especial 12 anos de mesquita

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Panorama O seu canal de comunicação Aniversário de Mesquita 12 anos de emancipação Foto: Mateus Vellasco 12 anos de emancipação População ainda luta por melhores dias Conheça como tudo começou

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PanoramaO seu canal de comunicação

Aniversário de Mesquita

12 anos deemancipação

Foto: Mateus Vellasco

12 anos deemancipação

População ainda luta por melhores dias

Conheça como tudo começou

Origem do nomeO nome do município se deve a Jerônimo José de Mesquita, o Barão de Mesquita.

O bairro de Jacutinga é o unico que preserva a memória dos valorosos indígenas

Página 02 -R IO DE JANE I RO, 24 de Setembro à 04 DE Outubro DE 2011

Especial Mesquita 12 anos

Registra a história que o município de Mesquita é oriundo de terras pertencentes ao atual município de Nova Iguaçu que, após a sua

reestruturação ficou subdividido em 5 distritos, quais sejam: Iguassú, Pilar, Merity, Marapicu e Jacutinga.

Num destes distritos, ficava localizado o En-genho da Caxueira, que ficava às margens do rio de mesmo nome, atual canal Dona Eugênia, ao pé do Maciço de Gericinó. Nos arredores deste engenho, cresceu um arraial para fazer frente à demanda de tro-peiros e carroceiros que por ali passavam e abasteciam-se na cachoeira que havia nos arredores.

Com a expansão do sistema ferroviário, foram implantadas várias estações sendo que uma delas ficou localizada no centro do antigo arraial da Cachoeira, o qual logo mudou de nome para Jerônymo de Mes-quita e posteriormente simplificado para Mesquita. A observação dos primeiros habitantes resultou na transformação do barro das regiões alagadas em tijolos e te-lhas, servindo de base para a instalação da Companhia Material de Construção Ludolf & Ludolf, junto à margem direita da estação de Mesquita.

Quanto à margem esquerda, mais preci-samente ao longo da rua da Cachoeira, algumas pessoas se estabeleciam, mas o destaque estava no entroncamento das vias que ligavam Cachoeira com a Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga (atual Prata), e com Maxambomba (atual Nova Iguaçu), onde cada vez mais pessoas fixavam resi-dência.

A Gleba é uma área de lazer em meio a muito verde que atrai visitantes de vários municípios da baixada. Com 1.100 hectares de natureza, cultura e história. Em junho de 2004 foi oficializado o primeiro geoparque do Brasil. Localizado no Maciço do Gericinó, entre as serras de Madureira e do Menda-nha o Parque abriga um vulcão extinto com 72 milhões de anos virando atração para os curiosos

O desenvolvimento da região deveu-se à implementação da ferrovia e ao declínio da citricultura, o que permitiu o aparecimento de loteamentos, pondo fim aos grandes vazios resultantes da Fazenda da Caxueira e da Companhia Ludolf & Ludolf. Com a edição da Lei Estadual n.º 3.253, de 25 de setembro de 1999, Mesquita é desmem-brado de Nova Iguaçu e instalado em 01 de janeiro de 2001

Há cerca de 500 anos, a região de Mes-quita era habitada por jacutingas, apelido dado aos índios locais pelos colonizado-res. Acredita-se que o nome possivel-mente surgiu porque se enfeitavam com penas de jacu branco, um tipo de ave parecida com a galinha e muito comum na região naquela época.A decadência dos jacutingas começou quando passaram a participar, junto com outras nações indígenas, de um movimento chamado Confederação dos Tamoios. O motivo deste movimento foi a revolta dos silvícolas diante da ação violenta dos portugueses, provocando mortes e escravidão.Na língua do Tupinambás “Tamuya” quer dizer o avô, o mais velho, o mais antigo, por isso essa Confederação de chefes chamou-se Confederação dos Tamuya, que os portugueses transformaram em Confederação dos Tamoios.A guerra entre índios e portugueses, seguida de doenças, contraídas pelo contato com o branco, dizimou centenas de índios, que lutaram para resistir à escravidão.

