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301 ESTILOS DE APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS: GUIAS DIDÁTICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL Daniela Melaré Vieira Barros INTRODUÇÃO A educação sempre foi influenciada por várias tendências pedagógicas cujas características direcionam a forma como acontece o processo de ensino e aprendizagem, as metodologias e estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores na sala de aula. A metodologia de ensino 1 – que envolve os métodos e as técnicas – é teórico-prática, ou seja, ela não pode ser pensada sem a prática e não pode ser praticada sem ser pensada. De outro modo, a metodologia de ensino estrutura o que pode e precisa ser feito, assumindo uma dimensão orientadora e prescritiva quanto ao fazer pedagógico, bem como significa o processo que viabiliza a veiculação dos conteúdos entre o professor e o aluno, quando então manifesta a sua dimensão prática. (ARAÚJO, 2006, p. 27) Os métodos de ensino podem ser aplicados a todas as áreas, tendo características específicas para cada ciência. Já as técnicas de ensino estão relacionadas sempre com a prática. Como exemplo, alguns métodos de ensino são: o método Waldorf, baseado em Rudolf Steiner, o Construtivismo de Piaget, o Sociointeracionismo de Vygotsky, o Pragmatismo de Dewey, o método Montessoriano, com base nos ensinamentos de Maria Montessori e o método Tradicional ou Conteudista, base da pedagogia.Já as principais técnicas de ensino são: o Estudo de Caso e Estudo Dirigido, ligadas ao domínio cognitivo; a Imitação, a Manipulação, a Articulação, a Precisão e a Naturalização, ligadas

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ESTILOS DE APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS: GUIAS DIDÁTICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

Daniela Melaré Vieira Barros

INTRODUÇÃO

A educação sempre foi influenciada por várias tendências pedagógicas cujas características direcionam a forma como acontece o processo de ensino e aprendizagem, as metodologias e estratégias pedagógicas utilizadas pelos professores na sala de aula.

A metodologia de ensino1– que envolve os métodos e as técnicas – é teórico-prática, ou seja, ela não pode ser pensada sem a prática e não pode ser praticada sem ser pensada. De outro modo, a metodologia de ensino estrutura o que pode e precisa ser feito, assumindo uma dimensão orientadora e prescritiva quanto ao fazer pedagógico, bem como significa o processo que viabiliza a veiculação dos conteúdos entre o professor e o aluno, quando então manifesta a sua dimensão prática. (ARAÚJO, 2006, p. 27)

Os métodos de ensino podem ser aplicados a todas as áreas, tendo características específicas para cada ciência. Já as técnicas de ensino estão relacionadas sempre com a prática. Como exemplo, alguns métodos de ensino são: o método Waldorf, baseado em Rudolf Steiner, o Construtivismo de Piaget, o Sociointeracionismo de Vygotsky, o Pragmatismo de Dewey, o método Montessoriano, com base nos ensinamentos de Maria Montessori e o método Tradicional ou Conteudista, base da pedagogia.Já as principais técnicas de ensino são: o Estudo de Caso e Estudo Dirigido, ligadas ao domínio cognitivo; a Imitação, a Manipulação, a Articulação, a Precisão e a Naturalização, ligadas

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ao domínio psicomotor; a Recepção, a Resposta, a Valorização, a Organização e a Caracterização, ligadas ao domínio afetivo. Há técnicas específicas como, por exemplo, as excursões, visitas e estágios, que trabalham tanto o domínio psicomotor quanto o afetivo e os projetos e pesquisas, que trabalham os três domínios (cognitivo, psicomotor e afetivo).

Entende-se que a técnica utilizada pelo professor precisa estar em consonância com o contexto do aluno, para não se tornar inadequada. Dessa forma, ao escolher a metodologia de ensino o professor precisa estar atento ao contexto social, cultural, político e econômico e às necessidades educativas dos alunos de modo que esta favoreça a aprendizagem.

A metodologia é composta por estratégias, métodos, técnicas, recursos e interfaces que potencializam o processo educativo. Atualmente as tecnologias são os novos elementos que compõem a metologia, chegaram com uma diversidade de opções, novas características e um paradigma diferente para a educação.

