definição quando e onde
quiserem. Com a adoção da Internet das Coisas (IoT) (MANCINI, 2018) e da
tecnologia 5G (BOYUAN et al., 2018; DELOITTE DEVELOPMENT LLC, 2017)
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estima-se um agravamento ainda maior nesta demanda por capacidade e
velocidade (CIENA, 2019). Assim, todo estudo que proporcionar melhor velocidade
de transmissão, utilização eficiente de banda para a alocação de mais sinais de
informação e redução da probabilidade de bloqueio, impactará positivamente no
mercado de telecomunicações e consequentemente, na melhoria dos serviços
oferecidos mundialmente.
1.3. Organização do trabalho
O presente trabalho está constituído de seis capítulos e está organizado
da seguinte forma: o Capítulo 1 que é o presente capítulo, introduz e contextualiza
o problema, apresentando algumas tendências e soluções de mercado. Neste
capitulo é brevemente descrita a proposta com a motivação e seus objetivos.
O Capítulo 2 apresenta as propostas de trabalhos relacionados na
investigação de formas mais detalhadas de conteúdos ligados à temática de
conversores de comprimentos de onda totalmente óptico, com o intuito de melhorar
o conhecimento sobre o que tem sido estudado e publicado para este assunto.
O Capítulo 3 corresponde à fundamentação teórica, na qual são
abordados conceitos relacionados às redes ópticas, fazendo-se um histórico
evolutivo dos principais marcos dessas redes e apresentando a forma como
surgiram as redes ópticas elásticas (EON). Realiza-se também a fundamentação
teórica dos conversores ópticos, em particular os baseados no efeito de mistura de
quatro ondas (FWM).
O Capítulo 4 é descrito a proposta e o método utilizado para a obtenção
dos resultados. Nele serão apresentados os modelos das simulações
implementadas, com as devidas especificações utilizadas.
No capítulo 5 são apresentados e comentados os resultados obtidos.
Finalmente, no capítulo 6 são realizadas as conclusões e considerações mais
relevantes do trabalho e possíveis trabalhos futuros.
C a p í t u l o 2 . T r a b a l h o s R e l a c i o n a d o s | 21
2. TRABALHOS RELACIONADOS
O estado da arte em redes ópticas procura enfocar, de maneira
estruturada e relevante, o conhecimento acumulado e atualizado das tecnologias
nelas empregadas.
Neste capítulo faremos uma revisão de trabalhos atuais e relevantes
considerando a temática do efeito da aplicação de conversores de comprimento de
onda totalmente óptico no sinal transmitido em uma EON. O tema trata-se de
trabalhos relativamente novos (QIU et al., 2017), embora, o uso da técnica de
conversão tenha sido proposto há cerca de vinte anos atrás (RAMASWAMI;
SIVARAJAN; SASAKI, 2010; YAN et al., 2018).
O processo de migração das redes tradicionais WDM para EON tornou-
se um tema interessante devido principalmente as questões dos sistemas poderem
transmitirem dados em altas taxas, sem a necessidade de troca dos equipamentos
de um sistema com padrões já estabelecidos. Questões referente ao melhor
consumo espectral de banda através da alocação do espectro do sinal óptico de
forma flexível, da atribuição de formato de modulação adaptável à distância de
transmissão permitida para um determinado tipo de sinal, também vem
corroborando para esta migração (INFINERA INC., 2014; FUJITSU NETWORK
COMMUNICATIONS INC., 2013; LÓPEZ; VELASCO, 2016).
Tendo sido primeiramente apresentada por Jinno, Hidehiko e Kozicki
(2009) este novo conceito de rede óptica que surge como uma estratégia
promissora, por ser apontada como alternativa as redes tradicionais que utilizam a
multiplexação por comprimento de onda (WDM); em resposta às restrições de
banda e taxa que utilizam grades fixas que foram padronizadas pelo ITU-T (ITU-T,
2012) e também a problemas de contenda específicos de roteamento e atribuição
de comprimento de onda (RWA). Entretanto, no cenário de EON, o
aprovisionamento de banda elástica apresenta desafios em projetá-la e,
periodicamente, atualizá-la devido ao espectro alocado para uma conexão poder
ser adaptado para acompanhar as variações da taxa de transmissão que se façam
necessária (JINNO; HIDEHIKO; KOZICKI, 2009; LÓPEZ; VELASCO, 2016).
Todavia, o processo de migração das redes tradicionais WDM para EON torna-se
interessante pelo uso de espectro flexível, atribuição de formato de modulação
adaptável à distância, acomodando as taxas de transmissão de 100 Gbps
C a p í t u l o 2 . T r a b a l h o s R e l a c i o n a d o s | 22
comumente utilizadas em sistemas de longa distância (backbone), e dos chamados
supercanais com taxas de 400 Gbps e 1 Tbps (INFINERA INC., 2014; FUJITSU
NETWORK COMMUNICATIONS INC., 2013; LÓPEZ; VELASCO, 2016).
No paradigma atual das redes ópticas na camada de rede e de
transporte, um dos maiores desafios é encontrar estratégias para solucionar a
contenção dos comprimentos de onda e assim oferecer continuidade da
transmissão do sinal durante todo o seu caminho de transporte entre origem e
destino. Nas EONS além do problema de roteamento e a alocação de comprimento
de onda (RWA), que é similar para redes ópticas WDM, há também, o do
roteamento alocação do espectro (RSA) (VYAS; PRAKASH, 2018; CHATTERJEE;
SARMA; EIJI, 2015), uma vez que a alocação espectral adaptativa requer
continuidade e contiguidade dos comprimentos de onda em cada rota. Isso é
sumamente importante e em casos contrários, as conexões podem ser bloqueadas
devido à indisponibilidade de comprimentos de onda e/ou à alta fragmentação do
espectro (PAGÈS; PERELLÓ; SPADARO, 2012; LÓPEZ; VELASCO, 2016).
A probabilidade de bloqueio na rede EON vem estimulando estudos e
pesquisas no campo da conversão totalmente óptica de comprimentos de onda
(XIE et al., 2017; NG, 2010).
Existem algumas possíveis soluções na literatura, as quais visam reduzir
a probabilidade de bloqueio em EONs pela falta de continuidade e contiguidade
espectral nos enlaces. Uma delas é através da aplicação de algoritmos de
roteamento que adotam métricas específicas normalmente baseadas em
algoritmos genéticos para encontrar rotas disponíveis ao transporte do sinal,
reduzindo o desperdício espectral (PAGÈS; PERELLÓ; SPADARO, 2012;
LECHOWICZ; WALKOWIAK, 2016). Neste contexto, em Jia et al. (2016) é proposto
um algoritmo RSA dinâmico que pode alcançar um melhor desempenho usando
uma rede neural de propagação reversa (Back Propagation Neural Network- BPNN)
para prever as informações de cada conexão futura (JIA et al., 2016). Já em Yan et
al. (2018) propõem a utilização do modelo matemático OTTM (Onion Tidal Traffic
Model - OTTM), baseado em redes de acesso e metropolitanas, em que tem-se o
uso de dois algoritmos para o aumento da eficiência da largura de banda o PD-RSA
(pre-detour RSA - PD-RSA) e o PDK-RSA (Pre-Detour K-shortest paths RSA - PDK-
RSA) que apontou a redução de até 26% da taxa de probabilidade de bloqueio
(YAN et al., 2018).