Fotos: Mateus Vellasco

A emancipação um sonho antigo

Pessoas que se destacaram no processo

Página 03 -RIO DE JANEIRO, 24 de Setembro à 04 de Outubro DE 2011 Especial Mesquita 12 anos

A luta travada para emancipar a cidade vem de muito longe, tem início na década de 50, tão logo

em 1952, a cidade foi elevado a condição de 5ª Distrito de Nova Iguaçu, a partir daí, começou os debates sempre citando como exemplos São João de Meriti e Niló-polis, emancipados em 1947. Apesar de outras narrativas, o depoimento ocular das primeiras reuniões emancipistas de que se tem noticia vem do Sr. Edmundo Nascimento, em 1957, quando assim nar-ra os fatos:[...] Daí eu comecei a andar mais e conhecer mais. Foi exatamente aí quando no dia 05 de maio de 57, aqui na sede de um clube de futebol que nós tínhamos o “Sete de Se-tembro”, na rua Maria Vecchi, esquina com Mr. Watkins, sobrado, aonde hoje, é, embai-xo, é um caldo de cana, uma lanchonete, e ali foi a primeira reunião que nós tivemos para a emancipação de Mesquita, presidida pelo Doutor Jackson Trindade, fundador do primeiro jornal da cidade “O Mesquitense” e irmão capitão Regner Trindade, quando nessa períodos foi constituído um Conselho de Emancipação:E Edmundo continua “Então depois desta reunião, nós tivemos muitas forças a várias reuniões, onde eu tive aí como presidente de um conselho de emancipação, o senhor Hélio Mendes do Amaral,.”Trabalhamos, mas

Fotos: Mateus Vellasco

n José Montes Paixão, Zedequias e Dr Pedro Gen anunciam a vitória na justiça

n A Fábrica da Brasferro simboliza a história do município , hoje é a prefeitura

n A população participava ativamente das reuniões da emancipação .

acontece que em 83 é que acontece o primeiro plebiscito, foi dada a entrada, aliás, em 1962 foi criado o primeiro pro-cesso para emancipar Mesquita. Este processo desapareceu daqui até Nite-rói. Sr. Helio Mendes do Amaral, desde de então, juntamente Jackson Trindade,

Capitão Regner Trindade, Dr. Santana Rita, Zedequias ,pofª Ronaldo Renzetti, Edmundo Nascimento, e uma serie de outras emancipista. Com o falecimen-to do Hélio Mendes do Amaral, Zede-quias, Edmundo Nascimento e por úl-timo José Montes Paixão, presidiram o conselho de emancipação

Capitão Regner Trindade Irmão de Jackson Trindade e grande militante politico.

Dr. Santa Rita Advogado, levou a vida inteira lutando, foi advo-gado do Conselho durante décadas, e não viu o seu sonho virar realidade.

José Montes Paixão Vereador, Deputado estadual por quatro legislaturas, foi presidente do Conselho de Emancipação e o primeiro prefeito 2001 – 2003.

Valtinho Paixão Último presidente do con-selho e árduo defensor da emancipação

Profª Zedequias Funcionario do Detran, dedicou a sua vida inteira pela causa, foi presidente do Conselho.

Dr. Regina Mendes do Amaral Filha de Hélio Mendes do Amaral, sempre foi do Con-selho e levou a luta de seu pai até o fim.

Alarico Rodrigues Nogueira - Vereador Kinha, que junta-mente com o presidente do Conselho Pró-Emancipação, Waltinho Paixão, deu entra-da em recursos em Brasília.

Hélio Mendes do Amaral Funcionário público, foi o primeiro presidente do Conselho de Emancipação, lutou a vida inteira e não viu o seu sonho se realizar.

Edmundo do Nascimento Desde 1957 se engajou na luta, hoje é um acervo vivo da luta pela emancipação, publi-cou livros sobre a historia.

“ Seria de vontade do jornal Panorama relacionar a todos que participarão ati-vamente da emanci-pação, teriamos que fazer centenas de páginas, tamanha são as pessoas que contribuirão para a liberdade de Mes-quita.”

