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Estrutura e Dinâmica Social (EDS) Prof. Diego Araujo Azzi 2018.3

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Estrutura e

Dinâmica Social (EDS)

Prof. Diego Araujo Azzi

2018.3

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Clássicos da Teoria Social – Max Weber

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• Max Weber (1864-1920) – Assim como Durkheim e

Marx, Weber é movido pela necessidade de compreender as mudanças da sociedade moderna e do capitalismo em relação a outras formas de organização social

– Não compartilhava da concepção materialista da história e dava menor importância à luta de classes, mas não se trata de um anti-marxismo!

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– Weber era jurista e economista, nunca foi um filósofo. Tornou-se um sociólogo na fase final da vida

– Pesquisou os campos do direito, da economia, da religião, da filosofia e da história, além da sociologia

– Sua abordagem foi definida como uma Sociologia Compreensiva (no sentido de ser interpretativa, explicativa), em oposição à Sociologia Positivista (empírico-normativa) e ao estruturalismo do materialismo histórico.

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• Weber vê a Sociologia como uma ciência dos indivíduos agindo socialmente; não como uma ciência dos grupos. “Os grupos não agem”

• A teoria de Weber não nega a lógica capitalista

desenvolvida por Marx, mas a completa com outra perspectiva, que enfatiza os aspectos sociais e culturais

• As ideias e valores da cultura tem tanta importância quanto os fatores econômicos. Interesses materiais e “ideais”

• O grande motor da vida social é de fato a economia (Marx), mas o que define o sentido e a direção em que se move a sociedade são as ideias: filosóficas, políticas, religiosas, científicas, etc

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Premissas de Weber

• A economia exerce uma influência racionalizadora sobre as pessoas (as sociedades)

• O capitalismo ocidental é dominado pela ascensão da ciência e da burocracia (Estado): organizações racionais de grande escala

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• Weber argumentava que a sociologia deve se focar na análise dos nexos da ação dos indivíduos e não das estruturas sociais. Individualismo metodológico

• O trabalho da sociologia é entender os significados por trás dessas relações. Ela deve ser libertada dos conceitos coletivos personalizados, como consciência coletiva, etc

• As estruturas não existem fora dos indivíduos (Durkheim; Marx), elas são formadas por uma complexa inter-relação de ações individuais

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• Preocupações fundamentais em Weber

– Metodologia de pesquisa social (Ciência)

– Processo de Racionalização (e sociedade)

– Surgimento e expansão da Burocracia (Estado)

– Relações sociais de Autoridade (formas de dominação)

– Religião (e economia)

– Economia (e religião)

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• Processo de Racionalização – A sociedade moderna trouxe novos padrões de ação social. Processo

histórico “coletivo” de desenvolvimento da ciência, da burocracia e da tecnologia moderna

– Afastamento das crenças tradicionais baseadas em superstição, religião, costumes e hábitos antigos.

– Cresce a ação fundamentada em cálculos racionais e instrumentais,

levando em conta a eficiência e o conhecimento técnico (custo-benefício; viabilidade) e as consequências futuras

– A ciência é a um só tempo resultado histórico e agente motor do processo de racionalização

– Processo de Desencantamento do Mundo: a maneira como o pensamento científico-racional no mundo moderno vai varrendo as forças místicas e religiosas do passado

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• Ação Social em Weber

– construção através do método típico-ideal

– a ação feita com referência ou na expectativa de uma ação de outra pessoa, ou de outras, ou de muitas

– antecipação de reações orientam a ação

– a própria freqüência das relações leva os indivíduos a imaginar as reações uns dos outros

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• Tipologia da Ação Social – Ação racional relativa a fins

– Ação racional relativa a valores

– Ação tradicional

– Ação afetiva

• A ação social supõe um sentido colocado pelo sujeito da ação. Esse sentido está imerso na cultura de cada grupo social (ex. dar “oi” com beijo no rosto, sem beijo, com 3 beijos, etc.)

