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ESTADO DA ARTE DA MINERAÇÃO EM MOÇAMBIQUE: CASO CARVÃO DE MOATIZE, TETE David Selemane José & Carlos Hoffmann Sampaio Universidade Federal do Rio Grande do Sul- RS, Brasil Email: * 1 [email protected]; 2 [email protected] RESUMO Na última década tem se produzido um conjunto significativo de pesquisas conhecidas pela denominação Estado da Arteou Estado do conhecimento, se definem como aspectos de caráter bibliográfico, elas trazem em comum desafios de descrever, mapear e discutir certas produções acadêmicas em diferentes campos de conhecimento, no caso em particular da mineração. Nos últimos anos em Moçambique tem se verificado um crescimento número de investidores na área de mineração, especialmente pelo carvão de Moatize, na província de Tete. No presente trabalho, pretende-se abordar questões gerais sobre a Carvão Mineral e em particular para jazida de Moatize, pela sua importância econômica visando dar uma contribuição acadêmica para futuras consultas e leituras. Por outro lado chamar atenção aos investidores em geral dos impactos negativos que podem representar ao meio ambiente e a saúde humana durante a exploração deste recurso mineral se não forem tomadas as medidas necessárias. PALAVRAS CHAVE : Carvão Mineral ; Jazidas de Moatize ; Bacia carbonífera. 1. INTRODUÇÃO A mineração do carvão joga um papel histórico no desenvolvimento econômico e sustentável dum país dado que traz grandes contribuições do ponto de vista socioeconômico pela sua participação na matriz energética mundial. Apesar dos graves impactos sobre o meio ambiente, o Carvão Mineral é uma fonte de energia, se deduz que as principais razões para isso são consideradas: i) abundância das reservas; ii) distribuição geográfica das reservas; iii) baixos custos e estabilidade nos preços, relativamente a outros combustíveis Segundo Borba, 2001. Fontes renováveis, como biomassa, solar e eólica, venham a ocupar maior parcela na matriz energética mundial, o Carvão Mineral deverá continuar sendo, por muitas décadas, o principal insumo para a geração de energia elétrica, especialmente nos países em vias de desenvolvimento como o caso de Moçambique. Entre os recursos energéticos não renováveis, o Carvão Mineral ocupa a primeira colocação em abundância e perspectiva de vida útil, sendo em longo prazo a mais importante reserva energética mundial, seguida do petróleo e do gás natural Borba, 2001.. As reservas mundiais de carvão estão estimadas em 726.000 Mtce (Mtce = milhões de toneladas em carvão equivalente) as de Petróleo em 202.000 Mtce e as de gás natural em 186.000 Mtce, com vida útil de 219, 41 e 65 anos, respectivamente [Doerell, 2001]. A pesar da intensa pressão ambientalista, a posição desse bem mineral vem se mantendo relativamente inabalável no cenário mundial, isso se deve, em parte, aos progressos tecnológicos ocorridos nas áreas de prevenção e recuperação de danos ambientais durante os processos de extração e queima, mas principalmente à dificuldade

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ESTADO DA ARTE DA MINERAÇÃO EM MOÇAMBIQUE: CASO

CARVÃO DE MOATIZE, TETE

David Selemane José & Carlos Hoffmann Sampaio

Universidade Federal do Rio Grande do Sul- RS, Brasil

Email: *1 [email protected];

2 [email protected]

RESUMO

Na última década tem se produzido um conjunto significativo de pesquisas conhecidas pela denominação

“Estado da Arte” ou “Estado do conhecimento”, se definem como aspectos de caráter bibliográfico, elas

trazem em comum desafios de descrever, mapear e discutir certas produções acadêmicas em diferentes

campos de conhecimento, no caso em particular da mineração. Nos últimos anos em Moçambique tem se

verificado um crescimento número de investidores na área de mineração, especialmente pelo carvão de

Moatize, na província de Tete.

No presente trabalho, pretende-se abordar questões gerais sobre a Carvão Mineral e em particular para

jazida de Moatize, pela sua importância econômica visando dar uma contribuição acadêmica para futuras

consultas e leituras. Por outro lado chamar atenção aos investidores em geral dos impactos negativos que

podem representar ao meio ambiente e a saúde humana durante a exploração deste recurso mineral se não

forem tomadas as medidas necessárias.

PALAVRAS CHAVE : Carvão Mineral ; Jazidas de Moatize ; Bacia carbonífera.

1. INTRODUÇÃO

A mineração do carvão joga um papel histórico no desenvolvimento econômico

e sustentável dum país dado que traz grandes contribuições do ponto de vista

socioeconômico pela sua participação na matriz energética mundial. Apesar dos graves

impactos sobre o meio ambiente, o Carvão Mineral é uma fonte de energia, se deduz

que as principais razões para isso são consideradas: i) abundância das reservas; ii)

distribuição geográfica das reservas; iii) baixos custos e estabilidade nos preços,

relativamente a outros combustíveis Segundo Borba, 2001.

Fontes renováveis, como biomassa, solar e eólica, venham a ocupar maior

parcela na matriz energética mundial, o Carvão Mineral deverá continuar sendo, por

muitas décadas, o principal insumo para a geração de energia elétrica, especialmente

nos países em vias de desenvolvimento como o caso de Moçambique. Entre os recursos

energéticos não renováveis, o Carvão Mineral ocupa a primeira colocação em

abundância e perspectiva de vida útil, sendo em longo prazo a mais importante reserva

energética mundial, seguida do petróleo e do gás natural Borba, 2001..

As reservas mundiais de carvão estão estimadas em 726.000 Mtce (Mtce =

milhões de toneladas em carvão equivalente) as de Petróleo em 202.000 Mtce e as de

gás natural em 186.000 Mtce, com vida útil de 219, 41 e 65 anos, respectivamente

[Doerell, 2001].

A pesar da intensa pressão ambientalista, a posição desse bem mineral vem se

mantendo relativamente inabalável no cenário mundial, isso se deve, em parte, aos

progressos tecnológicos ocorridos nas áreas de prevenção e recuperação de danos

ambientais durante os processos de extração e queima, mas principalmente à dificuldade

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tecnológica dos recursos considerados limpos aumentarem sua participação na matriz

energética mundial [Borba2001].

Com a gigantesca necessidade global de energia, tanto atual quanto futura, não

há perspectiva, mesmo em longo prazo, de dispensar os combustíveis fósseis como base

energética da sociedade industrial moderna. O Carvão Mineral não compete com as

demais fontes de energia, porém se de repente todas as fontes de energia faltassem, este

sozinho daria para a segurar 150 anos de consumo, isso pelos métodos até agora

aplicados e as reservas mundiais existentes.