Várias são as afirmação a respeito do grande problema das teorias e reflexões sobre o uso das tecnologias na educação. Aqui em especial consideramos que a principal afirmação está na forma pedagógica de uso, que está explorado em exemplos de práticas e experiências, bem como em processo de construção como fundamento que sustenta o novo paradigma das tecnologias para a educação.

O que significada utilizar pedagogicamente as tecnologias para o processo de ensino e aprendizagem? Essa pergunta é inspiração para muitos estudos e produções científicas que avançaram com algumas respostas e ampliaram os exemplos de como realizar.

O exercício que nos propomos aqui no tema dos guias didáticos2 para o ensino fundamental com os estilos de aprendizagem3 e as tecnologias é utilizar um referencial de educação, a teoria dos estilos de aprendizagem, na tentativa de aprofundar o uso das tecnologias para o processo de ensino e aprendizagem, de forma fundamentada e que contemple os elementos essencialmente pedagógicos.

Pensamos que utilizando as características da teoria dos estilos de aprendizagem podemos construir diretrizes de como elaborar, estrátegias, métodos, técnicas que façam da metodologia de ensino algo individualizado amplo e que contemple a diversidade na forma de aprendizagem, tentando, assim, garantir que o aprendizado ocorra independente das variáveis que possam estar presentes em seu entorno.

O leitor encontrará na sequência do texto os fundamentos gerais da teoria dos estilos de aprendizagem, a seguir os elementos que compõem o uso das tecnologias para o processo de ensino e aprendizagem e por fim os guias didáticos com os estilos de aprendizagem, utilizando as tecnologias.

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A TEORIA DOS ESTILOS DE APRENDIZAGEM: A ABORDAGEM DE ALONSO, GALLEGO E HONEY

Segundo Goulão (2002), as pesquisas em educação desde há muito vêm demonstrando que diferentes pessoas têm diferentes formas e ritmos de aprender. Essas formas típicas de perceber e processar as informações são aquilo que, na literatura, se conhece por estilos de aprendizagem. Alguns psicólogos citados por Goulão (2002), como RIDING & RAYNER, 1998 e McLOUGHLIN, 1999, definiram os estilos de aprendizagem como uma tendência para abordar tarefas cognitivas mediante a utilização preferencial de uma estratégia ou de um conjunto de estratégias, isto é, a adoção, habitual e distinta, de um modelo para adquirir conhecimento.

Os estilos de aprendizagem afetam a forma de estar e de atuar dos sujeitos em diferentes planos da vida. Afetam, não só a forma como as pessoas aprendem, mas também como atuam em grupo, participam em atividades, se relacionam com os outros, resolvem problemas e trabalham (KOLB & SMITH,1996).

Os estilos de aprendizagem foram e são o foco de inúmeros estudos e, por essa razão, podemos encontrar diferentes formas de abordar o mesmo conceito, com o mesmo objetivo: conhecer melhor a forma como cada um se apropria do saber. Com base nesse pressuposto, Grigorenko e Sternberg apud (GOULÃO, 2002, p.80) propõem três grandes e distintas perspectivas do conceito de estilo em psicologia.

A. Perspectiva centrada na cognição;B. Perspectiva centrada na aprendizagem;C. Perspectiva centrada na personalidade.

A perspetiva centrada na aprendizagem surge nos anos 70 com as preocupações de intervenção educativa; preocupações estas nos processos educativos, no ambiente de aprendizagem e nas diferenças individuais. Por isso, nesta linha são destacadas quatro dimensões: abordagem à aprendizagem; processamento da informação; preferências ambientais e instrumentais e, por último, modelos de interação social.

Em 1976, David Kolb iniciou com a reflexão da repercussão dos estilos de aprender na vida adulta das pessoas explicando que cada indivíduo enfoca a aprendizagem de uma forma peculiar, fruto da herança, experiências anteriores e exigências atuais do ambiente em que se move. Kolb identificou cinco forças que condicionam os estilos de aprendizagem: a de tipo psicológico, a especialidade de formação elegida, a carreira profissional, o trabalho atual e a capacidade de adaptação.

