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Processo de Tombamento de Bens Materiais na Esfera Municipal – Bem Imóvel Antigo Ginásio Dorense Deliberação Normativa Vigente 01/2016 e 03/2017 - Consolidada Dores do Indaiá / MG Exercício 2018 Quadro II .-Proteção Conjunto documental B . Volume 1

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Processo de Tombamento de Bens Materiais na Esfera Municipal – Bem Imóvel

Antigo Ginásio Dorense Deliberação Normativa Vigente 01/2016 e 03/2017 -

Consolidada Dores do Indaiá / MG

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DORES DO INDAIÁ

QUADRO II - PROTEÇÃO Conjunto B – Processo de Tombamento de Bens Materiais na Esfera Municipal

Exercício 2019

Antigo Ginásio Dorense - Município de Dores do Indaiá/ MG

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QUADRO III – PÁGINA INICIAL ÍNDICE Documentos referentes à parte técnica do processo de tombamento do bem cultural Antigo Ginásio Dorense: 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 6

2. CARACTERIZAÇÃO DO BEM CULTURAL ....................................................................................... 8

2.1. HISTÓRICO DO BEM CULTURAL .............................................................................................. 8

2.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO E DO DISTRITO .......................... 8 2.1.4 HISTÓRICO DO EDIFÍCIO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE ........................................ 20 2.1.4 ESCOLA NORMAL ................................................................................................................ 23 2.1.2 ANTIGO GINÁSIO DORENSE ............................................................................................. 26 2.1.3 SEMINÁRIO SÃO RAFAEL .................................................................................................. 27

2.2. DESCRIÇÃO DETALHADA DO BEM CULTURAL .................................................................. 31

2.3. JUSTIFICATIVA PARA O TOMBAMENTO .............................................................................. 54

3. PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ...................................................................................................... 55

3.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................................................... 55

4. PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO ........................................................................... 58

4.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................................................... 58

4.2. DESENHO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO .......................................... 61

5. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA .............................................................................................. 62

5.1. MAPA LOCALIZANDO O BEM EM RELAÇÃO AS ÁREA DEFINIDAS NO PLANO DE

INVENTÁRIO ....................................................................................................................................... 63

5.2. SITUAÇÃO COM INDICAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO .......................................... 64

5.3. IMPLANTAÇÃO COM INDICAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ........................ 65

5.4. PLANTAS DO BEM TOMBADO ................................................................................................. 66

5.5. FACHADAS ................................................................................................................................... 70

6. DIRETRIZES DE PROTEÇÃO ESPECÍFICAS ................................................................................... 71

6.1. DIRETRIZES PARA O PERÍMETRO OU ÁREA TOMBADA ................................................... 71

6.2. DIRETRIZES PARA O PERÍMETRO OU ÁREA DE ENTORNO AO TOMBAMENTO .......... 73

7. FICHA TÉCNICA .................................................................................................................................. 75

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS .................................................................. 76

Documentos referentes à parte admnistrativa do processo de tombamento do bem cultural Antigo Ginásio Dorense:

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9. DOCUMENTAÇÃO .............................................................................................................................. 77

9.1. CÓPIA DA ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO

CULTURAL QUE APROVA O TOMBAMENTO PROVISÓRIO DO ANTIGO GINÁSIO

DORENSE ............................................................................................................................................. 77

9.2. CÓPIA DA NOTIFICAÇÃO SOBRE O TOMBAMENTO DO BEM AO PROPRIETÁRIO ...... 80

9.3. CÓPIA DO RECIBO DE NOTIFICAÇÃO ASSINADO PELO PROPRIETÁRIO DO BEM ...... 81

9.4. CÓPIA DA ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO

CULTURAL QUE APROVA O TOMBAMENTO DEFINITIVO DO BEM ...................................... 82

9.5. CÓPIA DA HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE ..... 84

9.6. CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DA HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO ................................ 85

9.7. CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM ANTIGO GINÁSIO DORENSE NO LIVRO DE TOMBO

MUNICIPAL ......................................................................................................................................... 86

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1. INTRODUÇÃO

O processo de tombamento é composto por um conjunto de informações técnicas e

administrativas a respeito do bem cultural Antigo Ginásio Dorense.

A parte técnica é formada por relatórios e demais procedimentos técnicos, críticos e

visuais necessários à instrução do processo de tombamento e que apresentam a

importância do bem cultural Antigo Ginásio Dorense no contexto do município de

Dores do Indaiá. A parte administrativa é composta por documentos que dão o suporte

legal à proteção do mesmo. Essas documentações técnicas e administrativos embasam o

mérito a proteção e devem receber chancela do Conselho Municipal do Patrimônio

Cultural e quando necessário do Chefe do Executivo para ter validade legal.

O trabalho realizado por equipe de técnicos traz informações sobre o bem cultural

Antigo Ginásio Dorense, aqui também analisado historicamente, esteticamente,

arquitetonicamente, morfologicamente, urbanisticamente e socialmente. Ou seja, o

processo apresenta uma série de informações e diretrizes que servirão de fundamentação

para a proteção e salvaguarda do bem.

A edificação do Antigo Ginásio Dorense se caracteriza como um exemplar do estilo

eclético, representando uma referência arquitetônica para o município de Dores do

Indaiá. Além disso, é um referencial histórico para o município e sua comunidade,

remetendo à sua ocupação urbana e ao contexto social de sua época, referindo-se aos

processos de urbanização local relacionados às políticas públicas de educação do

município. Deste modo, a edificação é significativa não somente pela sua morfologia e

características estilísticas, mas também pelo contexto social em que está inserida,

constituindo-se como um importante marco na história do município.

Somam-se à parte técnica documentação gráfica constituída por levantamento

fotográfico (com fotografias antigas e recentes) e levantamento cadastral.

O objetivo do trabalho é fornecer pesquisa histórico-documental somada à

documentação legal pertinente que amparem o ato do tombamento do bem cultural

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Antigo Ginásio Dorense. Esse trabalho deverá municiar o sistema municipal

responsável pela implementação da política local de proteção ao patrimônio cultural,

sendo instrumento para pesquisas futuras a respeito do bem cultural em questão, de seu

rito legal e das possíveis intervenções que esse bem e seu entorno possam receber a fim

de que se aplique sua efetiva proteção.

Esse trabalho foi baseado em bibliografia específica sobre o tema, pesquisa de campo,

levantamento “in loco”, bem como através de consulta aos órgãos municipais e

estaduais responsáveis pelo Patrimônio Cultural.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO BEM CULTURAL

2.1. HISTÓRICO DO BEM CULTURAL

2.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO E DO DISTRITO

Mapa localizando o município na sua microrregião e mapa localizando a microrregião em Minas Gerais

Fonte: www.citybrazil.com.br

Mapa das mesorregiões de Minas Gerais

Mapa de localização rodoviária do município Fonte: www.der.mg.gov.br

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Situada na região centro-oeste do Estado de Minas Gerais, na microrregião de Bom

Despacho (Alto São Francisco), o Município de Dores do Indaiá tem uma área total de

1116,15 Km² e é integrante da Bacia do Rio São Francisco. A região não é irrigada

apenas por este rio, mas também pelo Ribeirão dos Porcos, Rio São Francisco, Ribeirão

dos Veados e por outros cursos d’água que compõem a bacia hidrográfica da região.

É importante destacar os aspectos naturais de Dores do Indaiá. Os limites do Município

são demarcados pelas serras e montanhas que a rodeiam. O relevo é ondulado nas áreas

mais baixas. Os desníveis topográficos são pouco representativos, mostrando altitudes

máximas de 749 metros, registradas nas cabeceiras dos córregos da Mata e dos Veados.

O tipo de vegetação é composto por cerrado. Existem vales, matas nativas preservadas,

vastas pastagens, animais selvagens e raras espécies da flora. O clima predominante na

região é de verões brandos e úmidos e invernos frios e secos, tendo como temperatura

média anual registrada ente 22 e 29º C, e a mínima de 16º C.

Administrativamente, o município é constituído apenas pelo distrito sede. Os

municípios limítrofes de Dores do Indaiá são: Quartel Geral, Serra da Saudade, Estrela

do Indaiá, Luz, Bom Despacho e Martinho Campos. Está distante de Belo Horizonte

217 km, e da Capital Federal, 900 km.

A população residente no município em 2005, de acordo com as estatísticas do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 14.702 habitantes. Em comparação a

dados anteriores, o crescimento populacional não apresentou diferenças significantes,

como é apresentado nos dados que se seguem: em 1970 a população total era de 15.707,

sendo 12.465 residentes nas áreas urbanas e 3.242 nas rurais. No ano de 1980, há um

decrescimento da população rural (2.138) e, consequentemente, um acréscimo da

população urbana (13.046). Uma década depois, a população rural cai abruptamente,

sendo na zona rural 1.149 habitantes, e na zona urbana, 12.738. No ano de 2000, a

população total era de 14.381 habitantes, sendo 13.297 a urbana e 1.084 a rural.

Percebe-se no município o esvaziamento do campo e o inchaço da cidade a partir da

década de 1980, movimento verificado na maioria das cidades brasileiras.

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Os primeiros habitantes desta região foram os índios tapuias que tinham acampamento

localizado na atual Fazenda Tapuia, nas proximidades do Distrito Sede. Posteriormente,

no século XVIII, um grupo de negros fugidos formou alguns quilombos e promoveu o

afastamento dos indígenas.

Dores do Indaiá, como a maioria dos municípios mineiros, surgiu na época das

sesmarias distribuídas pela Coroa Portuguesa a inúmeros desbravadores – os sesmeiros.

Os sesmeiros foram alargando as fronteiras brasileiras, abrindo picadas rumo a outras

paragens. Uma delas, Pé da Serra, se alongava rumo ao ouro dos Goiazes.

