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ESTABILIDADES É o estudo do PRINCÍPIO da CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO. ESTABILIDADE E GARANTIA DE EMPREGO, SINÔNIMOS? A Garantia de Emprego é o gênero que possui entre suas espécies a Estabilidade, assim como outras medidas tendentes a manutenção da relação empregatícia. A Garantia de Emprego é forma de política socioeconômica com o fim de evitar o desemprego, enquanto a estabilidade é um direito do empregado, ainda que provisória.

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ESTABILIDADES É o estudo do PRINCÍPIO da CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO.

ESTABILIDADE E GARANTIA DE EMPREGO, SINÔNIMOS? A Garantia de Emprego é o gênero que possui entre suas espécies a Estabilidade, assim como outras medidas tendentes a manutenção da relação empregatícia. A Garantia de Emprego é forma de política socioeconômica com o fim de evitar o desemprego, enquanto a estabilidade é um direito do empregado, ainda que provisória.

Enquanto a Garantia de Emprego inclui todos os atos e normas criadas pelos instrumentos jurídicos vigentes que impeçam ou dificultem a dispensa sem justa causa, a Estabilidade é apenas um dos mecanismos de Garantia do Emprego. A Estabilidade pode ser definida como um impedimento, temporário ou definitivo, do empregador dispensar o empregado sem justo motivo.

GARANTIA DE EMPREGO: (gênero=lato sensu) EM SENTIDO ESTRITO: institutos que dificultam ou condicionam a extinção do contrato de trabalho. Não há de se falar em reintegração, pois a dispensa não é vedada por lei.

Multa 40% sobre o FGTS em virtude da dispensa imotivada;

Aviso Prévio indenizado ou trabalhado;

Lei 9.601/98, art. 2º, II - que autoriza recolhimento de 2% do FGTS para estimular a criação de novos empregos (C.T.Determinado);

MP 905 (11/11/2019)

Art. 7º No Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, a alíquota mensal relativa à contribuição devida para o FGTS de que trata o art. 15 da Lei nº 8.036, de 1990, será de dois por cento, independentemente do valor da remuneração.

Inclusão do menor aprendiz no mercado;

Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.

Lei que obriga a contratação de deficientes físicos, art. 93, § 1º. Lei 8213/91:

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados..................................................................2%; II - de 201 a 500.............................................................................3%; III - de 501 a 1.000.........................................................................4%; IV - de 1.001 em diante. ................................................................5%.

No art. 513 da CLT, que prioriza a admissão de trabalhadores sindicalizados:

Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de fundar e manter agências de colocação.

GARANTIA DE EMPREGO: dificultam a dispensa sem justa causa, pois, são ferramentas de fomento ao emprego. ESTABILIDADE: impede a dispensa sem justa causa, por algum motivo expresso em lei (gestante, CIPA, acidente de trabalho etc). Há direito a Reintegração, artigo 118 da Lei 8.213/1991. Súmula 396, I TST.

HIPÓTESES DE ESTABILIDADES 1ª Hipótese - ESTABILIDADE DECENAL. A primeira norma foi a lei Eloy Chaves instituindo a estabilidade para os ferroviários Decreto 4.682/23.

Art. 42. Depois de 10 annos de serviços effectivo o empregado das emprezas a que se refere a presente lei só poderá administrativo no caso de falta grave constatada em inquerito administrativo, presidido por um engenheiro da Inspectoria e Fiscalização das Estradas de Ferro.

Bem mais tarde com a Lei 5.107/66 todos os trabalhadores estavam protegidos pela estabilidade decenal (492 CLT).

Art. 492 - O empregado que contar mais de 10 (dez) anos de serviço na mesma empresa não poderá ser despedido senão por motivo de falta grave ou circunstância de força maior, devidamente comprovadas.

Aqueles que tinham MENOS de 10 anos e fossem dispensados seriam indenizados da seguinte forma:

Art. 478 - A indenização devida pela rescisão de contrato por prazo indeterminado será de 1 (um) mês de remuneração por ano de serviço efetivo, ou por ano e fração igual ou superior a 6 (seis) meses.

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. ESTABILIDADE DO ART. 492, DA CLT. A estabilidade decenal, obtida antes da Constituição Federal de 1988, constituía-se em direito adquirido, cuja observância foi garantida pela própria Constituição, em seu artigo 5º, inciso XXXVI, e que restou ratificado pelo o artigo 14 da Lei nº 8.036/90. (TRT-1, Relator: Jose da Fonseca Martins Junior, Data de Julgamento: 06/03/2012, Nona Turma).

ESTABILIDADE DECENAL X FGTS

O FGTS excluiu a possibilidade de aquisição da estabilidade decenal do empregado. Nasceu a possibilidade do empregado RENUNCIAR este direito pela opção ao FGTS.

Súmula 98, II do TST. FGTS. INDENIZAÇÃO. EQUIVALÊNCIA. COMPATIBILIDADE. II - A estabilidade contratual ou a derivada de regulamento de empresa são compatíveis com o regime do FGTS. Diversamente ocorre com a estabilidade legal (decenal, art. 492 da CLT), que é RENUNCIADA com a opção pelo FGTS.

A Lei nº 5.107/1966 criou o FGTS, os trabalhadores puderam optar pelo novo regime ou pela manutenção do regime da estabilidade, que coexistiram até a promulgação da Constituição Federal atual, em 1988 que no art. 7º, III, incluiu o FGTS no rol dos Direitos Sociais, tornando-o obrigatório. 2ª Hipótese - ESTABILIDADE SINDICAL DIRIGENTE DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL. PREVIA o art. 512 da CLT:

Art. 512 - Somente as associações profissionais constituídas para os fins e na forma do artigo anterior e registradas de acordo com o art. 558 poderão ser reconhecidas como Sindicatos e investidas nas prerrogativas definidas nesta Lei. (Revogado pelo Decreto-lei nº 8.740, de 19.1.1946), com vigência suspensa pelo Decreto-lei nº 8.987-A, de 1946)

Súmula nº 222 do TST - DIRIGENTES DE ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (cancelamento mantido). Os dirigentes de associações profissionais, legalmente registradas, gozam de estabilidade provisória no emprego.

Antes da CF/88 era necessária a criação de uma Associação Profissional para somente depois se criar o Sindicato da Categoria. Daí não existir estabilidade do Dirigente da Associação Profissional. Jurisprudência:

ESTABILIDADE. MEMBRO DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL. A liberdade sindical preconizada pela nova Carta permitiu a criação de sindicatos sem a intervenção do Estado, sendo desnecessária a prévia criação de associação profissional, como exigia a CLT (art. 512, da CLT). Via de consequência, não foi recepcionada a estabilidade do dirigente de associação profissional, pois esta entidade não tem mais os poderes de representação da categoria, hoje só garantidos aos sindicatos. Por este motivo a Súmula nº 222, do TST, foi cancelada. Só os sindicatos têm poderes para homologar rescisões, fazer negociações coletivas,

acordos, convenções, greve e dissídios. Ora, se os representantes de associações não têm mais estes poderes, não contrariam os interesses do patrão. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00026045220135010283 RJ (TRT-1) Data de publicação: 24/07/2014

DIRIGENTE SINDICAL REQUISITOS para AQUISIÇÃO de ESTABILIDADE

1º EMPREGADOS ELEITOS.