Moçambique possui várias jazidas de carvão, sendo a mais conhecida a de

Moatize (Bacia Carbonífera de Moatize), na província de Tete, considerada uma das

maiores jazidas de carvão do mundo, com reservas estimadas em pouco mais de 2,5

biliões de toneladas. Com o projeto da Vale, prevê-se a exploração da mina de carvão a

céu aberto por 35 anos, com produção média anual estimada em 11 milhões do

toneladas anuais de produtos de carvão (Carvão metalúrgico e térmico) a serem

escoados para mercados como Brasil, Ásia, Médio Oriente e Europa [Jornal Notícias

edição da Sexta-Feira, 14 de Novembro de 2008. Maputo, Moçambique].

A companhia australiana Riversdale por sua vez, diz pretender produzir cerca de

20 milhões de toneladas de carvão bruto que, quando processados, resultarão em cerca

de 6,0 milhões de toneladas de carvão de coque, 2,0 milhões de toneladas de carvão

térmico para a exportação e 4,0 de carvão para queima na central térmica a ser

construída em Moatize [África today. Disponível no endereço eletronico e acessado em

14/11/2011. <http://www.africatoday.com>].

Para o transporte do carvão que será extraído das minas de Moatize está em

reconstrução a linha-férrea de Sena, que liga a área de produção e o porto da Beira, na

província de Sofala (Centro de Moçambique), numa extensão de 600 quilómetros

[Jornal Notícias. Sexta-Feira, 14 de Novembro de 2008. Maputo, Moçambique].

Entre os recursos energéticos não renováveis, o carvão ocupa a primeira

colocação em abundância e respectiva vida útil, sendo a longo prazo mais importante

reserva energética mundial. Em termos ambientais, o carvão é o combustível não-

renovável mais agressivo, já que sua combustão emite grandes quantidades de poluentes

na atmosfera.

Tratando-se de geração de energia, muito se comenta sobre disponibilidade de

recursos energéticos, fontes alternativas de geração e tecnologias inovadoras em termos

de rendimento e redução de impactos ambientais. Carvão Mineral como elemento de

grande relevância na matriz energética mundial, pois além da atuação na geração de

energia, o Carvão Mineral também é aplicado na produção de aço pelas usinas

siderúrgicas Mattozo, 2002.

Dados da agência Internacional de Energia até 1997, o carvão era a segunda

principal fonte de energia mundial. Os mesmos dados apontam a China, os Estados

Unidos e a Índia como os maiores produtores mundiais de carvão. Motivos econômicos

e ambientais, que relacionam a queima desse combustível com a acidificação das

chuvas e outros efeitos da poluição atmosférica, contribuíram para a redução de 5% no

consumo durante a década de 1990 [AIE, 1997].

Desde o final dos anos 1990, a alta nos preços do petróleo e do gás natural criou

uma perspectiva favorável ao mercado carbonífero internacional, visto que o carvão,

além da posição que ocupa de forma natural na economia, também atua como um bem

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substituto para os demais combustíveis fósseis, tendo um importante papel de

moderador de preços no mercado de recursos energéticos Borba, 2001.

1.1 Objetivos

Através deste documento procura-se consolidar informações gerais, revisão

bibliográfica sobre o estágio atual do Carvão Mineral no mundo e em particular em

Moatize-Tete-Moçambique, devido o maior crescimento do setor nos últimos anos deste

recurso energético não renovável. Devido ao número crescente de investidores na área

de mineração de Carvão Mineral, é necessário chamar atenção na conscienzalização da

comunidade em geral e ainda é preciso também ter em conta que a par da atividade

mineira, há desenvolvimento e crescimento de outras indústrias que vão surgindo por

causa do impacto direto do desenvolvimento das mineradoras.

Pretende-se por outro lado dar valor aqueles que desenvolveram e publicaram

informações importantes sobre a mineração de carvão, recordemos ainda que não se

pode copiar no papel informações geradas por outros autores, sem fazer jus aos mesmos

através da referência.

2. CARVÃO DE MOATIZE/ MOÇAMBIQUE

2.1 Localização geográfica de Moçambique

Moçambique se localiza na costa sudeste do continente africano, tendo como

limites a Leste o oceano índico, a Norte a Tanzânia, o Malawi e a Zâmbia, a Oeste o

Zimbabwe e a áfrica do Sul e a Sul a Suazilândia. Tem uma superfície de 799.380 km2,

que se estende Norte-Sul voltando para o índico com que se confronta ao longo de

2.515 km de linha da costa. É um país com mais de 20 milhões de habitantes que nos

últimos anos está a sair da pobreza absoluta.

O território moçambicano está dividido em onze províncias, de Norte a Sul

nomeadamente: Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica, Sofala,

Inhambane, Gaza, Maputo e cidade de Maputo, esta última sendo a capital do país.

Cada uma das províncias tem uma capital provincial de Norte a Sul são: Pemba,

Lichimga, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Beira, Inhambane, Xai-Xai, Matola.

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Fig. I: Mapa de localização geográfica de Moçambique a (esq.). [Disponível no endereço eletrônico e acessado

em 11/03/2011: <http://www.acil.org.mo/por/pcs_Mozambique.htm>]. Mapa de divisão administrativa a (dir.)

Disponível no endereço eletrônico e acessado em 08/02/21011: http: www.portaldogoverno.gov.mz

3. MOATIZE: LOCALIZAÇÃO, SUPERFÍCIE E POPULAÇÃO

O distrito de Moatize, que dista sensivelmente a 20 km do Município de Tete

situa- se a NE da cidade capital provincial entre os paralelos 15’ 36

’’ e 16

’ 38

’’ latitude

Sul e entre os meridianos 32’ 16

’’ e 34

’ 28

’’ de longitude Este. É limitado ao Norte pelos

distritos de Chiúta e Tsángano, a Este pela República do Malawi, a Sul pelo distrito de

Tambara, Guro, Changara e município de Tete através do rio Zambeze e Mutarara

através do rio Mecombedzi e a Oeste pelos distritos de Chiúta e Changara MAE, 2005].

Com uma superfície de 8.455 km2

e uma população recenseada em 2007,

113.409 e habitante e estimada a data de 01 de Janeiro de 2005, em 143.663 habitantes,

o distrito de Moatize tem uma densidade populacional 17 hab./km. A relação de

dependência econômica potencial é de aproximadamente 1:1, isto é, por cada dez

crianças ou anciões existem dez pessoas em idade ativa. A população é jovem (48%

abaixo dos quinze anos de idade), majoritariamente feminina, taxa de masculidanidade

de 48% e de matriz rural (taxa de urbanização de 23%). Administrativamente o distrito

tem três Postos administrativos: Moatize, Kambulatsitsi e Zóbuè que, por sua vez, estão

subdivididos em nove localidades, a saber: Moatize, Benga, Mpanzu, Msungo,

Kambulatsitsi, Mecungas, Zóbuè, Capridzanje e Ncodeze [MAE, 2005].

