especialização e diversidade no centro de lisboacialização e diversidade no centro de lisboa
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Passaram este ano 25 anos sobre o incêndio do Chiado que destruiu 18 edifícios nohipercentro lisboeta, então bastante decadente. Desde então, assistiu-se a umaimportante reconfiguração metropolitana que integra simultaneamente processos dedescentralização e recentralização, alterações no padrão de acessibilidades emobilidades e consolidação de uma rede de centralidades. Lentamente, o centro deLisboa modernizou-se e voltou a ser uma área animada e atractiva. Aumentou adiversidade da oferta de comércio e serviços, emergiu uma nova organizaçãofuncional com formação de subáreas especializadas e aumentou também adiversidade dos utilizadores.O texto começa por dar conta das grandes linhas de transformação do centro deLisboa em termos demográficos e de modernização do aparelho comercial e deserviços, para depois destacar o papel da gestão urbanística e, por fim, enquadrar osprocessos no corpo teórico da produção do espaço e da resiliência dos territórios.TRANSCRIPT
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Especialização e Diversidade no Centro de Lisboa
Teresa Barata Salgueiro; Anselmo Amílcar
Universidade de Lisboa, IGOT
[email protected]; [email protected]
Resumo
Passaram este ano 25 anos sobre o incêndio do Chiado que destruiu 18 edifícios no hipercentro lisboeta, então bastante decadente. Desde então, assistiu-se a uma importante reconfiguração metropolitana que integra simultaneamente processos de descentralização e recentralização, alterações no padrão de acessibilidades e mobilidades e consolidação de uma rede de centralidades. Lentamente, o centro de Lisboa modernizou-se e voltou a ser uma área animada e atractiva. Aumentou a diversidade da oferta de comércio e serviços, emergiu uma nova organização funcional com formação de subáreas especializadas e aumentou também a diversidade dos utilizadores. O texto começa por dar conta das grandes linhas de transformação do centro de Lisboa em termos demográficos e de modernização do aparelho comercial e de serviços, para depois destacar o papel da gestão urbanística e, por fim, enquadrar os processos no corpo teórico da produção do espaço e da resiliência dos territórios.
Palavras chave: área central; reabilitação; revitalização; especialização
1. Evolução demográfica
O município de Lisboa perdeu 253 422 residentes (31,6% da pop) mas apenas 1645
(0,7%) famílias desde o pico demográfico de 1960. No último decénio a perda
demográfica foi bastante menor que nos períodos anteriores, 3%, mas o número de
famílias aumentou o que indicia inversão das dinâmicas. Às freguesias da coroa
periférica, com aumento populacional, juntam-se algumas centrais. Entre 1991 e 2001
apenas 4 freguesias ganham residentes, principalmente na coroa, mas entre 2001 e 2011
já 14 registaram ganhos. Eles foram superiores a 20% na Ameixoeira, Carnide e Sta
Justa. Mas se considerarmos os crescimentos entre 5 e 15% ao Lumiar e aos Olivais, da
coroa citadina, juntam-se os Mártires, S.Nicolau e Socorro, na zona central, Arroios e
S.Sebastião nos seus prolongamentos.
Outro processo relevante da dinâmica demográfica prende-se com a diminuição
acentuada da dimensão das famílias, em paralelo com a subida do nível de vida, o
crescimento dos divórcios, o aumento geral da mobilidade determinada pelos estudos
superiores e emprego, novos hábitos de convivência, o progresso da sociedade de
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consumo e de formas de consumo estético. Entre 2001 e 2011 as famílias unipessoais
registaram um crescimento de 19%, enquanto as constituídas por pessoas com 65 e mais
anos cresceram apenas de 8%, o que revela a tendência para a vida solitária se estender
a outras faixas etárias que não só à dos idosos.
A idade dos representantes das famílias indica também o rejuvenescimento do centro.