Art. 543 - O EMPREGADO ELEITO para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. § 4º - Considera-se cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleição prevista em lei.

Candidatura no Curso do AVISO PRÉVIO?

Súmula 369 TST, inciso V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Jurisprudência:

DIRIGENTE SINDICAL - DISPENSA - POSSIBILIDADE - ... e mais, se ele próprio (dirigente sindical) recebeu o aviso prévio e ainda teve sua rescisão contratual "homologada com assistência do sindicato", tanto a entidade quanto o dirigente descuraram por completo do interesse coletivo. Nem mesmo a ressalva aposta no verso do Termo de Rescisão é suficiente para afastar a incompatibilidade dos atos praticados com a estabilidade, pois esta se destina a proteger a função, e não diretamente a qualidade de empregado. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO

TRABALHISTA RO 796907 00106-2007-037-03-00-8

2º NÚMERO DE DIRIGENTES ELEITOS.

Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembléia Geral.

Art. 543, § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano

após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação

Diretoria no máximo com 07 membros e conselho fiscal com 03 membros. 3º REPRESENTAÇÃO DA CATEGORIA PROFISSIONAL O empregado eleito dirigente sindical TEM que representar sua categoria diante de seu empregador E trabalhar na base territorial do sindicato que foi eleito. O empregado dirigente sindical sofre pressões por ameaçar interesses patronais. Categoria Diferenciada, empregado eleito, tem que exercer na empresa que labora atividade pertinente a categoria profissional da qual foi eleito.

Súmula nº 369 do TST - III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.

Jurisprudência:

ENQUADRAMENTO SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CATEGORIA DIFERENCIADA. A profissão de dentista está regulamentada pelas Leis 4.324/64 (Criação dos Conselhos), 5.081/66 (Regulamento do exercício da profissão) e 3.999/61 (fixação do salário), com as alterações posteriores, portanto, o dentista tem estatuto profissional especial e, quando empregado, pertence a categoria profissional diferenciada... Assentado o entendimento de que dentista é categoria diferenciada, incide na espécie a Súmula 369, III, do TST, ... No presente caso o recorrido é dentista, exerce referida função recorrentemente e foi eleito dirigente sindical do Sindicato dos Odontologistas do Distrito Federal, portanto, perfeitamente enquadrada a situação fática à súmula transcrita, correta a decisão que reconheceu a estabilidade provisória, não havendo falar em violação do art. 511, § 3.º, da CLT e Súmula 369, III, do TST, mas perfeita aplicação do dispositivo... Em se tratando de categoria profissional diferenciada, o recorrido é representado pelo Sindicato dos Odontologistas do Distrito Federal e não pelo Sindclubes. CONCLUSÃO Ante o exposto conheço do recurso e, no mérito, nego-lhe provimento. É como voto. TRT-10 - RECURSO ORDINARIO RO 681200602110006 DF

Empregado de um Banco no município de São Paulo.

FUNÇÃO DIRIGENTE ELEITO DO SINDICATO

TEM ESTABILI DADE

MOTIVO

Caixa em um Banco na cidade de S.P.

dos Bancários do Município de S.P.

SIM Representa sua categoria diante de seu empregador E trabalha na base territorial de seu sindicato.

Caixa em um Banco na cidade de S.P.

dos Bancários do Município de Jundiaí- S.P.

NÃO Não trabalha na base territorial do sindicato, pois trabalha no município de S.P.

Motorista, exercendo função de motorista, trabalhando no Banco em S.P.

dos Condutores de Veículos Rodoviários do Município de SP

SIM

Representa sua categoria diante de seu empregador e trabalha na base territorial do sindicato que representa.

Atua no caixa do Banco (mas é advogado)

dos Advogados do Município de SP

NÃO É advogado, mas não exerce advocacia, eis que é caixa. Logo, não representa a categoria dos advogados diante de seu empregador que é o Banco.

Empregado de um Banco no município de Goiânia.

FUNÇÃO DIRIGENTE DO SINDICATO

TEM ESTABILIDADE

MOTIVO

Caixa PATRONAL dos ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS do Município de GYN. Categoria Econômica.

NÃO Este dirigente representa os interesses do empregador, logo, não sofre pressões. Apenas os dirigentes eleitos dos sindicatos das categorias profissionais (empregados) podem ser estáveis. DISCUTÍVEL?

O legislador visou proteger o empregado eleito dirigente sindical. Contudo, o entendimento da Justiça Especializada é que somente se garante estabilidade ao empregado eleito dirigente sindical de categoria profissional e não econômica.

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. ESTABILIDADE DE DIRIGENTE SINDICAL PATRONAL. IMPOSSIBILIDADE. A sentença hostilizada deve ser mantida, porque o empregado eleito para cargo de direção ou de representação de entidade sindical patronal não goza da garantia de emprego que trata o artigo 8º, VIII, da CF e artigo 543, § 3º da CLT. Não se pode dar outro sentido ao dispositivo constitucional referido, sob pena de desvirtuamento da norma constitucional, que tem por finalidade proteger de represálias, o dirigente ou representante de sindicato profissional, no exercício do seu mandato. Cai a lanço notar que a norma é criada para atender um fim social, sem perder de vista a hermenêutica jurídica, que visa compreender a aplicabilidade de um texto legal. Negado provimento ao recurso. (TRT-6 - RO: 32700152009506 PE 0032700-15.2009.5.06.0004)

Jurisprudência: (em sentido contrário)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRABALHISTA. DIRIGENTE SINDICAL PATRONAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DEMISSÃO NO CURSO DO MANDATO. INDENIZAÇÃO. 1. Interpretação restritiva do inciso VIII do artigo 8º da Constituição Federal: impossibilidade. Inexistência de norma legal ou constitucional que estabeleça distinção entre o dirigente sindical patronal e o dos trabalhadores. 2. Não perde a condição de empregado o trabalhador que, malgrado ocupe cargo de confiança na empresa empregadora, exerça mandato sindical como representante da categoria econômica. 3. Representante sindical patronal. Dispensa no curso do mandato. Indenização e consectários legais devidos desde a data da despedida até um ano após o final do mandato. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 217355 MG, Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 29/08/2000, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 02-02-2001 PP-00142 EMENT VOL-02017-04 PP-00813 RTJ VOL-00176-02 PP-00959)

4º DA COMUNICAÇÃO DA CANDIDATURA Determina o artigo 543, § 5º da CLT:

§ 5º - Para os fins dêste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à emprêsa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a êste, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho e Previdência Social fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º.

