estratégias para redução de liberações de dioxinas e furanos.pdf

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O objetivo deste trabalho é a formulação de estratégias e plano de ação para a redução progressiva das liberações não intencionais de POPs de fontes antropogênicas, levando em consideração as diretrizes sobre Melhores Técnicas Disponíveis e Melhores Práticas Ambientais.

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    Estratgias para Reduo de Liberaes de Dioxinas e

    Furanos no Brasil

    Material Para Discusso no GTI de 25/3/2014

    Elaborado por: Joo V. de Assuno

    19 de Maro de 2014

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    SUMRIO

    1 Introduo 3

    2 Resumo do Inventrio de Fontes 5

    3 Melhores Tcnicas Disponveis, Melhores Prticas Ambientais 11

    4 Aplicao de BAT/BEP, Situao Nacional e Estratgias de Reduo 14

    5 Consolidao de Estratgias de Reduo segundo as Categorias do Anexo C da Conveno e Prazo de Execuo 84

    6 Consideraes Finais 92

    Referncias 93

    Anexo Pesquisa de infraestrutura laboratorial 95

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    1. Introduo

    O objetivo deste trabalho a formulao de estratgias e plano de ao para a reduo progressiva das liberaes no intencionais de POPs de fontes antropognicas, levando em considerao as diretrizes sobre Melhores Tcnicas Disponveis e Melhores Prticas Ambientais (BAT/BEP), assim como, a avaliao das capacidades e necessidades analticas e de monitoramento do pas, conforme especificado nas atividades 4.2 e 4.3 do Projeto "Desenvolvimento de um Plano Nacional de Implementao no Brasil como um primeira etapa da implementao da Conveno de Estocolmo sobre Poluentes Orgnicos Persistentes (POPs)"- Projeto NIP. De acordo com o Artigo 5 da Conveno de Estocolmo, dentre as medidas referentes reduo ou eliminao das liberaes no intencionais de POPs, encontra-se a necessidade de desenvolvimento de um plano de ao que ir: (a) avaliar as emisses atuais e previstas de POPs produzidos no-intencionalmente, incluindo o desenvolvimento e a manuteno de inventrios de fontes e estimativas de emisses, tendo em conta as 20 categorias de fontes que so identificadas na Conveno (Anexo C); (b) avaliar a eficcia das legislaes e polticas para gerenciar este tipo de emisses; (c) desenvolver estratgias para reduzir estas emisses; (d) promover educao e treinamento nessas estratgias; (e) incluir um cronograma para a implementao do plano de ao; (f) rever o sucesso das estratgias a cada 5 anos; e (g) relatar o progresso na implementao do plano de ao COP. O plano de ao, ser um componente do Plano de Implementao Nacional (NIP) da Conveno de Estocolmo do Brasil, que est sendo desenvolvido de acordo com o Artigo 7 da Conveno, e incluir estratgias para cumprir as obrigaes de reduo ou eliminao da liberao das substncias qumicas 'listadas no Anexo C da Conveno de Estocolmo, e um cronograma para o plano de ao. O plano dever identificar as prioridades para ao, incluindo para aquelas categorias de fontes que fornecem as maiores oportunidades de custo efetivo para a reduo da liberao ou eliminao. Isto tambm incluir um inventrio da liberao das substncias qumicas listadas no Anexo C. De acordo com a programao de implementao deste plano de ao e levando em conta as diretrizes, as Partes devem promover a aplicao de medidas disponveis, viveis e prticas para alcanar rapidamente nveis de reduo de emisso ou eliminao de fontes realistas e significativas. Neste sentido, deve-se levar em considerao as diretrizes tcnicas relativas ao tema, denominados Guidelines on Best Available Techniques and provisional Guidance on Best Enviromental Practices (Guias BAT/BEP), adotados na terceira reunio da Conferncia das Partes da Conveno de Estocolmo (COP-3), em maio 2007. O Produto 1: Documento consolidado contendo estratgia para a diminuio das emisses atuais e previstas de POPs produzidos no intencionalmente, levando em considerao:

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    (a) as emisses atuais e previstas de POPs produzidos no-intencionalmente, presentes nos inventrios de fontes e estimativas de emisses, tendo em conta as 20 categorias de fontes que so identificadas na Conveno (Anexo C) (estudo realizado por consultoria especfica); (b) a situao tecnolgica dos setores industriais includos nas 20 categorias de fonte, verificando possibilidades de melhorias para a reduo de emisses de POPs produzidos no intencionalmente, em comparao com as tcnicas e prticas contidas no Guia BAT/BEP e as exigidas pelo sistema de licenciamento ambiental aditado. Produto 2: Ser um documento contendo avaliao da capacidade e as necessidades analticas e de monitoramento do Brasil, incluindo a consolidao dos comentrios e contribuies recebidos na Reuniodo GTI. Produto 3: Ser a verso final do Documento consolidado contendo o Plano de Ao, incluindo a consolidao dos comentrios e contribuies recebidos na Reunio do GTI. Neste sentido, este documento incluir uma estratgia para a reduo as emisses de u-POPs e uma anlise da situao dos setores industriais includos no inventrio, verificando as possibilidades de melhorias. Os resultados deste trabalho serviro de base para a elaborao do Plano de Ao. O Inventrio Nacional de Fontes e Estimativa de Emisses de Dioxinas e Furanos desenvolvido em 2011, ano-base 2008 uma importante base de informao para elaborao das estratgias de reduo das emisses dessas substncias e ser utilizado neste documento e indica as fontes prioritrias para o Plano de Ao.

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    2. Resumo do Inventrio de Fontes

    2.1. Panorama Geral

    O inventrio do Ano-Base 2008 mostrou um potencial de liberao de 2.235 g-TEQ de dioxinas e furanos no Brasil. A maior participao foi do meio ar com 42,3% do total liberado em 2008. Em seguida est a liberao nos resduos, com 24,4%, e em terceiro lugar a liberao no produto, com 18,7%. Esta trs categorias respondem por 95,4% do total liberado. A maior participao por categoria de fontes da Categoria 2 Metais ferrosos e no-ferrosos, com 38,2%, seguida pela Categoria 3 Queima a cu aberto, com 22,8% e em terceiro lugar a Categoria 7 Produtos qumicos e bens de consumo, com 17,5%. A Regio Sudeste se mostrou como a de maior liberao com 58,8%, seguida da Regio Sul com 12,4%. A menor participao coube Regio Norte com 8,4%. O Estado de So Paulo a UF com maior participao, atingindo 28,9% do total de emisses, vindo a seguir o Estado de Minas Gerais, com 12,9%. O Estado do Rio de Janeiro contribui com 10,1%. Esses trs Estados juntos so responsveis por 51,9% das liberaes. Incluindo-se Esprito Santo com 6,8% e Par com 6,1%, esses cinco primeiros colocados respondem por 65% das liberaes. Os dez primeiros colocados (SP, MG, RJ, ES, PA, PR, RS, MT, BA e GO) respondem por 86% das emisses. Na Tabela 2.1 est apresentada a classificao geral das liberaes totais por fonte. As cinco primeiras maiores fontes dessas substncias foram, em ordem decrescente, sinterizao de minrio de ferro, queima de biomassa ao ar livre, indstria do couro, usinas de ferro/ao e finalmente incndios e queima de resduos, acidentais ou no. 2.2. Distribuio Detalhada das Liberaes por Grupo de Fontes 2.2.1. Liberaes no ar

    A participao dos maiores contribuintes na emisso no meio ar, em termos de subcategoria, considerando todas as categorias (1 a 9) est mostrada na Tabela 2.2.

    A sinterizao de minrio de ferro resultou como a maior contribuinte individual, participando com 33,4% do total emitido para o ar. Alm dessa subcategoria, outras quatro merecem destaque por compor o grupo das cinco maiores emissoras: Queima ao de biomassa ar livre (25,7%), incndios e queima de resduos ao ar livre (11,1%), incinerao de resduos de servios de sade (5,8%) e produo de ferro e ao (5,0%). Estas cinco subcategorias contribuem com 81% das liberaes no ar.

    2.2.2. Liberaes no resduo

    Na Tabela 2.3 est detalhada a liberao nos resduos e participao dos maiores contribuintes. As usinas de ferro e ao resultaram como as maiores contribuintes de liberaes no resduo, com 23,8%. Outras quatro tambm merecem destaque: Produo de alumnio (22,6%), disposio e tratamento de esgoto (18,8%), chorume de aterros (12,0%) e Incinerao de resduos slidos perigosos (3,8%), compondo participao de 81,0%.

    2.2.3. Liberaes no produto

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    A liberao no produto tem a indstria do couro como a maior contribuinte, com 60,6%, vindo em seguida a compostagem com 12,7%, a indstria txtil com 12,4%, e a produo de celulose e papel com 8,8%. Em quinto lugar est a indstria qumica com 3,3% e a produo de tijolos em sexto com 2,1% e por ltimo o processamento de leo de xisto. A distribuio das liberaes e da participao relativa por subcategoria est mostrada na Tabela 2.4. Dever-se ter em mente neste caso que o maior contribuinte (indstria do couro), bem como a indstria txtil, tem Fatores de Emisso com duas faixas, mnima e mxima e o impacto depende da correta distribuio das liberaes nessas duas faixas.

    2.2.4. Liberaes no meio gua As liberaes nas guas, mostradas na Tabela 2.5, vm predominantemente da produo de celulose e papel com 43,9% de participao e da disposio de efluentes no tratados em guas superficiais, com participao de 43,2%. Em terceiro est o tratamento e a disposio dos efluentes lquidos tratados com 8,0% de participao. Em conjunto essas trs subcategorias respondem por 95,4% dos lanamentos nesse meio.

    2.2.5. Liberaes no meio solo As liberaes no solo mostradas na Tabela 2.6, vm de duas fontes, a maior participao de incndios e queima de resduos ao ar livre, acidentais ou no com 54%, seguida da queima ao ar livre de biomassa com 46%, totalizando ento 100% das liberaes neste meio.

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    Tabela 2.1. Classificao geral das liberaes totais, segundo inventrio, em 2008

    Posio Grupo

    segundo Toolkit

    Fonte Total g-TEQ % %

    Acumulada

    1 2 Sinterizao do minrio de ferro 406,2 18,17 18,17 2 6 Queima ao ar livre biomassa 336,5 15,06 33,23 3 7 Industria do couro 253,5 11,34 44,57 4 2 Usinas de ferro/ao 187,7 8,40 52,97 5 6 Incndios e queima de resduos, acidentais ou no 172,5 7,72 60,69 6 2 Produo de alumnio 151,8 6,79 67,48 7 9 Esgoto e tratamento de esgoto 104,5 4,68 72,15 8 1 Incinerao de resduos de servios de sade 76,3 3,41 75,56 9 9 Chorume de aterros 65,7 2,94 78,50

