estimativas da produtividade potencial e real da soja …

36
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA NO MÉDIO-NORTE DE MATO GROSSO BRENA GELIANE FERNEDA SINOP MATO GROSSO BRASIL 2017

Upload: others

Post on 27-Jul-2022

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E

REAL DA SOJA NO MÉDIO-NORTE DE MATO

GROSSO

BRENA GELIANE FERNEDA

SINOP

MATO GROSSO – BRASIL

2017

Page 2: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

BRENA GELIANE FERNEDA

Estimativas da produtividade potencial e real da soja no médio-

norte de Mato Grosso

Orientador: Prof. Dr. Adilson Pacheco de Souza

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT - Campus Universitário de Sinop, como parte das exigências para obtenção do Título de Engenheiro Agrícola.

SINOP

2017

Page 3: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …
Page 4: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …
Page 5: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, amparo, regência e por sempre iluminar cada passo de

minha vida.

À Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop, pela disponibilidade de

locais e equipamentos para o desenvolvimento de pesquisa e trabalhos.

Ao professor Adilson Pacheco de Souza, pelos ensinamentos, paciência, orientação,

apoio e oportunidades concebidas durante toda minha graduação.

À professora Andréa, pelo carinho, apoio, e imensuráveis ensinamentos durante

todos os trabalhos realizados.

Aos professores do instituto de ciências agrárias e ambientais, pelos vastos

conhecimentos transmitidos durante minha formação acadêmica.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela

bolsa de iniciação científica concebida durante grande parte de minha graduação.

Aos meus pais, Bernadete Kraiczy e Volmar Ferneda, pelo amor, amparo, apoio e

entendimento durante estes incansáveis anos de caminhada.

Aos meus irmãos Bruna Samanda Ferneda e Renan Giovani Ferneda, pelas brigas,

risadas e pelo amor que não se explica.

À Sally, pelo sorriso que se abre sempre que me avista chegando.

Aos meus amigos Ana Carolina Aidar, Poliana Gonçalves, Sarah Bites, Bruno do

Nascimento, Rafael Conti, Ronny Junior, Amanda Bustamante, Vinícius de Souza, Thainara

Heller, Thamires Heller, Carolina Bastian, pela amizade que ultrapassou o colegial e se

estende até hoje.

Às minhas amigas Talita Werberich e Tainara Werberich pelas horas de estudo, pós-

estudo, risadas e tantas histórias.

Aos meus amigos Suzana e Charles pelo companheirismo e luta durante incansáveis

dias de avaliações e cuidados experimentais.

Aos integrantes e ex-integrantes do Grupo de Pesquisa “Interações Ambiente e

Planta” pelas tantas horas dedicadas ao campo, laboratório e ao grupo.

Aos amigos “Ambiente e Planta” pelo convívio, risadas, desabafos, leituras,

conhecimentos, sustos, conquistas, publicações, viagens, confraternizações e tantas outras

realizações ao longo dessa caminhada.

Page 6: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

Sumário ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................................... 1

1. RESUMO GERAL ......................................................................................................................... 3

ABSTRACT ............................................................................................................................................ 4

2. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 5

3. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 7

3.1. OBJETIVO GERAL................................................................................................................... 7

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................... 7

4. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 8

4.1. Importância socioeconômica .............................................................................................. 8

4.2. Exigências edafoclimáticas ................................................................................................. 9

4.3. Estimativa de produtividade por modelos agroclimáticos ............................................ 11

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 16

7. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 25

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 26

Page 7: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

1

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Variação das temperaturas máxima, média e mínima (A), precipitação pluvial (B) e insolação (C) na região Médio-Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).........................................................................................................................................14

Figura 2: Variação da disponibilidade hídrica no solo durante o ano para condições de gramado, na região Médio Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).........................................................................................................................................15

Figura 3: Variação da disponibilidade hídrica no solo durante a safra da soja tomando como semeadura o dia 01 de outubro, para ciclos de 140 dias (A), 130 dias (B), 120 dias (C), 110 dias (D) e 100 dias (E) na região Médio Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).........................................................................................................................................17

Figura 4: Variação da disponibilidade hídrica no solo durante a safra da soja tomando como semeadura o dia 01 de outubro, para ciclos de 140 dias (A), 130 dias (B), 120 dias (C), 110 dias (D) e 100 dias (E) na região Médio Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).........................................................................................................................................17

Figura 5: Evolução da área semeada (eixo horizontal primário) e colhida (eixo horizontal secundário), em porcentagem, com soja para os municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Ipiranga do Norte, Sinop, Nova Ubiratã e Vera localizados no Médio Norte de MT (média das safras 2009/10 a 2016/17)......................................................................................................18

Figura 6 Comportamento da produtividade potencial (Kg.ha-1) de soja de cinco ciclos de desenvolvimento (100, 110, 120, 130, 140 dias) simulada pelo modelo da ZAE, em função da data de semeadura na região Médio Norte de Mato Grosso.............................................18

Figura 7: Comportamento da produtividade potencial (Kg.ha-1) de soja de cinco ciclos de desenvolvimento (100, 110, 120, 130, 140 dias) simulada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para os ciclos das culturas), em função da data de semeadura na região Médio Norte de Mato Grosso. .............................................................19

Figura 7: Comportamento da produtividade real (Kg.ha-1) de soja de cinco ciclos de desenvolvimento (100, 110, 120, 130, 140 dias) simulada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para os ciclos das culturas), em função da data de semeadura na região Médio Norte de Mato Grosso...............................................................20

Figura 8: Relação entre a produtividade potencial (Kg.ha-1) e produtividade real estimada (Kg.ha-1) para cultivares de soja de ciclo tardio (140 dias), semi tardio (130 dias), semi precoce (120 dias), precoce (110 dias) e super precoce (100 dias) estimados para a região médio norte de Mato Grosso..................................................................................................21

Figura 9: Relação entre a produtividade real estimada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para o ciclo da cultura) de uma cultivar de ciclo de 140 dias e

Page 8: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

2

a produtividade real, obtida em campo durante as safras de 2013/14, 2014/15 e 2016/17 na área experimental da universidade, Sinop-MT.......................................................................22

Figura 10: Relação entre a produtividade real estimada (Kg.ha-1) e produtividade potencial (Kg.ha-1) para cultivares de soja de ciclo de 140, 130, 120, 110 e 100 dias para a região Médio norte de Mato Grosso..................................................................................................22

Page 9: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

3

1. RESUMO GERAL

No agronegócio, a cultura da soja se porta como a principal fonte de renda, principalmente para a região do médio norte do Estado de Mato Grosso, maior produtora do país. Objetivou-se determinar a produtividade potencial e real na cultura da soja de diferentes ciclos produtivos, com diferentes datas de semeadura para a região Médio Norte do Estado do Mato Grosso com base no modelo da Zona Agroecológica (ZAE). O estudo foi desenvolvido com base numa série histórica de 15 anos de dados. O trabalho foi realizado com dados climatológicos históricos de uma estação meteorológica automática e convencional localizada no município de Sinop (11,98° S; 55,56° W) pertencente a rede de monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os dados foram obtidos na escala diária, na plataforma BDMEP (Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa). A cidade esta localizada na região Médio-Norte do estado de Mato Grosso, na região de transição Cerrado-Amazônia. Foram consideradas cultivares de cinco diferentes ciclos de desenvolvimento, estimado pela soma térmica acumulada (GDA) através da metodologia de Ometto (1981), e a semeadura foi dada no período compreendido entre a data cronológica de 01 de outubro e 15 de novembro, diariamente. O balanço hídrico sequencial seguiu a metodologia proposta por Thornthwaite e Mather (1955) e foi realizado na escala diária. Para a estimativa das produtividades real e potencial, foi utilizado o modelo da Zona Agroecológica FAO descrito por Doorenbos e Kassam em 1979. A produtividade potencial da cultura apresentou um comportamento linear decrescente, com variabiliade de 76 a 88 sacos ha-1 na diferença de produção do dia 01 de outubro para o dia 15 de novembro. Já a produtividade real, apresentou maiores variações, evidenciando a interferência da disponibilidade hídrica na resposta final da cultura. O modelo da Zona Agroecológica apresentou bons resultados, quanto a relação produtividade real estimada e produtividade potencial para os diferentes ciclos das culturas. Conclui-se que a época de semeadura influencia significativamente na produtividade da cultura da soja, o modelo da Zona agroecológica é indicado para a estimativa da produtividade real da soja em Sinop-MT, uma vez que apresentou coeficiente de variação de 97% com quando relacionado a produtividade real estimada pelo modelo e a real experimental.