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3.1 Clima, relevo e solos

No distrito de Moatize, ocorrem dois tipos de climas nomeadamente o tipo

“seco de estepe com inverno seco-BSW”, na parte sul do distrito e do tipo “tropical

chuvoso de savana AW” no norte do distrito. Os dois tipos de clima observam duas

estações distintas, a estação seca e chuvosa, onde a precipitação média anual é cerca de

644 mm, enquanto a evaporatranspiração potencial média anual está na ordem de

1.626mm.

A maior queda pluviométrica ocorre, sobretudo nos períodos compreendido

entre Dezembro de um ano a Fevereiro do ano seguinte, e a temperatura média está na

ordem dos 26.5 ºC, onde as médias anuais máxima e mínima são de 32.5 a 20.5ºC

respectivamente.

Geomorfologicamente, o distrito ocorre parcialmente no vasto complexo

gnaisso-granítico do cinturão de Moçambique (Mozambique belt) onde sobresaiem em

forma de inselbergs as rochas intrusivas do pós-karroo [MAE, 2005].

Destas geoformas de terreno resultam vários agrupamentos de solos destacando-

se os seguintes: solos castanho-acinzentados, castanho-avermelhados pouco profundos

sobre rochas calcárias e os derivados de rochas basálticas, estes últimos, podendo ser

avermelhados, castanho-avermelhados ou pretos, são ainda de profundidade variável e

caracterizados por apresentarem boas capacidades de retenção de nutrientes e água,

fendilhados quando secos e plásticos e pegajosos quando molhados. Ocorrem ainda em

pequenas manchas solos aluvionares, em particular nos terraços dos rios Révubuè e

Zambeze [MAE, 2005].

3.2 Recursos minerais

O distrito de Moatize de forma geral é caracterizado por possuir importantes

jazidas, desde filões de quartzo carbonatados constituídos por sílica calcite, jazidas de

ferro e chumbo (magnetita, hematita e apatita), jazidas de coríndon, jazida de fluorite,

jazida de carvão do tipo hulha e inúmeras jazidas de titanomagnetites vanadíferas

Fig. II: Mapa de localização geográfica da

província de Tete. [Adapatado: Dinageca,

Fevereiro/2003].

Fig. III: Mapa da divisão administrativa do distrito de

Moatize. [Disponível no endereço eletrônico e acessado em

11/03/2011: <http://www.info_tete.co.mz/index.

php/pt.../moatize>]

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(Ferro, titânio e vanádio). As jazidas de carvão fazem parte de uma extensa área que se

estende de Chingodzi ao Mecombedzi situada a região sul montanhosa do distrito

localizando-se as jazidas mais importantes na chamada bacia carbonífera de Moatize-

Minjova [MAE, 2005].

Os jazigos de carvão fazem parte de uma extensa área que se estende de

Chingodzi ao rio Mecombedzi, situada a Sul da região montanhosa do distrito,

localizando-se os jazigos mais importantes na chamada Bacia Carbonífera de Moatize-

Minjova. O jazigo de Moatize foi objecto de exploração mineira desde princípios do

século passado, começando a exploração do carvão em pequena escala e a céu aberto.

Os trabalhos subterrâneos principiaram em 1940, com uma produção anual de 10.000

toneladas. Em meados de 1950, a produção anual atingiu 25.000t e em 1975 o pico

máximo de 575.000 toneladas. Em 1977, a Carbomoc E.E., tomou conta do jazigo e

caracterizou com mais pormenor os seis complexos carboníferos da Bacia de Moatize

[MAE, 2005].

Este carvão tem 7.000 calorias, com uma percentagem volátil de 22%. O carvão

pode dar coque, indispensável à indústria de alta metalurgia. O carvão de Moatize é tão

bom como os melhores da Europa e é da mesma formação do de Witbank, da República

da África do Sul. O depósito de carvão de Moatize é constituído por rochas de origem

sedimentar, tais como, siltitos e arenitos que são as litologias correspondentes a rocha

estéril.

O minério é composto por três camadas horizontalizadas principais de carvão

com a seguinte nomenclatura: a Bananeiras, a Chipanga e a camada Souza Pinto, sendo

apresentadas da camada mais rasa, para a mais profunda. É também notável a presença

de filos de quartzo-carbona, todos constituídos por sílica e calcite de excelente

qualidade. Os filos quartzo-carbonatados, unicamente constituídos por calcite e sílica

situam-se nos arredores da Vila de Moatize. As jazidas de ferro e chumbo,

essencialmente constituídos por magnetita, hematita e apatita, localizam-se no Monte

Muande, situando-se nas proximidades do Rio Zambeze, junto ao limite ocidental do

distrito. A jazida de corindo localiza-se na região de Cachoeira, próximo da EN 103 –

Moatize /Zóbuè [MAE, 2005].

A jazida de fluorite localiza-se no Monte Muambe. Há ocorrências de minerais

polimetálicos de cobre, ouro, prata, volfrâmio e chumbo (essencialmente constituídos

por calcopirita aurífera e argentífera Shelite e galena), em Capanga nos arredores da

Vila de Moatize.

Existem, ainda, minerais radioactivos (constituídos por davitite, samarsquite,

estibitanlite e pecholenda) e de rutilo na região de Mabvudzi, praticamente no limite

entre o distrito de Moatize e Chiúta. No respeitante aos materiais de construção,

salienta-se a existência de calcários cristalinos, rochas gabro-dioríticas e especialmente

de anortositos (rocha ornamental de beleza rara), bem como de argilas, areias e saibro, o

que confere a este distrito a total auto-suficiência em recursos minerais no domínio da

construção civil. Os calcários cristalinos fazem parte do Monte Muande, estendendo-se

até ao Rio Zambeze. As rochas gabro-dioríticas e os anortositos em geral, abundam

praticamente em toda a região montanhosa do distrito.

4. CARVÃO DE MOATIZE, GENERALIDADES

Em Moçambique, numa altura em que o mundo está com olhos postos ao

território nacional, tendo em conta o bom que se regista nos últimos tempos no que diz

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respeito à descoberta e exploração dos recursos minerais, particularmente relacionados

com Carvão Mineral de Moatize, o país ainda tem muito por ser descoberto e explorado.