    10 7 Produo de celulose e papel* 63,8 2,85 81,35 11 9 Compostagem 53,1 2,38 83,73 12 7 Industria txtil 52,1 2,33 86,06 13 4 Produo de Cal 37,4 1,67 87,73 14 3 Termeltricas a biomassa 33,3 1,49 89,22 15 2 Produo de cobre 25,3 1,13 90,36 16 2 Recuperao trmica de fios e cabos eltricos 24,5 1,10 91,45 17 7 ECD(dicloroetileno)/VCM/PVC 21,5 0,96 92,41 18 1 Incinerao de resduos slidos perigosos 21,4 0,96 93,37 19 2 Produo de coque 19,9 0,89 94,26 20 2 Fundies de ferro e ao 18,0 0,81 95,07 21 3 Aquecimento e cozimento domsticos com biomassa 17,3 0,77 95,84 22 4 Produo de Tijolos 15,1 0,67 96,52 23 2 Produo de zinco 14,7 0,66 97,17 24 1 Incinerao de resduos slidos municipais 13,9 0,62 97,79 25 9 Disposio em guas superficiais 9,9 0,45 98,24 26 4 Fornos de Cimento 9,1 0,41 98,65 27 2 Produo de chumbo 5,4 0,24 98,89 28 4 Processamento de leo de Xisto 4,9 0,22 99,11 29 5 Motores c/ queima de leo pesado 4,3 0,19 99,30 30 8 Defumao 3,5 0,16 99,46 31 5 Motores diesel 3,0 0,14 99,60 32 4 Produo de concreto Asfltico 2,4 0,11 99,70 33 3 Termeltrica a combustvel fssil 2,1 0,09 99,80 34 4 Produo de Cermica 1,3 0,06 99,86 35 2 Trituradores (Shredders) 0,9 0,04 99,90 36 5 Motores de 4 tempos (a gasolina) 0,7 0,03 99,93 37 3 Aquecimento e cozimento domstico, combustveis fosseis 0,5 0,02 99,95 38 4 Produo de Vidro 0,4 0,02 99,97 39 5 Motores de 2 tempos (a gasolina) 0,3 0,01 99,98 40 8 Crematrios 0,1 0,01 99,99 41 2 Produo de magnsio 0,1 0,003 99,99 42 2 Unidade de galvanizao a quente (a fogo) 0,1 0,003 100,00 43 3 Queima de biogs de aterros 0,04 0,002 100,00 44 7 Refinarias de petrleo 0,03 0,001 100,00 45 8 Tabagismo 0,01 0,0005 100,00

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    Tabela 2.2 Emisso absoluta e participao relativa (%) das fontes por subcategoria, na emisso de PCDF/PCDF no ar, em 2008

    Ordem Fonte g-TEQ/ano %1 Sinterizao do minrio de ferro 390,6 33,4 2 Queima ao ar livre - biomassa 300,2 25,7 3 Incendios e queima de resduos ao ar livre, acidentais ou no 129,8 11,1 4 Incinerao de resduos de servios de sade 67,6 5,8

    5 Usinas de ferro/ao 57,9 5,0 6 Produo de Cal 37,4 3,2 7 Produo de alumnio 28,1 2,4 8 Recuperao trmica de fios e cabos eltricos 24,5 2,1 9 Termeltricas a biomassa 22,9 2,0

    10 Produo de coque 19,5 1,7 11 Aquecimento e cozimento domsticos com biomassa 17,2 1,5 12 Produo de zinco 14,7 1,3 13 Produo de cobre 10,2 0,9

    14 Fundies 10,2 0,9 15 Fornos de Cimento 9,1 0,8 16 Produo de Tijolos 5,6 0,5 17 Incinerao de resduos slidos municipais 4,8 0,4 18 Motores a leo pesado 4,3 0,4

    19 Motores diesel 3,0 0,3 20 Produo de celulose e papel 2,4 0,2 21 Produo de Cermica 1,3 0,1 22 Termeltrica a combustivel fssil 1,1 0,1

    Outros 5,9 0,5

    Total 1.168,3 100,0

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    Tabela 2.3 Liberao absoluta e participao relativa (%) das fontes, por subcategoria, na emisso de PCDF/PCDF no resduo, em 2008

    Ordem Fonte g TEQ/ano %1 Usinas de ferro e ao 129,8 23,8

    2 Produo de alumnio 123,7 22,63 Disposio de esgoto e tratamento de esgoto 102,7 18,8

    4 Chorume de aterros 65,3 12,05 Incinerao de resduos slidos perigosos 20,9 3,8

    6 Sinterizao do minrio de ferro 15,7 2,97 Produo de cobre 15,1 2,88 Produo de celulose e papel 14,4 2,6

    9 Termeltricas a biomassa 10,4 1,910 Incinerao de resduos slidos municipais 9,1 1,7

    11 Incinerao de resduos de servios de sade 8,7 1,612 Fundies 7,9 1,4

    13 Indstria qumica 6,9 1,314 Processamento de leo de Xisto 4,7 0,915 Produo de chumbo 4,6 0,8

    16 Defumao 2,7 0,517 Produo de concreto Asfltico 2,0 0,4

    18 Temeltrica a combustivel fssil 1,0 0,2Demais fontes 0,7 0,1

    Total 546,4 100,0

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    Tabela 2.4 Liberao absoluta e participao relativa (%) das fontes na emisso de PCDF/PCDF no produto, em 2008

    Tabela 2.5 Liberao absoluta e participao relativa (%) das fontes, na emisso de PCDF/PCDF nas guas, em 2008

    Ordem Fonte g TEQ/ano %

    1 Produo de celulose e papel 10,1 43,9 2 Disposio de efluentes no tratados em guas superficiais 9,9 43,2 3 Tratamento e disposio de esgoto tratado 1,8 8,0 4 Produo de coque 0,4 1,8 5 Indstria qumica 0,4 1,7 6 Chorume de aterros 0,3 1,4 Total 23,0 100,0

    Tabela 2.6 Liberao absoluta e participao relativa (%) das fontes, por subcategoria, na emisso de PCDF/PCDF no solo, em 2008

    Ordem Fonte g TEQ/ano %

    1 Incndios e queima de resduos ao ar livre, acidentais ou no 42,7 54,0 2 Queima ao ar livre de biomassa 36,3 46,0

    Total 79,0 100

    Ordem Fonte g TEQ/ano %1 Indstria do couro 253,5 60,6

    2 Compostagem 53,1 12,7

    3 Indstria txtil 52,1 12,44 Produo de celulose e papel 36,9 8,8

    5 Indstria qumica 13,9 3,36 Produo de Tijolos 8,9 2,1

    7 Processamento de leo de Xisto 0,2 0,0Total 418,6 100,0

  • 3. Melhores Tcnicas Disponveis e Melhores Prticas Ambientais 3.1 Aplicao de BAT/BEP segundo a Conveno de Estocolmo De acordo com a Conveno de Estocolmo sobre Poluentes Orgnicos Persistentes, as Partes devem promover, e em alguns casos requerer, o emprego das melhores tcnicas disponveis, e promover a aplicao das melhores prticas ambientais. Em resumo, cada Parte deve: Desenvolver, no prazo de dois anos, a partir da data de entrada em vigor da Conveno, um plano de ao (nacional ou regional), onde as liberaes de substncias qumicas listadas no Anexo C da Conveno so identificadas, caracterizadas e combatidas; o plano deve incluir inventrios de fontes e levar em considerao as categorias de fontes identificadas nas Partes II e III do Anexo C (subpargrafo(a) do Artigo 5); Para novas fontes:

    Promover e, de acordo com o cronograma de implementao do plano de ao, requerer a utilizao das melhores tcnicas disponveis dentro das categorias de fonte identificadas como necessitadas de tal ao, com especial enfoque inicial em categorias de fonte identificadas na Parte II do Anexo C; a obrigao do uso das melhores tcnicas disponveis para as categorias fonte da Parte II deve ser implementada assim que possvel, e no mais tardar em quatro anos aps a entrada em vigor da Conveno para a Parte (subpargrafo (d) do Artigo 5);

    Promover para as categorias acima identificadas, o uso das melhores prticas ambientais (subpargrafo(d) do Artigo 5);

    Promover, de acordo com o plano de ao, as melhores tcnicas disponveis e as melhores prticas ambientais dentro das categorias fonte, tais como as listadas na parte III do Anexo C, para as quais a Parte no tenha abordado anteriormente (subpargrafo(e) (ii), do Artigo 5);

    Para fontes existentes:

    Promover, de acordo com o plano de ao, a utilizao das melhores tcnicas disponveis e das melhores prticas ambientais para categorias de fonte listadas na parte II do Anexo C, e para as categorias de fonte listadas na Parte III do Anexo C(subpargrafo(e) (i) do Artigo 5).

    Ao aplicar as melhores tcnicas disponveis e as melhores prticas ambientais para o acima exposto, as Partes devem levar em considerao as orientaes gerais sobre preveno e medidas de reduo de liberaes presentes no Anexo C e as diretrizes sobre melhores tcnicas disponveis e melhores prticas ambientais a serem adotadas por deciso da Conferncia das Partes (ver subpargrafo(d) e (e) do Artigo 5).

    A Conferncia das Partes da Conveno de Estocolmo, em sua primeira reunio, realizada em Punta del Este, Uruguai, de 2 a 6 de maio de 2005, em sua deciso SC-1/19, estabeleceu um Grupo de Especialistas em Melhores Tcnicas Disponveis e

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    Melhores Prticas Ambientais com um mandato para realizar trabalhos futuros para a melhoria e fortalecimento, onde fosse necessrio, da "minuta do guia sobre as melhores tcnicas disponveis e guia sobre as melhores prticas ambientais, pertinentes ao Artigo 5 e no Anexo C da Conveno"1, como consta no documento UNEP/POPS/COP.1/INF/7. Em sua terceira reunio, celebrada em Dacar, Senegal, de 30 de abril a 4 de maio de 2007, a Conferncia das Partes da Conveno de Estocolmo, de acordo com a deciso SC-3/5, adotou a minuta revisada de diretrizes sobre melhores tcnicas disponveis e orientao provisria sobre melhores prticas ambientais, e convidou as Partes e outras entidades a transmitir ao Secretariado suas observaes sobre a experincia na aplicao da minuta revisada de diretrizes. De acordo com o Artigo 5 da Conveno, as diretrizes e orientaes, adotadas por deciso da Conferncia das Partes, devem ser levadas em considerao durante a aplicao das melhores tcnicas disponveis e das melhores prticas ambientais, nos termos dos subpargrafos(d) e (e), do Artigo 5. Estas diretrizes e orientaes tambm devem ser utilizadas para auxiliar os tomadores de deciso nacionais na implementao dos planos de ao e outras aes relacionadas s obrigaes estipuladas no artigo 5 e no Anexo C. 3.2 Formao de Dioxinas e Aplicao de BAT/BEP A formao de dioxinas e furanos clorados em processos trmicos est relacionada aos seguintes elementos (BAT-BEP Guide): Carbono, oxignio, hidrognio, e cloro, tanto elementar, orgnico ou inorgnico so necessrios.

    As variveis conhecidas como partcipes na formao trmica so:

    Tecnologia: PCDD/PCDF podem ser formados tanto em processos de combusto pouco eficiente ou em cmaras de ps-combusto sistemas de controle da poluio do ar mal operados ou mal mantidos. Os sistemas de combusto variam desde muito simples e muito pouco eficientes, como em queima ao ar livre, a aqueles muito melhorados e bem complexos, como a incinerao que usa as melhores tcnicas disponveis;

    Temperatura: esses compostos se formam nas zonas de ps-combusto ou em sistemas de controle da poluio do ar a temperaturas na faixa de 200oC a 650oC, sendo a faixa de maior formao entre 200oC e 450oC, com o mximo de formao a 300oC;

    Metais: cobre, ferro, zinco, alumnio, cromo e mangans so reconhecidos como agentes catalisadores de reaes de formao D/F, clorao ou desclorao;

    Enxofre e nitrognio: enxofre e alguns produtos qumicos que contem nitrognio inibem a formao de D/F, mas podem dar origem a outros produtos no formados intencionalmente;

    Cloro: precisa estar presente nas formas orgnica, inorgnica ou elementar. Sua presena em cinzas volantes ou na forma elementar na fase gasosa pode ser especialmente importante;

    PCB: so tambm precursores da formao de PCDF. Em princpio, a reduo da emisso de D/F pode ser alcanada com os seguintes processos de tratamento de efluentes gasosos: ps-queimadores, sistemas de

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    apagamento (resfriamento) rpido, sistemas de remoo de partculas, processos de lavagem, processos de soro e oxidao cataltica.

