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Especial Negocios sustentaveis Destaques « z t--4 o CL ftNarcolegalatr.asa pesquisa na area de sande Celeste Emerick, da Fiocruz, de- fende menos burocracia e a me- lhoria das regras de acesso ao pa- trim6nio genetico, para °desen- volvimento de medicamentos. Fabricantes de bebidas lanc;am novas prog ramas deconsumo responsavel G5 Regras complexas afastam investimentos no usa da biodiversidade para produC;ao industrial. Par Sergio Adeodato, para a Valor, de Sao Paulo

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Page 1: Especial Negociossustentaveis - Fundação Oswaldo Cruz … · 2014-02-14 · afastam investimentos no usa da biodiversidade para produC;ao ... plantas -, que somam mais de 400, rendendo

EspecialNegocios sustentaveisDestaques

«zt--4o,«CL

ftNarcolegalatr.asapesquisa na area de sandeCeleste Emerick, da Fiocruz, de-fende menos burocracia e a me-lhoria das regras de acesso ao pa-trim6nio genetico, para °desen-volvimento de medicamentos.

Fabricantes debebidas lanc;amnovas prog ramasdeconsumoresponsavel G5

Regras complexasafastaminvestimentos nousa dabiodiversidadepara produC;aoindustrial. ParSergioAdeodato,para a Valor,de Sao Paulo

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5ustenU.vel debate 0futuro da economiaa relat6rio Visao 2050, doCEBDS,e uma agenda para em-presas que buscam a sustentabi-lidade, feita por companhias de20 paises, explica Marina Grossi.

16Cooperativas ajudam atransformar Esperantinaa coco do baba~u, fonte de ali-mento e 6leo para produzir sa-bao e fabricar cosmeticos mudaa vida de mulheres como Fran-cisca Rodrigues dos Santos.

MercadosIbovespa X ISE• Ibovespa ISE-, --' T -r -1- r--'.-

esde que 0 govemo fe-deral decretou a Me-dida Provis6ria2186/16 com regras

para 0 acesso aos recursos ge-neticos, ha exatos dez anos, 0numero anual de pedidos depatentes de biotecnologia noBrasil despencou quase 70%.Pas-sou de 1.030 dep6sitos, em 200 I,para 356, no ana pass ado. Aqueda e sintomatica, diante doatual cenario de riscos e incer-tezas sem a existencia de urnmarco legal abrangente para 0

uso economico da biodiversida-de. ''A agenda esta travada emfun~ao da inseguran~a juridicaque afasta investimentos", avaliaJorge Avila, presidente do lns-tituto Nacional da PropriedadeIndustrial (INPI).

Alem da complexidade para aprospec~ao e transforma~ao dopotencial da fauna e flora emprodutos, as normas sao "exces-sivamente restritivas". Tanto as-sim, diz Avila, que a redu~ao daspatentes na area biol6gica con-trasta com crescimento de regis-tros nos demais setores produ-tivos. Entre 2010 e 2011, 0 total depatentes no pais aumentou de 30mil para 35 mil, refletindo a evo-lu~ao da economia.

A lei brasileira nao permitepatentear organismos vivos ousuas moleculas, protegendo ape-nas 0 processo tecnol6gico quegera substancias a partir deles."0 ambiente de restri~6es surgiuno pass ado em fun~ao das amea-~as da biopirataria, mas hoje 0

foco esta na promo~ao de ne-g6cios sustentaveis como estra-tegia de conserva~ao dos recur-sos naturais", diz Avila.

de adequa~ao, 0 INPI esta re-vendo 5,5 IniI pedidos de patentede biotecnologia registrados des-de 2001. A institui~ao enviouquestionario aos depositantespara saber se houve acesso arecursos geneticos. A patente po-de ser cancelada, caso nao existaautoriza~ao do Conselho de Ges-tao do Patrimonio Genetico(CGEN) para 0 projeto.

a impasse freia 0 ritrno deinova~ao de indus trias e centrostecnol6gicos, como a EmpresaBrasileira de Pesquisa Agrope-cuaria (Embrapa), institui~aonao academica que mais registrapatentes no pais. Ate 2010 foram258 registros, sem contar a pro-te~ao pelo desenvolvimento decultivare:; - novas variedades deplantas -, que somam mais de400, rendendo US$16,4 milh6espor ana em royalties.

