especialização em segurança empresarial

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    FUNDAAo GETULIO VARGASESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRA.-\O PBLICACENTRO DE FORMAAo ACADMICA E PESQUISACURSO DE MESTRADO EXEC{;TIVO

    A ESPECIALIZAO EM SEGURANAEMPRESARIAL PARA EXECUTIVOS

    NO RIO DE JANEIRO

    DISSERTAO APRESENTADA ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAOPBUCA PARA OBTENO DO GRAU DE MESTRE

    GERSON ANTONIO DE SOUZA BORGESRio de Janeiro - :001

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    FUNDAO GETUUO VARGASESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAO PBUCACENTRO DE FORMAO ACADMICA E PESQUISACURSO DE MESTRADO EXECUTIVO

    TTULOA ESPECIALIZAO EM SEGURANA EMPRESARIAL PARA EXECUTIVOS

    NO RIO DE JANEIRO

    DISSERTAO DE MESTRADO APRESENTADA POR:GERSON ANTONIO DE SOUZA BORGES

    E APROVADO EM 31 /JJ.L I .2001

    DOUTORA EM ENGENHRIA DA PRODUO

    LUIS CESAR ~ DE ARAJODOUTOR EM ADMINISTRAO&t : : /7ROBERTO DE BEAUCLAIR SEIXASDOUTOR EM CINOA DA COMPUTAO

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    RESUMO

    o objetivo deste estudo identificar as necessidades de conhecimentos especficosdos executivos que tem como funo a gerncia/direo da rea de segurana em umaempresa, e apresentar um modelo de curso de especializao que atenda os anseios destesprofissionais. Uma vez que tal curso de especializao ainda incipiente no Brasil, esteestudo basear-se- em programas de especializao em gerenciamento de seguranaempresarial, existentes em universidades americanas, inglesas, espanholas e australianas,servido de modelo a serem adaptados nossa realidade empresarial, experincia dosexecutivos de gesto de segurana das empresas brasileiras e na realidade atual de nossopas em matria de segurana empresarial. Esperamos atravs de uma pesquisa descritivae aplicada, onde faremos uma breve exposio sobre a histria da segurana, riscos e suapreveno e reas de estudo da segurana, apresentar uma estrutura curricular de umprograma de ps-graduao em segurana empresarial, a qual dever contemplaraspectos gerenciais comuns qualquer tipo de organizao, tais como, finanas, recursoshumanos, logstica etc; e tambm os aspectos de preveno de perdas , tais como,segurana pessoal, do trabalho e meio ambiente,fisica, de informaes etc. Esta estnlturadever tambm atender s necessidades das empresas brasileiras, dentro da conjunturaatual brasileira, nos aspectos social, poltico, econmico e cultural.

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    ABSTRACT

    The purpose of this study is to indentify specific needs of knowledge for theexecutive who has a management/direction task in the security area of a company. Itpresents a model of specialization course which fulfils the needs of hese professionals.Considering that such a course is still incipient in Brazil, this study is based on programsexisting in American, British, Spanish and Australian universities. Such courses served asmodel to be adapted to our business reality, to the experiences ofsecurity executives inBrazilian companies, and to the reality of our country in terms of corporate security. Iintend to develop the structure of a post graduation program in corporate security bymeans ofdescriptive and applied research, presenting the history of security, risks andprevention, and security study areas. The resu/ting curricu/um should contempla temanagement aspects common to any organization, such as finances, human resources,logistics etc. This structure should inally answer specific demands ofBrazilian companies,according to the Brazilian present scenario, considering its social, political, economicaland cultural aspects

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    sUMRIo1 INTRODUO .............................................................................................. 1

    2 REFERENCIAL TERICO ........................................................................52.1 Uma breve retrospectiva da segurana ............................................... 52.2 As seguranas ..... ................................................................................ 162.3 Os riscos e as ameaas ......... ..............................................................292.4 A preveno de riscos e perdas ........................................................362.5 As reas de estudo da segurana ...................................................... 532.6 Ensino de segurana ...... ....................................................................642.7 Definio dos termos ........................................................................ 82

    3 METODOLOGIAAPLICADA ................................................................ 843.1 Universo e amostra ......... ................................................................. ..843.2 Pesquisa inicial. .................................................................................843.3 Resultados iniciais ............................................................................. 863.4 Pesquisa quantitativa ........................................................................ 89

    4 RESULTADOS ..... ......................................................................................92

    5 CONCLUSO ............................................................................................. 96

    BIBLIOGRAFIA ...... ........................................................................................................ 100

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    1 INTRODUO

    "Quando tudo vai bem, ningum se lembra que existe.Quando algo vai mai, dizem que no existe.Quando para gastar, acha-se que no preciso que exista.Porm, quando realmente no existe.Todos concordam que a segurana deveria existir. "Annimo

    No mundo atual, a segurana tem sido considerada cada vez mais importante para queuma empresa possa sobreviver no negcio ou obter uma vantagem competitiva em relaoaos seus concorrentes. As empresas que tm negligenciado sistematicamente sua rea desegurana ou no vm atribuindo uma prioridade adequada no tratamento das questesrelacionadas s suas atividades, correm o risco de desaparecer ou de sofrer srios problemasfmanceiros.

    Desde Fayol a funo segurana j era estudada como uma das funes essenciais uma empresa e tinha relao com a proteo de bens e pessoas.

    No podemos imaginar atualmente nenhuma atividade do homem em que, com maiorou menor grau, a preocupao com a segurana no exista, muito menos ainda no ambienteorganizacional. A competio acirrada, margens de lucros cada vez menores e empresascada vez mais "enxutas" e a necessidade de se adequar nova realidade da ordemeconmica mundial, nos levam certeza de que no s a produo, mas tambm, a

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    preveno de perdas fator fundamental para qualquer empreendimento neste incio desculo.

    Com a globalizao e o desaparecimento das fronteiras econmicas, o Brasil, dentrodeste conceito, ao abrir suas fronteiras para este mercado globalizado viu surgir em poucotempo, inmeras aquisies, fuses e o aporte de expressivo nmero de empresas

    estrangeiras em seu territrio.

    Impulsionadas pela globalizao, empresas transnacionais instaladas no Brasil estomudando gradualmente o perfil profissional dos executivos brasileiros. As mudanas eexigncias que so derivadas deste cenrio, ultrapassam a formao bsica at entonecessria e passam a exigir dos profissionais, conhecimentos e aptides diferenciadas paraatuarem neste novo ambiente e contexto organizacional.

    Estas empresas, que detm toda uma cultura de segurana, em virtude das realidadesexistentes no exterior, chegam ao Brasil e no encontram profissionais com conhecimentoem segurana empresarial suficiente para ocuparem os cargos oferecidos.

    Esta falta de capacitao se d pelo fato de no existir no Brasil, ao contrrio deoutros pases, nenhum curso de especializao que capacite um executivo a dirigir e/ougerenciar a rea de segurana em uma empresa multinacional.

    No Brasil, ao contrrio de outros pases da Amrica do Norte e Europa, no existe umprograma de ps-graduao em nvel de especializao, que atenda aos executivos da rea

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    de segurana e que d condies s empresas de minimizarem seus riscos e perdas, comprofissionais realmente preparados para a funo. A identificao, anlise e avaliao dosriscos e das perdas que possam advir se estes riscos se concretizarem, bem como asprprias vulnerabilidades, facilitaro em muito o posicionamento para uma tomada dedeciso: que riscos se pretendem eliminar, que riscos se pretendem assumir ou que riscos sepretendem transferir.

    Lentamente, a "conscincia de segurana" vai aparecendo nas corporaes brasileirasno rastro das grandes transnacionais onde, no cotidiano, percebem a necessidade desegurana e passam a alocar maior ateno para o assunto, investindo em projetos quedizem respeito preveno de riscos e perdas empresariais.

    Os profissionais que atuam neste mercado esto comeando a se conscientizar daimportncia de se preparar para enfrentar os desafios impostos pelo crescimento daviolncia urbana, pelos avanos tecnolgicos e pelas diferentes faces da criminalidade queafetam as corporaes.

    As empresas em um mundo globalizado, onde a competio cada vez maior e oambiente, interno e externo, determina cada vez mais o caminho a seguir, deparam-se comriscos e vulnerabilidades de toda ordem, que influem sensivelmente em seus negcios e, emalguns casos, podem levar a falncia financeira.

    Temerosas por um futuro incerto, caractersticas dos novos tempos, as empresasprocuram profissionais para suas gerncias/diretorias de segurana a fim de eliminar ou,

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    pelo menos, minimizar os riscos, com o intuito de mant-las competitivas e permitir quecontinuem no mercado.

    Dentro deste contexto, fica evidente que as exigncias das corporaes crescem emrelao aos aspectos de segurana, forando aos profissionais do setor a deixar de lado o"empirismo" de suas aes e assumir uma postura mais objetiva e tcnica em suas anlises.

    Assim, para a tomada de decises, o moderno gestor de segurana empresarial deveter o conhecimento especfico em sua rea de atuao, para que possa levar a bom termosuas tarefas, pois para cada tipo de risco necessrio a aplicao de um tipo especfico demedida de segurana ou uma combinao de medidas.

    fundamental tratar os diferentes aspectos de cada segurana, sob ponto de vistaracional, ordenado e cientfico, para termos como resultado um planejamento de seguranaintegrado e profissional.

    Os recentes acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos da Amrica e no mundoem geral. nos mostram claramente a necessidade premente de termos, no Brasil,profissionais realmente capazes de assumir com profissionalismo as gerncias/diretorias desegurana das empresas.

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    2 REFERENCIAL TERICO2.1 Uma breve retrospectiva da segurana.As civilizaes antigasOs seres humanos pr-histricos dependiam da natureza para sua proteo, porque

    no conheciam como criar ou construir casas ou fortificaes. Nos climas frios, as cavernas

    proviam a proteo e o refugio enquanto em regies de climas quentes, as rvores earbustos tinham a mesma funo de proteg-los. As cavernas eram particularmente seguras,porque normalmente s tinham uma entrada e sada e, para proteger esta entrada, se usavaum artificio muito simples: grandes pedras eram roladas para a entrada e atuavam comobarreiras. O fogo era usado como defesa adicional.

    Desde a antiguidade at hoje, as medidas de segurana sempre foram estudadas parase conseguir violar as suas defesas. A Grande Muralha da China a maior estruturaconstruda at hoje. Infelizmente, a Muralha ofereceu proteo somente para pequenosataques pois quando uma grande fora de invaso a atacou, ela teve um trecho destrudo.Genghis Khan ultrapassou-a e conquistou a maior parte da China no ano de 1200.

    interessante notar o carter de mudanas e inovaes da segurana atravs dahistria . Na antiguidade construam-se grandes fortificaes utilizando mo-de-obrabarata. Hoje, as barreiras fisicas, cercas e muros so muito caros, tal qual, a utilizao devigilantes nestas barreiras.