A Súmula 369, I do TST, alivia para a Reclamante:

I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja

realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.

Jurisprudência:

DIRIGENTE SINDICAL. RESCISAO INJUSTA. CANDIDATURA COMUNICADA. NOTÓRIA ATIVIDADE SINDICAL. REINTEGRAÇAO DEVIDA. Mera interpretação literal do parágrafo 5º, do art. 543 da CLT, com vistas a alicerçar o entendimento sumulado pelo C.TST (369, I), poderia levar ao afastamento da garantia de emprego. Daí porque, impõe-se interpretação sistemática, faceando a legislação ordinária infraconstitucional com a matriz constitucional do direito, que busca assegurar: a) o direito dos trabalhadores (enquanto indivíduos) de exercer a representação de classe; b) o direito dos trabalhadores (enquanto classe) de contar com seus representantes, tudo sob a égide do princípio da liberdade sindical albergado pela Carta Magna ... e levando em conta que a reclamada tinha ciência do exercício de cargo sindical diretivo pelo reclamante, para o qual se candidatara com comunicação formal, é de se reconhecer que a mens legislatoris foi atingida, ou seja, o empregador teve notícia da eleição e posse do reclamante como dirigente sindical, e sua ativação no pódio representativo foi comprovada nos autos. Negar a garantia provisória de emprego por descumprimento de formalidade, que só viria a confirmar a realidade vivida pelas partes, implicaria a negação do direito sindical constitucionalmente garantido. Por fim, o reclamante exerceu a representação por aproximadamente um ano e meio, como referiu o juízo de origem, não sendo plausível que a reclamada não soubesse da atividade sindical desempenhada pelo autor. Reintegração confirmada. (TRT-2 - RO: 1138200924102003 SP 01138-2009-241-02-00-3)

DIRIGENTE SINDICAL - INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE – EXIGÊNCIA?

É discutível, pois a CLT ofende o devido processo legal. É que o artigo 8º, VIII da CF não reproduziu a parte final do art. 543, § 3º da CLT – “devidamente apurada nos termos desta consolidação”.

Art. 8º, VIII, CF - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 543, § 3º, CLT - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.

Contudo, jurisprudência majoritária do TST entende de outra forma – Súmula 379 TST:

Súmula nº 379 do TST. DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT.

Jurisprudência:

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA SEM PRÉVIO INQUÉRITO JUDICIAL. NULIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, procedimento formal prévio, cuja ausência implica na nulidade do ato demissional, com as sanções legalmente previstas. JUSTIÇA COMUM. PROCESSO-CRIME EM TRÂMITE. SUSPENSAO DO FEITO TRABALHISTA. DESNECESSIDADE. O mérito da ação trabalhista - legalidade do procedimento demissional - em nada depende do julgamento do mérito da ação penal instaurada, não se enquadrando o caso nas hipóteses de que trata o art. 265 do CPC. (TRT-14 - RO: 15620084021400 RO 00156.2008.402.14.00)

Jurisprudência: (contrário a Súmula 379 do TST)

DIRIGENTE SINDICAL - FALTA GRAVE - DESNECESSIDADE DE INQUÉRITO PARA DISPENSA - Desnecessário é o inquérito judicial para a dispensa de empregado, dirigente sindical agasalhado por estabilidade provisória, que cometeu falta grave, aplicação do art. 8º, VIII, da Carta Magna de 1988. (TRT-3 - RO: 778994

7789/94

AÇÃO DE INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE DO DIRIGENTE SINDICAL

Trata-se de Reclamação proposta pelo empregador em face do empregado estável, postulando a rescisão do contrato de trabalho, não sendo reconhecida a falta grave, o trabalhador retorna à empresa recebendo os salários do período de afastamento. A Súmula 379 do TST determina a instauração de inquérito apenas aos DIRIGENTES SINDICAIS, além da estabilidade decenal clássica, prevista na CLT.

Súmula nº 379 do TST - DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT.

No entendimento da referida súmula o inquérito não é necessário nos casos de membros da CIPA, empregadas gestantes e os empregados envolvidos em acidente de trabalho.

Prazo: 30 (trinta) dias a contar a data da suspensão do empregado (art. 853 da CLT/Súmula 403 do STF). A suspensão do empregado é uma faculdade, neste caso o prazo é contado da ciência do empregado. REINTEGRAÇÃO DO DIRIGENTE SINDICAL

DO PEDIDO DE LIMINAR (somente em 02 oportunidades na JT)

Apenas quando se tratar de reintegração de DIRIGENTE SINDICAL ou para TORNAR SEM EFEITO A TRANSFERÊNCIA DE EMPREGO, fundamento no art. 659, IX (transferência de empregado) ou X (reintegração de dirigente sindical) da CLT.

Art. 659 - Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que lhes forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes atribuições: IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos parágrafos do artigo 469 desta Consolidação. X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.

Requisitos: o “fumus boni iuris” (fumaça do bom direito) e o “periculum in mora” (perigo da demora). EXCEÇÕES que geram a PERDA da Estabilidade 1ª - O empregado que registrada candidatura no curso do aviso prévio – Súmula 369, V do TST, objeto evitar registro intencional. 2ª - Perde a estabilidade o dirigente sindical que aceitar transferência para localidade diversa da base territorial do sindicato que representa – art. 543, § 1º da CLT, eis que os poderes sindicais de representação estão limitados à base territorial em que se encontrava.

§ 1º - O empregado perderá o mandato se a transferência fôr por êle solicitada ou voluntàriamente aceita.

3ª - A extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato extingue a estabilidade – Súmula 369, IV do TST. Se não há mais trabalho, não será mais necessário manter o dirigente sindical.

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.

4ª - Empregado que deixa de exercer, por qualquer motivo, a atividade ou profissão correspondente à categoria que representava sindicalmente, perde a estabilidade porque não mais pertence àquela categoria profissional – art. 540, § 1º da CLT.

§ 1º - Perderá os direitos de associado o sindicalizado que, por qualquer motivo, deixar o exercício de atividade ou de profissão.

Hipóteses que NÃO há previsão de Estabilidade Dirigentes de CONSELHOS Regionais ou Nacionais como OAB, CREA e outros. No mesmo sentido, não há estabilidade.

CONSELHO REGIONAL PROFISSIONAL E ESTABILIDADE DO DIRIGENTE SINDICAL. As prerrogativas previstas no § 3º do art. 543, da CLT, não se estendem aos dirigentes de conselhos regionais profissionais, órgãos que representam e regulam as atividades de profissionais, inclusive autônomos e que não se confundem com os órgãos de representação sindical a que aludem citado dispositivo legal e o art. 8º., VIII, da C.F. Estabilidade negada em 1º grau que se mantém. (TRT-2 - RO: 2980526945 SP 02980526945).

Art. 543, § 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação.