• O sentido de uma ação se realiza na sua orientação pelo sentido da ação do outro

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• Sentido da ação

– Nós é que atribuímos sentido (s) subjetivo (s) à nossa vida e ao mundo

– O Sentido está ligado ao nível do consciente humano; o agente visa um sentido

– Ideias de propósito; intencionalidade; direção/rumo; finalidade; motivação; lógica/razão de ser

– Os Sentidos podem ser conflitantes quanto aos seus meios, seus fins, seus valores, suas consequências

– ex.: A ação política, assim como a religiosa, é capaz de dotar o mundo de sentido(s)

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• Ação racional relativa a fins

– é aquela que busca um objetivo e escolhe os meios mais adequados para atingi-lo. A escolha do objetivo também é racional. (ex. universidade)

– Pode-se agir com uma previsão racional bastante razoável sobre as consequências que a realização do objetivo pode trazer

– Pode-se efetuar uma escolha entre consequências futuras desejáveis e indesejáveis

– Por pressupor sentido e orientação pela ação dos outros, essa é a forma de ação social por excelência

– É também a ação mais evidente de ser estudada pela sociologia

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• Ação racional relativa a valores

– é aquela que é racional apenas nos meios, pois o seu fim, um valor, é algo inquestionável

– mesmo que a ação orientada por esse valor possa ter consequências trágicas, o valor permanece sagrado (Kamikazi; Hara-Kiri; Auto-imolação, Terrorismo suicída, etc.)

– se o valor é algo inquestionável, significa que ele não é racionalmente sustentado – sacrifício do intelecto

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• Ação tradicional

– é aquela sobre a qual o ator talvez nem saiba porque age como tal

– “sempre foi assim”; “não há outra maneira de fazer”; “não há porque pensar sobre isso” (fato social)

– é uma ação quase sem sentido (sem orientação à ação do outro)

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• Ação afetiva

– é aquela comandada por emoções, por sentimentos e não necessariamente possui um sentido e uma orientação a outros (suicídio, p. ex.)

– na vida real os tipos de ação se alternam, se sobrepõem e se misturam (o suicídio pode não ser apenas uma ação afetiva, p. ex.)

– São tipos puros somente na análise

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• Relação Social – Implica uma ação complementando a outra

(reciprocidades compra-venda; mando-obediência; pergunta-resposta, ação-reação, etc.)

– Dependência recíproca de referenciais, de sentido comum entre os atores sociais (ex. Durkheim – idioma; francês: pas mal, português: tudo bem)

– Sem a referência ao outro, qualquer ação perderia a ideia de sentido

– ex. de não-relação social: pessoas na rua abrindo guarda-chuva ao mesmo tempo

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Esquema analítico da obra de Weber

• Parte da análise compreensiva da ação social,

• passa pela interação entre os indivíduos, chega à análise compreensiva das relações sociais

• sua estabilização normativa (ordem legítima)

• e termina nas organizações, estruturas e instituições sociais

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• Pessimismo de Weber sobre a Racionalização – A disseminação da lógica burocrática para cada vez

mais esferas da vida social criaria uma “jaula de ferro” inescapável

– A dominação burocrática, ainda que baseada em princípios racionais, poderia esmagar a humanidade (efeitos desumanizantes) tentando regular todas as esferas da vida social (socialismo real na arte, por exemplo)

– Riscos também para o destino da democracia, confrontada com a dominação burocrática e procedimental pelas regras do regime

– O progressismo do Iluminismo do séc. XVIII (avanço científico, aumento da riqueza e da felicidade, rejeitando costumes tradicionais e superstições) também mostrava o seu lado obscuro e perigoso

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A Jaula de Ferro • Processo de autonomização das esferas do mundo (econômica,

política, estética, intelectual, erótica) faz com que elas obedeçam a uma legalidade própria

• Vontade individual, valores sublimes, moralidade e, por fim, a “liberdade” esbarram na fria lógica de cada uma dessas esferas

• A ação racional com relação a fins impera em cada uma delas, exigindo do indivíduo a adequação ao mundo burocratizado e sem sentido