Especial Mesquita 12 anosPágina 04 - Rio de Janeiro, 24 de Setembro à o4 de Outubro de 2011

Quando o sonho afinal se torna realidade

Apos diversas tentativas e realizações de plesbi-cito finalmente a con-sulta é realizada, mas

infelizmente a conquista não foi imediata. Segundo o TRE seriam necessá-rios 48 mil votos para obtenção do quorum mínimo, já que Mesquita deveria ter nessa época aproxima-damente 97 mil eleitores. O quo-rum mínimo não foi alcançado, já que o comparecimento às urnas ficou em torno de 44 mil eleitores, quatro mil a menos do quantitativo necessário.A partir desse momento iniciou-se uma campanha para provar que Mesquita já era emancipada, lide-rada pelo Comitê Pró-Emancipação. Segundo um noticiário de 1997:“Em algumas semanas, os mora-dores de Mesquita saberão, final-mente, o destino do distrito, que há quase quatro décadas luta pela emancipação do município de Nova Iguaçu. Sob determinação do Tribu-nal Superior eleitoral (TSE), o Tri-bunal Regional eleitoral (TER) fará a depuração, isto é, a reavaliação dos eleitores que votaram no últi-mo plebiscito, realizado em 26 de novembro de 1995”.A decisão do TSE foi tomada após as denúncias de irregularidade le-vantadas pela Comissão Pró-Eman-cipação de Mesquita. Os integran-tes do movimento alegaram que quase 13 mil eleitores não deve-riam ter votado, até porque muitos já estariam mortos.

Em 1999, após uma batalha judicial que envolveu o Comitê Pró-Emanci-pação, a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Nova Iguaçu, o Tri-bunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e o Supremo Tribunal Fede-ral, este último decidiu pela eman-cipação de Mesquita do município de Nova Iguaçu.Em 15 de setembro de 1999 é vota-do o Projeto de Lei da Emancipação e em 25 de setembro de 1999, o então governador Anthony Garoti-nho, sanciona a lei que cria o muni-cípio de Mesquita.As primeiras eleições da cidade ocorrem em 2000, saindo-se vito-rioso José Montes Paixão, que fazia parte do Comitê pró-Emancipação. A cidade é instalada a 1º de janeiro de 2001.

O Diário Oficial do Rio de Janeiro publica em 25 de setembro de 1999, que Mesquita a partir deste mo-mento era o município mais novo do Brasil, foi um dia de muita festa na cidade.

A luta travada para emancipar Mesquita vem de muito longe, tem início na década de 50, tão logo em 1952, a cidade foi elevado a condição de 5ª Distrito de Nova Iguaçu, a partir daí, começou os debates .

n Atos do Poder Legislativo, assinados pelo o Governador Garotinho e abaixo a marca-ção do plebiscito.

n O então governador Anthony Garotinho as-sina a emancipação em palanque em Mes-quita, ao lado de José Montes Paixão.

‘‘

A história de vida do pimeiro prefeito de Mesquita chega a se confundir com a propria história do crescimento da cidade. O número de realizaçções do ex-vereador do 5ª Distrito e subse-quentes quatro mandatos de depu-tados estaduas, o colocam como um dos que mais realizou por essa terra. Mesmo antes de se tornamos inde-pendente, ele trouxe para a Mesquita, a caixa d`agua de Juscelino, as escolas estaduais D. Pedro I e Vila Bela, ilumi-nação em praças e ruas, pontes, Usina de Asfalto, sananeamento com então governador Celso Peçanha. Foi o presidente do Conselho de Eman-cipação que mais viajou a Brasilia, foram 176 viagens, tudo custeadas pelo seu bolso, liderou uma campanha massiva pelo sim, conseguindo pela primeira vez o quorum desejado para se libertar, apesar dos atropelos da justiças e dos poderosos que a todo o momento criavam barreiras, superou tudo tamanha era a sua determinação. Com certeza se não fosse o empenho e dedicação não conseguiriamos se libertar de Nova Iguaçu. E como prefeito eleito, tabalhou dia e noite pela a cidade. Pegou a administa-ção no “zero” faltava tudo, mais com a sua extraodinária habilidade conseguiu superar tudo e todos. Paixão, como prefeito, trouxe para a Mesquita a despropriação da Brasferro feita pelo o governador Garotinho, que foi aliado de primeira hora ao prefeito, e trouxe verba para construir atual prefeitura. Foi Paixaõ que adquiriu duas áreas importantes para cidade o Parque de Eventos em Edson Passos e a Fábrica Dinâmica de Refrigerantes, que logo se tornarão sedes de secretarias. Cosntituiu mais 13 escolas e 5 creches, trouxe o Centro de Infomatica para a Escola Municipal Roberto Silveira, Re-formou a Unidade Mista de Saúde Dr. Mario Bento.Paixão morre em 11 de dezembro de 2004, mas sua trajetória, suas obras e realizações estão vivas até no dia-a-dia da cidade de Mesquita.