    Na comparao entre tcnicas de tratamento de emisses, verifica-se que sistemas com filtro-manga ou precipitador j em funcionamento podem ser complementados com adio de sistema de injeo de carvo ativado no fluxo gasoso, o que propicia a reduo tambm de emisses de D/F. O custo adicional neste caso vem do armazenamento, transporte, injeo e disposio do material adsorvente. D/F podem ser destrudas por oxidao cataltica. Por exemplo, um sistema cataltico seletivo para tratar NOx pode ser utilizado para este propsito. O custo adicional provem do aumento da superfcie cataltica pela adio de uma ou duas camadas de catalisador para atingir concentraes abaixo de 0,1 ng-ITEQ/Nm3. Em adio remoo ou destruio de D/F, outros poluentes como os metais pesados, partculas e poluentes orgnicos tero reduo na emisso. No Quadro 2.1 apresentada uma comparao entre os vrios sistemas de remoo de D/F. Quadro 2.1. Comparao entre sistemas de remoo de D/F

    Sistema Eficincia de Remoo de D/F Co-benefcios

    Ciclone Baixa eficincia Remoo de poeiras grosseiras Precipitador Eletrosttico Baixa eficincia Destinado remoo de partculas Filtro-Manga Mdia eficincia Destinado remoo de partculas

    Lavador (scrubber mido) Mdia eficincia Destinado remoo de partculas e gases cidos Apagamento (quenching) seguido de lavador de alta eficincia

    Mdia a alta eficincia

    Reduo simultnea de poeiras, partculas em geral, HCl, HF, metais pesados e SO2

    Ps-queimador Alta eficincia Sem resduos, mas apagamento (resfriamento) rpido dos gases se torna necessrio

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    4. Aplicao de BAT/BEP, Situao no Brasil e Estratgia de Reduo

    Neste captulo sero descritas as melhores tecnologias disponveis (BAT) e as melhores prticas disponveis (BEP) conforme Guia BAT/BEP da UNEP (2007), e de outras referncias selecionadas, aplicveis s fontes inventariadas, bem como a situao nacional da respectiva fonte em relao legislao nacional aplicvel. Por fim, apresentada a proposta de estratgia de reduo das emisses. Optou-se pela apresentao na sequencia da relevncia da fonte em termos de liberao segundo o Inventrio Ano-Base 2008 (MMA 2013).

    4.1. Sinterizao

    A liberao total estimada desta fonte foi de 406,2 g-TEQ/ano e participao geral de 18,17%, com 96% de lanamento no ar e 4% nos resduos. Ocupa a 1a posio no ranking de emisses. Instalaes de sinterizao na indstria do ferro e do ao so uma fase de pr-tratamento na produo de ferro pelo qual partculas finas de minrio de ferro e, em algumas plantas, resduos secundrios de xido de ferro (poeiras recolhidas, carepa) so aglomerados pela combusto. A sinterizao envolve aquecimento do minrio de ferro fino com fluxo e finos de coque ou carvo para produzir uma massa semiderretida que solidifica em partes porosas de sinter com as caractersticas de tamanho e resistncia necessrias para alimentao no alto-forno.

    Substncias qumicas includas no Anexo C da Conveno parecem ser formados no processo de sinterizao de ferro, principalmente via sntese de novo. Os PCDF geralmente tem presena dominante em termos de concentrao nos gases residuais de plantas de sinterizao. O mecanismo de formao de PCDD/PCDF parece comear nas regies superiores do leito sinterizao logo depois da ignio, e, em seguida, as dioxinas, furanos e outros compostos condensam em pontos mais frios da carga medida que a camada de material avana ao longo da linha de sinterizao para o ponto de queima.

    O Guia BAT/BEP (UNEP 2007), na produo de ao primrio (usinas siderrgicas), se preocupa principalmente com as unidades de sinterizao, importante fonte de formao e liberao de PCDD e PCDF. 4.1.1 Medidas para reduo/minimizao de liberaes

    As medidas primrias identificadas para impedir ou minimizar a formao de PCDD/PCDF durante sinterizao de ferro incluem a operao estvel e consistente da planta de sinterizao, contnua monitorizao de parmetros, a recirculao de gases residuais, a minimizao da quantidade de matrias-primas contaminadas com poluentes orgnicos persistentes ou contaminantes que levam formao desses poluentes, e preparao do material de alimentao.

    As medidas secundrias identificadas para controlar ou reduzir as emisses de PCDD/PCDF na sinterizao incluem adsoro/absoro (por exemplo, a injeo de carvo ativado), supresso da formao usando a adio de ureia, e elevada eficincia de remoo de partculas, bem como tratamento por lavadores de gases residuais, combinados com tratamento eficaz das guas residuais e eliminao de lodo do tratamento em aterros adequados.

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    Nveis de PCDD/PCDF em emisses atmosfricas associados com melhores tcnicas disponveis e melhores prticas ambientais, para uma planta de sinterizao de ferro, resultam em emisses

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    TEQ/Nm3, constitudo de injeo de material adsorvente no fluxo, antes do precipitador eletrosttico, e conversor cataltico aps o precipitador eletrosttico.

    Figura 4.1 Sistema de remoo de PCDD/PCDF na exausto primria de processos de sinterizao, segundo Guia IPPC. Fonte: Kersting 1997; Philipp 1988, apud EC 2001

    1 - Mesa de sinterizao. 2 ponto de ignio. 3 Fluxo gasoso do efluente da sinterizao. 4 - Ponto de injeo do adsorvente no fluxo. 5- Estao dosadora de adsorvente. 6 - Tanque de alimentao de adsorvente. 7 - Dispositivo de enchimento do tanque. 8 Sada do p coletado no PE. 9 Precipitador eletrosttico (PE). 10 Ponto de medio da concentrao de p na sada do PE. 11 Ventilador exaustor. 12 Ponto de medio da composio do gs. 13 - Conversor cataltico de oxidao. 14 Ponto de medio de emisso de PCDD/PCDF. 15 Chamin 4.1.2 Situao das unidades de sinterizao no Brasil O Instituto Ao Brasil (IABr 2010) fez uma apresentao para o CONAMA, denominada Proposio de limites mximos de emisso de poluentes atmosfricos de fontes fixas existentes para a indstria siderrgica em nvel nacional: Justificativa tcnica quando da fixao de limites de emisso para fontes fixas existentes. Nesta apresentao constam estatsticas e informaes gerais e tcnicas sobre a produo de ao no Brasil. Com relao sinterizao, os seguintes dados so importantes: a sinterizao no Brasil utiliza basicamente precipitador eletrosttico para o sistema primrio, e precipitador eletrosttico e, em menor escala, filtro-manga para remoo de partculas do fluxo gasoso, no sistema secundrio As duas maiores usinas integradas nacionais possuem unidades de sinterizao, sendo que a Arcelor Mittal de Tubaro ES apresenta produo de 3 milhes de toneladas de ao bruto por ano, e Gerdau-Aominas - MG com 2,7 milhes de toneladas de ao bruto por ano, produes essas que, no conjunto, respondem por 94% da produo de ao bruto de usinas integradas brasileiras que possuem unidades de sinterizao. A Arcelor utiliza o precipitador eletrosttico tanto no sistema primrio como no secundrio, enquanto a Gerdau utiliza precipitador eletrosttico no sistema primrio e, no secundrio, um misto de precipitador eletrosttico e filtro-manga. Para as emisses atmosfricas de PCDD/F nesta fonte o importante o sistema primrio de tratamento de emisses e portanto, no Brasil, a tecnologia prevalente o precipitador eletrosttico. O documento do IABr argumenta que as unidades mais antigas so menos eficientes no que diz respeito a remoo de particulados do fluxo gasoso, conforme Figuras 4.2 e 4.3. No entanto, as duas maiores usinas acima mencionadas podem ser consideradas recentes, sendo que a primeira instalou a unidade de sinterizao em 1983 e a segunda

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    em 1986. As mais antigas unidades de sinterizao so da CSN, de 1956, e do Sistema Usiminas, de Minas Gerais, de 1963.

    Um fator importante para reduzir a formao de PCDD/F a diminuio do uso de resduos. No Brasil a reciclagem alta conforme IABr (2010) p. 12, o que pode interferir na resistividade das partculas e na estabilidade de funcionamento do equipamento, e em consequncia reduzir a eficincia de coleta do precipitador eletrosttico. O fato de uso intensivo de resduos bom do ponto de vista ambiental, pois reduz a quantidade a ser disposta/tratada. Assim, as dois objetivos devem ser colimados, com a seleo de resduos que no contenham cloro para uso na sinterizao e os demais devem ento ter destino adequado.

    O documento do IABr (2010) comenta que o contedo de cloro tambm tem aumentado no minrio devido ao envelhecimento das minas de minrio.

    Contribui tambm para reduzir a eficincia dos precipitadores o teor de sais resistivos (Na2O e K2O, Cl_ e F) nas matrias primas. Com a maior explorao das minas de minrio de ferro (minas esto ficando mais velhas), o teor de sais resistivos (Na2O e K2O, Cl_ e F) nas matrias primas aumenta e isto leva uma menor eficincia de coleta dos precipitadores. (IABr 2010 p. 31)

    Figura 4.2 Emisso de material particulado na captao primria de duas unidades de sinterizao no Brasil, conforme data de implantao da unidade. Fonte: IABr (2010)

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    Figura 4.3 Emisso de material particulado na captao secundria de duas unidades de sinterizao no Brasil, conforme data de implantao da unidade. Fonte: IABr (2010)

    A emisso mdia atual no Brasil deve estar em valor intermedirio entre 20 ug TEQ/t e 5 ug TEQ/t, com concentrao resultante na sada do precipitador eletrosttico entre 2,5 ng-TEQ/Nm3 e 10 ng-TEQ/Nm3. Os valores mais baixos verificados, com a aplicao de BAT/BEP, resultaram em emisso na sada do sistema de 0,2 ng-TEQ/Nm3 (Toolkit 2012 (UNEP 2013) ). Para atingir este valor as medidas tomadas foram: a) baixo uso de resduos; b) mudana na tecnologia e na operao da planta; c) diminuio do volume de gases a serem tratados; d) Adsoro em carvo ativado (injetado ou sistema regenerativo) ou lavador de mltiplos estgios, com tratamento do efluente lquido; e) Eficiente sistema de remoo de material particulado, sendo o filtro-manga o que atinge menores valores de emisso de partculas.

    4.1.3 Legislao Nacional Aplicvel A legislao de poluio do ar federal estabelece Padres de Emisso na chamin tanto para fontes fixas novas como para as existentes. Esses padres foram fixados pelas resolues do CONAMA nos. 382/2006 (fontes fixas novas) e 436/2011 (fontes fixas existentes at 2006). Entre os poluentes relacionados com dioxinas e furanos est o material particulado, no havendo meno especfica a estes poluentes ou a outros orgnicos persistentes. Para Sinterizao os seguintes limites foram estabelecidos:

    Sistema Primrio de Despoeiramento (Fontes novas e existentes) MP = 70 mg/Nm3 base seca; SO2 = 600 mg/Nm3 base seca; NOx = 700 mg/Nm3 base seca.

    Sistema Secundrio de Despoeiramento (Fontes novas e existentes) MP = 70 mg/Nm3

    O prazo estabelecido para fontes existentes foi de 7 anos para atendimento do limite de material particulado e de 3 anos para os limites de SO2 e NOx. Tambm deve ser dada ateno legislao sobre dioxinas e furanos para efluentes

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    lquidos, caso sejam utilizados sistemas midos para reduo da emisso dessas substncias e tambm a legislao referente a resduos.

