escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

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ESCRITURAS PÚBLICAS DE COMPRA E VENDA DE ESCRAVOS NO SÉCULO XIX NO CEARÁ: UM ESTUDO DAS UNIDADES FRASEOLÓGICAS Maria Edineuda Teixeira Pinto (Bolsista Funcap PosLA/UECE) Prof. Dr. Expedito Eloíso Ximenes (Orientador PoLA/UECE) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CENTRO DE HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA PosLA

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Page 1: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

ESCRITURAS PÚBLICAS DE COMPRA E VENDA

DE ESCRAVOS NO SÉCULO XIX NO CEARÁ:

UM ESTUDO DAS UNIDADES FRASEOLÓGICAS

Maria Edineuda Teixeira Pinto (Bolsista Funcap – PosLA/UECE)

Prof. Dr. Expedito Eloíso Ximenes (Orientador – PoLA/UECE)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CENTRO DE HUMANIDADES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUÍSTICA APLICADA – PosLA

Page 2: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Introdução

A leitura de textos antigos nos fornece vestígios

da cultura de uma época que saltam-nos aos

olhos expressos por meio da linguagem. Os

fatos da vida política, da estrutura

administrativa, dos órgãos públicos, dos códigos

de leis e dos administradores da justiça,

expostos nas linhas dos textos, assim como as

ideologias que circulavam em dado período,

pode ajudar a compreendermos como se

relacionavam as camadas da população.

Page 3: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Introdução

As manifestações religiosas, as crenças, o jeito

de viver diante dos fatos em todos os sentidos,

tudo isso podemos ver e interpretar nas

entrelinhas dos textos de que tratamos. Embora

todas essas informações não estejam

explicitadas nos textos, estão ali subjacentes e

ditas de forma implícita, cabendo nossa

interferência por meio da investigação e do

senso crítico para torná-las claras.

Page 4: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Introdução

As Escrituras de Compra e Venda nos levam de volta

aos séculos XVIII e XIX, período da colonização

portuguesa, da formação dos primeiros aglomerados

cearenses e do surgimento das mais antigas vilas do

Ceará que, posteriormente, transformaram-se nas

cidades atuais.

A Escritura Pública é uma declaração pública de um

negócio jurídico definitivo, irrevogável e quitado que se

deve fazer ao comercializar-se uma propriedade. Quem

lavra as Escrituras é o escrivão que, segundo a

definição do Diccionários do povo n° 1 de 1888, é:

official civil que escreve e expede os autos de justiça.

Page 5: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Introdução

Antes de termos o uso das escrituras no Ceará,

primeiramente é importante mencionar que a história de

colonização das terras cearenses só se concretizou

após várias tentativas com mais de cem anos de atraso

em relação ao período da chegada dos colonizadores ao

Brasil. No entanto, no Brasil já havia se instaurado a

escravidão como parte da vida cotidiana, gerando assim

negociações e transferências de cativos.

As velhas Escrituras de Compra e Venda de Escravos

se estabeleceram como registros das negociações

escravistas estabelecidas no Brasil e, mais

posteriormente, no Ceará.

Page 6: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Introdução

Ler esses códices é voltar no tempo e sentir um pouco

do universo que, ainda foi tão marcante na história

brasileira.

Esses documentos surgiram para legalizar, perante a

justiça, a compra e venda de cativos e fazem parte da

história da comunidade que se formou a partir da

Capitania Hereditária do Ceará, a qual, por muitos anos,

ficou esquecida pelos colonizadores.

Os textos são extremamente formais e padronizados,

tanto do ponto de vista da estrutura física quanto dos

padrões linguísticos.

Page 7: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Pesquisa sobre as Escrituras de

Compra e Venda no Ceará

Page 8: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Justificativa Esta pesquisa tem como propósito colaborar com a

preservação da história linguística da sociedade

cearense.

Para isso, optamos nos debruçar sobre os estudos das

unidades fraseológicas (UFs) presentes no gênero

textual Escritura Pública de Compra e Venda de

Escravos, do período imperial cearense, para podermos

descrever quais combinação de elementos linguísticos

constituem as UFs presentes na estrutura das escrituras

e quais aspectos históricos, sociais e políticos

favoreceram a gênese desse documento oficial.

Page 9: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Objetivos

Objetivo Geral

Investigar a estrutura e distribuição das unidades fraseológicas

recorrentes no gênero textual Escritura Pública de Compra e Venda

de Escravos do século XIX, do período imperial cearense.

