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“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra” Na quinta feira, dia 13, foi dado início a semana de cultivar as tradições e relembrar a garra e força do povo gaúcho. A abertura aconteceu durante a manhã e contou com a passagem da chama crioula para as entidades tradicionalistas da cidade, logo mais à noite aconteceu o primeiro dos sete bailes nas sedes de cultivo a memória gaúcha. A abertura oficial contou com o desfile de cavalarianos, no sábado, dia 15. O destaque destes sete dias vão além da formosura dos bailes. Durante o dia são organizadas rondas, onde acontece uma interação maior entre as pessoas, são organizados almoços, jantas, rodas de chimarrão, trovas e muitos “causos” são contados entre a gauchada. Todas buscam manter, de geração a geração, as tradi- ções rio-grandenses. As escolas também buscam trabalhar assuntos como a Revolução Farroupilha, e a importância de reviver a cultura local. Neste ano a Secretaria de Cultura e Turismo organizou a “Comitiva para a Gurizada” que se encarregou de fazer visitas aos estudantes da rede de ensino, levando apresentações de invernadas artísticas, um contador de histórias e palestras sobre as tradições gaúchas. A semana farroupilha tem a finalidade de manter a acesa a chama daquele povo honrado, que defende seus ideais. Até hoje é considerada como uma maneira de co- memoração e envolve todos os setores do município, desde as costureiras que garan- tem as pilchas tradicionais até os supermercados que garantem o belo corte de carne para o consagrado churrasco. A equipe da redação do Jornal do Pampa organizou este caderno especial, com o intuito de cultuar e manter registrado a paixão pelos costumes em Caçapava do Sul, conhecida também como a Segunda Capital Farroupilha. Dese- jamos a todos uma ótima semana de cultivo ao legado do povo gaúcho. As crianças são motivadas a conhecer os costumes Foto Caroline Petrin Comitiva para a Gurizada levando a tradição para dentro da escola. O tradicionalista Zeno Chaves falou sobre a história do povo gaúcho. Ronda organizada pela Polícia Civil, sob comando da delegada Fabiane Bittencourt, garantiu o legado gaúcho Foto Caroline Petrin Foto Caroline Petrin

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Semana Farroupilha 2012

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Page 1: Especial Semana Farroupilha 2012

“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”

Na quinta feira, dia 13, foi dado início a semana de cultivar as tradições erelembrar a garra e força do povo gaúcho. A abertura aconteceu durante a manhãe contou com a passagem da chama crioula para as entidades tradicionalistas dacidade, logo mais à noite aconteceu o primeiro dos sete bailes nas sedes de cultivoa memória gaúcha. A abertura oficial contou com o desfile de cavalarianos, nosábado, dia 15.

O destaque destes sete dias vão além da formosura dos bailes. Durante o diasão organizadas rondas, onde acontece uma interação maior entre as pessoas, sãoorganizados almoços, jantas, rodas de chimarrão, trovas e muitos “causos” sãocontados entre a gauchada. Todas buscam manter, de geração a geração, as tradi-ções rio-grandenses.

As escolas também buscam trabalhar assuntos como a Revolução Farroupilha,

e a importância de reviver a cultura local. Neste ano a Secretaria de Cultura eTurismo organizou a “Comitiva para a Gurizada” que se encarregou de fazer visitasaos estudantes da rede de ensino, levando apresentações de invernadas artísticas,um contador de histórias e palestras sobre as tradições gaúchas.

A semana farroupilha tem a finalidade de manter a acesa a chama daquele povohonrado, que defende seus ideais. Até hoje é considerada como uma maneira de co-memoração e envolve todos os setores do município, desde as costureiras que garan-tem as pilchas tradicionais até os supermercados que garantem o belo corte de carnepara o consagrado churrasco. A equipe da redação do Jornal do Pampa organizou estecaderno especial, com o intuito de cultuar e manter registrado a paixão pelos costumesem Caçapava do Sul, conhecida também como a Segunda Capital Farroupilha. Dese-jamos a todos uma ótima semana de cultivo ao legado do povo gaúcho.

As crianças são motivadas a conhecer os costumes

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Comitiva para a Gurizada levando a tradição para dentro da escola. O tradicionalista Zeno Chavesfalou sobre a história do povo gaúcho.