Segundo o sociólogo dorense Bolívar Lamounier, como todo o Brasil, Minas foi

povoada de leste para oeste. A mineração, no século XVIII, posteriormente a pecuária e

o café, no século XIX, promoveram intensa ocupação da faixa leste do estado, desde

Diamantina ao norte, até a fronteira com São Paulo, ao sul. Graças a isso, o povoamento

e alguns avanços alcançaram, ainda no século XIX, o eixo que vai de Tamanduá (hoje

Itapecerica) a Formiga, nos campos situados na margem direita do Rio São Francisco.

Quem veio a combater os quilombos e desbravar a região foi o Capitão Bartolomeu

Bueno do Prado. Chegaram depois alguns outros brancos que obtiveram sesmarias. Os

dois principais sesmeiros foram: Caetano Álvares e Domingos de Brito, isto

aproximadamente em 1755. Durante anos foram os donos da região, porém, tempos

depois, sem que se saiba ao certo o que teria acontecido, outros nomes vieram a

aparecer como senhores da sesmaria dada a Domingos de Brito: Capitão Amaro da

Costa Guimarães e seus parentes, e Alferes Manoel Gomes Batista. Esses foram, na

realidade, os iniciadores do povoado que, como é sabido, se formou de terras de quatro

principais fazendas: Santa Fé, Gerais, Sobrado e Patos.

Manoel Correia de Souza, proprietário da Fazenda Patos, foi quem cercou o terreno

doado e mandou construir uma capela, em honra a São Sebastião, aproximadamente em

1796. Terminada a capela, elevou-se a Freguesia, tendo sido seu primeiro Vigário o

Padre Henrique Brandão de Macedo. Depois de construída a primeira igreja da região,

as casas foram sendo edificadas paulatinamente em seu entorno, até se formar um

pequeno arraial. Nesse sentido, o antigo Largo de São Sebastião, atual Praça Alexandre

Lacerda Filho, configura-se como o espaço de surgimento da cidade de Dores do Indaiá.

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Em 1731, o lugarejo então existente chamava-se Boa Vista, e constituía ponto de parada

dos bandeirantes que passavam em demanda das Guaiases. Depois o povoado passou a

chamar-se “Vila de Nossa Senhora da Serra da Saudade do Indaiá”, denominação que

posteriormente se alterou para Dores do Indaiá.

O distrito foi criado em 1842, pela lei provincial nº 239, de 30 de novembro. Nesse

mesmo ano, um fato importante aconteceu no Brasil: a Revolução Liberal de 1842. Na

Província de Minas Gerais, a revolta aconteceu a 10 de junho de 1842 em Barbacena,

escolhida como sede do governo revolucionário. Foi aclamado como presidente interino

da Província José Feliciano Pinto Coelho da Cunha. Em 4 de julho, em Queluz (atual

Conselheiro Lafaiete), as forças do governo foram batidas pelos revoltosos,

comandados pelo Coronel Antônio Nunes Galvão. Os revoltosos receberam novas

adesões notadamente de Santa Luzia, Santa Quitéria, Santa Bárbara, Itabira, Caeté e

Sabará. A notícia da derrota dos revoltosos paulistas colocou os mineiros em desacordo

sobre atacar Ouro Preto. Segundo alguns historiadores, Dores do Indaiá tornou-se

também um dos centros das atividades do Movimento Revolucionário.

“Mesmo perdida naquele sertão, Dores do Indaiá envolveu-se em questões políticas provinciais e nacionais desde meados do século XIX. Em 1842, o arraial foi foco regional do movimento em favor da Revolução Liberal”. (LAMOUNIER, 2004)

Em 1850, Dores do Indaiá foi elevada à vila através da Lei provincial nº 472, de 31 de

maio, desmembrando-se de Pitangui, mas como os moradores não conseguiram

construir, por falta de recursos, a Cadeia e a Câmara, instituições necessárias e exigidas

para uma vila na época, a vila é suprimida e, em 1855, tem sua autonomia restituída.

Por volta de 1868 os conservadores1 ascendem ao poder na cidade e pleiteavam a

transferência da sede da vila para Abaeté, com o objetivo de impedir a vitória dos

liberais, maioria em Dores do Indaiá. Em Abaeté havia três líderes conservadores que

prometiam vitória para o partido do município. Os chefes políticos do partido em

Pitangui, com sucessivos e contínuos pedidos aos deputados conservadores da

1 Partido Conservador foi um partido político brasileiro do Período Imperial, surgido por volta de 1836 e extinto com a Proclamação da República, em 1889. Desenvolveu-se através do Partido Restaurador, reunindo os antigos caramurus com a ala dissidente dos liberais moderados. Também se denominavam regressistas, em contraposição aos progressistas partidários do Padre Feijó.

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Assembleia Provincial, conseguiram então que voltasse Dores do Indaiá a ser sede da

vila. Mas essa não foi a última alteração feita pela legislação. Em 1880, foi elevada

novamente à categoria de vila, com a denominação de Dores do Indaiá, pela Lei

provincial nº 2651, desmembrada dos municípios de Abaeté, Santo Antônio do Dantas e

Nossa Senhora da Luz do Aterrado, tendo sido reinstalada em 15 de setembro de 1882.

No século XX, a cidade é composta por vários distritos que, ao longo dos anos, foram

desmembrados. A seguir encontra-se um quadro síntese sobre a divisão administrativa

da cidade.

Quadro 1

Dor

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LEI ANO MODIFICAÇÕES/DISTRITOS

1911 Dores do Indaiá, Córrego Dantas, Quartel Geral, Estrela e

Nossa Senhora da Luz Aterrado.

1920 Dores do Indaiá, Nossa Senhora da Luz do Aterrado,

Espírito Santo do Quartel Geral, Estrela e São José do

Córrego d’Anta ex-Córrego Dantas.

843 1923 Dores do Indaiá passou a chamar-se Indaiá, e

desmembram-se do município de Indaiá (ex-Dores do

Indaiá) os distritos de Nossa Senhora da Luz do Aterrado

e São José do Córrego Dantas, para formar o novo

município de Luz (ex-Nossa Senhora da Luz do Aterrado).

E, ainda, o distrito de Espírito Santo do Quartel Geral

passou a chamar-se Quartel Geral.

921 1926 O município de Indaiá voltou a denominar-se Dores do

Indaiá.

1933 Dores do Indaiá, Estrela e Quartel Geral.

1939-43 Dores do Indaiá, Estrela do Indaiá e Quartel Geral.

336 1948 Desmembra do município de Dores do Indaiá o distrito de

Estrela do Indaiá, elevado à categoria de município. Pela

mesma lei é criado o distrito de Comendador Viana (ex-

povoado de Estação de Melo Viana).

1950 O município é constituído de 3 distritos: Dores do Indaiá,

Comendador Viana e Quartel Geral.

1039 1953 Desmembra do município de Dores do Indaiá o distrito de

Quartel Geral, elevado à categoria de município.

1955 O município é constituído de 2 distritos: Dores do Indaiá e

Comendador Viana.

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1962 Desmembra do município de Dores do Indaiá o distrito de

Comendador Viana, elevado à categoria de município com

a denominação de Serra da Saudade.

2764 1963 O município é constituído do distrito sede, assim

permanecendo em divisão territorial datada de 2007

Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Volume 25, 1959.

A partir de 1891, esteve à frente da administração do município o presidente da câmara

Antônio Zacarias Álvares da Silva, até a sua morte em 1905. Preocupado com a

expansão urbana, encomendou ao engenheiro Francisco Palmério, em 1898, um plano

urbanístico para a cidade que, com algumas modificações, foi implantado, tendo hoje a

cidade uma configuração muito próxima da projetada há mais de um século. O chefe

administrativo criou escolas e arborizou a cidade.

Outro marco para a localidade, ocorrido no início do século XX, foi a edificação da

nova Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, realizada no ano de 1921. Esta

construção impulsionou a demolição da antiga igrejinha de São Sebastião, fato ocorrido

em 1937, sob justificativa de que a edificação apresentava mau estado de conservação.

Outros fatores aconteceram ao longo dos anos e contribuíram para as mudanças na

caracterização da antiga Praça São Sebastião, e consequentemente nos hábitos dos

moradores locais. De acordo com o Dossiê de Tombamento da Praça Alexandre

Lacerda Filho realizado no ano de 2009:

Na década de 1920, a Companhia de Força e Luz chegou ao município e no ano de 1927 foram instalados postes de madeira, com formato de “cruzeta” na Praça Alexandre Lacerda. Posteriormente, no ano de 1985 esses foram substituídos por outros de concreto, pré-moldado, sendo esses os atuais postes da praça. As alterações na praça se deram de forma sutil nos anos seguintes a demolição da igreja. Na década de 1960 foi feito o calçamento em pedras nas vias ao redor da praça e o antigo piso de terra batida foi encoberto de pedras artesanalmente cortadas e instaladas. Senhor Altamiro se lembra que no mandato de Cornélio Caetano, como prefeito de Dores, foi iniciada a instalação do meio-fio da praça e no mandato posterior, do Senhor Gustavo Drumond, foi realizado o calçamento.2

2 PREFEITURA MUNICIPAL DE DORES DO INDAIÁ. Dossiê de Tombamento da Praça Alexandre Lacerda Filho. 2009. P.17

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No final do século XIX, com a Proclamação da República (1889), incentiva-se em

várias partes do país a construção de ferrovias. A Estrada de Ferro Paracatu (EFP) foi

inaugurada na década de 1910 e incorporada à RMV em 1931. A Estrada de Ferro

Paracatu iniciava em uma estação da Estrada de Ferro Oeste de Minas chamada "Velho

da Taipa", no Município de Conceição do Pará, e avançou até Barra do Funchal em

Serra da Saudade, abrangendo também os municípios de Leandro Ferreira, Bom

Despacho e Dores do Indaiá. A EFP foi importante para o desenvolvimento dessas

cidades no Centro-Oeste Mineiro.