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Para Kolb (apud ALONSO, GALLEGO e HONEY, 2002), a aprendizagem é eficaz quando cumpre quatro etapas: experiência concreta, quando se faz algo; a observação reflexiva, quando se analisa e pondera; a conceptualização abstrata, quando se compara as teorias depois da análise; e, a experimentação ativa, que permite contrastar o resultado da aprendizagem com a realidade.

Com base nessas quatro etapas, Kolb (apud ALONSO, GALLEGO e HONEY, 2002) destacou os estilos de aprendizagem e desenvolveu um questionário para sua identificação:

• oacomodador:cujopontoforteéaexecução,aexperimentação;• odivergente:cujopontoforteéaimaginação,queconfrontaassituaçõesdesdemúltiplas

perspectivas; • oassimilador:quesebaseianacriaçãodemodelosteóricosecujoraciocínioindutivoé

a sua ferramenta de trabalho; e • oconvergente:cujopontoforteéaaplicaçãopráticadasideias.

Partindo das ideias e análises de Kolb (1981), Honey e Mumford (apud ALONSO, GALLEGO e HONEY, 2002) elaboraram um questionário a partir do qual se podem obter também quatro estilos diferentes de aprendizagem – Estilo ativista, Estilo reflexivo, Estilo teoricista e Estilo pragmático. A sua concepção ficou a dever a uma tentativa de aplicação da teoria de Kolb na gestão do local de trabalho. Destacaram um estilo de aprendizagem que se diferenciou de Kolb em dois aspectos: as descrições dos estilos são mais detalhadas e se baseiam na ação dos diretivos; as respostas do questionário são um ponto de partida e não um fim, isto é, são um ponto de diagnóstico, tratamento e melhoria.

Investigando essas teorias, Honey e Alonso, no ano de 1992, desenvolveram um estudo em que, na primeira parte tratava de centrar a problemática dos estilos de aprendizagem dentro das teorias gerais de aprendizagem, analisando criticamente o instrumento. A teoria dos estilos de aprendizagem trabalhada e refletida por esses investigadores está pensada mais na perspectiva da educação e contempla também os aspectos sociais em que o indivíduo está inserido.

Os estilos de aprendizagem de acordo com Alonso, Gallego e Honey ( 2002), com base nos estudos de Keefe (1998), são traços cognitivos, afetivos e fisiológicos, que servem como indicadores relativamente estáveis de como os alunos percebem, interagem e respondem a seus ambientes de aprendizagem. Existem quatro estilos definidos: o ativo, o reflexivo, o teórico e o pragmático.

• estiloativo: valoriza dados da experiência, entusiasma-se com tarefas novas e é muito ágil. As pessoas nas quais o estilo ativo predomina, gostam de novas experiências, são de mente aberta, entusiasmadas por tarefas novas; são pessoas do aqui e do agora, que

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gostam de viver novas experiências. Suas características são: animador, improvisador, descobridor, que se arrisca, espontâneo.

• estiloreflexivo: atualiza dados, estuda, reflete e analisa. As pessoas deste estilo gostam de considerar a experiência e observá-la de diferentes perspectivas; reúnem dados, analisando-os com detalhamento antes de chegar a uma conclusão. Suas principais características são: ponderado, consciente, receptivo, analítico e exaustivo.

• estiloteórico: é lógico, estabelece teorias, princípios, modelos, busca a estrutura, sintetiza. Este estilo é mais frequente em pessoas que se adaptam e integram teses dentro de teorias lógicas e complexas. Profundos em seu sistema de pensamento e ao estabelecer princípios, teorias e modelos tendem a ser perfeccionistas integrando o que fazem em teorias coerentes. Buscam a racionalidade e objetividade se distanciado do subjetivo e do ambíguo; para eles, se é lógico é bom.

• estilo pragmático: aplica a ideia e faz experimentos. Os pragmáticos são pessoas que aplicam na prática as ideias. Descobrem o aspecto positivo das novas ideias e aproveitam a primeira oportunidade para experimentá-las. Gostam de atuar rapidamente e com seguridade com aquelas ideias e projetos que os atraem. Tendem a ser impacientes quando existem pessoas que teorizam. Suas principais características são: experimentador, prático, direto, eficaz e realista.