18% tem menos de 34 anos e 35% tem 65 anos ou mais, mas em S.Nicolau os chefes de
família jovens aproximam-se dos 30% enquanto nos Mártires apenas 17% dos
representantes das famílias têm mais de 64 anos. O movimento de rejuvenescimento
estende-se às freguesias limítrofes seja pelo maior peso dos jovens, como em São Paulo
e Madalena, ou por quebra no valor dos idosos como também sucede na Madalena.
2. Modernização com especialização funcional
No centro de Lisboa assistiu-se a um aumento dos estabelecimentos comerciais
vinculados a grandes marcas nacionais ou internacionais, fruto da instalação directa de
cadeias ou por meio de franchising no domínio da moda e acessórios, artigos e
equipamento de desporto e lazer, perfumaria, material de informática, telemóveis e
fotografia, tendo por alvo, principalmente clientelas jovens e segmentos médio-altos.
Apareceram novos conceitos de estabelecimentos ou mesmo lojas-conceito em que não
se vendem apenas artigos mas imagens, experiências e símbolos; tornou-se menos nítida
a fronteira entre comércio, restauração e cultura.
Aumentou o número de unidades com componente cultural e estética nos artigos ou no
ambiente. Esta tendência estende-se às lojas gourmet, aos restaurantes com cozinha de
autor, aos bares que oferecem vistas soberbas e, de um modo geral, a todos os que
valorizam a arquitectura e a estética do próprio estabelecimento, ou mesmo a memória
do sítio de uma casa tradicional.
Houve grande crescimento dos lugares de restauração de vários tipos com
características e para públicos muito diversificados. Assistiu-se à dinamização de
lugares de animação nocturna, alguns em articulação com o Chiado devido ao
alargamento dos horários. No sentido de propiciar espaços de passeio e lazer, deve
registar-se a qualificação de praças e outros espaços públicos, o reforço e diversificação
da oferta cultural (novos museus, redinamização de casas de espectáculos, sítios de
vanguardas).
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Muito recentemente desenvolveu-se uma oferta de luxo que ‘ocupou’ a avenida da
Liberdade tornando-a no eixo das grandes marcas do luxo internacional no domínio da
moda e acessórios. A reconfiguração de áreas especializadas no centro acentua-se.
A oferta do Bairro Alto especializa-se na animação nocturna, moda, design, actividades
culturais alternativas, enquanto no Chiado domina uma cultura mais institucional, o
comércio das cadeias, os lugares de encontro e passeio (Costa, 2009). A Baixa encontra-
se em profunda mutação devido à recente dinâmica induzida pela valorização da praça
do Comércio e pela multiplicação de obras nos imóveis. Antigos comércios, mais ou
menos decadentes, ombreiam com comércio étnico de bugigangas e também algum
alimentar; modernizam-se e multiplicaram-se os restaurantes e outros espaços do sector
da restauração, muitas vezes com esplanada, num movimento que avançou sobre o
Martim Moniz e a estação do Rossio.
A frente ribeirinha tem cada vez mais uma oferta que combina o lazer e o passeio com a
restauração e bolsas de animação nocturna.
O Chiado é hoje uma área muito animada para o passeio e o lazer, para o encontro, para
compras. Há 25 anos não era percepcionado como sítio interessante nem apetecível para
morar, mas há meia dúzia de anos já acolhia os apartamentos de preços mais elevados
de Lisboa. Na Baixa também aumentaram os fogos reabilitados e, em todo o centro
antigo, crescem os alojamentos turísticos. Aumentou, pois a oferta residencial para
estratos altos da procura no Chiado e com elevado capital cultural na Baixa e no Bairro
Alto, em paralelo com o aumento e diversificação da oferta de alojamento turístico com
a abertura de hotéis e também hostels de boa qualidade.
Apesar das novas centralidades na cidade e nas coroas suburbanas, o centro de Lisboa,
que desde finais do século 19 abandonara a frente ribeirinha para progredir para Norte,
reconstituiu-se numa vasta área que incorpora e ultrapassa o centro tradicional e na qual
se identificam as diversas especializações funcionais como brevemente demos conta.