Página 05 - Rio de Janeiro, 24 de Setembro à 04 de Outubro de 2011 Especial Mesquita 12 anos

Lembranças do líder da emancipação

Um grande homem público e chefe de família

Panorama: Fale pouco do Paixão homem público .

Christina – Meu pai foi sem dúvida um gran-de homem público, foi vereador, quatro ve-zes deputado estadual e o primeiro prefeito desta cidade. Foi cassado e deve seus direitos políticos e de cidadão, pelo AI5.

Panorama : Todos falam que Paixão tinha amor pela a cidade, como era isso?

Christina – Papai demonstrou esse amor quando não se dobrou aos que tentaram tirar a emancipação de nós, antes e depois que assumiu a presidência do Conselho Pró- Emancipação não parava nenhum minuto. Tinha um amor tão grande que acompanha-va de perto tudo o que acontecia na cidade, ele não ficava em gabinete, estava sempre na rua e conhecia as pessoas d e nossa cidade

pelo o nome, pai, mãe, avó, neto, enfim todos da família.

Panorama: Fale dos sonhos de realização de seu pai.

Christina – Meu pai tinha um sonho que era construir a Praça dos Três Poderes, onde pre-feitura, câmara e fórum, fossem no mesmo lugar. Hoje, olho com desgosto, o atual pre-feito está construindo um ponto de ônibus no calçadão da prefeitura. E o que é pior, escondem a todo o instante quem foi que re-almente emancipou Mesquita, não falam das mobilizações, das caminhadas, carreatas e dos núcleos que tinha espalhados por todos os bairros. Quero só que falem a verdade as crianças para que não fiquem sem conhecer a verdadeira história da emancipação.Hoje, só vejo descaso do poder público com a população de Mesquita.

Christina Donni Paixão, filha de José Montes Paixão.

Waltinho Paixão – sobrinho do emancipador e fiel escudeiro

Companheiro até o último minutoMario Martins Pontes – o popular Marinho, foi o motorista de Josè Montes Paixão durante 40 anos.

Panorama Como era o seu dia à dia com Paixão?Marinho – Durante muitos anos de minha vida me senti gratificado em conhece-lo e poder ver

de perto e acompanhar a história de minha terra. Recordo da gratidão que Paixão tinha com o povo de Mesquita, tinha um carinho todo especial.Panorama Como foi a luta pela a emancipação?Marinho – Ele lutou contra muita gente podero-

sa que queria só tirar proveito da população de Mesquita, partidos que ficaram contra a eman-cipação, prefeitos, vereadores e vários interesses para manter Mesquita nas mãos dos poderosos.Panorama – E depois?Marinho – Tenho a certeza em que foi o melhor

prefeito que já tivemos, tudo que está aí de infra-estrutura na cidade foi feito no inicio do governo do Paixão. Fez muito, praças, escolas, creches, área de lazer (Parque de eventos), brinquedos nas praças para as crianças, trouxe mais comércio para a cidade. No inicio foi difícil, não havia nada.

