orla sem editora: andrÉa pirajÁ de banheiros e chuveiros ... · página 4 dengue do tipo 4 risco...

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3 SEGUNDA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA EDITORA: ANDRÉA PIRAJÁ [email protected] Tel.: 3321.8446 agazeta.com.br/cidades gazetacidades Orla sem banheiro e chuveiro Em Vila Velha, a principal reclamação é sobre a falta de banheiros e chuveiros em condições de uso. A maioria dos equipamentos está quebrada. Página 4 DENGUE DO TIPO 4 RISCO DE EPIDEMIA Como vírus é recente, maioria das pessoas não está imune a ele Reynaldo Dietze participa da pesquisa da vacina: produto só em 2015 Registro do vírus em 30 cidades O risco de epidemia de dengue no Estado neste verão foi reforçado pelo último Levantamento Rá- pido de Índice para Aedes Aegypti (Liraa), do Mi- nistério da Saúde. O estu- do apontou alerta para surto da doença em pelo menos dez municípios, a maioria no litoral. Para evitar que uma epidemia acometa o Espí- rito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está orientando as prefei- turas para que aprimorem a prevenção. Segundo a gerente de Vigilância em Saúde, Gilsa Rodrigues, só neste ano houve registro do tipo 4 da doença em 30 dos 78 municípios. “Esse número pode se estender, e a quantidade de casos nesses municípios pode aumentar, mas fize- mos planos de contingên- cia para atuar conforme a realidade”, diz. Gilsa explica que medi- camentos serão compra- dos para colaborar com as prefeituras, caso a capaci- dade do estoque delas seja superada. Também have- carros fumacê para atender aos municípios em casos de surto. “Não tem como prever o próximo ano. Em 2012, tivemos 22 mil casos de dengue, e neste ano já são 80 mil. De qualquer for- ma, estamos fazendo um acompanhamento rigoro- so”, ressalta. Na Malásia, um quinto tipo ú á ã á çã “ í gazetaonline.com.br Confira ações simples que ajudam a prevenir a dengue. RHAYAN LEMES [email protected] A população do Espírito Santo pode enfrentar uma epidemia de dengue tipo 4 neste verão. Entre os sin- tomas estão febre e dor no corpo. O controle do mos- quito ainda é o único mé- todo de prevenção, já que a vacina que garante pro- teção aos quatro tipos da doença só deve chegar ao mercado em 2015. Na avaliação do médico Reynaldo Dietze, doutor em Doenças Infecciosas pela USP e diretor do Nú- cleo de Doenças Infeccio- sas da Ufes, dois fatores podem contribuir para o aumento de casos do vírus tipo 4, recentemente de- tectado no Brasil: a falta de imunidade ao vírus na maioria da população e o calor após as chuvas, favo- rável à reprodução do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti. “A primeira epidemia do tipo 4 no Estado ocor- reu no ano passado, e grande parte da popula- ção não é imune a este ví- rus. Neste ano, como as chuvas começaram mais cedo, o período de calor no verão e de transmissão do vírus pode ser mais longo. Consequentemente, mais pessoas deverão adoecer”, diz o médico. VACINA Coordenados no Brasil porDietze,osestudosparaa avaliação da eficácia da va- cina contra os quatro tipos de dengue estão em sua fase final, e o produto deve che- garaomercadoem2015,de acordo com o laboratório francês Sanofi Pasteur pro- dutor da vacina e parceiro do projeto. A primeira fase brasileiradapesquisafoiini- ciada em 2008, em Vitória. Na etapa seguinte, foi ex- pandida para Natal, Fortale- za, Goiânia e Campo Gran- de. Na região metropolitana de Vitória, 800 voluntários com idades entre 9 e 16 anos receberam três doses da va- cina, aplicadas com interva- lo de seis meses entre elas. No Brasil foram 4 mil volun- tários vacinados. Essa faixa etária foi escolhida porque é a que concentra proporcio- nalmente, o maior numero de casos graves registrados pelo Ministério da Saúde. Atualmente, segundo Dietze, é realizada a terceira e última fase do estudo, com o acompanhamento da saú- dedessaspessoasvacinadas. “Os participantes são orien- tados para no caso de febre procurarem o Núcleo de Doenças Infecciosas para que o diagnóstico possa ser concluído: por exemplo, va- mos examinar para saber se a febre foi causada por den- gue ou por outras doenças como infecções de garganta, influenza, toxoplasmose, etc”, explica o médico, que ressalta a ausência de efeitos colaterais da vacina. RESULTADOS Concluída essa fase, pre- vistaparaofinalde2014,se- rá possível saber, com exati- dão, os percentuais de pro- teção da vacina uma vez que os estudos iniciais mostra- ram que as pessoas vacina- das desenvolviam anticor- pos contra os quatro tipos de virus da doença. “Para que e eficácia da va- cina possa ser calculada as pessoas foram vacinadas de forma diferente. Dois terços receberam a vacina comple- ta, e um terço recebeu um placebo, parte da vacina que não tem atividade. Quando atendemos essas pessoas, não sabemos quem recebeu qual dose. Esse código só se- rá quebrado no final da pes- quisa”, diz Dietze. RICARDO MEDEIROS

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Page 1: Orla sem EDITORA: ANDRÉA PIRAJÁ de banheiros e chuveiros ... · Página 4 DENGUE DO TIPO 4 RISCO DE EPIDEMIA Como vírus é recente, maioria das pessoas não está imune a ele Reynaldo