Palavras chave: Época de semeadura, disponibilidade hídrica, Modelo Zona agroecológica (FAO)

Page 10: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

4

ABSTRACT

In agribusiness, a soybean crop is a major source of income, especially for a region in the north of the state of Mato Grosso, the country's largest producer. The objective of this study was to determine a potential and real productivity in the soybean crop of different productive cycles, with different sowing dates for the northern region of the state of Mato Grosso based on the version of the Agroecological Zone (ZAE). The study was developed based on a historical series of 15 years of data. The work was carried out with historical climatological data of an automatic and conventional meteorological station located in the municipality of Sinop (11.98 ° S, 55.56 ° W) referring to the monitoring network of the National Institute of Meteorology (INMET). The data obtained in the daily scale, in the platform BDMEP (Meteorological Database for Teaching and Research). The city is located in the northern region of the state of Mato Grosso, in the region of the Cerrado-Amazonian transition. Cultivars of five different development cycles, estimated by cumulative thermal sum (GDA) using the Ometto methodology (1981), were considered, and sowing occurred between a chronological date from October 1 and November 15, daily. The sequential water balance followed a methodology proposed by Thornthwaite and Mather (1955) and was performed on a daily basis. For an estimation of real and potential yields, it was used under the FAO Agroecological Zone model, described by Doorenbos and Kassam in 1979. A potential productivity of the crop presented a linear decreasing behavior, with a variability of 76 to 88 bags ha-1 in the difference Of production From October 1st to November 15th. On the other hand, the real productivity showed greater variations, evidencing an interference of availability in the last week. The model of the Agroecological Zone presented good results, regarding the estimated real productivity ratio and potential productivity for the different crop cycles. It is concluded that a time of direct sowing in soybean crop productivity, the model of the agroecological Zone and indicated for an estimation of the real soybean productivity in Sinop-MT, since they present coefficient of variation of 97% with when related A real productivity estimated by the model and experimental.Keywords: Time of sowing, water availability, Model agroecological zone (FAO).

Page 11: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

5

2. INTRODUÇÃO

O agronegócio pode ser considerado como uma das principais fontes da economia

brasileira, sendo a área destinada ao cultivo de grãos estimada em 58,8 milhões de

hectares, e destes, aproximadamente 43 milhões são destinadas a sucessão soja-milho

safrinha. Em paralelo à extensa área cultivada, as estimativas de produtividade também são

significativas, com previsão de (3.141 kg ha-1) para a soja e (5.204 kg ha-1) milho segunda

safra dados da safra 2016/2017 (CONAB, 2017).

A região médio norte de Mato Grosso está situada entre a região de transição

cerrado Amazônia, tomando como coordenadas geográficas: 55,2° a 57,2° W e 11,2° a 14°

S. Tal região é privilegiada por épocas de chuvas e seca bem definidas, bem como

temperaturas elevadas, as quais são cruciais para o cultivo de culturas anuais como a soja.

Em geral, a produtividade agrícola é dependente de fatores genéticos, nutricionais,

climáticos (energéticos e hídricos) e fitossanitários uma vez que, o clima intervém de forma

expressiva, em aproximadamente 50% dos processos metabólicos das plantas.

Especificamente para soja, Cruz et al. (2010), verificaram redução de aproximadamente 2%

no teor de óleo em cultivares de soja devido à deficiência hídrica em fases fenológicas

críticas.

Nesse contexto, dentre os fatores climáticos, a disponibilidade energética e hídrica

podem ser consideradas como os principais fatores da produção, sendo responsáveis

diretos pelo crescimento e desenvolvimento das plantas (EMBRAPA, 2011). A

disponibilidade energética tende a apresentar sazonalidades dependentes de variações

astronômicas, geográficas e atmosféricas (turbidez, nebulosidade, aerossóis, dentre outros)

(PEZZOPANE et al., 2000). Por sua vez, em função da elevada aleatoriedade de espaço e

tempo, as variações da distribuição das precipitações pluviais representam um dos

principais problemas ao desenvolvimento agrícola.

O conhecimento conjunto do comportamento das precipitações pluviais, da

evapotranspiração e da temperatura do ar é essencial, para o planejamento agrícola, de

modo a obter melhores datas de semeadura e manejo adequado da cultura (WAGNER et

al., 2013). Ferneda et al. (2016), avaliando o crescimento e o desenvolvimento de cultivares

de soja, para a estimativa das taxas de crescimento em Sinop-MT, notaram diferentes

quantidades de incremento de massa para cultivares de soja em datas distintas de

semeadura.

Segundo Souza et al. (2013), a região médio-norte do estado de Mato Grosso tem

por característica climática, duas estações bem definidas: seca (maio a setembro) e

chuvosa (outubro a abril), sendo que tais condições favorecem o cultivo da sucessão

soja/milho em função da disponibilidade de água no solo no final do período chuvoso.

Page 12: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

6

Farias et al. (2007), apontam que dentre as exigências climáticas, temperaturas em

torno de 30°C e disponibilidade hídrica variando de 400 a 850 mm durante o ciclo de ambas

as culturas, são os principais condicionantes para que haja crescimento e desenvolvimento,

de modo a refletir na boa produtividade. Silva et al. (2012), avaliando o desempenho de

cultivares de milho no estado do Paraná obteve resultados negativos com relação a

produtividade para culturas submetidas a deficiência hídrica no período vegetativo.

Com o aumento da população mundial há uma pressão para o aumento da produção

de alimentos, uma vez que a expectativa de vida é gradualmente elevada. Para tanto, faz-se

necessário a produção em larga escala, para a obtenção do máximo potencial da cultura.

Para atingir esses potenciais, é necessário que as condições edafoclimáticas estejam

aliadas com as necessidades da planta. Em geral, tais exigências são atendidas apenas em

ambientes produtivos controlados, perfazendo, portanto, na necessidade de estudos das

tendências de desenvolvimento e produção com base no histórico climático da região é uma

alternativa para previsão de safras.

A produtividade real de uma cultura muitas vezes não atinge a potencial, devido a

semeadura prematura ou atrasada. Modelos matemáticos que simulam, com base em dados

históricos de elementos climáticos, a produtividade potencial de culturas vêm sendo

estudados em larga escala e recomendados como indicativos de períodos ideais para a

semeadura principalmente de culturas anuais (ROSA et al., 2010; FUZZO et al., 2015).

Dentre os vários modelos agrometeorológicos de estimativa da produtividade

potencial de uma cultura relacionada com a disponibilidade de água no solo, destaca-se o

modelo da Zona Agroecológica (ZAE), desenvolvido por Doorenbos e Kassan (1979) e

parametrizado pela FAO em 1994. Este modelo é amplamente utilizado por pesquisadores e

com resultados satisfatórios, todavia, para melhor adaptação do modelo, é fundamental

associar o ciclo da cultura quanto a soma térmica acumulada (GDA) nos diferentes estádios

fenológicos. Por conseguinte, com base na produtividade real (experimental em campo), na

produtividade atingível (considerando a restrição hídrica regional) e sob quais condições

climáticas estas serão atendidas, pode-se estimar a viabilidade do período de semeadura e

colheita de cultivares de diferentes ciclos de desenvolvimento para uma determinada

cultura.

Page 13: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

7

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Determinar a produtividade potencial e real da soja, considerando diferentes ciclos de

desenvolvimento, em diferentes épocas de plantio, na região Médio-Norte de Mato Grosso

com base no modelo da Zona Agroecológica (ZAE).

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliar a influência de diferentes épocas de semeadura e ciclos de desenvolvimento na

disponibilidade hídrica para a cultura da soja;

- Definir os níveis de produtividade esperados para a soja de diferentes ciclos.

Page 14: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

8

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Importância socioeconômica

Os primeiros relatos do cultivo da soja, no Brasil, foram apresentados em estudos

realizados em meados de 1882 na Bahia, mas apenas entre 1950-80 é que houve

considerável expansão para as regiões sudeste, norte e nordeste do país, a partir do

desenvolvimento dos genótipos adaptados a diferentes condições de solo e clima

(SCHLESINGER, 2004; SEDIYMA et al., 2009).

