estratÉgias mundo

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ESTRATÉGIAS MUNDO I UM DIA A CASA CAI A Universidade Harvard reconheceu ter encontrado oito evidências de má conduta científica em três artigos científicos do pesquisador Marc Hauser, especialista em psicologia e biologia evolutiva que ficou conhecido por suas descobertas no campo da linguagem. "Com grande tristeza, confirmo que o professor Marc Hauser foi considerado o único responsável, segundo apurou um comitê de investigação, por casos de má conduta científica", anunciou Michael Srnith, diretor da Faculdade de Artes e Ciências, segundo o blogThe Great Beyond, da revista Nature. O anúncio surgiu depois de a universidade ter sido criticada por manter reservas sobre a investigação, enquanto se espalharam boatos que colocavam sob suspeita estudantes e colegas de Hauser. Os problemas se relacionam à aquisição e à análise de dados e à descrição de metodologias e resultados. De acordo com o jornal The Boston Globe, as suspeitas despontaram em 2002 com um artigo científico publicado no jornal Cognition, no qual Hauser sustentava que macacos seriam capazes de identificar padrões em sequências de sílabas. I CENT,ROS CONTRA MALARIA Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos vão investir US$ 106 milhões em 10 novos centros de pesquisa sobre malária, a fim de fortalecer a pesquisa e a capacidade de treinamento em regiões endêmicas. Os Centros Internacionais de Excelência para a Pesquisa da Malária são uma iniciativa de sete anos que busca criar uma rede de colaboração entre universidades 24 • SETEMBRO DE 2010 • PESQUISA FAPESP 175 LIBERDADE CERCEADA Cientistas e professores da Argélia agora pre- cisam pedir autorização oficial para participar de conferências e congressos no exterior. O Ministério da Educação Superior e Pesquisa Científica divulgou uma carta circular expres- sando preocupação de que os acadêmicos sejam levados em tais reuniões a "tomar po- sições contrárias aos interesses nacionais". Por isso, anunciou, os cientistas serão au- torizados a participar de conferências "em coordenação com o Ministério de Relações Exteriores". A circular seguiu-se à participa- ção de pesquisadores argelinos numa con- ferência no Marrocos que discutiu questões relacionadas ao conflito do Saara Ocidental, território que faz fronteira com Marrocos e Argélia, tópico sensível que inflamou as relações entre os dois países por décadas. "A decisão diz respeito a poucos eventos", afirma Rabia Saray, responsável pela área de treinamento e integração do ministério. No final de junho, três professores da Mouloud Mammeri University também foram demitidos após participar de duas conferências científicas no Marrocos. "Trata-se de uma séria violação da li- berdade de movimento e de expressão", disse à revista Nature Daho Djerbal, professor de história moderna da Universidade de Argel-Bouzaréah. Djerbal é um dos 350 acadêmicos que assinaram.uma petição on-Iine em repúdio à circular. norte-americanas e instituições de localidades da África, Ásia, América Latina e ilhas do Pacífico. Os centros vão fazer pesquisas em tópicos como biologia do mosquito, comportamento de parasitas e mudanças ambientais. Segundo Ian Boulton, diretor da empresa de consultoria TropMed Pharrna, a abordagem global do programa é bem-vinda. "Ela contraria o hábito de dar ênfase à África em prejuízo de áreas endêrnicas, como a Amazônia, a Índia e a Oceania", disse. ••• Mosquito: regiões endêmicas

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ESTRATÉGIAS MUNDO

IUM DIA ACASA CAI

A Universidade Harvardreconheceu ter encontradooito evidências de máconduta científica em trêsartigos científicos dopesquisador Marc Hauser,especialista em psicologiae biologia evolutiva queficou conhecido por suasdescobertas no campoda linguagem. "Com grandetristeza, confirmo queo professor Marc Hauserfoi considerado o únicoresponsável, segundo apurouum comitê de investigação,por casos de má condutacientífica", anunciouMichael Srnith, diretor daFaculdade de Artes e Ciências,segundo o blogThe GreatBeyond, da revista Nature.O anúncio surgiu depoisde a universidade ter sidocriticada por manterreservas sobre a investigação,enquanto se espalharamboatos que colocavam sobsuspeita estudantes e colegasde Hauser. Os problemas

se relacionam à aquisiçãoe à análise de dados e àdescrição de metodologiase resultados. De acordo como jornal The Boston Globe,as suspeitas despontaramem 2002 com um artigocientífico publicado nojornal Cognition, no qualHauser sustentava quemacacos seriam capazesde identificar padrões emsequências de sílabas.