Em 28 de dezembro de 1922, é inaugurada, em Dores do Indaiá, a Estação Ferroviária, e

é dado início aos trabalhos de construção do trecho em direção à Serra da Saudade. O

plano era levar a ferrovia até Paracatu, daí a denominação da estrada. A estrada de ferro

não só alcançou Melo Viana como prosseguiu sua rota e foi esbarrar em Barra do

Funchal, esplanada ao pé da grande serra, onde bifurcavam dois rios, Indaiá e Funchal.

Entre esse trecho foram escavados na rocha dois enormes túneis, que permanecem até

os dias atuais. As obras foram sustadas por força da crise gerada por causa

incontestável, a II Guerra Mundial, de 1939 a 1945, devido ao racionamento de petróleo

e outros bens de economia. Com o decorrer dos anos, as mudanças dos tempos e os

governos, a ferrovia foi classificada como antieconômica, tendo seus trilhos arrancados

definitivamente em 1969, juntamente com toda a Viação Centro-Oeste.

Conforme mencionado, até 1922 não havia em Dores do Indaiá a estrada de ferro. Este

fato tornava difícil o contato dos dorenses com outras localidades, bem como o

escoamento da produção do município. Assim, com a chegada da Estrada de Ferro

Paracatu, um grande impulso foi dado para o desenvolvimento econômico e cultural da

região. Em dezembro de 1922, com a chegada dos trilhos, é iniciado o tráfego de

passageiros e mercadorias.

O primeiro carro a circular na cidade foi o de Ezequiel Tibúrcio da Silva. Como não

existiam estradas ligando Dores às cidades vizinhas, Ezequiel construiu em 1919 uma

estrada para Abadia (hoje Martinho Campos). Em 1923, José Francisco Xavier

construiu a estrada para Abaeté, onde cobrava pedágio dos veículos que por ela

circulavam. Em 1931, Afonso Teodoro da Costa construiu a estrada para Luz.

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É importante lembrar que ainda não havia o cargo de prefeito nas cidades do Brasil. Isso

somente irá ocorrer em 1930, quando se inicia o regime de prefeitura no país. Nas

eleições de 1930, Dores do Indaiá teve seu primeiro prefeito, Cornélio Caetano da Silva

Guimarães, que tomou posse em dezembro de 1930, ficando no governo durante 15

anos. Isso se justifica, pois em novembro desse ano foi deflagrada a Revolução de 1930,

liderada por Getúlio Vargas. Assim, meses após o movimento, foi constituído e

empossado um Governo Provisório, que nomeou os governantes estaduais e municipais.

Pelo decreto de 11 de novembro de 1930, o Governo Provisório se atribuiu a

competência para exercer o Poder Executivo e, simultaneamente, a autoridade

legislativa se capacitou também para nomear interventores federais que iriam exercer

poderes similares em todas as unidades da Federação, logo, nas municipalidades.

Ficavam abolidos, assim, todos os órgãos legislativos do país, do Congresso Nacional às

câmaras municipais, até que se realizasse uma reforma eleitoral e fosse eleita uma

assembleia constituinte para dar novo ordenamento jurídico ao país.

O período do Estado Novo de Getúlio Vargas iniciou-se em 1930 e teve fim em 1945.

Durante esse período, Dores do Indaiá foi governada por um interventor nomeado pelo

governador do Estado de Minas Gerais. Em 1947, o país regressava ao regime

democrático após 15 anos de um governo ditatorial. No regime constitucional foram

realizadas eleições para prefeito em dezembro de 1947. O primeiro prefeito eleito pelo

voto popular foi Gustavo Drummond Tostes, que assumiu o cargo em janeiro de 1948.

No que se refere aos homens públicos de Dores do Indaiá, assim era organizada sua

história política:

1882 e 1884 - Presidente da Câmara Tenente Coronel José de Souza Coelho e

Vice Jacinto Rodrigues Zica Sentico;

1883 – Jacinto Rodrigues Zica Sentico e Custócio Tibúrcio da Silva para vice;

1886 – Presidente Alexandre José Bernardes e vice João Crisóstomo de Faria;

1889 – Presidente Alexandre José Bernardes e vice João Crisóstomo de Faria;

1891 – Promulgada a Constituição republicana e eleito em Dores do Indaiá

Antônio Zacarias Álvares da Silva;

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1894 – Reeleito Antônio Zacarias Álvares da Silva;

1897 – Novamente reeleito Antônio Zacarias Álvares da Silva;

1900 - Antônio Zacarias Álvares da Silva permanece no cargo até a sua morte

em 1905;

Criação de dois partidos políticos: Braúnas (liderado por Padre Luís) e Picapaus

(liderado por Antonio Caetano da Silva Guimarães);

1906 – Instalação da Câmara e eleito como Presidente o Padre Luiz Gonzaga de

Souza;

1910 – Vitória dos Picapaus. Contudo, o vereador Augusto Alves França sentiu-

se ludibriado pelo partido e renunciou a vereança. Em seu lugar entrou o

Coronel José de Souza Coelho, dando vitória aos Braúnas. Como Presidente da

Câmara Municipal, continuou Padre Luís Gonzaga de Souza;

1919-1922 – Francisco Luís da Silva Campos, filho de Dores do Indaiá foi eleito

Deputado Estadual;

1959 – Posse do Candidato Gustavo Drummond Tostes;

1963 – Foi eleito Juscelino Pinto da Cunha;

1967 – Posse do candidato José Isidoro Pinto;

1975 - Posse do candidato Hugo de Souza Araújo;

1983 - Posse do candidato Geraldo Marques da Silva;

1989 - Posse do candidato Ronaldo Alcântara da Costa;

1993 - Posse do candidato Geraldo Marques da Silva;

1997 – Posse do candidato Joaquim Ferreira da Cruz;

2001 - Posse do candidato Geraldo Marques da Silva;

2005 – Posse do candidato Joaquim Ferreira da Cruz;

2009 – Posse do candidato reeleito Joaquim Ferreira da Cruz.

Vale registrar que nas primeiras décadas do século XX Dores do Indaiá recebeu

algumas famílias de imigrantes italianos, sendo que muitos deles deixaram na cidade

edificações de aspecto europeu. Nesse contexto, a Europa passava por crises políticas e

econômicas, assim seus habitantes viam na América a possibilidade de um futuro

melhor. Hoje seus descendentes em Dores do Indaiá são integrados à sociedade, não se

isolando em “colônias”.

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A cidade também possui diversas atrações culturais. O Congado é uma de suas

principais manifestações culturais. Essa festa é um cortejo de devotos que se vestem de

reis, rainhas, príncipes e princesas. Além dela, há as celebrações à Nossa Senhora do

Rosário, Santa Efigênia e São Benedito. A Folia de Reis também se apresenta todo mês

de janeiro, visitando os presépios montados nas residências. Entre as festas religiosas

pode-se destacar também a Semana Santa, com solenes procissões do encontro e do

enterro de Jesus. Ademais, ainda existem Exposições Agropecuárias, realizadas em

julho, e o MOTOFEST, na primeira semana de junho, cavalgadas rurais e encontros de

carros de boi. O município também explora seus recursos naturais através do

Ecoturismo. Além disso, possui rico artesanato com ladrilhos, bonecas de cabacinha,

colcha de retalhos e diversos produtos regionais como cachaça, pimenta e suco de frutas

do cerrado.

Dores do Indaiá ainda preserva prédios públicos construídos nas décadas de 1920 e

1930 que contam um pouco de sua história. O prédio da antiga Escola Normal Oficial

Francisco Campos, hoje Escola Estadual Francisco Campos, é um exemplo de

edificação do estilo eclético. Dotada do que havia de melhor em equipamento e pessoal,

a Escola Normal atraía jovens de toda a região para frequentar seus cursos.

“Desde 1904 registram-se tentativas de criar uma escola normal objetivo finalmente atingido em 1928, graças ao entendimento entre dois principais chefes políticos da época, Padre Luís Gonzaga da Silva Souza e Francisco Campos [...] Em 1940, a escola normal já funcionava no espaçoso prédio que ocupa até hoje e destacava pelo padrão de qualidade”. (LAMOUNIER, 2004)

O decreto no 8.245 de 18 de fevereiro criava a escola normal na cidade. O primeiro

diretor foi o alemão Henrique Schmitz, que era também professor de ciências Naturais;

Emilio Mora, professor de História do Brasil; José Soares de Carvalho, Matemática;

José Bernardes de Sousa, música e canto orfeônico; Maurício Otoni, psicologia e

Waldemar de Almeida Barbosa, geografia.

A edificação situada à Praça do Rosário, número 268, objeto deste Dossiê de

Tombamento, foi adquirida em 1928 para receber a Escola Normal. Embora não haja

registros de seu proprietário anterior, ou da sua proposta de uso, sabe-se que o prédio

estava ainda em construção quando foi adquirido para sediar a Escola Normal.

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No entanto, percebendo que o prédio não era muito adequado para o funcionamento de

uma escola, Francisco Campos decidiu que se desse início à construção do prédio

próprio. O prédio teve sua construção iniciada em 1931 e terminada em 1933. Nessa

época, famílias de outros municípios se transferiram para Dores do Indaiá para que suas

filhas frequentassem o curso normal. Houve época em que os cursos atendiam também

aos alunos do sexo masculino, tendo muitos rapazes concluído ali o curso normal, mas

isto pouco durou e a escola passou a atender exclusivamente ao público feminino.

Segundo Waldemar de Almeida Barbosa, a escola trazia a fama de ser a segunda

instituição de ensino melhor equipada do país, pois tinha museu de história natural, sala

ambiente de geografia, laboratório de física e química, variado ginásio de educação

física, quadras de tênis, vôlei e basquetebol e uma rica biblioteca. Professores foram

contratados no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

O ensino normal era dividido nas seguintes etapas: dois anos de curso de adaptação, três

anos de curso normal, findos os quais os alunos recebiam um diploma de normalista de

primeiro grau, e após dois anos de curso de aplicação era conferido o título de

normalista de segundo grau. Em 1964, no governo de Magalhães Pinto, o curso normal

foi substituído pelo científico. A partir de 1974, a escola tornou-se estadual de primeiro

e segundo grau.