Assim, o governo moçambicano lança o desafio e convida os investidores, tanto

nacionais assim como estrangeiros, a avançarem com propostas concretas para

iniciarem investimento no setor mineiro nacional. Moçambique dispõe de uma vasta

gama de recursos minerais, grande parte dos quais ainda não explorados, tais como

metais básicos, fosfatos, rochas ornamentais, bauxite, minério de ferro, tantalite, pedras

preciosas e semipreciosas, grafites e outros. O país possui grandes depósitos de areias

pesadas ao longo da costa, tendo um deles, em Moma, entrado em produção em 2007 e

prevendo-se para o futuro o desenvolvimentos de outros projetos em outras áreas como

a projecção as de Chibuto, na província de Gaza MEDIAFAX. Recursos minerais em

Moçambique- “Temos ainda por explorar” Redação: Quinta feira, 22 de Julho de 2010.

O país tornou-se, nos últimos tempos, no maior produtor de gás natural na

região da África Austral. Foi recentemente feita a descoberta de novas jazidas de

hidrocarbonetos, com particular destaque para a descoberta na bacia do Rovuma, fato

que é uma razão clara para que os investidores tenham forte apetência por Moçambique.

No que diz respeito ao Carvão Mineral, Moçambique é considerado no futuro

mais próximo como podendo ser um dos países com maiores reservas deste recurso

mineral a nível mundial. “Existem diversas bacias carboníferas identificadas em

diferentes áreas do país, nas províncias de Tete, Niassa, Cabo Delgado e Manica”;

algumas delas presentemente a serem avaliadas através de trabalhos de pesquisa no

âmbito de mais de 100 títulos mineiros atribuídos a várias identidades (pessoas

singulares e coletivas) [MEDIAFAX. Recursos minerais em Moçambique “Temos

ainda por explorar” Redação: Quinta feira, 22 de Julho de 2010.

A maior reserva de Carvão Mineral em Moçambique, se encontra localizada no

distrito de Moatize, na província de Tete, no centro do país, e pretende integrar a lista

dos maiores produtores e exploradores de Carvão Mineral no mundo. Os projetos de

exploração de carvão em Moçambique se multiplicam nos últimos tempos promovidos

sobre tudo por transnacionais e empresas indianas, brasileira e australiana, permitindo

ao país exportador de eletricidade a partir da barragem Hidroelétrica de Cahora Bassa

(HCB), localizada na província de Tete, reforçar o estatuto de potência energética

regional e com o desenvolvimento do projeto de Moatize, espera-se que o país se torne

no segundo maior produtor africano de carvão depois da África do Sul.

Estima-se que mais de 800 licenças de prospecção e pesquisa de minerais

incluindo Carvão Mineral foram autorizadas pelo governo até Fevereiro de 2011, além

de o país dispor de recursos naturais, este número crescente de investidores na área

mineral se deve também de um ambiente propício para atração de investimentos.

5. GRAU DE ESTUDO DA BACIA DE MOATIZE

A bacia carbonífera de Moatize, a mais conhecida de entre as diversas bacias de

carvão existentes no país, foram realizados no passado diversos trabalhos de pesquisa

geológica detalhada e presentemente existem vários bilhões de toneladas de carvão

prontas para ser produzidas. Dentre vários trabalhos publicados sobre a área em

referência, importa destacar os trabalhos de descrições, destacando fundamentalmente a

descrição de afloramentos do sistema de Karroo e do Complexo Gabro Anortosítico de

Tete [Coelho, 1969].

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Em 1966, F. Real, no seu trabalho intitulado “Geologia da bacia do Zambeze”,

faz referência as características geológicas e mineiras desta bacia, dando muita

importância ao Karroo de Tete, onde estão inceridas importantes camadas de carvão.

Este autor generaliza todos os dados existentes nesta província, por exemplo afirma que

na bacia carbonífera de Moatize-Minjova as séries carboníferas apresentam uma

espessura de 340m.

[R. S. Afonso, 1978], no seu trabalho denominado “Geologia de Moçambique”,

faz referência a distribuição do Karroo em Moçambique, sua origem e sequência

Geológica incluindo a refência da existência de carvão na bacia carbonífera de Moatize.

[Lopo Vasconcelos, 1995], na sua tese de doutorado pela Universidade do

Porto, Portugal em, estudou os carvões de Moatize com o tema: contribuição para o

conhecimento dos carvões da bacia carbonífera de Moatize.

A província de Tete em particular foi palco de vários estudos Geológicos, os

pioneiros nesses estudos em Tete, datam de 1920, onde estudantes e professores

universitários Belgas, estudaram a bacia sedimentar , com parcticular incidência as

camadas de carvão de Moatize, tendo concluido que em Moatize haviam diferentes

camadas de carvão que jaziam a diferentes profundidades.

Em 2007 e 2009 foram assinados dois contratos mineiros, com a Vale (Brasil) e

Riversdale (Austrália) para Moatize e Benga respectivamente, que em conjunto

contemplam a produção e exportação anual de cerca de vinte milhões de toneladas de

carvão, a ocorrer dentro do primeiro semestre de 2011. O Governo moçambicano vai

atribuir, até nos finais de 2012, três novas concessões de pesquisa e prospecção de

carvão, até ao momento, o Ministério dos Recursos Minerais já atribuiu 105 concessões

de pesquisa e prospecção de Carvão Mineral; enquanto isso as Minas de Moatize e

Benga em Tete, desenvolvidas pela companhia brasileira Vale e pela mineradora

australiana Riversdale respectivamente, estão numa fase avançada. [Descobertos novos

jazigos de carvão em Moçambique: disponível no endereço eletrônico e acessado em

08/03/2011: htt: //www.africatoday.co.ao/pt/empresas/4918].

Os resultados já obtidos indicam a existência de Carvão Mineral em toda a

província de Tete, no centro de Moçambique. As empresas envolvidas na pesquisa de

jazidas de carvão em Moatize, a JFPL, Essar e ETA Star desde 2008, anunciaram a

descoberta de novas jazidas de carvão nos distritos de Changara, Cahora Bassa, Mágoè,

Mutarara, Marávia e Zumbu. Na bacia de Moatize, é onde se encontram as maiores

reservas do país, tendo sido identificadas quantidades exploráveis de Carvão Mineral na

região de Samoa, onde já está a trabalhar a empresa Carvoeira de Samoa [Descobertos

novos jazigos de carvão em Moçambique: disponível no endereço eletrônico e acessado

em 08/03/2011: <htt: //www.africatoday.co.ao/pt/empresas/4918>].