Entre os produtos que corremrisco de nao chegar ao mercadopor conta dos atropelos legais,esta uma protema extraida de ara-nhas, associada a sua capacidadede construir teias. a insumo con-feriria maior resistencia e elas-ticidade as fibras de algodao paraa industria textil. Mas a pesquisafoi interrompida ap6s multa de R$100 mil apIicada pelo lbarna, sob

tificaram cerca de cern' empresasconsideradas irregulares no usados recursos geneticos, totalizan-do R$ 120 milh6es em multas.

a epis6dio desencadeou 0 de-bate para a revisao do marco legal.''A atual regra e imprecisa e damargem a interpreta~6es subje-tivas", critica Felipe Teixeira, chefede inova~ao tecnol6gica da Em-brapa, para quem a legisla~ao naodeve s6 punir, mas incentivar. Embusca de produtos inovadores, va-rias empresas e centros de pes-quisa prospectararn a floresta noperiodo entre a decreta~ao da MPe, dois anos depois, a cria~ao doCGEN, responsavel pelas autori-za~6es. "Muitos poderao ter pa-tentes negadas e serao prejudi-cados", afirma Teixeira. Para ele, aautoriza~ao de pesquisa deve sersimplificada. "Enquanto 0 proble-ma nao for resolvido, evitamosprospec~ao que envolva reparti-~ao de beneficios econoInicoscom comunidades nativas, baseda atual legisla~ao de acesso abiodiversidade", diz.

Por seguran~a, as empresas Ini-gram para 0 usa de especies ve-getais nao nativas, trazidas de ou-tros palSes. "E uma pena, mas osriscos sao muito altos", lamentaVania Rudge, diretora da Centro-

"Muitos temem a perda de pa-tentes e deixam de investir", conta.A orienta~ao e nao acessar 0 co-nhecimento tradicional. "Falta cla-reza sobre a amplitude da repar-ti~ao de beneficios, que pode serreivindicada por mais de uma co-munidade", justifica.

A conserva~ao da natureza de-pende de seu valor economi.co.Vania cita 0 caso do jaborand~planta nativa explorada pela em-presa no Piaui, Ceara e Maranhaopara produ~ao de pilocarpina -substancia usada no tratamentode glaucoma, distribuida mun-dialmente pela industria farma-ceutica Boehringer Ingelheim. asprodutores locais triplicaram arenda com a venda das folhas, massirnilares sinteticos estao levandoo produto natural a decadencia. "Epreciso encontrar novas plantasmedicinais para reduzir a depen-dencia da popula~ao em rela~aoao jaborandi, mas as regras atuaisinibem 0 processo", diz Vania.

Ela sugere uma nova lei capazde caminhar na velocidade dainova~ao e de atrair neg6cios: "Eimportante termos vantagemcompetitiva, pois os paises con-correntes tambem estao criandoincentivos e regulamenta~6esapos 0 Protocolo de NaQ'ova. as-

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Fonte: BM&FBovespa e Economatlca.Elabora¢o: Valor Data. Dbs.: Indlce = loa no dla 22/D9flD

Dow Jones X OJ SUstainability Index• Dow Jones DJ Sustainablllty World Index

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Fonte: BM&FBovespa e Economatica.Elabora¢o: Valor Data. Db,.: Indlce = loa no dra 22/D9flO

Governo busca consenso para nova legisla~o·"0 atual marco regulat6rio para

biodiversidade traz inumeras difi-culdades para pesquisas e produ-~ao industrial", avalia Braulio Dias,secretano de biodiversidade e £10-restas do Ministerio do Meio Am-biente (MMA).Ele tern nas maos atarefa de liderar a concilia~ao deinteresses e resolver urn imbr6glioque se arrasta ha quase duas deca-das. ''Ate 0 fim do ana teremos abase para uma nova lei",arrisca.

o debate come~ou no Congres-so Nacional em 1995. Ires anos de-pois 0 Executivo encarninhou urn

projeto de lei, que nao avan~oupor divergencias no pr6prio go-verno. Mais tarde, em 2003, foicriado urn grupo de trabalho coma rnissao de elaborar uma minutade legisla~ao para substituir a Me•.dida Provis6ria decretada em2001, com regras para as autoriza.~6es de acesso a biodiversidade ereparti~ao de beneficios junto acomunidades tradicionais.

o projeto de lei passou por ana-lise nos varios ministerios e con-sulta publica, encerrada em 2008,sem avan~os no impasse. No inicio

do atual governo, a Casa Civildeci-diu devolver 0 assunto para 0

MMAretomar a discussao e final-mente chegar a uma proposta deconsenso. "Nao podemos repetir 0

. filme", ressalta Dias, lembrandoque 0 tema envolve quest6es com-plexas ligadas a saude, agricultura,meio ambiente, industria e comer-cio e rela~6es externas. Em sua opi-niao, 0 ambiente politico e agorafavoravel. 0 pais foi 0 primeiro aassinar 0 Protocolo de Nagoya, em2010, com comprornisso.s para 0

uso sustentavel da biodiversidade.