Essa teoria não tem por objetivo medir os estilos de cada indivíduo e rotulá-lo de forma estagnada, mas identificar o estilo de maior predominância na forma como cada um aprende e, com isso, elaborar o que é necessário desenvolver para estes indivíduos, em relação aos outros estilos não predominantes. Esse processo deve ser realizado com base em um trabalho educativo que possibilite que os outros estilos também sejam contemplados na formação do aluno.

A predominância dos estilos de aprendizagem podem ou não modificar ao longo da vida do indivíduo, depende do ambiente e do trabalho em que ele está inserido. Os estilos são flexíveis e são tendências.

Para identificar os estilos de aprendizagem, o instrumento que pode ser utilizado é o CHAEA – (CuestionárioHoneyyAlonsodeEstilosdeAprendizaje), (anexo 01). Esse modelo de questionário, que identifica os estilos de aprendizagem (pode ser acessado e realizado no site www.estilosdeaprendizaje.es), aperfeiçoa e complementa os demais questionários, atualizando-os de acordo com as necessidades emergentes. Para sua elaboração Catalina Alonso, em 1992, estudou os teóricos Honey e Mumford e adaptou o questionário de Estilos de Aprendizagem em

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âmbito acadêmico, com o nome de CHAEA, ele é composto de oitenta itens no total, sendo vinte itens equivalentes a cada estilo, e também contempla uma série de perguntas socioacadêmicas que permitem relacionar variáveis de idade, gênero, número de anos de experiência etc.

A teoria dos estilos de aprendizagem contribui muito para a construção do processo de ensino e aprendizagem na perspectiva das tecnologias, pois considera as diferenças individuais e é bastante flexível, além disso, utiliza estratégias didáticas que contemplam os diversos estilos, sendo o uso das tecnologias algo facilitador desse processo.

ESTILOS DE APRENDIZAGEM E O USO DAS TECNOLOGIAS

O processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias requer bases assentadas em novos paradigmas. Por isso, apresentaremos aqui argumentos que revelaram as características da aprendizagem, o virtual 4e suas possibilidades técnicas, bem como a aprendizagem na perspectiva do aluno imerso nos entornos das tecnologias informáticas.

A seguir analisaremos o novo contexto proporcionado pelos elementos do virtual e as mudanças que eles promovem nos eixos norteadores da aprendizagem.

O virtual deve ser entendido como um novo espaço peculiar e com características próprias, que possibilita à educação tanto presencial como a distância ferramentas, formas, conteúdos e elementos que propiciam a construção do conhecimento.

Na área acadêmica o conceito de virtual, de acordo com Lévy (1996, p. 15), é:

[...] virtual [...] palavra latina medieval virtualis, derivada por sua vez de virtus, força, potência... O virtual tende a atualizar-se, sem ter passado, no entanto, à concretização efetiva ou formal. A árvore está virtualmente presente na semente. Em termos rigorosamente filosóficos, o virtual não se opõe ao real, mas ao atual: virtualmente e atualmente são apenas duas maneiras de ser diferente.

O termoactual, em inglês, significa real; em metafísica, atual é aquilo que é ou éemato. O atual opõe-se ao possível, isto é, oquenãoémaspodeser, e ao impossível, isto é, o que não é e não podeser. Nas análises de Lévy entende-se atual como possível.

Segundo Barros (2012), o aprofundamento do significado do termo virtual e de seus elementos possibilitou identificar as características apresentadas a seguir.

O tempo e o espaço

Analisar a questão do tempo nas tecnologias leva a uma diversidade de autores e pontos de vista, entretanto, o que se quer aqui é somente destacar a importância desses “novos” tempo e espaço para o processo de ensino e aprendizagem.

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O ensino e a aprendizagem exigem diversas maneiras de pensar o tempo: desde a estruturação do conteúdo pelo docente até o tempo de assimilação e aprendizagem pelo aluno. Ambos os tempos (do docente e do aluno) são diferentes. Hoje esses tempos são mediados pelos recursos tecnológicos que agilizam, facilitam e potencializam os momentos das tarefas a serem realizadas.