3. Processos e actores da transformação
Podem identificar-se três processos importantes e interligados por trás dos resultados
enunciados: a aposta na reabilitação urbana, com crescimento da oferta habitacional e
requalificação do espaço público; alteração nas acessibilidades, com novas estações de
metro e parques de estacionamento; mudança na base económica, com retracção das
actividades do Estado e do sector financeiro e grande crescimento e diversificação do
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turismo urbano, das actividades culturais e criativas e a modernização do comércio. Vou
apenas considerar a primeira onde se destaca o empenhamento municipal no
ordenamento do território e no ensaio de novos modelos de governação mais
dialogantes e participados.
O processo de gestão urbanística, embora lento, prosseguiu numa linha de continuidade
que garantiu a revitalização do espaço, principalmente através do seguinte tipo de
medidas: (i) possibilidade de alteração dos imóveis o que facilitou a modernização de
fogos, escritórios e comércio; (ii) instalação de lojas âncora de que a primeira foi a
FNAC; (iii) investimentos nos espaços públicos, de convívio e lazer; (iv) maior
articulação pedonal e de horários entre os vários espaços; (iv) apoio a associações
empresariais de valorização das várias áreas.
A reabilitação do parque edificado e a modernização das actividades económicas são de
âmbito essencialmente privado, cabendo aos proprietários e empresários zelar pela
manutenção e actualização dos seus activos. No entanto, como os estudos sobre a
resiliência das áreas comerciais mostram, a intervenção pública tem um importante
papel de facilitador ou estimulador dos processos de reabilitação, com sistemas de
incentivos ou apoios directos, para além, naturalmente, da sua regulação.
A área para construção nova em Lisboa está praticamente esgotada. A reabilitação, com
diferentes modelos ao longo do tempo, tem sido um dos objectivos da gestão urbanística
desde os anos 80, recebeu vultuosos investimentos públicos (450 Mi€ segundo CML,
2011-24) que tiveram resultados relativamente modestos. É hoje claro que o Estado não
tem capacidade de assumir por si só os encargos da reabilitação urbana. Assim, a CML
reconhece que os meios financeiros para a reabilitação têm de provir essencialmente do
investimento privado, que tem de se tornar tão interessante como qualquer outro e se
deve olhar a reabilitação numa óptica de mercado. Também aponta um novo paradigma
de gestão da cidade que passa “por dar prioridade a regenerar a cidade existente,
reabilitar o que está em mau estado, reutilizar o que está devoluto, qualificar a cidade
consolidada”(CML, 2011-2024, p.5).
A área central de Lisboa possui uma série de planos de pormenor que têm norteado as
intervenções, como é o caso do Plano para a zona sinistrado do Chiado (1990), a
Proposta de revitalização da Baixa Chiado (2008), o Plano de Pormenor de Salvaguarda
da Baixa Pombalina (2011). Foi através do comércio (centro comercial inaugurado em
Out de 1999) e da alteração nas acessibilidades (estações do metro) do Plano de A.Siza
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que se criaram as condições para o Chiado retomar, com muito maior vigor do que antes
do incêndio, a sua vitalidade. A decisão de elaborar o Plano de Pormenor de
Salvaguarda da Baixa Pombalina (2011) tomada em 2008 foi decisiva para desbloquear
a situação criada pelo PDM de 1994 que só permitia obras de conservação, estando
interditas todas as alterações na Baixa até que existisse um plano de pormenor. Em
pouco mais de 2 anos foram licenciados mais de 200 projectos e iniciadas várias obras
(CML, 2011-2024, p.22), onde se multiplicam residências permanentes ou de
alojamento temporário.