C a p í t u l o 2 . T r a b a l h o s R e l a c i o n a d o s | 23
Uma outra solução também mencionada na literatura, é através das
técnicas de desfragmentação espectral em que algoritmos são acionados em
determinados momentos, visando o rearranjo da alocação espectral do sinal de
forma contínua (YIN et al., 2013). Nesta, a desfragmentação é necessária porque
após sucessivas criações e exclusões de circuitos nos enlaces da EON, utilizando
janelas de frequências (Frequency Slot Unit - FSU), parte dessas FSUs ficam
isoladas e alocadas de forma descontinuada no espectro, o que leva a uma baixa
eficiência espectral e aos bloqueios devido à falta de banda (SHI et al., 2013). Pode-
se citar no caso do uso de grades flexíveis para aplicação em sistemas DWDM,
dentro dos padrões da recomendação G.694.1 do ITU-T (ITU-T, 2012), proposto
por Buchali e Klekamp (2014) o uso do BWC (Bandwidth Wavelength Conversion -
BWC) incorporado as chaves seletoras de comprimento de onda (WSS) nos
ROADMs, trabalhando em taxas de n x 12,5 GHz (n=l,2,3... ) para a
desfragmentação deste tipo de rede (BUCHALI; KLEKAMP, 2014). No artigo Zhu
et al. (2015) é mostrado as vantagens do controle e gerenciamento de EON
empregando o recurso de redes definidas por software (SD-EONs) para a
desfragmentação on-line (ZHU et al., 2015). Neste contexto, uma análise da
desfragmentação periódica na EON sob condições dinâmicas de tráfego deve ser
realizada para minimizar a probabilidade de bloqueio e a baixa eficiência espectral
(ϵ) (COMELLAS; VICARIO; JUNYENT, 2018).
Atualmente, grandes esforços vêm sendo realizados por pesquisadores
no desenvolvimento de um CCO para redes ópticas, que vem adquirindo sua
maturidade. Por exemplo, em Filion et al. (2016), foi demonstrado
experimentalmente a conversão de comprimento de onda baseado em um
Semiconductor Optical Amplifier (SOA) de três sinais (25 GBd Nyquist- 16QAM)
(FILION et al., 2016). Em Wang et al. (2018) foi proposto um esquema de
posicionamento de conversores ópticos e esquema de designação de comprimento
de onda para melhorar a utilização da rede sob restrições práticas, tal como o
impacto da cascatabilidade de conversões (WANG et al., 2018). Em Tan (2016) foi
proposto um estudo experimental sobre o impacto da conversão de um sinal,
considerando a necessidade de múltiplas conversões no caminho em Redes
Wavelength Division Multiplexing (WDM). Para EONs, um CCO foi proposto por
Marconi et al. (2017) um modelo de simulação de um conversor paramétrico
totalmente óptico, baseado na mistura de quatro ondas, considerando um guia de
C a p í t u l o 2 . T r a b a l h o s R e l a c i o n a d o s | 24
onda de vidro telúrio. Neste trabalho foi possível a transmissão de sinais livres de
erros em uma banda espectral ultra larga, porém, não foram analisados alguns
parâmetros pertinentes ao contexto de redes tais como as múltiplas conversões em
cascata (MARCONI et al., 2017).
Nesta direção, a implementação de conversores comprimentos de onda
totalmente ópticos (CCOs), singularmente com uso de fibras ópticas altamente
linear (HNLF), estão surgindo como uma boa alternativa de baixo custo e é vista
como uma possível solução para mitigar ou solucionar a probabilidade de bloqueio
devido à falta de continuidade espectral na rota de transporte de um sinal em redes
ópticas em geral, tanto para sistemas WDM e em particular para uma EON que é o
real cenário futuro para redes.
Em geral, a ideia fundamental de todos os artigos estudados neste
capítulo é, basicamente, a busca de técnicas e estratégias que visam minimizar o
impacto de bloqueio nas redes EON e a baixa eficiência espectral garantida mínima
penalidade do sinal transmitido. Trata-se de uma necessidade sumamente
importante devido ao aumento dos serviços e especialmente crescimento do
tráfego IP sobre as redes ópticas (CISCO, 2015; ECI TELECOM, 2017).
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 25
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo é focado nas redes WDM e EONs, em que é explicado
de forma simplificada a configuração da arquitetura de cada tecnologia de rede
e o processo de transição entre elas.
3.1. Breve histórico sobre comunicações por fibras ópticas
No curso da história das telecomunicações, observou-se que a fibra
óptica possuía um grande potencial para o tráfego de informações com altas taxas
de transmissão.
As redes ópticas são constituídas por sistemas de comunicação que
utilizam as fibras ópticas para transmissão de voz, dados, vídeo e outras mídias,
tendo como principal característica a largura de banda maior do que as utilizadas
em sistemas de rádio frequência e nos sistemas baseados em fios de cobre.
Basicamente, a fibra óptica é composta de sílica de formato cilíndrico e flexível;
sendo que as primeiras conexões, usando estes sistemas, surgiram no final da
década de 1970 e foram utilizadas para transmitir sinais de telefonia a uma taxa de
aproximadamente 6,0 Mbits/s em distâncias em torno de 10 km (KEISER, 2014).
Entretanto, as fibras ópticas apresentavam um grande problema:
a perda devido à sua atenuação imposta ao sinal, na ordem de
1x103 dB/km (KAPRON; KECK; MAURER, 1970). Houve um avanço em 1970,
quando as perdas das fibras foram reduzidas para valores abaixo de 20 dB/km na
região de comprimentos de onda de 1 m. Em 1979, foi exibida uma fibra
monomodo (SMF) com atenuação, para janela de 1550 nm, na ordem de 0,2
db/km (CORNING INC., 2014) o que praticamente viabilizou o seu uso comercial.
Além da atenuação, outros fatores são limitantes do uso das fibras como os efeitos
não lineares e a dispersão cromática (AGRAWAL, 2014; KEISER, 2014).
Dentre as diversas vantagens oferecidas pelo uso das fibras ópticas em
sistemas de comunicações, sobre outros sistemas, pode-se citar: a leveza, a
flexibilidade e suas dimensões físicas comparadas ao cabo metálico de cobre, um
longo alcance de transmissão e o fato de ser praticamente imune às influências
eletromagnéticas.
Outro aspecto interessante foi considerando o espectro de perda em
uma fibra do tipo monomodo (SMF) em função do comprimento de onda. Desta
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 26
consideração foi elaborada a divisão por bandas da seguinte forma: Banda O
(Original Band – Banda Original); Banda E (Extended Band – Banda Extendida); as
bandas usadas comercialmente para o WDM, Banda S (Short Wavelenght Band –
Banda de Comprimento de Onda Curtos) de 1460 nm a 1530 nm; Banda C
(Conventional Band – Banda Convencional) com a região espectral de 1530 nm a
1565 nm; Banda L (Long Band – Banda Longa) com a região espectral de 1565 nm
a 1625 nm e a Banda U (Ulta-Long Band – Banda Ultra-Longa) com a região
espectral de 1625 nm a 1675 nm. Esta padronização para as redes ópticas, foi
idealizada para acomodar, principalmente, o WDM denso (DWDM), por meio das
recomendações G.692 e G.694.1 da Seção de Normatização de Telecomunicações
(ITU-T, 1998; ITU-T, 2012).
Os atributos e características das fibras ópticas evoluíram ao longo dos
anos para acomodar diferentes sistemas e tecnologias, com intuito de otimizar o
desempenho geral da rede de telecomunicações. Na era emergente de redes
elásticas ou flexíveis, as fibras ópticas continuarão a desempenhar um papel
fundamental na determinação do alcance e da capacidade do sistema (DOWNIE et
al., 2016). A Figura 1 mostra a atenuação das fibras ópticas em função do
comprimento de onda para uma fibra padrão SMF (Single Mode Fiber - G.652) Rec.
ITU-T G.652, vê-se que a transmissão em sistemas ópticos, comercias, emprega
regiões do espectro chamadas de bandas (O, S, C e L) onde a atenuação
observada é baixa na ordem de 0,2 dB/km, nas bandas S,C e L. Tem-se o uso dos
amplificadores a semicondutores (SOA) na banda O e do amplificador dopado com
érbio (Er) para as bandas C e L.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 27
Figura 1: Característica de atenuação vs. comprimento de onda em fibra óptica utilizadas em sistemas de comunicações ópticas.
Fonte: Adaptado de Felipe Rudge Barbosa. Disponível em: <http://www.dsif.fee.unicamp.br/~rudge/pdf/>. Acesso em: 06 jul. 2019.
3.2. Redes WDM
O sistema de multiplexação por divisão de comprimento de
onda (WDM), de maneira simples, pode ser visto como um conjunto de canais
ópticos cada um usando diferentes comprimentos de onda, mas todos partilhando
um único meio de transmissão (AGRAWAL, 2014). É usado desde o início da
década de 1990, tendo como primeiro protótipo, o Lambdanet (GOODMAN et al.,
1990), implementado pela Bell-Core. A primeira rede WDM foi o Rainbow-1 e 2
(HALL, et al., 1996), desenvolvidas em 1991 e 1996 respectivamente, ambos
implementados pela International Business Machines (IBM).