Esse tempo influencia a forma do conteúdo a ser aprendido, pois este não é composto somente por teorias clássicas das diversas áreas das ciências, mas também pela grande quantidade de imagens e informações disponibilizadas no contexto vivenciado. Portanto, o conhecimento passou a ser entendido por dois eixos, a serem considerados: a base teórica, fundamentada cientificamente, e as informações atualizadas sobre o tema. Por essa ampliação da forma e conteúdo do conhecimento, a formação educacional também tem necessidade de mudanças.

O tempo e espaço já foram vistos pela humanidade como algo certo e fixo, hoje, porém, são vistos como atualizáveis e estão além dos sentidos humanos, que têm por referencial a base biológica.

Interatividade

Silva (2001) destacou que interatividade é a disponibilização consciente de um meio comunicacional, de modo expressivamente complexo, que ao mesmo tempo observa as interações existentes e provê mais e melhores interações, seja entre usuário e tecnologias digitais, seja nas relações presenciais ou virtuais entre os seres humanos.

A interatividade é a chave para o trabalho com a virtualidade; sem essa possibilidade, o espaço virtual perde sua vida e o movimento que impulsiona a atualização constante. A interatividade emerge no movimento progressivo das inovações da tecnologia.

A relação sujeito-objeto se tornou um processo amplo. O objeto não é mais estático, possui um movimento intrínseco e dinamiza os contatos pelas possibilidades que oferece: uma dimensão gigantesca e impossível de ser esgotada. O objeto, aqui entendido como o virtual, é um objeto com características que diferenciam sua forma e, portanto, traz outras possibilidades de interação, principalmente a intelectual.

Facilidade de acesso ao conhecimento

Essa característica talvez seja uma das principais revoluções da virtualidade: ter acesso a uma gama de dados e informações que possibilitem, entre outras coisas, o fortalecimento da aprendizagem, a experiência pela leitura e a ampliação da criatividade.

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A Internet é composta por informações e dados disponibilizados em uma linguagem diferenciada, com uma diversidade multimídia imensa. Assim, as informações estruturam-se como expressões do pensamento lógico-racional do homem, como forma de ele se organizar e se comunicar com o mundo, na tentativa de compreender os dados, as incertezas, as verdades e as possibilidades que surgem do pensamento e das ideias estruturadas.

Essa matéria-prima da web possibilita criar, atualizar e transformar ideias, conhecimentos e informações obtidas na experiência individual do dia a dia. Esse tipo de ação realiza uma outra forma de construção do conhecimento, mais ampla e flexível.

A linguagem

Conforme Lévy (1996), possuir uma linguagem própria é a segunda característica do virtual: faz compreender a nova forma de comunicação do mundo, novos códigos de linguagem, que são universais, mas que, ao mesmo tempo, se misturam na diversidade de opções linguísticas que a Internet facilita.

O virtual possibilitou a construção de uma forma de comunicar e de um padrão de expressão, caracterizados por:

• Linguagemecódigosdiferenciados: a quantidade de símbolos e signos da linguagem da tecnologia permite inúmeras combinações entre os códigos usados hoje.

• Avelocidadedacomunicação: a velocidade é algo que impulsiona a comunicação em todos os sentidos; na Internet essa velocidade é vista como facilidade e rapidez, duas características essenciais no mundo atual.

• Muitosfazendocomunicaçãocommuitos: a possibilidade de se comunicar com muitas pessoas de uma vez em um mesmo tempo e em diferentes espaços amplia de todas as formas as possibilidades de comunicação.

• Hipertextualidadedotexto: o texto se virtualiza porque entra em uma outra dimensão de formas e pode ser lido, atualizado e modificado. O hipertexto é uma ampliação do texto; além disso, permanece atualizado e navegável com os links.

• Basededados: atualmente a possibilidade de mapear, guardar, gerenciar e compartilhar informação é um dos principais elementos de trabalho da sociedade da informação e do conhecimento. O banco de dados é uma linguagem nova para gerenciar, essa informação, não só de importância técnica, mas também de importância científica.