ICENT,ROS CONTRAMALARIA

Os Institutos Nacionais deSaúde dos Estados Unidosvão investir US$ 106 milhõesem 10 novos centrosde pesquisa sobre malária,a fim de fortalecer apesquisa e a capacidadede treinamento em regiõesendêmicas. Os CentrosInternacionais de Excelênciapara a Pesquisa da Maláriasão uma iniciativa desete anos que busca criaruma rede de colaboraçãoentre universidades

24 • SETEMBRO DE 2010 • PESQUISA FAPESP 175

LIBERDADE CERCEADA

Cientistas e professores da Argélia agora pre-cisam pedir autorização oficial para participarde conferências e congressos no exterior. OMinistério da Educação Superior e PesquisaCientífica divulgou uma carta circular expres-sando preocupação de que os acadêmicossejam levados em tais reuniões a "tomar po-sições contrárias aos interesses nacionais".Por isso, anunciou, os cientistas serão au-torizados a participar de conferências "emcoordenação com o Ministério de RelaçõesExteriores". A circular seguiu-se à participa-ção de pesquisadores argelinos numa con-ferência no Marrocos que discutiu questões

relacionadas ao conflito do Saara Ocidental, território que fazfronteira com Marrocos e Argélia, tópico sensível que inflamouas relações entre os dois países por décadas. "A decisão dizrespeito a poucos eventos", afirma Rabia Saray, responsávelpela área de treinamento e integração do ministério. No finalde junho, três professores da Mouloud Mammeri Universitytambém foram demitidos após participar de duas conferênciascientíficas no Marrocos. "Trata-se de uma séria violação da li-berdade de movimento e de expressão", disse à revista NatureDaho Djerbal, professor de história moderna da Universidadede Argel-Bouzaréah. Djerbal é um dos 350 acadêmicos queassinaram.uma petição on-Iine em repúdio à circular.

norte-americanas einstituições de localidadesda África, Ásia, AméricaLatina e ilhas do Pacífico.Os centros vão fazer pesquisasem tópicos como biologia domosquito, comportamentode parasitas e mudançasambientais. Segundo IanBoulton, diretor da empresade consultoria TropMedPharrna, a abordagem globaldo programa é bem-vinda."Ela contraria o hábitode dar ênfase à África emprejuízo de áreas endêrnicas,como a Amazônia, a Índiae a Oceania", disse. •••

Mosquito:regiõesendêmicas

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IALIANÇA ENTREVIZINHOS

Pesquisadores doAfeganistão e do Paquistãovão trabalhar juntosna solução de entravestecnológicos. Por intermédioda Global KnowledgeInitiative (GKI), aliançacriada nos Estados Unidosque reúne universidades,fundações e empresas,os vizinhos vão identificaráreas em que queiramconstruir capacidadecientífica. "A ideia éestimular a cooperação pormeio de treinamento epesquisa", disse à agênciaSciDev.Net Amanda LilleyRose, coordenadora doprograma. A agenda deveincluir tópicos comoculturas tolerantes à seca,produção de energia etecnologias de informação.Espera-se que especialistaspaquistaneses treinem seuscolegas afegãos e distribuammaterial educativo parao país vizinho. Até agorao projeto recebeu recursosda Fundação RichardLounsbery, sediadaem Washington. Entreos parceiros há instituições

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Pesquisadoraafegã: agendacomum

como a Comissão deEducação Superior doPaquistão, a UniversidadeLahore de CiênciasEmpresariais, a Universidadede Cabul e a AmericanUniversity do Afeganistão.

