especial de marinhais

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29 Julho 2010 | O MIRANTE 38 | ESPECIAL FESTAS DE MARINHAIS ATRACÇÃO. Quim Barreiros anima a noite do dia 1 de Agosto foto arquivo O MIRANTE Procissão é no domingo, 1 de Agosto, depois da missa solene na Igreja Nova, que está marcada para as quatro horas da tarde. Quim Barreiros e Rouxinol Faduncho - espectáculo musical com o actor Marco Horário – são as principais atracções das Festas de Marinhais em Honra de São Miguel Arcanjo que se realizam de 30 de Julho a 2 de Agosto no recinto das festas. As festividades arrancam na quarta-feira à noite com missa na igreja pelas 21h30 e na noite seguinte com missa na capela, à mesma hora. Na sexta-feira o desfile da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Sal- vaterra de Magos, realiza-se pelas 21h00. A inauguração da exposição de artesanato e empresas está marcada para meia hora mais tarde. Pelas 22h00 está previsto um espectáculo de folclore com a actuação do Grupo de Danças “Os Lusitanos de Mari- nhais”. A partir das 22h30 os visitan- tes podem saborear sardinha assada, pão e vinho. A animação prossegue com o espectáculo dos “Danza com Fogo” (23h30) seguindo-se o baile abrilhantado pelo “2 em Linha”, pelas 00h30. A tradicional vacada realiza-se à uma da madrugada e o espaço jovem inicia-se uma hora mais tarde e prolonga-se pela noite fora. No sábado, 31, estão previstas diversas actividades sendo o dia dedicado à Juventude. Depois da alvorada, marcada para as 08h30, arranca, meia hora mais tarde pelas ruas da vila, a corrida dos lentos com a MotoAntiqua. A partir das 14h00, realiza-se um peditório com várias bandas de música pelas ruas da vila. Às 21h30 sobe ao palco o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Salvaterra de Magos. Às 22h00 está prevista a actuação do grupo de jovens que actuou no progra- ma televisivo “Uma Canção Para Ti”, seguindo-se um espectáculo de tributo aos Xutos & Pontapés, intitulado “Gritos Mudos” (23h30) e baile animado pelos “Sentido Obrigatório” (01h30). No dia 1 de Agosto destaque para o passeio de cicloturismo organizado pela associação “Os Cansados”, pelas 10h30. Às 16h00, realização de missa solene na Igreja Nova seguida de procissão uma hora mais tarde. Para as 18h00 está marcado um desfile de fogaças seguido de leilão. A banda da Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1º de Dezembro está marcada para as 21h00. As actuações dos Rancho Folclórico “Os Avieiros” do Escarou- pim e Rancho Folclórico do Granho realizam-se pelas 21h30. Uma hora mais tarde é a vez do grupo de dan- ça “Dream Dancing”. O momento alto da noite é a actuação do cantor popular português Quim Barreiros (23h30) que promete animar as hos- tes. A festa prossegue com as músicas de baile dos HNP (00h30). O último dia de festa, 2 de Agos- to, arranca com Cavalhadas e jogos populares pelas 09h30, seguindo-se torneio de cinquilho (16h00) e va- cada (18h00). O Rancho Folclórico Regional de Foros de Salvaterra e o Rancho Folclórico da Casa do Povo da Glória do Ribatejo sobem ao palco pelas 21h00. “Los Camaias” actuam pelas 22h00 seguindo-se o espectáculo musical “Rouxinol Faduncho” com Marco Horácio, pelas 23h00. As festas de Marinhais em honra de São Miguel Arcanjo terminam por volta das quatro da madrugada depois do baile com os “Geração XXI”, fogo-de-artificio e espaço jovem. Quim Barreiros nas festas de Marinhais em honra de São Miguel Arcanjo Animação e convívio com petiscos de 28 de Julho a 2 de Agosto

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Especial de Marinhais

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Page 1: Especial de Marinhais

29 Julho 2010 | O MIRANTE38 | ESPECIAL FESTAS DE MARINHAIS

AtrAcção. Quim Barreiros anima a noite do dia 1 de Agosto foto arquivo o MIrANtE

Procissão é no domingo, 1 de Agosto, depois da missa solene na Igreja Nova, que está marcada para as quatro horas da tarde.