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    A Grcia AntigaA antiga Grcia floresceu entre os anos 9 e 3 AC como uma rica civilizao,

    avanada tanto comercial como culturalmente e, poca, os gregos protegiam suas terrascom uma fortaleza central que dominava todo o campo. A sociedade estratificada da pocafez com que as classes governantes tivessem um medo contnuo de uma revolta vindas dasclasses mais baixas. Os espartanos, por exemplo, mantinham espies entre as classes maisbaixas para servir de aviso antecipado de qualquer tentativa de revolta.

    Foi durante a poca das cidades-estado gregas que se desenvolveu a primeira fora depolcia para a proteo das comunidades locais, ainda que os cidados fossem osresponsveis por estas funes. Os governantes locais no viam a polcia local como umaresponsabilidade do Estado e, quando surgia um conflito interno, utilizavam o exrcito.Nesta poca, Plato, filsofo grego, introduziu um conceito avanado de justia na qual oofensor estava forado a pagar uma certa retribuio e tambm, estava forado a ummtodo de reabilitao.

    A Roma AntigaA civilizao romana tambm se desenvolveu tanto comercial como culturalmente.

    Roma estava localizada aproximadamente a vinte e sete quilmetros do mar e desenvolveuo seu comrcio martimo de forma exemplar nas guas do mediterrneo, era a poca dachamada Pax Romana.

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    A cidade estava assentada sobre sete colinas que dominavam o vale do rio Tibre etinha um sistema de alarme bastante interessante, embora primitivo - colocavam gansos emlocais estmtgicos para darem o alarme antecipado da aproximao de algum exrcitoInImigo.

    A poltica romana era apoiada no seu exrcito, onde a falange em a unidade bsica

    com oito mil homens equipados com armadums, lanas, escudos e espadas. Mais tarde,criaram legies mais leves com trs mil e seiscentos homens que eram utilizados tambmpam manter a lei e a ordem no Imprio.

    o primeiro impemdor romano Augustus (28AC a 27 AC) criou a guarda pretorianacom o objetivo de ser a sua guarda pessoal e guardar as suas propriedades. Aps o ano 6,esta guarda foi considemda a mais efetiva fora de polcia que existiu at odesenvolvimento recente do controle da lei e da ordem. As patrulhas coordenadas de hojeem dia e a segurana preventiva, tm a sua origem nos vigilantes noturnos romanos quefaziam a dupla funo de polcia e bombeiro.

    Com relao proteo contra incndios, os romanos tinham uma histria bastantepeculiar. Durante os incndios, os escravos eram as pessoas que deveriam combat-los.Mais tarde foi criada uma organizao melhor, onde se estabelecemm divises queagrupavam centenas de populares e, em caso de incndio, levavam gua em nfoms etambm grandes almofadas, para que as vtimas pudessem saltar dos andares mais altos dasconstrues, aumentando assim a capacidade de sobrevivncia ao choque. Com a conclusodos aquedutos, que levavam gua at Roma, se melhorou muito a capacidade de combater

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    incndios. As bombas de gua manuais e as mangueiras de couro foram outras inovaesdos romanos para este tipo de calamidade.

    A Idade Mdia na EuropaAps a destruio dos imprios grego e romano, iniciou-se na Europa o que se

    convencionou chamar de feudalismo. Os senhores feudais forneciam comida e segurana

    queles que cultivavam e davam a proteo ao redor das paredes dos castelos. Inclusivenesta poca, a segurana necessitava de registros, licenas e pagamento de impostos.

    Entre os sculos VII e X, o sistema de proteo foi aperfeioado atravs do sistemade franquia e do conceito de decimato. O sistema de franquia teve origem na Frana e seestendeu at a Inglaterra. Este tipo de sistema, enfatizava a responsabilidade comum deexercer a justia e a proteo. No sistema de decimato, um grupo de dez famlias repartiamas tarefas de manter a paz e a proteo da comunidade.

    Em 1066, William Duque da Normandia (atualmente a Frana) cruzou o Canal daMancha e derrotou os anglo-saxes na Batalha de Hastings e imediatamente desenvolveuum sistema de polcia altamente repressivo com o apoio de uma lei marcial, j que aoEstado se determinou manter a paz e a proteo. Deste modo, a autoridade da comunidade edo decimato vigentes anteriormente, debilitaram-se e vieram a acabar. O Duque daNormandia foi quem, pela primeira vez, separou as funes de polcia e as funesjudiciais. Um juiz itinerante se ocupava dos casos das pessoas que eram presas em toda aInglaterra.

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    Em 1215, o Rei Joo assinou a Carta Magna que garantia as liberdades individuaiscivis e polticas. O poder do governo das provncias aumentou, em detrimento do prpriogoverno nacional e, a proteo da comunidade tambm aumentou em nvel local.

    Outro pilar da segurana foi o Estatuto de Westminster, do ano de 1845, decretadopelo Rei Eduardo L com o propsito de organizar um sistema de polcia e justia. Criou-seento, um sistema de guardas e observadores para manter a paz. Cada povoado deveriarecrutar homens todas as noites, para que estes fechassem as portas das cidades muradas etambm para serem os responsveis pelo cumprimento do toque de recolher, vigente poca.

    A Inglaterra ModernaDurante os 50 anos seguintes, houveram repetidas tentativas de aumentar a proteo e

    a justia na Inglaterra. Cada rei tinha que enfrentar problemas cada vez maiores de crimes,principalmente em virtude de sua colonizao, em todo o mundo, trazendo problemascomerciais e altos ndices de criminalidade nas cidades.

    No sculo xvm com a Revoluo Industrial, os problemas urbanos ficaram maiscomplexos e, muitas pessoas se viam foradas a ter armas para garantir a sua prpriaproteo, uma vez que o sistema policial dirigido pelo governo era insuficiente.

    A partir da, existiram vrias organizaes de polcia e de segurana privada que seenvolveram na luta contra o crime. Henry Fielding, em 1748, foi designado juiz e planejouuma estratgia para prevenir o crime atravs da ao policial, criando assim o Bow Street

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    Runners - a primeira unidade de detetives da Inglaterra. Foram criadas tambm, nestapoca, a Polcia do Rio Tmisa, para proteger os atracadouros ao longo das margens do rioe a Polcia Mercantil para a proteo de negcios.

    Somente em 1829, se deu a criao da Polcia Metropolitana, nos moldes das polciasatuais, atravs do decreto de Sir Robert Peel, que foi aceito pelo Parlamento e se

    estabeleceu uma fora policial desarmada durante 24 horas, com o propsito fundamentalde patrulhar a cidade de Londres. A Sir Peel tambm, se determinou que reformasse a leicriminal para limitar seu campo de ao e abolir a pena de morte para mais de cem tipos decrimes diferentes.

    Esperava-se que, deste modo, houvesse apoio popular e respeito pela nova polciacriada. Sir Peel foi muito seletivo com relao seu pessoal e o treinamento foi parteessencial no desenvolvimento da fora de polcia profissional. As "Reformas de Peel",como ficaram conhecidas, ainda so aplicadas nos dias de hoje, na preveno de crimesonde a polcia usada de forma preventiva e no violenta, nos registros de crimes e nadisseminao das informaes sobre crimes. Apesar das "Reformas de Peel", a seguranaprivada continuou crescendo, em virtude das novas necessidades apresentadas pelasindstrias inglesas em crescente desenvolvimento.

    Os Estados Unidos da Amrica.Os europeus que colonizaram a Amrica do Norte trouxeram, a herana de seus

    compatriotas no que dizia respeito a vrios tipos de proteo. O sistema de guardas e asrespostas de segurana coletiva se mantiveram bastante populares no Novo Mundo.

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    Como na Inglaterra, o sistema de guardas tambm no foi eficiente e, para piorar ascoisas, os acusados de crimes menores eram convocados para servir como guardas nospovoados, alm de terem a funo de avisar a populao sobre incndios. Um grandeincndio, em Boston no ano de 1679, teve como conseqncia a criao do primeirodepartamento de bombeiros remunerados da Amrica do Norte.

    Em meados do ano de 1800 se produziu uma mudana, tanto no estabelecimento dalei, como tambm na segurana privada nos Estados Unidos da Amrica do Norte. Muitascidades principais (por exemplo Nova Iorque, Filadlfia e So Francisco) organizaramforas de polcia muito parecidas Polcia Metropolitana de Londres, mas a corrupo sealastrou no mbito das corporaes.

    Grande nmero de foras policiais no noroeste dos Estados Unidos, receberamgrandes reforos em pessoal e recursos financeiros, para combaterem a crescente militnciados sindicatos, no fim de 1800 e princpios de 1900.

    A polcia federal tambm experimentou um crescimento durante este perodo. ODepartamento do Tesouro dos EUA criou, em 1864, a sua primeira unidade deinvestigao.

    O crescimento das Companhias de SegurancaA exemplo da Inglaterra, o aumento da polcia pblica no limitou a necessidade dasegurana privada. Em 1850, Allan Pinkerton, um construtor de barris, abriu uma agncia

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    de detetives dentro dos Estados Unidos, depois de ser nomeado o primeiro detetive doDepartamento de Polcia de Chicago.

    Devido ao fato de que a polcia pblica estava limitada jurisdio de seu Estado,eles se viam impedidos de perseguir criminosos ou realizar investigaes fora de suasjurisdies. Estas limitaes facilitavam o crescimento da segurana privada. Pinkertonficou famoso ao perseguir criminosos atravs dos limites dos estados e por todo o Pas. Em1988 a Pinkerton's Inc teve um faturamento de US$ 650 milhes e empregava 55.000pessoas ao redor do mundo. Atualmente a maior companhia de segurana privada dosEstados Unidos.

    Outro empresrio da rea de segurana foi William Burns. Ele foi primeiramente umagente do servio secreto que dirigia o escritrio de investigaes, que deu origem PolciaFederal Americana (FBI). Em 1909, este investigador abriu a agncia de detetives William1. Burns, que se converteu na arma investigativa da associao dos banqueiros norteamericanos. hoje a segunda maior empresa de segurana privada dos EUA, com umfaturamento de US$ 435 milhes e com 30.000 funcionrios.