    A Resoluo CONAMA no. 430 de 13 de maio de 2011 fixa limites de emisso para efluentes industriais e de esgotos sanitrios. No artigo 8 ela estabelece que vedado, nos efluentes, o lanamento de Poluentes Orgnicos Persistentes POPs, observada a legislao em vigor. No caso especfico de dioxinas e furanos fixado, no seu pargrafo nico, o seguinte: Nos processos nos quais possam ocorrer a formao de dioxinas e furanos dever ser utilizada a tecnologia adequada para a sua reduo, at completa eliminao Um valor de referncia inicial para efluentes lquidos o resultante de melhores tcnicas disponveis para as descargas de guas residuais das unidades de tratamento de efluentes, que receberam recebem resduos do tratamento de efluentes atmosfricos da combusto, que so associados a concentraes de PCDD/PCDF bem abaixo de 0,1 ng-TEQ/L. Com relao aos resduos slidos, estes devero ser classificados de acordo com as normas da ABNT (NBR10004) para verificar a forma de disposio e/ou tratamento necessrios. Neste caso especfico os resduos devem ser dispostos conforme exigncias para Resduos Classe I Perigosos. 4.1.4 Estratgia de Reduo Para fontes existentes a estratgia de reduo pode comear pela aplicao de medidas de melhores prticas ambientais e monitoramento da fonte para verificar sua evoluo. Os resduos devem ter destinao segundo as normas da ABNT, considerando Resduo Classe I Perigosos. Com relao a fontes novas, estas devem se adequar s exigncias de BAT/BEP, alm de monitoramento sistemtico das emisses.

    As melhores prticas ambientais se referem ao controle do processo, no uso de resduos contaminados como insumo do processo, bem como controle fino do sistema de coleta de material particulado. As duas resolues CONAMA que estabeleceram padres de emisso de Material Particulado para esta fonte (Resolues 382/2006 e 430/2011) fixaram valores de emisso aqum da melhor tecnologia prtica disponvel, que seria da ordem de 30 mg/Nm3 base seca, com o uso de filtro-manga, contra 70 mg/Nm3 base seca de valor fixado nas duas resolues. Assim, pode-se resumir a estratgia como:

    a) Adoo de melhores prticas ambientais (BEP) tanto em unidades existentes como nas novas. Para as unidades existentes dever ser fixado prazo consistente para o seu atendimento, por exemplo, 3 anos. b) Adoo melhor tecnolgica prtica disponvel para tratamento das emisses, com fixao de limite de emisso para a atmosfera de 0,2 ng-TEQ/Nm3, para fontes novas. c) Para as unidades existentes dever ser, no futuro, fixado Padro de Emisso com prazo consistente para o seu atendimento. O valor do padro seria condizente com o resultado do monitoramento e pode-se pensar em valores da ordem de 0,5 a 2,5 ng-TEQ/Nm3 para estas fontes. c) Exigncia de monitoramento sistemtico das emisses (ar, gua e resduos), de acordo com mtodos normatizados, com fixao de frequncia mnima de realizao. Os relatrios com os resultados das medies devem ser enviados ao rgo ambiental logo aps a concluso das coletas e anlises laboratoriais.

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    4.2 Queima de Biomassa ao Ar Livre

    A liberao total estimada desta fonte foi de 336,5 g-TEQ/ano e participao geral de 15,06%, com 89,3% de lanamento no ar e 10,7% no solo. Ocupa a 2a posio no ranking de emisses.

    A queima de biomassa ao ar livre, segundo Inventrio Ano-Base 2008, est em segundo lugar nas emisses totais e tambm nas liberaes para a atmosfera. Dentro da categoria merecem destaque a Classe 1 Incndios florestais, e a Classe 2 Queima de canaviais, sendo que ambas em conjunto responderam por 98% das liberaes na Subcategoria 6a do Toolkit (renomeada como categoria 6a ao invs de subcategoria, conforme Toolkit 2012 (UNEP 2013) ).

    4.2.1 Incndios florestais

    Incndios florestais podem ser eventos naturais ou antrpicos, sendo este ltimo o que mais frequente no Brasil e so resultantes de atividade ilegal. A participao desta classe no total de liberaes foi de 65% no ano base 2008. A evoluo das queimadas no Brasil est mostrada na Figura 4.4, conforme dados do INPE, que mostra aumento do nmero de focos de queimadas em 2012. Portanto, verifica-se que h necessidade de ao sobre esta atividade para reduzir o nmero de focos de queimadas e consequente reduo das liberaes por esta fonte. Importante neste processo a considerao a respeito de uso de agrotxicos e pesticidas clorados que vo potencializar a formao de dioxinas e furanos. Por exemplo, reas onde houve aplicao de DDT para combate malria so regies potenciais para maior formao de D/F caso haja incndios ou queimadas.

    Figura 4.4 Nmero de queimadas registradas por satlite de 2006 a 2012. Fonte: INPE

    Outra situao a aplicao de inseticidas, pesticidas, herbicidas etc clorados em vrios tipos de plantaes. As plantaes algodo, caf, cana-de-acar, citros e cana por exemplo utilizam o herbicida clorado Diuron.1 Estudos esto verificando sua

    1 NORTOX. Disponvel em

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    eficcia em plantaes de mamona tendo em vista o uso de sua semente para produo de biodiesel.2

    4.2.2 Queima de canaviais

    Esta fonte, segundo a reviso de 2010 do Toolkit, aprovada pela COP5 em abril de 2011, foi colocada em destaque com relao s queimadas em plantaes agrcolas. A queima em canaviais antes da colheita ocorre por algumas razes, uma delas para a eliminao de folhas, que so muito cortantes e com perigo de causar ferimento aos trabalhadores, ento a queimada visaria primeiramente eliminar esse. Outra razo a eliminao de ataque por animais peonhentos. Essas aes facilitam o corte da cana e aumentam a produtividade do trabalhador e portanto a produtividade da colheita manual. No entanto, a prtica est condenada pelos riscos e malefcios que traz sade ao trabalhador e ao meio ambiente. Nos estados de Gois, Minas Gerais, e So Paulo j foram assinados protocolos agroambientais com a indstria canavieira para erradicar essa prtica em curto perodo de tempo. O Centro-Sul a regio onde esto praticamente 81% das usinas do Pas, responsvel pela produo de 88,8% da cana-de-acar, 86,4% de acar e 91,3% de todo o etanol brasileiro.3 No estado de So Paulo o acordo entre o governo do estado e usineiros prev a eliminao at 2014. Inicialmente a Lei 11241/2002 previa a eliminao da queima at 2031 (2021 para reas mais facilmente mecanizveis (declividade menor que 12% ou reas maiores que 150 ha e 2031 para as demais)4 A colheita mecanizada, sem queima, do ponto de vista agronmico, apresenta aspectos positivos, como maior proteo do solo contra eroso e reduo da poluio ambiental. Este modelo de colheita possibilita, ainda, melhorias nas caractersticas tecnolgicas com a diminuio das impurezas minerais.5 Esta nova situao permite prever uma rpida queda nas emisses por esta fonte nas regies onde o acordo existe, sendo conveniente estender essa prtica para todas as regies do pas, alm de monitorar a sua evoluo. O INPE monitora especialmente as plantaes de cana de acar (CANASAT). A Tabela 4.1 mostra a evoluo do total colhido com e sem queima, desde 2006.

    2 Severino, LS. Herbicida diuron aplicado em pr-emergncia e sobre as folhas da mamoneira. 2 Congresso Brasileiro de Mamona. 3 Compromisso nacional para Aperfeioar as Condies de Trabalho na Cana-de-Acar Secretaria Geral da Presidncia da Repblica. Disponvel em http://www.secretariageral.gov.br/.arquivos/publicacaocanadeacucar.pdf (10.05.2013) 4 lei n 11.241, de 19 de setembro de 2002. (D.O.E.; Poder Executivo, Seo I, So Paulo, 112 (180), sexta-feira, 20 de setembro de 2002, p. 2) 5 Rosseto, R. Disponvel em http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_92_22122006154841.html

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    Tabela 4.1 rea colhida crua, com queima e total colhido no Estado de So Paulo. Fonte: INPE/CANASAT

    Ano crua (ha) crua (%) queima (ha) queima (%) total (ha) 2006 1.110.120 34,2 2.131.990 65,8 3.242.110 2007 1.764.992 46,6 2.025.448 53,4 3.790.440 2008 1.924.075 49,1 1.997.630 50,9 3.921.705 2009 2.266.403 55,6 1.810.531 44,4 4.076.934 2010 2.627.025 55.6 2.101.110 44,4 4.728.135 2011 3.125.619 65,2 1.670.521 34,8 4.796.140 Fonte: INPE/CANASAT, modificado. Disponvel em: acesso em 10.05.2013.

    4.2.3 BAT/BEP

    A queima a cu aberto de biomassa s descrita de forma muito breve no Guia BAT/BEP da UNEP (2007). Algumas das recomendaes na orientao geral so relevantes para a queima de biomassa, incluindo a queima se restringir a limpeza, material seco, evitando contaminantes especficos, como plsticos clorados, metais e produtos qumicos agrcolas, bem como a aplicao das prticas de gesto dos resduos ambientalmente, incluindo no desperdiar, reutilizao ou reciclagem, e minimizao de resduos. Outras recomendaes especficas incluem um planejamento cuidadoso de queimadas prescritas, operando dentro de condies climticas especficas. Desmatamento por queimadas no deve ser permitido, mas apenas se o for, deve ser de acordo com as disposies especficas constantes de regulamentos, com autorizao prvia. Devendo ser proibido durante determinados pocas de condies atmosfricos e desfavorveis. 4.2.4 Estratgia de reduo a) Estender a todo o pas os protocolos agroambientais com a indstria canavieira, para erradicar essa prtica em curto perodo de tempo. b) Proibir o uso de queimada em reas onde foram aplicados ou esto sendo aplicados agrotxicos clorados, como o caso da agricultura que se utiliza do Diuron. c) Estabelecer acordos com o Corpo de Bombeiros de todo o pas para a preveno e o combate s queimadas e incndios em edificaes e veculos, realizando treinamento especficos de conscientizao para os POPs e de capacitao para a coleta de dados importantes a serem utilizados nas estatsticas de liberao dessas substncias, em especial as dioxinas e furanos.

    d) Deve-se combater as queimadas urbanas. Os rgos ambientais, a polcia e o Corpo de Bombeiros so importantes aliados para ao conjunta de combate s queimadas urbanas. A comunidade tambm deve ser envolvida no processo. Todos as ocorrncias devem ser registradas e deve ser levantado o montante queimado no caso de ocorrncia do evento. e) O uso do monitoramento via satlite com a poio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o que pode auxiliar muito na deteco de focos de queimadas e seu

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    combate. As prefeituras ou as Unidades da Federao devem estabelecer acordos com o rgo. Detectada a ocorrncia de foco de incndio ou queimada ilegal, o responsvel legal pela rea deve ser comunicado e as devidas providncias de extino e legais devem ser tomadas. f) O processo educativo e de conscientizao deve estar sempre presente nessas aes para potencializar seus efeitos prticos. Os rgos, entidades e agricultores devem ser envolvidos e ouvidos no processo de forma a verificar as dificuldades e possibilidades de introduo das medidas sugeridas. g) A queimada em reas onde houve aplicao de substncias cloradas deve ser considerada de maior gravidade em toda legislao a ser estabelecida ou existente, de forma a punir os infratores de forma mais contundente. 4.3 Indstria do Couro

    A liberao total estimada desta fonte foi de 253,5 g-TEQ/ano e participao geral de 11,34%, com 100% no produto. Ocupa a 3a. posio no ranking de emisses. 4.3.1 Importncia do setor e origem do problema Dados da Food and Agriculture Organization (FAO), colocam o Brasil como o quinto maior produtor de couro de bovinos, atrs dos Estados Unidos, Rssia, ndia e Argentina, e possui o segundo maior rebanho do mundo. Sua participao no rebanho mundial de 11,2% e na produo total de couros,10,8%. A produo de couros bovinos, do total de couro produzido representa 66%. No ano de 2006 o Brasil exportou 44.400.000 peles e 796 milhes de pares de calados. Somando, o faturamento ultrapassou a marca de 4 bilhes de dlares sendo que os principais produtos fabricados foram, em relao a indstria de calados: cabedal de couro (49%), plsticos montados (41%), cabedal txtil (7%), injetados (2%) e outros (1%). E pela indstria de couros: Wet blue (58,19%), acabado (31,21%), crust (9,89%), salgado (0,72%). A produo brasileira de couro se concentra na regio Sul-Sudeste, que registra o maior nmero de curtumes e responsvel por cerca de 72% da produo total. Nos ltimos anos muitas indstrias migraram principalmente para a regio Centro-Oeste atradas pelos rebanhos e frigorficos, incentivos fiscais, mo-de-obra mais barata e exigncias menores de controle ambiental, o que resultou em um crescimento de 95% do rebanho entre 1990 e 1999, enquanto o Sudeste e o Sul registraram queda de 38% e 23%, respectivamente. (CETESB 2005)

    O Rio Grande do Sul produz 42% de calados e exporta 31,1% de couro, ocupando o primeiro lugar em termos nacionais. O estado de So Paulo o segundo maior produtor de calados com - 19% da produo nacional - e o segundo maior exportador de couro, com 30,8% de participao nacional.