Quim Barreiros e Rouxinol Faduncho - espectáculo musical com o actor Marco Horário – são as principais atracções das Festas de Marinhais em Honra de São Miguel Arcanjo que se realizam de 30 de Julho a 2 de Agosto no recinto das festas. As festividades arrancam na quarta-feira à noite com missa na igreja pelas 21h30 e na noite seguinte com missa na capela, à mesma hora. Na sexta-feira o desfile da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Sal-vaterra de Magos, realiza-se pelas 21h00.

A inauguração da exposição de artesanato e empresas está marcada para meia hora mais tarde. Pelas 22h00 está previsto um espectáculo de folclore com a actuação do Grupo de Danças “Os Lusitanos de Mari-nhais”. A partir das 22h30 os visitan-tes podem saborear sardinha assada, pão e vinho. A animação prossegue com o espectáculo dos “Danza com

Fogo” (23h30) seguindo-se o baile abrilhantado pelo “2 em Linha”, pelas 00h30. A tradicional vacada realiza-se à uma da madrugada e o espaço jovem inicia-se uma hora mais tarde e prolonga-se pela noite fora.

No sábado, 31, estão previstas diversas actividades sendo o dia dedicado à Juventude. Depois da alvorada, marcada para as 08h30, arranca, meia hora mais tarde pelas ruas da vila, a corrida dos lentos com a MotoAntiqua. A partir das 14h00, realiza-se um peditório com várias bandas de música pelas ruas da vila. Às 21h30 sobe ao palco o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Salvaterra de Magos. Às 22h00 está prevista a actuação do grupo de jovens que actuou no progra-ma televisivo “Uma Canção Para Ti”, seguindo-se um espectáculo de tributo aos Xutos & Pontapés, intitulado “Gritos Mudos” (23h30) e baile animado pelos “Sentido Obrigatório” (01h30).

No dia 1 de Agosto destaque para o passeio de cicloturismo organizado pela associação “Os Cansados”, pelas 10h30. Às 16h00, realização de missa solene na Igreja Nova seguida de procissão uma hora mais tarde. Para

as 18h00 está marcado um desfile de fogaças seguido de leilão. A banda da Sociedade Filarmónica Alpiarcense 1º de Dezembro está marcada para as 21h00. As actuações dos Rancho Folclórico “Os Avieiros” do Escarou-pim e Rancho Folclórico do Granho realizam-se pelas 21h30. Uma hora mais tarde é a vez do grupo de dan-ça “Dream Dancing”. O momento alto da noite é a actuação do cantor popular português Quim Barreiros (23h30) que promete animar as hos-tes. A festa prossegue com as músicas de baile dos HNP (00h30).

O último dia de festa, 2 de Agos-to, arranca com Cavalhadas e jogos populares pelas 09h30, seguindo-se torneio de cinquilho (16h00) e va-cada (18h00). O Rancho Folclórico Regional de Foros de Salvaterra e o Rancho Folclórico da Casa do Povo da Glória do Ribatejo sobem ao palco pelas 21h00. “Los Camaias” actuam pelas 22h00 seguindo-se o espectáculo musical “Rouxinol Faduncho” com Marco Horácio, pelas 23h00. As festas de Marinhais em honra de São Miguel Arcanjo terminam por volta das quatro da madrugada depois do baile com os “Geração XXI”, fogo-de-artificio e espaço jovem.

Quim Barreiros nas festas de Marinhais em honra de São Miguel ArcanjoAnimação e convívio com petiscos de 28 de Julho a 2 de Agosto

Page 2: Especial de Marinhais

O MIRANTE | 29 Julho 2010 ESPECIAL FESTAS DE MARINHAIS | 39

extinção. Marco Pimentel é provavelmente o correeiro mais novo do distrito de Santarém

continuidade. Falta de venda do produto faz com que profissão de cesteiro esteja em vias de extinção

hobbie. Sempre que tem tempos livres Luís Oliveira dedica-se às esculturas em cortiça foto o MiRante

foto o MiRante

foto o MiRante

Não são só reformados e pessoas de idade que se dedicam a profissões quase extintas. Marco Pimentel tem 35 anos e escolheu ser correeiro.

Atrás do balcão da sua loja Marco Pimentel aproveita a ausência de clientes para adiantar trabalho. Sentado numa cadeira própria que lhe permite pren-der a pele que vai trabalhar à altura do peito, cose, à mão, embolas que servem para proteger os cornos dos toiros que vão ser lidados nas praças. O artesão é jovem. Tem 35 anos, vive em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos e é, provavelmente, o mais jovem correeiro do distrito de Santarém. E um dos únicos em actividade.