    Para acompanhar a expanso dos norte-americanos para o oeste durante o sculo XIXe para assegurar o transporte seguro de valores, Henry Wells e William Fargo, abriram umamplo mercado ao criar a Wells Fargo & Co. em 1852, abrindo deste modo a era dosbandidos tentando atacar as diligncias e os guardas armados tentando defend-las, queforam imortalizadas pela indstria cinematogrfica de Hollywood.

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    Os servios de vigilantes da empresa tiveram no ano de 1981, um lucro de 25 Omilhes de dlares com um total de 21.500 empregados

    Aproveitando-se da necessidade de transporte de valores atravs dos EUA de maneirasegura, o empresrio Washington Perry Brink criou em 1859, a Brink' s Inc., que a partir de1917, ao iniciar a era dos transportes de valores blindados, tomou-se a maior empresa detransporte blindado do mundo.

    Edwin Holmes outra figura histrica na segurana privada americana. Foi ele queminiciou o negcio de alarmes de segurana eletrnicos. Em 1858, Holmes teve enormedificuldade de vender seus alarmes, pois as pessoas no acreditavam que, se uma porta oujanela abrisse no andar trreo, o alarme acusaria no segundo andar. Deste modo, Holmes iade casa em casa, levando um modelo reduzido de uma residncia e demonstrava para cadapessoa o funcionamento de seu alarme. A partir desta estratgia, suas vendas dispararam eHolmes criou a primeira empresa de monitoramento eletrnico do mundo.

    As Grandes GuerrasAs Primeira e Segunda Guerras Mundiais trouxeram consigo a necessidade de

    proteo nos Estados Unidos. A sabotagem e a espionagem eram uma sria ameaa. Aindstria e os sistemas de transporte, requeriam um sistema de segurana maior e maiseficaz.

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    Os climas social e poltico, no incio do sculo XX, j vislumbravam problemasurbanos, distrbios no trabalho e nacionalismo em nvel mundial. A primeira guerramundial veio a corroborar estes temores da populao mundial. Assim, a segurana seconverteu em um assunto de primeira necessidade.

    Ao fim dos anos 30, a Europa estava novamente em guerra e os japoneses iniciaramsua expanso no Oriente. Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, comearamnovamente as demandas por segurana. Nos Estados Unidos, iniciou-se uma fase de super-produo e a proteo de indstrias, vitais para o esforo de guerra, tomou-se umanecessidade, levando o governo a tomar os membros de segurana privada no pas, emPolcia Militar do Exrcito Americano. Ao final da guerra existiam mais de 200.000homens da segurana privada americana, na Polcia Militar do Exrcito l .

    O final do sculo XXNas dcadas que se seguiram II Guerra Mundial, a segurana privada no parou

    mais de crescer. Durante os anos 50, a Guerra da Coria e a "Guerra Fria" criaram umatenso mundial e uma competio desenfreada, entre as potncias democrticas e osregimes comunistas.

    O Departamento de Defesa americano, em 1952, fortaleceu ainda mais as normas desegurana das indstrias americanas para proteger a informao e os materiais

    I Diferentemente do Brasil. onde a Polcia Militar a polcia dos Estados da Federao. a Polcia Militar nosEUA. so as polcias das Foras Annadas.

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    classificados. Quando os soviticos colocaram em rbita um satlite e lanaram um foguetetele-dirigido at a lua em 1959, os americanos ficaram atnitos. Assim, a corridatecnolgica tomou-se mais intensa e a proteo da informao se converteu em um itemcada vez mais importante dentro da segurana.

    Os turbulentos anos 60 criaram um enorme movimento poltico e social de rebelionos EUA e, as foras de polcias pblicas se viram sobrecarregadas com as tarefas que eramexigidas delas, principalmente em virtude das diversas manifestaes pblicas contra aguerra do Vietn, protestos contra a negao dos direitos civis s minorias, os assassinatosdo presidente lohn Kennedy, do senador Robert Kennedy e do reverendo Luther King, osproblemas das drogas e o aumento dos crimes dentro do pas. Deste modo a indstria dasegurana privada, cresceu ainda mais.

    Os protestos, o cnme, o terrorismo, as limitadas foras e recursos de seguranapblica foram os elementos que marcaram os anos 70 e 80. As naes mais desenvolvidasdo mundo estavam na era da informao e da tecnologia.

    No passado, quando as sociedades que tinham a agricultura como principal recurso,dominaram o mundo durante centenas de anos desenvolvendo a energia necessria para oshumanos e os animais, os ladres roubavam castelos, ouro e outros valores.

    Aps a Revoluo Industrial quando a produo foi movida a fontes de energia norenovveis, tais como o carvo e o petrleo, os criminosos focavam seu trabalho nodinheiro e no crescimento das condies econmicas no mundo.

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    Com a extino gradual das fontes no renovveis de energia, o mundo est cada vezmais dependente da tecnologia e da informao e, os criminosos do fim do sculo XX edeste incio de sculo XXI, exploram a tecnologia para cometer seus crimes, que estolimitados somente s inovaes tecnolgicas e a imaginao dos criminosos. Hoje umcriminoso pode cometer um grande roubo sem sair da frente de seu computador, em sua

    prpria casa.

    2.2 As SeguranasA segurana no homem to necessria e to importante como outros aspectos

    primrios e psicolgicos tais como auto-estima, auto-suficincia etc., e como se podecomprovar ao longo da histria, surge consciente ou inconscientemente de maneuapermanente. A segurana um conceito muito utilizado atualmente, no obstante, toantigo como o prprio homem.

    Nos ltimos trinta anos seu significado e importncia, cresceu muito em virtude dasmudanas sociais e econmicas em todo o mundo e, no Brasil, no poderia ser diferente.

    Tampouco no podemos esquecer a crescente preocupao com a segurana, que aolongo destes ltimos anos nos fez tomar conscincia da necessidade de preveno e deproteo, conceitos estes tambm to antigos e igualmente ligados ao homem, seudesenvolvimento econmico e social.

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    Devemos ter em mente que segurana um estado de nimo, uma qualidadeintangvel, ainda que isto no termine a questo, haja visto que esta situao pode variar ecom certeza varia, em virtude da conjuntura atual local e temporal, sobretudo comconseqncias de carter fisico, material e moral.

    A segurana um objetivo, um fim, no um meio em seu sentido mais bsico e

    simples, que o homem busca constantemente como necessidade primria.

    Abraham Maslow em sua Teoria das Necessidades j colocava as necessidades desegurana em segundo lugar na hierarquia das necessidades humanas. J Clayton Alderferao criar uma variao da Teoria das Necessidades de Maslow, prope "( .) uma viso no-hierarquizada das necessidades humanas em trs categorias: primeiro, as necessidadesfundamentais existncia, que so concretas por sua natureza e se referem sobrevivnciado ser humano, englobando, no caso, as necessidades fisiolgicas e as necessidades fisicasde segurana.( ..)" (Motta, 1991, p.83) onde podemos constatar que a segurana sempreocupou um lugar de destaque nas necessidades bsicas do homem.

    Nas ltimas dcadas, a busca de algumas seguranas, principalmente de cartersocial, se desenvolveram de uma forma muito especial face ao desenvolvimento vertiginosodas ameaas e da tecnologia envolvida. Este desenvolvimento acelerado gerou certaconfuso que, por vezes, devido a falta de preparao e anlise dos distintos gruposhumanos e profissionais e, por vezes, por interesses que se encontram em jogo,prejudicaram sua adequada evoluo.

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    Neste sentido se confundem os fins e os meIos de maneIra inconseqente eimprudente. Por tudo isto, importante realizar e ter em conta, a breve anlise dasseguranas, que nos vo permitir diferenciar o prprio objeto da segurana (existncia dosriscos ou causas dos danos) e o objeto da proteo (os sujeitos que sofrem os danos e asperdas).

    De qualquer modo e sem perder de referncia a segurana e proteo, se pode dizerque o homem tem conscincia emprica, uma acumulao de experincias prprias e deoutrem, dos riscos, dos perigos, das ameaas (potenciais ou reais) que convivecotidianamente.

    Assim, como conseqncia direta desta afirmao, as pessoas sempre se sentiram, esempre se sentiro inseguras de algum modo e em algum momento, por isto surge anecessidade das seguranas para minimizar seus medos e liberar suas angstias, com oobjetivo primrio de sua tranqilidade, que o mesmo que a segurana primria epsicolgica.

    A busca de seguranas pelo homem varia de acordo com seu ambiente social e nvelde desenvolvimento econmico, poltico e cultural. Nesta busca incessante de seguranadevemos avaliar os dois aspectos sempre existentes e concorrentes, que so as chamadassegurana mgica e segurana cientfica.

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    Podemos entender a segurana mgica, como a interpretao do homem pelas perdase danos como sendo situaes de m sorte, casualidade ou mesmo "castigo divino" e,dentro desta segurana mgica se estabelecem os mitos materiais de proteo (amuletos,talisms, mascotes etc.) e, muitas das vezes o homem ao longo dos tempos e ainda naatualidade, encontrou a segurana primria e psicolgica de que tanto precisa deste modo.

    Evidentemente existem outros caminhos; se a segurana mgica est baseada emconceitos esotricos e analgicos e ela importante para o homem, mas no menosimportante so planejamentos lgicos e investigao cientfica e, este o campo dachamada segurana cientfica ou simplesmente segurana, que est em constante evoluoface ao desenvolvimento tcnico-cientfico da atualidade e esta que ser o escopo destetrabalho.

    A evoluo tecnolgica e profissional dos setores (reas) da atividade de proteo esegurana, nos remete necessidade premente de termos que capacitar profissionais paragerir de forma eficaz este setor em evoluo.

    A segurana total no existe e cabe ao profissional da segurana realizar um esforocontnuo para reduzir perdas e danos no ambiente empresarial, caso o risco se concretize.

    Desde o ponto de vista de definies, no podemos esquecer que o termo seguranano possui sentido concreto, pela extenso de seu contedo e, somente expressa em seuconjunto o conceito qualitativo de seguro.

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    De acordo com o Novo Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, segumna pode serdefinida como "estado, qualidade ou condio de seguro", mas no conceito de segumnaconvm destacar que se apresenta uma variedade de termos que permitem diferenciardefinitivamente um conceito to genrico como segurana. portanto neste sentido quedefinimos este item como seguranas, ou seja, cada segurana em sua rea especfica,definindo o objeto da segurana, por exemplo : segumna do trabalho e meio ambiente,segurana eletrnica, segumna pessoal etc.

    J Robert Fischer nos mostra que "a segurana em seu sentido semntico e filosfico,implica em um ambiente relativamente estvel e sem imprevistos, no qual o indivduo ougrupo, podem desenvolver seus objetivos sem interferncias ou danos e sem medo dedistrbios ou perdas" (Fischer e Green, 1998, p.3).