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• Cibercultura: a nova forma de entender espaço e tempos distintos da realidade traz consigo a cibercultura, uma cultura de comunidades e relações online que possibilitam formas diferentes de contato e relacionamento social e cultural.

• Imagens,iconicidadeesons: as imagens e os sons digitalizados têm uma nova estética de construção e de valoração; passaram a ser vistos como formas acessíveis e flexíveis, na medida em que o acesso e a modificação das formas e conteúdos estão disponíveis online.

Entender o entorno do virtual e as características que o constituem possibilitou informação e contextualizações importantes para o significado da aprendizagem.

Com base nesses elementos podemos dizer que o virtual se estabelece como paradigma na educação a partir do que definimos como “forma” e “conteúdo”.

Quando falamos de “forma”, estamos nos referindo às possibilidades que se apresentam nas interfaces digitais, nos recursos, nas ferramentas e demais elementos que possibilitam formas de uso e facilitam serviços. Especificamente as cores, as letras, os hiperlinks, os formatos, os vídeos, o som, imagens etc. Isso é um potencial para o trabalho educativo, diferente de se trabalhar somente com os recursos não multimídias das aulas comuns ou educação tradicional.

Já os “conteúdos” referem-se às opções apresentadas pelo recurso, tem como conteúdo próprio, para potencializar informações, imagens e produção de conhecimento.

Essas interfaces multimídias ou também chamados recursos apresentam uma série de elementos visuais e sonoros que facilitam e potencializam o trabalho de ensino tanto para o docente na construção de materiais como para o aluno na sua própria construção de materiais e de efetivações de seu aprendizado.

Na realidade quando o aluno constrói algo com a tecnologia está demonstrando o que aprendeu utilizando a forma multimídia que tem disponibilizada, mas o mais importante é o conteúdo que isso apresenta e se pode visualizar de forma diferente da simples escrita ou fala.

Utilizar todos esses referenciais como meios para o processo educativo exige dos que se dedicam à educação uma reestruturação na forma de pensar e agir as atividades pedagógicas e os conteúdos a serem trabalhados.

Guias didáticos com os estilos de aprendizagem utilizando as tecnologias

A partir desses referenciais de aprendizagem e os novos elementos do virtual, as investigações realizadas como Kerckhove (1999, 1995) e Lévy (1993, 1996), nos facilitam informações

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sobre como o espaço virtual possibilita formas de aprendizagem diferenciadas das formas de aprendizagem tradicionais.

Portanto, os estudos realizados sobre essa temática, juntamente com a teoria de estilos de aprendizagem, facilitaram um perfil de como as pessoas aprendem no virtual e as formas de direcionar as aplicações didático pedagógicas para o processo de ensino e aprendizagem.

De acordo com a pesquisa anteriormente desenvolvida por Barros (2011), o tipo de aprendizagem que ocorre no espaço virtual é aquela que inicia pela busca de dados e informações, após um estímulo previamente planejado; em seguida a essa busca, ocorre a organização do material encontrado de forma particular, de acordo com as formas pessoais de elaboração, organização, análise e síntese; por fim, a produção de uma aplicação multimídia com os instrumentos disponibilizados.

A teoria dos estilos de aprendizagem e as tecnologias possibilitaram identificar algumas formas de uso do virtual para a aprendizagem, aqui especificamente para o processo de ensino e aprendizagem na educação fundamental. Utilizar as tecnologias está além dos aplicativos, recursos, interfaces e ferramentas que têm “formas” diferentes e que potencializam as atividades e exercícios para o processo de ensino e aprendizagem, mas é pensar as tecnologias para além das suas “formas”, mas sim visualizá-la como conteúdo em si mesma.

Os guias são formas didáticas de indicar ao aprendiz caminhos de construção do conhecimento com orientações e dicas que poderão contribuir para o aprofundamento da reflexão e podem ser caracterizadas por um trabalho transdisciplinar5 (BARROS, 2009).

A partir do referencial dos estilos de aprendizagem, das bases sobre as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem com o paradigma do virtual6e do que se entende por guias didáticos como estratégias pedagógicas para o processo de ensino e aprendizagem, estruturamos um quadro com diretrizes para a construção desses guias didáticos.