A Figura 2 ilustra a estrutura básica de um sistema WDM com seus
principais elementos: os optical transponders, componentes que convertem os
sinais dos usuários em comprimentos de ondas com suas respectivas
frequências; a unidade multiplexadora, que multiplexa os comprimentos de onda; a
fibra óptica como meio de transmissão; o demultiplexador que separa os sinais; os
transponders de recepção, que geram os sinais aos seus respectivos clientes, além
da estrutura de amplificação óptica baseado no amplificador de fibra óptica dopada
com érbio (EDFA).
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 28
Figura 2: Estrutura básica de um sistema WDM.
Fonte: produzido pelo autor.
O uso do WDM possibilitou o início de uma revolução na área das
telecomunicações que resultou na duplicação da capacidade de sistemas a cada
seis meses, aproximadamente, permitindo que, em 2001, sistemas ópticos
operassem a uma taxa de bits de 10 Tbps. Entretanto, o projeto de tais sistemas
requer atenção a muitos detalhes, mais especificamente, aos efeitos não lineares
que devem ser controlados para garantir que não limitem o desempenho do
sistema (AGRAWAL, 2014). Apesar das restrições e penalidades aplicadas ao
sistema, o WDM ainda é a principal tecnologia para o transporte de altas taxas de
transmissão através do core das principais redes de telecomunicações calçadas no
uso de fibras ópticas (RAMASWAMI; SIVARAJAN; SASAKI, 2010). Mas, apesar de
serem considerados sistemas com alta capacidade de transmissão e com
capacidade de conversão de comprimentos de onda, apresentam taxas de
transmissão fixas e baixa granularidade (MARINCIC; ACIMOVIC-RASPOPOVIC,
2001).
Em geral, os sistemas de redes ópticas WDM utilizam os canais
localizados, principalmente, nas bandas C e L que são as regiões de comprimentos
de onda coberta por amplificadores do tipo EDFA (KEISER, 2014) e que
apresentam na região de 1550 nm, uma região de baixa perda (RAMASWAMI;
SIVARAJAN; SASAKI, 2010). Essas bandas são espaçadas em grades fixas de
100, 50 e 25 GHz de acordo com a ITU-T, uma das divisões da União Internacional
de Telecomunicações (ITU) responsável por coordenar padronizações
relacionadas às telecomunicações (ITU-T, 2012).
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 29
Os primeiros sistemas comerciais WDM funcionavam a taxas de 2,5 a
10 Gbps por canal, utilizando sinais modulados em formato NRZ. Então, na década
de 2000 foram propostos os sistemas de 40 Gbps. No entanto, na sua introdução,
encontraram-se vários problemas na propagação do sinal e uma saturação rápida
da banda C, devido à baixa eficiência espectral gerada pelo padrão de modulação
limitado a um bit por símbolo. Entretanto, com uma forte pesquisa em sistemas
ópticos, em 2007 o laboratório americano Bell Labs realizou a primeira transmissão
acima de 100 Gbps aumentando a capacidade das redes WDM (NOKIA BELL
LABS, 2006) porém utilizando transmissão coerentee combinado com modulação
avançada de sinais.
Em seu roteamento, podemos classificar as redes WDM em roteamento
fixo (fixed routing) que consiste na escolha da mesma rota fixa; roteamento fixo-
alternativo (fixed-alternate routing) que é uma abordagem que considera múltiplas
rotas fixas como alternativa e o roteamento adaptativo (adaptive routing) onde a
rota do nó de origem até o nó de destino é escolhida dinamicamente em função do
estado da rede. Neste contexto, o uso da conversão de comprimento de onda pode
aumentar as opções de roteamento, ao resolver os conflitos de alocação, o
problema RWA e RSA. Porém deve-se observar o custo e o uso da forma
fracionada nos nós de rede (JUE, 2009).
Deve-se observar que qualquer que seja a natureza da rede, WDM ou
EON, ela deverá apresentar ferramentas e processos eficientes que possam
assegurar a continuidade e contiguidade dos serviços em casos de falhas por meio
de processos de restauração, com a criação de um novo caminho óptico na rede
ou sua proteção com uso de reserva de banda.
Em sua arquitetura, as redes WDM estão divididas em três categorias
de redes: As redes opacas, translúcidas e transparente (AZODOLMOLKY et al.,
2011). As redes opacas necessitam de conversão do tipo OEO (optoeletrônica)
dos canais ópticos de entrada em sinais elétricos para a realização de
processamento usando uma matriz eletrônica. Uma das principais desvantagens
dos conversores optoeletrônicas é que todos os comprimentos de onda devem ser
terminados e reprocessado quando um único ou poucos comprimentos de onda
são terminados nesse destino específico (SENIOR; JAMRO, 2009). Ao final do
processamento eletrônico, o sinal é novamente convertido para óptico e enviado
a um canal de saída usando o mesmo comprimento de onda ou não.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 30
Nas redes translúcidas são utilizados nós de regeneração dispostos
estrategicamente com o propósito de regenerar o sinal para conseguir o equilíbrio
entre o custo do projeto e o desempenho de serviços. Este pode ser comparado ao
de uma rede de comutação totalmente eletrônica, porém com um uso menor destes
nós (SHEN; TUCKER, 2007).
Nas redes transparentes, por sua vez, o sinal é transportado totalmente
no domínio óptico a partir do nó de origem até o de destino, sem o uso
de conversão opto-eletro-óptica (O-E-O), sendo transparente aos formatos de
modulação e as taxas de transmissão do sistema. Neste tipo de arquitetura
observa-se as restrições ou limitações de conversão e continuidade dos
comprimentos de onda na rede. Todavia, estes sinais são passivos de regeneração
óptica, pois evita que a degradação acumulada ao longo do canal não afete a
qualidade da transmissão (QoT - Quality of Transmission). A regeneração é o nome
empregado à técnica utilizada para reproduzir o sinal original após as perdas
impostas pelo canal de transmissão, sendo classificada da seguinte forma:
1. 1R – Reamplificação (domínio óptico em função da atenuação).
2. 2R - 1R+R - Reamplificação + Reformatação (domínio elétrico).
3. 3R - 2R+R - Reamplificação + Reformatação + Resincronização
(domínio óptico em função da dispersão).
4. 4R - 3R+R - Reamplificação + Reformatação + Resincronização +
Realocação do comprimento de onda (domínio óptico requer conversão
de comprimento de onda).
A Figura 3 ilustra esta classificação. O primeiro campo, representa
o pulso do sinal (s(t)) e o segundo representa o ruído (r(t)) inseridos na transmissão.
No segundo campo, tem-se a reamplificação do sinal mais o ruído 1R, no estágio
2R o sinal é amplificado e reformatado, no estágio 3R o sinal pode ser corrigido no
caso de algum jitter através do processo de ressincronização e no estágio 4R, além
dos demais estágios, o sinal pode ser realocado em outro comprimento de onda
evitando conflitos de alocação em nós de rede que usam o mesmo comprimento
de onda.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 31
Figura 3: Classificação 1R, 2 R, 3R e 4R dos sinais.
Fonte: produzido pelo autor.
Outro fator importante para as redes WDM, principalmente nas redes
transparentes, está relacionado à alocação e roteamento do comprimento de onda
(RWA) que consiste em selecionar um caminho óptico e alocar comprimentos de
onda disponíveis para cada conexão entre a origem e o destino da informação
(ZANG; P. JUE; MUKHERJEE, 2000). O problema do RWA pode levar à perda
de informação devido à falta de contiguidade e continuidade do sinal. Basicamente,
o problema do RWA consiste em atribuir rota e comprimento de onda a cada
solicitação de conexão utilizando os recursos mínimos da rede (TEJAKOGANTI;
SIDHU, 2014), o que leva a perda de comunicação devido à falta de contiguidade
e continuidade do sinal, como citado acima no uso do 4R.