IKAROLlNSKAEM CHAMAS

Doze pesquisadores doInstituto Karolinska, entreos quais 10 que participamda seleção dos ganhadoresdo Prêmio Nobel deMedicina ou Fisiologia,publicaram uma carta numjornal da Suécia afirmandoque a instituição estáameaçada. Eles apontamo dedo para a presidenteHarriet Wallberg- Henriksson,acusando-a de concentrarpoder, aumentar aburocracia e suprimir vozescríticas. A carta foi umaresposta ao plano dereorganização do institutofeita por Harriet. Ela propôsum redesenho dos atuaistrês comitês acadêmicos e acriação de um comitê decoordenação acima deles,

comandado por ela própria.Mas, segundo a revistaNature, o estranhamentocomeçou em março,quando ela afastou o decanode pesquisa Karl Tryggvasonsem consultar os colegas,com base nas conclusões deuma investigação segundoa qual ele tentou influenciarum comitê de seleção deprojetos de pesquisa.Tryggvason argumenta quesó quis ajudar, indicandonomes com os quais nãotem conexão para substituircandidatos desclassificados.A presidente diz que há ummal-entendido e que nãoperseguiu ninguém. Mas onível de hostilidades chegoua tal ponto que parte dosprofessores da instituiçãodecidiu boicotar umbanquete oferecidoao rei Carlos Gustavo.

ARROZ PARA A ÁFRICA

Uganda espera tornar-se líder reqiortal empesquisas sobre arroz com a criação deum centro de pesquisa e treinamento paraagrônomos e fazendeiros. A instituição, quer~cebeu US$ 6 milhões em investimentos doJapão, deve começar a funcionar em dezem-bro. O investimento é parte da estratégianipônica de fazer parcerias com países doLeste africano investindo em infraestrutura,produção de alimentos e comércio exterior,no âmbito da iniciativa Tokyo InternationalConference on African Development. Den-tro dessa plataforma, o Japão lançou umainiciativa cujo objetivo é dobrar a produçãode arroz no continente entre 2008 e 2018."O Japão tem expertise e tradição na culturade arroz. Começamos a ajudar a África de-pois de descobrir que o consumo de arrozé escasso e o continente perde muitas divisas importando oalimento", disse à agência SciDev.Net Goto Akio, da Agênciade Cooperação Internacional do Japão (Jica). O projeto emUganda é uma das principais iniciativas da Jíca na África ebusca desenvolver novas variedades de arroz.

Cultura doarroz: novasvariedadese transferênciade tecnologia

PESQUISA FAPESP 175 • SETEMBRO DE 2010 • 25

TRANSiÇÃOLUSITANA

Cerca de 45% da eletricidadeproduzida em Portugal jáprovém de fontes renováveis,ante 17% há cinco anos,e o país está se tornandoum exemplo de transiçãorápida rumo à energia limpa,destacou reportagempublicada no jornal TheNew York Times. Segundoo diário, a conquistaé resultado de políticasagressivas para acelerar autilização de fontesrenováveis. A quantidade deenergia eólica produzida nopaís multiplicou-se sete vezese Portugal espera, em 2011,

tornar-se um dos primeirosa ina ugurar uma redede abastecimento de carroselétricos. Para estimulara transição, o governodo premiê José Sócratesreestruturou e privatizouconcessionárias de energiado estado. E para atrair asempresas privadas para essenovo mercado o governogarantiu contratos compreços estáveis por 15 anos."Ouvi todo o tipo decomentários: que era umsonho, que é muito caro",disse Sócrates ao jornal."Mas a experiênciaportuguesa mostra que épossível mudar num curtoperíodo de tempo."

26 • SETEMBRO DE 2010 • PESQUISA FAPESP 175

Um robô humanoide estará a bordodo próximo voo do ônibus espacialDiscovery rumo à Estação Espa-cial Internacional, em novembro.O Robonaut 2, de 136 quilos, foidesenvolvido graças a uma parce-ria entre a Nasa, agência espacialnorte-americana, e a fabricante decarros General Motors. Sem per-nas, ele possui dois braços dotadosde capacidade motora para ope-rar as mesmas ferramentas queos astronautas utilizam. Mas, naprimeira experiência, trabalharáapenas no módulo do laboratório

Destiny. A ideia, contudo, é que futuramente possa se movi-mentar por toda a estação e até participar de reparos foradela. O Robonaut 2 foi desenvolvido para ter grande precisãonos movimentos e também muita força. A tecnologia serviráà Nasa, no trabalho pesado da estação, e à GM, em linhas demontagem de carros. "O R2 pode operar com segurança aolado de pessoas, uma necessidade tanto no espaço quanto naTerra", diz um comunicado da Nasa. A agência e a montadoratêm uma antiga parceria, que resultou no desenvolvimento dossistemas de navegação das missões Apollo, nos anos 1960. AGM também participou da construção do primeiro jipe lunar.