Os exemplos são organizados em dois formatos: por diferentes estilos de aprendizagem e outro com todos os estilos de aprendizagem em uma única atividade. Os exemplos estão elaborados de forma transdisciplinar por objetivos e que englobam diversas áreas do conhecimento juntamente com as tecnologias como tema transversal. Podem ser adaptados a qualquer área do conhecimento de forma transdisciplinar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo procurou analisar alguns aspectos sobre o uso das novas tecnologias de forma pedagógica para a educação fundamental a partir dos estilos de aprendizagem.

O referencial teórico sobre os estilos de aprendizagem, o virtual como forma e conteúdo e os guias didáticos ajudaram a ampliar as possibilidades para o que foi proposto neste texto.

A reflexão desenvolvida destaca os guias didáticos como práticas inseridas nas metodologias e estratégias pedagógicas das diversas áreas do conhecimento numa perspectiva transdisciplinar. O estudo possibilitou a construção de um quadro de diretrizes sobre como realizar os guias didáticos considerando os estilos de aprendizagem.

Os resultados podem redundar em exemplos de práticas no uso das tecnologias nas metodologias e estratégias pedagógicas a partir dos diversos estilos de aprendizagem.

Convidamos o leitor a testar e desenvolver novos exemplos de guias didáticos e se possível partilhar as conquistas e apreciações sobre o que foi realizado.

REFERÊNCIAS

ALONSO, C. M.; GALLEGO, D. J.; HONEY, P. Los estilos de aprendizaje: procedimientos de diagnóstico y mejora. Madrid: Mensajero, 2002.

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BARROS, D. M.V.; MIRANDA, L; MORAIS, C. Estilos de aprendizagem de futuros professores e estratégias de ensino da matemática no 1.º ciclo do ensino básico in: Barros, D. M.V. Estilos de aprendizagem na atualidade, v. 1, 2011.

BARROS, D.M.V Estilos de uso do espaço virtual: como se aprende e se ensina no virtual?, Revista Inter-ação, v. 34, (2009) Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/view/6542>. Acesso em: 4 / 03/ 2012.

BARROS, D.M.V. Estilos de Aprendizaje y las Tecnologías: Medios didácticos en lo virtual. Editorial Académica Española, Madrid, 2012.

GOULÃO, M.F. Ensino Aberto a Distância: Cognição e Afectividade. Tese de Doutoramento em Ciências da Educação, na Especialidade de Formação de Adultos, Universidade Aberta, 2002.

KERCKHOVE, D. A pele da cultura. Lisboa: Relógio D´agua, 1995.

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KOLB, D.A.& SMITH, S. User’s guide for the learning-style inventory: A manual for teachers and trainers. Boston, TRGHayGroup, 1996.

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Lévy, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

LÉVY, P. O que é virtual?. São Paulo: ed. 34, 1996.

SILVA, M. Sala de aula interativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2001.

DEFINIÇÕES E NOTAS EXPLICATIVAS

1 A metodologia – Procura descrever, pesquisar e justificar os melhores métodos e técnicas de determinada área. Já a Metodologia de Ensino, procura descrever os melhores métodos, técnicas, estratégias para a área do ensino e aprendizagem.

2 Os guias didáticos – São orientações pedagógicas de construção do conhecimento mediante esxercícios/ atividades para serem realizadas de acordo com um objetivo.

3 Os Estilos de Aprendizagem – São a teoria da educação que explica as várias formas de aprendizagem que os indivíduos podem ter.

4 O virtual – Aqui é considerado um espaço diferenciado do real, além disso é uma entidade própria com características e elementos que influenciam diretamente nos processos educativos.

5 Transdisciplinar – É uma abordagem científica que visa à unidade do conhecimento, é uma postura, uma atitude. Dessa forma, procura estimular uma nova compreensão da realidade articulando elementos que passam entre, além e por meio das disciplinas, numa busca de compreensão da complexidade.

6 Paradigma do virtual – São os novos elementos, características que influenciam diretamente nos processos de construção do conhecimento e seu entorno.