Objetivos Específicos

Analisar o uso e a recorrência das Unidades Fraseológicas (UFs)

usadas no gênero textual Escrituras Públicas de Compra e Venda

de Escravos, escritas na província do Ceará.

Investigar a distribuição e a estruturação das UFs nas partes

constituintes do documento.

Elaborar um glossário das UFs usadas na composição do gênero

Escrituras Públicas de Compra e Venda de Escravos.

Page 10: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico

Os maiores pilares em que se apóia a nossa base teórica são:

Os estudos filológicos e conceito de Filologia - Melo (1975) e

Lamas (2000);

A edição semidiplomática de textos - Spina (1977) e Cambraia

(2005);

Os estudos do léxico, com foco nas unidades fraseológicas em

textos de especialidades.

Estrutura da macro e microestrutura para a organização de

glossários.

Page 11: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Os estudos filológicos e conceito de Filologia

A Filologia tem como proposta de estudo pleno das línguas,

considerando a morfologia, semântica dos vocábulos, o uso dos

dialetos diversos, além da trajetória de permanência e mudanças de

termos nas línguas, ou seja, seus aspectos de mudança que

possibilitam estabelecer parâmetros para a história de uma língua.

Tais aspectos direcionam as pesquisas em Filologia e demonstram

de forma mais clara os produtos finais de seu trabalho: a edição de

textos inteligíveis, a produção de glossários e o registro da história e

de aspectos distintivos da língua de uma dada região.

Em outras palavras, a Filologia, em um conceito mais amplo,

propõem um estudo dos textos e dos gêneros textuais em todas as

suas realizações nas diversas áreas da vida humana.

Page 12: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Os estudos filológicos e conceito de Filologia

Com base nessa concepção, e de acordo com Lamas (2009), a

Filologia busca integrar todos os estudos da língua em um amplo

universo denominado de Linguística do Texto Integral. Por essa

proposta o autor afirma que

[...] a atitude filológica corresponde plenamente ao estudo da Linguística do

Texto, em qualquer de suas modalidades ou manifestações particulares, atuais

e pretéritas, enquanto ciência que se ocupa da técnica para a explicação do

sentido de cada discurso particular, ou o que é o mesmo, enquanto

hermenêutica do dito. Ocupa-se neste sentido de desenvolver uma técnica para

a interpretação sistemática e fundada, isto é, de uma heurística ou registro de

feitos do texto que permitem alcançar determinados sentidos: por exemplo, se

ocupa de nos ensinar a ver o sentido de passagens literárias, mas também em

textos cotidianos, publicitários, coloquiais, históricos, bíblicos ou jornalísticos, e

inclusive os de “descarte”. (LAMAS, 2009, p. 25-26, grifos do autor).

Page 13: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico A edição semidiplomática de textos

No geral, podemos dizer que atividade filológica mostra-se

essencial, pois essa se debruça amiúde sobre textos,

principalmente os antigos, sendo indispensável para editá-los

cientificamente.

Segundo Cambraia (2005, p.23), os estudos dos textos devem ser

realizados sob uma perspectiva transdisciplinar, pois, para que

possamos realizar a Crítica Textual de forma efetiva, é necessário o

resgate dos textos, conservando-os e compreendendo-os, sendo

que para essa tarefa torna-se mister o diálogo com outras áreas

como a Paleografia, a Codicologia, a Diplomática e a Linguística.

Page 14: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico A edição semidiplomática de textos

Ainda segundo o autor, no procedimento de edição dos texto

[...] há diversos tipos de edição para tornar acessível ao público um

texto manuscrito, que são distribuídos em duas grandes classes: as

edições monotestemunhais (baseadas em apenas um testemunho de

um texto) e as edições politestemunhais (baseadas no confronto de

dois ou mais testemunhos de um mesmo texto). (CAMBRAIA, 2005,

p.91).

A esses modelos de edição também podemos acrescentar a edição

fac-similar que, segundo Spina (1977), pode ser definida como a

fotografia do texto, na qual o editor interfere minimamente, pois limita-

se apenas a digitalizar o original.

Page 15: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Os estudos do léxico, com foco nas unidades

fraseológicas em textos de especialidades

Nos estudos do léxico, as unidades fraseológicas podem ser

concebidas como uma combinação de termos linguísticos,

relacionados à sintaxe e à semântica da gramática de uma língua

específica, que assumem uma unidade de sentido denominada

unidade fraseológica. Esse tipo de estrutura linguística pode

apresentar termos inseparáveis ou despendidos de uma unidade,

bem como podem também se associar de forma mais livre.