O Brasil apresenta estimativa de 58,5 milhões de hectares em área cultivada por

grãos, dos quais 33,08 e 10,16 milhões destina-se a cultura da soja e a cultura do milho

segunda safra. Nesse cenário, o estado de Mato Grosso é responsável por

aproximadamente 28 e 37% da produção de soja e de milho segunda safra (CONAB, 2016;

IBGE, 2016). As exportações de soja e milho foram calculadas em 15,94 e 16,66 milhões de

toneladas no estado de Mato Grosso na safra 2015/16 (IMEA, 2016). A soja é a principal

oleaginosa cultivada no país, constituída em média por 40% de proteínas e 20% de lipídeos

(porcentagem em base seca), porém não é considerada alimento básico para a população

em geral (SOUZA et al., 2012) logo, sua massa destina-se a fabricação de produtos para

alimentação humana (óleo vegetal), ração animal, farelo e biodiesel, dentre outros

(BEZERRA et al., 2015; PÍPOLO et al., 2015). Comercialmente, é utilizada principalmente na

alimentação humana e animal (PAES, 2006), substituindo parcialmente a farinha de trigo no

preparo de bolos (DANTAS et al., 2010) e uma vez que casca do grão de soja possui boa

taxa de digestibilidade por ruminantes é recomendada para a alimentação bovinos

(ZAMBOM et al., 2001).

A cultura apresenta potencial para expansão de mercado, visto que a tendência de

crescimento populacional é significativa. Além do mais, a criação de animais de abate é

cada vez mais impulsionada pela alimentação através de dietas a base do farelo de soja.

Atualmente cerca de 96 mil toneladas de soja são destinadas a produção de ração animal

(CONAB, 2015).

Page 15: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

9

4.2. Exigências edafoclimáticas

A radiação solar é o principal fator limitante para o crescimento das culturas em

geral, uma vez que a energia necessária para a realização da fotossíntese e os processos

metabólicos dependem diretamente da luz solar (TAIZ; ZEIGER., 2006; SILVA et al., 2015).

A eficiência do uso da radiação solar por uma cultura é a relação entre a incidência da

mesma e o quanto é convertido em massa (BERGAMASCHI, 2005), uma vez que em cada

período (vegetativo ou reprodutivo) a quantidade requerida é diferente.

A determinação dos estádios fenológicos e/ou do ciclo vital da cultura pode ser

obtido através da contabilização de dias após o plantio ou pela quantidade térmica

necessária para evolução de cada fase, contabilizados da germinação à maturação e/ou

colheita, esta é dada em graus-dia. Esta última é mais indicada para estudo, apresentando

resultados mais precisos, uma vez que é calculada em relação a fatores climáticos e da

respectiva cultura. Ferneda et al. (2016), avaliando cultivares de soja semeadas em

diferentes épocas, notaram diferenças quanto a soma térmica necessária para seu máximo

crescimento e incorporação de massa seca.

A soja é uma cultura de dias curtos, desse modo seu florescimento é influenciado

pela duração do período de incidência de luz solar (fotoperíodo) o qual depende da latitude

local e declividade, como constatado por Carvalho et al. (2010), que obtiveram

produtividades variando de 2958 a 3453 kg ha-1 para cultivares de soja semeadas em Minas

Gerais, submetidas a condições climáticas semelhantes, porém em cidades diferentes.

Segundo Mundstock (2005), as culturas podem apresentar retardo ou atrasos no

florescimento, pela redução de temperatura e horas diurnas, desse modo, ocorrem

distúrbios fisiológicos, ocasionando crescimento excessivo ou não suficientes de ramos, em

ambos os casos há abortamento de significativa quantidade de inflorescências e dos

legumes, bem como notado por Zhang et al. (2001), atraso na floração apenas quando o

fotoperíodo foi induzido de modo a aumentar as horas de radiação.

Outro fator extremamente importante para assegurar boas produtividades tanto para

a soja quanto para a cultura em sucessão, é a disponibilidade de água. Segundo Farias et

al. (2007), a quantidade de água requerida pela cultura da soja durante seu ciclo varia de

450 a 800 mm, sendo que a restrição hídrica durante a germinação e no período de

enchimento de grãos pode afetar significativamente a produtividade (CARRERA et al.,

2009). Onde o período crítico estende-se da iniciação floral até a maturação fisiológica

(SANS; GUIMARÃES, 2006). Diante de deficiência hídrica durante o período crítico, a

quantidade de grãos na espiga, assim como a produção pode ser afetada em até 50%

(SILVA et al., 2012; WAGNER et al., 2013).

A necessidade de água para uma cultura é variável em suas diferentes fases

fenológicas (vegetativa e reprodutiva). Na fase vegetativa a planta utiliza uma maior

Page 16: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

10

quantidade de água para os processos fisiológicos relacionados ao crescimento. E na fase

reprodutiva, para a emissão da inflorescência e enchimento de grão. Deste modo,

Bergamaschi et al. (2006), testando cultivares submetidas à restrição hídrica, notaram a

redução produtiva quando ocorrida na fase de florescimento, Carvalho et al. (2010), também

obtiveram resultados negativos quanto a produtividade, variando de 2958 a 3453 kg ha-1

para cultivares de soja semeadas em Minas Gerais, submetidas a condições climáticas

semelhantes, porém em cidades diferentes. Silva et al. (2013), testando cultivares de milho,

também notou quebra de produtividade por deficiência hídrica de 20 a 25 mm no final da

fase vegetativa, ocasionando produtividade máxima de 4,73 ton.ha-1.

Page 17: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

11

4.3. Estimativa de produtividade por modelos agroclimáticos

A modelagem por meio de equações que estimam o potencial agrícola de uma

cultura pode ser considerada como uma alternativa para a recomendação de períodos

adequados para a semeadura em condições climáticas particulares de cada região. A

produtividade é, normalmente, a variável de maior significância para os produtores, deste

modo, modelos de estimativa foram desenvolvidos e vem sendo aplicados a regiões

específicas visando obter a produtividade potencial de culturas (BOOTE et al., 1997).

Doorenbos e Kassan, (1979) propuseram estimar a produtividade potencial com base

na disponibilidade hídrica do solo. A partir deste modelo, foram realizadas outras

proposições para tal finalidade, como o modelo aditivo desenvolvido por Stewart et al.,

(1976) e proposto por Doorenbos e Kassan (1979) obtendo a produtividade real em relação

à produtividade do ano anterior, modelo multiplicativo baseado em Doorenbos e Kassan

(1979) proposto por Rao et al. (1988), o qual também considera a produtividade do ano

anterior, diferenciando modelo multiplicativo baseado em Doorenbos e Kassan (1979)

modificado por Camargo et al. (1986), o qual apresenta um fator para penalização

(correção) pela deficiência hídrica, dentre outros.

O modelo da Zona Agroecológica proposto por Doorenbos e Kassan (1979),

parametrizado pela FAO em 1994 tem por objetivo estimar a produtividade de uma cultura

através da disponibilidade hídrica durante seu ciclo. Essa metodologia é recomendada pela

facilidade da obtenção dos dados de entrada, e pelos resultados significativos já obtidos por

diversos estudos realizados em escala mundial.

Tais dados, determinantes à produtividade da cultura são: temperatura média do ar,

radiação solar, duração do período vital da cultura, bem como necessidades específicas da

cultura como horas de brilho solar. A partir da produtividade potencial, os resultados podem

ser corrigidos, estimando a produtividade real.

Considerando a produtividade média de uma série histórica de 29 safras da soja,

Monteiro et al. (2011), observaram superestimavas de 1,09 a 1,6 t ha-1 na produtividade

potencial calculada pelo modelo ZAE em Passo Fundo - RS. Battisti et al. (2012), também

obteve valores superestimados da produtividade calculada pelo modelo ZAE FAO em

relação a produtividade real, com valores médios 4.000 kg ha-1 para a soja e de 10.000 kg

ha-1 para a cultura do milho.

Em suma, o modelo ZAE é dependente do balanço hídrico, realizado com a

finalidade de conhecer as variações do armazenamento de água no solo, considerando as

relações entre precipitação e evapotranspiração da cultura utilizada. Ferneda et al., (2016)

avaliando quatro cultivares de soja, notaram que quando submetida a déficit hídrico nas

fases iniciais de desenvolvimento e entre floração-enchimento de grãos, ocorre nessas

plantas um acentuado decréscimo na produtividade final.

Page 18: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

12

Rosa et al. (2010), testando um modelo agrometeorológico espectral, baseado em

Doorenbos e Kassam (1979) obtiveram bons resultados de estimativa da produtividade do

café em Minas Gerais, com subestimativas entre 4 e 97 Kg ha-1. Almeida (2013), testando

um modelo agrometeorológico espectral modificado a partir do proposto por Doorenbos e

Kassam (1979) para obtenção da produtividade da cultura do café em Minas Gerais, obteve

valores de r² próximos a 0,8, demonstrando boa eficiência do modelo.