3SEGUNDA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2013 A GAZETA

EDITORA:

ANDRÉA PIRAJÁ[email protected]

Tel.: 3321.8446

agazeta.com.br/cidades

gazetacidades

Orla sembanheiro echuveiro

Em Vila Velha, a principalreclamação é sobre a faltade banheiros e chuveiros emcondições de uso. A maioriados equipamentos estáquebrada. Página 4

DENGUE DO TIPO 4RISCO DE EPIDEMIAComo vírus é recente, maioria das pessoas não está imune a ele

Reynaldo Dietze participa da pesquisa da vacina: produto só em 2015

Registro dovírus em30 cidades

O risco de epidemia dedengue no Estado nesteverão foi reforçado peloúltimoLevantamentoRá-pido de Índice para AedesAegypti (Liraa), do Mi-nistério da Saúde. O estu-do apontou alerta parasurto da doença em pelomenos dez municípios, amaioria no litoral.

Para evitar que umaepidemia acometa o Espí-rito Santo, a Secretaria deEstado da Saúde (Sesa)está orientando as prefei-turas para que aprimorema prevenção. Segundo agerente de Vigilância emSaúde,GilsaRodrigues,sóneste ano houve registrodo tipo 4 da doença em 30dos 78 municípios.

“Esse número pode seestender, e a quantidadedecasosnessesmunicípiospode aumentar, mas fize-mos planos de contingên-cia para atuar conforme arealidade”, diz.

Gilsa explica que medi-camentos serão compra-dos para colaborar com asprefeituras, caso a capaci-dadedoestoquedelas sejasuperada. Também have-rá carros fumacê paraatender aos municípiosem casos de surto.

“Não tem como prevero próximo ano. Em 2012,tivemos 22 mil casos dedengue, e neste ano já são80 mil. De qualquer for-ma, estamos fazendo umacompanhamento rigoro-so”, ressalta.

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RHAYAN [email protected]

A população do EspíritoSantopodeenfrentarumaepidemiadedenguetipo4neste verão. Entre os sin-tomas estão febre e dor nocorpo. O controle do mos-quito ainda é o único mé-todo de prevenção, já quea vacina que garante pro-teção aos quatro tipos dadoença só deve chegar aomercado em 2015.

NaavaliaçãodomédicoReynaldo Dietze, doutorem Doenças Infecciosaspela USP e diretor do Nú-cleo de Doenças Infeccio-sas da Ufes, dois fatorespodem contribuir para oaumento de casos do vírustipo 4, recentemente de-tectado no Brasil: a faltade imunidade ao vírus namaioria da população e ocalorapósaschuvas, favo-rável à reprodução domosquito transmissor, oAedes Aegypti.

“A primeira epidemiado tipo 4 no Estado ocor-reu no ano passado, egrande parte da popula-ção não é imune a este ví-rus. Neste ano, como aschuvas começaram maiscedo,operíododecalornoverão e de transmissão dovírus pode ser mais longo.Consequentemente, maispessoasdeverãoadoecer”,diz o médico.

VACINACoordenados no Brasil

porDietze,osestudosparaaavaliação da eficácia da va-cina contra os quatro tiposdedengueestãoemsuafasefinal, e o produto deve che-garaomercadoem2015,deacordo com o laboratóriofrancês Sanofi Pasteur pro-dutor da vacina e parceirodo projeto. A primeira fasebrasileiradapesquisafoiini-ciada em 2008, em Vitória.

Naetapaseguinte, foi ex-

pandidaparaNatal,Fortale-za, Goiânia e Campo Gran-de.Naregiãometropolitanade Vitória, 800 voluntárioscomidadesentre9e16anosreceberam três doses da va-

cina, aplicadas com interva-lo de seis meses entre elas.NoBrasil foram4milvolun-tários vacinados. Essa faixaetária foi escolhidaporqueéa que concentra proporcio-

nalmente, o maior numerode casos graves registradospelo Ministério da Saúde.

Atualmente, segundoDietze,é realizadaa terceiraeúltimafasedoestudo,com

oacompanhamentodasaú-dedessaspessoasvacinadas.“Os participantes são orien-tados para no caso de febreprocurarem o Núcleo deDoenças Infecciosas paraque o diagnóstico possa serconcluído: por exemplo, va-mos examinar para saber sea febre foi causada por den-gue ou por outras doençascomoinfecçõesdegarganta,influenza, toxoplasmose,etc”, explica o médico, queressaltaaausênciadeefeitoscolaterais da vacina.

RESULTADOSConcluída essa fase, pre-

vistaparaofinalde2014,se-rá possível saber, com exati-dão, os percentuais de pro-teçãodavacinaumavezqueos estudos iniciais mostra-ram que as pessoas vacina-das desenvolviam anticor-poscontraosquatrotiposdevirus da doença.

“Paraqueeeficáciadava-cina possa ser calculada aspessoas foram vacinadas deforma diferente. Dois terçosreceberamavacinacomple-ta, e um terço recebeu umplacebo,partedavacinaquenão tem atividade. Quandoatendemos essas pessoas,não sabemos quem recebeuqualdose.Essecódigosó se-rá quebrado no final da pes-quisa”, diz Dietze.

RICARDO MEDEIROS

Documento:AG02CACI003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:01 de Dec de 2013 21:27:12