Membros do Conselho Fiscal do Sindicato. Não são estáveis, já que se limitam a fiscalizar a gestão financeira do sindicato, ou seja, não atuam na defesa dos interesses da categoria. Art. 522 da CLT c/c OJ nº 365 TST.

OJ 365 - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO. INEXISTÊNCIA. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. MEMBRO CONSELHO FISCAL. ESTABILIDADE. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto

não representa ou atua na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira do sindicato. Inteligência da OJ 365 da SDI-1 do TST. Recurso desprovido. (TRT-4 - RO: 00004710320125040020 RS 0000471-03.2012.5.04.0020, Relator: MARIA DA GRAÇA RIBEIRO CENTENO, Data de Julgamento: 10/10/2013, 20ª Vara do Trabalho de Porto Alegre)

DELEGADO SINDICAL

Art. 523 - Os Delegados Sindicais destinados à direção das delegacias ou seções instituídas na forma estabelecida no § 2º do art. 517 serão designados pela diretoria dentre os associados radicados no território da correspondente delegacia. Art. 517 - § 2º Dentro da base territorial que lhe for determinada é facultado ao sindicato instituir delegacias ou secções para melhor proteção dos associados e da categoria econômica ou profissional ou profissão liberal representada. OJ 369. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DELEGADO SINDICAL. INAPLICÁVEL. O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.

Jurisprudência: DELEGADO SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. OJ 369 DA SDI- I DO C.TST. No caso em tela, o autor foi empossado como suplente de delegado sindical (ata de f. 37), não sendo detentor da pretendida estabilidade provisória no emprego, conforme entendimento consagrado pela SDI - I do C. TST: "O delegado sindical não é beneficiário da estabilidade provisória prevista no art. 8º, VIII, da CF/1988, a qual é dirigida, exclusivamente, àqueles que exerçam ou ocupem cargos de direção nos sindicatos, submetidos a processo eletivo". TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00229201306303003 0000229-05.2013.5.03.0063 (TRT-3) Data de publicação: 06/10/2014

ESTABILIDADE GESTANTE - REINTEGRAÇÃO

De acordo com o art. 10, II, b, do ADCT a empregada gestante não pode ser dispensada desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

Decorrendo as seguintes questões de relevo.

Como se dá a Confirmação da Gravidez? Princípio da irrenunciabilidade de direitos. O ADCT fala, desde a confirmação, sem especificar se deve ocorrer ou não no curso do contrato de trabalho. Será necessário saber a data da CONCEPÇÃO, pois se a concepção foi no curso do contrato de trabalho, ainda que por prazo determinado, garantida estará a estabilidade. Jurisprudência majoritária. Jurisprudência:

ESTABILIDADE GESTANTE. CONCEPÇÃO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO. A reclamante alegou na inicial ter sido admitida aos quadros da ré em 17/03/2010, sendo pré-avisada de sua dispensa em 15/10/2010, laborando até 13/11/2010. Aduziu que somente em fevereiro de 2011 teve conhecimento de que, à época em que ocorreu a dissolução contratual, estava gestante. Acostou aos autos ultrassonografia transvaginal realizada em 05/02/2011, que confirma gestação de 15 semanas e 5 dias, aproximadamente (fl.12), o que demonstra que a concepção de fato ocorreu no curso do aviso prévio. Recurso a que se nega provimento. TRT-1 - Recurso Ordinário RO 7297820115010069 RJ (TRT-1)

Tese para Reclamada: Quando da comunicação do aviso prévio, fazer constar, expressamente, que o aviso prévio será nulo de pleno direito caso a trabalhadora esteja ou se descubra grávida até o último dia do aviso. Devendo neste caso, retornar ao emprego, em 30 dias, sob pena de abandono de emprego e renúncia à estabilidade. Ao receber notificação de RT, contranotificar a RCTE e também o advogado da RCTE da disponibilização do emprego, tudo via AR. Atentar-se a data da procuração. Estabilidade no Contrato Determinado (a termo)

Súmula 244 – III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea ‘b’ do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se ao EMPREGADO adotante ao qual tenha sido concedida guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Estabilidade no Contrato TEMPORÁRIO – Lei 6.019/74 aletrada pela Lei 13.429/2017 Recentíssima decisão do TST em IAC: 18/11/2019 IAC - Incidente de Assunção de Competência:

Art. 947 do CPC - É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

ACÓRDÃO EM RR – 1ª Turma (por maioria 2x1) (...) nem mesmo com o advento da Constituição Federal de 1988 houve a equiparação do trabalhador temporário a empregado, diferentemente do que ocorreu com o trabalhador avulso, ex vi do artigo 7º, XXXIV, da CF, ou mesmo foram asseguradas expressamente as garantias de proteção à maternidade, como o foi em relação aos empregados domésticos (artigo 5º, parágrafo único, da CF), o que reforça a conclusão de que não é a lei que excluiu uma garantia constitucional, mas a própria Constituição da República que optou por, de maneira eloquente, silenciar a respeito da extensão ao trabalhador temporário dessa proteção conferida pela norma constitucional. Inegavelmente, o trabalho temporário, conquanto garanta alguns direitos ao trabalhador, tal como remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, nos termos do art. 12, "a", da Lei 6.019/74, é uma forma de relação precária. (...) O advento dessa lei, pois, foi uma opção do legislador, com o propósito de combater o desemprego, de modo que, eficiente ou não em seu propósito, é reconhecidamente válida, tendo sido recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Logo, não se pode desvirtuar o objetivo da lei, mormente quando ela própria exige que as condições especialíssimas dessa modalidade de contratação sejam muito bem esclarecidas ao trabalhador, razão pela qual há ciência inequívoca de que ausente garantia de continuidade da relação. Assim, não se cogita de prorrogação do liame, por força de garantia provisória de emprego à empregada gestante, ainda que apenas em relação à empresa de trabalho temporário. ACORDAM os Ministros da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por maioria, não conhecer do recurso de revista, vencido o Exmo. Desembargador Convocado Marcelo Lamego Pertence, que juntará justificativa de voto vencido. Brasília, 01 de junho de 2016. ACÓRDÃO em Embargos no TST – Divergência 1ª X 7ª Turma do TST No recurso de embargos, a reclamante requer o direito à estabilidade gestacional, previsto no artigo 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Afirma que, mesmo tendo sido admitida para trabalho temporário, faz jus à indenização correspondente à remuneração do período desde a

dispensa até 5 (cinco) meses após o parto, incluindo 13º salário, FGTS e férias. Aponta contrariedade à Súmula nº 244, III, do TST. Transcreve arestos para confronto de teses. Ao exame. O aresto trazido à colação, à fl. 443, proferido pela Sétima Turma do TST, enceta posicionamento específico e divergente do constante expressamente no acórdão recorrido, conforme explícito na ementa, nos seguintes termos, verbis:

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. CONTRATO TEMPORÁRIO. É perfeitamente aplicável às empregadas submetidas a contrato de trabalho por prazo determinado, gênero de que é espécie o contrato temporário regulamentado pela Lei nº 6.019/74, a estabilidade provisória, por força de gravidez superveniente, ainda no curso do vínculo. O artigo 10, inc. II, "b", do ADCT intenta proteger não apenas a mãe, mas também o nascituro, e tornar concreto o direito fundamental insculpido no artigo 7º, XVIII, da Constituição Federal, de responsabilidade objetiva do empregador. Nesse sentido é o entendimento desta Corte, firmado na Súmula nº 244, III. Agravo a que se nega provimento. (Ag-AIRR - 20325-54.2014.5.04.0006, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 01/06/2016, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 10/06/2016)

Afigura-se caracterizada, em primeiro exame, a divergência jurisprudencial apta a viabilizar o processamento do apelo, na forma do art. 894, II, da CLT. CONCLUSÃO Ante o exposto, com amparo nos arts. 81, IX, do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho e 2º do Ato TST.SEGJUD.GP nº 491/2014, ADMITO o recurso de embargos.

Em Março/2017 - Decisão: suspender o julgamento do processo em virtude de pedido de vista regimental, formulado pelo Exmo. Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, após os Exmos. Ministros João Batista Brito Pereira, relator, e João Oreste Dalazen terem consignado voto no sentido de conhecer do Recurso de Embargos por divergência jurisprudencial e por contrariedade à Súmula 244, item III, desta Corte, e, no mérito, dar-lhe provimento para reconhecer o direito da reclamante à estabilidade provisória, com os consectários, restabelecendo a sentença, no particular. Decisão do IAC

Decisão: por maioria, vencidos os Exmos. Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Relator, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Revisor, Lelio Bentes Corrêa, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão e Maria Helena Mallmann, fixar a seguinte tese jurídica: "é inaplicável ao

regime de trabalho temporário, disciplinado pela Lei n.º 6.019/74, a garantia de estabilidade provisória à empregada gestante, prevista no art. 10, II, b, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias". Em prosseguimento, sob a Presidência do Exmo. Ministro João Batista Brito Pereira, Presidente do Tribunal, presentes os Exmos. Ministros Renato de Lacerda Paiva, Vice-Presidente do Tribunal, Ives Gandra da Silva Martins Filho, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Aloysio Silva Corrêa da Veiga, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Márcio Eurico Vitral Amaro, Walmir Oliveira da Costa, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, José Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann, Alexandre de Souza Agra Belmonte, Cláudio Mascarenhas Brandão, Douglas Alencar Rodrigues, Maria Helena Mallmann, Breno Medeiros, Alexandre Luiz Ramos, Luiz José Dezena da Silva e Evandro Pereira Valadão Lopes e a Exma. Vice-Procuradora-Geral do Trabalho, Dra. Maria Aparecida Gugel, DECIDIU, por maioria, vencidos os Exmos. Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão, Maria Helena Mallmann, rejeitar a questão de ordem suscitada pelo Exmo. Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, no sentido da modulação dos efeitos da decisão. Após, sob a Presidência do Exmo. Ministro Renato de Lacerda Paiva, Vice-Presidente do Tribunal, presentes os Exmos. Ministros Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Aloysio Silva Corrêa da Veiga, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Márcio Eurico Vitral Amaro, Walmir Oliveira da Costa, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, José Roberto Freire Pimenta, Hugo Carlos Scheuermann, Alexandre de Souza Agra Belmonte, Cláudio Mascarenhas Brandão, Douglas Alencar Rodrigues, Maria Helena Mallmann, Breno Medeiros, Alexandre Luiz Ramos, Luiz José Dezena da Silva e Evandro Pereira Valadão Lopes e a Exma. Vice-Procuradora-Geral do Trabalho, Dra. Maria Aparecida Gugel, DECIDIU: I - por unanimidade, conhecer do recurso de embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, vencidos os Exmos. Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Mauricio Godinho Delgado, Kátia Magalhães Arruda, José Roberto Freire Pimenta, Cláudio Mascarenhas Brandão e Maria Helena Mallmann, negar-lhe provimento; II - por unanimidade, determinar o desapensamento dos Processos 11629-71.2015.5.01.0040, 11619-48.2016.5.15.0025, 11559-76.2016.5.03.0068, 10361-93.2016.5.03.0006, 20479-80.2016.5.04.0304, 20901-76.2016.5.04.0006, 424-36.2016.5.06.0019, 1473-12.2016.5.06.0020, 1010-89.2016.5.09.0019, 1000054-78.2016.5.02.0301 e 1001736-02.2016.5.02.0323, representativos da controvérsia, e o encaminhamento dos respectivos autos ao Gabinete da Exma. Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Observação 1: Redigirá o acórdão a Exma. Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Observação 2: Juntarão justificativa de voto vencido os Exmos. Ministros Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Kátia Magalhães Arruda e José Roberto Freire Pimenta. Observação 3: Juntarão justificativa de voto convergente os Exmos. Ministros Renato de Lacerda Paiva,Hugo Carlos Scheuermann, Alexandre de Souza Agra Belmonte, Alexandre Luiz Ramos e Evandro Pereira Valadão Lopes. Observação 4: Falou pela Confederação

Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro - CONTRAF e pela Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo - FETEC/CUT-SP a Dra. Renata Silveira Veiga Cabral. Observação 5: Falou pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário - ASSERTTEM o Dr. Filipe Baumgratz Delgado Mota. Observação 6: Falou pela Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado - FENASERHTT o Dr. Michel Olivier Giraudeau. Observação 7: Falou pelo Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão-De-Obra e Trabalho Temporário no Estado do Paraná a Dra. Vanessa Vivian Muller.

Da Necessidade de Conhecimento pelo Empregador do Estado Gravídico? Objeto legislativo foi evitar o desemprego justamente no momento em que a mulher mais precisa.

Art. 391 - Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. Parágrafo único - Não serão permitidos em regulamentos de qualquer natureza contratos coletivos ou individuais de trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por motivo de casamento ou de gravidez.

Súmula nº 244 do TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).

A gestação é o fato jurídico que gera a estabilidade, a COMUNICAÇÃO ao empregador é mero instrumento de informação de que está grávida e não requisito indispensável para garantir o direito. Assim, não poderá o empregador demiti-la, responsabilidade objetiva. Pouco importa se a empregada ou o empregador conhece do estado gravídico, o que importa é comprovar tal estado durante a vigência do contrato de trabalho. Não poderá o empregador submeter a empregada a realização de exame médico gestacional – Crime art. 2º Lei 9.029/95. Jurisprudência:

GESTANTE - DISPENSA DISCRIMINATÓRIA - REMUNERAÇÃO EM DOBRO. Reputa-se discriminatória a dispensa da empregada que se encontrava no sétimo mês de gestação, por incompatível com os princípios da continuidade da relação de emprego e da dignidade da pessoa humana. Desta feita, reforma-se a sentença, para condenar a recorrida ao pagamento em dobro dos salários e demais verbas (férias + 1/3, 13º salário e FGTS) correspondentes ao período de estabilidade provisória, nos termos do art. 4º, II, da Lei nº 9.029/95. TRT-7 - Recurso

Ordinário RO 498520105070029 CE 0000049-8520105070029

Reintegração ou Indenização e a Renúncia! A questão está na forma que se apresenta o pedido na inicial! Após a CF/88, a gestante dispensada sem justa causa terá direito à reintegração enquanto estiver em curso o período de estabilidade, salvo quando o julgador perceber que há animosidade entre empregada e empregador.