    Em Security Administration, Post e Kingsbury definem a segurana como "os meiosativos e passivos que servem pam proteger e preservar um ambiente que permitadesenvolver as atividades em uma organizao ou sociedade sem interferncias" (post eKingsbury, 1991, p.8).

    Estas definies nos mostram que a segurana tem por objetivo final, prover um meiotmnqilo, onde os objetivos individuais ou de uma organizao podem ser obtidos.

    Dentro de uma sociedade organizada, a segumna pode ser obtida de uma formaprimria pelas foras de segurana do pas (foras armadas e foras de segumna pblica de

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    estados e municpios) e pela segurana privada. Vamos nos deter neste trabalho aosaspectos relativos segurana privada.

    Os mtodos de segurana privada cresceram em termos de especializao e dediversificao. Mtodos que anteriormente no eram associados segurana como porexemplo, uma entrevista inicial para obteno de cargo em uma empresa, se converteram

    em componentes importantes, para o esforo de obteno de uma segurana integradadentro de uma corporao.

    Os vigilantes, as cercas e os alarmes que foram as principais preocupaes dasegurana tradicional do passado, hoje em uma sociedade mais industrializada, cujoambiente est em contnua mutao, a segurana se toma cada vez mais complexa e comespecializaes adicionais, tais como, contabilidade, segurana do trabalho e meioambiente, proteo contra materiais perigosos, segurana da informao, fraudes etc. Estesso apenas alguns elementos que foram adicionados segurana de outrora.

    O termo segurana nos dias atuais sofreu uma mudana para preveno de perdas. NoBrasil ainda encontramos o termo segurana, mas no exterior, principalmente nos EstadosUnidos da Amrica e Europa, normalmente este termo est em desuso por dois motivospnnClpalS:

    Pelo aumento da diversidade de especializaes dentro da funo segurana; Pelas conotaes negativas do termo segurana.

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    Com relao ao primeiro item, o aumento da diversidade de especializaes dentro dafuno segurana, apresentado atualmente um termo muito mais amplo para todas estasfunes (especializaes) conhecido como preveno de perdas.

    Segundo Post e Kingsbury, "( ..) atravs dos ltimos anos, a segurana se converteuem sinnimo de preveno de perdas. O conceito de proteo total, em todas as formas e

    classes de perigo, oferecem para tal uma estrutura muito mais ampla para a proteo debens". (Post e Kingsbury, 1991, p.18)

    Na realidade a preveno de perdas serve para oferecer uma cobertura ampla, abaixoda qual, se oferece proteo a todos os subsistemas sociais e corporativos. Isto incluiseguros, arquitetura, projetos, proteo da polcia e bombeiros e os programas de seguranacorporativos. Estes subsistemas so alguns dos componentes de um programa total depreveno de perdas.

    A outra razo para a mudana do termo segurana, tem a ver com a conotaonegativa da palavra. Segundo Saul Astor, "nas mentes de muitas pessoas, a mera palavrasegurana se converte em seu prprio impedimento. A segurana carrega consigo umestigma: a palavra sugere polcia, alarmes, ladres e muitos elementos negativos querepresentam imagens desagradveis. Simplesmente enunciar o termo preveno de perdasao invs de segurana, pode ser um enorme passo a favor do melhoramento da imagem dasegurana, ampliando o espectro da funo de segurana e atraindo pessoal cada vez maiscapacitado" (Astor, 1978, p.37).

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    Sobre este mesmo tema, Post e Kingsbury adicionam que "( .. ) o termo segurana rapidamente substitudo no meio corporativo pela terminologia preveno de perdas ouproteo de meios. A confiana em um subsistema gerencial orientado para a defensiva edescrito de maneira negativa est sendo substitudo por um sistema conceitual que abrangetodos os aspectos da atividade corporativa. Os subsistemas totalmente integrados deproteo, incluem agora, a segurana, ao invs de v-la como um sistema operacional

    separado e distinto". (Post e Kingsbury, 1991, p.81)

    Deste modo temos que, segundo Prpura, "a funo segurana e todos os seuscampos de especializao esto includos na preveno de perdas. A segurana se defineento, de maneira particular, como os mtodos tradicionais (vigilantes, cercas e alarmes)usados para aumentar a aparncia de controle sobre um crime ou contraveno sobre umindivduo ou organizao. ( ..) j a preveno de perdas se define de maneira ampla, comoum mtodo usado por indivduos ou organizao para aumentar a aparncia de preveno econtrole de perdas, o que resulta no controle de crimes, acidentes etc. Esta definio ampla,oferece uma fundamentao aos praticantes da preveno de perdas, cujas inovaes selimitam somente sua imaginao" (Prpura, 1991, p.4).

    A variedade de eventos que provocam perdas em negcios e nas organizaes, soimensurveis. Mais ainda, a freqncia e os custos destas perdas variam enormemente.

    Cada tipo de evento que possa produzir perdas, tem normalmente seu prprio grupode especialistas, que devem sempre planejar, implementar e monitorar programas, a fim dese antecipar, prevenir e reduzir as perdas.

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    extremamente difcil reunir dados exatos de quais os tipos de perdas que sofrem asorganizaes em termos de vida, dinheiro e danos a propriedade.

    Para se ter uma idia da magnitude do que estamos falando, segundo Prpura(Prpura, 1991, p.26).:

    De acordo com o conselho nacional de segurana,em 1988 nos EUA, 10.600pessoas morreram devido a acidentes de trabalho e 1.800.000 receberamferidas que as incapacitaram para a vida produtiva. Os acidentes de trabalhocustaram 47 bilhes de dlares; isto inclui as perdas por salrio, gastosmdicos, custos de administrao, seguros de sade e perdas por incndios;

    A administrao de incndios dos EUA reportou que em 1987, osdepartamentos de bombeiros atenderam 2.300.00 incndios, que causaram6.200 mortes e perto de 100.000 feridos, alm de 10 bilhes de dlares emperdas diretas da propriedade; e

    O informe de crime:! apresentado pela Polcia Federal Americana (FBI),revelou que em 1988 ocorreram 910.092 assaltos, 3.218.077 roubos e7.705.872 assassinatos.

    As perdas nas organizaes so diretas ou indiretas e, normalmente as perdasindiretas podem ser devastadoras e sobrepujar em muito, as perdas diretas. As perdas

    Este infonne. freqentemente impreciso. pois apresenta somente aos crimes que foram reportados e noleva em conta os numerosos crimes que no so reportados. Algumas organizaes de investigaesamericanas de grande reputao. mostram que o crime atualmente o dobro do apresentado neste infonne doFBI.

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    diretas so imediatas e bvias enquanto as perdas indiretas so freqentemente noimediatas e esto ocultas. O caso da Greve das Indstrias Wilson (Woodruff Imbrerman,1979, p.133) exemplifica bem este aspecto.

    o CASO DA GREVE DAS INDSTRIAS WILSONDurante os ltimos seis meses, os lderes do sindicato e os executivos da companhia,

    estiveram discutindo durante centenas de horas diversos aspectos relativos ao pagamentodos empregados, os beneficios e as condies de trabalho dentro da Fbrica Wilson.

    Finalmente em 25 de junho, as conversaes foram encerradas sem acordo e a grevese iniciou. Trs meses depois a greve fo encerrada e os empregados voltaram ao trabalho.

    Neste momento a gerncia comeou a se dar conta do verdadeiro impacto da greve.As perdas diretas somaram aproximadamente U$500.000 em.vendas perdidas. A reuniosemanal da gerncia mostrou a realidade das perdas indiretas da greve nos diversosdepartamentos.

    Os gerentes da fbrica demonstraram que a perda em produtividade havia sido emtomo de 8% nos dois meses que antecederam greve.

    O departamento de contabilidade mostrou perdas de produtividade e custo noequipamento sub-utilizado.

    O departamento de marketing mostrou que trs clientes da Wll..SON, haviam mudadopara um competidor causando deste modo mais perdas em receita.

    As perdas indiretas se podiam sentir por meses, at que se conseguiram algunsclientes adicionais.

    A gerncia de pessoal mostrou que milhares de dlares foram gastos com os grevistasem hospital, seguros mdicos e seguros de vida.

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    Vrios gerentes e supervisores tiveram que trabalhar na produo, para atender ospedidos de clientes muito especiais. Isto causou uma debilidade na produtividade gerenciale levou o moral destes funcionrios a nveis muito baixos.

    Durante a greve, 27 empregados procuraram emprego em outro lugar econseqentemente nunca retomaram. A empresa perdeu empregados com uma experinciaem treinamento muito valiosa.

    O gerente de preveno de perdas revelou que a roubos e furtos internos aumentaramde 2% para 5% nos dois meses precedentes greve, aconteceram tambm 11 casos deroubo que totalizaram U$ 4,000.00 e o vandalismo custou U$ 12,000.00. Em vrios locaisdescobriram atos de sabotagem e o gerente de preveno de perdas mostrou que estasestatsticas eram somente "a ponta do iceberg", uma vez que seu pessoal estavadescobrindo atos criminosos todos os dias. Durante os 3 meses de greve houve necessidadede se contratar segurana privada adicional a um custo de U$ 60,000.00.

    Atualmente, aps a greve, as negociaes continuaram para o retomo ao trabalho de14 grevistas que foram surpreendidos em atos de roubo, vandalismo e sabotagem. Estasnegociaes aumentaram os custos indiretos, em virtude da contratao de consultoreslegais para a empresa e para represent-los junto justia.

    Outro aspecto importante, diz respeito s diferenas principais entre a seguranapblica e a segurana privada, com relao ao empregador, aos interesses a que servem, asestratgias bsicas e a autoridade legal.

    A segurana pblica empregada do governo e serve ao pblico em geral e suasatividades so pagas pelos impostos cobrados aos contribuintes. Por outro lado, a segurana

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    privada est empregada e serve ao setor privado, que prov os fundos para este tipo deproteo.

    Outra diferena bsica diz respeito s estratgias, onde a segurana pblica destinaconsiderveis recursos, a reagir contra os crimes e isto implica em deteno, investigao epriso dos criminosos. O acatamento da lei o objetivo fundamental. Por outro lado a

    segurana privada tem toda a sua ateno, na preveno dos crimes que possam ocorrer naempresa e a priso no faz parte de suas responsabilidades.

    O grau de poder da segurana pblica e da segurana privada outra caractersticaque os distingue: a polcia deriva sua autoridade de leis e estatutos do Estado, enquanto asegurana privada funciona baseada em normas da empresa.