Ronda organizada pela Polícia Civil, sob comando da delegada Fabiane Bittencourt, garantiu olegado gaúcho

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02 | Jornal do Pampa 19 de setembro de 2012Edição Especial Semana Farroupilha 2012

Chama crioula édistribuída às entidades

tradicionalistasNa manhã desta quinta-fei-

ra, 13 de setembro, foi realizadana Brigada Militar a solenidadede distribuição da chama crioulaàs entidades tradicionalistas deCaçapava do Sul. A chama cri-oula é um dos símbolos da tradi-ção gaúcha e foi recebida porrepresentantes dos centros tra-dicionalistas do Município. A ce-rimônia também teve a participa-ção do comando da BrigadaMilitar, do secretário de Culturae Turismo (Secultur), DarlanFreitas, e tradicionalistas. A ati-vidade marca o começo dos fes-tejos farroupilhas e das rondasnos CTGs.

Rondas e Chama Crioula preservando o legado dos antepassadosNum ambiente em que a sociedade negava hábitos, costumes e tra-

dições gauchescas, ressurge o sentimento de orgulho pela tradição. Nomês de agosto de 1947, alguns estudantes do Colégio Julio de Castilhosde Porto Alegre, liderados por João Carlos D’Avila Paixão Côrtes, funda-ram o Departamento de Tradições Gaúchas, junto ao Grêmio Estudantil.O Departamento destinava-se a estimular o desenvolvimento cultural,por meio de reuniões sociais recreativas. Era um movimento estudantilcom alunos de diversas camadas sociais e segmentos étnicos, que semobilizava em favor das tradições. O objetivo era achar uma trilha dianteda perda da fisionomia regional, ou seja, procuravam a identidade daterra gaúcha.

No Departamento de Tradições Gaúchas do grêmio estudantil Juliode Castilhos decidiram realizar a “1ª Ronda Gaucha”. Esta iniciou no dia7 de setembro e se estendeu até o dia 20 marcando as comemorações de1947. Durante esta programação estava previsto o acendimento de umcandeeiro crioulo.

A Chama Crioula é o fogo que simboliza fertilidade, calor, claridade,ardor, paixão, hospitalidade e coragem. Simboliza, enfim, a Tradição Ga-úcha. Representa o gaúcho idealizado no espírito heróico dosFarroupilhas, com os ideais de justiça e liberdade, visando a aproxima-ção dos povos.

Fotos da 1a noite de Bailanta

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CTG Clareira da Mata

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Associação dos trovadores

CTG Família Nativista

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CTG Heróis do Seival

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CTG Pampa e Querência

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CTG Sentinela do Forte

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A tomada de CaçapavaEm 20 de setembro de 1835, na pro-

víncia do Rio Grande do Sul, rebentou amais longa revolta civil ocorrida no Bra-sil Império, cujo um dos seus principaiscomandantes foi Bento Gonçalves: AGuerra dos Farrapos ou RevoluçãoFarroupilha. O conflito foi causado pelarevolta dos gaúchos para com o Gover-no Imperial, pois sobre seus principaisprodutos (charque e couro), eram co-brados altíssimos impostos.

O movimento pretendia trazer no-vos rumos para a Província. Tal fatotomou maior força após a Proclamaçãoda República Rio-Grandense em 1836por Antônio de Souza Neto, que instalousua 1° capital na cidade de Piratini.

Com a evolução do conflito a capi-tal dos revolucionários foi transferidade Piratini para Caçapava, por seu difí-cil acesso e melhores condições de defe-sa. Desde o início de 1837 osfarroupilhas já lutavam em territóriocaçapavano, assim conheceram melhoro local onde mais tarde se instalariam.

No dia 7 de abril de 1837 a cavala-ria Farroupilha, comandada pelos gene-rais Antônio de Souza Neto e Bento Ma-nuel Ribeiro sitiou a vila de Caçapava,que estava ocupada por 540 soldados,praças da guarda nacional e voluntárioscivis do Império. Destes, 320 eram sol-dados de infantaria, 50 de artilharia e170 decavalaria, todos apoiados por 13bocas de fogo(canhões), chefiados pelocoronel Crisóstomo, que foi obrigado ase entregar, pois os Farroupilhas esta-vam com um exército de 1500 homens.