Na província de Tete, cerca de 16 empresas estão licenciadas para a pesquisa de

outros minérios, destacando-se ouro aluvional, platina, ferro, pedras preciosas, água

mineral e metais básicos [Descobertos novos jazigos de carvão em Moçambique:

disponível no endereço eletrônico e acessado em 08/03/2011: htt:

//www.africatoday.co.ao/pt/empresas/4918].

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6. ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO DA BACIA CARBONÍFERA DE

MOATIZE

A bacia carbonífera de Moatize localiza-se na província de Tete, a cerca de 20

km a nordeste da capital provincial, e a uns escassos 6 km do aeroporto de Chingódzi. A

capital distrital de Moatize localiza-se dentro da bacia carbonífera, e situa-se na estrada

que liga Tete ao Malawi, através da vila fronteiriça do Zóbuè (cerca de 90 km). Perto de

Moatize há ainda a estrada que vai para a Zâmbia, através da fronteira de Cassacatiza.

A rede fluvial na Bacia de Moatize é constituída pelo Rio Revúboè, que corta a

bacia no sentido NE-SW em direção ao Rio Zambeze, e pelos seus afluentes Rio

Moatize, que corre na direção ESE-WNW, e Rio Murongódzi, que corre na direção NS.

Em termos de orografia, a Bacia de Moatize apresenta um relevo aplanado algo

ondulado, sendo bordejado a NE, NW e SW por zonas de montanhas referentes às

formações precâmbricas. A feição mais notória é o Monte M’pandi, no limite SW da

bacia, junto ao Rio Revúboè, com uma altitude de 321 m [GTK Consortium, 2006].

Esta bacia, pertence ao Supergrupo do Karroo. A seqüência estratigráfica tem

seis camadas de carvão principais, designadas de baixo para cima como: Sousa Pinto,

Chipanga, Bananeiras, Intermédia, Grande Falésia e André. A camada Chipanga é a

[Fig. IV: Esboço Geológico da Região de Tete-Moatize. Lopo Vaconcelos, Geologia do carvão, 2005]

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mais espessa de todas e a única que foi explorada. Sobreposta à Formação de Moatize

encontra-se a Formação de Matinde. As formações de Moatize e Matinde são

respectivamente equivalentes ao Dwyka Superior/Ecca Inferior e ao Ecca

Médio/Superior da Bacia. A bacia carbonífera de Moatize está orientada no sentido

NW-SE e está rodeada por gabros e anortositos da Suite Tete, de idade

Mesoproterozóica (1600-1000 M.a), o limite NE da bacia é uma falha normal de cerca

de 30 km de comprimento, orientada NW-SE. O limite SW é tanto por inconformidade,

como também por contacto de falha, como é o caso da Falha do Monte M’pandi [Real,

1978].

A idade da série produtiva pode ser determinada devido à presença de

numerosos fósseis vegetais, que são:

Glossopteris Indica Shimper;

Glossopteris Browniana Brongr;

Glossopteris Brancae Gothan;

Glossopteris Stricta Bunb;

Gangamopteris Cf. Obvata

Gangamopteris Cyclopteroides;

Sphenophyllum Specioum Royle;

Sphenophyllum thonnii Mabr;

Oblingifolium;

Sigillariasp.

A bacia carbonífera de Moatize, pertence ao Supergrupo do Karroo. A seqüência

estratigráfica tem seis principais camadas de carvão, designadas de baixo para cima

como: Souza Pinto, Chipanga, Bananeiras, Intermédia, Grande Falésia e André. A

camada Chipanga é a mais espessa de todas e a única que foi explorada. A Bacia

Carbonífera de Moatize pertence a uma bacia maior que se extende de Tete a Minjova,

na fronteira com o Malawi, que por sua vez se continua por este país adentro para a

Bacia de Lengwe. Os limites NE e SW do graben são definidos por falhas de bordadura

com direcção NW-SE. O graben de Moatize tem um comprimento aproximado de 35

km e uma largura média de 2 km. O acidente orográfico mais importante é o Monte

M’pandi, com uma altitude de 320.8 m, situado na margem SW do graben,

representando um braquianticlinal das rochas do embasamento.

Sobreposta à Formação de Moatize encontra-se a formação de Matinde. As

formações de Moatize e Matinde são respectivamente equivalentes ao Dwyka

Superior/Ecca Inferior e ao Ecca Médio/Superior da Bacia. As camadas de carvão de

Moatize, estam inceridas no karroo justificando-se assim a importancia desta unidade

geologica. Na região de Moatize, superiormente à série produtiva, começa outra série

sedimentar constituída por grão grosseiro à médio, grés arcósico e pequenas camadas

lenticulares de calhau rolado e estratificação cruzada [F. Real, 1966].

O depósito de carvão de Moatize é constituído por rochas de origem sedimentar,

tais como, siltitos e arenitos que são as litologias correspondentes a rocha estéril. O

minério é composto por três camadas horizontalizadas principais de carvão com a

seguinte nomenclatura: a Bananeiras, a Chipanga e a camada Souza Pinto, sendo

apresentadas da camada mais rasa, para a mais profunda.

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Série Produtiva- esta é de grande interesse por nela estar englobada a importante

camada de carvão. Esta série é caracterizada por possuir xistos, grés carbonosos,

argilitos negros, por vezes piritosos. A idade desta série é de pérmico Inferior, que,

provavelmente se corresponde com o andar Ecca [F. Real, 1978].

Entre as camadas de carvão existe

novamente a presença de material estéril

compostos por siltitos e arenitos o chamado

“interburden”.

As camadas de carvão apresentam

características distintas quanto a sua

composição química e aproveitamento

econômico.

A partir do modelamento realizado foi

possível verificar intensa atividade geológica

nas camadas de carvão de Moatize. Na série

produtiva são conhecidas camadas de diferentes

espessuras e designadas a partir da mais recente

por:

1. André

2. Grande Falésia

3. Intermédia

4. Bananeira

5. Chipanga

6. Souza Pinto

1.Camada André- topo da série

produtiva, constituída por bancadas de carvão

inteceptadas apenas por dois leitos finos de

xistos carbonosos, piritosos com com 1 à 2 m

de carvão.

2. Camada Grande Falésia- constituida

por xistos argilosos e carvões com 12 m de

espessura.

3. Camada Intermédia- formada por

argilito negro e níveis de carvão muito

pequeno.

4. Camada Bananeira- a que

corresponde a um complexo de xistos e carvão,

este com fraca espessura e uma espessura de 9

m superior e 18 m inferior,ambas intercaladas

por argilito arenoso.

5. Camada Chipanga- a mais importante da série produtiva com uma camada

basal de 2.5 à 3.6 de carvão, ou seja uma espessura de 36 m.