Outras duas edificações ecléticas significativas referem-se à Santa Casa de Misericórdia

Dr. Zacarias e ao Grupo Escolar Dr. Zacarias, que têm sua história diretamente

relacionada. A primeira foi construída em 1922 para abrigar o Grupo Escolar Dr.

Zacarias, que, no entanto, permaneceu na edificação somente até 1931, quando foi

transferida para a nova sede.

Nessa mesma década é construído o Seminário São Rafael, a poucos metros do Grupo

Escolar Dr. Zacarias. A construção do Seminário está relacionada à presença dos padres

sacramentinos no município de Dores do Indaiá, a partir de 1936, quando Frei Tarcísio

(Sebastião Resende) visita o município para divulgar o jornal O Lutador, de

Manhumirim. Na ocasião, o Frei admirou-se com a vida religiosa de Dores, bem

desenvolvida mesmo com a ausência de pároco, e propõe que os Sacramentinos

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assumam a paróquia de Dores. Em 1938, chega ao município o Pe. João Balke,

juntamente com Pe. Júlio Maria, fundador e superior dos sacramentinos.

Ainda em 1938 iniciaram-se as obras do prédio do Seminário, que perduraram até o

início da década de 1940, embora a construção já estivesse sendo utilizada mesmo

durante a obra. No entanto, em 1944, o prédio passou a funcionar como Ginásio Pio X,

até 1947. Depois, voltou a funcionar como seminário por iniciativa do Padre Antônio

Afonso de Miranda, ainda nos fins da década de 1940, porém por tempo limitado. Os

sacramentinos permaneceram em Dores do Indaiá por aproximadamente 70 anos,

deixando o município entre 2004 e 2005.

No campo da economia, atualmente as principais atividades econômicas do município

baseiam-se na produção agrícola de arroz, feijão, milho, cana-de-açúcar, dentre outros

produtos. A pecuária, por sua vez, dá ênfase aos bovinos e galináceos. Existem ainda

pequenas indústrias que fabricam artigos de vestuário e produtos de madeira.

A infraestrutura básica de Dores do Indaiá é composta de água tratada, rede de esgoto,

energia elétrica, telefonia fixa, agência bancária, biblioteca pública, limpeza urbana e

hospital. A educação básica (1º e 2º grau) é fornecida pela rede municipal e estadual,

sendo possível optar pelo ensino médio profissionalizante. A rede escolar pública conta

com seis estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo grau. Na zona rural

funciona apenas uma escola de primeiro grau na localidade, conhecida como Anta dos

Coelhos. Três escolas particulares também atraem alunos de classe média. A cidade

conta ainda com uma Faculdade de Pedagogia.

As principais rodovias que servem de acesso ao município são a MG-176, BR-262, BR-

352.

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2.1.4 HISTÓRICO DO EDIFÍCIO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE

A edificação situada à Praça do Rosário, número 268, onde foi posteriormente instalado

o Ginásio Dorense, recebeu primeiramente a Escola Normal, em 1928. Após a

construção da sede própria da Escola Normal, entre 1931 e 1933, o edifício permaneceu

desocupado durante aproximadamente um ano, até que no ano de 1934 recebeu o

Ginásio Dorense.

O Ginásio funcionou no local até 1944, quando foi confiado aos padres sacramentinos,

que mudaram seu nome para Ginásio Pio XII, passando a funcionar no prédio do

Seminário São Rafael. Enquanto isso, a edificação do Antigo Ginásio Dorense passou a

abrigar o Colégio São Luís, entre 1944 e 1950, quando o Ginásio Dorense volta a

funcionar no local, juntamente com o Colégio São Luís, passando a ser denominado

Ginásio São Luís.

Foto antiga do Antigo Ginásio Dorense (s/d)

Acervo da Prefeitura Municipal

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Foto antiga do Antigo Ginásio Dorense (s/d)

Acervo da Prefeitura Municipal

O edifício recebeu novamente as aulas da Escola Normal, durante as reformas desta, no

ano de 1962. Em 1992, é construído um edifício anexo, para onde foi transferido o

Ginásio São Luís. Já no ano 2000, o edifício passou a abrigar a Secretaria de Educação e

a Secretaria de Meio Ambiente, até o ano de 2004, quando o local volta a ficar

desocupado.

Em 2014, o Ginásio São Luís foi transferido para a Escola Estadual Dr. Zacarias, onde

se manteve durante dois anos, sendo transferido em seguida para a Escola Municipal

Benjamim Guimarães. Naquele ano, o anexo do Antigo Ginásio passou a ser ocupado

pela Prefeitura Municipal, e a edificação do Antigo Ginásio passou a ser parcialmente

ocupada como depósito do arquivo da Prefeitura.

A seguir tem-se um quadro resumo do histórico da edificação, e logo após seguem-se

descrições mais detalhadas acerca da Escola Normal; do Ginásio Dorense e do

Seminário São Rafael, que têm sua história diretamente relacionada à edificação objeto

desse dossiê.

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HISTÓRICO DO EDIFÍCIO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE:

QUADRO RESUMO

1928 A edificação do Ginásio Dorense encontrava-se em construção quando foi

adquirida para a instalação provisória da Escola Normal Oficial.

1931 Iniciou-se a construção de um novo edifício para abrigar a Escola Normal.

1933 A Escola Normal foi transferida para sua nova sede, onde hoje se encontra a

Escola Estadual Francisco Campos.

1934 Foi criado o Ginásio Dorense, que passou a funcionar no antigo prédio da

Escola Normal Oficial. A edificação encontrava-se abandonada desde o ano

anterior.

1944 O Ginásio foi confiado aos padres sacramentinos, que mudaram seu nome para

Ginásio Pio XII, passando a funcionar no prédio do Seminário São Rafael.

Enquanto isso a edificação do Antigo Ginásio Dorense passou a abrigar o

Colégio São Luís.

1949 O Ginásio é anexado à Escola Técnica de Comércio São Luís, passando a ser

chamado de Ginásio São Luís, e funcionando juntamente à escola técnica.

1950 O Ginásio retorna ao prédio original, na Praça do Rosário, voltando a ser

denominado Ginásio Dorense.

1962 Durante a reforma do edifício da Escola Normal, o Ginásio Dorense passou a

abrigar também suas aulas.

1992 É construído um edifício anexo, no entorno do Antigo Ginásio Dorense, para

onde foi transferido o Ginásio São Luís.

2000 Após manter-se um tempo desocupado, o edifício passou a abrigar a Secretaria

de Educação e a Secretaria de Meio Ambiente.

2004 Novamente o edifício fica desocupado.

2014 O anexo, onde se encontrava o Colégio São Luís, passa a ser ocupado pela

Prefeitura Municipal, e o Colégio foi transferido para a Escola Estadual Dr.

Zacarias, onde se manteve durante dois anos, sendo transferido em seguida

para a Escola Municipal Benjamim Guimarães.

A partir de então, a edificação do Antigo Ginásio passa a ser parcialmente

ocupada como depósito do arquivo da Prefeitura Municipal.

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2.1.4 ESCOLA NORMAL

A Escola Normal estava sendo planejada desde o ano de 1904, mas o objetivo só foi

atingido no ano de 1928, sob responsabilidade de dois grandes chefes políticos de Dores

do Indaiá, Francisco Campos e o Padre Luís Gonzaga da Silva Souza. Na reunião

realizada no Cine Dorense, localizado na Avenida Francisco Campos, esquina com Rua

Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1927, liderada pelo Juiz de Direito Doutor José

Sátyro da Costa e Silva, foi discutida a criação da Escola Normal da cidade, e no mês de

novembro do mesmo ano foi declarada a fundação da mesma, sob o decreto 8.245 de 18

fevereiro.

O primeiro diretor e também professor foi o alemão, Henrique Schimitz, que lecionou a

disciplina de Ciências Naturais. Emílio Moura, lecionou História do Brasil e mais tarde

passou a ser reconhecido poeta modernista. O Doutor José Soares de Carvalho,

matemática e o Senhor José Bernardes de Souza, deu aulas de música e canto orfeônico,

assim como Waldemar de Almeida Barros lecionou geografia. O promotor Maurício

Otoni foi professor de psicologia e Antônio Macedo lecionava francês e inglês. Esses

formaram a primeira equipe docente da Escola Normal de Dores do Indaiá, que teve

também como diretor o Senhor Cornélio Caetano e o Senhor Edgar Fiúza. A festa de

inauguração da mesma contou com a presença do Senhor Gustavo Capanema, Senhor

Emílio Moura e Doutor Francisco Campos, na época Secretário de Interior do

governador de Minas Gerais. O Senhor Antônio Carlos de Andrada, foi o responsável

pela compra do prédio no ano de 1928, em construção na Praça do Rosário, onde foi

instalada provisoriamente a Escola Normal.

Em 1930, pelo decreto de 19 de março, a escola foi elevada à categoria de segundo

grau. Diante de tal fato as famílias dos municípios vizinhos se transferiram para Dores

do Indaiá e suas filhas começaram a frequentar o curso normal.

No mesmo ano, após perceber que a edificação não era apropriada para tal uso, o

Doutor Francisco Campos decidiu que seria erguido um novo prédio. A construção foi

iniciada no ano de 1931 e concluída no ano de 1933, sendo o projeto arquitetônico

assinado pelo arquiteto de Belo Horizonte, no mês de maio de 1928, o Senhor E.