    A Situao BrasileiraNo fim da dcada de 60, comearam a surgir no Brasil as empresas de prestao de

    servios de segurana, na maioria oriundas de empresas de prestao de servios delimpeza, que diversificaram suas atividades para a rea de segurana, respaldadas pelodecreto-lei 1.034 de 21/10/69 que determinava e definia as medidas de segurana para asinstituies bancrias e instituies semelhantes.

    Em 20/06/83 surgia a lei 7.102 que at hoje regula a prestao e execuo do serviode segurana privada no Brasil, sendo complementada e atualizada pelas leis 8.863 de29/03/94 e 9.017 de 30/03/95.

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    A lei 7.102/83 foi, nestes 18 anos, regulamentada por vrias portarias que tiveram porfuno nonnatizar e unifonnizar os procedimentos relacionados s empresas prestadoras deservios de segurana, empresas que executam servios de segurana orgnica (empresasque tm sua prpria segurana), e ainda, aos planos de segurana dos estabelecimentosfinanceiros.

    o crescimento e a especializao, levou as empresas a elevarem a qualidade dos seusservios e investirem em programas de qualidade total e um nmero ainda pequeno deempresas detm um sistema de qualidade certificado pela nonna ISO 9000.

    No Brasil, temos aproximadamente 1.250 empresas de segurana com umfaturamento total anual da ordem de R$ 4,5 bilhes, com uma fora de trabalho deaproximadamente 315.000 profissionais, sendo isoladamente um dos segmentos que maisgeram empregos no pas.

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    2.3 Os riscos, as ameaas e o estudo de custosVimos que a segurana tem como objetivo final reduzir os riscos mas, o que vem a

    ser riscos?Segundo Broder "risco associado a virtualmente qualquer atividade que ns

    possamos imaginar ( .. ) a palavra risco significa a perda financeira, a variao entre

    resultados atuais e esperados, ou a probabilidade que a perda ocorra ou venha a ocorrer"(Broder, 1984, p.l).

    Na verdade cada atividade desenvolvida pelo ser humano no decorrer de sua vida,implica na apario de um risco relacionado com esta atividade e, os conceitos de empresae riscos esto intrinsecamente unidos, uma vez que todas e cada uma das operaes emparticular que se realizam em uma empresa, levam consigo um risco implcito.

    Existem, segundo Gomez-Merello, "trs aspectos fundamentais, que condicionam osriscos no ambiente empresarial :

    os agentes causadores do dano; os receptores do dano; e o mbito ou localizao do dano." (Gmez-Merello, 1996, p.32)

    Os agentes causadores do dano so aquelas pessoas, situaes ou causas quedesencadeiam um dano ou perda, potencial ou real. O Quadro I nos mostra os agentescausadores do dano.

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    Receptores do dano so aquelas pessoas ou bens suscetveis a sofrer um dano ou umaperda como consequncia de estar submetida a detenninado risco - os trs diferentesreceptores so as pessoas, o meio ambiente e o patrimnio ou bem. O Quadro 11 nos mostraos receptores do dano.

    O mbito ou localizao o local fsico onde uma perda ou dano pode ocorrer. OQuadromnos apresenta estas localizaes.

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    QUADRO IC L A S S D n C A O D E A G E N T E S C A U S A D O R E S D O D A N O ~ E R D A

    I Riscos da Natureza :1 Riscos Tecnolgicos I Riscos do Trabalho II Ii I II Riscos q unicos Riscos no trabalho! Mquinas e equipamentosFogo Ferramentasi Corroso Instalaes de energiaIToxicidade Manutenoi! : Exploso qumica Armazenamento

    I Fnnacos e drogas AmmentalManipulao de produtosi Terremotos Materiais perigososFuraces Riscos no transporte

    Tufes Transporte de pessoalCirculao de veculosi Inundaes Transporte de mercadoriasRiscos flSicos reas e vias de circulao II Maremotos i Mecnicoi Eltrico Riscos da InstalaoI Raios !Trmico Instalaes de g ~i Termodinmico Instalaes eltricas

    Secas i Acstico Produtos de limpezaI\ tico . Produtos farmacuticosAvalanches

    IExploso fisica CozinhaI Radiao no ionizante ' BanheirosI 1 Vibraes Escadas e terraosI Moblias e utensliosI Riscos no descansoi EsportesI Jardinagem!I. i Jogosf' i Ili Riscos Biolgicos Riscos nucleares Riscos de atividades anti-sociais II

    :i . Radiaes ionlzantes iII, Mecnico Iii Trmico IFurto I'li Bactrias Exploso nuclear I oubo I, Assalto'JI i I raudeiJ Bacilos III I tentadoI

    IIVlrus VandalismoII SeqestroResduos Ameaa de bomlm I11 Sabotagem 1I ; Riscos tcnicos Distrmos pblicos iII Lixo 1Espionagem industrial I:1 Desenho/projeto

    11I Fabricao/construo /Chantagem!! Alimentos deteriorados :i Montagemfmstalao !ExtorsoI1 Animais vivos doentes Manuteno/conservao I anipulao de dados IIrfico de drogasii I rfico humano I1l

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    I Pessoas!I ontra a sadei Contra a integridade fisicaIContra seus bens e patrimnioIIContra sua intimidade!I ontra suas comunicaesIContra sua integridade moral: AmbienteIII gresso ao ar

    Agresso guaAgresso terraAgresso contra a faunaAgresso contra a flora

    QUADRO l iR E C E P T O R E S D O D A N O ~ E R D A

    Bens e Patrimnio;

    : Contra propriedades pblicas;

    Contra lojasII Contra monumentos' Contra templos religiososContra indstriasContra museus e exposiesContra instalaes militares

    i Contra casas de espetculos1 Contra escolasj! Contra centros/reas comerciais

    Contra hospitais e clnicasContra instalaes esportivasContra centros hoteleiros

    QUADROllIMBITO OU LOCALIZAO

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    I

    I

    ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ e = i = o s ~ T = e = r = r = e s = t = r = e s ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ = ~ ~ ~ = o = s = A ~ = r = e o = s ~ ~ ~ ~ ~ ~ = 9 I 'Em reas ou edificios urbanosEm rea industrial ou agropecuriaEm vias ou espaos pblicos/privadosEm meios de transporte pblicos/privadosI ~ e i o s ~ a r t i m o e Fluvial

    IIEm reas ou instalaes porturiasIm meios de transporte por mar ou rioEm reas e instalaes aeroporturias

    Em meios de transporte areos

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    Risco no deve ser confundido com perigo, que so as causas do risco, nem comacidentes e/ou incidentes que so os fatores que contribuem para que existam perigos. Oresultado final dos riscos, so perdas ou decrescimento de valor.

    Os riscos podem ser agrupados em trs grandes divises: Riscos possveis de evitar - so aqueles que podem ser controlados mediante

    medidas organizacionais e/ou meios tcnicos, e devem ser objeto da atenodo gestor de segurana da empresa;

    Riscos que convm reduzir - so aqueles que podem ser reduzidos oucontrolados mediante medidas organizacionais e meios tcnicos, porm semplanejamento especial para sua reduo; e

    Riscos que so necessrios que se assuma - so aqueles que independentesdas medidas organizacionais e dos meios tcnicos disposio, tm que serassumidos como existentes ou potenciais.

    Para cada atividade a ser desenvolvida pela empresa, necessrio um estudo dosriscos e ameaas que a acompanham. Esta anlise permitir identificar e minimizar osriscos e as ameaas mediante a adoo de medidas tcnicas, humanas e organizacionais desegurana.

    A identificao, anlise e avaliao dos riscos e ameaas, bem como as prpriasvulnerabilidades dentro do ambiente organizacional, facilitar o funcionamento ante umatomada de deciso em uma situao de risco.

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    Para tanto, o executivo da rea de segurana tem que ter o conhecimento suficientepara identificar os riscos, analis-los e avali-los, para qualificar e quantificar a situaoque se apresenta, a fim de minimizar as perdas e danos empresariais.

    A anlise de riscos o processo mediante o qual se realiza a avaliao e ponderao

    dos futores de risco. Esta ponderao ser mais efetiva quanto mais exaustivo e completoseja a lista de variveis que podem influir sobre o risco considerado.

    Qualquer mtodo de anlise de risco uma aproximao estatstica dos riscos.Portanto, os mais diversos mtodos podem variar e devem ser entendidos como conclusesaproximadas. Deste modo, quanto mais variveis o gestor de segurana seja capaz deidentificar para o mtodo de anlise de risco escolhido, melhor ser a aproximao e, comoconseqncia, os resultados encontrados permitiro uma resposta mais acurada das ameaase riscos existentes.

    A avaliao quantitativa dos riscos, se iniciou nos anos 60 com a publicao doprimeiro mtodo de "Clculo e Apreciao do Risco de Incndio". Posteriormente, diversosmtodos foram sendo criados e utilizados nas mais diferentes formas de riscos. O QuadroIV nos mostra alguns destes mtodos e suas aplicaes.

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    QUADRO IVMTODOS DE AVALIAO DE GRAU DE RISCO

    I Mtodo de Avaliao de Grau de Risco , Aplicao I! !IIMtodo de Edwin E. Smi1h II Avaliar o grau de perigo de um compartimento.IiCalcular o risco de incndio com base na carga trmica eItodo de GA Herpol I na resistncia ao fogo, dos elementos de separao.

    i Determina a resistncia elou estabilidade ao ogo de um!Mtodo dos Fatores Alfa tI setor para confinar um incndio em seu interior.I IMtodo dos Coeficientes K I Idem.,Mtodo de Proust I Calcula os componentes de risco de uma rea.MtodoPurt Risco de incndios e graus de proteo automtica.Mtodo de CruzeI Sarrat Avaliao do risco de incndio por clculo ERIC.Mtodo de Shibe

    IIGrau de risco de instalaes hospitalares.

    IMtodo de Aschoff II Meios de proteo em funo do risco. IIii .Mtodo de Dow:1

    Grau de risco de indstrias qumicas. IIMtodo de Trabaud iL Grau de risco de incndios florestais.IIMtodo de Stadler 11 Localizao das instalaes de bombeiros.Ii .i IIMtodo de Pou1I

    Idem.IMtodo Grtener !I Clculo de risco de incndio.iIMtodo Mosler I Avaliao de risco em geral.i :

    Fonte: Manual para EI Director de Seguridad, 1996, p.36)

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    Esta identificao, anlise e avaliao de risco, deve ser realizada por executivos quesejam capazes de analisar a informao que chega de diversas fontes existentes e que sejamdiretamente relacionadas com o risco em questo, aplicando o mtodo necessrio paradeterminar quais os riscos que envolvem o objeto do estudo.