Entre os soldados do Império esta-va o jovem tenente Manoel Luís Osório,que queria fazer a retirada antes que ocerco se completasse, com isso os Impe-riais se retiraram e os Farroupilhas to-maram posse do território. Assim,

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Caçapava, em oito de abril de 1837, foiconquistada pelos republicanos, apósoito dias de sitio, porém apenas no dianove de janeiro de 1839 Caçapava doSul foi proclamada 2° Capital da Repú-blica Rio-Grandense, sendo publicadaa seguinte notícia pelo jornalista LuigiRossetti no jornal O POVO: “O Gover-no ouviu o voto, que pelo órgão de algu-mas das nossas câmaras municipais,lhes tende expressado: ele vai remover-se para “Cassapava”. Neste ponto maiscentral espera fazer melhor sentir emtodo o vasto território da República os

efeitos da sua ação”.Hoje a cidade guarda patrimônios

históricos da Revolução que servem defontes de estudos e pesquisas para acomunidade local e regional. Anualmenteé comemorada a semana farroupilha noRio Grande do Sul,no período de 13 a20 de setembro,para que os gaúchosenalteçam a garra e coragem de seusantepassados.

Este é um texto produzido pelos alu-nos durante a olimpíada de História

Escola Augusto Vitor Costa

CTG Sentinela dos Cerros

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Page 3: Especial Semana Farroupilha 2012

Jornal do Pampa | 0319 de Setembro de 2012 Edição Especial Semana Farroupilha 2012

Tradições GaúchasO gaúcho, uma figura masculi-

na, que em meados do séculodezenove já era um mito. Símbolo dospampas no decorrer da história.Eram-lhe atribuídos predicados múl-tiplos como: hombridade, valentia,espírito de luta, entre outros. Umhomem que havia forjado uma formade vida sob a qual o estigma da li-berdade sinaliza seus passos. Umser indomável que vivia solitário edesprendido de qualquer conforto.

Grande parte da ideologia dogaúcho, encontra-se hoje preserva-da pelos atuais Centros de TradiçãoGaúcha, que surgiram no final da dé-cada de 40. Fruto do desejo apaixo-nado de resgatar as raízes da culturagaucha. Através de suas atividades,reproduzem com orgulho os hábitosdo homem do campo que colonizou efez crescer o Estado, mantendo sem-pre acesa a chama da história.

Um cavaleiro indomável e exí-mio domador. A doma, retratada nosrodeios na forma de ginetiada é aparte empolgante dos rodeios. Mo-mento em que homem e cavalo ten-tam aproximação, acompanhadopelo clamor e delírio de umagauchada que cultiva as tradições.

Os hábitos do gaúcho estão dire-tamente ligados às atividades do cam-po. Sendo ágil no laço, ele sabe laçarum cavalo ou um boi usando o laço decouro trançado. Sempre com o “pingoe o cusco” de companheiros, a proxi-midade com os animais está presentenos rincões gaúchos através das Mis-sões, pelos padres jesuítas.

As danças tradicionais são a le-gitima expressão de sua alma. Em to-das elas ressalta-se o espírito de so-berania e o respeito à figura feminina,que sempre caracterizou o campesinorio-grandense. As danças folclóricas

possuem a peculiaridade de sempreevolucionar aos pares. Este fato jus-tifica a formação histórica deste povo,uma sociedade que firmou raízes nestaterra através da participação atuanteda mulher.

Durante a Semana Farroupilhasão realizadas rondas, bailes, pales-tras, estudos, atividades campeirase culturais. O Rio Grande do Sul,sob magia e encanto de suas belaspaisagens oferece um riquíssimo fol-clore. Tão grande acervo brotou daconvivência do homem do campo àsmargens da fronteira mesclado comas raças do litoral, comungado coma farta dádiva da natureza. Seiva dahospitalidade do povo rio-gran-dense, onde germinam usos e cos-tumes espontâneos. O sul do paístem o gosto marcante do chimarrão,a alegria contagiante dos fandangose o olhar matreiro do Cruzeiro do Sul.

Mas o que é semanafarroupilha mesmo?!