A Figura 4 mostra uma rede WDM com problema de roteamento de
comprimento de onda (RWA), levando à necessidade de conversão
do comprimento de onda em elemento de rede ROADM. Isso ocorre pelo fato do
comprimento de onda entre os ROADMs (E) e (B) já estar ocupado pelos ROADMs
(F) e (B), o que implica na conversão de comprimento de onda entre estes dois nós
de rede em função do RWA para que a informação não seja perdida.
Diante do problema do RWA, a literatura aponta que a probabilidade de
bloqueio é um parâmetro importante na avaliação do desempenho da rede. Na
atribuição de comprimento de onda em redes WDM, uma maior atenção é dirigida
a redes que trabalham sob restrições de continuidade onde o comprimento de onda
deve ser utilizando em toda a rota. Para minimizar o impacto do desempenho, são
aplicados algoritmos ao RWA tornando-o mais eficiente (LÓPEZ; VELASCO,
2016). Outra opção é o uso da conversão do comprimento de onda, que é definida
como um processo pelo qual o comprimento de onda do sinal é alterado sem
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 32
alteração dos dados transportados (SENIOR; JAMRO, 2009; AGRAWAL, 2014).
Além disso, os conversores devem ser capazes de suportar os sistemas legados
de modulação e os novos formatos que incorporam as modulações de fase.
Figura 4: Rede hipotética WDM/ROADM com conversão de comprimento de onda no ROADM (F).
Fonte: produzido pelo autor.
Os sistemas WDM tradicionais, de grades fixas, provavelmente não
permitirão a alocação de sinais em altas taxas (LÓPEZ; VELASCO, 2016), a menos
que os formatos de modulação avançados evoluam e agreguem mais bits, sem
afetar a qualidade do sinal medido por sua BER/SER. A modificação do tamanho
de uma grade é obviamente possível, entretanto, esta opção requer a mudança da
regulamentação de uma infraestrutura coexistente, tornando-se um grande
problema para a indústria e os sistemas legados. Essa perspectiva considera o
abandono das grades fixas padronizadas pela ITU-T, passando para um plano de
alocação de espectro flexível ou elástico, também conhecido como redes ópticas
elásticas (EON) ou gridless.
Muitos trabalhos estão acontecendo para assegurar a compatibilidade e
desenvolver regras de design que podem ser necessárias para garantir a operação
de diferentes taxas de bits simultaneamente na mesma rede (LÓPEZ; VELASCO,
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 33
2016). Entretanto, vê-se aproximando rapidamente o limite de capacidade física da
fibra óptica padrão, sendo importante fazer um melhor uso dos recursos da rede
óptica para acomodar a crescente demanda de tráfego para suportar a Internet e
os serviços futuros (JINNO; HIDEHIKO; KOZICKI, 2009).
3.3. Transição para redes ópticas elásticas – EON
As redes tradicionais WDM contêm vários sistemas e protocolos
legados, o que dificulta a sua escalabilidade e ajustes dentro de um prazo que
atenda às necessidades dos usuários e de novos serviços. Nessas redes, percebe-
se, em grande escala, a execução de etapas manuais de configuração, operação
e manutenção. Nesse contexto, a pouca automação dificulta a capacidade de
acomodar uma demanda crescente e imprevisível de tráfego e serviços. Mesmo
assim, estudos recentes mostram que os volumes de tráfego esperados para curto
e médio prazo é de poucos Tbps do tráfego total, não sendo suficiente para justificar
a implantação imediata das redes flexíveis (EON) (LÓPEZ; VELASCO, 2016). Logo,
a mudança da rede tradicional WDM para uma rede flexível vem sendo realizada
de forma gradual.
A largura de banda continua aumentado nos sistemas WDM e essas
redes baseadas em Multiplexadores Add/Drop Óptico Reconfiguráveis (ROADMs)
(INFINERA INC., 2014; NOKIA, 2017) oferecem mais dinamismo e permitem mais
flexibilidade na adição de novos comprimentos de onda ou de redirecionamento,
bem como na restauração de tráfego na ocorrência de uma falha, além de
monitorar, controlar o gerenciamento de balanceamento de energia entre os canais
(LÓPEZ; VELASCO, 2016). Dessa forma, vemos que o ROADM se apresenta como
uma chave na transição entre as redes de grade fixas e elásticas.
Desde a sua introdução nos anos 2000, o ROADM tem evoluído através
de três principais gerações: Wavelenght blockes (primeira geração); Two-degree
(segunda geração) e Multi-degree utilizando a chave seletiva de comprimento de
onda WSS (terceira geração) até a nova geração de ROADM chamada de Nova
Geração (NG) ROADM (Colorless, Directionless e Contenetionless – CDC)
(FUJITSU INC., 2014). O ROADM, essencialmente, é constituído de amplificadores
ópticos, MUX/DEMUX, transponder e muxponder com capacidade de comutação
de óptica, permitindo a caracterização de um nó de rede ou nó de transporte óptico
completo e flexível.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 34
A Figura 5 mostra a estrutura mais elaborada de um sistema WDM
utilizando o multiplexador Add/Drop óptico reconfigurável (ROADM) e com a
presença da chave seletiva de comprimento de onda (WSS) para grade fixa e EON.
O trabalho de roteamento dos comprimentos de ondas na saída é baseado na
atenuação dos canais indesejados, permitindo a saída dos sinais de interesse nas
"N" portas de saída. Embora a WSS tenha sido especificada para grades fixas
(fixed grid), tecnologias mais recentes como: LCoS (Liquid Crystal on Sillicon) ou
DLP (Digital Light Process) WSS, Flex OCMs (Optical Channels Monitor) e Raman
Amplification (FUJITSU INC., 2014) permitiram o fatiamento do espectro
viabilizando o uso de ROADMs Elásticos. Dessa forma, a WSS foi a tecnologia que
vem viabilizando o surgimento das arquiteturas flexíveis de rede (INFINERA INC.,
2014; BUCHALI; KLEKAMP, 2014), tornando-se a solução mais utilizada para esta
aplicação, por ser rentável e escalável.
Figura 5: Diagrama em blocos de uma unidade WSS.
Fonte: MIYAMOTO, Y.; KAWAMURA, R. Space division multiplexing optical transmission technology to support the evolution of high-capacity optical transport networks. NTT Technical Review, v. 15, n. 6, 2017. Disponível em: <https://www.ntt-review.jp/archive/ntttechnical.php?contents=ntr201706fa1.pdf&mode=show_pdf>. Acesso em: 06 jul. 2019.
No uso de WSS’s, a grade de frequência definida pela
recomendação ITU-T G694.1 suporta uma variedade de espaçamentos de canais.
Para espaçamentos de canal de 12,5 GHz em uma fibra, as frequências de canal
permitidas (em THz) são definidas por: 193,1 (frequência do canal central) + n ×
0,0125 onde n é um número inteiro positivo ou negativo incluindo o zero. Para
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 35
espaçamentos de canal de 25 GHz, as frequências de canal permitidas (em THz)
são definidas por: 193,1 + n × 0,025 onde n é um número inteiro positivo ou
negativo incluindo o zero. Para espaçamentos de canal de 50 GHz, as frequências
de canal permitidas (em THz) são definidas por: 193,1 + n × 0,05 onde n é um
número inteiro positivo ou negativo incluindo o zero. Para espaçamentos de canal
de 100 GHz ou mais em uma fibra, as frequências de canal permitidas (em THz)
são definidas por: 193.1 + n × 0.1 onde n é um inteiro positivo ou negativo também
incluindo o zero. A Figura 6 apresenta a alocação de três canais conforme a
recomendação G694.1, sendo dois de 50 GHz e dois de 75 GHz (ITU-T, 2012).
Figura 6: Alocação de espectro para canais de grade flexível – Rec. G 694.1ITU-T.
Fonte: adaptado Rec. G 694.1 ITU-T.
Dentro do seu grau de escalabilidade, observa-se que a próxima geração
de ROADMs será usada, principalmente, em sistemas de detecção do tipo
coerente, onde, os ROADMs dos tipos “sem cor e sem direção” (CD
- Colorless/Directionless), que não têm os canais e direções permanentemente
configurados, não necessitarão de vários amplificadores ópticos (EDFAs).
Entretanto, os bloqueios de comprimento de ondas poderão causar custos
operacionais significativos devido à necessidade de desenvolvimento de software
para o roteamento e atribuição de novos comprimentos de onda.