• Homem libertou-se das forças divinas e naturais, no entanto, tornou-se escravo de sua própria criação

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Os 3 tipos puros de dominação legítima

• Sociologia compreensiva como método

• Sociologia da dominação como objeto

– Razão como dominação em potencial

– Relações sociais de dominação (estabilização e permanência dessas relações sociais como legítimas)

• O racionalismo ocidental é um racionalismo cuja especificidade definidora é de ser fundado na ambição de domínio do mundo

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• Poder é diferente de Dominação – Poder: probabilidade de impor sua vontade numa

relação social, seja qual for a resistência enfrentada

– Dominação: probabilidade de encontrar obediência em uma relação social dada

– Obediência: envolve um significado subjetivo para aquele que obedece, mas também para aquele que manda

– Dominação legítima: um poder que é aceito por uma disposição dos outros em obedecer

– Se há violência é uma relação de poder, não de dominação legítima

– Disciplina: probabilidade de encontrar obediência pronta e automática numa comunidade de pessoas (Ex. nazismo e a banalidade do mal. Hannah Arendt)

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• Dominação Legítima (tem a ver com Autoridade) – Capacidade de dominar. Só domina que tem poder. Ter

poder ou não depende das lutas entre as potências individuais

– Além dos 3 tipos puros de dominação legítima,

existem várias formas de dominação não-legítima

– As relações de dominação são ajustadas periodicamente quando se faz necessário relegitimar o esquema

– Legitimidade tem a ver com aceitação

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• Dominação racional-legal

– O tipo mais puro é a burocracia; dominação moderna, pela lei, impessoal. Rule of Law

– Obediência a considerações utilitárias sobre vantagens e desvantagens

– Dominação em virtude do Estatuto, do Código de regras

– Líder normalmente eleito ou nomeado. O quadro adminstrativo tende a ser profissionalizado.

– A obediência não é à pessoa por seus direitos particulares, mas à regra instituída

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• Burocratização: a importância e o poder estão nos cargos, não nas pessoas – processo de destradicionalização/racionalização

– arrancar o poder das mãos dos grupos consanguíneos, das linhagens, etc

• A burocratização só aumenta com a Modernidade

• O Estado é um aparelho burocrático. Quanto mais democrático é, tanto mais burocrático precisa ser – Paradoxo

– Socialismo realmente existe (URSS, etc)

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• Racionalidade Industrial

– divisão manufatureira do Trabalho (especialização)

– fragmentação das operações

– atribuição a diferentes tipos de trabalhadores (crianças, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres)

– produção padronizada em esquemas planejados

– cálculo do resultado sob a forma do lucro

– planejamento como resposta às demandas do mercado

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• Marx: capitalismo foi um avanço que deve, no entanto, ser superado pelo comunismo

• Weber: o Estado democrático de direito também. É a melhor forma que se conseguiu organizar até aqui, mas deveria ser superado

– Weber não dá resposta, não oferece saída otimista

• O próprio Direito é também resultado de um processo de racionalização e burocratização

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• Dominação carismática – É “personalíssima”. Vinculada às potências que uma pessoa tem.

Capacidade de comando sobre outros • relação entre secto e líder (político, militar, religioso) • potencial de romper tradições consolidadas

– A sucessão carismática é via de regra problemática e instável. Possível perda do carisma vinculado à pessoa do líder

– Por ser pessoal, morre, tem fim. Daí a necessidade da rotinização do carisma

– A dominação passa a precisar ser cotidiana, precisa ser tirada da pessoa e passada à instituição (racionalização)

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• Dominação tradicional

– Motivada pelo costume, hábito, crença na santidade dos poderes senhoriais existentes

– Obediência a ordens fixadas pela tradição

– O tipo mais puro é a dominação patriarcal (dominação masculina)

– Senhores e súditos

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A distribuição do poder dentro da comunidade. Classes, estamentos e partidos

• Toda ordem jurídica influencia diretamente a distribuição do poder

dentro da comunidade

• Poder: a probabilidade de uma pessoa ou várias impor, numa ação social, a vontade própria, mesmo contra a oposição de outros participantes desta.