Todos participam de uma for-ma ou outra dos festejosfarroupilhas, mas poucos sabema que se deve tamanha festa. ASemana Farroupilha está direta-mente relacionada à história doEstado do Rio Grande do Sul, fazhomenagem aos antepassadosque lutaram durante 10 anos porideais de liberdade, igualdade ehumanidade, os quais lhes eramnegados pela coroa Portuguesana época do “Brasil Colonial”.

As comemorações da Revo-lução Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movi-mentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas osmais diversos segmentos sociais - a Guerra dos Farrapos contra oImpério, de 1835 a 1845. O Marco inicial ocorreu no amanhecer de20 de setembro de 1835.

Caçapava do Sul abrigou o governo da república riograndensepor mais de um ano entre 1839 e 1840, tornando-se assim a 2ª Capi-tal Farroupilha, já que a primeira foi Piratini e a terceira foi Alegrete.Em Caçapava do Sul foram impressas 115 edições do jornal “OPovo” que tratava dos assuntos relacionados a república riograndense,também foi palco de decisões importantes, onde foram comemora-das importantes vitórias dos farroupilhas sobre os soldados imperi-ais.

Que venham os festejos farroupilhas, mas que venha junto: orespeito à história de nosso povo, o orgulho de ser quem somos pelasconquistas de nossos ancestrais, por fim, que venha o culto à memó-ria imortal dos guerreiros farrapos.

Por Renata Bairros

Culinária Rio-Grandense: o churrascoTradicional da cultura gaúcha,

o churrasco, surgiu nas imensidadesdos pampas, quando essa parte doBrasil era disputada por castelhanose paulistas, ocupada por milhares decabeças de gado selvagem, oriun-das de Buenos Aires e de outras áre-as da Argentina.

A princípio, o churrasco erararíssimo, pois, não havia a preocu-pação com o comércio da carne bo-vina, mas sim com a obtenção decouro e de sebo. Para isso, realiza-vam-se as vacarias, ou seja, as ma-tanças de gado. Os vaqueiros, de-pois de correrem, cercarem e mata-rem os bois, cortavam o pedaço maisfácil de partir e o assavam inteiro numburaco aberto no chão, temperando-o com a própria cinza do braseiro.

O churrasco tornou-se uma prá-tica mais difundida, criando-se, as-sim, novas técnicas para o seu pre-paro. Surgiram os cortes especiaisda carne, como a costela e a paleta.A generalização do hábito de comerchurrasco acabou gerando diferen-tes estilos de comercialização. Comas festividades da Semana Farrou-pilha, o consumo de carne nas em-presas especializadas aumenta con-sideravelmente.

Segundo o assador, JaimeValmor Campos, para preparar umacostela, é necessário verificar a car-tilagem envolta do osso que carac-teriza a maciez da carne; já para os

cortes sem osso, é importante cui-dar a marmorização, a nervura que acarne apresenta entre os pedaços.“Para preparar um bom churrasco, oassador deve deixar a carne paradaantes de espetar, assar os quatro la-dos do corte e é importante lembrarque quanto mais longe da brasa, maismacia fica a carne”, afirma Campos.

Turma da Confraria das quartas-feiras, preparando o churrasco naronda de 2011 no CTG Família Nativista.

Curiosidade:O matambretem seu nome originado do es-panhol “mata hambre” (mata afome), pois quando um bovinoé abatido a primeira peça decarne que se retira é esta “man-ta” que envolve a costela.

Quando se compra coste-la, o matambre é a tira de car-ne de cor rosada que a envol-ve, e que deve ser preparadaseparadamente. Pode ser pre-parada na grelha ou no espeto,cortada em tiras finas e servi-da como aperitivo para o chur-rasco. Outro preparo excelen-te é enrolar o matambre erecheá-lo com legumes,linguiça e ovos.

Churrasco assado na formatradicional, com espeto de

madeira e fogo de chão.

Page 4: Especial Semana Farroupilha 2012

19 de Setembro de 2011Edição Especial Semana Farroupilha 201204 | Jornal do Pampa

Como preparar ochimarrão

Pronto ! Agora é só saborearo seu autêntico CHIMARRÃO.

Coloque a erva preenchendocerca de 3/4 da cuia.

Incline-a um pouco e abafecom a mão em diagonal.