Os ROADM, do tipo “sem cor, sem direção e sem contenção/bloqueio”
(CDC - Colourless/Directionless/Contentionless), são propostos para solucionar o
bloqueio de comprimentos de onda e juntamente com a WSS apresentam-se como
uma solução na transição para a EON. Porém, deverão ser considerados uma
integração fotônica do EDFA, o uso de uma matriz multicast (MCS - MultiCast
Switches) e o compartilhamento dinâmico do laser de bombeio (pump) como forma
de reduzir o custo e o consumo de energia.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 36
Por fim, as implantações dos ROADMs CDC-F (“sem cor, sem direção,
sem contenção/bloqueio e de grade flexível” o ROADM CDC-F (CDC-F - Colorless,
Directionless, Contentionless, Flexible Grid), começaram em 2016 e trarão para
pelos menos os próximos 10 anos, uma mudança nas novas redes ópticas com
base em ROADMs. A seguir, relacionados, estão destacados os principais
benefícios do ROADM CDC-F (NOKIA, 2017; HUAWEI TECHNOLOGIES CO.,
LTD., 2017; INFINERA INC., 2014; FUJITSU INC., 2014).
ROADM CDC-F:
1. Opções de proteção e restauração de camada óptica mais avançadas e
eficientes.
2. Suporte para novas modulações de maior capacidade.
3. Suporte para supercanais mais espectralmente eficientes.
4. Menor custo efetivo por Tbps de transporte óptico.
5. Custos operacionais reduzidos através da eliminação de operações
manuais.
6. Maior velocidade de implantação de serviços.
7. Planejamento simplificado de rede.
3.4. Conceitos e definições EON
Nesta seção serão definidas algumas variáveis e parâmetros
assinalados como importantes para este trabalho. Primeiramente, serão definidas
a largura de banda do sinal, alocação total de espectro, requisições de conexões e
a eficiência espectral.
Tradicionalmente, os espectros de sinal na rede óptica WDM são
alocados como grade fixa de frequência de acordo com um ITU-T 694.1 e opera na
faixa de 1530 a 1565 nm, conhecida como banda C (ITU-T, 2012).
A proposta de uma EON também conhecida como rede óptica de rede
flexível, é caracterizada por atribuir sinais de largura de banda variável (JINNO;
HIDEHIKO; KOZICKI, 2009) dentro do espectro que é dividido em unidades
pequenas, nomeadamente como unidades de frequência (FSU) tipicamente de
12,5 GHz (GERSTEL et al., 2012). Usando um número diferente de FSUs
contíguas, diferentes larguras espectrais podem ser obtidas dependendo dos
requisitos de transmissão do sinal, como o formato de modulação e a taxa de bits.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 37
Atualmente, o EON foi identificado como uma boa solução para economizar largura
de banda espectral e, espera-se que essas arquiteturas de rede possam acomodar
canais com taxas de 10 Gbps a 1 Tbps.
Na alocação de espectro, a largura de banda do sinal ocupado (∆fs) está
relacionada à sua taxa de transmissão (TR) e ao tipo de modulação. Para alocar
um sinal dentro de uma grade espectral (fixa ou elástica), uma banda de guarda
(∆fGB) deve ser considerada, assim a banda espectral do sinal total é dada pela
equação (1):
GBs fTRMLog
f += *1
2
onde M significa um número de símbolos, característico de cada formato de
modulação.
Para sistemas multicanais, a alocação total de espectro deve ser
calculada para cada canal independentemente, e em ordem, é obtida usando a
seguinte equação (2) e inclui todos os sinais:
GBi
N
i i
st fTRMLog
f += =
*1
1 2
onde o índice i representa um canal específico e N é igual ao número total de canais
no sistema.
Como descrito anteriormente, a otimização do consumo de espectro
pode ser alcançada com a alocação de sinal em slots de espectro mais fino,
conhecida como unidades de slot de frequência (FSU), assim, para obter os slots
requeridos RS é utilizada na seguinte equação (3):
GS
fTRMLog
RS
GBi
N
i i
+==
*1
1 2
onde GS é o tamanho da grade.
Por exemplo, para alocar a largura de banda do sinal, sem considerar o
espaço necessário para compensar as deficiências físicas, ela é calculada dividindo
a taxa de bits de transmissão pelo número de bits por símbolo, específico para cada
modulação de sinal, multiplicado por dois, pois banda alocada é duas vezes a
largura de banda do sinal mais uma banda de guarda equivale a 28 Gbaud, então
(2)
(1)
(3)
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 38
a largura de banda do sinal alocado é igual a 56 GHz mais a banda de guarda). A
eficiência espectral é outro parâmetro relacionado à alocação da banda do espectro
e é definido como a razão entre a taxa de dados e a banda espectral ocupada. É
quantificado em uma unidade de bits por segundo por Hertz (b / s / Hz). Isso
significa quanto espaço de grade está sendo usado (por exemplo, (56 Gb / s QPSK,
alocado em uma grade fixa de 50 GHz, terá uma eficiência espectral de 1,01 bits /
s / Hz; o que é considerado de baixa eficiência espectral).
Na Tabela 1 os valores teóricos de exigência de largura de banda e
alocação considerando grades de 100, 50, 25 GHz (padrão ITU) e slots de 12,5
GHz (flexible grid), uma taxa de transmissão de 56 Gbps e formato de modulação
QPSK, 2 bits por símbolo são apresentados. Por meio dessas análises, pode-se
observar que a grade WDM ITU desperdiça muito mais largura de banda do que o
necessário para o sinal a ser alocado. A banda desperdiçada do parâmetro (Wb1;
Wb2, Wb3, Wb4) denota a largura de banda desperdiçada nas grades fixas e
flexível; é importante observar que esse resultado considera apenas a quantidade
de largura de banda necessária para inserir bits na faixa de espectro alocada.
Tabela 1: Requerimento de banda para alocação de um sinal em 56 Gbps (valores teóricos).
Nr. de
canais
∆fst (GHz)
Grade ITU-T Grade flexível
25 Wb1 50 Wb2 100 Wb3 12,5 Wb4
1 75 19 100 44 100 44 62,5 6,5
3 175 7 200 32 200 32 175 7
9 525 21 550 46 600 96 512,5 8,5
17 975 23 1000 48 1000 48 962,5 10,5
Fonte: produzido pelo autor.
A largura de banda real necessária para alocar um sinal em EONs foi
investigada em vários estudos experimentais e de simulação, é dependente de
vários parâmetros que caracterizam o sinal e sistema, como o tipo de modulação,
taxa de transmissão, número de canais, OSNR adicionado, sendo que todos
impactam o sinal nas camadas físicas e de transporte.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 39
Na próxima seção, vamos nos concentrar para apresentar soluções de
camada física aplicada ao problema de camada de transporte em EONs. Falamos
mais especificamente sobre a implementação de conversores de comprimento de
onda com o objetivo de reduzir ou eliminar o problema de continuidade e
contiguidade durante o roteamento das informações.
3.5. Conversores de comprimento de onda totalmente óptico para EONs
Após a explanação dos conceitos e fundamentos teóricos relevantes
para o entendimento de redes WDM e EON, chega-se a esta seção que tem por
objetivo analisar a proposta do conversor no contexto de uma rede óptica elástica.
Como já comentado anteriormente é evidente que as EONs trazem
benefícios relacionados a melhor utilização espectral, entretanto o seu modo de
alocação espectral pode afetar a qualidade da transmissão do sinal devido as
penalidades e limitações na camada física (AZODOLMOLKY; MIROSłAW, 2008).
Além dos problemas da camada física há também os da camada de rede/transporte
relacionados ao roteamento do sinal, mais especificamente a alocação de
comprimentos de ondas (RWA) e espectro (RSA) (LÓPEZ; VELASCO, 2016) ou
ainda quando o tipo de modulação de cada conexão pode ser escolhido de forma
adaptativa (RMSA). Frisando mais vez, na alocação adaptativa existe a
necessidade de continuidade e contiguidade do espectro do início ao fim do
caminho que o sinal vai percorrer e em caso contrário ocorrerá o bloqueio do sinal.
