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Estado e Planejamento na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável na América Latina e no Caribe Jorge Máttar Diretor, ILPES Brasília, 3 de setembro de 2015 ENAP – MPOG Brasil Seminário Papel do Estado no Século XXI Não existe exército que resista à força de uma ideia que a seu tempo tenha chegado Victor Hugo

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Estado e Planejamento na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável na

América Latina e no Caribe

Jorge MáttarDiretor, ILPES

Brasília, 3 de setembro de 2015

ENAP – MPOG BrasilSeminário Papel do Estado no Século XXI

Não existe exército que resista à força de uma ideia que a seu tempo

tenha chegadoVictor Hugo

Conteúdo

1. A importância do pensamento e da ação para o futuro na AL e C

2. Da necessidade à ação pública: o Estado naAgenda 2030 para o DesenvolvimentoSustentável

3. Conclusões. Rumo a uma visão compartilhada de futuro

Quando sopram os ventos da mudança, alguns constroem

muros; outros moinhos. (Provérbio Chinês)

Megatendências Globais

• Mundo desenvolvido se ocupa de construir o futuro e incide nas megatendências globais

• Certeza de aprofundamento e maior velocidadeda mudança tecnológica, mas…

• Incerteza, especialmente pelo aparecimento de fenômenos inesperados: geopolíticos, econômicos, naturais, tecnológicos, etc..

=> Enormes desafios para a gestão e a políticapública…

3

Que papel desempenham a América Latina e o Caribe?

Nem-Nem-Nem-Nem

AL e C não aparecem…• Nem como atores que possam incidir sobre seu

próprio futuro

• Nem como observadores das megatendênciasglobais

• Nem como Região estratégica para os atoresmundiais de primeira linha

• Nem como preocupação/restrição destes atores com relação a seu desenvolvimento

Não sabemos que não sabemos!

Um mundo de incerteza precisa antecipação e prospectiva

• Governos: aprender, preparar-se e atuar conjuntamente

• Antecipar para prevenir ou aproveitar

• A ação humana pode modificar o caminho

• O pensamento de futuro como estratégia e a prospectiva como ferramenta, essenciais para provocar rupturas e mudanças estructurais para o desenvolvimento inclusivo, sustentável, com igualdade.

• O Estado é o único que pode coordenar este processo, convocando o Mercado e a Sociedade para redefinir a disfuncional equação E-M-S, de hoje.

2. Da necessidade à ação

Transformando Nosso Mundo:

A Agenda 2030 para o DesenvolvimentoSustentável

Nações Unidas, julho 2015

https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/7891Transforming%20Our%20World.pdf

Fatores externos

• Agenda ODM, agora ODS

• Crise 2009 - preocupação pelo modelo primário/maquilador exportador

• Economia da mudança climática

Fatores internos

• Reivindicação do papel do Estado

• Agendas de igualdade e bem-estar social

• Avanços na gestão pública

• Aumento de investimento público

O planejamento está de volta. Por quê?

País Plano de Desenvolvimento de longo prazo ou visões de futuro Data de lançamento

Argentina Argentina 2016: Política e Estratégia Nacional de Desenvolvimento e Ord Territ 2004

Belize Vision for Belize by the year 2030 2010

Bolívia Visão para 2025 (Caminho para Viver Bem) 2012

Brasil Brasil 2022 2010

Colômbia Visão Colômbia II Centenário: 2019 2005

Costa Rica Projeto Bicentenário: Objetivos Metas e Indicadores de Desenvolvimento para a

Costa Rica de 2021

Cuba Programa de desenvolvimento 2030 (construção) 2015

Equador Visão 2021 (contemplada no atual PNBV), Visão 2035 em preparação 2013, 2015