Robonaut 2:no espaçoe nas linhasde montagem

PETRÓLEOINTOCADO

O governo do Equadorcelebrou um acordo com aOrganização das NaçõesUnidas (ONU) em que secompromete a não explorarreservas petrolíferas noslimites do Parque Nacionalde Yasuní, na Amazôniaequatoriana. Em troca,receberá de um fundopatrocinado por naçõesdesenvolvidas cerca deUS$ 3,6 bilhões. O valor éequivalente à metade doque renderia a exploraçãodos campos, comcapacidade de 840 milhõesde barris de petróleo. ''Aassinatura deste acordo é

ANDROIDEEM ÓRBITA

uma medida audaciosa ehistórica. Este é o primeiropaís do mundo a fazê-lo,mantendo permanentementea fonte de carbono embaixoda terra, com um mecanismoefetivo e verificável", disse,segundo a agência BBC,Rebeca Grynspan, doPrograma das Nações Unidaspara o Desenvolvimento(Pnud). De acordo com ela,o acordo não tem precedente.Com uma área de 10 milquilômetros quadrados,a reserva de Yasuní tembiodiversidade muito ricae também abriga gruposindígenas. A ONU deverápropor acordos do tipoa países como Guaternala,Vietnã e Nigéria.

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AS BRASILEIRAS NORANKING CHINÊS

o Academic Ranking of World Univer-sities (ARWU), ranking internacionalelaborado pelo Institute of HigherEducation da Shanghai Jiao TongUniversity, da China, classificou aUniversidade de São Paulo (USP) en-tre as 150 melhores universidades domundo. O levantamento, divulgado nodia 12 de agosto, mostra que a USP éa primeira colocada na América Lati-na e no Brasil. Ela também é a únicainstituição brasileira a figurar entre as100 melhores do mundo num dos le-vantamentos setoriais do ranking, o daáreade medicina clínica e de farmácia.Está entre a 76a e 100a posição. Alémda USP,aparecem no ranking geral asbrasileiras Universidade Estadual deCampinas (Unicamp), no pelotão en-tre as 201 e 250 melhores; Federal deMinas Gerais (UFMG), Federal do Riode Janeiro (UFRJ) e Estadual Paulista(Unesp), entre as 400 melhores; e aFederal do Rio Grande do Sul (UFR-GS),entre as 500 melhores. No caso da Unesp, houve umsalto em relação a 2009, quando aparecia entre as 401 e500 melhores. Como acontece desde a criação do ranking,

em 2003, a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, foia líder, mas a Universidade da Califórnia, Berkeley tomou asegunda posição de Stanford. Os Estados Unidos ocupam 17dos19primeiros postos. As britânicas Cambridge (5a) e Oxford(10a)sãoas únicas não norte-americanas entre as 10 melhores.A Alemanha ocupa a segunda posição entre as 500, com 39universidades, atrás dos Estados Unidos, com 154 instituições.Grã-Bretanha, com 38 universidades, e Japão, 25, aparecem àfrente da França, que com 22 instituições caiu da quinta paraa sexta posição, empatada com Itália e China. Na AméricaLatina, as universidades Autônoma do México (Unam) e deBuenos Aires (UBA) figuram no pelotão entre as 151e 200melhores, atrás da USP. A metodologia utiliza indicadorescomoo número de alunos e docentes vencedores do PrêmioNobelou da Medalha Fields (prêmio da área de matemática);o número de pesquisadores com artigos altamente citados nabaseThomson Scientific; e o número de artigos publicadosnas revistas Nature e Science; entre outros.

ESTRATÉGIAS BRASIL

mecanismos bioquímicose fisiológicos que levamà produção de substânciasconhecidas comobiflavonoides na araucária.O trabalho foi o vencedorna categoria pôster parapós-doutorandos.O resultado envolveupesquisas realizadas noLaboratório de ProdutosNaturais (IQ) e noLaboratório de BiologiaCelular (Biocel), doInstituto de Biociências daUSP. O projeto de Lydia,com bolsa da FAPESP, estávinculado a projetos doPrograma Biota-FAPESP eteve supervisão do professorMassuo Jorge Kato, do IQ.

