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3 TERÇA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA EDITORA: ANDRÉA PIRAJÁ [email protected] Tel.: 3321.8446 agazeta.com.br/cidades gazetacidades Estátua continua sem cabeça A estátua da escadaria do Palácio Anchieta, que teve a cabeça retirada durante as manifestações, não foi recuperada e ainda não há previsão para restauro. Pág. 8 CARLA SÁ [email protected] Falar ao celular e usar fo- nes do ouvido ao mesmo tempo em que dirige são infrações de trânsito com multa e perda de pontos na carteira. Afinal, os apare- lhos eletrônicos desviam a atenção do motorista au- mentando a possibilidade de um acidente. Mas mui- ta gente não se atenta de que essas distrações tam- bém são perigosas nas mãos de um pedestre. Atravessar a rua ouvin- do música, mandando mensagem ou falando ao telefone é assumir o risco de um atropelamento. Apesar disso, em uma rá- pida volta pelo Centro de Vitória, é fácil flagrar mui- ta gente fazendo uso dos eletrônicos enquanto vai de uma calçada a outra. “O campo da visão perifé- rica fica desligado do am- biente.Alémdisso,quandoa gente está no celular a aten- çãoestámuitodesviadapara a conversa que estamos ten- do”, explica o médico da As- sociação Brasileira de Medi- cina do Tráfego (Abramet), Sandro Rotunno. Cada vez mais comum inclusive nas ruas, a troca de mensagens centra todos os sentidos da pessoa na- quela ação. Há pouco mais de um mês, uma jovem morreu atropelada justa- mente enquanto mexia distraída no celular. Ela fa- zia a travessia na Avenida Gil Veloso, na orla da Praia da Costa, em Vila Velha. Quando ouviu a freada do veículo, se assustou e cor- reu para frente do carro, achando que daria tempo de chegar ao outro lado. Esses aparelhos cau- sam a chamada “cegueira temporária” e mesmo que a pessoa esteja atraves- sando na faixa, há perigo. “É preciso lembrar que não se pode confiar na fai- xa e no sinal apenas. Tem que fazer a garantia dupla, observando os carros pa- rarem”, alerta Rotunno. FONES Os fones de ouvido dei- xam a visão liberada, mas ainda assim podem ser po- tencializadores de atropela- mentos. Uma pesquisa rea- lizada nos Estados Unidos em 2011, publicada na re- vista especializada Injury Prevention (grupo British Medical Journals), mostrou que o número de acidentes graves com pedestres que andam com os fones tripli- cou em seis anos, tempo em que houve uma grande po- pularização dos aparelhos portáteis para ouvir música. Enquanto escuta, a pes- soa se envolve e a distração é natural.“Vocêficadesconec- tado do que está à sua volta. Perdeasreferênciassonoras, não consegue ouvir buzinas ou um carro que avança o si- nal”, diz Rotunno. COM CELULAR E FONE PEDESTRE TAMBÉM PODE TER CULPA EM ACIDENTES Usar os aparelhos aumenta o risco de atropelamentos EDSON CHAGAS Ouvindo música Com fones de ouvido, o técnico em desen- volvimento tecnológico Guiné Ribeiro circu- lava pelas ruas do Centro de Vitória e atra- vessou em uma faixa de uma calçada a ou- tra. Ele disse se cuidar para não ser atingido por um carro, observando o sinal “Procuro redobrar a atenção antes de atravessar. Espero o sinal ficar aberto para mim e só então vou em frente.” GUINÉ RIBEIRO Técnico em desenvolvimento tecnológico CONTINUA pág. 4 gazetaonline.com.br Veja vídeos de alguns flagrantes nas ruas.

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3TERÇA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA

EDITORA:

ANDRÉA PIRAJÁ[email protected]

Tel.: 3321.8446

agazeta.com.br/cidades

gazetacidades

Estátuacontinuasem cabeça

A estátua da escadaria doPalácio Anchieta, que teve acabeça retirada durante asmanifestações, não foirecuperada e ainda não háprevisão para restauro. Pág. 8

CARLA SÁ[email protected]

Falar ao celular e usar fo-nes do ouvido ao mesmotempo em que dirige sãoinfrações de trânsito commultaeperdadepontosnacarteira. Afinal, os apare-lhos eletrônicos desviam aatenção do motorista au-mentando a possibilidadede um acidente. Mas mui-ta gente não se atenta deque essas distrações tam-bém são perigosas nasmãos de um pedestre.

Atravessar a rua ouvin-do música, mandandomensagem ou falando aotelefone é assumir o riscode um atropelamento.Apesar disso, em uma rá-pida volta pelo Centro deVitória, é fácil flagrar mui-ta gente fazendo uso doseletrônicos enquanto vaide uma calçada a outra.

“Ocampodavisãoperifé-rica fica desligado do am-biente.Alémdisso,quandoagente está no celular a aten-çãoestámuitodesviadaparaaconversaqueestamos ten-do”, explicaomédicodaAs-sociação Brasileira de Medi-cina do Tráfego (Abramet),Sandro Rotunno.

Cada vez mais comuminclusive nas ruas, a trocademensagenscentratodosos sentidos da pessoa na-

quela ação. Há pouco maisde um mês, uma jovemmorreu atropelada justa-mente enquanto mexia

distraída no celular. Ela fa-zia a travessia na AvenidaGil Veloso, na orla da Praiada Costa, em Vila Velha.

Quando ouviu a freada doveículo, se assustou e cor-reu para frente do carro,achando que daria tempo

de chegar ao outro lado.Esses aparelhos cau-

sam a chamada “cegueiratemporária” e mesmo que

a pessoa esteja atraves-sando na faixa, há perigo.“É preciso lembrar quenão se pode confiar na fai-xa e no sinal apenas. Temquefazeragarantiadupla,observando os carros pa-rarem”, alerta Rotunno.