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Fontenelle. O empreiteiro da obra e financiador foi o Senhor Walder Ude, construtor de

origem alemã, residente em Dores do Indaiá, enquanto o engenheiro responsável foi o

Senhor Augusto César Maia. Francisco Campos providenciou a aquisição de todo o

material para o museu de história natural e para os laboratórios de física e química,

através da Casa Alemã Loher. O político acompanhou de perto a obra a ponto de

escolher até a pintura do Salão Nobre, onde hoje se encontra o quadro de pintura a óleo

em sua homenagem.

Por um determinado período o curso era frequentado por alunos do sexo masculino,

entretanto, posteriormente a escola voltou a ser exclusivamente para mulheres. No

período havia quem classificasse a escola como a segunda melhor do Brasil, devido ao

completo museu de história natural, excelente sala de geografia, assim como bons

laboratórios de física e química, além do ginásio de educação física, quadras e rica

biblioteca. Os professores foram contratados do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto

Alegre e frequentaram cursos em Belo Horizonte, segundo os princípios de Francisco

Campos. Em homenagem ao idealizador da instituição de ensino, no ano de 1932, foi

instalado na Praça Waldemar Almeida Barbosa um busto de bronze de Francisco

Campos.

A escola contava com pensionato onde as alunas que vinham de outras cidades sem as

famílias residiam durante o curso normal. Na cidade haviam várias pensões que

abrigavam as demais alunas. O grande aumento de famílias que se mudaram para Dores

do Indaiá fez com que a economia local sofresse grande crescimento e movimentasse o

comércio. Além da melhoria no âmbito econômico a escola influenciou diretamente a

cultura da cidade, pois as conferências que promovia sobre música, arte, viagens, fez

com que o hábito da leitura se espalhasse e durante esse período, três livrarias

funcionaram em Dores do Indaiá.

A escola teve sua história marcada por alguns fatos e incidentes tristes, tais como o

falecimento da professora Ester Alves em sala de aula, no dia 13 de março de 1952,

além do incêndio do pensionato São José, que funcionava anexo à escola, no mês de

setembro de 1959. Dentre eles o mais marcante foi à visita que Francisco Campos

realizou na cidade, no ano de 1933, antes das eleições, e foi proibido de entrar na Escola

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Normal que ele havia idealizado, pois o Doutor Cornélio Guimarães, então prefeito da

cidade, era inimigo político de Francisco Campos.

A partir do ano de 1946, adaptando aos novos padrões de ensino, foi criado o curso

ginasial da Escola Normal Oficial Francisco Campos, por decreto de 05 de dezembro de

1953, ficando o ensino normal dividido nas seguintes etapas: dois anos de curso de

adaptação, três anos de curso normal, que quando concluído os alunos recebiam

diploma de normalista de primeiro grau e após mais dois anos de curso de aplicação era

conferido o título de normalista de segundo grau. No ano de 1964, outra alteração foi

feita no sistema de ensino e o curso normal foi substituído pelo curso científico, no

governo de Magalhães Pinto, momento em que o diretor da escola era o Doutor Augusto

Mello Neto. No decreto de número 16.244, do dia 08 de maio de 1974, a escola teve seu

nome alterado e passou a se chamar Escola Estadual Francisco Campos, com ensino de

primeiro e segundo grau.

No ano de 1962 o prédio da Escola passou por reforma, sendo essa executada pela

CARPE (Comissão de Construção, Ampliação e Reforma de Prédios Escolares), extinto

órgão do governo, que era responsável pela construção e manutenção dos prédios

escolares do Estado de Minas Gerais. A reforma contemplou a substituição do

acabamento em pó de pedra na cor rosa das fachadas da edificação, por pintura. O lustre

e as arandelas de cristal belga que compunham a decoração da escola foram desfeitos na

reforma e ninguém soube informar o destino dos mesmos, enquanto o acervo do museu

de história natural foi colocado em uma sala sem qualquer critério e cuidado, passando a

ser fechado para a visitação e pesquisa. O salão nobre, decorado com muito requinte,

teve suas cortinas retiradas, e a pintura decorativa foi substiuída por outra na cor cinza.

Todas as cortinas da escola foram removidas e as janelas ficaram sem proteção. Grande

parte do mobiliário foi danificado durante a reforma e as atividades escolares

funcionaram, durante esse período, no prédio do Ginásio Dorense. Não se sabe quanto

tempo durou tal reforma.

No ano de 1983, foi construído um anexo ao prédio original da escola, o qual era

composto por dois pavimentos, localizado entre o edifício original e o ginásio esportivo.

Tal construção obstruiu a visibilidade da edificação da escola. Após esse período a

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edificação passou por pequenas reformas de manutenção, entre elas a instalação de

sistema de alarme, mas não se tem informações sobre a data de tais intervenções.

Atualmente, a instituição funciona em três turnos, conta com cerca de 20 funcionários,

60 professores e aproximadamente 1200 alunos e está sob o comando da diretora Ana

Maria de Andrade.

2.1.2 ANTIGO GINÁSIO DORENSE

O Ginásio Dorense foi criado em 1934, a partir da inciativa de Waldemar de Almeida

Barbosa, que, juntamente com o Dr. Joãozinho Chagas, solicitou ao então prefeito, Sr.

Cornélio Caetano, um prédio para esse fim. O prefeito cedeu, então, o prédio onde

funcionou inicialmente a Escola Normal Oficial, na Praça do Rosário, que se encontrava

abandonado.

O diretor proposto, Waldemar Barbosa, convidou os elementos que poderiam lecionar:

Dr. Edgard Pinto Fiúza, Dr. Ovídio José dos Santos, Miguel Füzessy, o prefeito

Cornélio Caetano, Antônio Macedo, Dr. Joãozinho Chagas e outros. No entanto, por

duas vezes tentou combinar uma reunião para se definirem as cadeiras de cada um, mas

ninguém comparecia, por não acreditarem na proposta.

Em solução, no último sábado de julho de 1934, o diretor dirigiu um cartão a cada

professor, “com os seguintes dizeres: - “Tenho a grata satisfação de convidar o prezado

Amigo a vir tomar um copo de cerveja, hoje, às 17 horas, em minha residência.”

(BARBOSA, 1985, p. 143)

Ainda segundo Barbosa, nenhum deles faltou, e assim foi realizada a primeira reunião,

combinando-se a disciplina de cada professor e o horário das aulas. A partir de então,

marcou-se a data de instalação do ginásio para o dia 5 de agosto do mesmo ano.

O Ginásio Dorense teve início com duas turmas, sendo um curso de admissão e a 1ª

série ginasial. Com seu início, seguiu-se ao desafio de conseguir o reconhecimento

oficial junto ao Ministério da Educação. A verificação prévia foi realizada por

inspetores designados pelo então Ministro Gustavo Capanema e seu Oficial de

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Gabinete, Hugo Gouthier, em janeiro de 1935. Foi exigido um galpão, como condição

essencial para o funcionamento do ginásio, e o depósito prévio para o ato do Ministro:

seis contos de réis. Após solucionar essas questões, foi obtido o reconhecimento do

Ginásio Dorense, em 21 de março de 1935. Sobre o valor em dinheiro, Waldemar

Barbosa descreve:

“Após algumas tentativas, procuramos o Mundinho Soares, que era correspondente do Banco Comércio e Indústria e que se prontificou a fazer o empréstimo, com o aval do Xandicão. Procuramos o Xandicão, a fim de pedir-lhe o aval. E com grande surpresa para nós, ele respondeu: ‘Avalizar? Não, eu lhe empresto os seis contos de réis. Pode preencher a promissória’. O Xandicão foi, aliás, o homem que mais livros ofereceu para a Biblioteca que se iniciava.” (BARBOSA, 1985: 74).

O Ginásio Dorense foi dirigido pelo seu fundador, Sr. Barbosa, até 1940, quando este se

mudou da cidade. Dr. Geraldo de Faria Souza foi o diretor entre 1940 e 1943, quando

Sr. Barbosa retornou e reassumiu a diretoria.

Em 1944, o Ginásio foi confiado aos padres sacramentinos, que administravam o

Colégio, tendo seu nome alterado para Ginásio Pio XII. O Ginásio funcionou no prédio

do Seminário até 1947, quando o prof. Vicente de Almeida Barbosa assumiu a diretoria,

e o Colégio retornou para a edificação na Praça do Rosário.

Em 1949, o Ginásio “foi anexado à Escola Técnica de Comércio São Luís, voltando a

ser dirigido pelo seu fundador, com o nome de Ginásio São Luís”, funcionando

juntamente com a escola técnica. Após o diretor afastar-se novamente do município, na

década de 1950, o ginásio retornou ao prédio original, na Praça do Rosário, voltando a

ser denominado Ginásio Dorense.

2.1.3 SEMINÁRIO SÃO RAFAEL

A construção do Seminário São Rafael está relacionada à presença dos padres

sacramentinos no município de Dores do Indaiá, a partir de 1936. Entre 1944 e 1947,

destinou-se ao Colégio Pio XII. Depois voltou a funcionar como seminário, novamente

por pouco tempo, até meados da década de 1950, e então o imóvel foi alugado para a

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Escola Particular Dorense, até o ano de 2012, quando o imóvel foi adquirido pelo Sr.

Alexandro Ferreira Coelho.

Foto antiga do Seminário São Rafael (s/d)

Acervo da Prefeitura Municipal

Foto antiga do Seminário São Rafael e Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores (s/d)

Acervo da Prefeitura Municipal

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Em 1936, Frei Tarcísio (Sebastião Resente) visita o município para divulgar o jornal O

Lutador, de Manhumirim. Na ocasião, o Frei admirou-se com a vida religiosa de Dores,

bem desenvolvida mesmo com a ausência de pároco.