Há meio século atrás era normal en-contrar correeiros, cesteiros e fabricantes de objectos em cortiça em qualquer localidade do distrito de Santarém. Com o tempo, essas profissões foram desapare-cendo. O que se passa em Marinhais, onde O MIRANTE encontrou três pessoas que ainda se dedicam às chamadas profissões em vias de extinção, é raro.

Vital Gonçalves, 71 anos de idade, é cesteiro desde os 12 anos. Aprendeu o ofício na terra onde nasceu, em Gonçalo, distrito da Guarda. Veio viver para Ma-rinhais há cerca de 45 anos e começou a vender os artigos que ia produzindo.

Ofícios tradicionais continuam vivos Um correeiro, um cesteiro e um fazedor de artigos em cortiça

Confessa que já não faz uma peça “há mais 15 dias”. O cesteiro não vai a expo-sições porque “não compensa”, mas faz alguns mercados da região “Ganha-se pouco. Às vezes nem dá para as despe-sas”, desabafa.

Vital Gonçalves explica que anti-gamente havia mais trabalho porque exportava muito para o estrangeiro. Mas com a entrada do mercado chinês na Europa o negócio foi diminuindo e hoje já não vende praticamente nada. “Por isso é que já existem tão poucas pessoas a exercerem esta actividade profissional”, esclarece.

Quem também se queixa dos novos tempos é Luís Oliveira. Tem 69 anos e ao longo da vida exerceu três profissões. Pa-deiro, serralheiro civil e agricultor. Agora dedica-se à feitura de objecto em cortiça. São peças decorativas. Miniaturas. A Torre de Belém; um calhambeque; uma máquina debulhadora; um tractor; um camelo; uma charrete. Centenas de peças que faz questão de guardar para si. “Não vendo nada. Está tudo guardado. São relíquias que quero guardar até morrer. Quando já cá não estiver os meus filhos que façam o que quiserem”, afirma.

É convidado com frequência para participar em exposições mas confessa que só vai quando são perto de sua casa. “As pernas já não dão para ir para muito longe. Além disso não compensa. “Vou às exposições para conviver com os outros artesãos e também para estar distraído. Apesar de ter convites para longe da

minha terra prefiro não ir porque além de ser cansativo, economicamente é uma grande despesa”, diz.

O correeiro Marco Pimentel tem uma outra atitude e compreende-se porquê. O que faz não é um passatempo. É a sua vida. Com a falta de concorrência, traba-lho é coisa que não lhe falta. Começou por abrir uma oficina em Marinhais mas com o aumento progressivo do volume de trabalho abriu, há cerca de três anos, uma loja em Salvaterra de Magos. Os cavaleiros José Manuel Duarte, Ana Baptista, Fernando e João Salgueiro são alguns dos seus clientes. As coudelarias da região e o mercado estrangeiro absorvem

muito trabalho seu. “Como já não existe praticamente nenhum correeiro esta é uma profissão com sucesso. Felizmente trabalho não me tem faltado”, revela com um sorriso.

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29 Julho 2010 | O MIRANTE40 | ESPECIAL FESTAS DE MARINHAIS

“Festas são uma oportunidade para rever os amigos”Rosa Mendes, 47 anos, Marinhais, Empregada de Escritório

Não é muito de festas mas às festas da terra, em honra de São Miguel Arcanjo, não gosta de faltar. Não vai todos os dias mas vai. Um dos objectivos é reencontrar os amigos que estão longe durante o ano mas que voltam nesta altura. Gosta de assistir aos espectáculos musicais. Quando questionada sobre o que faz falta a Marinhais, começa de imediato a fazer uma lista. “Faz falta muita coisa em Marinhais. Piscina, parques infantis e espaços verdes para os mais velhos. Não nos podemos esquecer do saneamento básico e das estradas alcatroadas. A câmara de Salvaterra de Magos devia lembrar-se um pouco mais desta freguesia”, afirma.

Quem é de Marinhais gosta de Marinhais. E gostar não é sinónimo de cegar. Há algumas falhas na freguesia que são constantemente lembradas para que não caiam no esquecimento de quem manda. O saneamento básico vem à cabeça. Quanto à festa há unanimidade. Local de reencontro, de petisco e de animação.