A trajetória do emancipador José Montes Paixão é lem-brada por amigos e familiares com orgulho e com saudades , a equipe do Jornal Panora-ma conversou com a filha de Paixão Christina Donni Paixão e com seu fiel escudeiro ,o sobrinho Waltinho Paixão.

Panorama Como foi a luta de Paixão pela emancipação?Waltinho – Com muito sentimento e a uma vontade feroz ele foi até o fim e conse-guiu a emancipação de Mesquita, atingiu seu objetivo. Meu tio Paixão não cansava de dizer em todos os momentos à toda a população o seu muito obrigado, por onde passava era ovacionado por todos. Panorama Paixão era um prefeito diferente? Waltinho – O gabinete do Paixão era a rua, quisesse o achar era só dar uma andada pela a cidade. Paixão conhecia os proble-mas do povo e de nossa gente. Ele plantou uma ávore ao emancipar Mesquita, agora precisamos de alguém que possa cultivar e colher esses benefícios para a população, trazendo escolas de qualidade, saúde e saneamento.PanoramaComo vivia as crianças de nossa cidade no período do Paixão prefeito?Waltinho – Ele tinha um amor especial pelas as crianças, bastava ver uma que se derretia todo. No horário do almoço, ele ia

para as escolas para ver os que as crianças estavam comendo e como era feita as suas merendas. Ele até tinha um projeto de fazer uma cozinha indústrial para que todas as crianças pudessem ter o mesmo cardápio, em cada escola havia uma nutricionista. Ele construiu 13 escolas e 5 creches, o salá-rio dos educadores chegou a ser um dos mais bem pagos do estado do rio. Quando prefeito havia um ônibus que percorria as escolas tratando da saúde bucal das crianças.PanoramaQual a maior obra feita por Paixão?

Waltinho – Tenho a certeza que a melhor obra de Mesquita foi acabar de vez com as constantes enchentes do centro de Mes-quita até Edson Passos, com a construção de canais que passam até carros por dentro das manilhas. E a parceria com o governa-dor Garotinho foi fundamental para trazer desenvolvimento para a cidade. Comprou para a prefeitura a Fábrica de Bebidas Dinâ-micas e o Parque de Eventos. Panorama O que mais lhe chama atenção hoje em

Mesquita?Meu tio era uma pessoa muito especial, pois estava presente em todos os lugares levando toda a sua administração para resolver os problemas do povo, pergunte as pessoas que sempre o encontravam nas ruas. O que chama mais atenção hoje e da inércia do governo, pergunte a uma criança e ela lhe respondera com sabedoria, com certeza falara do descaso da atual adminis-tração com o povo. Falta saúde, ensino de qualidade, as obras do PAC são mentirosas e ainda não resolveu os problemas da população.Panorama Quem era José Montes Paixão?Waltinho – Foi o maior guerreiro que conheci, não se abatia por nada, só em Brasília foi 176 para tratar da emancipação eu mesmo chequei a ir 150 vezes tudo custeado pelo meu tio. Tive o prazer de ver o brilho de seus olhos quando o ex-gover-nador Garotinho assinou a emancipação em 1999, pena que ele foi embora muito cedo. Sei que o meu tio José Paixão iria fazer muito mais pela a cidade.

Especial Mesquita 12 anos

AposentadoAntonio

Secretária

Panorama: Você acha que Mesquita melhorou?

Panorama: Você acha que Mesquita melhorou?

Panorama: Você acha que Mesquita melhorou?

Telma: Melhorou em nada

Panorama: Mesquita é nota 10 em que?

Gisele: Não há nada que eu possa dar nota 10

Antonio Melhorou em nada. Há vinte anos o comercio era melhor que agora

Panorama: Mesquita é nota 10 em que?

Antonio A população daqui é 10

Nailson O aumento da crença do povo por dias melhores

Panorama: Mesquita é nota 10 em que?