    J em relao a exportao de calados o Rio Grande do Sul lidera o ranking nacional, exportando um total de 83,5% com So Paulo em 2 lugar com 8,7% (dados de 2000). De um modo geral, a cadeia coureiro-caladista de extrema importncia na economia brasileira, no s pelo volume de exportaes, mas tambm pela gerao de empregos (em torno de 550 mil).

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    A produo de couros tem um impacto significativo no meio ambiente. Os principais aspectos ambientais a ser considerados so os relativos ao consumo de gua, energia e uso de produtos qumicos: Consumo de gua: o volume utilizado pode variar mas em mdia, o consumo do setor brasileiro est estimado, segundo o Centro Tecnolgico de Couro, SENAI Rio Grande do Sul, em 25 30 m3 de gua/t pele salgada.

    Utilizao de produtos qumicos: solventes, agentes branqueadores, cromo, alguns produtos j proibidos em pases desenvolvidos devido sua alta toxicidade (DDT, hexaclorobenzeno, dieldrin), so exemplos de produtos qumicos utilizados nas diferentes etapas do processo produtivo. O conjunto de produtos qumicos utilizados no curtimento est mostrado do Quadro 4.1.

    Quadro 4.1 Produtos qumicos utilizados no curtimento por etapa do processo. Fonte: CETESB 2005.

    Apesar do uso de pentaclorofenol ter declinado, dados da Europa mostram que ele continua presente nos produtos. Portanto, a importao de couro ou de produtos de couro deve ser objeto de monitoramento/vigilncia. Tingimento e acabamento de produtos txteis e de couro so especificamente cobertos pelo Guia BAT/BEP, na qual observa-se que contaminao com PCDD e PCDF foi encontrada em ambos os produtos e seus artigos. A ocorrncia de PCDD/F nas indstrias txteis e couro devida ao uso de compostos clorados, em particular o pentaclorofenol e cloronitrofen, para proteger a matria-prima (por exemplo, algodo, l ou outras fibras e couro), e a utilizao de materiais corantes com dioxinas, por exemplo, ftalocianinas ou dioxazinas. Pequenas quantidades de PCDD/PCDF podem ser formadas durante o acabamento, e durante a incinerao de lamas geradas pelo processo.

    Existem alternativas aos pigmentos de corantes listados acima e aqueles listados no devem ser utilizados. Alternativas possveis ao pentaclorofenol e chloronitrofen

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    incluem 2 - (tiocianometiltio) benzotiazole (TCMTB), o-fenilfenol (OPP), 4-cloro-3-metilfenol (CMK), e 2-n-octil-4-isotiazolin-3-ona (OIT).

    4.3.2 Melhores Tcnicas e Melhores Prticas

    No que diz respeito as melhores tcnicas disponveis, a principal medida e a mais eficiente para prevenir a contaminao de txteis e artigos de couro com PCDD/PCDF seria no usar biocidas e corantes contaminados com dioxinas nas cadeias de produo. Alm disso, se qualquer um dos produtos qumicos acima mencionados estiverem sendo utilizados, deve ser dada preferncia aos lotes que contm baixas concentraes (por exemplo, produtos qumicos destilados ou purificados). Na medida do possvel, a queima de txteis, tapearias, produtos de couro e tapetes deve ser evitada para prevenir formao de PCDD/PCDF. Para evitar ou minimizar a formao e liberao de PCDD/PCDF quando da incinerao/queima de lamas de tratamento de guas residuais e de flotao, as melhores tcnicas disponveis devem ser aplicados conforme descrito na seo VI.D do Guia BAT/BEP, para caldeiras industriais. No entanto, outras tcnicas ambientalmente tambm devem ser exploradas.

    Uma vez que a ocorrncia de PCDD/PCDF nas indstrias txtil e do couro principalmente relacionada com a utilizao de produtos qumicos de dioxina contaminados, tais como pigmentos e corantes base de pentaclorofenol, a substituio destes produtos qumicos por outros livres de dioxina seria a alternativa. Por exemplo, na Alemanha, aps a eliminao de pentaclorofenol como conservante, foram utilizados os seguintes produtos qumicos:

    2 - (tiocianometiltio) benzothiazole (TCMTB; CAS Registry No. 21564-17-0); o-phenylphenol (OPP; CAS Registry No. 90-43-7);

    4-cloro-3-metilfenol (CMK; Registo CAS No. 59-50-7); 2-n-octil-4-isotiazolin-3-ona (OIT; Registo CAS No. 26530-26-1).

    Os produtos qumicos acima mencionados so avaliadas como menos perigosos para o ambiente do que o pentaclorofenol, mas eles no so inerentemente seguros totalmente. Produtos qumicos alternativos mais seguros devem ser explorados. Tanto quanto possvel, imprescindvel evitar a queima de txteis, estofados, tapearias, produtos de couro e carpete para evitar a formao de PCDD/PCDF. (UNEP 2007 - Guia BAT/BEP).

    4.3.3 Monitoramento

    No h nenhum indicador simples para identificar fibras contaminadas com dioxina, ls ou txteis. Vrias anlises confirmaram que no existe correlao entre as concentraes de pentaclorofenol e PCDD/PCDF em txteis, embora os padres de dioxinas deram fortes indcios de pentaclorofenol que deve ser a fonte. Estes resultados fazem sentido pois, como pentaclorofenol solvel em gua ele ser removido no processo de acabamento e nos processos finais de lavagem da roupa, enquanto o PCDD/PCDF ficam adsorvidos fibra e vo parar na indstria txtil. Para produtos de couro, na maioria dos casos, houve uma correlao qualitativa entre pentaclorofenol e PCDD/PCDF. A capacitao nacional deve ser construda/reforada para monitorar possveis fontes de PCDD/PCDF da indstria txtil e de couro, incluindo os produtos importados.

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    Mais orientao necessria para o monitoramento de pentaclorofenol em guas residuais. (UNEP 2007 Guia BAT/BEP)

    4.3.4 Estratgia de reduo

    Considerando que no h ocorrncia de contaminao no processo, e que ela surge pelo uso de insumos e matrias primas contaminadas, a melhor maneira de reduzir a liberao de D/F o no uso de insumos contaminados com PCDD/PCDF, em especial os pigmentos e corantes, bem como de matrias primas nas quais tenham sido aplicados substncias qumicas que possam estar contaminadas com dioxinas e furanos, como os biocidas. A ocorrncia de contaminao passar para o produto (couro) e alguns produtos qumicos contaminados iro para os efluentes lquidos. Assim, deve-se agir nos dois sentidos. Recomenda-se ento: a) Proibir o uso de produtos qumicos e matrias primas contaminadas com D/F;

    b) Monitorar efluentes lquidos para pentaclorofenol; c) Monitorar produtos para contaminao por PCDD/PCDF;

    d) Monitorar produtos importados para contaminao por PCDD/PCDF. O nvel limite deve ser o LD do mtodo utilizado, de preferncia com o uso da tcnica HRGC/HRMS, ou seja tcnicas de anlise de alta resoluo. Para fins de screening outras tcnicas podem ser utilizadas, como GC/MS-MS.

    Alm disso, uma cartilha com informaes e recomendaes indstria do couro seria muito importante para conscientizao quanto s vias de ocorrncia da contaminao, direcionando-a para produtos qumicos menos impactantes. 4.4 Usinas de Ferro/Ao

    Diversos processos so considerados neste item e sero descritos separadamente. A estratgia de reduo ser descrita ao final do item. 4.4.1 Fontes consideradas

    A liberao total estimada desta fonte foi de 187,7 g-TEQ/ano e participao geral de 8,4%, com 30,8% lanamento no ar e 69,2% nos resduos. Ocupa a 4a posio no ranking de emisses. Nesta categoria devem considerados tanto os fornos e alto-fornos de usinas integradas como os de usina no-integradas (produtores independentes, conhecidos como guseiros). A produo em alto-fornos de produtores independentes no foi considerada no entanto por no ter Fator de Emisso especfico. No caso do Brasil, os produtores independentes tem utilizado o carvo vegetal como insumo energtico e de reduo do minrio. A produo utilizada para enquadramento foi dividida da seguinte forma (ano-base 2008):

    a) Ferro-gusa em alto-fornos de usinas integradas: 26.529.000 t b) Ao refinado em usinas integradas: 25.231.000 c) Ao produzido em usinas semi-integradas: 8.485.000 t

    4.4.2 Aplicao de BAT/BEP e Situao no Brasil

    4.4.2.1 Produo primria de ao

  • 27

    No caso da produo primria de ao, o Guia BAT/BEP da UNEP (2007) est preocupado principalmente com o processo de sinterizao j discutido acima.

    Altos-Fornos:

    Nas usinas integradas o efluente gasoso do alto forno rico em monxido de carbono e submetido a limpeza (despoeiramento) para que o monxido de carbono possa ser aproveitado como combustvel no alto-forno ou em outras operaes na prpria usina. Para tanto, sistemas eficientes de despoeiramento tem sido empregados no Brasil (remoo primria por ciclones ou cmaras de sedimentao gravitacional, lavadores de mdia eficincia seguido de lavador de alta eficincia (lavador venturi) e eventualmente precipitador eletrosttico, que resultam em concentraes

  • 28

    Figura 4.5 Distribuio dos guseiros no Brasil

    Estratgia de reduo para altos-fornos

    a) Usinas Integradas

    As Resolues CONAMA que fixaram Padres de Emisso para Fontes Fixas novas e existentes (Resolues 382/2006 e 436/2011) no o fizeram para este tipo de fonte, somente para as integradas e mesmo assim somente para outras fontes e no especificamente para as emisses do alto-forno, provavelmente por causa do auto-interesse das empresas em obter altas eficincias de despoeiramento conforme comentado anteriormente e tambm porque a emisso se dar no processo de queima do gs do alto-forno. Neste tipo de fonte, com as medidas mencionadas, a emisso de PCDD/PCDF baixa como indica o prprio Toolkit 2010 (UNEP 2011), no necessitando outras medidas adicionais. b) Produtores independentes

    Em relao aos altos-fornos de produtores independentes (guseiros), recomenda-se uma maior ateno, pelas suas caractersticas muito prprias no pas, de forma a caracterizar suas emisses de dioxinas e furanos, para posterior fixao de limites de emisso e de medidas complementares de prticas ambientais. Neste caso ento recomenda-se exigncia de realizao de medies de PCDD/PCDF segundo metodologia aceita e o envio dos resultados ao rgo ambiental.