    2.4 A Preveno de Riscos e Perdas

    Antes de implementar um programa de segurana e de preveno de riscos necessrio desenvolver um cuidadoso planejamento. Este planejamento deve comearidentificando quais so as ameaas que enfrenta a organizao e se necessita da segurana.

    Uma vez que o gerente/diretor de segurana conseguiu identificar e delinear asvulnerabilidades da organizao, dever usar esta informao para planejar e implementarcontramedidas necessrias para evitar que as ameaas se concretizem.

    Existem cinco ferramentas importantes para o gestor de segurana aplicar em seuprograma de proteo :

    Anlise de riscos Planejamento de segurana Avaliao Investigao Normas de segurana.

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    trs etapas para avali-lo: estudo de preveno de perdas; estudo das vulnerabilidades; edeterminao de probabilidade, freqncia e custo.

    1 O Estudo de Prevenco de PerdasO propsito principal do estudo de preveno de perdas (EPP) encontrar quais so

    as vulnerabilidades de determinado local. O estudo deve centrar-se unicamente na rea aser estudada. Em ltima anlise, este estudo tem a ver com a inspeo fisica do local que serequer um programa de preveno de perdas.

    Os componentes fisicos tais como portas, janelas, caractersticas da construo,plantas, ambiente geogrfico, vias de transporte etc, devem ser examinados exausto.Alm disto, deve ser estudado desde o incio do processo a distribuio de pessoal,localizao de alarmes, previso de circuito fechado de televiso (CFTV), os equipamentoscontra incndios, as equipes de segurana necessrias, definir qual a profundidade dasinvestigaes para candidatos a empregos na empresa, os procedimentos de controleinternos e tudo mais que possa interessar e fazer parte de um programa de preveno deperdas.

    2) Estudo das VulnerabilidadesUma vez que se completou o estudo de preveno de perdas, devemos realizar a

    inspeo de segurana para identificar quais so as vulnerabilidades do objeto analisado,para que elas possam ser minimizadas atravs de estratgias de preveno de perdas, taiscomo, estrito cumprimento das polticas de segurana, procedimentos em inspeesinternas e externas etc.

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    3) Determinao da probabilidade, freqncia e custoO terceiro passo requer uma anlise de probabilidade de ocorrncia de determinado

    risco, freqncia e custo de cada perda. O desaparecimento de artigos e furto deempregados so muito comuns em lojas de comrcio em geral e existem numerososincidentes que podem produzir perdas muito mais srias. Os incndios e as exploses soriscos potenciais em uma indstria petroqumica, inclusive este tipo de risco pode terconseqncias muito graves, inclusive a perda de vidas e do negcio.

    O nmero de furtos e desaparecimentos em lojas de comrcio realizados pelosempregados ser, claro, muito maior que o nmero de incndios e exploses na indstriapetroqumica. Quando os problemas de probabilidade, freqncia e custo so analisados, osgestores devem basear-se em sua prpria experincia, em informaes, em estatsticas, emprogramas especiais de computadores, em troca de informaes com outros gestores desegurana de negcios semelhantes e em informaes que as publicaes especializadasfornecem aos seus leitores.

    A maior parte dos gestores de preveno de perdas, tm consigo estatsticas donmero de incidentes que provocam as perdas que ocorrem em sua rea de atuao, ou seja,tm o seu histrico. Neste caso especfico, a estatstica e a mdia sero muito teis para queo gestor embase seu estudo.

    A estatstica indutiva nos mostra at que ponto podemos estar errando em nossasindues e com que probabilidade. A probabilidade o nmero de vezes que um

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    determinado evento pode ocorrer em uma certa atividade, dividido pela quantidade deeventos possveis em uma mesma atividade. Para uma maior preciso necessrio levantartodos os dados disponveis, relacionados a cada risco, estabelecendo uma probabilidade deocorrncia.

    Com base neste percentual, a empresa realiza um estudo para verificar se compensainvestir em controles ou no. importante ressaltar que a base para o investimento arelao da probabilidade do sinistro acontecer, em relao ao custo da perda. claro que aolidar com circunstncias e fatos que determinam probabilidades de ocorrncia de perdas, oassunto toma-se muito mais complexo, j que os eventos em segurana sointerdependentes.

    Outra forma de se avaliar um risco medir qual a chance real de nossas induesestarem erradas, ou seja, qual a probabilidade do risco vir a acontecer. Para isto empregamse tcnicas de estatstica descritiva, que apresenta os dados atravs de grficos,distribuies de freqncia ou parmetros associados a estas distribuies.

    A reduo dos riscos e portanto os custos para esta reduo, recaem normalmente emduas questes decisivas que devem ser justificadas pelos gestores de preveno de perdas:

    Qual o valor que a empresa deve gastar em medidas preventivas e meios desegurana ?

    Em que devemos gastar este valor?

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    Ambas as questes se completam ante um objetivo determinado, para a colocao demeios, que podemos chamar de "otimizar os investimentos em preveno e proteo". Oinvestimento mximo em preveno de perdas, se somente fosse determinado por umcritrio econmico, ver-se-ia limitado ao lucro ou rendimento que pudesse ser obtido desteinvestimento.

    Sabemos, claro, que a segurana no d lucro a uma empresa, ela previne perdas.Deste modo, interessa a empresa investir naquelas medidas de preveno de perdas quesejam as mais rentveis possveis, ou seja, investir onde as perdas possam ser minoradas aomximo.

    Assim, o gestor de preveno de perdas dever efetuar previamente um estudo quejustifique e otimize os investimentos a serem realizados com a segurana. Evidentemente,na determinao final do investimento a ser efetuado, outros fatores, tais como, fatoresmorais, legais, culturais etc. devero tambm ser levados em considerao.

    necessrio portanto que o gestor de preveno de perdas disponha de um mtodopara avaliar a convenincia econmica dos investimentos em segurana e que permitacompar-los entre si. Para isto existe um mtodo matemtico, para avaliao de riscos, quese fundamenta no clculo do grau de periculosidade ou de criticidade (GC) - este graudeterminar em ltima anlise, a urgncia da tomada de deciso, ou seja, se o risco deve sertratado com maior ou menor brevidade.

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    As rotinas normaIS de preveno de perdas revelam correntemente numerosassituaes de riscos que devido a limitaes de tempo, dificuldades de manuteno eproblemas de ordem financeira, no podem ser de todo corrigidos.

    Outro problema que deve ser levado em considerao o problema econmico.Quando o gestor prope uma determinada soluo para determinado risco, pode sernecessrio convencer a alta direo da empresa de que o custo da ao corretora plenamente justificado. Como a maioria dos investimentos so limitados, o gestor depreveno de perdas deve competir com outros departamentos para a obteno de fundospara os projetos de segurana.

    Em muitos casos, a deciso de empreender um projeto caro depende em grande parte,da habilidade de vendedor do gestor de segurana. Devido a um trabalho pobre de "venda",um projeto importante em segurana pode no ser aprovado.

    Deste modo o gestor dever utilizar, para mostrar de forma profissional suassolicitaes, a gravidade de um perigo, devido a um risco reconhecido atravs da frmulado grau de criticidade ou de periculosidade (GC ou GP).

    Esta frmula baseia-se em trs fatores: Conseqncia (C) - so os resultados mais provveis de um acidente ou

    incidente, devido ao risco que considerado. Exposio ao risco (E) - a freqncia com que ocorre a

    materializao/manifestao do risco na empresa ou em empresas similares.

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    Probabilidade (P) - uma vez apresentada a situao de risco, mede a chancereal do evento vir a ocorrer dentro de uma escala de tempo.

    Para que possam ser mensurados e projetados, os trs fatores possuem uma escala devalores numrica, que est baseada na experincia e no juzo de Willian T. Fine.

    GC=CxExP

    Vemos ento que a delimitao de GC o resultado da multiplicao deconseqncia, exposio ao risco e probabilidade, constituindo-se uma escala de valoresque varia de 0,05 a 10.000. Estes valores obtidos so resultado de uma classificaointermediria dos fatores de risco, que decrescem de forma linear, assegurando, destaforma, uma correo no incremento de GC. Alm disto, a fixao destes valores utilizaestatsticas e referncias, histricas e mundiais.

    Realizado este estudo para a priorizao dos riscos e perigos da empresa, realiza-se ajustificativa do investimento (TI), que descrito pela frmula:

    JI =GC/fator de custo x grau de correo

    Tanto o fator de custo como o grau de correo, so tambm escala de valoresdescritas em tabelas prprias. Para utilizar-se a frmula e determinar se o investimentoproposto justificado, deve-se aplicar os valores correspondentes e obter-se um valornumrico que o "ndice de justificao" do investimento proposto.

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    Esta uma ferramenta valiosa para o gestor de preveno de perdas, pois possibilitacomparar o investimento de segurana com a viso macro da empresa, e com investimentorealizado em outras diretorias/gerncias.

    2.4.2 - O Planejamento de SeguranaPlanejar decidir antecipadamente o que deve ser feito, ou seja, um plano nada mais

    do que uma linha de ao pr-estabelecida.

    o planejamento um conceito amplo, ele abrange uma vasta gama de idias e osplanos podem ser divididos em trs grandes grupos:

    Metas Planos especficos Planos permanentes

    Para cada um destes grupos existe uma variedade de planos, desde os mais amplos,que abrangem toda a empresa, durante um determinado perodo, at os planos detalhados,que especificam as atividades de uma pessoa em um dia somente.

    O planejamento fornece a base para a organizao, a reunio de recursos, asuperviso e o controle.

    As metas so planos em termos de resultados a alcanar, que podem incluir objetivos,misses. prazos, padres etc.

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    Elas possuem mltiplos propsitos na administrao. So elas vitais no processo doplanejamento, auxiliam a descentralizao, so uma base para coordenao voluntria, soum foco para motivao individual e so elementos essenciais no processo de controle.

    Os planos especficos estabelecem linhas de ao, que se enquadrem em uma situaoespecfica e estaro superados quando a meta for alcanada, enquanto que os planospermanentes so destinados a serem usados diversas vezes.

    O Planejamento de Segurana no poderia ser diferente, um processo contnuo edetalhado que deve ser realizado na organizao em questo.

    o planejamento na rea de segurana obedece aos mesmos princpios gerais adotadosem qualquer rea no ambiente empresarial:

    deve ter como objetivo principal a poltica da empresa; deve ter precedncia no planejamento global da organizao, com o nvel

    correspondente a uma funo administrativa; deve ser considerado por seu grande potencial de abrangncia e penetrao,

    pois provoca uma srie de modificaes nas caractersticas fsicas eoperacionais da empresa; e

    deve procurar maximizar os resultados e minimizar as deficincias.