Nailson Nada

Telma Presidente do Águia de Mesquita

Nailson

Plano Viário e de Transporte

Hospital municipal fechado

Comércio totalmente esvaziado

Após 12 anos de emanci-pação política e 11anos de governo autônomo,

o município de Mesquita vive a estagnação econômica e es-trutural igualada somente aos tempos em que era apenas um Distrito de Nova Iguaçu.Os argumentos de fatos utiliza-dos na ocasião da emancipação e os discursos dos políticos ao longo destes anos serviram apenas para estabelecer o novo poder, mas os resultados práti-cos para a população não acon-teceram.A situação de infra-estrutura é ainda a mais grave, pois a maioria dos bairros sofre com a falta de saneamento com esgoto correndo a céu aberto,

ruas esburacadas com lama e poeira, proliferando uma série de doenças para as crianças. Bairros como Maria Cristina, Coréia, BNH, Jacutinga e Banco de Areia ainda temem as chu-vas de verão em razão das con-stantes enchentes que invadem residências levando tragédia, doenças e destruição.O sistema de saúde continua precário e deficiente. Recente-mente o hospital municipal (Hospital São José) fechou por falta de médicos, e a popula-ção ainda precisa recorrer a outros municípios em busca de serviços de saúde.A falta de planejamento na execução de obras também aumenta o drama vivido pelos

moradores do bairro da Coréia, as obras de continuidade do PAC que ficaram paradas por quase três anos, a prefeitura agora esta realizando urban-ização na Rua Amazonas e ad-jacências na parte baixa do bairro. Enquanto isso, na parte alta esgoto correndo a céu ab-erto, matagal, risco de desa-bamento e abandono. Os mo-radores que conversaram com a equipe de jornal PANORAMA em visita ao local disseram que a tendência é piorar com o final das obras, em conseqüência da utilização de manilhas de 1m², o que vai represar as águas vin-das do morro e a falta de cosn-strução de encostas para conter os deslizamentos .

A única via de acesso ao municí-pio encontra-se completamente abandonada, esburacada e alguns trechos com a falta de escoamento de água, como na altura de Banco de Areia com constantes alaga-mentos que chega a impedir a cir-culação de veículos.

A cidade carece de um plano viário e a construção de uma nova via de entrada e saída. Por falar em acesso, vale lembrar que os portais projetados no governo do primeiro prefeito, não foram concluídos e estão abandonados retratando a sensação que se

encontra o município.Ainda na questão de transporte inexistem linhas municipais de ôni-bus que interliguem o município, ou seja, até hoje não há ligação, por exemplo, entre o BNH e a Cha-tuba.

Em novembro do ano passado, o Hospital Municipal de Mesquita, conhecido como Hospital São José, foi fechado pela prefeitura. A justificativa dada pelo Secretário de Saúde Alexandre Olivares foi que o hospital não contava com médicos em número suficiente, pois estes profissionais estavam migrando para as ditas “Unidades de Pronto Atendimento” (UPA), com o intuito de ganhar um sa-lário de R$ 12 mil reais mensais (que a prefeitura não poderia pagarPor lei, o maior salário do poder executivo estadual é o do gover-nador. Portanto, ninguém, por mais abnegado que seja, pode receber uma remuneração maior que a de Sergio Cabral (formal-mente, cerca de R$ 13 mil reais).

Segundo alguns, os médicos da UPA recebem R$ 12 mil mensais. Segundo profissionais que tra-balham nessas unidades, menos de R$ 4 mil reais.Outrora, o Hospital São José foi um hospital universitário, ligado a Universidade de Nova Iguaçu (UNIG). Funcionava razoavel-mente, com alguns defeitos... Mas, após a emancipação política de Mesquita, o hospital passou a ser controlado pela prefeitura. Com o tempo, foi-lhe outorgado um papel maior que sua capaci-dade poderia suportar. Por fim, acabou sendo gerido a toque de caixa, para atender o que fosse possível. No mais, mandava-se o infeliz paciente para um hospital de algum município mais próxi-mo.

O Crescimento econômico, a ex-pansão do comercio, a chegada de novas empresas e a conseguinte geração de empregos também não aconteceu. Ao contrario percebe-se o esvaziamento econômico, o com-

ercio fraco, lojas fechadas e poucos novos investimentos no município. O Comercio do Centro e pequeno e na praça Elizabeth Paixão e adjacências dezenas de lojas fechadas retratam um quadro de cidade fantasma.