“Em conversa com Levy Joaquim da Silva, surgiu a possibilidade de os Sacramentinos assumirem a paróquia de Dores. (...) As conversas entre Levy e Frei Tarcísio chegaram ao ponto de este último escrever ao fundador [Pe. Júlio Maria], descrevendo Dores do Indaiá como cidade preparada pelo apostolado de Mons. Mário Silveira, para receber os sacramentinos; e Levy dispôs-se a procurar D. Manuel, Bispo de Luz, e propor-lhe a ideia de confiar a paróquia de Dores aos sacramentinos. Antes mesmo de qualquer entendimento entre Pe. Júlio Maria e D. Manuel, o povo e as autoridades de Dores do Indaiá se prontificaram a doar terreno e ajudar a construir o Seminário.” (BARBOSA, 1985, p. 67)

D. Manuel entregou então a paróquia de Dores do Indaiá e de Bom Despacho aos

sacramentinos, e em 26 de janeiro de 1938 é enviado ao município o Pe. Antônio

Felizola, 16º vigário dessa paróquia. Esse teria assumido provisoriamente, enquanto

encontrava-se em viagem o Pe. João Balke, designado primeiro vigário sacramentino do

município. Pe. João Balke chegou a Dores do Indaiá no dia 2 de abril de 1938 na

companhia do Pe. Júlio Maria, fundador e superior dos sacramentinos.

“Pe. Júlio Maria, chegado a Dores em 2 de abril, recebido com o maior carinho pela população, pregou, no Santuário, uma missão que durou 15 dias. Presidiu várias solenidades, fundou a Congregação Mariana e, no dia 24 de abril, benzeu a pedra fundamental do Seminário, em solenidade a que compareceram todas as autoridades dorenses e enorme multidão.” (BARBOSA, 1985, p. 67)

As construções dos sacramentinos no município ficaram a cargo do Frei Tarcísio, e

iniciou-se a construção do prédio do Seminário.

No início de 1941, chegou a Dores do Indaiá o Pe. Henrique, nomeado pároco da

paróquia de Nossa Senhora das Dores. O Seminário São Rafael estava em construção,

mas já estava em funcionamento o primeiro pavimento. Pe. Henrique correspondia-se

frequentemente com o Pe. Júlio Maria, após este retornar a Manhumirim.

“O Seminário de Dores do Indaiá, segundo as intenções do Pe. Júlio Maria, devia servir de noviciado para as vocações alemãs. A segunda Grande Guerra era o grande terror para os alemães. E por isso, vocacionados da Alemanha, depois de algum tempo deviam vir para cá.” (MIRANDA, 1991, p. 239)

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Porém, não foi o que ocorreu, e o Seminário “foi inaugurado com poucas esperanças de

continuidade”. (MIRANDA, 1991, p. 239)

Em 1944, o prédio passou a funcionar como Ginásio Pio XII, até 1947. Depois, voltou a

funcionar como seminário por iniciativa do Padre Antônio Afonso de Miranda, ainda

nos fins da década de 1940, porém por pouco tempo, até meados da década de 1950.

De todo modo, alguns padres sacramentinos permaneceram ainda em Dores do Indaiá,

deixando o município somente entre 2004 e 2005.

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2.2. DESCRIÇÃO DETALHADA DO BEM CULTURAL

DESCRIÇÃO:

A edificação do Antigo Ginásio está implantada no alinhamento da via, em terreno de

esquina, com suave aclive em direção aos fundos, e pequeno declive da esquerda para a

direita, considerando-se a fachada frontal voltada para a Praça do Rosário.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 01

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

Insere-se no entorno da Igreja do Rosário, e à sua esquerda está o edifício ocupado pela

Prefeitura Municipal. A edificação encontra-se atualmente parcialmente desocupada, e em

parte é utilizada como depósito do arquivo da Prefeitura Municipal.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 02

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

O seu entorno é caracterizado por edificações de estilo colonial, eclético e art deco, além de

edificações recentes. Predomina o uso residencial e a volumetria de um pavimento.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 03

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

Há construções históricas inseridas no contexto da Praça do Rosário, destacando-se a

própria Igreja do Rosário. A Praça é bem arborizada, tem iluminação própria, bancos de

concreto e uma fonte central, onde está o Monumento aos Congadeiros.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 04

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

As vias no entorno imediato da Praça são asfaltadas, porém outras vias no perímetro de

entorno apresentam calçamento tipo pé de moleque.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 05

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

A edificação do Antigo Ginásio tem volumetria de dois pavimentos, e seu acesso é

realizado pela fachada lateral esquerda, transpondo-se um portão de ferro fundido, e então

acessando-se o primeiro pavimento, situado um pouco abaixo do nível da via, através de

uma pequena escada de concreto. O segundo pavimento é acessado através de uma

escadaria paralela à fachada lateral esquerda, que dá acesso ao alpendre.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 06

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

Data: 21/08/2017

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DESCRIÇÃO:

A fachada lateral direita está exposta para a Rua Mário Campos, e apresenta-se idêntica à

fachada frontal, no corpo principal da edificação, exceto pelo alpendre. Mais à direita, tem

também um volume anexo, recuado do alinhamento da via, parcialmente oculto pelo muro

que delimita o terreno.

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FOTO 07

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DESCRIÇÃO:

Considerando-se o corpo principal da edificação, as duas fachadas apresentam simetria,

ritmo regular das aberturas, demarcação de cunhais em alto relevo de massa, nas

extremidades, e ornamentos geométricos, também em alto relevo de massa, caracterizando

o estilo eclético. A construção tem estrutura autoportante de tijolos maciços.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 08

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

A cobertura tem estrutura em madeira e manto em telhas francesas, distribuído em várias

águas, sendo três águas no volume principal, com cumeeira perpendicular à fachada frontal;

uma água na varanda; e três águas no volume adjacente. No volume principal, as

platibandas ocultam a cobertura na fachada frontal e na fachada lateral direita. No

coroamento, ornamentos geométricos da platibanda acentuam a simetria das fachadas, com

frontão destacado ao centro.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 09

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

A fachada lateral esquerda está direcionada para o edifício anexo, onde está situada

atualmente a sede da Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá. Entre as duas edificações, há

um galpão com cobertura metálica que cobre inclusive a escadaria de acesso ao alpendre.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 10

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

Essa fachada tem duas aberturas de porta no nível inferior, com vergas em arco pleno, sem

vedações, acessando-se a parte logo abaixo do alpendre, onde há um corredor com acessos

aos cômodos do primeiro pavimento. No nível acima, a fachada está caracterizada pelos

pilares ritmados do alpendre.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 11

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

Há também um acesso ao volume anexo, com outra escadaria em concreto. Esta possui

guarda corpo em alvenaria, e piso em cimento cru.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 12

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

A fachada posterior, no volume do anexo, é cega, no nível superior, e apresenta três

aberturas de porta, no nível inferior, que dão acesso a instalações sanitárias. No plano

recuado está o volume principal, com uma abertura de janela, no primeiro pavimento, e

duas aberturas no segundo.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 13

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DESCRIÇÃO:

Todas as aberturas de janela têm verga reta, sem moldura, e vedações do tipo basculante,

com esquadrias metálicas e vidro canelado.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 14

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DESCRIÇÃO:

Exceto os vãos de porta da fachada lateral esquerda, onde as vergas são em arco pleno, as

demais aberturas de porta têm vergas retas. Vedações de porta são em madeira, de abrir, em

uma ou duas folhas, pintadas com tinta a óleo na cor verde. No corpo principal da

edificação, as vedações de porta são em réguas de madeira, em duas folhas. No volume

adjacente, são folhas lisas, em uma folha, no banheiro, e duas folhas em réguas de madeira,

no acesso secundário.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 15

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DESCRIÇÃO:

A planta tem disposição em L, conformada pelo corpo principal da edificação, com partido

quadrado, e outro volume anexo, conformando o partido em L e originando um pátio

murado na porção à direita e aos fundos.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 16

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

O primeiro pavimento se configura como semi porão, situando-se abaixo do nível do

terreno, aos fundos e à esquerda. Apresenta dois cômodos amplos, no corpo principal da

edificação, acessados pela fachada lateral esquerda.

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FOTO 17

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DESCRIÇÃO:

Além disso, há quatro instalações sanitárias, no anexo, sendo uma acessada pela lateral

esquerda, e as demais, pela fachada posterior. Nos dois cômodos o piso é de tacos de

madeira, e nas instalações sanitárias, de cerâmica. Os forros são em lambri de madeira

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 18

Autor: Nívia Raquel de Souza e Silva

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DESCRIÇÃO:

No segundo pavimento, a planta se distribui em cinco salas, um corredor e um hall de

acesso, além do alpendre. Alvenarias estão revestidas com pintura em tom verde claro, com

rodapé pintado de verde escuro.

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FOTO 19

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DESCRIÇÃO:

Os pisos dos cômodos internos são em tabuado de madeira. Os forros são em PVC. Em uma

das salas, estão pintadas as inscrições: “SALA VERDE / ONÇA PINTADA”, ainda da

época em que a edificação sediou a Secretaria de Meio Ambiente. Instalações elétricas têm

fiação externa, protegidas por canaletas de PVC.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 20

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DESCRIÇÃO:

Na sala do volume adjacente, há um revestimento cerâmico até a meia altura, na parede dos

fundos, e um barrado verde escuro, nas demais paredes. Essa sala está sendo utilizada como

depósito de parte do arquivo da Prefeitura Municipal.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

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DESCRIÇÃO:

No alpendre, o piso é de ladrilhos hidráulicos e há laje. Neste cômodo, há guarda-corpo em

alvenaria, com peitoril em granitina de tom vermelho.

CROQUI ESQUEMÁTICO:

FOTO 22

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DESCRIÇÃO:

Escadaria de acesso ao segundo pavimento tem piso em cimento cru pintado na cor

vermelha, e guarda-corpo metálico decorado, e corrimão em madeira, pintados na cor cinza.

Os pisos dos afastamentos e do pátio são de cimento cru.