6. Camada Sousa Pinto - constituída por um complexo carbonoso com 14 m de

espessura.

[Figura V: Esboço da Série Produtiva em

Moatize. Lopo Vasconcelos, 2005]

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[Figura VI: Esboço geológico simplificado da provincial de Tete, Moçambique. Lopo Vasconcelos, 2005]

De forma geral de acordo com esboço da série produtiva, ela está formada por

carvão com uma alternância principalmente com argilito arenoso.

Figura VII: Mapa geológico de Moçambique:[Disponível no endereço eletrônico e acessado

em 11/03/2011:

<htt://www.geologiademocambique/justicanostrilho.org>]

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7. PRINCIPAIS BACIAS CARBONÍFERAS DE MOÇAMBIQUE

A Bacia de Moatize tem sido uma das regiões moçambicanas em que se têm

fundado esperanças pela existência de recursos minerais importantes. Como

conseqüência desta perspectiva, nesta região tem sido incutida maior número de estudos

geológicos, quer sistemático, quer localizado com o objetivo de reconhecimento de

determinadas mineralizações, e posteriormente a sua avaliação econômica dessas

jazidas.

No território moçambicano podem ser mencionadas as principais bacias

carboníferas, sendo Chicôa-Mecúcoè, Mucanha Vuzi, Moatize-Muarazi-Minjova,

N’condedzi-Mutarara, Sanângoè-Metídzi, Canxixe, Mpotepote, Maniamba e Lugenda

[Vasconcelos & Pedro, 2004].

Fig. VIII: Bacias do Karroo em Moçambique e principais aspectos geográficos da zona de Tete-

Moatize [Vasconcelos & Pedro, 2004].

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As bacias de Moatize, pelos resultados revelados por estudos recentemente

apresentados por várias pesquisas realizadas, mostram que a rede de bacias carboníferas

não exploradas do Mundo se encontra na província de Tete e a geologia corrente diz-

nos que, para além destes campos de Moatize, estima agora sob enfoque da Vale antiga

Companhia do Vale do Rio Doce, um punhado de quilómetros a oeste se estendem os

depósitos de Mucanha-Vuzi (reservas > 3 biliões de toneladas) e de Senâgoe (reservas >

1 bilião de toneladas). Com reservas estimadas em cerca de 2.4 biliões de toneladas, em

caso de avanço do mega-investimento da Vale em Tete, Moatize poderá produzir mais

de 20 milhões de toneladas anuais do carvão bruto r.o.m (run-of-mine), das quais 10 a

12 MTPA ( milhões de tonelada por ano) de carvão metalúrgico para exportação.

8. MODOS DE EXPLORAÇÃO E BENEFICIAMENTO

Na extração do carvão geralmente podem ser usados diferentes modos ou

métodos, nomeadamente (subterrâneo ou a céu aberto). A opção por uma ou outra

modalidade depende, basicamente, da profundidade e do tipo de solo sob o qual o

minério se encontra. Se a camada que recobre o carvão é estreita ou o solo não é

apropriado à perfuração de túneis (por exemplo, areia ou cascalho), a opção é a

mineração a céu aberto. Se, pelo contrário, o mineral está em camadas profundas ou se

apresenta como veios de rocha, há a necessidade da construção de túneis.

Fig. IX. Principais bacias carboníferas de Moçambique. [Disponível no endereço eletrônico e acessado em

08/03/2011: <htt:// www.vale.com>].

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A produtividade das minas a céu aberto é superior à das lavras subterrâneas. No

entanto, de acordo com o World Coal Institute (WCI) ou Instituto Mundial do carvão,

em português, 60% da oferta mundial de Carvão Mineral é extraída por meio da

mineração subterrânea.

Carvão é hoje fonte marginal de energia em tem no uso termoelétrico

potencialidade extraordinária, tendendo praticamente todo o grosso de sua produção a

este setor que o usa como combustível. Identificar as reservas de carvão de grande porte

e, alcançar o patamar de tecnologia que permita o aproveitamento de instalações de

economia da escala são os objetivos a culminar para o desenvolvimento e expansão de

indústria carbonífera moçambicana. Para a exploração do carvão de Moatize pelas

empresas Vale (Brasil) e da Riversdale (Austrália), será efetuada através de mineração a

céu aberto, usando usado o strip mining, por ser o método clássico de lavra a céu aberto

para carvão e por melhor se adequar à configuração do terreno de Moatize e as

condições geológicas o permitem.

Com uma capacidade na fase de plena exploração, de cerca de 26 milhões de

toneladas de carvão bruto por ano, prevendo-se para 2011 o início da sua produção. A

pos o tratamento do carvão, obter-se ao cerca de 85 milhões de toneladas por ano de

carvão de coque e dois milhões de toneladas por ano de carvão para a queima, ambos

para a exportação. O carvão restante obtido do tratamento do carvão bruto r.o.m (run-

of-mine), tem teor de cinzas demasiado elevado para poder comercializar, e por isso,

prevê-se que uma parte dele venha ser utilizado numa Central térmica de 1.500MW a

ser instalada em Moatize. [Carvão mineral em Moçambique, CIP, redação em 09 de

Abril de 2009, Maputo].

Tendo em vista todo o relatado, e face às características do carvão de Moatize, e

estabelecendo como meta a recuperação máxima com redução de custos, o

beneficiamento de carvão, visa à redução de teores de cinzas e enxofre, aumentando os

teores da massa carbonosa e poder calorífico. As propriedades químicas e físicas são

importantes em todos os aspectos.

A modernização técnica de tratamento do carvão mineral, aplicado nas indústrias

mineiras, tendo em conta aumentar a capacidade de produção e ampliação do seu

mercado consumidor, para os diferentes segmentos industriais, surgiu da necessidade de

desenvolver tecnologias, aumentar as capacidades das plantas de beneficiamento,

melhorando a sua eficiência, visando a sua adequação para atender a demanda existente;

assim o conhecimento das especificações dos produtos desejados é importante para a

verificação da viabilidade técnica e econômica do beneficiamento do carvão [Sampaio,

2005].

Sem sombra de dúvidas, para o ano de 2011 será um ano marcado pelo início de

exploração e exportação de carvão mineral de Tete para os vários pontos do mundo.

Espera-se que, a partir do primeiro semestre do corrente ano, inicie a exportação de

pelo menos dois milhões de toneladas de Carvão Mineral, a serem extraídos pelas

companhias mineiras Vale e Riversdale. Com a exploração do carvão de Moatize pelas

companhias de mineração Vale (Brasil) e Riversdale (Austrália), Moçambique espera

produzir, dentro de cinco anos, mais de 20 milhões de toneladas daquele produto

[Descoberto outro grande jazigo de carvão em Tete: disponível no endereço eletrônico e

acessado em 09/02/2011: <http://www.potaldogoverno.gov.mz/notícias>].