Como exemplo de contenda de ocupação nos comprimentos de onda ao
longo de uma conexão, temos cinco nós de rede, em que o sinal do cliente é
injetado no Nó 1 (um) com destino ao Nó de rede cinco. O sinal do cliente pode
ocupar os seguintes caminhos ópticos: Nó 1 →Nó 2 →Nó 3 com comprimento de
onda 1 ou Nó 1 → Nó 4 → Nó 3 também com 1 ou ainda Nó 1 → Nó 3 com
comprimento de onda 2, conforme ilustra a Figura 7. As frequências e os
respectivos comprimentos de onda estão representados ao longo das
interconexões dos Nós de rede, porém ao chegar no Nó três, os comprimentos de
onda 1 e 2 estão ocupados na interconexão dos Nós 3 e 5. Dessa forma, se não
houver a conversão de comprimentos de onda, a informação proveniente do Nó de
origem será perdida.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 40
Figura 7: Bloqueio de comprimento de onda devido à falta de continuidade e contiguidade espectral.
Fonte: produzido pelo autor.
Em redes ópticas, o sinal pode transmitir de ponta a ponta no domínio
óptico, sendo transportado pelos caminhos de luz (light path) estabelecidos entre
os dois ou todos os nós na rota. Para cada conexão, o nó remetente procura a
melhor rota possível e aloca um comprimento de onda disponível naquele
momento, tarefa a ser conhecida como (RWA) (RAMASWAMI; SIVARAJAN;
SASAKI, 2010). Sempre que possível, um caminho de luz usa o mesmo
comprimento de onda de transmissão para conexão ponta a ponta. Muitas vezes,
a disponibilidade do mesmo comprimento de onda em todos os enlaces (links) e
segmentos na rota tem-se uma restrição conhecida como restrição de continuidade
de comprimento de onda (LÓPEZ; VELASCO, 2016). Essa restrição aumenta a
probabilidade de bloqueio de chamadas, reduzindo o desempenho da rede.
No entanto, isso pode ser evitado ou mitigado com a implementação de
conversores de comprimento de onda totalmente ópticos nos nós da rede
(MARCONI et al., 2017). Este dispositivo pode permitir a tradução do comprimento
de onda de um sinal óptico, independentemente de sua taxa de dados ou formato
de modulação. Ele tem sido bem estudado como uma das tecnologias capacitadas
para melhorar a eficiência de redes ópticas baseadas em comutação de camada
óptica. Utilizando a ampla largura de banda e a velocidade de resposta ultra-rápida
das interações não lineares em dispositivos fotônicos, os conversores de
comprimento de onda totalmente ópticos são capazes de converter o comprimento
de onda de um sinal óptico de forma transparente para a taxa de dados ou o formato
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 41
de modulação do sinal (FILION et al., 2016). Em apêndice 1, foi anexado um estudo
de simulação referente a porcentagem de bloqueio para algumas topologias de
redes reais, com e sem o conversor nós das redes. A implementação do conversor
tem um grande impacto na redução do bloqueio.
Além do mais, o CCO ajuda a eliminar os conversores de comprimento
de onda que dependem de um processo de conversão óptico-elétrico-óptico (OEO).
Para usá-lo na plenitude de suas vantagens, um conversor de comprimento de
onda óptico precisa ter mais recursos para ser prático em sistemas ópticos reais,
como independência do formato de modulação, operação de banda larga e
cascateamento (NGUYEN et al., 2016).
Durante o processo de transporte de dados em uma topologia de rede,
o comprimento de onda que transporta o sinal pode ser convertido algumas vezes
para chegar ao seu destino. Esta conversão impede que o sinal seja bloqueado na
camada de transporte, mas também pode trazer penalidades na qualidade do sinal
na camada física.
O efeito de conversão em cascata está diretamente ligado aos atributos
de alta eficiência de conversão na qual a qualidade do sinal é mantida enquanto o
sinal sofre uma sequência de conversões de comprimento de onda através das
redes (NGUYEN et al., 2016). Embora muitos esforços tenham sido feitos para
melhorar a eficiência de conversão em diferentes dispositivos fotônicos, as fibras
ópticas altamente não-linear (HNLFs) oferecem uma boa eficiência em termos de
conversão e largura de banda operacional entre os dispositivos fotônicos.
No presente trabalho, um conversor paramétrico degenerado baseado
em FWM foi utilizado e implementado usando um guia de fibra óptica do tipo HNLF.
Neste contexto, faremos uma breve explanação sobre o funcionamento do
conversor paramétrico.
De modo geral, o conversor paramétrico é baseado na transferência de
parte da energia de um ou mais sinais de alta potência, conhecido como sinal de
bombeio, para um ou mais sinais gerados em comprimentos de onda distintos dos
sinais de origem. Essa característica do conversor paramétrico permite que um
sinal (ou vários sinais) gere um novo sinal através do processo FWM, tal processo
caracteriza-se como um efeito paramétrico degenerado. A origem de FWM deriva
de um processo não linear, em que quatro ondas ópticas interagem umas com as
outras como consequência da susceptibilidade de terceira ordem, sendo importante
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 42
que a condição de fase-casada seja satisfeita, no caso de um único bombeio, a
conservação de energia determina quanto da frequência de bombeio λp e do sinal
da frequência λs serão acoplados para uma fibra óptica, gerando um novo sinal
óptico na frequência λid = 2λp ± -λs.
A configuração do conversor paramétrico utilizada neste trabalho é a de
um único sinal de bombeio no caso degenerado no qual o comprimento de onda de
bombeamento, λp = 2π c / ω1, deve estar próximo ao comprimento de onda de
dispersão zero, λ0 = 2π c / ω0, que λp > λ0 (em nm), como mostrado na Figura 8.
Nessa situação, após a propagação do bombeamento e sinais de teste em λp e λs,
respectivamente, pela geração da fibra óptica, o sinal idler (λid) ocorre em ωi = 2ωS
- ωP (λi = 2π c / ωi), devido ao processo FWM.
Figura 8: Conversão baseada em FWM (Consequência da amplificação paramétrica).
Fonte: produzido pelo autor.
Para que ocorra a conversão dentro da banda Convencional (banda C)
é necessário que o CCO possua dois estágios de conversão no processo
degenerado de FWM. Onde inicialmente, o primeiro estágio converta o
comprimento de onda para fora da banda C e na sequência o segundo estágio
translade, novamente, o comprimento de onda para dentro da faixa da banda
Convencional. Desta forma, os sinais de bombeio utilizados são intencionalmente
diferentes para produzir uma diferença de comprimento de onda (Δ ). A Figura 9
ilustra os estágios de conversões descrito anteriormente.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 43
Figura 9:Conversão de comprimento de onda em dois estágios dentro da banda C.
Fonte: produzido pelo autor.
Este dispositivo a ser aplicado no contexto da rede óptica, portanto, é
importante permitir que ele considere conversões em cascata. Diversos estudos já
foram realizados considerando diferentes topologias de rede, o número médio de
saltos gasto para encaminhar uma informação para o seu endereço de destino.
Este é um parâmetro importante para avaliar as penalidades adicionadas no sinal
durante o processo de conversão e quantas vezes o sinal pode ser convertido.
Normalmente, se um sinal gasta um determinado número médio de saltos (h) para
chegar ao seu destino, o número máximo de conversões que pode realizar é de (h-
1). Assim, como podemos ver na Tabela 2, para vários tipos de topologias de rede
usada como referências de estudo, o número médio de saltos é de cerca de 3, o
que significa que, na pior situação, um sinal pode ser convertido 2 vezes. A Figura
10 mostra em diagrama de blocos uma conversão genérica de comprimento de
onda entre quatro nós de rede.
Figura 10: Conversão de comprimento de onda entre quatro nós de rede.
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 3 . F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a | 44
Tabela 2: Parâmetros de topologia de rede.