Page 19: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

13

5. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado com dados climatológicos históricos de uma estação

meteorológica automática e convencional localizada no município de Sinop (11,98° S; 55,56°

W) pertencente a rede de monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os

dados foram obtidos na escala diária, na plataforma BDMEP (Banco de Dados

Meteorológicos para Ensino e Pesquisa). A cidade esta localizada na região Médio-Norte do

estado de Mato Grosso, na região de transição Cerrado-Amazônia.

Segundo a classificação de Koppen, o clima da região é tropical quente e úmido

(Aw), com duas estações bem definidas: seca (maio a setembro) e chuvosa (outubro a

abril), com precipitações médias anuais entre 1800 e 2000 mm (SOUZA et al., 2013).

Foram utilizadas cultivares de soja de ciclo super-precoce, precoce, semi-precoce,

semi-tardio e tardio. A simulação de semeadura foi realizada em escala diária,

compreendida entre o período de 01/setembro a 15/outubro. A soma térmica acumulada

(GDA) para determinação do ciclo da cultura em dias, foi calculada segundo a metodologia

de Ometto (1981), a qual relaciona as temperaturas ótimas para desenvolvimento da cultura

(temperatura basal superior (TB) e basal inferior (Tb)) com as temperaturas máximas e

mínimas do local de estudo. Para tanto, foram propostos cinco casos:

Caso 1: TB>TM>Tm>Tb

𝐺𝐷 =𝑇𝑀−𝑇𝑚

2+ 𝑇𝑚 − 𝑇𝑏 (01)

Caso 2: Tm<Tb<TM<TB

𝐺𝐷 =(𝑇𝑀−𝑇𝑏)²

2∗(𝑇𝑀−𝑇𝑚) (02)

Caso 3: TB>Tb> TM>Tm

𝐺𝐷 = 0 (03)

Caso 4: TM>TB> Tm>Tb

𝐺𝐷 =2∗(𝑇𝑀𝑇𝑚)∗(𝑇𝑚−𝑇𝑏)+(𝑇𝑀−𝑇𝑚)2−(𝑇𝑀−𝑇𝐵)

2∗(𝑇𝑀−𝑇𝑚) (04)

Caso 5: TM>TB>Tb>Tm

𝐺𝐷 =1

2∗

(𝑇𝑀−𝑇𝑏)²−(𝑇𝑀−𝑇𝐵)²

𝑇𝑀−𝑇𝑚 (05)

em que: GD – Graus-dia (°C); TM – Temperatura máxima do dia; Tm – Temperatura mínima

do dia; TB – Temperatura basal superior; Tb – Temperatura basal inferior.

O balanço hídrico sequencial para estimativa da quantidade de água disponível no

solo durante a safra foi calculado em escala diária e representado graficamente. Procedeu-

se a metodologia de Thornthwaite e Mather (1955), através da qual é possível estimar a

evapotranspiração real (ETR), da deficiência hídrica (DEF), o excedente hídrico (EXC) e o

armazenamento da água no solo (ARM). De modo que não será considerada uma cultura

Page 20: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

14

padrão (grama), e sim culturas anuais, a evapotranspiração de referência será substituída

pela evapotranspiração da cultura. Esta será obtida pelo produto entre a evapotranspiração

de referência (ETo) e o coeficiente da cultura (Kc) tabelado de 0,35 fase inicial, 0,75 para a

fase de desenvolvimento, 1,15 no período intermediário, 0,75 na fase final do ciclo e 0,45 na

colheita para ambas as culturas (Doorenbos e Kassam, 1994).

A evapotranspiração de referência foi calculada segundo a metodologia proposta por

Penman-Monteith, parametrizada pela FAO (1991):

𝐸𝑇𝑃 =0,408∗𝑠∗(𝑅𝑁−𝐺)+(

𝛾∗900∗𝑈2∗(𝑒𝑠−𝑒𝑎)

𝑇+275)

𝑠+𝛾∗(1+0,34∗𝑈2) (06)

Em que:

Rn – Radiação líquida total diária (MJ m-2 d-1); G – Fluxo de calor no solo (MJ m-2 d-1);

𝛾- É a constante psicrométrica (0,063 kPa °C-1); T – Temperatura média do ar (°C); U2 –

Velocidade do vento a 2 m. (m s-1); es – Pressão de saturação de vapor (kPa); ea – Pressão

parcial de vapor (kPa); s – Declividade da curva de pressão de vapor (kPa °C-1).

𝑠 =4098∗𝑒𝑠

(𝑇+237,3)2 (07)

𝑒𝑠 = 0,6108 ∗ 10(7,5∗𝑇 237,3+𝑇)⁄ (08)

𝑒𝑎 = (𝑒𝑠 ∗ 𝑈𝑅)/100 (09)

𝑅𝑛 = 𝑄𝑜(𝑎𝑛 + 𝑏𝑛 ∗ 𝑛 𝑁)⁄ (10)

Em que: an= 0,25611; bn= 0,48539; n - Insolação (número de horas de brilho solar)

no dia e N – Fotoperíodo (horas).

O negativo acumulado representa a somatória do negativo acumulado do dia anterior

e do dia atual se a diferença entre a precipitação e evapotranspiração for menor que zero,

se não, é dado pela função logarítmica entre o armazenamento de água no solo e a CAD

(considerado como 75 mm para a cultura da soja e com base nas classes de solo da

região). O ARM será dado pela somatória de “Precipitação – Eto” e ARM do dia anterior.

A produtividade atingível da cultura será calculada segundo o modelo da Zona

Agroecológica FAO, descrita por Doorenbos e Kassam (1994) a qual considera a

produtividade bruta de matéria seca das culturas, corrigida por elementos da planta e do

clima.

A equação básica da produção de matéria seca da cultura padrão tem como principal

variável a radiação solar, porém quando estudada uma cultura agrícola, esta deve ser

corrigida por valores relativos a condições edafoclimáticas da mesma. Matematicamente, a

produção de matéria seca da cultura pode ser obtida através da seguinte equação:

Pp= PPBp x Ciaf x Cr x Cc x ND (Kg ha-1) (07)

em que: PPBp - Produção bruta de material seca da cultura padrão (Kg MS ha-1 dia-1); Ciaf -

Correção em função da área foliar; Cr - Correção em função da respiração (perda de massa

Page 21: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

15

por manutenção e conversão); Cc - Correção para a produção de matéria seca em função da

umidade; ND - Número de dias do período de desenvolvimento.

A produção bruta de matéria seca foi calculada pela seguinte equação:

PPBp = PPBn + PPBc (Kg ha-1 d-1) (08)

PPBn= (31,7 + 0,219 Qo) cTn (1 – n/N)

PPBc = (107,2 + 0,36 Qo) cTc (1 – n/N)

em que: PPBn - Condições de período nublado; PPBc - Condições de período de céu aberto;

Qo: Radiação solar no topo da atmosfera (cal cm-2dia-1); cTn - Correção devido a

temperatura, a qual varia em função da taxa fotossintética da planta (ciclo C3 e ciclo C4),

para períodos de céu nublado; cTc - Correção para períodos de céu aberto; n - Brilho solar,

obtido por heliógrafo; N - Fotoperíodo.

A correção para área foliar é necessária considerando que a mesma varia durante o

ciclo das culturas estudadas e atinge valor máximo de 5. Calcula-se através da seguinte

equação:

Ciaf = 0,0093 + 0,185 IAF – 0,0175 IAF² (IAF ≥ 5, CIAF = 0,5) (09)

As correções da respiração, consideram que durante a fotossíntese e o crescimento,

parte dos carboidratos são consumidos na fotorrespiração, e parte na manutenção dos

tecidos (respiração de manutenção), sendo que esse consumo, é fortemente dependente da

temperatura do ar (Tar). Dessa forma considera-se que CR = 0,6 para Tar< 20 °C e CR =

0,5 para Tar ≥ 20°C, sendo considerado nesse caso, a temperatura média do período

analisado. As correções para a parte colhida (CC) consideram apenas a matéria seca total,

sendo expressa pelo índice de colheita (Ic) que representa a relação entre matéria seca

comercial e o rendimento obtido. Os valores de Ic serão extraídos da proposta de

Doorenbos & Kassan (1994). Dessa forma, após a obtenção da matéria seca da parte

colhida (massa seca total colhida) (PPR) deve-se desconsiderar a umidade residual (U%)

para obtenção da produtividade potencial final.