• Honra social, ou prestígio, pode ser – e com frequência é – base de poder

• Ordem social: a forma como a honra social numa comunidade se distribui entre os grupos

• Ordem econômica: o modo como são empregados bens e serviços econômicos

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Classes • As classes não são comunidades ou atores coletivos. São

decorrentes de uma determinada posição de mercado que resulta em situações de classe

• O modo como está distribuído o poder de disposição sobre a propriedade material cria já por si mesmo oportunidades de vida específicas

• As oportunidades no mercado são o condicionador comum do destino dos indivíduos

• A propriedade surge pela primeira vez como determinante do destino dos indivíduos, em contraste com o trabalho nas sociedades agrárias

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• Desde a Antiguidade, a relação de endividamento levava à servidão por dívida e, na servidão, a ações de classe contra a classe dos credores

• A relação credor-devedor tornou-se um fundamento das relações de classe nas cidades, onde se desenvolveu um mercado de crédito

• São interesses econômicos os que criam a classe, pois mesmo com igual situação de classe e igualdade em todas as demais circunstâncias, a direção em que um trabalhador individual perseguirá seus interesses pode ser muito diversa

• Uma situação de classe comum pode gerar uma ação de massas (reação homogênea), mas para tornar-se uma ação social e resultar em associativismo, dependerá das condições culturais e da transparência da conexão entre as causas e as consequências da situação de classe

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• Toda classe pode ser portadora de uma ação de classe, mas não o é necessariamente

• Em todo caso, ela mesma não constitui uma comunidade

• As ações sociais que que determinam diretamente a situação de classe dos trabalhadores e empresários são o mercado de trabalho, o mercado de bens e a empresa capitalista

• A empresa capitalista pressupõe uma ordem jurídica de caráter específico (proteção da propriedade de bens puramente como tal)

• Os antagonismos de classe costumam se dar entre os participantes diretos no mercado. Por isso, o rancor dos trabalhadores muitas vezes de volta contra o gerente, o supervisor, o superior imediato, e não contra os grandes rentistas, empresários ou banqueiros

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Estamentos • Enquanto as classes tem seu verdadeiro lugar na ordem econômica,

os estamentos pertencem à ordem social

• São comunidades excludentes organizadas em torno de critérios de honra estamental

• Estamentos demandam uma determinada condução da vida por parte dos seus membros

• Estamentos podem se tornar comunidades progressivamente fechadas, até o ponto em que se convertem em castas: ao lado das garantias jurídicas e convencionais, vem a existir também uma garantia ritual da separação estamental

• Ex. cada casta tem seus deuses e seus tabus

• Castas intocáveis (Dahlits); povos párias (Judeus; Ciganos)

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• Mas além das características étnicas, os estamentos são na maioria dos casos formados por afinidades políticas ou por situações de classe similares

• A situação de classe em muitos casos estará diretamente ligada à capacidade do indivíduo em conduzir sua vida de forma estamentalmente adequada, de praticar determinada estilização da vida

• Participar em estamentos confere ao indivíduo vantagens honoríficas, privilégios e direitos não concedidos aos que não pertencem ao estamento

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• Determinados estamentos chegam até mesmo a dominar alguns cargos e carreiras profissionais, valendo-se de mecanismos objetivos e subjetivos de seleção

• A ordem estamental se vê ameaçada quando o poder econômico adquirido por determinado indivíduo que traz a marca de origem extra-estamental lhe confere similar honra social

• As classes se diferenciam segundo as relações com a produção e a aquisição de bens, já os estamentos, segundo princípios de consumo de bens que se manifestam em conduções de vida específicas

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Partidos • Os partidos tem sua origem na esfera do poder