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2.3. JUSTIFICATIVA PARA O TOMBAMENTO

A edificação do Antigo Ginásio Dorense, localizada no Município de Dores do Indaiá,

MG, apresenta-se como um bem cultural com interesse de preservação tanto histórico,

como cultural e arquitetônico, exemplar representativo de seu momento histórico, seu

sistema construtivo e de seu estilo. É um bem cultural singular, e relaciona-se

diretamente à história local, sendo, portanto, patrimônio digno de ser preservado.

Além de sua representatividade histórica, dentro do contexto educacional de Dores do

Indaiá, a edificação conserva características arquitetônicas e estilísticas de seu tempo,

evidenciando elementos representativos do ecletismo do início do século XX no

município.

Sendo assim, seu tombamento se justifica tanto por seu contexto histórico e cultural e

sua relação com a cidade e a comunidade, como por seu valor arquitetônico e por suas

técnicas construtivas e estilísticas.

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3. PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

3.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA

O perímetro de tombamento do Antigo Ginásio se constitui pela poligonal conformada

entre os pontos P1 a P4, totalizando uma área de 352,81 m², sendo 316 m² de área

construída tombada. A poligonal delimita-se pelas arestas P1-P2 (16m), P2-P3 (22m),

P3-P4 (16m) e P4-P1 (22m). Entre tais arestas têm-se os seguintes ângulos internos:

Entre P4-P1 e P1-P2: 90º;

Entre P1-P2 e P2-P3: 90º;

Entre P2-P3 e P3-P4: 90º;

Entre P3-P4 e P4-P1: 90º.

Segue-se a descrição da poligonal:

Localiza-se P1 (19º28’12.81’’S, 45º36’20.61’’O) na intersecção dos limites externos do

lote da edificação à frente e na lateral direita da edificação. A partir de P1, segue-se em

linha reta a sudeste margeando o limite externo do lote à frente do Antigo Ginásio, por

16m, até o encontro com P2 (19º28’13.00’’S, 45º36’20.38’’O). Desse, segue-se a

sudoeste por 22m, margeando o limite esquerdo do lote, formando-se um ângulo de 90º

com o primeiro segmento, até o encontro com P3 (19º28’13.32’’S, 45º36’20.55’’O).

Desse, segue-se em direção noroeste, formando um ângulo de 90º com o segmento

anterior, margeando o muro de divisa posterior do lote, por 16m, até o encontro com P4

(19º28’13.07’’S, 45º36’20.80’’O), localizado no encontro entre o limite do lote e a

projeção do limite posterior do lote. Desse, segue-se margeando o limite externo do

lote, na lateral direita do Antigo Ginásio, contígua à Rua Mário Campos, formando um

ângulo de 90º com o segmento anterior, até o encontro com P1, fechando-se assim a

poligonal.

A área de tombamento está demarcada na Planta de Perímetro de Tombamento anexada

ao item 3.2.

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O perímetro de tombamento do Antigo Ginásio compreende a edificação com todos os

seus volumes e elementos compositivos, e ainda os afastamentos, os muros que

delimitam o lote, e os passeios adjacentes. Deste modo, a delimitação deste perímetro

inclui o contexto imediato da edificação, visando preservar seu agenciamento externo e

os elementos que fazem parte de seu contexto estilístico.

Qualquer tipo de intervenção no bem tombado deve ser submetida à prévia autorização

do sistema municipal responsável pela implementação da política local de proteção ao

patrimônio cultural, observando-se as diretrizes de intervenção estabelecidas no item 6.

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3.2. DESENHO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

Legenda

Linhas de delimitação do perímetro de tombamento

Pontos de interseção das linhas que delimitam o perímetro de

tombamento

Planta de perímetro de tombamento do Antigo Ginásio Dorense

Desenho: Nívia Raquel S. Silva | Responsável: Nívia Raquel S. Silva | CAU: A48282-0

Escala: 1/500 | Base: Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá | Data: 18/09/2017

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4. PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO

4.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Antigo Ginásio Dorense implanta-se no Bairro do Rosário, próximo ao centro do

município de Dores do Indaiá, em frente à Praça de Nossa Senhora do Rosário. Nas

proximidades está também a Prefeitura Municipal. As edificações do entorno

apresentam volumetria de um pavimento, e uso residencial.

A região ainda conserva diversas edificações históricas, representativas dos estilos

colonial, eclético e art deco. Em geral, as edificações mais antigas se implantam no

alinhamento da via, sem afastamento frontal, e com pequenos afastamentos laterais.

Construções mais recentes se implantam com afastamentos frontais. Predomina a

volumetria de um pavimento e uso residencial.

As ruas do entorno são de mão dupla, asfaltadas ou calçadas em pé de moleque, e há

moderada arborização nos passeios. A Praça de Nossa Senhora do Rosário é bastante

arborizada. O trânsito é local e moderado. Circulam principalmente carros de passeio, e

a sinalização é escassa. Predominam calçadas com revestimento em cimento ou

ladrilhos hidráulicos.

A energia é fornecida pela CEMIG e toda região é iluminada com postes de iluminação

pública. O abastecimento de água e tratamento de esgoto é realizado pela COPASA. Há

coleta de lixo, realizada pela Prefeitura Municipal.

O perímetro de entorno de tombamento do Antigo Ginásio Dorense se constitui pela

poligonal conformada entre os pontos E1 a E6, totalizando uma área de 55.629,40 m². A

poligonal delimita-se pelas arestas E1-E2 (302m), E2-E3 (81m), E3-E4 (40m), E4-E5

(147m), E5-E6 (210m) e E6-E1 (219m). Entre tais arestas têm-se os seguintes ângulos

internos:

Entre E6-E1 e E1-E2: 88º;

Entre E1-E2 e E2-E3: 80º;

Entre E2-E3 e E3-E4: 101º;

Entre E3-E4 e E4-E5: 258º;

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Entre E4-E5 e E5-E6: 101º;

Entre E5-E6 e E6-E1: 93º.

Segue-se a descrição da poligonal:

Localiza-se E1 (19º28’14.01’’S, 45º36’24.88’’O) na interseção entre o eixo das ruas

Minas Gerais e Dr. Zacarias. A partir de E1, segue-se em linha reta a nordeste, pelo eixo

da Rua Dr. Zacarias, por 302m, até o encontro com E2 (19º28’05.87’’S,

45º36’19.03’’O), localizado na interseção entre os eixos das ruas Dr. Zacarias e São

Paulo. Desse, segue-se a sudeste pelo eixo da Rua São Paulo, por 81m, formando-se um

ângulo de 80º com o primeiro segmento, até o encontro com E3 (19º28’07.66’’S,

45º36’17.00’’O), localizado na interseção entre os eixos das ruas São Paulo e Mário

Campos. Desse, segue-se a sudoeste formando um ângulo de 101º com o segmento

anterior, por 40m, até o encontro com E4 (19º28’08.79’’S, 45º36’17.82’’O), localizado

no encontro entre os eixos das ruas Mário Campos e Paraná. Desse, segue-se em linha

reta a sudeste por 147m, pelo eixo da Rua Paraná, formando um ângulo de 258º com o

segmento anterior, até o encontro com E5 (19º28’12.14’’S, 45º36’14.47’’O), localizado

no encontro entre os eixos das ruas Paraná e São José. Desse, segue-se em linha reta a

sudoeste por 210m, pelo eixo da Rua São José, formando um ângulo de 101º com o

segmento anterior, até o encontro com E6 (19º28’17.74’’S, 45º36’18.72’’O), localizado

no encontro entre os eixos das ruas São José e Minas Gerais. Desse, segue-se em linha

reta a sudeste por 219m, pelo eixo da Rua Minas Gerais, formando-se um ângulo de 93º

com o segmento anterior, até o encontro com E1, fechando-se assim a poligonal.

A área de entorno está demarcada na Planta de Perímetro de Entorno anexada no item

4.2.

A delimitação deste perímetro de entorno de tombamento pretende preservar a

ambiência do bem tombado e sua relação com o contexto urbano, resguardando-se a sua

visibilidade e procurando-se manter as características históricas da ocupação local que

contextualizam o bem cultural, a partir da compreensão de sua relação com a Praça de

Nossa Senhora do Rosário e com as edificações históricas do entorno. Essas edificações

do entorno inserem o bem cultural em um contexto mais amplo, tanto histórico como

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estilístico, e por isso justifica-se sua preservação, como contexto histórico, estético e

visual.

Sendo assim, não deverão ser permitidas novas construções nem qualquer demolição ou

modificação suscetíveis de causar prejuízos à apreciação ou à fruição do bem cultural

tombado, ou ainda que interfiram em sua relação com o contexto urbano.

Qualquer tipo de intervenção na área definida por esse perímetro deve ser submetida à

prévia autorização do sistema municipal responsável pela implementação da política

local de proteção ao patrimônio cultural, observando-se as diretrizes de intervenção

estabelecidas no item 6.

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4.2. DESENHO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO

Legenda

Linhas de delimitação do perímetro de entorno de tombamento

Pontos de interseção das linhas que delimitam o perímetro de

entorno

Planta de perímetro de entorno de tombamento do Antigo Ginásio Dorense

Desenho: Nívia Raquel S. Silva | Responsável: Nívia Raquel S. Silva | CAU: A48282-0

Escala: 1/2500 | Base: Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá | Data: 18/09/2017

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5. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA A documentação cartográfica é um conjunto de informações gráficas do bem cultural

com o objetivo de apresentar o seu espaço físico interno, externo e seu entorno

imediato, além de outros dados para sua melhor visualização. Durante a visita em

campo, é feito um levantamento cadastral da edificação a fim de descrevê-la

geometricamente através de plantas baixas e fachadas.

