estudo

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“Embora não se admitam pactos sucessórios, que tem por objeto herança de pessoa viva (CC art. 426), considera-se válida a partilha em vida, sob a forma de doação do ascendente aos descendentes, como dispõe o art. 2018 do diploma civil. (v. Título I, Capítulo I, n. 4.4, Sucessão contratual, retro)”. GONÇALVES, pág 154. Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários . (CC/02) Alienação da coisa legada “Na verdade, se o testador transfere gratuitamente a coisa legada ao próprio legatário, o legado converte-se em doação”. GONÇALVES, pág 258. ART 544 CC/02 “ A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança”. “Ensina CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA que, “no direito sucessório moderno, o princípio dominante é o da igualdade dos quinhões. O monte partível se dividirá em tantas quotas iguais quantos são os herdeiros. Quando o ascendente beneficia um descendente, seja com uma doação, seja com a constituição de um dote, seja com a provisão de fundos com que pagar suas dívidas, estará rompendo aquela par conditio e desfalcando o monte em detrimento dos demais, mesmo que não haja ultrapassado a metade assegurada aos herdeiros. Presume-se que a liberalidade teve caráter de antecipação de seu quinhão, salvo declaração expressa, em contrário, da parte do doador” GONÇALVES, pág 362. “A doação em vida , em contraponto ao testamento que só produz efeito após a morte do doador, é o meio por excelência para se antecipar a transmissão patrimonial. Pode o doador, por liberdade transferir qualquer bem ou direito seu para outra pessoa, por instrumento particular ou escritura publica, sendo a aceitação do donatário, tácita ou expressa, condição necessária para se concretizar a mudança de titularidade”. 1 Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. 1

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Page 1: estudo

“Embora não se admitam pactos sucessórios, que tem por objeto herança de pessoa viva (CC art. 426), considera-se válida a partilha em vida, sob a forma de doação do ascendente aos descendentes, como dispõe o art. 2018 do diploma civil. (v. Título I, Capítulo I, n. 4.4, Sucessão contratual, retro)”. GONÇALVES, pág 154.

Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários. (CC/02)

Alienação da coisa legada

“Na verdade, se o testador transfere gratuitamente a coisa legada ao próprio legatário, o legado converte-se em doação”. GONÇALVES, pág 258.

ART 544 CC/02 “A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança”.

“Ensina CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA que, “no direito sucessório moderno, o princípio dominante é o da igualdade dos quinhões. O monte partível se dividirá em tantas quotas iguais quantos são os herdeiros. Quando o ascendente beneficia um descendente, seja com uma doação, seja com a constituição de um dote, seja com a provisão de fundos com que pagar suas dívidas, estará rompendo aquela par conditio e desfalcando o monte em detrimento dos demais, mesmo que não haja ultrapassado a metade assegurada aos herdeiros. Presume-se que a liberalidade teve caráter de antecipação de seu quinhão, salvo declaração expressa, em contrário, da parte do doador” GONÇALVES, pág 362.

“A doação em vida , em contraponto ao testamento que só produz efeito após a morte do doador, é o meio por excelência para se antecipar a transmissão patrimonial. Pode o doador, por liberdade transferir qualquer bem ou direito seu para outra pessoa, por instrumento particular ou escritura publica, sendo a aceitação do donatário, tácita ou expressa, condição necessária para se concretizar a mudança de titularidade”.1

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

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