• GE.Se do para imaginar. do para fazer.

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Segunda-feira, 26 de setembro de 2011i

Especial I Neg6cios sustentaveis

Exercito aladoEm pa'ises como Mexico e

Costa Rica, e em planta~oes naFl6rida, a vespinha que Parraesta criando nos laborat6rios daEsalqJUSP,em Piracicaba (SP),jamostraram eficacia comoferramenta complementar nocontrole do greening. Em dezdias, a vespinha completa seuciclo de desenvolvimento. Cad auma tern capacidade paraparasitar 300 ninfas queespalham a praga, diz 0

professor. Mas, como SaDnecessarias de 100 a 400 vespaspor hectare, seriam necessariasmilhoes delas nas regioesprodutoras, avalia Parra. Asprimeiras experiencias no Brasilmostram'indices de eficienciaque variam de 50%a 70%.

Mercado Entrave legal paralisou parceria para novos medicamentos

Saude publica sofre cominseguran~adas regras

EconomiaVerde

Sergio AdeodatoPara 0 Valor. de Sao Paulo

o plano de produzir extrato deandiroba da Amazonia como po-tente antialergico e anti-inflama-t6rio, mais barato e sem os efei-tos colaterais dos medicamentostradicionais, tinha tudo para ob-ter exito no mercado. A patentehavia sido depositada e 0 contra-to de transferencia de tecnologiaentre a Funda~ao Oswaldo Cruz(Fiocruz) e a empresa Biolab jaestava pronto. Mas acabou enga-vetado, ap6s anos de investimen-to e desenvolvimento de inova-~ao, porque 0 Conselho de Ges-tao do PatriInonio Genetico(CGEN) exigiu a inforrna~ao so-bre qual comunidade detem 0

conhecimento tradicional sobreuso da planta, visando a reparti-~ao dos benefkios com a vendadoproduto.

"Como ninguem descobriu 0

beneficiario, nao tivemos autori-zacao para produzir e ~gora

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Lupa nos insetosPor conta dos quarenta anos dedicados a estudos com insetos, que

resultaram em programas de controles de praga como 0 usa da vespaCotesia flavipes no combate 11 broca nas planta~6es decana-de-a~iicar, Parra recebeu 0 este ana 0 Premio Funda~ao Bungena categoria "Vida e Obra". 0 professor foi escolhido por ter ajudadoa mudar 0 perfil de controle de pragas na agricultura brasileira apartir da constata~ao, ainda nos anos 70, do prejuizo causado pelosquunicos aos len~6is freaticos, os riscos de contamina~ao dealimentos por seu uso e a cria~ao de resistencias aos inseticidas.

rOba da floresta venezuelan ouboliviana para beneficiar la fora evender para 0 Brasil", lamenta 0

diretor da empresa, Marcio Falci."~ tempo e dinheiro indo para

o ralo", afirrna 0 executivo, lem-brando que atualmente 90% dosfitoterapicos vendidos no Brasilsao importados. Diante dessarealidade, ap6s ter assinado 0Protocolo de Nagoya, "0 Brasilacabara pagando royalties pelousa da biodiversidade, em vez deser beneficiado pela riqueza derecursos que possui", comentaFalci. Entre os produtos da biodi-versidade que a empresa des en-volve esta 0 filtro solar 11 base deburiti - palmeira nativa do Nor-te e Nordeste. Com fator de pro-te~ao 100 e maior durabilidadeque os convencionais, a novida-de foi alvo de recente multa apli-cada pelo lbama por problemascom a autoriza~ao de uso do re-curso genetico.