• Sua ação se dirige ao exercício do poder social, ou seja,

influência sobre uma ação social de conteúdo qualquer

• Pode haver partidos tanto em um clube quanto em uma nação

• Partidos somente são possíveis dentro de comunidades que possuem alguma ordem racional e um aparato de pessoas dispostas a coloca-la em prática

• O objetivo dos partidos é influenciar este aparato e se possível compô-lo com seus adeptos

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• Partidos podem defender interesses condicionados pela situação de classe ou pela situação estamental, recrutando seus adeptos de acordo com isso

• Classes, estamentos e partidos possuem uma relação associativa que os abrange (Estado-nação), dentro da qual realizam suas atividades

• Estas atividades ultrapassam as fronteiras das associações políticas nacionais (inclusive para o emprego da força militar)

• Seu objetivo não é necessariamente estabelecer uma nova dominação política internacional – ou seja, territorial, mas sim exercer influência sobre a que já existe

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A Ética protestante e o “espírito” do capitalismo

• O livro tem duas versões: 1904/5 e 1920

• A edição indicada reúne as duas numa só síntese, mas assinalando as diferentes versões [ ]

• Assim como O Capital, é um dos dez livros mais citados nas Ciências Humanas

• Articula a metodologia proposta por Weber na análise concreta de um objeto particular: a relação entre conduta religiosa e conduta econômica

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• ao contrário de Marx, acreditava que o capitalismo não se desenvolveu nas sociedades modernas somente por força de fatores econômicos, mas também por fatores economicamente relevantes

• Construir a análise do capitalismo a partir de elementos à primeira vista não-econômicos

• Weber prefere analisar os fenômenos sociais como economicamente condicionados ou economicamente relevantes e não como economicamente determinados

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• Tese de Weber:

certos aspectos do cristianismo ocidental tiveram grande influência na ascensão do capitalismo,

mostrando a força das ideias, dos valores e das ações individuais

(Ética protestante e o Espírito do capitalismo)

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• Weber observa o capitalismo a partir dos pequenos burgueses que com o tempo vão enriquecendo. Estatísticas mostravam que os Industriais mais ricos tendiam a ser protestantes

• Os protestantes tendiam a ter uma formação técnica e de comércio, enquanto os católicos tinha predileção pelos cursos de humanidades

• Componente chave da conduta protestante: o sagrado trazido para a vida cotidiana, no trabalho cotidiano. “Live to work” – eliminação da intermediação do especialista

– devoção religiosa e conduta econômica racional deixam de ser

contraditórios para terem uma relação de afinidade

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• Weber vai aos EUA: 1904 –World`s Fair – Congress of Arts and Sciences. St. Louis, Missouri, EUA

• EUA – dinamismo econômico superior ao da ALE – Conduta religiosa regida por máximas morais (“tempo é dinheiro”; “Deus

ajuda quem cedo madruga”) – Recomendações utilitaristas (Benjamin Franklin)

• Análise das pequenas cidades à beira da linha férrea

– infinidade de pequenas igrejas e seitas

• Correntes protestantes: Springfield, mais de 400 igrejas (Weber) • Batista • Metodista • Igrejas de Cristo • Igrejas de Deus....

• Competição entre as Igrejas. Mercado religioso

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• Período da análise centrado nos séculos XVI e XVII (Marx: estágio de manufatura pré-Rev. Ind.) – capitalismo sem espírito do capitalismo – mundo organizado de forma capitalista mas com espírito

tradicionalista – algumas religiões são barreiras maiores ao

desenvolvimento do capitalismo do que outras – condutas de vida voltadas ao plano supra-terreno

• A ética protestante é uma ética religiosa (regras de conduta)

• O espírito do capitalismo é uma ética não-religiosa, mas é uma ética – Torna o capitalismo mais racional, mais metódico e com o

senso de um dever

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Espírito do Capitalismo • “Lembra-te de que tempo é dinheiro”

• “Lembra-te de que crédito é dinheiro”

• “Lembra-te de que dinheiro gera mais dinheiro”

• “Lembra-te de que o bom pagador é o senhor da bolsa alheia”

• “As mais insignificantes ações que afetam o crédito de um homem devem ser por ele ponderadas”

Benjamin Franklin

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• Espírito do capitalismo: um estilo de vida orientado por uma série de normas, regidas por uma ética.