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    Na realidade, toda atividade de planejamento na segurana deve ter como objetivodecises presentes, tomadas a partir do exame do impacto destas no futuro, o queproporciona uma dimenso temporal de alto significado.

    Considerando os nveis hierrquicos na empresa, os nveis de planejamento desegurana so:

    Estratgico Ttico Tcnico Operacional

    O planejamento estratgico aquele que envolve a empresa como um todo, traandosua poltica de segurana. Estabelece a direo a ser seguida, com maior ou menorinterao com o ambiente.

    Este planejamento que definir qual a Misso da rea da preveno de perdas daempresa e de responsabilidade dos nveis mais altos da empresa, dizendo respeito tanto formulao de metas e objetivos a serem atingidos, quanto seleo dos cursos de ao aserem seguidos para a consecuo destes objetivos, levando-se em considerao asvariveis internas e externas empresa.

    Deve ser um planejamento abrangente, estabelecendo de forma absolutamente clara,qual a filosofia da empresa na rea de segurana.

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    o planejamento ttico em segurana tem por finalidade atingir a rea de preveno deperdas, com vistas ao resultado da empresa e estabelece, com base em objetivos e metas doplanejamento estratgico, os meios necessrios para implantar o sistema integrado desegurana.

    Este planejamento desenvolve-se nos meios organizacionais intermedirios e temcomo principal objetivo, a utilizao eficiente dos meios materiais e humanos para aconsecuo das metas predeterminadas e deve conter detalhes sobre prazos eresponsabilidades pela execuo e implantao.

    o planejamento tcnico o planejamento que ir detalhar, sob o ponto de vistatcnico, qual o melhor sistema de preveno de perdas a ser implantado pela organizao.

    Este planejamento que ir observar o sistema, detalhar a caracterstica dosequipamentos, o perfil das equipes, as condies, manuteno e instalao.

    Ele segue o planejamento ttico sugerido para o cumprimento das polticas depreveno de perdas.

    o sistema de preveno de perdas elaborado por uma equipe interdisciplinar, ondedevem ser reavaliadas todas as funes que so adequadas, exequveis e aceitveis noambiente geral e de tarefa da empresa em questo.

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    Finalmente, o planejamento operacional o responsvel pela descrio das nonnas econdutas sob fonna de documentos escritos. Na realidade, um manual de segurana,propriamente dito, pois nele encontraremos, dentre outros, os planos existentes,procedimentos de rotinas e emergncias, os responsveis pela execuo e implantao dasmedidas, etc.

    o planejamento operacional , em ltima anlise, quem vai descrever como o sistemade preveno de perdas cumprir a Misso da segurana .

    o quadro abaixo, resume os tipos de planejamento de segurana, nos diversos nveisda empresa.

    Nveis na Empresa Planejamento I Contedo I TemJ!o JInstitucional ! Estratgico ! Sinttico i Longo prazo i Iiretoria de segurana ! i !; IIntennedirio \ Ttico ! DetalhadoII

    Mdio prazo ierncia de Segurana IIntennedirio:1

    Tcnico I Detalhado e analtico , Mdio prazo :Gerncia de Segurana ! 'I IOperacional 1Operacional ; Detalhado e explicativo i Curto prazoChefia e Superviso ! I ,2.4.3 - A Avaliaco

    o controle e a avaliao so segmentos do processo administrativo, da fase doplanejamento em preveno de perdas, que medem e avaliam o desempenho e fonnam aao corretiva quando necessrio.

    o controle est presente, em maior ou menor grau, em quase todas as fonnas de aoempresarial e na preveno de perdas no poderia ser diferente.

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    A dimenso temporal o curto prazo, pois seus objetivos prticos so o controle dodesempenho das tarefas e a operao do sistema de segurana implantado. O contedo especfico e voltado para cada tarefa ou operao e direcionado para a ao corretivaimediata.

    Os controles podem ser classificados de acordo com a sua atuao nos nveisorganizacionais da empresa -institucional, intermedirio e operacional. Deste modo temosos controles institucionais, intermedirios e estratgicos na empresa como um todo e, nasegurana em particular, podemos acrescentar o nvel tcnico de segurana, conforme oquadro abaixo.

    Nvel "I Controle Contedo! Extenso de".", Amplitude !IEmpresarial \1 Tempo. I~ ~ = = ~ ~ ~ = ~ ~ = - = - = - = - = - - ~ ~ ~ = - ~ - - ' ~ ~ I L = - ~ ~ = = ~ = - - ~ ~ = - = - = - = - = 9Institucional 'Estratgico ',\ Genrico e sinttico \:1 ongo prazo 'IAborda a empresaiDiretoria I . Jcomo um todo :~ = = ~ = = = = = ~ ~ = = = = = = = = = ~ ~ ~ = = = = ~I Intermedirio 1Ttico IDetalhado 'I: Mdio prazo ,I Aborda cada! e r n ~ i a ! ! Ln i l i . ~ d e da empresaj Ij jIntermedirio : Tcnico de ,I Detalhadoe!Mdio prazo I borda cadalli Gerncia ; segurana I naltico unidade da empresa iIi ~ ~ - = ~ ~ ~ ~ ' ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ - ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ . i, Ope r a c i o n a l ! Operacional ',Detalhadoe l urto prazo Aborda cada tarefaII ~ h e f i a e superviso ! anal t ico' ou operao dei, 11 . orma isolada J

    Segundo Newman, "em todo processo de controle, existem trs etapas essenciais: o estabelecimento de padres em pontos estratgicos

    o acompanhamento da execuo e preparo dos relatrios adoo de medidas corretivas" (Newman, 1976, p.377)

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    Os padres de controle dependem diretamente dos objetivos, especificaes eresultados previstos do processo de planejamento. Um padro um nvel de realizao oudesempenho que se pretende tomar como referncia - pode servir como resultado esperadoque ser usado, no planejamento e na coordenao.

    As decises sobre padres de segurana, normalmente, so tomadas no decorrer doplanejamento de segurana, mas podem ser reajustadas, na medida em que o processo decontrole fornea ao gestor de preveno de perdas, o feedback, a fim de que ele seja capazde definir se os padres esto ou no adequadamente fixados para adaptarem-se realidadedo ambiente empresarial.

    o acompanhamento da execuo e preparo dos relatrios, nada mais do que saberquais so as tarefas que os subsistemas de segurana esto desempenhando. Atravs desteacompanhamento, o gestor de preveno de perdas sabe a qualquer tempo se de fato asegurana est cumprindo os objetivos estabelecidos no nvel institucional da empresa.Relatrios devem ser preparados com presteza, a fim de que sejam diagnosticados osproblemas e para que os diversos setores envolvidos possam discuti-los a tempo.

    Alguns autores dividem esta etapa em duas etapas distintas; mensurao dodesempenho e comparao do desempenho atual com o padro, porm escolhemos a etapade controle expressa por Newman por entendermos que ela mais sinttica e, em ltimaanlise, cumpre os mesmos objetivos.

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    o relatrio em segurana, confronta o desempenho efetivo de segurana com ospadres estabelecidos e tambm dever explicar de forma sucinta a razo de qualquerdesvio importante desses padres.

    Finalmente, importante que o relatrio sugira as medidas corretivas necessrias parao restabelecimento dos padres desejveis.

    A adoo de medidas corretivas tem por objetivo fazer com que as aes dasegurana caminhem de acordo com planejamento. Muitas das vezes, o problema no estna execuo das tarefas, mas sim no planejamento inadequado. Deste modo, cabe ao gestorde preveno de perdas realizar a ao corretiva do controle, para reavaliar e revisar oplanejamento, adequando-o realidade e s possibilidades concretas de execuo.

    Aes corretivas

    2.4.4 - A Investigao

    PadresEstabelecidos

    Acompanhamento epreparo de relatrios

    Os mtodos de investigao variam de acordo com a organizao e dependem dealguns fatores tais como: oramento, nmero de pessoas disponveis para realizar asinvestigaes e o tipo posio hierrquica que se oferece.

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    Alguns gerentes de segurana fazem poucos esforos para fazer uma investigaoapropriada, usando a desculpa de barreiras legais. Por outro lado, outros seguem a lei erealizam as investigaes cuidadosamente.

    A investigao requer um planejamento cuidadoso. O apoio do departamento jurdicoda empresa fundamental para assessorar quanto a legalidade ou no, do processo de

    investigao a ser realizado.

    Normalmente, uma investigao prvia nos currculos, enviados empresa parapreenchimento de vagas, economizam tempo e recursos, em entrevistas, testes etc.

    Exames como anti-drogas e detectores de mentira, normalmente utilizados noexterior, no fazem parte da cultura no Brasil, deste modo a investigao de antecedentesde pessoas, principalmente aquelas candidatas a reas sensveis na empresa, deve serrigorosa, a fim de se evitar erros de contrataes e, em ltima anlise, perdas para aempresa.

    2.4.5 - As Normas de SeguranaAs chamadas normas de segurana, esto inseridas no Plano Operacional de

    Segurana da empresa e, a descrio do trabalho do pessoal da rea de preveno deperdas.

    Para que estas normas sejam coerentes com o ambiente de trabalho, necessriorealizar treinamentos especficos, para que o homem esteja completamente integrado em

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    seu ambiente. Por este motivo que o treinamento e a formao da equipe de preveno deperdas so de suma importncia, para a eficincia do sistema integrado de segurana a serimplantado.

    2.5 As reas de estudo da seguranaAo elaborar um Plano Integrado de Preveno de Perdas, o gestor parte de uma

    anlise de riscos, que so originrios das mais diversas vulnerabilidades que podemapresentar a organizao.

    A soluo que o gestor de preveno de perdas vier a dar a estes riscos, marcar otipo de proteo a ser utilizado. Proteo esta, que deve ser entendida, como um conjuntode medidas de segurana que existiro, a fim de se opor a estas vulnerabilidades,identificadas na organizao.

    Os tipos de proteo baseiam-se na utilizao de meios que se classificam de acordocom o quadro abaixo.

    MEIOS DE PROTEO 1I~ = = = = = = = = = = = = = = ~ = = ~ ~ ~ ~ ~ ~ = = = = = = = = = = = = = = = = ~ I ' !Organizacionais TcnicosAtivos Passivos I

    ~ P = e = s s = o = a = I = = = = = = = = = = = = = = = = ~ : ~ I D e = = r e = = c ; = o = d = e = m = = t r u = = s = O = = = = = = = = ~ l i ~ F = e = c h = a = d = u = r = a s = = = = = = = = = = = = = = ~ 1 1;Planos de Preveno de Perdas .\ Controles de acesso ! Blindagens 1I. ~ J ~ ~ = = = = = = ~ = = = = = = = = = = = F = = = = ~ ~ = = = = = = = = = = = = ~ I I! :1 CFTV 'I Obstculos I IInre ao de sisremas _

    ~ c - o - m ~ u n ~ i - c a ~ - - o ~ e - - - c - e n - t r - a - i - s - - d - e 5 ~ 1 ' - - - - - - ~ ~ ~ - - ~ - - - - - - ~ I I I Isegurana .