Súmula 244, II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.

Jurisprudência:

DA ESTABILIDADE GESTANTE A obreira noticiou que foi injustamente dispensada durante a vigência do período estabilitário garantido à gestante, motivo pelo qual postulou os salários referentes ao período estabilitário. A ré afirmou que não foi informada sobre a gestação da trabalhadora. Na hipótese, embora o exame juntado aos autos tenha sido realizado em 05/02/19 (fls.20 do pdf), ou seja, após a dispensa da demandante, certo é que o documento comprova que a obreira estava grávida no momento da dispensa... Com isso, restou demonstrado que a obreira já se encontrava grávida quando foi dispensada (14/01/19). Por outro lado, a Constituição Federal garante à gestante o direito ao emprego e não a indenização referente ao período estabilitário. Em audiência a reclamada propôs a reintegração da autora no emprego, além do pagamento dos salários do período de afastamento, porém a reclamante recusou a proposta ofertada pela empresa. De fato, o que pretende a autora é o pagamento dos salários desde o desligamento até o término do período estabilitário, sem a devida contraprestação, ou seja, sem o trabalho. O pleito formulado pela autora para recebimento de indenização nessas condições não merece prosperar. O pedido, tal como formulado, demonstra que a reclamante não tem interesse em voltar a trabalhar, mas apenas em receber os valores do período referente à estabilidade, o que implicaria em enriquecimento sem causa. Ademais, como bem observado na sentença, o pedido formulado limita-se à indenização do período estabilitário, sem requerimento de reintegração, nem justificativa legal para não retornar ao trabalho, pretensão essa que implica enriquecimento sem causa. Processo TRT/SP nº 1000131-75.2019.5.02.0465

E se o PEDIDO for, tecnicamente correto, e a empresa concordar com a reintegração da empregada após a propositura da ação, mas e empregada se negar a retornar, haverá RENÚNCIA ao direito à estabilidade?

Jurisprudência: (TST)

RECURSO DE REVISTA SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014. RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE DA GESTANTE. RENÚNCIA À REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO. O art. 10, II, b, do ADCT, não condiciona a estabilidade da gestante ao retorno ao emprego, bastando para tanto a gravidez e a dispensa imotivada. Logo, a recusa da empregada em retornar ao emprego que lhe foi colocado à disposição não obsta o direito ao pagamento da indenização relativa ao período estabilitário. Há precedentes. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR:

12179220135030138). Gestante Doméstica Reintegração? Dependerá de anuência expressa do empregador Pessoa Física, já que a casa é asilo inviolável, contando com direito aos salários do período de estabilidade.

Art. 25. Parágrafo único – LC 150/2015 - A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Interrupção da Gravidez - Questão do Parto

Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o PARTO.

O ADCT não fala se o parto é com ou sem vida! Parto para a Medicina é, nascimento com ou sem vida. Parto para o INSS é, segundo IN nº 971/09, art. 294, § 3º:

Para fins de concessão do salário-maternidade, considera-se parto o evento ocorrido a partir da vigésima terceira semana (sexto mês) de gestação, inclusive em caso de natimorto.

Para os casos de nascimento sem vida, ou com morte pós-parto da criança, a doutrina e jurisprudência não se afinam. Doutrina que se divide e jurisprudência favorável a estabilidade. Jurisprudência:

GARANTIA PROVISÓRIA. GESTANTE. NATIMORTO. POSSIBILIDADE. 01. A norma constitucional garante a estabilidade à gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, independentemente de ter a criança nascido com vida ou não. O artigo 10, II, b, do ADCT, faz menção apenas a -parto- não diferenciando entre parto de natimorto ou parto com vida. Onde o constituinte não distinguiu, não cabe ao intérprete fazê-lo. 02. Adoto, pois, a lição da jurista Alice Monteiro de Barros ao afirmar que 'É que a licença tem como fato gerador não só o nascimento do filho, mas também a gestação, que, como é sabido, ocasiona à mulher transtornos físicos naturais e até psíquicos. (Barros, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho, São Paulo: Ltr, 2013, p. 867-868). 03. No caso em tela, houve o parto de natimorto, quando da 34ª semana de gestação, sendo este o fato gerador da garantia no emprego. Inaplicável, pois, a limitação contida no art. 395, da CLT, já que tal regramento cinge-se à hipótese de aborto, o qual deve ocorrer até a 23ª semana de gestação, segundo a Organização Mundial da Saúde e a legislação previdenciária. 04. Dessarte, faz jus a trabalhadora à indenização correspondente aos cinco meses após o parto e não apenas a duas semanas, conforme deferido na sentença. Recurso autoral conhecido e parcialmente provido. (TRT-1 - RO:

00000796020125010242)

Um parte da doutrina equipara o nascimento sem vida ao aborto, mesmo após a 12ª ou 23ª semana, acarretando apenas o direito repouso previsto no art. 395 da CLT, ou seja, duas semanas após o parto. Em caso de ABORTO, o art. 395 da CLT garante à mulher o direito ao repouso remunerado de duas semanas após o aborto não criminoso, NEGANDO-LHE o direito aos cinco meses de estabilidade após o parto.

Art. 395 - Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.

Jurisprudência:

RECURSO ORDINÁRIO. ESTABILIDADE GESTANTE. ABORTO ESPONTÂNEO. Interrompida a gravidez, cessa o direito à estabilidade prevista no art. 10, II, b, do ADCT, uma vez que o escopo da norma é, primordialmente, a proteção do nascituro. O aborto espontâneo, assim, somente gera à mulher o direito a um repouso remunerado de 2 semanas (art. 395 da CLT), tempo considerado pela lei como suficiente à recuperação física e emocional da trabalhadora. (TRT-1, Relator: Leonardo Pacheco, Data de Julgamento: 17/03/2015, Oitava Turma)

PROGRAMA EMPRESA CIDADÃ - LEI 13.257/2016

Art. 38. Os arts. 1o, 3o, 4o e 5o da Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008, passam a vigorar com as seguintes alterações: (Produção de efeito) “Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar: I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade, nos termos desta Lei, além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1o do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. § 1o A prorrogação de que trata este artigo: I - será garantida à empregada da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que a empregada a requeira até o final do primeiro mês após o parto, e será concedida imediatamente após a fruição da licença-maternidade de que trata o inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal; II - será garantida ao empregado da pessoa jurídica que aderir ao Programa, desde que o empregado a requeira no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e comprove participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável. § 2o A prorrogação será garantida, na mesma proporção, à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.”