No âmbito das pesquisas linguísticas, o estudo das UFs se integra

tanto à Lexicologia e à Lexicografia, como também aos estudos das

linguagem comum e da especializada, sendo esta última

representada pela Terminologia, por exemplo

Page 16: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Os estudos do léxico, com foco nas unidades

fraseológicas em textos de especialidades

Segundo Bevilacqua (1996), podemos entender as Ufs como

[...] unidades formadas por um núcleo eventivo, considerado como

tal por ser de base verbal ou derivada de verbo (nominalização ou

particípio), e por um núcleo terminológico (termo). Entre estes dois

núcleos se estabelecem relações sintáticas, mas principalmente

semânticas, determinadas pelas propriedades do texto em que são

utilizadas. Portanto, são unidades que se conformam no e pelo

texto em que são utilizadas. Cumprem, tal como os termos, a

função de representar e transmitir conhecimento especializado

(BEVILACQUA, 2004, p. 16-17).

Page 17: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Os estudos do léxico, com foco nas unidades

fraseológicas em textos de especialidades

Já, em um sentido mais amplo, Corpas Pastor (1996) que UFs

podem ser definadas como

São unidades léxicas formadas por mais de duas palavras gráficas

em seu limite inferior, cujo limite superior se situa no nível da oração

composta. Ditas unidades se caracterizam por sua alta freqüência

de uso, e de coaparição de seus elementos integrantes; por sua

institucionalização entendida nos termos de fixação e

especialização semântica; por sua idiomaticidade e variação

potenciais; assim como pelo grau no qual se dão todos estes

aspectos nos diferentes tipos. (CORPAS PASTOR, 1996, p. 20,

grifo da autora)

Page 18: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Estrutura da macro e microestrutura para a

organização de um glossário de UFs

Para produzir um dicionário, inicialmente, devemos pensar

acerca da organização das estruturas que o compõem e

determinar mecanismos que servirão para orientar a sua

produção. No caso, com base nas estruturas propostas por

Pontes (2009), um glossário de UFs poderá seguir a seguinte

definição de estruturas:

Macroestrutura: que pode ser entendida como “[...] o conjunto de

entradas organizadas verticalmente no corpo do dicionário ou

nomenclatura. Essa entradas em geral estão em ordem alfabética para

facilitar a leitura por parte do usuário.[...]” (PONTES, 2009, p. 73) Sua

composição global é comporta pelos seguintes itens: a) as partes

introdutórias, b) o corpo, c) as partes complementares;

Page 19: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Referencial Teórico Estrutura da macro e microestrutura para a

organização de um glossário de UFs

Microestrutura: “[...] consiste em um conjunto de paradigmas (ou

informações) ordenados e estruturados, dispostos horizontalmente, ou

seja, linearmente, após a entrada, dentro de cada verbete.” (PONTES,

2009, p.95).

Tal modelo de estruturas nos permitirá a estabelecer parâmetros

de organização conforme os propostos pelas ciências do léxico e

nos norteará na produção do glossário de Ufs.

Page 20: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Tipo de Pesquisa

A pesquisa fundamenta-se em uma perspectiva filológica, tendo

como base a pesquisa e a edição do corpus, que permite,

através de sua leitura, um estudo lexical dos documentos em

apreço.

Para tanto, optamos desenvolver este estudo em cunho

qualitativo-interpretativo, por privilegiar a descrição detalhada

das unidades fraseológicas e dos contextos histórico e social

que as envolvem.

Page 21: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Procedimentos Metodológicos

Optamos estruturar este estudo em três passos:

Primeiro foi feita a edição semidiplomática dos manuscritos

recolhidos (fotografados digitalmente) e sua contextualização

sócio-histórica;

Em seguida foram selecionadas e analisadas as unidades

fraseológicas que compõem o gênero escritura pública de

compra e venda de escravos.

Finalmente, iniciou-se a organização de um glossário das

unidades fraseológicas recolhidas do corpus.

Page 22: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Descrição do corpus

Imagem 01 – Capa do Livro de Notas de Escravos, de 26 de Julho de 1861 a 1º de Julho de 1865,

abrigado no Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC).

Page 23: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Descrição do corpus

O corpus deste estudo é constituído por 50 Escrituras Públicas de

Compra e Venda de Escravos, da província do Ceará.

O recorte temporal abrange documentos oficiais datados do século

XIX, que se encontram catalogados no Livro de Notas de Escravos,

de 26 de Julho de 1861 a 1º de Julho de 1865, o qual está abrigado

no Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC).