Mesquita ainda espera por progressoA emancipação tão sonhada por todos ainda não trouxe melhorias esperadas para os mesquitenses

Hospital da Mulher pronto e fechado, sem previsão de funcionamento.

Na Jacutinga, valas de esgoto continuam correndo a céu aberto Presid. do Panorama, Rogério Santana, ouve queixas

Na Coréia, as encostas não serão feitas pelo PAC

Nestes 12 anos de emancipação sentimos que a cidade está estagnada é só propagandae nada acontece

Página 6 - Rio de Janeiro, 24 de setembro à o4 de Outubro DE 2011

O bom atendimento é marca registrada do estabelecimento Osmar dando seu passeio matinal na sua bicicleta diferente Interior da loja onde mesquitenses vão äs compras

O empresário que chegou menino a Mesquita com me-nos de um ano de

idade, e hoje se tornou um dos maiores empresários da cidade, do ramo de material de construcao, tem uma his-tória de esforço, trabalho e superação. Osmar Gonçalves, que começou com uma car-roça entregando areia, pedra, tijolo e ferros, hoje é dono da Fornecedora Simone, que há 35 anos se perpetua como uma das principais lojas da ci-dade. Há 24 anos, no entanto o espaço ficou pequeno e Os-mar, sempre fiel aos amigos, chamou o amigo Fernando .... para ser sócio de um novo empreendimento, e assim sur-giu a Fornecedora Pátria Uni-da, que também se tornou uma das maiores no ramo de construcao cívil. O ponto alto desta amizade tornou-se uma parceria de décadas. Mesmo conseguindo grandes feitos, Osmar não esquece do incío de tudo, o pai dele foi um grande exemplo de esforco e superacao que lhe

Empresário Osmar Gonçalves é exemplo de sucesso e de empreendedorismoFORNECEDORA DE SONHOS

Um empreededor

n O trabalhador que conquistou seu sonho e realiza mil-hares de outros sonhos todos os dias.

deixou heranca toda a sua capacidade e organizacao, e ainda a mula que puxava sua carroça, por exemplo, que hoje tem um pôster com destaque em sua loja. O empresário tem na sua família a base de tudo. O

nome da loja é homenagem a sua filha Simone, fruto de seu casamento de 38 anos com Sra. Ester. Osmar ain-da é pai de Osmarzinho e Regina. Os três filhos são formados e trabalham em suas lojas. Isto para Osmar

é a grande vitória. “Tudo o que eu mais sonhava era que meus filhos cursasse uma faculdade e tivesse uma profissão”, conta o emocionado o grande pai. Sempre preocupado com os que estão a sua volta, Osmar trouxe de Curitiba uma idéia que me-lhorou a vida de vários de cida-dãos. “Nunca me conformei em ver as pessoas esperando con-ducão debaixo de sol ou pegan-do chuva. Quando fui a Curiti-ba e vi os pontos de ônibus de lá, resolvi trazer para cá.” E os pontos, que foram construídos sem custo algum para a popula-ção, já fazem parte da cidade de Mesquita. Osmar é o exemplo de empreen-dedor bem-sucedido, e mesmo com tantos afazeres ainda lhe sobra tempo para pedalar em sua atípica bicicleta, que é ga-rantia de diversão e curiosidade das crianças e de quem vê. O segredo do sucesso, segundo o próprio é a doação. “Quem quer se dar bem, se doe. Não espere nada em troca. O segredo está na doação. Quando você não espera nada, as coisas aconte-cem”. E realmente aconteceu.