    3.4.2.2 Produo de ao secundria

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    A produo de ao secundria realizada nas unidades no-integradas e dedicam-se principalmente reciclagem de sucata ferrosa, portanto, de grande importncia ambiental, em unidades conhecidas como aciarias. As recomendaes do Guia BAT/BEP para esta fonte pode ser resumida da seguinte forma:

    Controle da qualidade da sucata minimizando contaminantes tais como leos, plsticos e hidrocarbonetos em geral.

    Minimizar tempo de abertura da abboda do forno para o carregamento da sucata, reduzir a infiltrao de ar para o forno, e evitar ou minimizar os atrasos operacionais.

    Use um design adequado da forma de condicionamento de off-gs (sistema com adequado dimensionamento, maximizando mistura do off-gs, resfriamento rpido para menos de 200C, boas prticas de operao e de manuteno).

    Uso de parmetros de monitoramento contnuo do sistema de condicionamento do efluente gasoso.

    Maximizao da coleta de material particulado, atravs da combinao de um bom sistema de coleta de partculas e de sistemas de captao e tratamento do ar do galpo industrial (emisso fugitiva).

    Utilizar filtro de tecido de alta eficincia, de forma a ter-se concentrao de partculas na chamin menor que 5 mg/m3 na chamin.

    Considerar tambm injeo de material adsorvente (carvo ativado) no fluxo gasoso, de forma a conseguir-se emisso de D/F menor que 0,1 ng/m3.

    Recuperar metais de valor presentes na poeira coletada no filtro, e o que no for possvel recuperar seja disposto adequadamente do ponto de vista ambiental.

    Usar sistema fechado de resfriamento com gua (closed loop) Na Nova Zelndia, a maioria destes sistemas e prticas so aplicados nas plantas existentes, alm da utilizao de injeo de adsorvente, e a recuperao de metais presentes nas mangas de filtragem. L, em geral o critrio de desempenho BAT/BEP para esta fonte de 0,1 ng/m3 (em condies de oxignio operacionais), e os resultados dos testes indicam que as emisses esto sempre abaixo desse nvel. No entanto, os resultados so influenciados, em certa medida, pela incluso da parcela de ar de ventilao geral do prdio.

    No Canad (Environment Canada 2005) 7, o ao secundrio produzido atravs de fuso direta de sucata de ferro usando fornos eltricos. O forno funde e refina a carga metlica de sucata de ao para a produo de aos carbono, aos liga nas usinas siderrgicas no integradas. Matrias-primas ferrosas podem incluir sucata, tais como veculos desmontados e retalhados e sucatas de ferro e ao, ou ferro diretamente reduzido.

    Segundo esta fonte, PCDD e PCDF parecem ser formados provavelmente no processo via sntese de novo, pela combusto de matria orgnica no clorados, tais como poliestireno, carvo mineral e partculas de carbono, na presena de arco eltrico e de doadores de cloro. Muitas destas substncias doadoras de cloro esto contidas em concentraes pequenas na sucata de ao ou de processo. Medidas principais incluem condicionamento e tratamento adequado dos gases para evitar condies que levem sntese de novo e formao de PCDD/PCDF. Isso 7 Environment Canada Revision, April 28, 2006. Suggested Revisions by Environment Canada including comments arising from discussions in Geneva at EGB II 1 in 2005 and comments submitted by February 2006 to the Stockholm Secretariat. (No foi includo no Guia Final de 2007)

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    pode incluir o uso de cmaras de ps-combusto, seguida por um rpido resfriamento dos efluentes gasosos. Medidas adicionais incluem injeo de material adsorvente (por exemplo, carvo ativado) e despoeiramento de alto nvel de eficincia com filtros de tecido.

    O nvel de desempenho possvel para PCDD/PCDF utilizando as melhores tcnicas disponveis para a produo de ao secundrio mencionado neste caso tambm de concentrao final

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    A confiabilidade das quantidades (atividade da fonte) utilizadas baixa, aliada ao problema da baixa confiabilidade dos Fatores de Emisso nesta categoria, d uma estimativa de baixa confiabilidade. 4.5.2 Aplicao de BAT/BEP

    No h meno especfica no Guia BAT/BEP para os itens constantes desta categoria de fontes. Para incndios acidentais ou incndios de veculos, por sua prpria natureza, o que se pode fazer agir na preveno do evento e, quando da sua ocorrncia, atuar no sentido de debel-lo o mais rapidamente possvel de forma que a quantidade queimada seja a menor possvel. Uma opo seria estabelecer controles que visem reduzir a quantidade de materiais formadores de dioxinas e furanos, como plsticos clorados em edifcios e automveis, mas no de todo certo que isso levaria a uma reduo de emisses de PCDD e PCDF durante os incndios. Uma norma de construo de edificaes poderia conter mecanismo para a promoo de materiais de construo ecossustentveis, para reduzir o risco de gerao de substncias txicas em caso de incndio, cobrindo ento a formao de PCDD e PCDF. (NZ) Em relao queima de madeira de construo/demolio esta s deve ser feita em condies que atendam s recomendaes BAT/BEP para a incinerao de lixo. Os principais requisitos do Guia BAT/BEP para a queima de lixo domstico so:

    A quantidade de resduos eliminados por incinerao deve ser minimizada, e sempre que possvel, a incinerao deve ser eliminada.

    Evitar a introduo de materiais no combustveis, como concreto, metal e vidro. Evitar queimar resduos midos, ou resduos que contenham nveis elevados de

    cloro (por exemplo, plstico PVC) ou metais catalticos tais como o cobre, ferro, crmio e alumnio.

    Os materiais a serem queimadas devem ser secos, homogneos ou bem misturado, e de baixa densidade, isto , no compactado.

    Os resduos devem ser queimados de forma a manter um fornecimento suficiente de ar de combusto e uma taxa de queima constante. A fase smouldering (queima final lenta) deve ser minimizada, por extino direta, assim que a maior parte do lixo foi queimado.

    Limitar a queima a pequenas quantidades, com movimentao contnua do material em incinerao e com boa ventilao.

    4.5.3 Estratgia de reduo

    As proibies ou restries e propostas relativas queima de resduos em reas urbanas devem ser consistentes com os pontos acima referidos. Alm disso, produo de material impresso (folhetos) de orientao sobre as melhores prticas ambientais aplicveis queima de resduos e de outros materiais, especialmente nas zonas rurais, recomendvel. Esses requisitos esto alinhados promoo de BAT/BEP nos termos do artigo 5 da Conveno de Estocolmo. Queima de resduos ou de outros materiais ao ar livre deve ser proibida.

    Prope-se um trabalho junto s unidades de Corpo de Bombeiros para aes que visem a reduo do nmero de incndios e de queimas a cu aberto no Brasil. A forma de coleta de dados de incndios precisa ser padronizada e informaes importantes do ponto de vista ambiental poderiam ser includas, o que facilitaria e daria maior confiabilidade s estatsticas em inventrios futuros. Desta forma, um

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    programa de esclarecimento, conscientizao e treinamento seria adequado junto a este setor.

    4.6 Produo de Alumnio

    A liberao total estimada desta fonte foi de 151,8 g-TEQ/ano e participao geral de 6,79%, com 18,5% de lanamento no ar e 81,5% no resduo. Ocupa a 6a posio no ranking de emisses.

    4.6.1 Classes e importncia relativa

    Das sete classes em que se subdivide esta categoria, predominam a classe 1 - Processamento trmico de sucata, com mnimo tratamento da matria prima e classe 2 - Processamento trmico, com pr-tratamento da sucata, correspondendo a 40,8% e 59% respectivamente. O restante contribuio da classe 7 - Produo primria, inclusive fuso de lingotes e classe 6 Remoo trmica de leo/graxa de aparas ambas contribuindo com 0,1% da liberao total nesta categoria.

    4.6.1.1 Produo secundria

    As indstrias includas nesta subcategoria so recicladores de metal, que recuperam de alumnio a partir de sucata mista, e fabricantes de produtos de alumnio fundido, tais como rodas de liga leve. Grande parte da produo utiliza lingotes de alumnio e de sucata de alumnio limpos, mas tambm pode incluir a recuperao de alumnio a partir de resduos metlicos internos. Sucata e resduos metlicos mistos podem conter impurezas orgnicas, tais como plsticos, tintas e solventes, e a sua presena durante o processo de recuperao pode resultar na formao e emisso de PCDD e PCDF. Alm disso, a utilizao de cloro e hexacloroetano como agentes de desgaseificao tem sido associada a nveis elevados de emisso de PCDD e PCDF (UNEP, 2005). Atualmente h uma grande recuperao de sucata de vasilhames latas de alumnio e o Brasil um dos maiores recicladores mundiais deste tipo de embalagem. 4.6.1.2 Produo primria

    A produo primria de alumnio no Brasil relevante, no entanto, o Fator de Emisso muito baixo, se comparado aos fatores de emisso da produo secundria. Em consequncia sua participao nas liberaes totais baixa.

    4.6.2 Aplicao de BAT/BEP

    4.6.2.1 Produo Primria

    No Guia BAT/BEP da UNEP (2007) esto mostradas medidas recomendadas para a produo de alumnio primrio, embora este processo no tenha sido considerado uma fonte significativa de liberao de PCDD e PCDF. A maioria das recomendaes so dirigidas para os princpios gerais de preveno da poluio e minimizao dos lanamentos de outros poluentes e de gases de efeito estufa.

    4.6.2.2 Produo secundria

    Fundio de alumnio secundrio utiliza produtos usados de alumnio ou de resduos de processo para recuperar metais pelo pr-tratamento, fuso e refino, bem como sucata de alumnio em geral. Combustveis, fluxos e ligas so utilizados, enquanto

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    que a remoo de magnsio praticado pela adio de cloro, cloreto de alumnio ou de compostos orgnicos clorados. Produtos qumicos includos no Anexo C do Conveno de Estocolmo (PCDD/PCDF) so formados, provavelmente, a partir de fluxos clorados que promovem a remoo de magnsio, combusto incompleta, presena de produtos orgnicos na matria prima, e formao no sistema a temperaturas entre 250 C e 500 C.

    As melhores tecnologias disponveis incluem fornos de tecnologia avanada que trabalham a altas temperaturas, matrias primas e insumos selecionados, livres ou com o mnimo possvel de leo, plstico e de cloro livre (se alternativas estiverem disponveis), ps-combusto > 950 C com apagamento (quenching) rpido para abaixo de 250 C, adsoro com carvo ativado (antes do filtro), e despoeiramento com filtro de tecido ou lavadores de alta eficincia, bem como evitar o uso de hexacloroetano para a remoo de magnsio do metal fundido mantendo controle cuidadoso controle sobre o processo de remoo de magnsio. Utilizao de monitorizao eficaz do processo e do sistema de tratamento de emisses, incluindo a manuteno de temperaturas de forno acima de 850 C. Uso de tratamento trmico e recuperao de metais de resduos do processo, e em seguida, descartar resduos de uma forma ambientalmente segura.

    Nveis de desempenho de PCDD/PCDF em emisses atmosfricas associadas com melhores tcnicas disponveis melhores prticas ambientais para fundies de alumnio secundrio resulta em concentrao nas emisses atmosfricas

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    de co-incinerao em incineradores de resduos slidos urbanos ou em outras instalaes de combusto (por exemplo, usinas de energia movidas a carvo, fornos de cimento). A eliminao eficaz de lamas de esgoto por este processo depende de uma srie de fatores. Estes incluem a mistura com resduos industriais, o que pode aumentar cargas de metais pesados, localizao (reas costeiras podem resultar em intruso de gua salgada), pr-tratamento (ou a falta dele), e intemperismo (diluio pela chuva) (Comisso Europeia 2006). A incinerao de lodo de esgoto apresenta algumas diferenas em relao incinerao de resduos slidos urbanos e resduos perigosos. A variao do teor de umidade, valor energtico, e possvel mistura com outros resduos (por exemplo resduos industriais se os sistemas estiverem interligados) exigem consideraes especiais no manuseio e pr-tratamento.