Topologia de rede Média do número de saltos
(hops)
Máximo de conversão
em cascata
German Network 2,8088 3-1=2
Pan-European
Network
2,327 3-2=2
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 45
4. PROCEDIMENTOS E CONDIÇÕES DE SIMULAÇÃO DO MODELO
Neste capítulo serão apresentados os procedimentos e condições de
simulação considerando a aplicação de conversor paramétrico baseado em FWM
no contexto de uma rede EON. Para este projeto foi utilizado o
VPItransmissionMaker™Optical Systems (Version 9.9) disponibilizado no
laboratório de Engenharia Elétrica da PUC Campinas. As simulações seguiram as
seguintes etapas:
4.1. Configuração do transmissor no modo back to back
Esta etapa teve como objetivo principal validar somente o transmissor
da simulação, onde foi configurado o transmissor considerando sinal com
modulação multiníveis QPSK ou 4 QAM e taxa de transmissão de 56 Gbps. Para
esta validação o transmissor foi conectado diretamente ao receptor, arquitetura
também conhecida como back to back. Foram utilizadas as seguintes frequências:
frequência central (CH N:190,0 THz) e as frequências superiores e inferiores foram
ajustadas conforme o espaçamento do canal, o qual foi variado de 37,5 GHz, 43,75
GHz e 50 GHz respectivamente. O parâmetro utilizado para mensurar a qualidade
do sinal foi a taxa de erro de símbolo (SER). Na Figura 11 é apresentado o modelo
de referência de uma da arquitetura back to back e para os canais CH (N-1), CH N
e CH N+1, podemos observar na Figuras 12 os resultados da simulação, onde
percebemos uma melhora na resposta direta da SER a partir da frequência de
43,75 GHz até 50 GHz.
Figura 11: Configuração básica da arquitetura back to back.
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 46
Figura 12: Resultados da SER na configuração back to back.
Fonte: produzido pelo autor.
4.2. Configuração do transmissor para diferentes níveis de OSNR e
potência de recepção
Nesta etapa, após a validação da etapa (A), foi realizada a variação dos
espectros dos três canais em questão e análise da SER em função dos níveis de
potência óptica no receptor e da OSNR.
Nas Figuras 13, 14 e 15 são apresentadas os resultados da resposta da
taxa de erro de símbolo dos canais CH (N-1), CH N e CH (N+1) em função da
variação do espaçamento espectral, da relação OSNR compassado entre 16 a 26
dB/0,1 nm e considerando os seguintes níveis de potência óptica de recepção,
comumente praticada em sistemas comerciais, de zero e -15 dBm.
Nesse cenário, observamos uma melhora no desempenho do sistema
com o aumento da banda dos três canais, diretamente correlacionado com os níveis
de potência óptica da recepção.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 47
Figura 13: Resultado da SER na configuração back to back variando a OSNR e potência de recepção para o canal CH (N-1).
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 48
Figura 14: Resultado da SER na configuração back to back variando a OSNR e potência de recepção para o canal CH N.
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 49
Figura 15: Resultado da SER na configuração back to back variando a OSNR e potência de recepção para o canal CH (N+1).
Fonte: produzido pelo autor.
4.3. Implementação do conversor de comprimento de onda na banda C,
considerando sinais de transmissão em uma EON
Nesta última etapa, consolidando as etapas de simulação, temos a
implementação da conversão em cascata considerando os sinais EON.
Inicialmente, no primeiro estágio ocorre a conversão dos canais CH (N-
1), CH N e CH (N+1) para fora da banda convencional; os canais são acoplados de
forma óptica, juntamente com o sinal do primeiro bombeio e, logo após, são
direcionados para uma fibra do tipo HNLF. Na saída da fibra HNLF do primeiro
estágio, os sinais são filtrados por um filtro passa-faixa (FPF) tendo a finalidade de
eliminar o bombeio (fp1) dos sinais convertidos fora da banda C. Na sequência um
novo estágio de conversão é implementado, assim os sinais convertidos no primeiro
estágio são acoplados para um segundo estágio que conjuntamente com o sinal do
segundo bombeio (fp2) são aplicados na fibra HNLF, onde finalmente serão
transladados para a banda C e filtrados por mais um filtro passa-faixa para eliminar
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 50
a frequência de bombeio (fp2). A Figura 16 ilustra o modelo do conversor em
cascata utilizado na simulação computacional. Enquanto, na Tabela 3 encontram-
se as configurações e as características das frequências de bombeio e da fibra
óptica altamente não linear (HNLF).
Figura 16: Diagrama do setup do conversor.
Fonte: produzido pelo autor.
Na simulação em cascata, os resultados das simulações mostram que à
medida que o número de conversões aumenta, comprova-se que o sistema
apresenta um padrão determinado de frequência de saída dos sinais convertidos
(fcn) igual a seguinte equação: 𝑓𝐶𝑁 𝑖 = ∗ 𝑓𝑝 − ∗ 𝑓𝑝 − (𝑓𝐶𝑁 𝑖 − ) 4
onde fCn é o valor da frequência convertida e (i) o número de loops realizados pelo
sinal, as frequências fp1 e fp2 são sinais de bombeio e o canal central (CH N)
fixado em 1556.83 nm (192.58e12Hz) e 1556.63 nm (192.63e12 Hz) considerando
potências de Pp1 e Pp2 fixadas em 350 mW e 250 mW.
C a p í t u l o 4 . P r o c e d i m e n t o s e c o n d i ç õ e s d e s i m u l a ç ã o d o m o d e l o | 51
Tabela 3: Características do bombeio e fibra óptica.
Parâmetros (ud) HNLF 1 HNLF 2
Comprimento (km) 3,0
Índice de refração 1,47
Atenuação (α) (dB/km) 0,83
Comprimento de onda de zero
dispersão (nm) 1555,35
Dispersão (ps/nm.km) 0,015
Slope (ps/nm2/km) 0,017
Coeficiente de não linear (W-1km-1) 9,1
Bombeio P1 e P2 (nm) 1556,83 1556,63
Bombeio P1 e P2 (W) 35e-02 25e-02
Largura de linha (Hz) 100e3
Fonte: produzido pelo autor.
Outro aspecto importante durante este processo de conversão é a
existência de uma banda limitada de conversão associada a característica da fibra
HNLF e que a quantidade de conversão é diretamente proporcional ao tamanho
desta banda. Na Figura 17 esboça-se o deslocamento da frequência nos intervalos
de tempo t1, t2 e t3 de conversão ao longo de uma banda do conversor, sendo o
limite delimitado pela proximidade da frequência do sinal com a do bombeio.
Figura 17: Mapa temporal de frequência do conversor paramétrico.
Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 52
5. RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados referentes a qualidade
do sinal considerando as condições de utilização de banda espectral em uma rede
óptica elástica, utilizando a conversão de comprimento de onda totalmente óptico
através do processo de mistura de quatro ondas utilizando uma fibra altamente não
linear.
5.1. Simulações e discussão
Conforme citado no capítulo anterior, consideramos a transmissão de
três canais com alocação espectral variável, entre 37,5 GHz e 50 GHz com passos
de 6,25 GHz, carreando sinais de uma sequência de bits pseudo-aleatórios
modulados em QPSK e com uma taxa de transmissão de 56 Gbps.
A seguir, apresentamos os resultados obtidos por meio de simulação
computacional considerando a conversão do sinal em modo cascata considerando
alocação espectral dentro de uma EON. Primeiramente, foram executadas
simulações variando a potência óptica de recepção e a relação sinal/ruído óptico
(OSNR) dos canais CH (N), CH (N-1) e CH (N+1).
Nas Figuras 18 a 20 são apresentados os resultados da SER em função
da OSNR, espaçamento de canais e número de conversões sequenciais
realizadas.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 53
Figura 18: Resultado da SER do canal CH (N): (a) 1ª conversão, (b) 2ª conversão, (c) 3ª conversão, (d) 4ª conversão e (e) 5ª conversão.
(a) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 54
(b) Fonte: produzido pelo autor.
(c) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 55
(d) Fonte: produzido pelo autor.
(e) Fonte: produzido pelo autor.
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Figura 19: Resultado da SER do canal CH (N-1): (a) 1ª conversão, (b) 2ª conversão, (c) 3ª conversão, (d) 4ª conversão e (e) 5ª o conversão.
(a) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 57
(b) Fonte: produzido pelo autor.
(c) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 58
(d) Fonte: produzido pelo autor.
(e) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 59
Figura 20: Resultado da SER do canal CH (N+1): (a) 1ª conversão, (b) 2ª conversão, (c) 3ª conversão, (d) 4ª conversão e (e) 5ª o conversão.