Em Benga, a Riverdale tem uma reserva na ordem de 4,4 bilhões de toneladas

das quais se fará uma produção na ordem dos 20 milhões de toneladas e que

processados vão resultar em cerca de seis milhões de toneladas por ano para o carvão

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metalúrgico e 2 milhões de toneladas para o carvão térmico. O carvão doméstico (que

não tem qualidade para a exportação) se estima na ordem de quatro milhões de

toneladas que poderão ser usadas para as centrais térmicas. Em relação à Vale ela tem a

concessão mineira válida por 35 anos e traduz se uma produção anual cerca de 26

milhões de toneladas deste recurso mineral [Descoberto outro grande jazigo de carvão

em Tete: disponível no endereço eletrônico e acessado em 09/02/2011:

<http://www.potaldogoverno.gov.mz/notícias>].

A empresa Vale Moçambique, assim que é designada a Mega empresa do Brasil

em Moçambique, pretende extrair 11 milhões de toneladas de carvão por ano, podendo

ao longo prazo aumentar para 22 milhões toneladas/ano sendo 8,5 milhões de toneladas

de coque para a indústria metalúrgica e 2,5 milhões de toneladas de carvão térmico para

a produção de energia elétrica, projeta-se que a produção do carvão em áfrica em geral

cresça em média 3% ao ano de 2011, especificamente graças ao aumento da procura

principalmente no continente asiático. O preço da matéria prima tem vindo a escalar ao

do petróleo, apresentando-se como uma alternativa mais barata [Descobertos novos

jazigos de carvão em Moçambique: disponível no endereço eletrônico e acessado em

08/02/2011: <htt: //www.africatoday.co.ao/pt/empresas/4918>].

Carvão Mineral voltou a estar na mira das atenções dos investidores e

consumidores, devido a três vantagens: preços baixos por unidade energética; um rácio

mais elevado de reservas/produção e uma diferente distribuição geográfica das reservas.

A Índia e a China serão responsáveis por um aumento de 73% da procura mundial de

carvão em 2030, para 4994 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, quando

comparativamente em 2005 consumiam 2892 milhões de toneladas [AIE, 2007].

A disponibilidade de carvão que será produzido em grandes quantidades em

Moçambique poderá criar oportunidades para a sua utilização no país em eventuais

indústrias de ferro e aço ou para a produção de cimento. Existe atualmente no mercado

internacional, com destaque para o mercado indiano, uma grande procura de carvão,

tanto de coque como de queima, sendo os preços mais que duplicaram durante os

últimos anos.

9. IMPORTÂNCIA DO CARVÃO MINERAL

Começou a ser utilizado em larga escala, como fonte de energia, na época da

Revolução Industrial (século XVIII). Nesta época era usado para gerar energia para as

máquinas e locomotivas. Até hoje é usado como fonte de energia. O carvão não só

forneceu a energia que abasteceu toda a Revolução Industrial no século 19 como

também impulsionou toda a era da eletricidade no século XX. Atualmente

aproximadamente 40% da eletricidade gerada mundialmente é produzida através do

carvão. Alguns desses países que dependem da energia elétrica gerada pelo carvão são:

América do Sul, Dinamarca, China, Grécia, Alemanha e Estados Unidos. A indústria de

ferro e aço mundial também é fortemente dependente do uso do carvão, caso do Brasil.

A queima do Carvão Mineral para gerar energia lança no ar partículas sólidas e

gases poluentes. Estes gases atuam no processo do efeito estufa e do aquecimento

global. Portanto, o carvão mineral não é uma fonte de energia limpa e deveria ser

evitada pelo ser humano. Porém, em função de questões econômicas (em algumas

regiões do mundo é uma fonte barata), ainda é muito utilizado para gerar energia

elétrica em usinas termo-elétricas.

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Em termos de aplicação, o Carvão Mineral foi usado por um longo tempo no

setor de transportes, em veículos como as locomotivas e navios à vapor. Atualmente, o

carvão mineral garante o funcionamento de usinas termoelétricas. Há dois mercados

distintos para carvão comercializado internacionalmente, o carvão chamado

coqueificável e o carvão a vapor para aplicações energéticas. Na siderurgia é utilizado o

carvão coqueificável, que se classifica como um carvão nobre com alto poder calorífico

e baixo teor de cinzas. No uso energético, o carvão admite, a partir do linhito, toda

gama possível de qualidade, sendo uma questão de adaptação dos equipamentos ao

carvão disponível [Ekawan et al., 2005].

Destaca-se que os requisitos de qualidade dos clientes da extração de carvão

para fins energéticos se diferem de acordo com seus equipamentos não existindo um

padrão de qualidade claramente definido para o carvão [Lorenz e Grudzinsk , 2003].

Carvão é a fonte mais utilizada para geração de energia elétrica no mundo,

respondendo por 41% da produção total. Sua participação na produção global de energia

primária, que considera outros usos além da produção de energia elétrica, é de 26%

[Agencia Internacional de Energia (IEA), 2001]. A agência Internacional de Energia

também projeta que o minério manterá posição semelhante nos próximos 30 anos.

10. ASPECTOS AMBIENTAIS

Um pré-requisito para o desenvolvimento sustentável deve ser a garantia da não

contaminação de cursos de água, rios, lagos e mares bem como dos oceanos. As

atividades humanas vêm insistentemente, poluindo as fontes naturais de água das quais

todos dependemos; a mineração é uma dessas atividades que polui a água. Tem

aumentado muito, no presente, a preocupação com o legado ambiental que as atividades

de mineração têm deixado, principalmente nos países em vias de desenvolvimento.

Em países em vias de desenvolvimento, como é o caso de Moçambique,

questões relacionadas à possibilidade e qualidade da água é talvez a interface mais

evidente na relação da indústria com as comunidades próximas a um empreendimento

mineral e afetam diretamente a percepção e aceitação, pela sociedade, das atividades

mineiras.

Os processos de mineração (indústria metalúrgica, hidrometalúrgica) são, por

natureza, grandes consumidores de água; em locais onde haja riscos potenciais ao

patrimônio ambiental, incluindo os recursos hídricos a mineração deve ser vedada,

apesar do aprimoramento das práticas mineiras, em termos ambientais, nas últimas

décadas ainda são muito significativos os riscos ambientais derivados da atividade de

mineração.