4. Interpretação
A mudança nos gostos e na procura dos consumidores pós-modernos, no sentido de uma
estetização da vida quotidiana, viabilizam o importante crescimento da economia
cultural nas sociedades capitalistas avançadas e representam novas oportunidades para o
centro, seja em termos de residência, seja de actividades e acontecimentos. A tendência
para valorização do caracter autêntico e único favorece áreas distintivas pelo património
arquitectónico e cultural, uma das vantagens dos “velhos centros” face ao simulacro e
padronização dos centros comerciais.
Os centros das cidades constituem um recurso de paisagem e de memória que possibilita
o lazer e os novos consumos, um verdadeiro activo que importa “actualizar” através de
novos usos (Barata-Salgueiro, 2013). A regeneração ou reabilitação de áreas interiores
permitiu a sua revalorização e deu uma nova viabilidade aos centros e ao comércio.
À luz da resiliência, as acções de reabilitação dos centros favoráveis à operação do
comércio, facilitam a adaptação aos desafios colocados pelo comércio organizado e
periférico, sendo um modo de potenciar a resiliência das áreas centrais ao garantir-lhes
massa crítica e diversidade funcional, base da atractividade e vitalidade.
Estas teorias permitem também perceber a redefinição do papel do Estado, de
responsável último pela reabilitação de áreas decadentes a parceiro para viabilizar
estratégias, criando condições que permitam aos privados investir e modernizar,
aumentando a sua resiliência.
Harvey (1987) estabelece uma ligação entre a produção do espaço construído e crises no
processo de acumulação, dando lugar a excesso de liquidez em que os booms
imobiliários coincidem com a transferência do capital do circuito primário de
acumulação (a esfera produtiva) para o circuito secundário (produção do ambiente
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construído) ou terciário (actividades de investigação indispensáveis à inovação no
circuito produtivo).
A teoria crítica explora a valorização que ocorre no imobiliário, em resultado das
intervenções de reabilitação, para mostrar que esta serve os interesses da acumulação do
capital, criando condições para viabilizar o (re)investimento na produção especulativa
de novos espaços de comércio, serviços e habitação. O pragmatismo dos autarcas sobre
a necessidade de criar condições atractivas na óptica do mercado dá-lhe razão.
Como Carlos (2001) nota, as transformações na base económica das sociedades exigem
a produção de “outro espaço”, condição de nova acumulação. Como Lisboa já não
possui terrenos livres para ocupar, as grandes operações de regeneração são o modo
privilegiado para produzir novos espaços. A “reconstrução do centro” para viabilizar
centros comerciais, novos tipos de espaços de comércio e lazer e habitação para grupos
de nível económico ou cultural alto são igualmente formas de produção de espaço, pois
acrescentam novos espaços através de novas funcionalidades ao velho centro. Lisboa
tem vindo a conhecer estes processos, primeiro no Parque das Nações, agora no centro.
A questão interessante que se coloca será a de ver como se vai conciliar a modernização
e a requalificação com a manutenção da diversidade, impedindo a expulsão dos mais
frágeis e garantindo portanto a coesão social. Veremos se a prática alargada de
reabilitação preconizada na Estratégia da CML consegue ser passada à prática de modo
que o centro redinamizado conviva com uma cidade multipolar e de facto para todos.
4. Bibliografia
Barata Salgueiro, 2013, Changes in Production and Appropriation of space in central
áreas. In Pintaudi S (ed.) Cidade, Comércio Urbano e Consumo. UNESP, S. Paulo (no
prelo).
Carlos A.F (2001) Espaço-tempo na metrópole. Editora Contexto, São Paulo.
CML, Câmara Municipal de Lisboa (s/d) Estratégia de Reabilitação Urbana de Lisboa
- 2011-2024. Lisboa.
Costa P (2009) Bairro Alto-Chiado. Efeitos de Meio e Desenvolvimento Sustentável de
um Bairro Cultural. Lisboa. CML, Direcção Municipal da Cultura.
Harvey D (1987) Flexible Accumulation through urbanization. Reflections on ‘post-
modernism’ in the American city. Antipode, 19(3): 260-286.
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