Quando Ednaldo Basílio, ex- executivo de banco e professor universitá-

rio, teve a idéia de abrir uma franquia de curso de idiomas em Mesquitra, faltava ain-da um sócio para investir na idéia. Foi então que veio Cley-son Oliveira, que além de se tornar sócio investidor ficou responsável por toda a parte comercial e captação de novos alunos. Foi assim então, com o time completo, que entrou em campo a filial do curso de idiomas Wizard em Mesquita. A unidade foi inaugurada em agosto e já conta com mais de 100 alunos e oferece cursos de inglês, espanhol, manda-rim, francês, italiano, alemão e português para estrangeiros. “Alguns amigos meus abriram uma franquia em Vilar dos

Teles e eu fiquei interessado, mas não queria sair do banco. Mas quando vi que a franquia estava disponível para a cida-de, abracei a idéia. Fiz uma pesquisa de mercado e depois de achar um ponto, me juntei ao Cleyson para abrirmos en-fim o curso”. A busca do ponto, segundo Ednaldo, é um dos problemas enfrentados por quem quer investir em Mes-quita. Os empresários leva-ram cerca de 8 meses para achar um local disponível para a instalação da unida-de. Para ele o município não sabe atrair empreendedo-res. A dificuldade para regis-trar uma empresa na cidade também é criticada pelo ex-cesso de burocracia, para a Wizard de Mesquita o tempo

de legalização chegou a três meses. Mas hoje já insta-lada na Praça João Luiz do Nascimento, a etapa enfren-tada é a de obras, pois salas e uma nova fachada tiveram que ser construídas. Hoje o empreendimento gera 15 empregos diretos, todos moradores de Mesquita, e dezenas de indiretos. O pró-ximo desafio será uma gran-de campanha para o ano que vem pois em janeiro é o mo-mento sazonal para que as pessoas se matriculem em cursos de idiomas. “O dife-rencial da Wizard é que não se trata apenas de um curso de idiomas mas ensina sobre liderança e prepara o aluno para o mercado de traba-lho”, explica Cleyson.

O curso que fica embaixo de uma escola preparatória, e perto de duas escolas esta-duais ajudou a cria um pólo de educação naquela região. E isto revela novas oportu-

nidades de investimentos como relata Ednaldo, “Pode-mos mudar esta história de município dormitório. O Rio tem sido alvo de diversos in-vestimentos e a Baixada Flu-minense não pode ficar de

fora. Aqui circulam milhares de estudantes por dia, então precisamos aproveitar este mercado. Mesquita preci-sa cortar o cordão umbilical com Nova Iguaçu e precisa e pode crescer”.

Fotos: Mateus Vellasco

Página 07 - Rio de Janeiro, 01 à 12 DE Setembro DE 2011 Especial Mesquita 12 anos

Prontos para mudar mesquita

PUMAR empresa mais antiga de Mesquita

Especial Mesquita 12 anos

A necessidade de juntar dinheiro em 1923, para trazer toda a sua família da Espanha para o Brasil, fez

com que espanhol Serafim Pumar Gómez, a parti de uma banca de venda e conserto de guarda-chuva no rio de Janeiro, o fez chegar ao sucesso a tal ponto de construir um verda-deiro império que já duram 80 anos e hoje se encontra terceira gerarão de empreendedores. A Pumar nascida em 1927 da persistência do espanhol Serrafim chegou a Mesquita em 1947 adquiriu o primeiro lote de terra e começou a construção do galpão, que hoje é orgulho dos mesquitense a Indústrias Pumar que nos tempos áureos chegou a ter mais de seiscen-tos funcionários. Dando seqüência a saga da família Pumar, assume Paulino Pumar, filho do fundador, que viu de perto o nascimento do novo municí-pio e sofreu muito com a entrada dos guarda-chuvas chineses em 1992 a 1998 a “preço de banana”, isso fez que reformulasse a empresa, era um novo começo. Falecido em 2003, a sua filha Lucia Pumar Cantini assume em 2005 o controle da empresa juntamente com seu marido Emilio Contini, que reestruturam a empresa.

A fábrica já comandada pela

a tereceira ge-ração, a filha de Paulino Pumar,

Lucia Pumar Contini e seu

marido Emílio Contini

n A linha de produção é composta de novos e antigos funcionário como Dona Maria, 56 anos de Pumar.

Página 08 - Rio de Janeiro, 24 de Setembro à 04 de Outubro DE 2011.

Parabéns pelos 12 anos de Mesquita