Licença Maternidade A estabilidade gestante não se confunde com a licença-maternidade.

Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. § 1º A empregada deve, mediante atestado médico, notificar o seu empregador da data do início do afastamento do emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) dia antes do parto e ocorrência deste.

DA ESTABILIDADE NO ACIDENTE DO TRABALHO

O que é Acidente de Trabalho: Lei 8.213/1991.

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)

Hipóteses de Acidente de Trabalho:

Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. (Revogado pela Medida Provisória nº 905, de 2019)

Tese é o CCB

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

Estabilidade - Lei nº 8.213/91:

Art. 118 - O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

Auxílio-Doença - Previdenciário (B-31) Auxílio-Doença - Acidentário (B-91)

Suspensão do contrato de trabalho Suspensão do contrato de trabalho

Susta-se o pagamento de salário Susta-se o pagamento de salário

Incapacidade não está relacionada com o trabalho (doença/acidente)

Incapacidade está relacionada com o trabalho (doença/acidente)

Não há estabilidade, salvo CCT ou ACT Estabilidade de no mínimo 12 meses

Não há obrigatoriedade de recolher FGTS (Lei 8.036/90 art. 15, §5º)

FGTS continua sendo recolhido (Lei 8.036/90 art. 15, §5º)

Requisitos para Estabilidade:

• ter ocorrido um acidente de trabalho ou doença a ele equiparado; • afastamento superior a 15 dias e; • percepção do auxílio doença-acidentário, e • ter obtido alta médica do INSS.

Exceção aos Requisitos do art. 118 da Lei 8.213/91:

Súmula 378 - TST ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. (inserido item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, SALVO se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.

Estabilidade: 12 meses – pode ser maior de acordo com instrumento coletivo, contrato de trabalho ou regulamento interno do empregador.

PERCEPÇÃO DO AUXÍLIO DOENÇA X

ESTABILIDADE 1ª Hipótese – Regra Geral:

Do 1º ao 15º dia de afastamento são pagos pelo Empregador;

Art. 60, § 3º - Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral.

Do 16º dia em seguida - Receberá Auxílio-Doença, desde que constatada incapacidade laborativa pela perícia do INSS.

Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz

2ª Hipótese – 2º Afastamento Decorrente do Primeiro Afastamento: Decreto 3.048/1999:

Art. 75, § 3º - Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de sessenta dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos quinze primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso".

Do 1º ao 15º dia de afastamento são pagos pelo Empregador;

Do 16º dia em seguida - Receberá Auxílio-Doença, desde que constatada incapacidade laborativa pela perícia do INSS.

Da alta do INSS e retorno ao trabalho se,

Dentro de 60 dias, for concedido novo Benefício decorrente da mesma doença o empregador não pagará pelos primeiros 15 dias.

3ª Hipótese – Quando o empregado voltar ao trabalho no 16º dia? Decreto 3.048/1999:

Art. 75, § 4º - Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante quinze dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo afastamento.

Do 1º ao 15º dia de afastamento são pagos pelo Empregador;

No 16º dia o Empregado volta a trabalhar e se;

Dentro de 60 dias voltar a se afastar, em decorrência da mesma doença, fará jus ao Benefício a contar da data do 2º afastamento.

4ª Hipótese – Benefício, somente com 15 dias de afastamento, ainda que intercalados. Decreto 3.048/1999:

Art. 75, § 5º - Na hipótese do § 4º, se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aquele período.

Do 1º ao 15º dia de afastamento são pagos pelo Empregador, é a regra;

Contudo, se o 1º afastamento for de 09 dias;

Só fará jus ao Benefício quando completar os 15 dias de afastamento, ainda que intercalados, pagos pelo Empregador, ou seja;

O Empregado terá de se afastar, pela mesma doença, por mais 06 dias.

Considerando 2º afastamento de 10 dias, 06 serão por conta do Empregador e o restante para o INSS.

Contrato de trabalho de PRAZO DETERMINADO

Súmula nº 378 do TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991. III - O empregado submetido a contrato de

trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.

No Aviso Prévio:

Súmula nº 371 do TST. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE. A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário.

Jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. DOENÇA PROFISSIONAL RECONHECIDA NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. Os efeitos da dispensa só se concretizam depois de expirado o benefício previdenciário, sendo irrelevante que tenha sido concedido no período do aviso-prévio já que ainda vigorava o contrato de trabalho. Reconhecida a doença ocupacional no curso da relação de emprego, tem direito a reclamante à estabilidade provisória prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR: 163006720025010049).

AJUIZAMENTO DA AÇÃO É possível o ajuizamento da ação após transcorrido o prazo da estabilidade?

OJ 399 SBDI-1 do TST - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA APÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE GARANTIA NO EMPREGO. ABUSO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010) O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário.

Jurisprudência:

RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO. AJUIZAMENTO DA AÇÃO APÓS O PERÍODO DA ESTABILIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO DE ABUSO DO DIREITO DE AÇÃO. Nos termos da recente OJ 399/SBDI-1 do TST, o ajuizamento de ação trabalhista depois de decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º,

XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário. Recurso de revista provido. (RR - 141300-68.2004.5.09.0022)

Reintegração ou Indenização e a Renúncia! A questão está na forma que se apresenta o pedido na inicial!

1º pedir, caso ainda tenha prazo, a reintegração e subsidiariamente, a indenização.

2º não havendo prazo para reintegrar, pedir a indenização. CLT:

Art. 500, CLT - O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho. (CLT)

Jurisprudência:

EMPREGADO ACIDENTADO. ESTABILIDADE. RENÚNCIA. POSSIBILIDADE. Posto que o artigo 118 da Lei 8.213/91 assegure ao segurado que sofreu acidente do trabalho a garantia, pelo prazo mínimo de doze meses de manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, não pode ser este preceptivo legal tido como inviabilizador da ruptura do pacto laboral por iniciativa do trabalhador, mormente quando resta comprovado a renúncia da estabilidade por seu beneficiário. Recurso ordinário obreiro a que se nega provimento. (TRT 2ª Região RO Proc. nº 02748-2008-051-02-00-4).

Curiosidade – Tese para Reclamada – (NR 7 e NR 4)

Empregado demitido sem passar pelo exame demissional, apenas usando o exame periódico - possibilidade? Alguns empregados realizam exames e os levam no momento do exame demissional, comprovando (com atestado médico) que estão inaptos ao trabalho. Para tentar burlar isso, algumas empresas se esmeram em manter os exames periódicos de seus empregados atualizadíssimos, sempre em condições de efetuar demissões, pois nesses exames periódicos são poucos os empregados que possuem "coragem" de relatar problemas de saúde, porque chegando "aos ouvidos" do empregador, poderão ser demitidos "sem justa causa"... A NR 7 possibilita ao empregador deixar de realizar o exame demissional se porventura o exame periódico estiver dentro do “prazo de validade”, que varia de acordo com a atividade empresarial.