PPF = PPR / (1 – 0,01 U%) (10)

Page 22: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

16

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como apresentado na figura 1(C), comparando-se o período chuvoso com o período

seco, a insolação foi reduzida, porém, esse fato não prejudica o desenvolvimento da cultura

a qual apresenta grande eficiência na recepção e transformação da energia solar em

biomassa (SANTOS et al., 2003) mas, se a temperatura apresentar valores muito altos ou

baixos, pode acarretar em perdas de inflorescências, por atraso ou antecipação do início do

período reprodutivo, reduzindo assim a produtividade (MUNDSTOCK E THOMAS, 2005).

Figura 1. Variação das temperaturas máxima, média e mínima (A), precipitação pluvial (B) e insolação

(C) na região Médio-Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na

plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).

15/1

30/114

/2 1/316

/331

/315

/430

/415

/530

/514

/629

/614

/729

/713

/828

/812

/927

/9

12/1

0

27/1

0

11/1

1

26/1

1

11/1

2

26/1

2

-202468

101214161820

A

B

Pre

cip

ita

çã

o (

mm

)

Data

15/1

30/1

14/2 1/

316

/331

/315

/430

/415

/530

/514

/629

/614

/729

/713

/828

/812

/927

/9

12/1

0

27/1

0

11/1

1

26/1

1

11/1

2

26/1

2

10

15

20

25

30

35

40

Temperatura máxima Temperatura mínima Temperatura média

Te

mp

era

tura

(°C

)

Data

15/1

30/1

14/2 1/

316

/331

/315

/430

/415

/530

/514

/629

/614

/729

/713

/828

/812

/927

/9

12/1

0

27/1

0

11/1

1

26/1

1

11/1

2

26/1

2

-0,10,00,10,20,30,40,50,60,70,80,91,0

Ky (

ET

r/E

To

)

Data

15/1

30/1

14/2 1/

316

/331

/315

/430

/415

/530

/514

/629

/614

/729

/713

/828

/812

/927

/9

12/1

0

27/1

0

11/1

1

26/1

1

11/1

2

26/1

2

2

4

6

8

10 C

Data

Inso

laçã

o (

MJ.m

².d

-¹)

Page 23: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

17

Disponibilidade hídrica abaixo de 1 (Figura 2), representa quão distante do

necessário está as condições de umidade do solo. Foram obtidos valores médios para

condições de gramado, logo, quando inserida uma cultura distinta, é necessário que o

balanço hídrico seja calculado considerando o coeficiente da cultura (Kc) nas diferentes

fases fenológicas, para estabelecimento da melhor época de cultivo, segundo as condições

locais.

Figura 2. Variação da disponibilidade hídrica no solo durante o ano para condições de gramado, na região Médio Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).

Como apresentado na Figura 3, a disponibilidade hídrica durante a fase de

germinação/emergência do cotilédone para a semeadura realizada no dia 01 de outubro é

muito baixa, variando de 0,5 a 0,65 até dia 15 de outubro e apresentando valores crescentes

e próximos de 1,0 após o dia 20 de outubro, como a região é marcada por forte estiagem

antecedendo as primeiras chuvas, e a velocidade de infiltração de água no solo é máxima

inicialmente, permanecendo constante após um período de tempo (BERNARDO, 1989) até

atingir a capacidade de campo, então é recomendado que a semeadura seja realizada

quando apresentada esta condição. Com exceção do ciclo de 100 dias (Figura 3-E), os

valores de Ky mantiveram-se próximos de 1,0 na fase de colheita, momento em que o

legume não mais precisa de água para formação.

Comparando-se os dados da Figura 3 com os da Figura 4, notamos significativa

diferença na disponibilidade hídrica, tanto no período de germinação/emergência como nas

fases críticas de cada ciclo. Verificamos também, que na fase de colheita, independente do

ciclo da cultura, há disponibilidade hídrica, fato que assegura a semeadura de uma

sucessão. Porém, não podemos garantir o sucesso na produtividade da segunda safra, se

não houver suprimento hídrico nas fases críticas da cultura sucessora.

A data da colheita da soja como observado no eixo horizontal secundário da Figura

3, se estende pelo período de janeiro a abril, uma vez que varia de acordo com a data de

semeadura, ciclo da cultivar adotada, intenção de cultivo de milho ou outra cultura em

sucessão e condições climáticas favoráveis a todos estes processos. A colheita da soja na

15/1

30/1

14/2 1/

316

/331

/315

/430

/415

/530

/514

/629

/614

/729

/713

/828

/812

/927

/9

12/1

0

27/1

0

11/1

1

26/1

1

11/1

2

26/1

2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

Ky (

ET

r/E

To

)

Data

0 2 4 6

0

2

4

6

Y A

xis

Title

Page 24: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

18

região Médio-norte do estado é realizada em período compreendido entre a segunda

quinzena de janeiro e o mês de março, apresentando maior intensidade no mês de

fevereiro.

Figura 3. Variação da disponibilidade hídrica no solo durante a safra da soja tomando como semeadura o dia 01 de outubro, para ciclos de 140 dias (A), 130 dias (B), 120 dias (C), 110 dias (D) e 100 dias (E) na região Médio-Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).

Figura 4. Variação da disponibilidade hídrica no solo durante a safra da soja tomando como semeadura o dia 15 de novembro, para ciclos de 140 dias (A), 130 dias (B), 120 dias (C), 110 dias (D) e 100 dias (E) na região Médio-Norte de Mato Grosso. (Dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para um ano).

10/1

020

/10

30/1

09/

1119

/11

29/1

19/

1219

/12

29/1

28/

118

/128

/1 7/2

17/2

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1 A

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data10

/10

20/1

0

30/1

09/

11

19/1

1

29/1

19/

12

19/1

2

29/1

28/

118

/128

/1 7/2

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0 B

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

10/1

0

20/1

0

30/1

09/

11

19/1

1

29/1

19/

12

19/1

2

29/1

28/

118

/128

/1

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0 C

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

10/1

0

20/1

0

30/1

09/

11

19/1

1

29/1

19/

12

19/1

2

29/1

28/

118

/1

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0 D

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

10/1

0

20/1

0

30/1

09/

11

19/1

1

29/1

19/

12

19/1

2

29/1

28/

1

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1 E

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

24/1

14/

1214

/12

24/1

23/

113

/123

/1 2/2

12/2

22/2 4/3

14/3

24/3 3/4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

AKy

(ET

r/E

Tc)

Data24

/114/

12

14/1

2

24/1

23/

113

/123

/1 2/212

/222

/2 4/314

/324

/3

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

B

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

24/1

14/

12

14/1

2

24/1

23/

113

/123

/1 2/212

/222

/2 4/314

/3

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

C

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

24/1

14/

12

14/1

2

24/1

23/

113

/123

/1 2/2

12/2

22/2 4/

3

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

D

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

24/1

14/

12

14/1

2

24/1

23/

113

/123

/1 2/2

12/2

22/2

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

E

Ky

(ET

r/E

Tc)

Data

Page 25: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

19

Na Figura 5, estão apresentados os dados referentes à semeadura e colheita da

cultura estudada, sob condições reais de campo. A semeadura da soja é iniciada em

outubro, atingindo aproximadamente 80% de seu total na primeira quinzena de novembro.

Apesar de o vazio sanitário terminar no dia 15 de setembro (IMEA, 2016), nesse período

ainda não há registros de precipitação, então para que não haja necessidade de irrigar a

cultura, espera-se até o início das chuvas.

Figura 5. Evolução da área semeada (eixo horizontal primário) e colhida (eixo horizontal secundário),

em porcentagem, com soja para os municípios de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Ipiranga do Norte,

Sinop, Nova Ubiratã e Vera localizados no Médio-Norte de MT (média das safras 2009/10 a 2016/17).

Regionalmente, é priorizada a semeadura de cultivares de ciclo curto (de 90 a 110

dias) para que a soja receba a quantidade de água necessária nas fases críticas e que a

cultura inserida em sucessão usufrua do período ainda chuvoso nessas fases, não

demandando irrigação. Tal opção é válida considerando as necessidades para seu

desenvolvimento como apresentado por Cruz et al. (2010) que, avaliando cinco cultivares de

diferentes ciclos em épocas distintas de semeadura, na Bahia, notou redução da qualidade

do grão quanto ao teor de óleo, explicado pela deficiência hídrica durante o período de

enchimento de grãos.