USP (alto),Unicamp e Unesp:destaques

PREMIADANA FLÓRIDA

A pós-doutoranda LydiaFumiko Yamaguchi, doInstituto de Química daUniversidade de São Paulo(IQ-USP), foi premiadano 2010 Ioint AnnualMeeting da AmericanSociety of Pharmacognosye da Phytochemical Societyof North America, ocorridoem julho, na Flórida, nosEstados Unidos. O estudo"Biflavonoids biosynthesisin leaves and cell culturesof Araucaria angustifolia" -que envolveu a participaçãode outros pesquisadores -busca desvéndar os

PESQUISA FAPESP 175 • SETEMBRO DE 2010 • 27

ICYLON GONÇALVESASSUME CEITEC

Cylon Gonçalves da Silva,professor emérito doInstituto de Física daUniversidade Estadual deCampinas (Unicamp),assumiu em Porto Alegrea presidência da Ceitec S.A.,fabricante de semicondutoresligada ao Ministério daCiência e Tecnologia(MCT). Surgida em 2000como Centro Nacional deTecnologia EletrônicaAvançada, somente em2008 a Ceitec foitransformada em empresa.Seu principal objetivo édesenvolver a indústriaeletrônica brasileira pormeio da implantação deuma base sólida no setorde semicondutores."O Brasil já fez váriastentativas de implantar umaindústria de microeletrônica,mas, por razões econômicase de mercado, nenhumadelas teve muito êxito.Agora há uma janelade oportunidades. O paísvive uma demanda por

desenvolvimento detecnologias em várias áreas,como em telecomunicações",disse Cylon, que nosanos 1980 comandou aimplantação do LaboratórioNacional de Luz Síncrotron,em Campinas e, em 2000,foi um dos organizadoresda Conferência Nacionalde Ciência, Tecnologiae Inovação, realizadano ano seguinte. Nosúltimos tempos, CylonGonçalves era coordenadoradjunto da FAPESPpara pro&ramas especiais.

o físico: "Janelade oportunidades"

28 • SETEMBRO DE 2010 • PESQUISA FAPESP 175

INTERCÂMBIO RETOMADO

Representantes de institutos de pesquisa e pro-gramas de biodiversidade de países da Améri-ca Latina e Caribe se reuniram em agosto, emBuenos Aires, para um workshop cujo objetivoera estreitar o diálogo entre as bases de da-dos de biodiversidade nacionais, regionais einternacionais. O evento foi uma iniciativa doPrograma Biota-FAPESP, do Escritório Regio-nal para América Latina e Caribe do ConselhoInternacional para a Ciência (lcsu-LAC) e doConselho Nacional de Pesquisas Científicas eTecnológicas (Conicet, na sigla em espanhol),da Argentina. A reunião também contou comrepresentantes da Comissão Nacional para oConhecimento e Uso da Biodiversidade (Co-nabio), do México, do Instituto Hurnboldt, daColômbia, e do Sistema de Informação em Bio-diversidade (SIB), da Argentina, entre outros.

Carlos Alfredo .Jolv, coordenador do Biota-FAPESP, disseque, quando o programa estava sendo planejado em 1997,as lideranças do Conabio e do Instituto Nacional de Biodi-versidade (InBio), da Costa Rica, colaboraram apresentandonum workshop os erros e acertos de seus programas. "Masdesde então o contato tem sido pequeno", afirmou.