    O pr-tratamento, especialmente desidratao e secagem, particularmente importante na preparao de lodos para a incinerao. A secagem reduz o volume de lama e aumenta a energia calorfica do produto. Remoo de umidade, a pelo menos, 35% de slidos secos normalmente necessrio para fornecer a energia trmica necessria para a incinerao autossustentvel. Secagem adicional pode ser necessria se a co-incinerao de resduos slidos urbanos for vislumbrada.

    Tal como acontece com os resduos slidos urbanos e de incineradores de resduos perigosos, contaminantes e produtos qumicos que so precursores das substncias do Anexo C da Conveno esto disponveis no lodo de esgoto e resultam na formao e liberao destas substncias no ar, gua e resduos. Resduos slidos da incinerao de lodo de esgoto so principalmente as cinzas depositadas e cinzas volantes coletadas no Sistema de Controle da Poluio do Ar - SCPAr.

    4.7.2 Pr-tratamento de lodo de esgoto

    Algum pr-tratamento de lodos pode ocorrer antes do envio a uma instalao de incinerao. Isto pode incluir a triagem, a digesto anaerbica e aerbica, e a adio de produtos qumicos. Desague fsico reduz o volume de lama e aumenta o poder calorfico. Processos de desidratao mecnica incluem os decantadores, centrfugas, filtro de cinta e filtros prensa. Condicionadores (por exemplo, agentes de floculao) so frequentemente adicionados antes de secagem para facilitar a drenagem. Desidratao mecnica pode rotineiramente atingir 20-35% de slidos secos (Comisso Europeia, 2006). A secagem representa calor adicional para desidratar e condicionar o lodo. O calor para secagem na instalao de incinerao muitas vezes fornecidos pelo prprio processo de incinerao. Processos de secagem podem ser direto (contato lodo com fluxo trmico) ou indireto (por exemplo, o calor fornecido pela usina a vapor). Os efluentes gasosos resultantes devem ser tratados.

    A incinerao autotrmica (auto-sustentvel) de lamas exige 35% de slidos secos. Embora a desidratao mecnica possa atingir esse limiar, secagem adicional de lamas a valores como 80-95% de slidos secos pode ser empregada para aumentar o poder calorfico do lodo. Co-incinerao com resduos slidos urbanos geralmente requer secagem adicional do lodo. As tecnologias de incinerao para as lamas de esgoto so a camadas mltiplas (Figura 4.6), sistemas de fornos de leito fluidizado e fornos rotativos, estes utilizados em aplicaes de menor capacidade.

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    Fonte: European Commission (2006)

    Figura 4.6 Instalao de incinerao de lodos de esgoto por camadas mltiplas.

    4.7.3 Situao no Brasil

    As informaes at o momento indicam uso praticamente nulo de incinerao de lodo de estao de tratamento de esgoto, mas pode-se prever crescimento em funo da expanso de sistemas de tratamento de esgotos no pas. 4.7.4 Estratgia de reduo

    A estratgia de reduo neste tipo de fonte est ligada ao recebimento de efluentes industriais com potencial de conter PCDD/PCDF (Grupos 1 a 8 do Toolkit) em sistemas de coleta e/ou tratamento de esgotos. Assim, a estratgia deve ser no sentido de proibir o lanamento de efluentes industriais contaminados com PCDD/PCDF, em sistemas pblicos de coleta e tratamento de esgotos. 4.8 Incinerao de Resduos de Servios de Sade

    A liberao total estimada desta fonte foi de 76,3 g-TEQ/ano e participao geral de 3,41%, com 88,5% de lanamento no ar e 11,5% nos resduos. Ocupa a 8a posio no ranking de emisses. 4.8.1 Alternativas e aplicao de BAT/BEP

    De acordo com o Guia BAT/BEP (UNEP 2007), incinerao de resduos de servios de sade em unidades dedicadas realizada de forma a minimizar riscos biolgicos e fsico-qumicos e para reduzir o volume de resduos como etapa de pr-tratamento ambientalmente adequado para envio a aterros.

    Se o lixo hospitalar incinerado em condies que no constituam melhores tcnicas disponveis ou melhores prticas ambientais, h um potencial para a liberao de

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    PCDD/PCDF em concentraes relativamente elevadas. Para os pequenos incineradores de resduos de sade, a aplicao de BAT/BEP muitas vezes difcil, dado os altos custos associados com a construo, operao, manuteno e monitoramento de tais instalaes.

    Possveis alternativas para incinerao so a esterilizao (vapor e calor seco), tratamento por micro-ondas e outros tipos de ondas eletromagnticas, e por fim deposio em aterro. O passo mais importante na gesto de resduos hospitalares segregar diferente tipos de resduos na fonte. Como entre 75% e 90% dos resduos nos hospitais so comparveis com os resduos slidos urbanos, a segregao reduz muito o volume do lixo a ser incinerado/tratado. Gesto eficaz dos resduos, incluindo a minimizao de resduos e segregao na fonte, essencial. Essas medidas so similares s recomendaes da ANVISA.

    Tratamento adequado das cinzas de fundo e cinzas do SCPAr essencial para a reduo dos PCDD/PCDF liberados para o ambiente. A utilizao das melhores tcnicas disponveis em incineradores tambm ir reduzir as emisses de cido clordrico e de metais (em especial mercrio).

    No que se refere incinerao, medidas primrias sozinhas reduzem significativamente a emisso dos compostos qumicos relacionados no anexo C da Conveno de Estocolmo. No entanto, a implementao das melhores tcnicas disponveis exige medidas primrias e secundrias.

    Com uma combinao adequada de medidas primrias e secundrias, a emisso de PCDD/PCDF ficar em nveis na emisso final no superiores a 0,1 ng-TEQ/Nm3 (a 11% de O2), valor este associado s melhores tcnicas disponveis. Note-se ainda que, sob condies normais de operao, emisses mais baixas do que este nvel podem ser alcanadas com unidades de incinerao de resduos bem concebidas. Melhores tcnicas disponveis para as descargas de guas residuais das unidades de tratamento de efluentes, que receberam recebem resduos do tratamento de efluentes atmosfricos da combusto, so associados com concentraes de PCDD / PCDF bem abaixo de 0,1 ng-TEQ/l. 4.8.2 Tecnologias para a incinerao de resduos de sade

    A incinerao uma importante alternativa para o tratamento e descontaminao de lixo de sade, desde que tomados os cuidados necessrios e seja utilizado o equipamento e o SCPAr adequados. Ela deve ser realizada a altas temperaturas (850 C a 1.100 C), um processo de oxidao em que o material orgnico presente transformado em matria incombustvel e resulta em diminuio muito significativa do volume e peso dos resduos. Queima de resduos ao ar livre no deve ser permitida.

    A pirlise um processo de smouldering (queima lenta) onde a converso trmica ocorre em atmosfera deficiente em oxignio a temperaturas entre 500 C e 600 C.

    A incinerao ou pirlise s devero ser realizadas em unidades bem concebidas, bem operadas e mantidas adequadamente. O sistema deve ser projetado para lidar com as caractersticas especficas dos resduos de sade (alto teor de gua, alto contedo plstico). Como as tecnologias mais sofisticadas so muito caras, somente resduos perigosos, especialmente os industriais, so queimados ser queimados nessas plantas. Outros resduos de sade que so semelhantes ao resduos slidos urbanos devem ser segregados inicialmente e devem utilizar outras tecnologias de tratamento.

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    Se resduos infectantes no so queimados imediatamente (por exemplo, em 48 horas) devem ento ser depositados em compartimento refrigerado a 10 C (no mximo). reas de trabalho e de armazenamento devem ser projetados para facilitar a desinfeco.

    Uma instalao de incinerao consiste basicamente pelas seguintes unidades:

    Forno ou estufa; Cmara de ps-combusto; Dispositivos de limpeza de gases de combusto a seco, mido e/ou cataltico

    (incluindo tcnicas de adsoro, por exemplo em carvo ativado); Estao de tratamento de guas residuais (nos casos em que sistemas midos so

    usados para o gs de combusto tratamento).

    As seguintes tecnologias so consideradas as melhores tcnicas disponveis para a tratamento trmico de resduos de sade:

    Tratamento piroltico ou gaseificao de resduos; Forno rotativo; Incinerador de grade especialmente adaptados para resduos de sade (linha de

    disposio de resduos municipais); Incinerador de leito fluidizado; Sistemas modulares. Incineradores de cmara nica, tambores e incineradores de tijolo no so considerados na classe de melhores tcnicas disponveis.

    4.8.3 Situao no Brasil

    A incinerao no tem sido uma alternativa proeminente no tratamento de resduos de servio de sade no Brasil. A cidade de So Paulo, por exemplo, no incinera os resduos oriundos de servios de sade, utiliza sim um sistema de desativao eletrotrmica e posteriormente conduz os resduos desativados para aterros sanitrios. Os prprios aeroportos, que inicialmente partiram para a tcnica de tratamento por incinerao, mudaram e hoje usam outras tecnologias para este fim, como a autoclavagem e micro-ondas. Uma influncia grande foi exercida pelas resolues RDC ANVISA 306/2004 e a resoluo CONAMA n. 358/2005, que conduzem a um maior gerenciamento e segregao de resduos, reduzindo a quantidade final que necessita de cuidados especiais. No entanto, medida que reas disponveis para aterros diminuem, pode-se prever um maior uso desta tcnica no futuro. A resoluo CONAMA n. 06/1991 contribuiu sobremaneira para esta situao medida que desobrigou a incinerao ou qualquer outro tratamento de queima dos resduos slidos provenientes dos estabelecimentos de sade, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais. No que diz respeito incinerao, a principal legislao aplicvel a resoluo CONAMA 316/2002.

    4.8.4 Estratgia de reduo

    Prope-se o estabelecimento das seguintes exigncias para este tipo de fonte:

    Uso de melhores prticas ambientais Estabelecimento de limite de emisso de PCDD/PCDF de 0,1 ng-TEQ/Nm3 base

    seca, a 7% de oxignio, reduzindo portanto o valor previsto na resoluo CONAMA 316/2002, independentemente do porte do incinerador.

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    Exigir monitoramento peridico das emisses. 4.9 Chorume de aterros

    A liberao total estimada desta fonte foi de 65,7 g-TEQ/ano e participao geral de 2,94%, com 99,5% de lanamento no resduo e 0,5% na gua. Ocupa a 9a posio no ranking de emisses.

    4.9.1 Aplicao de BAT/BEP

    Esta fonte no tratada pelo Guia BAT/BEP, sendo incndio o nico aspecto de lanamento de PCDD e PCDF de aterros de resduos especificamente abordado no Guia BAT/BEP. A informao dada no Guia muito clara: a queima deliberada de resduos em aterros deve ser proibida e os incndios acidentais devem ser minimizados por meio de projeto apropriado do aterro e boas prticas operacionais.