02/out 15/out 23/out 01/nov 10/nov 19/nov 27/nov 11/dez

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

16/jan 31/jan 14/fev 27/fev 10/mar 23/mar 03/abr 15/abr

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Semeadura

Áre

a s

em

ea

da

(%

)

Data de semeadura

Áre

a c

olh

ida

(%

)

Colheita

Data de colheita

Page 26: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

20

Figura 6. Comportamento da produtividade potencial (Kg.ha-1) de soja de cinco ciclos de desenvolvimento (100, 110, 120, 130, 140 dias) simulada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para os ciclos das culturas), em função da data de semeadura na região Médio-Norte de Mato Grosso.

Como apresentado na Figura 6, a produtividade potencial da cultura da soja é alta,

independente do ciclo. Essa estimativa é dada, pois as variáveis de entrada diretas no

modelo consideram apenas as interferências fisiológicas devido a área foliar, as perdas por

respiração, ao teor de umidade residual no grão e a relação entre a matéria seca comercial

(massa de grão após a secagem) e o rendimento do mesmo e, uma vez que seu ciclo é

afetado pela soma térmica necessária durante seu desenvolvimento e a temperatura do ar

tende a diminuir no decorrer dos dias de cultivo, como visto na Figura 1, sua produtividade

potencial apresenta um comportamento decrescente, variando de 76 a 88 Kg.ha-1 quando

comparando a produtividade da semeadura realizada no dia 01 de outubro e no dia 15 de

novembro.

Contrariando os dados da produtividade potencial, a produtividade real da cultura, a

qual é corrigida pelo fator disponibilidade hídrica no solo (Ky), apresenta uma tendência

linear crescente, pois, como apresentado na Figura 1-B, as chuvas iniciam com frequência

constante ao final do mês de outubro, logo, quanto mais tarde a semeadura, no período

recomendado, maior quantidade de água disponível a planta terá para suprir as

necessidades de conversão de nutrientes na fase reprodutiva.

02/o

ut

04/o

ut

06/o

ut

08/o

ut

10/o

ut

12/o

ut

14/o

ut

16/o

ut

18/o

ut

20/o

ut

22/o

ut

24/o

ut

26/o

ut

28/o

ut

30/o

ut

01/n

ov

03/n

ov

05/n

ov

07/n

ov

09/n

ov

11/n

ov

13/n

ov

15/n

ov

3900

4000

4100

4200

4300

4400

4500

4600

4700

4800

4900

5000

5100

5200

5300

5400

tardia semitardia semiprecoce precoce supprecoce

Pro

du

tivid

ad

e p

ote

ncia

l (K

g.h

a-1)

Data de semeadura

Page 27: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

21

Figura 7. Comportamento da produtividade real (Kg.ha-1) de soja de cinco ciclos de desenvolvimento (100, 110, 120, 130, 140 dias) simulada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para os ciclos das culturas), em função da data de semeadura na região Médio-Norte de Mato Grosso.

Uma vez iniciado o período chuvoso, recomenda-se que a semeadura não seja

realizada de imediato, pois como nos meses anteriores não há registros de precipitação, o

solo não apresenta capacidade de reter água, uma vez que no período de germinação e

emersão, segundo Silva et al. (2015), a umidade do solo deve ser de 50 a 85% da

capacidade de campo para a semente ter disponibilidade hídrica para desenvolver o

embrião e iniciar o processo de crescimento e desenvolvimento.

Amorim et al. (2011) avaliaram, em Uberlândia-MG, onze cultivares de diferentes

ciclos, em quatro épocas de semeadura, obtiveram resultados significativos para a redução

da produtividade em semeaduras realizadas na segunda quinzena de dezembro, devido a

redução hídrica na fase de florescimento, a qual causa aborto das inflorescências. Neto et

al. (2005), também notaram redução da produtividade para semeaduras tardias com

cultivares de soja semeadas em épocas distintas no estado de Goiás, uma vez que foram

estabelecidas quatro datas (28/11, 04/12, 11/12 e 18/12) a produtividade apresentou maior

rendimento na primeira condição de semeadura, uma vez que na fase reprodutiva das

cultivares semeadas nas datas subsequentes, ocorreu redução nas temperaturas médias e

estresse hídrico.

Como apresentado na Figura 8, a regressão linear obtida pela relação produtividade

potencial e produtividade real coletada em campo apresentou coeficiente de variação de

0,20015 com uma superestimativa dos resultados. Os dados de campo, dificilmente

atingirão o potencial esperado, uma vez que foram expostos a deficiência hídrica em

02/o

ut

04/o

ut

06/o

ut

09/o

ut

11/o

ut

13/o

ut

15/o

ut

17/o

ut

19/o

ut

21/o

ut

24/o

ut

26/o

ut

28/o

ut

30/o

ut

01/n

ov

04/n

ov

06/n

ov

08/n

ov

10/n

ov

14/n

ov

3000

3200

3400

3600

3800

4000

4200

4400

4600

4800

5000

5200

5400

Tardio Semi tardio Semi precoce Precoce Super precoce

Pro

du

tivid

ad

e r

ea

l e

stim

ad

a (

Kg

.ha

-1)

Data de semeadura

Page 28: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

22

períodos não desejados, ataque de pragas como formigas, excesso de chuva na colheita,

facilitando ataque fúngico.

Assad et al. (2007), avaliando o modelo agrometeorológico SPSoja-Agritempo

baseado na metodologia proposta por Dorenbos e Kassam, notou superestimativas de

resultados a nível estadual, justificado em alguns casos pela ocorrência de ferrugem

asiática, também por períodos de estiagem no sul do país que consistiram em queda de

produtividade local.

Figura 8. Relação entre a produtividade potencial de uma cultivar de ciclo de140 dias estimada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para o ciclo da cultura) e a produtividade real, obtida em campo durante as safras de 2013/14, 2014/15 e 2016/17, UFMT-CUS.

Na Figura 9 notamos a correlação entre a produtividade real estimada e a real

coletada, a qual apresentou um comportamento linear, com coeficiente de variação de

0,997, evidenciando que a equação do tipo y=A+Bx, para os coeficientes obtidos representa

97% de confiabilidade para a estimativa da produtividade em condições reais de campo, na

região de Sinop Mato Grosso, representando a média do médio-norte mato-grossense.

5300 5320 5340 5360 5380 5400

1000

1500

2000

2500

3000y = -22813 + 4,6469x

R2 = 0,20015

Pro

du

tivid

ad

e r

ea

l d

e c

am

po

(K

g.h

a-1)

Produtividade potencial (Kg.ha-1)

Page 29: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

23

Figura 9. Relação entre a produtividade real estimada pelo modelo da ZAE (com base nos dados históricos de 1998 a 2014 adquiridas na plataforma BDMEP agrupados e transformados em média diária para o ciclo da cultura) de uma cultivar de ciclo de 140 dias e a produtividade real, obtida em campo durante as safras de 2013/14, 2014/15 e 2016/17, UFMT-CUS.

Estudos realizados em diferentes localidades observaram bons resultados para o

mesmo modelo testado no presente trabalho. Araujo et al. (2011) avaliando o desempenho

de onze modelos agrometeorológicos, dentre eles, o modelo proposto por Doorenbos e

Kassam (1979), para diferentes anos produtivos, classificados como ano 1 no qual houve

rotação de culturas e ano 2 para a safra subsequente, obteve coeficiente de determinação

(R2) aproximado de 0,6, assim como Moraes et al. (1998) que obteve ajustes para o mesmo

modelo com R2 de 0,7, resultados inferiores aos apresentados no presente estudo.

Asvariações observadas entre os estudos podem ser justificados pelos coeficientes de

ajuste dos modelos, os quais devem ser calibrados para as regiões específicas de estudo.

Como observado na Figura 10, a relação entre a produtividade potencial e real,

apresentaram comportamento linear decrescente para todos os ciclos da cultura. Os ajustes

foram dados por regressão linear do tipo y = A + Bx, como apresentado na tabela 1. Os

coeficientes de variação foram altos, logo, a equação linear descreve o comportamento da

relação entre as produtividades com confiabilidade de 88 até 97% uma vez que

graficamente houve pouca dispersão dos valores estimados potencialmente através de

fatores climáticos e relativos à planta, e os valores corrigidos segundo a disponibilidade

hídrica durante o ciclo vital.