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5.1. MAPA LOCALIZANDO O BEM EM RELAÇÃO AS ÁREA DEFINIDAS NO PLANO DE INVENTÁRIO

Mapa do Município ou do Distrito Sede

Desenho: Taíse Travassos | Responsável: Taíse Travassos | CAU: A112261-4

Escala: Sem Escala | Endereço: Praça do Rosário, 268, Bairro Rosário | Data: 04/10/2016

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5.2. SITUAÇÃO COM INDICAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO VER DESENHO PÁGINA 64A.

Situação com indicação do perímetro de entorno

Desenho: Nívia Raquel S. Silva | Responsável: Nívia Raquel S. Silva | CAU: A48282-0

Escala: 1/2500 | Endereço: Praça do Rosário, 268. Bairro Rosário | Data: 18/09/2017

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5.3. IMPLANTAÇÃO COM INDICAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO

VER DESENHO PÁGINA 65A.

Implantação com indicação do perímetro de tombamento

Desenho: Nívia Raquel S. Silva | Responsável: Nívia Raquel S. Silva | CAU: A48282-0

Escala: 1/2500 | Endereço: Praça do Rosário, 268. Bairro Rosário | Data: 18/09/2017

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5.4. PLANTAS DO BEM TOMBADO

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5.5. FACHADAS

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6. DIRETRIZES DE PROTEÇÃO ESPECÍFICAS

6.1. DIRETRIZES PARA O PERÍMETRO OU ÁREA TOMBADA

Na edificação tombada não serão permitidas quaisquer intervenções descaracterizantes,

cabendo ao Conselho de Patrimônio do Município avaliar, aprovar e orientar as

intervenções que se julgarem necessárias, de acordo com as diretrizes a seguir, que

propõem a preservação das características estéticas, estilísticas e das técnicas

construtivas da edificação, definindo-se os elementos que devem ser mantidos e

preservados em obras futuras:

Devem ser preservados todos os elementos construtivos da edificação,

respeitando-se a sua volumetria, materiais e a distribuição dos vãos;

Vãos de portas e janelas externos deverão ser mantidos em sua quantidade,

forma, proporção, ritmo, alinhamento e distribuição, respeitando-se as

composições das fachadas, sobretudo as fachadas frontal e lateral direita;

Vedações das portas e janelas também devem ser conservadas, preservando-se as

tipologias e os materiais originais. Em caso de substituição, deverá ser utilizado

material compatível com o estilo arquitetônico;

Assim, também deverão ser preservados e conservados os ornamentos e

elementos que caracterizam o estilo da edificação, caracterizado pelo estilo

eclético de influência neoclássica, principalmente os elementos em alto relevo

de massa das fachadas externas;

Devem ser mantidos todos os elementos que definem a simetria das fachadas

frontal e lateral direita, bem como o alinhamento e distribuição regular dos vãos,

a platibanda ocultando a cobertura, os ornamentos em alto relevo de massa e os

frisos em baixo relevo nos cunhais, preservando-se todas as características

estéticas das fachadas externas;

Também devem ser conservados os beirais, cimalhas e frontões das fachadas

externas, que não poderão, em hipótese nenhuma, ser descaracterizados;

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Recomposições de reboco, quando necessárias, deverão buscar a composição e a

granulometria de modo a conseguir uma textura similar ao reboco remanescente,

além de evitar futuras trincas por retração no novo material;

Na fase da pintura, evitar, sempre que possível, raspagens das camadas de tinta

existentes, de modo a permitir o registro da estratigrafia cromática da edificação;

Pisos de madeira devem ser preservados e conservados, recebendo imunização

contra xilófagos periodicamente. Em caso de perdas de peças, as mesmas devem

ser substituídas por similares de mesmas dimensões e mesmas características;

Pisos em ladrilho hidráulico, localizados na varanda, devem ser especialmente

mantidos e conservados, e quando houver necessidade de recomposições por

perdas ou desgastes, deverão ser utilizadas peças similares às originais, com o

mesmo padrão e cores;

Deve-se observar constantemente o estado de conservação da cobertura,

garantindo a sua eficiência e evitando-se infiltrações. Em caso de reparos ou

substituição de peças, deverão ser utilizados materiais similares;

Os serviços de restauração devem ser, quando possível, de forma idêntica ou

semelhante aos processos construtivos tradicionais;

Deve prevalecer o respeito aos elementos antigos e às partes autênticas, sendo

somente permitidas substituições quando o elemento original não puder ser

recuperado;

Os elementos destinados a complementar partes faltantes devem integrar-se ao

conjunto, mas distinguindo-se das partes originais, de modo que as restaurações

não sejam falsificações;

O bem cultural deverá ter sua segurança garantida, com a implantação de

sistema de segurança e adequação do sistema de prevenção e combate a incêndio

às normas vigentes;

Qualquer intervenção deverá ser planejada, orientada e acompanhada por

técnicos especializados.

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6.2. DIRETRIZES PARA O PERÍMETRO OU ÁREA DE ENTORNO AO TOMBAMENTO

Para a preservação da ambiência urbana e paisagística do bem tombado, propõem-se as

seguintes diretrizes de intervenção para os elementos do entorno:

A Praça do Rosário deverá ser mantida e preservada, respeitando-se os seus

limites, canteiros, arborização e o Monumento aos Congadeiros;

A arborização pública do entorno também deverá ser mantida e preservada,

recebendo poda e irrigação periódica;

Passeios públicos deverão permanecer livres de elementos que possam obstruir

ou prejudicar a circulação dos pedestres, mantendo-se a sua continuidade;

Equipamentos urbanos, tais como placas de trânsito e sinalização, postes de

iluminação pública e estacionamentos não poderão, em hipótese alguma,

obstruir a visibilidade do bem cultural tombado;

A utilização de elementos de comunicação e publicidade deve obedecer aos

padrões estabelecidos pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural,

impedindo-se qualquer prejuízo das visadas do bem tombado;

Fiações elétricas também deverão estar adequadas, de maneira a não obstruir a

visibilidade do bem cultural, além de adequar-se aos respectivos padrões de

segurança;

Novas construções neste entorno não poderão, de modo algum, impedir a

visibilidade do bem tombado, devendo respeitar sua importância, manter com

ele um diálogo e, sempre que possível, valorizá-lo. Sendo assim, não devem

sobressair-se ao bem cultural na paisagem;

Para tanto, deverá ser incentivada a volumetria pouco adensada deste entorno,

limitando-se a altura de novas edificações e/ou reformas a dois pavimentos,

respeitando-se a paisagem urbana e a ambiência local;

Deverão ser mantidas e preservadas as edificações históricas do entorno,

preservando-se as suas características estilísticas, sempre que possível;

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As reformas a serem realizadas nas edificações do entorno, bem como alterações

na conformação dos lotes e projetos de novos imóveis, devem ser analisados e

aprovados pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.

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7. FICHA TÉCNICA

EQUIPE TÉCNICA

Rua Major Lopes, 42A | 30330-050 | São Pedro | BH - Minas Gerais (31) 3282-1615 | 3221-2132 | [email protected]

Letícia Carvalho Assis | CAU: A266930

Rafael Caldeira F. Pinto | CAU: A26695-7

Responsável pela correção do dossiê

________________________________

Ariádne de Almeida Mendes Arquiteta e Urbanista | CAU: A95130-7

Responsáveis técnicos

______________________________

Nívia Raquel de Souza e Silva Arquiteta e Urbanista | CAU: A48282-0 Responsável pela elaboração do dossiê

Colaborador

_________________________________

Eduardo de Lacerda Valente Chefe do Setor de Patrimônio Cultural da Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá

____________________________

Paula Guimarães Coelho Arquiteta e Urbanista | CAU: A74825-0

Este trabalho foi elaborado nos municípios de Dores do Indaiá e Belo Horizonte, no período de agosto a dezembro de 2017.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS

ÁVILA, Affonso; GONTIJO, João Marcos Machado; MACHADO, Reinaldo

Guedes. Barroco mineiro glossário de arquitetura e ornamentação. Belo

Horizonte: Fundação João Pinheiro. Centro de Estudos Históricos e Culturais,

1996.

BARBOSA, Waldemar de Almeida. Dores do Indaiá do Passado. 1964.

________. História de Dores do Indaiá. 1985.

CORONA, Eduardo; LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário da

arquitetura brasileira. São Paulo: Artshow Books, 1989.

MARQUES, Mauro Cavalcanti. Arquitetura, um segmento: glossário de

cobertura. Belo Horizonte: IEPHA/MG, 1990.

MIRANDA, Dom Antônio Afonso de. Pe. Júlio Maria: Sua Vida e Sua Missão.

Belo Horizonte: Ed. O Lutador: 1991.

PREFEITURA MUNICIPAL DE DORES DO INDAIÁ. Dossiê de Registro da

Festa de Nossa Senhora do Rosário. 2011.

________. Dossiê de Tombamento da Praça Alexandre Lacerda Filho. 2009.

________. Dossiê de Tombamento do Seminário São Rafael. 2014.

TEIXEIRA, Fr. Pio. Memórias Inesquecíveis. I Volume (1945-1996). Belo

Horizonte: Ed. O Lutador, 1997.

VASCONCELOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos.

Belo Horizonte: UFMG, 1979.

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9. DOCUMENTAÇÃO

9.1. CÓPIA DA ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL QUE APROVA O TOMBAMENTO PROVISÓRIO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE

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9.2. CÓPIA DA NOTIFICAÇÃO SOBRE O TOMBAMENTO DO BEM AO PROPRIETÁRIO

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9.3. CÓPIA DO RECIBO DE NOTIFICAÇÃO ASSINADO PELO PROPRIETÁRIO DO BEM

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9.4. CÓPIA DA ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL QUE APROVA O TOMBAMENTO DEFINITIVO DO BEM

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9.5. CÓPIA DA HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO DO ANTIGO GINÁSIO DORENSE

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9.6. CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DA HOMOLOGAÇÃO DO TOMBAMENTO

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9.7. CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM ANTIGO GINÁSIO DORENSE NO LIVRO DE TOMBO MUNICIPAL