• Essa ética ressalta o dever profissional e o dever do indivíduo de aumentar o seu capital como fins em si mesmos

• Por ser o meio de comprovação da salvação, o trabalho como profissão foi alçado na modernidade a um status inédito

• Se confunde com a própria realização da pessoa enquanto ser humano

• Condenação católica da usura era um obstáculo ao espírito do capitalismo

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• Ética – noção aqui fortemente vinculada à ideia de Dever moral

• Profissão entendida como dever. Vocação profissional (beruf; calling)

• O trabalho é uma atividade bem quista por Deus

• O espírito do capitalismo de Weber se refere especificamente ao capitalismo europeu ocidental e dos EUA

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• Reforma Protestante

– Não se trata de eliminar a Igreja de

Roma, mas de substituir a hegemonia

papal por outra forma de dominação

– Combate à estagnação religiosa do

catolicismo

– Oferece uma superação dos entraves

religiosos à prática econômica

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• Reforma Protestante

– A Modernidade emerge

muito racional e muito

religiosa ao mesmo tempo

– As seitas protestantes não

são conservadoras, são

revolucionárias

– Não há mais “povo eleito”

no protestantismo, ele é

uma crença individualista

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• Desencantamento do Mundo

– Não há meio mágico de salvação – desencantamento religioso do mundo

– O protestantismo calvinista é a última “fase” do desencantamento, pois retira o valor religioso da religião

• A religião não salva mais, porque Deus já salvou

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Calvinismo: 2 Doutrinas fundamentais

• Doutrina da predestinação: Deus é inacessível em todas as suas designações sobre a salvação de cada um antes do nascimento (transcendência)

• os eleitos são a minoria, o que gera ansiedade e incerteza nas pessoas a respeito da sua salvação

• ser bem-sucedido no trabalho seria a prova necessária da salvação. Sinais externos

• Doutrina da comprovação

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• “Protestantismo ascético”: ênfase no trabalho, na poupança e na moderação dos impulsos. – “Você não trabalha para o seu patrão, você trabalha para o

Senhor” (propósito maior)

• Ascese envolve:

– aspectos de racionalização da personalidade; da vida cotidiana

– racionalização do estilo de vida/conduta de vida

• A noção de ascese vem do Calvinismo, da noção de predestinação, que dividia as pessoas entre – salvos (número pequeno) – condenados (“decreto morribile” Deus quer)

• Sentido da vida ascética: Trabalhar – Acumular capital – Declinar do consumo – Reinvestir – Tornar-se mais rico – Obter a benção de Deus – Salvação da alma

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• Ascese

– ascese é o controle austero e a disciplina do próprio corpo

– através da esquiva metódica do sono, da comida, da bebida, da fala, da gratificação sexual e de outros tantos prazeres deste mundo

– ascese do monge: extramundana (recolhimento e distância com relação ao mundo “real”)

– ascese do protestante: intramundana (trabalho cotidiano e metódico é um dever religioso, a melhor forma de cumprir a vontade de Deus)

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Bens de salvação

• Reza, penitência e arrependimento (catolicismo) não bastam no protestantismo, é preciso trabalhar pela fé

– espécie de “materialismo religioso”

– podem ser mais ou menos palpáveis e imediatos, dependendo da religião

– protestantismo: salvação aqui e agora (intramundana) presentificação da experiência religiosa (Modernidade)

– cura; busca pragmática dos fiéis

– experiência mística de sentir Deus na Terra, êxtase, transe; mergulhar no sagrado

– concorrência inter-igrejas

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• O trabalho é o meio ascético supremo e o melhor modo de confirmação da autenticidade da fé. Doutrina da comprovação

• A ética calvinista foi a alavanca da conduta de vida que Weber chamou de espírito do capitalismo. “O protestantismo botou o Ocidente para trabalhar”