5300 5320 5340 5360 5380 5400

3900

3920

3940

3960

3980

4000

4020

4040 y = -1002,3135 + 0,92683x

R2 = 0,997

Pro

du

tivid

ad

e R

ea

l d

e c

am

po

(K

g.h

a-1)

Produtividade Real estimada (Kg.ha-1)

Page 30: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

24

Figura 10. Relação entre a produtividade real estimada (Kg.ha-1) e produtividade potencial (Kg.ha-1) para cultivares de soja de ciclo de 140, 130, 120, 110 e 100 dias para a região Médio-Norte de Mato Grosso.

Tabela 1. Parâmetros estatísticos da regressão linear tipo A + Bx, para a correlação entre a produtividade potencial (Kg.ha-1) e produtividade real estimada (Kg.ha-1) para cultivares de ciclo de 140, 130, 120, 110 e 100 dias para a região Médio norte de Mato Grosso.

Ciclo (dias) 140 130 120 110 100

Parâmetro

A 34150,82 35920,21 24880,98 20219,06 19281,13

B -5,43926 -6,08892 -4,3777 -3,76055 -4,031

R2 0,909 0,975 0,881 0,942 0,863

Souza et al. (2013), avaliaram o desemprenho do modelo proposto por Doorenbos e

Kassam (1979), para a produtividade do trigo, sob diferentes sistemas de manejo de solo

porém, obtiveram resultados insatisfatórios, com R² igual a 0,3. Rosa et al. (2010), obteve

coeficiente de variação entre 0,76 a 0,89 para a estimativa da produtividade do café

segundo o mesmo modelo, no estado de Minas Gerais, corroborando com os resultados

obtidos no presente estudo.

5300 5320 5340 5360 5380 54004500

4600

4700

4800

4900

5000

5100

5200

5300 A

Pro

dutivid

ade R

eal estim

ada (

Kg.h

a-1)

Produtividade Potencial (Kg.ha-1)

5060 5080 5100 5120 5140 5160 5180 52004300

4400

4500

4600

4700

4800

4900 B

Pro

dutivid

ade R

eal estim

ada (

Kg.h

a-1)

Produtividade Potencial (Kg.ha-1)

4650 4660 4670 4680 4690 4700 4710 4720 4730

4000

4100

4200

4300

4400

4500

4600C

Pro

dutivid

ade R

eal estim

ada (

Kg.h

a-1)

Produtividade Potencial (Kg.ha-1)

4260 4280 4300 4320 43403800

3900

4000

4100

4200

4300D

Pro

dutivid

ade R

eal estim

ada (

Kg.h

a-1)

Produtividade Potencial (Kg.ha-1)

3900 3920 3940 3960 3980 4000 4020 40403100

3200

3300

3400

3500

3600

3700

E

Pro

dutivid

ade R

eal estim

ada (

Kg.h

a-1)

Produtividade Potencial (Kg.ha-1)

Page 31: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

25

7. CONCLUSÕES

A produtividade potencial de soja de diferentes ciclos de vida é decrescente quanto mais

tardia for à semeadura.

A produtividade real estimada pelo modelo da Zona Agroecológica (FAO) para soja de

diferentes ciclos de vida apresenta comportamento linear crescente para semeadura em

datas distintas.

O modelo da Zona Agroecológica (FAO) é indicado para a determinação da melhor data

de semeadura para a soja em Sinop-MT, uma vez que a relação produtividade real estimada

e real de campo apresentou R²=0,997.

Foram obtidos valores médios de produtividade potencial de 5347 Kg.ha-1, 5134 Kg.ha-1,

4682 Kg.ha-1, 4292 Kg.ha-1 e 3953 Kg.ha-1 para os ciclos de 140, 130, 120, 110 e 100 dias,

respectivamente. Valores médios de produtividade real estimada de 5064 Kg.ha-1, 4643

Kg.ha-1, 4392 Kg.ha-1, 4072 Kg.ha-1 e 3347 Kg.ha-1 para os ciclos de 140, 130, 120, 110 e

100 dias, respectivamente. E valores médios experimentais de 2729 Kg.ha-1, 2360 Kg.ha-1,

1299 Kg.ha-1, 2961 Kg.ha-1, 1767 Kg.ha-1, 2277 Kg.ha-1 para soja de ciclo de 140 dias,

semeadas nos dias de 25/09, 04/10, 14/10, 24/10, 04/11 e 14/11, respectivamente, nas

safras de 2013/14, 2014/15 e 2016/17.

Recomenda-se o período de 01/11 a 15/11 para a semeadura da soja, independente do

ciclo vital.

Page 32: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

26

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, T. S. Modelagem agrometeorológica-espectral para estimativa da produtividade de cafeeiros para áreas irrigadas do noroeste de Minas Gerais. Xxx f. 2013. Tese (doutorado em Meteorologia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, 2013. AMORIM, F. A.; HAMAWAKI, O. T.; SOUSA, L. B.; LANA, M. Q.; HAMAWAKI, D. L. Época de semeadura no potencial produtivo de soja em Uberlândia-MG. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.32, suplemento 1, p. 1793-1802, 2011. ASSAD, E. D.; MARIN, F. R.; EVANGELISTA, S. R.; PILAU, F. G.; FARIAS, J. R. B.; PINTI, H. S.; JÚNIOR, J. Z. Sistema de previsão da safra para o Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 42, n. 5, p. 615-625, 2007. ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SOJA E MILHO DE MATO GROSSO-APROSOJA, Informe técnico APROSOJA Nº 109/2016. Data limite para a semeadura das lavouras de soja, 2016. ARAUJO, M. A.; SOUZA, J. L. M.; TSUKAHARA, R. Y. Modelos agro-meteorológicos na estimativa da produtividade da cultura da soja na região de Ponta Grossa, estado do Paraná. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 33, n. 1, p. 23-31, 2011. BERGAMASCHI, H.; DALMAGO, G. A.; COMIRAM, F.; BERGONCI, J. I.; MULER, A. G.; FRANÇA, S.; SANTOS, A. O.; RADIN, B.; BIANCHI, C. A. M.; PEREIRA, P. G. Déficit hídrico e produtividade na cultura do milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 41, n. 2, p. 243-249, 2006. BATTISTI, R.; SENTELHAS, P. C.; PILAU, F. G. Eficiência agrícola da produção de soja, milho e trigo no estado do Rio Grande do Sul entre 1980 e 2008. Ciência Rural, Santa Maria, v. 42, n. 1, p. 24-30, 2012. BEZERRA, A. R. G.; SEDIYAMA, T.; BORÉM, A.; SOARES, M. M. Soja do plantio à colheita. Viçosa- MG: Editora UFV, 2015. 333p. BERNARDO, S. Manual de irrigação. 5.ed. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1989. 596p.

BRUNINI, O.; ABRAMIDES, P. L. G.; BRUNINI, A. P. C.; CARVALHO, J. P Caracterizações macroclimáticas, agrometeorológicas e restrições ambientais para o cultivo de milho em regiões tropicais baixas. InfoBibos, Campinas, v.1, n. 3, p. 1-23, 2006. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2006_3/ambientemilho/index.htm>. Acesso em: 28/06/2016. CAMARGO, M. B. P.; BRUNINI, O.; MIRANDA, M. A. C. Modelo agrometeorológico para estimativa da produtividade para a cultura da soja no Estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v. 45, n. 2 p. 279-292, 1986.