Os fólios são manuscritos em ambas as faces (rosto e verso) e traz

aproximadamente 156 Escrituras de Compra e Venda de Escravos.

O livro é costurado e coberto por capa dura, sua encadernação e

dimensões seguem o padrão de arquivamento da APEC.

O Livro de Notas de Escravos fica arquivado no fundo das

Capitanias, no entanto, não está guardado em caixa. A seguir é

apresentada a capa do livro

Page 24: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Descrição do corpus

Imagem 02 – Escritura Pública de Compra e Venda de Escravos, de 26 de Julho de 1861 - Província do Ceará.

Livro de Notas de Escravos, pág. 03 e pág. 04. Arquivo Público do Estado do Ceará (APEC).

Page 25: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Descrição do corpus

Os fólios medem cerca de 340 mm por 220 mm;

Entre os documentos que compõem o livro, há alguns que se

encontram em avançado estado de deterioração;

Todas as escrituras são manuscritas em Língua Portuguesa e a

quantidade de linhas em cada uma varia entre 103 e 114;

Sobre os tipos de letras é muito comum encontrarmos a letra

ramista que se caracterizava pelo fato dos escribas da Idade Média.

Page 26: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará
Page 27: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará
Page 28: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Estrutura textual das escrituras

Em síntese, os segmentos que constituem a estrutura textual as

escrituras são:

Termo de abertura: no qual é informada a nominação contratual da

escritura; a descrição do nome do(s) vendedor(es) e do(s)

comprador(es); a declaração de intenção das partes de praticar

negócio jurídico da compra e venda; o nome e o preço do escravo

negociado e o pagamento dos impostos que legitimavam a escritura

pública;

05

Em nome de Deus - Amem Fl.3r.

Escriptura publica de compra e venda de um escravi

nho de nome Camillo, que fez Luiz Cavalcante d’Albuquerque

á Manoel Antonio da Rocha Juni

or pela quantia de um centos mil reis digo oi

to centos mil reis , de que pagou o Comprador

e Siza e Sello Nacional, como abaixo se declara.

Page 29: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Estrutura textual das escrituras A datação e determinação do lugar onde a escritura foi lavrada:

marcados, respectivamente, pela forma arcaica “Saibão quantos” e

pela citação “no Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo”;

10

15

Saibão quantos este publico instrumento de Escrip

tura de venda virem, que sendo no Anno do Nasci

mento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil

oitocentos e sessenta e hum, aos vinte seis dias do

mes Junho do dito anno, nesta Capital do

Ceará , em meo Escriptorio comparecerão,

Page 30: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Estrutura textual das escrituras A descrição da negociação: onde é narrado a apresentação das partes;

o conhecimento dessas pelo tabelião; as condições do pacto; o valor de

negociação do escravo e a descrição de suas características; a forma de

pagamento, com quitação total ou parcial; a aceitação do comprador pela

compra e quitação; a transferência de posse entre as partes e os nomes

das testemunhas;

20

25

30

(...) uma parte como vendedor Luiz Cavalcante

d’Albuquerque , representado por seo bastante

Procurador Theotonio Pereira de Oliveira Veras

morador desta Cidade; e de outra como compra

dor o Negociante Manoel Antonio da Rocha

Junior, conhecidos de mim Tabellião, e das teste

munhas abaixo; e pelo procurador do vende

dor me foi dito perante as mesmas testemunhas

que em nome de seo constituinte vendia um

escravo de nome Camillo , mulato de dez an

nos , natural de Frequezia de Gurabira na

Província da Paraíba, ao comprador Manoel

Antonio da Rocha Junior pela quantia de

oito centos mil reis em dinheiro de contado,

que ao passar desta confessou haver recebido

do comprador pelo que lhe dava plena e geral

quitação de paga para lhe não ser mais pe (...)

Page 31: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Estrutura textual das escrituras O registro de procuração, ou de outros dispositivos jurídicos, no

corpo da escritura pública: quando houver, conferindo veracidade ao

documento ao abranger todas as ações envolvidas na legalização da

negociação;

40

45

(...)

sada, e pagou o Sello e Siza como dos conhecimentos

que com a Procuração bastante de vendedor aqui

transcrevo , e que tudo é do Théor seguinte – Procu

ração bastante , que faz Luiz Cavalcante d’Al

buquerque – Saibão quantos este publico ins

trumento de Procuração bastante virem, que no An

no de Nascimento de NOSSO Senhor JESUS Christo de

mil oito centos e sessenta e hum, aos dous dias do mez

de Julho do dito anno, nesta Povoação de Boa

(...)