IGAtJHADORES DOPREMIO BUNGE

Isaías Raw, pesquisadordo Institutó Butantan eprofessor aposentado daUniversidade de São Paulo;Guilherme de SousaRibeiro, epidemiologistana Universidade Federal daBahia; Niro Higuchi,do Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia(Inpa), e Alexandre Fadigasde Souza, professor deecologia da Universidade doVale do Rio dos Sinos,foram os ganhadores da 55a

edição do Prêmio FundaçãoBunge. Na área de SaúdePública/Medicina Preventiva,Raw foi o contemplado nacategoria "Vida e Obra" eRibeiro em "Juventude". Naárea de Ciências Florestais,

Higuchi foi agraciado nacategoria "Vida e Obra"e Souza na "Juventude". Paraa categoria "Vida e Obra"são escolhidas obras deespecialistas já reconhecidos,e na "Juventude",pesquisadores de até 35anos que tenham defendidoteses de mestrado oudoutorado ou sobressaídocom algum trabalho nosramos de premiações. Osprêmios são de R$ 100 mil("Vida e Obra") e R$ 40 mil("Juventude"). A cerimôniade entrega dos prêmios serárealizada no dia 13 de outu-bro na Sala São Paulo. No diaseguinte será realizado oSeminário InternacionalFAPESP-Fundação Bunge,na sede da FAPESP, com aparticipação de especialistasnos temas do prêmio.

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IDETALHES FINOSDOS RAIOS

Uma rede formada porcâmeras de vídeo de altaresolução entrará ematividade até o iníciode 2011 para filmartempestades em São Josédos Campos (SP). Osequipamentos estão sendoadquiridos com o apoioda FAPESP por meio doprojeto temático Impactodas mudanças climáticassobre a incidência dedescargasatmosféricasno Brasil; coordenado porOsmar Pinto Iúnior, doGrupo de EletricidadeAtmosférica (Elat) doInstituto Nacional dePesquisas Espaciais (Inpe).As câmeras integrarão oprojeto Rammer (RedeAutomatizada Multicâmeraspara o Monitoramentoe Estudo de Raios),conduzido como trabalhode pós-doutoramentodo engenheiro eletricista

Antonio Carlos VarelaSaraiva, com bolsa daFAPESP. As três câmerasque darão início àrede contam com duascaracterísticas fundamentaispara o estudo de raios: altavelocidade de gravação eboa qualidade de imagem.Elas são capazes de registrar

até 2 mil quadros porsegundo com resolução de1.280 por 720 pixels. A ideiaé que registrem diferentesângulos de uma mesmatempestade, aumentando aqualidade das informações."Será possível observardetalhes finos do raio", disseSaraiva à Agência FAPESP.

Polímero:avanço doconhecimento

CHAMADA DE PROPOSTAS

IA FAPESPe a Braskem/ldeom lançaram nova chama-da de propostas de pesquisa a serem desenvolvidaspor pesquisadores de instituições no estado de SãoPaulo. Os projetos selecionados deverão contribuirpara o avanço do conhecimento e da tecnologia nasáreas de: 1) processos de síntese de intermediários,monômeros e polfrneros a partir de matérias-primasrenováveis; 2) captura, armazenamento e conversãode CO2; 3) estudos e desenvolvimento de materiaisque atribuam aos polímeros as propriedades físico--químicas que possibilitem sua utilização em apli-cações demandadas pelo mercado; 4) poliolefinas

(catálise, modificação química, outros); 5) formação de recursoshumanos altamente qualificados nos itens descritos. O total derecursos é de R$10 milhões, sendo R$ 5 milhões da FAPESP e R$5 milhões da Braskem/ldeom. As propostas serão recebidas até odia 16 de novembro. A Ideom Tecnologia foi criada em dezembro de2008 para ser a empresa de inovação e tecnologia da Braskem.

IUNIVERSOINViSíVEL

o Instituto de Física daUniversidade de São Paulosediará, de 10 a 30 desetembro, a mostraitinerante que homenageiao italiano GiuseppeOcchialini (1907-1993),pioneiro da física no Brasil.A exposição GiuseppeOcchialini, um cientistadedicado à descoberta douniverso invisível, que jápassou por Roma, Milãoe outras cidades italianas,foi organizada peloDepartamento deComunicação do InstitutoNacional de Astrofísica daItália. Occhialini foi um dosresponsáveis por liderar naUSP, na década de 1930,atividades pioneiras depesquisa em física. Ajudou aformar os primeiros gruposde físicos brasileiros, tendoentre seus alunos MarioSchõnberg (1914-1990) eCesar Lattes (1924-2005).A exposição poderá ser vistano Instituto de Física,na rua do Matão, 187, naCidade Universitária.

PESQUISA FAPESP 175 • SETEMBRO DE 2010 • 29