Page 33: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

27

CAMARGO, A. P.; CAMARGO, M. B. P. Teste de uma equação simples da evapo(transpi)ração potencial baseada na radiação solar extraterrestre e na temperatura média do ar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 1983, Campinas-SP. Anais... Campinas: Fundação Cargil, p. 229-244, 1983. CARVALHO, E. R.; REZENDE, P. M.; OGOSHI, F. G. A.; BOTREK, E. P.; ALCANTARA, H. P.; SANTOS, J. P. Desempenho de cultivares de soja [Glycine max (L.) Merrill] em cultivo de verão no sul de Minas Gerais. Ciências agrotécnicas. Lavras, v.34, n.4, p. 892-899. 2010. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Acompanhamento de safra brasileira: grãos, oitavo levantamento, maio de 2016. Disponível em: < http://www.conab.gov.br>. Acesso em: 12 Mai. 2016. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Perspectivas para a agropecuária, Brasília, v.3, p. 1-130, set. 2015. CORREA, C.; MARTÍNEZ, M. J.; DARNADELLI, J.; BALZARINI, M. Water déficit effect on the relationship between temperature during the seed fill period and soybean seed oil and protein concentrations. Crop science, v. 49, n. 3, p. 990-998, 2009. CRUZ, T. V.; PEIXOTO, C. P.; MARTINS, M. C.; LEDO, C. A. S. Efeitos da época de semeadura sobre a composição química e a produtividade de grãos de diversas cultivares de soja no oeste da Bahia. Revista Brasileira de Óleos e fibrosos, Campina Grande, v. 14, n. 2, p. 63-71, 2010. DANTAS, M. I. de S.; SILVA, M. G. D.; PINTO, C. R. R.; PEREIRA, C. A. S.; MINIM, V. P. R.; BITTENCOURT, M. C. B. Farinhas de soja sem lipoxigenase agregam valor sensorial em bolos. Revista Ceres, Viçosa, v. 57, n. 2, p. 141-144, 2010. DOORENBOS, J.; KASSAM, A. H. Yield response to water. Rome, FAO, 1979. 197p. (Irrigation and Drainage Paper, 33) DOORENBOS, J.; KASSAM, A. H.; Efeito da água no rendimento das culturas. Campina Grande: UFPB, 1994. 306p. (FAO. Irrigação e Drenagem, 33) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA SOJA. Sistemas de produção 15. Tecnologias de produção de soja – Região central do Brasil 2012 e 2013, Londrina: Embrapa Soja, n.15, ed. 21, 261 p., 2011. FARIAS, J. R. B; NEPOMUCNO, A. L., NEUMAIER, N. Ecofisiologia da Soja. Londrina, PR: Embrapa soja, 2007. 9p. (Circular técnica, 48). FERNEDA, B. G.; BOEING, E.; SILVA, A. C.; SOUZA, A. P.; SILVA, S. G.; MARTIM, C. C.; PALADINO, F. G.; TANAKA, A. A. Graus-dias na estimativa das taxas de crescimento de quatro cultivares de soja em diferentes épocas de plantio. Nativa, Sinop, v. 4 n. ,3 p. 121-127, 2016.

Page 34: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

28

FERNEDA, B. G.; SILVA, S. G.; MARTIM, C. C.; SILVA, A. C.; SOUZA, A. P. Estudo de riscos climáticos para o cultivo de soja transgênica e convencional, na região de Sinop-MT – safra 14/15. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 2016, Florianopólis-SC. Anais... Jaboticabal: SBEA, p.1-10, 2016. FUZZO, D. F. S.; PANTANO, A. P.; CAMARGO, M. B. P. Modelagem agrometeorológica para estimativa de produtividade de soja para o vale do médio Paranapanema-SP. Irriga, Botucatu, v. 20, n. 3, p. 490-501, 2015. IBGE-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, Indicadores IBGE, Estatística da produção agrícola, abril, 2016. IMEA-INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA. 1º Estimativa de oferta e demanda do milho para Mato Grosso 2016. Acesso em Julho de 2016. IMEA-INSTITUTO MATO-GROSSENSE DE ECONOMIA AGROPECUÁRIA. 1º Estimativa de oferta e demanda da soja para Mato Grosso 2016. Acesso em Julho de 2016. MONTEIRO, L. A.; CARDOZO, N. P.; SENTELHAS, P.C. Estimativa da quebra de produtividade na cultura da soja na região de Passo Fundo, RS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, XVII, 2011, Guarapari-ES. Anais... Porto Alegre: SBAGRO, p. 1-5, 2011. MUNDSTOCK, C. M.; THOMAS, A. L. Soja: fatores que afetam o crescimento e o rendimento de grãos. Porto Alegre, 2005. 31p. NETO, A. N. S.; OLIVEIRA, E.; OLIVEIRA, A. B.; GODOI, C. R. C.; PRADO, C. L. O.; PINHEIRO, J. B. Desempenho de linhagens de soja em diferentes locais e épocas de semeadura em Goiás. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 35, n. 2, p. 103-108, 2005. NOGUEIRA, R. J. M. C.; MORAES, J. A. P. V.; BURITY, H. A.; NETO, E. B. Alterações na resistência à difusão de vapor das folhas em relação hídricas em aceroleiras submetidas a déficit de água. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 75-87, 2001. OMETTO, J. C. Bioclimatologia Vegetal. São Paulo: Agronômica Ceres. p, 440, 1981. PAES, M. C. D. Aspectos físicos, químicos e tecnológicos do grão de milho. Sete Lagoas, MG: Embrapa milho e sorgo, 2006. 6p. (Circular técnica, 75) PENMAN, H. L. Natural evaporation from open water, bare soil and grass. Proceedings of the Royal Society of London, v. A193, p. 120-146, 1948. PEZZOPANE J. E. M.; REIS, G. G.; REIS, M. G. F.; COSTA, J. M. N.; HIGUCHI, P. Balanço de radiação no interior de uma floresta estacional semidecidual secundária

Page 35: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

29

no domínio da mata atlântica. In: Congresso brasileiro de meteorologia. Anais... Rio de Janeiro p.200-206, 2000. PÍPOLO, A. E.; HUNGRIA, M.; FRANCHINI, J. C.; JUNIOR, A. A. B.; DEBIASI, H.; MANDARINO, J. M. G. Teores de óleo e proteína em soja: fatores envolvidos e qualidade para a indústria. Londrina, PR: Embrapa soja, 2015. 14 p. (Circular técnica, 86) RAO, N. H.; SARMA, P. B. S.; CHANDER, S. A simple dated water-production function for use in irrigated agriculture. AgriculturalWater Management, Amsterdam, v. 13 p. 25-32, 1988. ROSA, V. G. C.; MOREIRA, M. A.; RUDORFF, B. F. T.; ADAMI, M. Estimativa da produtividade de café com base em um modelo agrometeorológico-espectral. Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v. 45, n. 12, p. 1478-1488, 2010. REICHARDT, K.; TIMM, L. C. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e aplicações. 1 ed. Barueri,SP: editora Manoele, 2004. 478p. SANS, L. M. A.; GUIMARÃES, D. P. Zoneamento agrícola de riscos climáticos para a cultura do milho. Sete Lagoas, MG: Embrapa milho e sorgo, 2006. 5p. (Circular técnica, 82) SANTOS, J. B.; PROCÓPIO, S. O.; SILVA, A. A.; COSTA, L. C. Captação e aproveitamento da radiação solar pelas culturas da soja e do feijão e por plantas daninhas. Bragantia, Campinas, v. 62, n. 1, p. 147-153, 2003. SCHLESINGER, S. “A soja no Brasil”. Brasil sustentável e democrático. Seminário do cone Sul, 2004. SILVA, M. R.; MARTIN, T. N.; ORTIZ, S.; BERTONCELLI, P.; VONZ, D. Desempenho agronômico de genótipos de milho sob condições de restrição hídrica. Revista de Ciências Agrárias, Pernanbuco, v. 35, n. 1, p. 202-212, 2012. SOUZA, A. P.; MOTA, L. L.; ZAMADEI, T.; MARTIM, C. C.; ALMEIDA, F. T.; PAULINO, J. Classificação climática e balanço hídrico climatológico no Estado de Mato Grosso. Nativa, Sinop, v. 1, n. 1, p. 34-43, 2013. SOUZA, A. de M.; PEREIRA, R. A.; YOKOO, E. M.; LEVY, R. B.; SICHIERI, R.

Alimentos mais consumidos no Brasil: Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009.

Revista de Saúde Pública, v. 47, n. 1, p. 191-199, 2013.

SOUZA, J. L. M.; GERSTEMBERGER, E.; ARAUJO, M. A. Calibração de modelos agrometeorológicos para a produtividade da cultura do trigo, considerando sistemas de manejo do solo, em Ponta Grossa-PR. Revista Brasileira de Meteorologia, São José dos Campos, v. 28, n. 4, p. 409-418, 2013.

Page 36: ESTIMATIVAS DA PRODUTIVIDADE POTENCIAL E REAL DA SOJA …

30

STEWART, J. I.; HAGAN, R. M.; PRUITT, W. O. Production functions and predicted irrigation programs for principal crops as required for water resources planning and increased water use efficiency. Final report. Washington DC, U.S., 1976. 80p. THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. The water balance: publications in climatology. New Jarsey: Drexel Institute of Thechnology. 1955. 104p. WAGNER, M. V.; JADOSKI, S. O.; MAGGI, M. F.; SAITO, L. R.; LIMA, A. S. Estimativa da produtividade do milho em função da disponibilidade hídrica em Guarapuava, PR, Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 17, n. 2, p. 170-179, 2013.