7.4.3.5. No exame médico demissional, será obrigatoriamente realizada até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: a) 135 (centro e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR 4; b) 90 (noventa) dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR 4.

Por exemplo, o Quadro I da NR 4 estabelece que os Bancos pertencem ao grau de risco 1, de modo que se o último exame periódico tiver sido realizado antes de 135 dias (4 meses e 15 dias – considerando meses de 30 dias cada) da data da homologação, fica dispensado o exame demissional. Isso é péssimo para o obreiro. Mas se for realizado o exame demissional, para facilitar o pedido de reintegração, é fundamental que seja relatado ao médico responsável pelo exame todos os problemas de saúde e somente assinar o exame se forem incluídas as informações.

TITULAR DA CIPA Representantes dos EMPREGADOS: O empregado ELEITO para o cargo de direção na CIPA ocupará a vice-presidência, pois a presidência é indicação do empregador.

Art. 10 ADCT - Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;

Suplentes:

Súmula 339 TST - I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.

A maioria dos estabelecimentos com mais de 19 empregados está obrigada a constituir Cipas – Portaria 3.214 c/c Decreto 97.995/89 c/c art. 163 da CLT c/c NR 5. Outras, dependendo da atividade econômica só estão obrigadas quando tiverem mais de 29, 50, 100 empregados, como no caso da Administração Pública que será obrigada quando contar com mais de 101 empregados. Os terceirizados entram no cômputo. FUNÇÃO: indicar a área de risco de acidente e provocar junto ao empregador medidas de recuperação, manutenção e prevenção de riscos.

EXTINÇÃO DA EMPRESA: (Reintegração) Quando da extinção da empresa - Súmula 339 TST:

CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.

Jurisprudência:

GARANTIA NO EMPREGO - CIPA - ENCERRAMENTO DE UNIDADE - LEGALIDADE DA DISPENSA. Depreende-se da norma insculpida no art. 165 da CLT que a extinção do estabelecimento, autoriza a dispensa do dirigente da CIPA que goza de garantia provisória no emprego. No mesmo sentido o item 5.15 da NR-5 da Portaria nº 3.214/78. Este é o entendimento contido na Súmula nº 339, II, do C. TST. Neste contexto, é valida a dispensa de empregado eleito para CIPA, quando a unidade em que presta serviço é extinta. Recurso não provido. (TRT-1 - RO:

00111762920135010046 RJ , Relator: MARIA HELENA MOTTA, Data de Julgamento: 11/03/2015, Sexta Turma, Data de Publicação: 23/03/2015)

Redução do Número de Empregados que Justificava a Criação da CIPA:

NR - 5.15 A CIPA não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

Ainda que diminua o número de empregados que gerou a criação da CIPA, esta deverá cumprir seu mandato até o final. Transferência do Cipeiro: Quando de transferência, PERDERÁ o Cipeiro a estabilidade, pois, está vinculado ao estabelecimento em que foi constituída a Cipa para o qual fora eleito. PERDE O MANDATO: Cipeiro que faltar imotivadamente em mais de 4 reuniões da comissão, as quais devem ser realizadas mensalmente – item 4.30 da NR5.

Contrato de Trabalho de PRAZO DETERMINADO – ESTABILIDADE CIPEIRO Diferentemente da Gestante e do Acidente de Trabalho, aqui o Cipeiro não contará com estabilidade. Exceção – Cláusula Asseguratória do Direito Recíproco de Rescisão.

Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

Jurisprudência:

ELEIÇÃO DE MEMBRO DA CIPA DURANTE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. INCOMPATIBILIDADE. Reconhecida a validade do contrato por prazo determinado, não há que se falar na aplicação da estabilidade provisória prevista no art. 10, II, a do ADCT, uma vez que incompatível a natureza do contrato firmado entre as partes e o alcance da estabilidade de membro da CIPA. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 00660201213203009

Ajuizamento da Ação após Decorrido o Prazo da Estabilidade. Se dentro da bienal, ou se, no limite da projeção da estabilidade, um ano após o término do mandato. Jurisprudência:

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. MEMBROS DA CIPA. MARCO INICIAL PARA O PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO. O fato de a propositura da presente reclamação trabalhista ter ocorrido 10 (dez) meses após a rescisão contratual, e em data próxima ao término do período de estabilidade, não exime o empregador de sua obrigação quanto ao pagamento de indenização prevista no art. 10, inciso II, a, do ADCT, uma vez que o referido dispositivo não prevê a existência de qualquer prazo para que o membro da CIPA faça jus à reparação compensatória correspondente. É irrelevante, portanto, para o deslinde da questão, a data do ingresso da reclamatória, ainda que tivesse sido ajuizada após exaurido totalmente o prazo de estabilidade, desde que observado o biênio prescricional assegurado pelo inciso XXIX do art. 7º da Constituição Federal. Devido é, pois, ao reclamante, o pagamento da indenização correspondente ao período estabilitário, desde a data de sua despedida, em 13/02/2009, e não a partir da propositura da presente reclamação. (TRT-5 - RecOrd: 01433003720095050035)

Jurisprudência: (em sentido contrário)

ESTABILIDADE PROVISÓRIA - MEMBROS DA CIPA - INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DA REINTEGRAÇÃO NO EMPREGO - DESCABIMENTO - Conquanto o ajuizamento da ação tenha ocorrido dentro do prazo prescricional de dois anos após a extinção do pacto laboral, em conformidade com o artigo 7º, XXIX, da CF/88, e não haja dúvidas de que o recorrente, quando da extinção do contrato de trabalho, era detentor da estabilidade provisória prevista no artigo 10, II, a, do ADCT e no artigo 165 da CLT, não se pode deferir a indenização substitutiva da

estabilidade provisória se a ação foi ajuizada após quase dois anos da extinção do contrato, sem possibilidade de reintegração e visando, apenas, a percepção de salários relativos ao período de garantia de emprego. Não se pode olvidar que o fim maior da norma protetora é a estabilidade no emprego e não o recebimento de salários sem a efetiva prestação de serviços. (TRT-3 - RO: 1893500

18935/00)

Pelo Reclamante:

OJ nº 399 da SBDI-1 do TST. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. AÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA APÓS O TÉRMINO DO PERÍODO DE GARANTIA NO EMPREGO. ABUSO DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. O ajuizamento de ação trabalhista após decorrido o período de garantia de emprego não configura abuso do exercício do direito de ação, pois este está submetido apenas ao prazo prescricional inscrito no art. 7º, XXIX, da CF/1988, sendo devida a indenização desde a dispensa até a data do término do período estabilitário. SÚMULA 396 TST - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO "EXTRA PETITA”. I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.