"E lamentavel uma area taoestrategica para 0 pais ter umalegisla~ao dificil de ser imp le-mentada", afirrna Celeste Emeri-ck, da Coordena~ao de GestaoTecnol6gica da Fiocruz, ex-parti-cipante do CGEN. Ela adverte:"Tudo 0 que os brasileiros publi-cam em inova~ao neste campoesta sendo incorporado pelospaises ricos". Em sua analise, in-temamente no Brasil a tenden-cia e 0 redirecionamento dos in-vestimentos em biodiversidade,

Sucata na ilhaLogistica revers a e urn desafio

mesmo em centros urbanos comboa infraestrutura. Em locaistemotos, vira uma opera~aocomplexa. No caso de residuosdepositados em urn patrimoniocultural da humanidade, aopera~ao e ainda mais sensivel.Na misteriosa Ilha de Pascoa,poder piiblico, iniciativa privadae sociedade estao juntos numaa~ao para recolher sucata comoeletrodomesticos velhos, latas,maquinas agricolas, autom6veisobsoletos e envia-Ios aocontinente, distante 3500 km,para reciclagem, preservando 0

territ6rio dos intrigantes Moais.

E em terra firmeNo programa "Limpiemos

Rapa Nui", a prefeitura recolhe 0

material e a radio local, muitoouvida, faz campanha junto aoscerca de 5 mil habitantes da ilhasobre 0 local de coleta. A Gerdau,que tern tres usinas no Chile,compra a sucata - 0 que gerarenda para a regiao-transporta-a para 0 continente efaz a reciclagem. Instituido hadois anos, 0 projeto promoveuate agora 0 recolhimento de 250toneladas- 50 foram recicladasnas usinas que a empresa tern noChile. AGerdau investiu US$25mil na a~ao desenvolvida a partirde uma demanda da prefeitura.

com impactos negativos para asaiide piiblica.

A Fiocruz, maior institui~aobrasileira de pesquisa no setor,tern or~amento de R$ 2,3 bilh6espara 2011, 60% superior ao doana passado. Ao longo dos iilti-mos anos, construiu sedes em di-ferentes regi6es do pais e produzanualmente 630 milh6es de com-prirnidos e doses de vacina. Noentanto, a institui~ao tern hojeapenas cinco licen~as para trans-ferencia de tecnologia em vigor.

"Amelhoria das regras de aces-so ao patrimonio genetico, commenos burocracia, contribuiriapara aumentar esses niimeros",ressalta Celeste. A estrategia dainstitui~ao e pesquisar poten-ciais plantas de usa medicinal,desenvolver tecnologia para asua transforma~ao em novosprodutos e transferi-Ia para 0

mercado, gerando beneficiosprincipalmente para 0 controlede doen~as tropicais, nem sem-pre atendidas pelos laborat6riosfarmaceuticos multinacionais.

"0 objetivo e alcan~ar produtosque viabilizem politicas piiblicasem saiide", explica Celeste.

Exemplo recente e a pastilhaproduzida a partir de bacterias dabiodiversidade brasileira, capaz dese desintegrar na agua e agir efi-cientemente por 25 dias nos reser-vat6rios, com poder de paralisar aboca das larvas do mosquito dadengue, matando-as de fome e in-fec~ao. A nova solu~ao contra adoen~a esta sendo transferida pelaFiocruz para produ~ao em escalacomercial na empresa BR3 Agro-biotecnologia, de Sao Paulo, espe-cializada em debelar pragas. 0produto biol6gico nacional subs-tituira comvantagens o sirnilar cu-bano hoje importado pelo Minis-terio da Saiide, que gasta no totalR$19,4 milh6es por ana em inseti-cidas para 0 controle do insetotransmissor da dengue.

"Projetada com base na reali-dade brasileira, a tecnologiaapresenta efeito mais duradourono ambiente e reduzira 0 volumede inseticidas quirnicos", conta a

Constru~o civil substitui madeirComo estrategia para aliviar 0

consumo de madeira ilegal daAmazonia pela constru~ao civilem continua expansao, 0 gover-no estadual de Sao Paulo planejalanGlr umDro rama . centi-

material proveniente de florestaplantada corresponde a 81% doconsumo. E madeira normal-mente utilizada para fins menosnobres, como andaime e escora.Quando se fala em uso estrutural,como constru~ao de telhados, amadeira nativa e a mais ~rocura-

Em sua opiniao, por ser fonterenovavel, abundante e reutili-zavel, 0 produto florestal, em vezde abandonado, "deveria ter urntratamento diferenciado em re-la~ao ao a~o e 0 concreto, porexemplo, associados a gastos in-tensivos de energia, uso de re-

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ern ou~ca ae encu::nClaenergenca renaeram a VIVO uma reauc;:aoae14%nos custos e urn corte de 37%nas emissoes de gases deefeito-estufa. Os resultados sao a soma de providencias como a trocade gasolina para etanol- que hoje responde por 82%do volume decombustivel consumido -, renovac;:aoda frota, treinamento dosmotoristas e acompanhamento dos indicadores por uma empresaespecializada, a Ecofrotas. Em 2007, os veiculos com 0 logotipo daVivo emitiam, em media, 190 g de GEEpor quilometro rodado,segundo 0 gerente de inovac;:aoem sustentabilidade da Ecofrotas,Rodrigo Somogyi. Atualmente, sao 100 g. No periodo de tres anos,essa reduc;:aosignificou 3200 toneladas de gases nao emitidas, calcula.