El Salvador Apostas estratégicas 2024 (contidas no Plano 2010-2014) 2009

Guatemala K’atun, nossa Guatemala 2032 2014

Honduras Visão de País 2010-2038 2010

Jamaica Visão 2030 Jamaica-Plano Nacional de Desenvolvimento 2012

México Visão México 2030 2007

Panamá Visão Nacional 2020 1999

Paraguai Plano Nacional de Desenvolvimento: construindo o Paraguai de 2030 2014

Peru Plano Bicentenário: Peru para 2021 2011

República Dominicana Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2030 2012

Santa Lúcia Saint Lucia National Vision Plan 2008

Trinidad e Tobago The New Policy Agenda 2014-2021 2014

O que estamos fazendo na AL e C? visões de futuro

Fonte: CEPAL/ILPES, com base em informações dos países

Prioridades das agendas de longo prazo…Metas de crescimento ,

distribuição e competitividade

Ênfase na igualdade, coesão social e superação

da pobreza

Metas de segurançacidadã

Revalorização do papeldo Estado e da

administração pública

Metas de pressãofiscal e estrutura

tributária

Prioridade do gasto eminfraestrutura pública

…alguns fatos salientados

ODM ODS

Âmbito mundial Cida-

dania

Estado

Mercado

1. Agenda 2030 para os ODS: ocasião propícia para alinhar Visões de País e definir prioridades de agendas de desenvolvimento de longo prazo

2. Oportunidade para desencadear um processopara a construção de uma visão compartilhada de futuro da AL e C

3. O Estado convoca a Sociedade e o Mercado como coordenador da tarefa

A Hora do Estado?

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Os 17 ODSAlcançar a igualdade entre os gêneros

Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água

Erradicar a pobreza

Acabar com a fome

Assegurar umavida saudável Garantir uma

educação de qualidade

Assegurar acesso à energia

Conseguir que as cidades e os assentamentos humanos sejam inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis

Fortalecer os meios de execução e estimular a aliança mundial para o desenvolvimento sustentável

Reduzir as desigualdades

Promover o crescimento econômico sustentado

Promover a industrialização inclusiva e sustentável

Garantir as pautas de consumo e de produção sustentáveis

A utilização sustentável dos ecossistemas terrestres

Promover sociedades pacíficas e inclusivas

Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos

Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus efeitos

O papel do Estado na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável na AL e C

• Lições aprendidas: dos ODM aos ODS

• Colocar a Agenda 2030 para o DS no alicerce regional-nacional-subnacional

• Oportunidade para estabelecer políticas de Estado e fortalecer estratégias de desenvolvimento de longo prazo-convergência

• Criação de instâncias no espaço público para fortalecer capacidades prospectivas estratégicas: universidades, institutos de pesquisa, áreas de

estudos prospectivos nos ministérios, diálogos com os cidadãos… para uma cultura-consciência de futuro.

• Fortalecimento de capacidades para a Agenda 2030 para o DS difusão, sensibilização, implementação, seguimento, avaliação, prestação de contas(governos nacionais-subnacionais, cidadania, parlamentos, academia)

• Aproveitar a experiência internacional (França, Finlândia, Cingapura, PNUD,

CE, think tanks).

Colocando a Agenda 2030 para o DS no alicerce da AL e C

Um fio condutor: as brechas do desenvolvimento

Brecha de Crescimentoeconômico

Brecha Produtiva Brecha Territorial

Brecha do Mercado de

trabalhoBrecha Social

Brecha de Gênero

Brecha de Sustentabilidade

ambientalBrecha Fiscal

3. Rumo a uma visão compartilhadade futuro

• Processo amplo, participativo, liderado pelo Estado, com o Mercado e a Sociedade ao lado

• Os ODS como aspiração conjunta, com especifi-cidades regionais, nacionais e subnacionais

• As brechas do desenvolvimento como fioscondutores da estratégia

• Oportunidade para fortalecer cooperação para a integração, rumo à convergência superior

• O papel do Brasil

Em uma época de mudanças, são os que têm capacidade de aprender que herdam o futuro. Quanto aosque já aprenderam, estes descobrem-se equipados para viver em um mundo que não existe mais.

(Eric Hoffer)

Obrigado!

www.cepal.org/ilpes

[email protected]