“S. Miguel Arcanjo dá-nos alegria e mais qualidade de vida”

“Podiam alcatroar o pavimento do recinto das festas”Nuno Pimentel, 36 anos, Marinhais, Comerciante

É um adepto fervoroso das festas de Ma-rinhais em honra de São Miguel Arcanjo e não perde uma noite ficando no recinto madrugada fora. Aproveita para petiscar, beber uns copos e rever os amigos que a agi-tação de um ano de trabalho não permite ver com tanta frequência. Na sua opinião Quim Barreiros e Rouxinol Faduncho vão garantir a animação dos visitantes das fes-tas da terra. “As músicas do Quim Barreiros e o espectáculo do Rouxinol Faduncho com o Marco Horário vai dar para dançarmos e divertir-nos até às tantas da manhã”, assegura. Esgotos, estradas alcatroadas e o arranjo do recinto das festas nomeada-mente o alcatroamento do pavimento é algo que, para Nuno Pimentel, faz falta à vila de Marinhais.

“Noites de festa são para beber uns copos e dar um pezinho de dança”José Luís Rosa, 67 anos, Marinhais, Comerciante de Gado e Palha

As festas permitem-lhe estar com amigos emigrantes, que nesta altura do ano regres-sam à terra de férias. Diz que aproveita as noites de festa para passear, beber uns copos e dar um pezinho de dança. “Adoro dançar e quanto melhores as músicas dos bailes mais eu danço”, conta a O MIRANTE. É um dos que não vai perder o espectáculo musical de Quim Barreiros. “Adoro aquele artista. É dos que consegue animar toda a gente. E é óptimo para dançar”, refere. Apesar de ter consciência que “não podemos exigir tudo devido à crise financeira” se tivesse poder de decisão melhorava as estradas e os esgotos da freguesia de Marinhais. “Moro à beira da Estrada Nacional 118 e não tenho esgotos”, salienta.

“Fogo-de-artifício é o momento mais bonito da festa”Ana Catarina Pereira, 34 anos, Marinhais, Empresária

A viver há alguns anos em Marinhais, diz que se afeiçoou à vila e confessa que faz questão de não perder o último dia das festas. “É por causa do fogo-de-artifício. É o que mais gosto da festa”, justifica. Aproveita os dias de festas para desfrutar das noites quentes ao ar livre e rever os amigos e conhecidos que a correria do dia-a-dia não permite ver com tanta regularidade. Quanto ao programa deste ano refere que os artistas musicais “poderiam ser um pouco melhores”. E deixa uma sugestão. “Gostava de assistir a um espectáculo de Xutos & Pontapés em Marinhais”, diz. Mais e melhores transportes, mais médicos para a população, melhor aten-dimento no Centro de Saúde, menos burocracia e estradas alcatroadas são algumas das coisas que, na opinião de Catarina Pereira, deveriam ser priori-tárias para a freguesia.

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O MIRANTE | 29 Julho 2010 ESPECIAL FESTAS DE MARINHAIS | 41

“Festas ajudam a promover a freguesia de Marinhais”Manuel Aguardenteiro, 57 anos, Marinhais, Construtor Civil

Para ele a festa serve para petiscar e para beber uns copos com os amigos na zona das tasquinhas. Confessa que prefere aquilo às danças. “Dançava quando era novo, agora já não tenho pé de dançarino”, afirma, bem-disposto. Apesar de não ser grande fã dos artistas contratados para este ano, vai assistir aos espectáculos. “As festas são sempre boas para a terra porque ajudam à divulgação e promoção da freguesia e também do concelho de Salvaterra de Magos”, defende. Manuel Aguardenteiro diz que falta muita coisa em Marinhais e destaca o saneamento básico, os espaços

“Festa está bem pensada e não tem falhas”Rui Pereira, 24 anos, Marinhais, Empresário

Não perde um único dia de festa. Vai à procura de diversão com os amigos. “Gosto de beber uns copos e dançar. Toda a gente vai à festa à procura de se divertir senão não ia” justifica. Na sua opinião a festa está bem pensada e não tem falhas e este ano Rui Pereira garante que não vai perder os espectáculos de Quim Barreiros e Rouxinol Faduncho. “A animação está garantida”, diz. Para Rui Pereira na freguesia de Mari-nhais faltam sobretudo circuitos pedestres, espaços verdes e saneamento básico em alguns locais.

verdes e os parques infantis como as prin-cipais falhas.