Coloque água morna commuito cuidado e com a cuia

inclinada e deixe oerva absorver toda a água.

Ainda com a cuia inclinada,coloque a bomba devagar. Deve-setapar com o dedo o bico da cuia na

inserção.

Arrume a bomba conforme oseu gosto, não esquecendo de

virar o bico da bombapara o lado de fora da cuia.

Desfile de abertura daSemana Farroupilha

Nem o mal tempo e a chuva de sábado, dia 15, impediram que oscavalarianos fizessem a abertura oficial da semana das tradições gaúchas.

Desfilaram as sete entidades tradicionalistas e seus piquetes. Às 14horas a cavalgada iniciou partindo da Av. Pinheiro Machado. E um poucoantes das 15 horas os representantes das entidades já estavam passandopela rua XV de Novembro. Mesmo com as más condições do tempo, haviavárias pessoas assistindo o desfile em baixo de marquises para se abrigarda chuva.

Através das gerções se cultivam as tradições

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Pilcha GaúchaA indumentária gaúcha é o traje

usado por peões e prendas nas ati-vidades cotidianas dotradicionalismo, apresentações artís-ticas e participações sociais, taiscomo: bailes, congressos, represen-tações, entre outros. A vestimentaFoi criada no início do movimentotradicionalista, com a criação do pri-meiro CTG, denominado “35 CTG”.Homens e mulheres começaram a tra-jar uma roupa adequada aos even-tos e com uma relação na história eformação cultural do povo gaúcho.

A “Pilcha Gaúcha” é caracteri-zada por reproduzir com autentici-dade a elegância e sobriedade daindumentária histórica, conforme osditames e as diretrizes traçadas peloMovimento Tradicionalista Gaúcho.

Para os homens,o uso de coresneutras caracterizam as bombachas,de cós largo, bolso laterais e punhosabotoados no tornozelos e sempredentro das botas. As camisas devem

ser sociais, sendo proibido o uso detecidos estampados ou de cetim. Asmangas longas devem ser utilizadasem ocasiões formais, e as curtas nasatividades de lazer. O lenço na maio-ria das vezes é utilizado na cor ver-melha, com um belo nó traçado.Chapeú, pala, cinto, colete, paletótambém fazem parte da vestimentamasculina.

A pilcha feminina busca sempreconservar os pressupostos de sim-plicidade, sobriedade e recato quesempre foram inerentes à mulher domeio rural. Inspirado nas chinocascampesinas adotou-se a “chita”como pano ideal para confecção des-te traje. Uma saia com barra no peitodo pé e uma blusa de manga longa,sem expor ombros e seios caracteri-zam a mulher gaúcha. A saia de ar-mação deve ser sempre mais curtaque o vestido. É permitido o uso demaquiagem e jóias, desde que sejamdiscretas.

Governador participará dos festejos farroupilhas em Caçapava do SulEm 20 de setembro, Caçapava do

Sul, segunda Capital Farroupilha, re-ceberá durante as atividades do en-cerramento da Semana Farroupilha2012, o governador do Estado TarsoGenro. Conforme divulgação da Se-cretaria de Cultura e Turismo(Secultur), Genro assistirá a encena-ção da peça “De Seival à Porongos”com atores do Instituto Estadual deArtes Cênicas RS – IEACen, no Lar-go Farroupilha às 14 horas.

A Banda Municipal Dr. CyroCarlos de Melo e a Guarda da Infan-taria Farroupilha farão a abertura dodesfile dos cavalarianos que inicia-rá às 14h40min, na Rua 15 de No-vembro. São esperados aproximada-mente 700 cavalarianos, das entida-des e piquetes dos centros tradicio-nalistas do Município.

De acordo com informações daSecultur e da Comissão da SemanaFarroupilha, integra a programaçãodos festejos, no dia do gaúcho, asseguintes apresentações locais:16h40min horas Coral MunicipalInfanto Juvenil; 17h Associação deTrovadores Rui Freitas; 20h30minshow musical com Grupo Maleva(lançamento de CD).