• O investimento (gasto) deve ser feito apenas no próprio trabalho e seus produtos (valorização de Capital D-M-D’)

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• Modernidade em Weber: – é sim uma sociedade do capital (Marx), mas que tem

também uma particular cultura do trabalho

– a modernidade cria o indivíduo, liberta o indivíduo, engrandece o indivíduo mas ele não escapa do trabalho como um dever

– O espírito do capitalismo é uma forma de ascese intramundana

– ética que valoriza o trabalho, valoriza o mundo da necessidade

– a ideia do trabalho e do dever profissional hoje nos aprisiona

– “jaula de ferro”/ “crosta de aço” do trabalho racional como dever

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• Espírito do Capitalismo x Tradicionalismo – Racionalização da conduta profissional e cotidiana

• O protestantismo acelera a “formação” da conduta profissional capitalista – relação entre ética protestante e gestão capitalista dos negócios

• A economia exerce uma influência racionalizadora sobre as pessoas – Ao nascer somos introduzidos a um ambiente no qual a

racionalidade econômica será nosso horizonte inevitável

• Racionalização e Desenvolvimento: separação da economia da empresa da economia doméstica

• Criação de uma contabilidade racional. Uso da ciência para impulsionar a racionalidade capitalista

• Hoje em dia a religião pouco influi na determinação do espírito capitalista: prevalece o ceticismo religioso e o materialismo exacerbado

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• Abordagens teóricas modernas: Funcionalismo

– Funcionalismo (Comte; Durkheim): estudar a função de uma prática ou instituição social é analisar a sua contribuição para a continuidade da sociedade. Ênfase na importância do consenso moral, da ordem e da estabilidade

– Anos 1960-70, forte influência nos EUA com Talcott Parsons (1902-1979) e Robert Merton (1910-2003).

– Merton: funções manifestas; funções latentes; disfunções

– Parsons: ênfase demasiada sobre os fatores de coesão social em detrimento dos de conflito e divisão. Pouco interesse por classes sociais, raça, gênero

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• Abordagens teóricas modernas: Conflito

– Assim como os funcionalistas, enfatizam a análise das estruturas sociais

– Destaque para as divisões no interior das sociedades, questões de poder, desigualdade e luta social. Dominantes e dominados

– A busca dos grupos sociais por interesses conflitantes está sempre presente, ou seja, o potencial de conflito está sempre presente

– Marxismo(s): contradições de interesses de classe

– Weberianismo (R. Dahrendorf): conflito de interesses em torno do poder, da autoridade, governantes e governados

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• Abordagens teóricas modernas: Interacionismo Simbólico (Weber)

– Preocupação central com a linguagem e o significado

– O elemento-chave é o símbolo: o símbolo como elemento que significa outra coisa

– As palavras são símbolos que significam outras coisas (materiais ou imateriais)

– Gestos e outras formas de comunicação não verbal também são símbolos

– Praticamente todas as interações entre indivíduos envolvem uma troca de símbolos. Pierre Bourdieu: A economia das trocas simbólicas

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• Abordagens teóricas modernas: Interacionismo Simbólico (cont.) – Foco nos detalhes das interações interpessoais na vida

cotidiana

– Como as interações interpessoais constroem a sociedade?

– Trabalho emocional no setor de serviços (Hotschild, treino aeromoças) • Alienação emocional (diálogo marxismo)

• Críticas por não abordar devidamente as dimensões sociais do poder e da estrutura da sociedade, que incidem sobre a interação individual

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• Mercado

– o mercado dissolve relações sociais

– os grupos vão se desfazendo e se transformando

• Educação

– capacitação de indivíduos autônomos (vs. Durkheim)

– ligar o indivíduo à sua nação.

– o indivíduo tem que crer no seu futuro (da nação)

– Weber tinha um forte sentimento nacionalista. Pensava a Alemanha do futuro, não “a sociedade do futuro” em geral. Alemanha como Estado imperial