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    Segurana EletrnicaOs chamados meios ativos so os sistemas de segurana eletrnica que podem ser

    analisados como proteo independente, que por si s, apresentam em seu conjunto acobertura prevista aos riscos levantados pelo gestor de preveno de perdas.

    A segurana eletrnica, um conjunto de elementos tcnicos destinados a advertir

    localmente ou distncia, qualquer incidente que possa representar risco para vidas, bensou continuidade dos negcios.

    Os objetivos de um sistema de segurana eletrnica so basicamente dois: dissuadir qualquer pessoa a cometer um delito que possa ser detectado pelo

    s i s t e m a ~ e detectar e avisar rapidamente se ocorrer um delito contra a empresa/rea

    protegida.

    Os sistemas de segurana eletrnica podem ser divididos em sub-sistemas anti-roubo,sub-sistemas anti-intruso, centrais de alarme e CFTV.

    Segurana FsicaA segurana fsica diz respeito segurana de instalaes fisicas, ou seja, prdios,

    indstrias, condomnios verticais e horizontais, usinas etc. Ela considerada um meiotcnico passivo, que so conjuntos de elementos e sistemas, do tipo fisico e mecnico, quetm por objetivo oferecer proteo adequada a bens e pessoas, apresentando um obstculoou impedimento ao agressor, ou a materializao dos riscos e ameaas.

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    A segurana fisica divide-se em : subsistemas de obstculos, subsistemas de reasprotegidas e subsistemas de controle de acesso.

    Segurana Contra IncndiosA segurana contra incndios a rea da segurana que se preocupa com os meios

    tcnicos e organizacionais, a fim de tentar evitar, controlar ou extinguir o fogo, querfortuitos ou provocados, que podem provocar um incndio.

    Os meios tcnicos de segurana contra incndio, correspondem a implantao dematrias, equipamentos e sistemas de preveno, deteno e extino para se opor amanifestao do fogo ou para combat-lo caso ele venha se manifestar.

    Todos os meios tcnicos e organizacionais tm um objetivo comum:a proteo depessoas e bens da empresa.

    O conjunto de meios tcnicos, para a proteo contra incndios, se dividem em trsgrandes sub-sistemas:

    Sub-sistema de proteo ativa Sub-sistema de proteo passiva Sub-sistema de extino

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    A Segurana do Trabalho e o Meio Ambiente

    A Segurana do Trabalho e Meio Ambiente o ramo da segurana dedicada identificao de riscos de acidentes no meio do trabalho, sua avaliao e eliminao oureduo do mesmo at um nvel aceitvel, mediante a utilizao de medidasorganizacionais e meios tcnicos para a preveno e proteo.

    Os meios tcnicos dividem-se em: Sub-sistema de proteo ativa Sub-sistema de proteo passiva

    Os sistemas de proteo ativa so aqueles que renem elementos, equipamentos esistemas para oferecer uma proteo adequada s pessoas em seu ambiente de trabalho. Osmeios tcnicos de proteo ativa, esto firmemente relacionados com o tipo de atividade e area em que a atividade se desenvolve.

    O sistema de proteo passiva o conjunto de elementos que tem a funo deoferecer a segurana adequada aos trabalhadores mediante o uso do equipamento deproteo individual (EPI) e de proteo do ambiente de trabalho de acordo com a atividadee a rea que esta atividade se desenvolve.

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    Esta parte da segurana pessoal, a segurana das pessoas no local de trabalho, entodeve ter como pontos bsicos a proteo da organizao contra pessoas indesejveis,atravs de um recrutamento adequado, a proteo da organizao contra empregadosdesonestos atravs de um controle adequado de reas e bens e a proteo dos empregadoscontra contrataes discriminatrias ou de procedimentos de dispensas de emprego.

    Outro ramo da segurana pessoal diz respeito ao maior bem de uma empresa - seusprincipais executivos. a chamada proteo executiva, tambm a cargo do diretor/gerentede preveno de perdas.

    Normalmente um programa de segurana de executivos, segundo Fischer e Green"( ..) envolve planejamento detalhado, operaes de guarda-costas e programas detreinamento para ensinar aos executivos e familiares, o que fazer para evitar se tomar umalvo e o que fazer se eles tomarem-se um alvo". A chave do sucesso, segundo os autores, "um pr-planejamento para um possvel ataque". (Fischer e Green, 1998, p.468).

    o Brasil considerado o 4 pas do mundo em casos de seqestro, somente atrs daColmbia, Mxico e Rssia. Esta triste colocao, reala de importncia este ramo dasegurana, a segurana pessoal. De acordo com Joseph Marog, existem cinco aspectos queos gerentes/diretores de segurana devem considerar quando desenvolvem um programa desegurana pessoal:

    1- "Terrorismo continuar persistindo como um problema internacional.2- Terroristas aumentaro o uso de alvos soft. como negcios.

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    593- Os ataques sero mais letais.4- Iro ocorrer mais ataques.5- As linhas que separam terrorismo domstico e no exterior sero

    menos claras." (Joseph Marog, 1996, p.40-42)

    Cabe ressaltar que, o que terrorismo para gerentes de segurana de empresasestrangeiras, normalmente no Brasil no considerado como tal. Por exemplo: criminososatacam um sentinela do Exrcito em um quartel e lhes roubam o armamento de servio.Este fato no exterior considerado terrorismo, no Brasil no. um evento puramentecriminal. Seqestros, no exterior, so considerados atos terroristas em maior ou menor grau,mas sempre considerados atos terroristas. No Brasil, consideramos como atos criminosos.

    Por este motivo, as literaturas americana e europia falam tanto em atos terroristas, oque para nossa cultura, pode parecer um exagero.

    Em concordncia com o que nos mostrou Marog, Bouthoul e Carrere citam que: " noexistem mais espaos preservados, santurios, nem pessoas no envolvidas. O terrorismoatual se caracteriza por:

    sua extenso e constante renovao seu sentido mundial sua globalizao seu carter total sua tenacidade crescente, moderna e elaborada(eletrnica, msseis

    etc)" e acrescentam que "( ...) a caracterstica maIS significativa da

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    poca atual o sentido mundial do terrorismo".(Bouthoul e Carrere,1979, p.95).

    Deste modo, vemos que a segurana pessoal avulta de importncia dentre as demaisramificaes da moderna segurana corporativa, pois ela lida diretamente com a vida daspessoas envolvidas e as variveis que podem levar os riscos a se concretizarem, soinmeras e de dificil antecipao.

    Segurana de Informaes

    A segurana de informaes ou segurana de dados o ramo da segurana que trataprincipalmente de um bem intangvel da empresa: a informao, seu capital intelectual.

    Divide-se, normalmente em segurana fisica e segurana lgica. A segurana fisica -a que trata do ambiente das mquinas, seu armazenamento, controle de acessos etc. Estasegurana realizada pela segurana fisica e eletrnica.

    A segurana lgica, que trata das informaes, propriamente ditas, que onde vamosnos deter.

    "Normalmente as pessoas acreditam que segurana de informao, protegercomputadores e informao de algum tipo de furto. Mas esta apenas uma parte daresposta" nos mostra Fischer e Green.(Fischer e Green, 1998, p.423)

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    A figura abaixo nos mostra alguns dos riscos e perigos associados com perdas decomputadores (Fischer e Green, 1998, p.424)

    US x 1000

    1994 1995I I Picos de tenso &I Acidentes C Furto C outros Iluminao C Trnsi to Terremoto C gua Fogo IComparao de perdas em computadores no binio 1994-1995(Origem SAF EWARE . theft losses 94-95)

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    o total dos valores das perdas, em dlares americanos, em 1994 foram da ordem deU$ 978,807.000.00 e em 1995 U$I,160,444.00.

    Aproximadamente, 66% das companhias observavam usos inapropriados doscomputadores por funcionrios, segundo os mesmos autores.

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    A Figura abaixo nos mostra o percentual de agentes que causam perdas nos negcios.(valores em dlares americanos)%

    Funcionrios Agentes externosDauantia desconhecida IJ$O - $1,000 0$1,001 - $ 5,000 o 5,001 - 10,000.$10.000 - $50,000 0$ 50,001 - $ 200,000 $ 200,001 - $ 500,000 0$500,001 - $ 1,000,000

    Parlrer, 1996. ComputerCrimeScene. USA Today.1996.p.B84)

    Uma observao interessante que at U$500,000.00 de perda, normalmente, acausa so os prprios empregados da empresa. Entretanto, quando a perda maior queU$500,000.00, os responsveis, normalmente, so agentes externos empresa.

    No Brasil, foi realizado um estudo semelhante em 1997, com 500 empresas, pelaM d u l o ~ , empresa de segurana em sistemas de informaes. Esta pesquisa revelou que34% dos problemas de segurana de dados em empresas, foram ocasionados por agentesinternos, ou seja, pelos prprios funcionrios.

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    Os grficos abaixo nos apresentam as concluses da pesquisa da Mdulo

    Responsveis pelos problemas de segurana:

    21%

    f i Clientes [ I Funcionrios O Hackers e invasores O Outros Causas desconhecidas

    Possui planos contra ataque?

    66%

    [JSim .No DNo sabe

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    o 5011 Parada de serviosDMau uso Roubo de informaes Penetrao em sistemas

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    Perdas financeiras em U$ (mil)

    100 150 200 250 300

    Virus o Roubo de notebooks Fraudes de telecomunicao O Uso indevidoO Fraudes financeiras Sabotagem

    Deste modo, vemos claramente a necessidade de um profissional de preveno deperdas realmente capacitado, a fim de minimizar este tipo de perdas nas empresas.

    2.6 Ensino da seguranaA crescente importncia da funo de segurana para a proteo dos recursos e ativos

    de uma empresa e o auge do mercado de segurana privada, exigem dos profissionais dosetor um esforo de capacitao que engloba, desde o conhecimento dos meios tcnicos eprocedimentos operacionais especficos da rea de segurana, at os fundamentos da

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    administrao de empresas, conjugando-os com as tcnicas mais modernas de gesto desegurana.

    Tradicionalmente, educao em gesto de segurana era estudada em pases comoEstados Unidos e Espanha, considerados expoentes em ensino de segurana, com foco emsegur