Os impactos negativos podem variar, desde a geração e transporte de sedimentos

causados por estradas mal conservadas durante a fase de exploração até o assoreamento

de cursos de água e aumento de partículas sólidas em suspensão nas águas durante a

fase de operação da mina.

Pretende-se chamar atenção a todas as empresas e todos aqueles que operam

nesta área, a partir dos garimpeiros até as empresas tecnológicas, ou seja: a todos que

estam envolvidos em diferentes projetos de extração e pesquisas de recursos minerais

em Moçambique de forma geral, a tomar as devidas precauções e procedimentos a fim

de evitar a contaminação dos fluxos de água.

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Sabe-se que a maior parte da população moçambicana vive nas zonas rurais,

algumas delas onde as empresas se encontram instaladas como o caso de mega-projetos,

empresas de extração de carvão mineral, material de construção civil, etc.. Portanto se

contaminamos a água, estaríamos a inviabilizar o desenvolvimento sustentável das

comunidades e do país em geral.

Recordemos ainda que um dos principais efeitos tecnológicos das últimas

décadas é que a mineração tem se tornado mais mecanizada e assim tem aumentado

enormemente a capacidade de manusear grandes volumes de material,

conseqüentemente, à quantidade de estéril e rejeito tem se multiplicado a taxas

inimagináveis.

O desenvolvimento da tecnologia de mineração tem possibilitado, cada vez

mais, o aproveitamento de minérios de baixo teor, o que acaba gerando maior

quantidade de estéreis e rejeitos. Os rejeitos podem conter também agentes químicos

usados no processamento de minérios, tais como cianeto ou ácido sulfúrico; tais rejeitos

são geralmente estocados em barramentos nesses procedimentos, caso, se medidas não

adequadas não forem tomadas os contaminantes dos estéreis e rejeitos da mina podem

alcançar as águas superficiais e subterrâneas causando problemas sérios de poluição do

precioso líquido que todos dependemos para a nossa sobrevivência e para as novas

gerações.

Este é um dos grandes problemas que a mineração tem deixado e que deve e

pode ser mudado com a utilização das melhores práticas de gerenciamento ambiental

por parte da indústria extrativa mineral. Após serem removidos, os estéreis, que muitas

vezes contém sulfetos que podem gerar águas ácidas, metais pesado, e outros

contaminantes, são muitas vezes estocados acima dos terrenos em volumosas pilhas

com drenagem livre, estas pilhas de estéril e a superfície expostas das minas já

mineradas (bedrock), são a fonte da maioria da poluição por metais pesados.

Pretende-se refletir neste trabalho, desde o ponto de vista a importância de uma

boa vigilância ás entidades mineiras a fim de cumprirem com rigor a legislação mineira

moçambicana em vigor, isso permitirá uma maior sustentabilidade para as gerações

vindouras; por outro lado pretende-se incentivar ao governo moçambicano continuar a

monitorar, estabelecer rendimentos de exploração mineira ás comunidades para permitir

arrecadar mais divisas que possam acelerar o desenvolvimento do país em geral, rumo

ao combate da pobreza absoluta.

A contribuição das empresas que exploram recursos naturais, em particular os

minerais, podem de certa maneira acelerar a indústria extrativa moçambicana. Nas

últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás

carbônico na atmosfera tem sofrido um grande aumento, contribuindo para o

aquecimento do planeta. Hoje se pretende a redução dos efeitos da emissão de gases à

atmosfera gases efeito estufa.

Dentro do cenário das teorias de aquecimento global e da redução da camada de

ozônio, a pressão ambientalista contra o uso do carvão tem sido intensa, principalmente

dentro da reivindicação do controle e da redução das emissões de poluentes para a

atmosfera. Os fatores determinantes para a aplicação do carvão como fonte de geração

de energia elétrica se fundem na busca pelo desenvolvimento e uso de tecnologias com

alta eficiência térmica associadas a baixos níveis de emissão de poluentes [Chen et al.

(2006].

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A principal restrição à utilização do carvão é o forte impacto socioambiental

provocado em todas as etapas do processo desde a produção, combustão assim como

também no consumo. A extração, por exemplo, provoca a degradação das áreas de

mineração. Na dessulfuração antes da combustão, na queima para geração de

eletricidade (termelétricas) a serem construídas ainda no distrito de Moatize pelas

empresas, se medidas não forem tomadas esse processo pode aumentar a emissão de

gases poluentes.

11. RESULTADOS ESPERADOS

Com a implementação do projeto da Vale, espera-se uma série de impactos

positivos como o aumento da renda das pessoas e o desenvolvimento humano, através

do papel social prestas às comunidades. Dados estatísticos divulgados em Moatize no

dia 08 de Maio de 2011, durante a cerimônia de lançamento da fase inicial de

exploração do carvão de Moatize, indicam que o empreendimento irá contribuir

significativamente para a economia moçambicana, não apenas através da criação de

postos de trabalho, como também porque no pico da exploração irá gerar 2,5 a três

milhões de dólares norte americanos para a balança de pagamentos. Espera-se que as

oportunidades de emprego subam dos atuais oito mil para cerca de quinze mil postos de

trabalho, pelo menos nos próximos cinco anos, além da contribuição nas receitas do

estado através de impostos que poderão contribuir na redução/ erradicação da pobreza

absoluta no país.

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pretende-se refletir neste artigo, dando o nosso ponto de vista a importância de

uma boa vigilância ás entidades mineiras a fim de cumprirem com rigor a legislação

mineira moçambicana em vigor, isso permitirá uma maior sustentabilidade para as

gerações vindouras; por outro lado pretende-se incentivar ao governo moçambicano

continuar a monitorar, estabelecer rendimentos de exploração mineira ás comunidades

para permitir arrecadar mais divisas que possam acelerar o desenvolvimento do país em

geral.

A contribuição das empresas que exploram recursos naturais, em particular os

minerais, podem de certa maneira acelerar a indústria extrativa moçambicana. Nas

últimas décadas, devido à enorme queima de combustíveis fósseis, a quantidade de gás

carbônico na atmosfera tem sofrido um grande aumento, contribuindo para o

aquecimento do planeta.

Dentro do cenário das teorias de aquecimento global e da redução da camada de

ozônio, a pressão ambientalista contra o uso do carvão tem sido intensa, principalmente

dentro da reivindicação do controle e da redução das emissões de poluentes para a

atmosfera.

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Borba, R. F. Carvão Mineral. Balanço mineral brasileiro, 2001.

Page 20: ESTADO DA ARTE DA MINERAÇÃO EM …µes_A7_A8_A9/A9_ARTIGO_03.pdf · “Estado da Arte” ou “Estado do conhecimento”, ... em parte, aos progressos ... Com o projeto da Vale,

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