(a) Fonte: produzido pelo autor.
(b) Fonte: produzido pelo autor.
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(c) Fonte: produzido pelo autor.
(d) Fonte: produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 61
(e) Fonte: produzido pelo autor.
Ao analisarmos os resultados das medidas de taxa de erro de símbolo
em função da OSNR em cascata, verificamos que, assim como na arquitetura back
to back, a taxa de erro de símbolo está diretamente relacionada com a potência
óptica percebida no receptor óptico, com a OSNR e a banda espectral dos três
canais simulados. Ou seja, à medida que o valor da potência óptica de recepção
diminui de 0 para -15 dBm, observamos uma maior penalidade que é impacta na
taxa de erro de símbolo (SER) de todos os canais.
5.2. Gráficos de potência de diagrama de constelação
Nesta seção é apresentada os espectros referentes aos sinais de
entrada e após as conversões, do estágio 1 e 2, e os diagramas de constelação
para o sinal físico gerado e convertido nas simulações realizadas com o conversor
paramétrico adotado neste trabalho. A Figura 21 ilustra (a) o resultado do espectro
óptico de cinco conversões, utilizando um espaçamento entre canais de 37,5 GHz
com uma potência de recepção de -15 dBm e OSNR de 26 dB/0,1 nm e (b) o
diagrama de constelação das respectivas conversões para uma frequência de
referência de 190e12 Hz.
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Figura 21: Espaçamento entre canais de 37,5 GHz; Potência de recepção (Prx): -15 dBm e OSNR: 26 dB/0,1nm.
(a)
Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
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(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 64
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 65
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 66
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
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Dando sequência, A Figura 22 ilustra (a) o resultado do espectro óptico
de cinco conversões, utilizando um espaçamento entre canais de 37,5 GHz com
uma potência de recepção de -15 dBm e OSNR de 26 dB/0,1 nm e (b) o diagrama
de constelação das respectivas conversões.
Figura 22: Espaçamento entre canais de 43,75 GHz; Potência de recepção (Prx): -15 dBm e OSNR: 26 dB/0,1nm.
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 68
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 69
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 70
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
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(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
E finalmente, a Figura 23 ilustra (a) o resultado do espectro óptico de
cinco conversões, utilizando um espaçamento entre canais de 37,5 GHz com uma
potência de recepção de -15 dBm e OSNR de 26 dB/0,1 nm e (b) o diagrama de
constelação das respectivas conversões.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 72
Figura 23: Espaçamento entre canais de 50 GHz; Potência de recepção (Prx): -15 dBm e OSNR: 26 dB/0,1nm.
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
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(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 74
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 75
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
C a p í t u l o 5 . R e s u l t a d o s | 76
(a) Fonte: Produzido pelo autor.
(b) Fonte: Produzido pelo autor.
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6. CONCLUSÃO
Neste trabalho foi abordado o histórico das redes ópticas de grade fixa,
a transição das redes de grade fixa para grade flexível, os aspectos dos principais
formatos de modulação empregados nas redes ópticas, o princípio do efeito da
mistura de quatro ondas, visão geral do processo de conversão de comprimentos
de onda totalmente óptico e o uso do conversor paramétrico baseado em fibra
HNLF. Além do processo de testes e avaliação de desempenho do conversor de
comprimento de onda totalmente óptico de dois estágios utilizando a simulação
computacional.
Nesse cenário, estudamos experimentalmente a conversão de
comprimento de onda de um sistema EON com três canais, CH (N-1), CH N e CH
(N+1) operando a 56 Gbps utilizando sinais com modulação QPSK, dentro da
banda C, em grade flexível, usando o método degenerado de
amplificação/conversão paramétrica por meio do processo de mistura de quatro
ondas (FWM) através de uma fibra óptica altamente não linear (HNLF), onde
mensuramos e avaliamos o desempenho dos canais utilizando a taxa de erro de
símbolo (SER) para os níveis de potência de recepção óptica de 0 dBm e –15 dBm
consorciado com a OSNR variando de 16 a 26 dB/0,1 nm.
Através dos processos de simulações foi possível validar o
funcionamento do dispositivo do conversor óptico baseado em dois estágios de
conversão considerando transmissão de sinais no contexto de uma EON, onde são
alocados em conjunto de slots de frequências (FSUs) de 6,25 GHz. A quantidade
máxima de conversões é limitada pela banda de operação da fibra definida pelo
coeficiente de não linearidade da HNLF. Para este estudo foi considerada cinco
conversões, pois como se trata de simulações com alto grau de processamento de
dados e havia a restrição de desempenho computacional para realização de
simulações de mais alto nível.
Ressaltando que o uso de conversores de comprimento de onda
totalmente óptico apresenta-se como uma alternativa viável no que tange,
principalmente, ao problema de roteamento e alocação espectral, à transparência
e à diminuição da latência devido à conversão quando comparado aos sistemas de
conversão opto-eletro-óptica (O-E-O). Isto impactará diretamente nas capacidades
das futuras redes ópticas, onde vislumbra uma demanda exponencial do
C a p í t u l o 6 . C o n c l u s ã o | 78
crescimento de tráfego. Dessa forma, a expectativa que este estudo contribua para
a otimização das conversões totalmente óptica em redes EON.
Para trabalhos futuros pretende-se analisar mais quantidade de canais
convertidos e quantidade de conversões para toda a banda disponível para a
conversão.
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7. TRABALHO PUBLICADO
Analysis of Multichannel Signal Transmission using a flexible spectral allocation
method in Elastic Optical Networks
• Setembro 2018.
• DOI: 10.1109/SBFoton-IOPC.2018.8610951.
• Conference: 2018 SBFoton International Optics and Photonics Conference
(SBFoton IOPC).
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8. REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
Apêndice A: Bloqueio
Neste apêndice é apresentado um breve estudo referente ao parâmetro
de bloqueio (%) para três topologias bem conhecidas que são: NSFNET,
GERMANY e EUROPEAN OPTICAL NETWORK. Com este estudo pode-se
justificar parcialmente, o benefício da aplicação dos conversores de comprimento
de onda nos nós de uma rede óptica, impactando na redução do bloqueio dos
serviços que nela trafegam.
Para mensurar o bloqueio foi desenvolvido por alunos do grupo de
“Sistemas Fotônicos e Internet Avançada da Pontifícia Universidade Católica”,
ferramentas de simulação de redes baseada na linguagem C++1, em que foi
possível montar os seguintes cenários:
1. Cada nó da rede gera fluxo de tráfego para todos os outros nós da rede;
2. o número total de pacotes gerados por cada nó: 100.000;
3. algoritmo de roteamento adotado: Basic;
4. algoritmo para escolha do wavelength adotado: First Fit.
Figura 24: Rede óptica de referência NFSNET.
Fonte: Adaptado, disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:NSFNET_14nodes.s vg>. Acesso em: 30 mai. 2019.
1 Disponível em: <https://github.com/victorcesaroni/IniciacaoCient2018>. Acesso em: 30 mai. 2019.
| 86
Figura 25: Rede óptica de referência “German Network”.
Fonte: Adaptado de Betker, 2003.
Figura 26: Rede Pan-europeia (Europe Optical Network - EON) definida no projeto europeu COST 266.
Fonte: Adaptado de Betker, 2003. Rede óptica de referência NFSNET. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:NSFNET_14nodes.s vg>. Acesso em: 30 mai. 2019.
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De acordo com os resultados referente ao bloqueio nota-se, o que já era
esperado que com a implementação do conversor no nó de uma rede reduza a
porcentagem de bloqueio de chamadas. Conforme apresentado na Tabela 3:
Tabela 4: Resultados referente ao bloqueio.
Wavelengths
Bloqueio (%)
Germany European Optical Network
Sem
conversor
Com
conversor
Sem
conversor
Com
conversor
1 49,4 49,3 49,4 49,3
5 17,3 15,5 17,3 15,5
10 12,7 8 12,7 8
15 12,6 5,2 12,6 5,2
20 12 3,6 12 3,6
25 12,3 2,6 12,3 2,6
30 11,8 1,9 11,8 1,9
Fonte: Produzido pelo autor.
**********