Os festejos farroupilhas em 2012têm como tema “Nossas Riquezas”,com apoio da Secretaria de Estadoda Cultura (Sedac), será apresenta-do o Concerto da Orquestra Sinfô-

nica de Porto Alegre (OSPA), o qualterá regência do maestro ManfredoSchmiedt, às 19 horas na Igreja Ma-triz Nossa Senhora da Assunção,local onde será celebrada uma missaàs 18 horas.

A batalhaA batalha do Seival marca uma

etapa da Revolução Farroupilha (1835-1845) - o mais longo e um dosmais significativos movimentos derevoltas civis brasileiros, envolven-do em suas lutas os mais diversossegmentos sociais. No dia 10 de Se-tembro de 1836 trava-se o combatedo Seival entre as forças do CoronelFarroupilha Antônio de Sousa Netoe as do Coronel Imperialista João daSilva Tavares. Após renhida luta éderrotada a força imperial brasileira.Nesse movimento revolucionário quemostrava como pano de fundo os ide-ais liberais, federalistas e republica-nos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidadede Piratini a sua primeira capital.

Caçapava do SulCaçapava na língua Tupi-Guarani

significa “Clareira na Mata”. Calcula-se que em 1777, nasceu a “Paragemde Caçapava”, oriunda de um acam-pamento militar localizado no pontomais estratégico da região, no antigoaldeamento dos charruas, numa cla-reira cravada na mata virgem.

Por ocupar localização estraté-

Programa da OSPAem Caçapava do Sul

Francisco Pinto da Fontoura/JoaquimJosé Mendanha: Hino Rio-GrandenseGioacchino Rossini: Abertura da ópe-ra O Barbeiro de SevilhaGioacchino Rossini: Largo al factótumda ópera O Barbeiro de SevilhaPietro Mascagni: Intermezzo da ópe-ra Cavalleria RusticanaGeorge Bizet: Suíte nº 1 da ópera Car-menGeorge Bizet: Ária do Toreador (Votretoast, je peux vous le rendre)Tasso Bangel: FronteirasAlfred Hülsberg: Danças GaúchasJader Murici Teixeira (Leonardo): Céu,Sol, SulAntônio e Ernesto Fagundes: CantoAlegretenseSolista: Francis Padilha (barítono)Maestro: Manfredo Schmiedt

gica nos pampas, Caçapava do Sul,viveu grandes epopéias. Escaramu-ças, guerras e sangrentas revoluçõeseclodiram em sua geografia, sempreem defesa da terra brasileira as quaissão narradas por todos os historia-dores. Tão importante foi à partici-pação de Caçapava durante a Revo-lução Farroupilha principalmente porse tornar a 2ª Capital Farroupilha Rio-grandense, no período de 09 de ja-neiro de 1839 a 30 de maio de 1840.

Caçapava do Sul possui quatroos bens tombados pelo valor histó-rico, três deles pelo Instituto doPatrimônio Histórico e Artístico doEstado (IPHAE) em razão de sua re-ferência histórica com a RevoluçãoFarroupilha: a Casa Ulhôa Cintra (ouCasa de Reunião dos Farrapos), aIgreja Matriz Nossa Senhora da As-sunção e o Fórum de Caçapava, esteúltimo tornou-se Centro Municipalde Cultura Arnaldo Luiz Cassol queabriga o Museu Lanceiros do Sul e aBiblioteca Municipal Domingos Joséde Almeida.

O Forte Dom Pedro II em 1938tornou-se um bem tombado peloInstituto de Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (IPHAN), consi-derada a única fortificação remanes-cente no estado do Rio Grande doSul, embora suas muralhas de dimen-sões monumentais jamais tenhamsido terminadas e nem guarnecidas.

É um dos pontos turísticos mais vi-sitados do município pela sua loca-lização.

Em 14 de dezembro de 2011 aprefeitura assinou o Acordo de Pre-servação das 13 cidades históricasdo estado, protocolos entre o Mi-nistério da Cultura, por meio doIPHAN e as Prefeituras que integramo PAC das Cidades Históricas.Caçapava do Sul com outras dozeprefeituras faz parte da Associaçãodas Cidades Históricas do Estado(ACHRS), instituída em março de2012.

Expediente:Reportagem e textos:

Caroline PetrinRevisão e diagramação:

Daniel MirandaComercial:

Siria Souto MarquesImpressão:

2000 exemplares.