FONESOs fones de ouvido dei-

xam a visão liberada, masainda assim podem ser po-tencializadores de atropela-mentos. Uma pesquisa rea-lizada nos Estados Unidosem 2011, publicada na re-vista especializada InjuryPrevention (grupo BritishMedical Journals), mostrouque o número de acidentesgraves com pedestres queandam com os fones tripli-cou em seis anos, tempo emque houve uma grande po-pularização dos aparelhosportáteis para ouvir música.

Enquanto escuta, a pes-soaseenvolveeadistraçãoénatural.“Vocêficadesconec-tado do que está à sua volta.Perdeasreferênciassonoras,não consegue ouvir buzinasouumcarroqueavançaosi-nal”, diz Rotunno.

COM CELULAR E FONEPEDESTRE TAMBÉM PODETER CULPA EM ACIDENTESUsar os aparelhos aumenta o risco de atropelamentos

MaruípeUma adolescente de 14 anos foi atropeladana Av. Maruípe no último dia 18. Ela falavaao celular quando foi atravessar a rua eacabou sendo atingida por uma moto quepassava pelo corredor no trânsito

Na praiaNo dia 16 de outubro, Brulana Moraes, 18anos, morreu ao ser atropelada enquantomexia no celular na Av. Gil Veloso, na orlada Praia da Costa, Vila Velha. Elaatravessava a via na faixa de pedestres

O PERIGO DEFALAR AOTELEFONEPELAS RUAS

EDSON CHAGAS

Ouvindo músicaCom fones de ouvido, o técnico em desen-volvimento tecnológico Guiné Ribeiro circu-lava pelas ruas do Centro de Vitória e atra-vessou em uma faixa de uma calçada a ou-tra. Ele disse se cuidar para não ser atingidopor um carro, observando o sinal

“Procuro redobrar a atenção antes deatravessar. Espero o sinal ficar aberto paramim e só então vou em frente.”—GUINÉ RIBEIROTécnico em desenvolvimento tecnológico

CONTINUA pág. 4

gazetaonline.com.brVeja vídeos de algunsflagrantes nas ruas.

Documento:AG03CACI003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:02 de Dec de 2013 18:36:57

4 CIDADESA GAZETA TERÇA-FEIRA, 3 DE DEZEMBRO DE 2013

CARLA SÁ[email protected]

Independentemente deexistir faixa de pedestres e

sinal, vale a regra do “ver eser visto”. O alerta é do ge-rente de operação e fisca-lização de trânsito de Vitó-ria,MarceloPerovini.Ope-destre precisa ter a certezade que o motorista o estávendoassimcomoeledeveenxergar o condutor.

“Ele está colocando emrisco a vida dele e do mo-torista. É preciso lembrarque o pedestre, assim co-motodososenvolvidosnotrânsito, tem direitos etambém deveres”, diz.

O gerente descreveuma situação comum em

travessias duplas com pa-rada no canteiro central,como é o caso da frente doShopping Vitória. “Acon-tece da pessoa atravessarum pedaço e depois conti-nuar para a próxima faixasem reparar que o sinal fe-chou e aí é atropelado”. O

condutor pode ainda daruma freada brusca ou des-viar de qualquer jeito eprovocar algum acidente.

O perigo que o pedestreassumeaoatravessarfalan-do ao celular, enviandomensagensoucomfonesdeouvidopodegerarinclusive

um indiciamento na Dele-gaciadeDelitosdoTrânsitode Vitória. O delegado, Fa-biano Contarato, inclusivejá arquivou processos deatropelamentoemquecon-siderou que houve “culpada vítima” por fazer a tra-vessia indevidamente.

USO DE FONE E CELULAR

“No trânsito, pedestre tem quever e ser visto”, diz especialistaGerente de Fiscalizaçãode Trânsito salienta aresponsabilidade dequem anda a pé

Tempo corridoA pressa do dia a diafaz muita gente fazeruso do celular na rua,ao mesmo tempo emque faz algum trajeto apé. Resolvendo proble-mas pelo telefone nahora do almoço, a ad-vogada Michele Souzafez uma travessia nomovimentada AvenidaJerônimo Monteiro, emVitória, enquanto fala-va no celular

“Eu estavana calçadaesperando atéque o semáforoabrisse para ospedestres e sóentão atravesseipara o outrolado. Prestoatenção mesmoquando estou aocelular”—MICHELE SOUZAAdvogada

FOTOS: EDSON CHAGAS

Na faixaUtilizando a faixa depedestres, muitosacreditam não haverproblemas em fazeruso do telefone en-quanto faz uma traves-sia. Falando ao celular,a autônoma Maria Al-zira Toniato, assim co-mo Michele, tambémdisse estar atenta aosinal verde para os pe-destres antes de atra-vessar a rua.

“Eu passei pelafaixa. Quando éassim eu observoo semáforo atéque ele fiqueverde para ospedestres. E sóatravessoquando ele estáfechado para oscarros”—MARIA ALZIRATONIATOAutônoma

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Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. A palestrante convidada é

Ana Brambilla, editora de Mídias Sociais da Editora Globo. Para o debate, o

jornalista e professor José Antonio Martinuzzo e o editor chefe da Redação

Multimídia da Rede Gazeta André Hees. Essa você vai curtir e compartilhar.

3 de dezembro, terça-feira, às 14h30, no Auditório Rede Gazeta.

Documento:AG03CACI004;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:02 de Dec de 2013 18:38:25