Demanda altaAtrajet6ria da Ecofrotas reflete a crescente preocupac;:ao do

mercado com a eficiencia energetica. Originalmente uma empresa degestao de beneficios, entre eles cartao para abastecimento decombustivel, percebeu 0 apelo da sustentabilidade em 2007 e, em2009, fez urn reposicionamento no mercado, conta Somogyi. Hoje faza gestao terceirizada de 400 mil vekulos, de 7 mil clientescorporativos. Essa frota vai movimentar em conjunto R$2 bilhoes, empostos de combustivel e oficinas. Tudo sob a supervisao da Ecofrotas.

em areas de pastagens degrada-das. 0 Instituto Florestal estaconcluindo os estudos tecnicoscom a listagem das especies ma-deireiras que serao autorizadas."E preciso reduzir a pressao eequilibrar a demanda com ou-tras altemativas", adverte Ricar-do Viegas, da Secretaria Estadualdo Meio Ambiente, com a visaode que novos investimentos sur-girao ap6s 0 debate sobre 0 C6di-go Florestal, "quando os proprie-tarios terao regras claras e seraoirnpelidos a reflorestar paracompor reserva legal ou protegerbeira de rios".

o usa de eucalipto na constru-c;:aocivil esta em expansao. Pes-quisa do Sindicato da Industriada Construc;:ao Civil do Estado deSao Paulo com cinco grandes em-presas do setor apontou que 0

mercado irnobiliario de Sao Pau-lo absorve 10%das toras extraidase serradas na Amazonia - cercade 14,2 milhoes de metros cubi-cos, em2009, segundo oInstitutodo Homem e do Meio Ambienteda Amazonia (Imazon).

Devido a essa demanda que mo-vimenta parte significativa da eco-nomia amazonica, a migrac;:aodaconstruc;:ao civil para especiesplantadas ou materiais como plas-tico e ac;:oacende uma polemica:"Abandonar a madeira nativa sig-nifica eliminar a renda de milhoesde habitantes da floresta", diz Ma-lu Villela, coordenadora da RedeAmigos da Amazonia, mantida pe-la Fundac;:ao Getillio Vargas, emSao Paulo. ''A preocupac;:ao e aindamaior", diz ela, "quando toda ma-deira, seja nativa ouplantada, esubstitulda por outras opc;:oes".

que ha tecnicas avanc;:adas demanejo florestal sustentavel pa-ra a obtenc;:ao legal da madeira eque, "diante das grandes obraspublicas previstas no PAC, Copado Mundo e Olimpiadas, nao de-veria faltar vontade politica e ar-ticulac;:ao entre os setores paraque a sustentabilidade salsse dodiscurso".

Para RaficSaab Filho, diretor doSindicato do Comercio Atacadistade Madeiras do Estado de Sao Pau-lo, "0 consumo de madeira nativade origem legal e uma maneira degarantir a perenidade da floresta,sem a derrubada de arvores paraabertura de pastagens". Alem dis-so, acrescenta ele, "0 consumo in-direto de madeira na produc;:aodetijolos, cirnento, ferro e ac;:otam-bem pode estar associado a umaorigem duvidosa".

- .em Sao Paulo, que consome 6!hoes de metros cubicos por amovimentando R$ 6 bilhoes. Cprop6sito de entender a dina .do mercado e subsidiar politipublicas e estrategias de contrmais eficientes, entidades empsariais se uniram a centros de pquisa e organizac;:oesambientatas para urn diagn6stico atu 'do sobre 0 consumo de made'no Brasil,tanto a legal como a cladestina e predat6ria.

"E necessario tomar essa copetic;:aomais justa", afirrna SaEle informa que 0 setor de cmercio de madeira esta adiando nas conversas com a Secreria Estadual de Fazenda para aduc;:ao da aliquota de ICMS18%para 12%.''A medida redura 0 espac;:opara 0 ilegal", armenta 0 empresario. (SA.)