    Boas prticas de operao de aterros incluem o uso de sistemas de coleta de lixiviados e posterior tratamento, alm da captura do gs de aterro e sua queima simples ou para outros usos mais benficos como a produo de energia. 4.9.2 Estratgia de reduo

    Neste tipo de fonte, as medidas sugeridas so:

    a) Evitar a disposio conjunta de resduos domsticos e resduos contaminados com dioxinas e furanos (resduos perigosos).

    b) Exigncia de adequado sistema de coleta de chorume nos aterros e a sua conduo a um sistema de armazenamento para posterior tratamento.

    c) Tratamento do chorume de forma que a qualidade do efluente atenda aos limites constantes da resoluo CONAMA 430/2011.

    d) Correta disposio do lodo oriundo do tratamento do chorume, que atenda Norma ABNT 10.004. No caso de incinerao dever atender s medidas propostas neste documento para incineradores de resduos.

    e) Monitoramento peridico da concentrao de PCDD/PCDF no efluente tratado. 4.10 Produo de Celulose e Papel

    A liberao total estimada desta fonte foi de 63,8 g-TEQ/ano e participao geral de 2,85%. Ocupa a 10a posio no ranking de emisses.

    4.10.1 Contribuio segundo meio de liberao e classe da fonte

    A produo de celulose e papel apresentou liberao de 2,4 g TEQ/ano no ar, 10,1 g TEQ/ano na gua, 36,9 g TEQ/ano no produto e 14,4 g TEQ/ano nos resduos, totalizando 63,8 g TEQ/ano e participao geral de 2,85% no total do inventrio em 2008. No ar a liberao vem das caldeiras; na gua a contribuio majoritria vem do Processo Kraft, tecnologia antiga (Cloro gasoso) (Assumido como 20% da produo nacional, dado da BRACELPA); no produto tambm do processo acima (44%), do Processo com dixido de cloro (4%) e da reciclagem de papel e polpa (41%); no resduo 21% de contribuio proveniente de caldeiras para lodo e biomassa/cascas (dados do Relatrio de Sustentabilidade 2009 da Bracelpa), 64% do Processo Kraft, tecnologia antiga (Cloro gasoso), 5% vem da tecnologia mista e 11% da tecnologia antiga com dixido de cloro.

    4.10.2 Aplicao de BAT/BEP

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    O Guia BAT/BEP no que diz respeito a fbricas de celulose e papel est voltado principalmente para a eliminao do cloro elementar. Resumidamente, podem ser tomadas as seguintes medidas principais para a reduo ou eliminao da formao de PCDD/PCDF no processo de branqueamento de polpas de madeira e de no-madeira: eliminar o cloro elementar, substituindo-o por dixido de cloro (branqueamento livre de cloro elementar) ou, em alguns casos, com processos totalmente isentos de cloro; reduzir a aplicao de cloro elementar, diminuindo cloraes mltiplas ou aumentando a substituio de dixido de cloro por cloro molecular, minimizar precursores que entram na unidade de branqueamento utilizando aditivos livres de precursores de D/F e atravs de lavagem intensa; maximizar a remoo de ns; eliminar a utilizao matria-prima contaminados com fenis policlorados (exemplo: madeira tratada com pentaclorofenol). A Figura 4.7 mostra a relao da presena de TCDF em funo da substituio de cloro elementar por dixido de cloro (UNEP 2007, BAT/BET Guide).

    Medidas secundrias so tambm recomendadas, como a identificao e substituio de substncias potencialmente nocivas; otimizao de ciclos de investimento e planejamento, treinamento de pessoal, educao e motivao, monitoramento e otimizao do controle de processos, adequada manuteno da planta, uso de sistemas de gesto ambiental e desenvolvimento de programas de monitorizao ambiental e seus protocolos.

    A especificao de desempenho dado no Guia BAT/BEP, ou seja, a liberao de 2,3,7,8-TCDD e 2,3,7,8-TCDF deve ser inferior ao limite de quantificao dado pelo Method 1613 for Analysis of Dioxins and Furans in Wastewater, da EPA EUA, que utiliza sistema de anlise de alta resoluo (HRGC/HRMS).

    Figura 4.7 Variao da formao de TCDF em funo da substituio do cloro

    elementar por dixido de cloro. Fonte: UNEP 2007 (BAT/BEP Guide)

    4.10.3 Situao no Brasil A situao no Brasil mostra que a maior parte dos processos do tipo isento de cloro elementar, fator importante para um setor exportador e assim tem que se adequar aos

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    padres internacionais. Estimou-se no inventrio que 20% da produo ainda usa cloro elementar, ou seja, tecnologia antiga.

    4.10.4 Estratgia de reduo Eliminar produo de celulose com branqueamento por cloro elementar, com elaborao de plano de substituio junto ao setor produtivo. Com relao s caldeiras, estas devem atender mesma estratgia de reduo sugeridas para o setor de termeltricas. 4.10 Compostagem A liberao total estimada desta fonte foi de 53,1 g-TEQ/ano e participao geral de 2,38%, com 100% contido no produto. Ocupa a 11a posio no ranking de emisses. No h meno de BAT/BEP para a operao de compostagem. No entanto, pode-se seguir as recomendaes gerais e neste caso importante a seleo de materiais a serem compostados, que sejam isentos de materiais contaminados com D/F ou que contenham precursores deles. Alguns resduos orgnicos podem conter poluentes orgnicos persistentes ou materiais que possam ser convertidos a poluentes orgnicos persistentes em condies de compostagem, e eles devem ser tratados separadamente, a fim de garantir um composto de alta qualidade com teor baixo de tais poluentes. A confiabilidade da estimativa para esta fonte baixa principalmente por causa da ausncia de dados nacionais da quantidade compostada e da caractersticas dos resduos que entram no processo.

    Estratgia de reduo a) Seleo de materiais a serem submetidos a compostagem para que sejam

    isentos de contaminao com PCDD/PCDF ou que contenham precursores deles.

    b) Conscientizar produtores de composto para a importncia de evitar contaminao por dioxinas e furanos.

    c) Correta disposio de resduos gerados na compostagem, realizando reciclagem de materiais com potencial para tanto.

    d) Monitoramento peridico do composto com relao presena de PCDD/PCDF

    4.12 Indstria txtil A liberao total estimada desta fonte foi de 52,1 g-TEQ/ano e participao geral de 2,33%, com 100% de lanamento no produto. Ocupa a 12a posio no ranking de emisses. 4.12.1 Aplicao de BAT/BEP Boas prticas gerais de gesto que incluem a educao e formao de pessoal, manuteno de equipamentos (e respectiva documentao), armazenamento de produtos qumicos, manuseio, dosagem e distribuio, e um melhor conhecimento das entradas e sadas dos processos. Conhecimento sobre as matrias-primas txteis essencial na gesto de transferncias de poluio. Fibras de l cruas podem estar contaminados com agrotxicos, pesticidas organoclorados, incluindo, por vezes, pentaclorofenol e chloronitrofen. Lavagem eficaz, por exemplo, com percloroetileno, pode efetivamente remover toda a graxa e pesticidas que so normalmente encontrados na matria prima.

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    Para a produo artesanal devem ser realizados programas de informao e sensibilizao.

    As principais fontes de contaminao com PCDD/PCDF em produtos txteis, assim como em artigos de couro so os produtos qumicos aplicados nas respectivas cadeias de produo ou de acabamento, tais como fungicidas e corantes sabidamente contaminados com PCDD / PCDF.

    A principal medida mais eficiente para prevenir a contaminao de txteis com PCDD/PCDF no usar esses produtos qumicos nas cadeias de produo. Se algum dos produtos qumicos acima mencionados esto sendo utilizados, deve ser dada preferncia aos lotes contendo baixa concentrao (por exemplo, destilados ou outra forma de purificar produtos qumicos). A fim de evitar ou minimizar a formao e liberao de PCDD/PCDF na queima de lama de tratamento de guas residuais e flotao, as melhores tcnicas disponveis devem ser aplicadas. No entanto, outras tcnicas ambientalmente tambm deve ser explorado. 4.12.2 Alternativas Uma vez que a ocorrncia de PCDD/F nas indstrias txteis principalmente relacionado com a utilizao de produtos qumicos de dioxina contaminados, tais como pentaclorofenol e determinados pigmentos e corantes, a substituio destes produtos qumicos por outros livres de dioxina seria a alternativa. Por exemplo, na Alemanha, aps a eliminao de pentaclorofenol como conservante, foram utilizados os seguintes produtos qumicos:

    2 (thiocyanomethylthio) benzothiazole (TCMTB; CAS No. 21564-17-0); o-phenylphenol (oPP; CAS No. 90-43-7); 4-chloro-3-methylphenol (CMK; CAS No. 59-50-7); 2-n-octyl-4-isothiazolin-3-one (OIT; Registo CAS No. 26530-26-1). Os produtos qumicos acima mencionados so avaliados como menos perigosos para o ambiente do que o pentaclorofenol, mas eles no so inerentemente seguros de todo. Produtos qumicos alternativos mais seguros devem ser explorados. Tanto quanto possvel, imprescindvel evitar a queima de txteis, tapearias e carpete para evitar a formao de PCDD/PCDF. 4.12.3 Monitoramento No h nenhum indicador simples para identificar fibras contaminadas com dioxina, ls ou txteis. Vrias anlises confirmaram que no existe correlao entre as concentraes de pentaclorofenol e PCDD/PCDF em txteis, embora os padres de dioxinas apresentou fortes indcios de que o pentaclorofenol deve ser a fonte. Estes resultados fazem sentido pois como o pentaclorofenol solvel em gua ele removido no processo de acabamento e os processos finais de lavagem, enquanto o PCDD/PCDF fica adsorvido fibra e vai permanecer no produto ou nos resduos slidos. Para produtos de couro, na maioria dos casos, verificou-se correlao qualitativa entre pentaclorofenol e PCDD/PCDF. A capacidade nacional de monitoramento e anlise deve ser construda/reforada para monitorar possveis fontes de PCDD/PCDF na indstria txtil e de couro, incluindo

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    no produto importado. Mais orientao necessria para o acompanhamento da presena de pentaclorofenol em guas residuais.

    4.12.4 Estratgia de reduo Considerando que no h ocorrncia de contaminao no processo, e que ela surge pelo uso de insumos e matrias primas contaminadas, a melhor maneira de reduzir a liberao de D/F o no uso de insumos contaminados com PCDD/PCDF, em especial os pigmentos e corantes, bem como de matrias primas nas quais tenham sido aplicados substncias qumicas que possam estar contaminadas com dioxinas e furanos, como os biocidas. A ocorrncia de contaminao passar para o produto (tecido) e alguns produtos qumicos contaminados iro para os efluentes lquidos. Assim, deve-se agir nos dois sentidos. Recomenda-se ento: a) Proibir o uso de produtos qumicos e matrias primas contaminadas com D/F;

    b) Monitorar efluentes lquidos para pentaclorofenol; c) Monitorar produtos para contaminao por PCDD/PCDF;

    d) Monitorar produtos importados para contaminao por PCDD/PCDF. O nvel limite deve ser o LD do mtodo utilizado, de preferncia com o uso da tcnica HRGC/HRMS, ou seja tcnicas de anlise de alta resoluo. Para fins de screening outras tcnicas podem ser utilizadas, como GC/MS-MS.

    Alm disso, uma cartilha com informaes e recomendaes indstria textil seria muito importante para conscientizao quanto s vias de ocorrncia da contaminao, direcionando-a para produtos qumicos menos impactantes. 4.13 Produo de cal A liberao total estimada desta fonte foi de 37,4 g-TEQ/ano e participao geral de 1,67%, com 100% de lanamento no ar. Ocupa a 13a posio no ranking de emisses.

    No Inventrio Brasil ano-base 2008 o enquadramento considerou a distribuio da produo de 50% na classe 1 e 50% na classe 2.

    4.13.1 BAT/BEP A UNEP no possui Guia BAT/BEP para este tipo de produo. Conforme Toolkit 2012 a emisso depende do combustvel (contaminao e qualidade) e do tipo de SCPAr implantado.

    O valor do Fator de Emisso varia muito entre as duas classes adotadas, seno 10 g-TEQ/t de cal na classe 1 e 0,07 g-TEQ/t de cal na classe 2. Portanto, estes so