Page 32: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Estrutura textual das escrituras O fechamento: no qual se faz a menção de ter sido lida às partes a

escritura; a declaração de validade do tabelião; a reafirmação da data e

local onde o documento foi lavrado; e finalmente, as assinaturas das

partes, das testemunhas e do tabelião.

90

95

100

(...)

Numero um – reis oito centos – Pagou oito centos reis.

Ceará vinte de Julho de mil oito centos e sessenta e

hum = Macahiba = Hollanda – Em fé e teste

munho de verdade assim o dicerão, e outor

garão, e a pedido dos mesmos faço este

instrumento nesta nota por me ser dis

tribuído o qual sendo por mim lido a

acceitarão e assignarão com as testemunhas prezentes Fran

cisco Weyne Cambery, e Antonio Lustoza de Lacerda Maca

hiba, maiores de excepção e conhecidos de mim MiguelSevero

deSouzaPereira, Tabellião o escrevi =

Theotonio Pereira Oliveira Veras

Manoel Antonio de Rocha Junior

Testemunhas – [espaço] Francisco Weyne Camboty

Antonio Lustoza de Lacerda Macaniba.

Page 33: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Objeto de pesquisa

Esta pesquisa tem como objeto de estudo a análise das Unidades

Fraseológicas (UFs) presentes em 50 Escrituras Públicas de Compra

e Venda de Escravos, da província do Ceará, datadas do século XIX.

A escolha deve-se à concepção de que a história das línguas está

ligada à história dos seus falantes, relacionando tanto os fatores

históricos, quanto os linguísticos, na constituição de sua língua, os

quais podem ser evidenciados pela ocorrência, pelo uso, pela função

discursivas das UFs que constituintem partes dos textos

Finalmente, esta pesquisa também tem como propósito de descrever

os aspectos estruturais e textuais do gênero em questão, procurando

identificar quais fatores extralinguísticos foram pertinentes à

organização da forma e dos termos constituintes desse gênero

textual.

Page 34: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

A edição e as normas

A transcrição das escrituras seguiu o modelo de edição

semidiplomático, segundo as normas de edição do grupo PRAETECE

(Práticas de Edição de Textos do Estado do Ceará).

EXEMPLOS:

Abreviaturas, alfabéticas ou não, serão desenvolvidas, marcando-se, em itálico e

em negrito, as letras omitidas na abreviatura - Ds a ser transcrita “Deus”;

Não será estabelecida fronteira de palavras que venham escritas juntas -

Exemplos: epor ser; aellas; daPiedade; ominino; dosertão; mostrandoselhe;

achandose; sesegue.

À essa edição também foi acrescida a edição fac-similar do

documento, por essa nos permitir visualizarmos características dos

manuscritos que são perdidas pela edição semidiplomática.

Ao final, as Ufs selecionadas irão constituir o glossário da linguagem

especializada que constitui a estrutura das escrituras públicas.

Page 35: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

A coleta dos dados

Inicialmente, para a coleta do corpus, todas as 50 escrituras foram

fotografadas digitalmente e, quando necessário, foram transcritas

ou revisadas no próprio arquivo público quando a fotografia digital

não oferecida uma boa legibilidade do texto.

Após a transcrição das escrituras, optamos por realizar os seguintes

passos para coleta das unidades fraseológicas:

1 - Ler cada documento e analisar a ocorrência e função das UFs nas

partes que formam o documento;

2 - Selecionar, manualmente, as UFs com base nos critérios de

identificação;

3 - Registrar as UFs em fichas para, posteriormente, facilitar a

organização do glossário.

Page 36: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Exemplo de ficha

Ocorrência no corpus: 100% Código: Escritura 001_ 26 de Julho de 1861

Se encontro no fólio número: Fl.3r. Data: 26 de Julho de 1861 Local: Boa Viagem – CE

Assunto da escritura: Venda de um escravinho de nome Camillo, que fez Luiz Cavalcante d’Albuquerque á Manoel

Antonio da Rocha Junior

Segmentos que constituem a estrutura das escrituras: Descrição de data e local

UF com ortografia atualizada: Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de (...)

UF (conforme ocorrência): Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de (...)

Variações:

1 - _______________________________________________________________

Registro do(s) contexto(s) e da(s) referência(s):

Contexto 1: Anno do Nasci | mento de Nosso Senhor Jesus Christo de (mil | oitocentos e sessenta e hum, aos vinte

seis dias do | mes Junho) <L.N., Fl.3r.>

Sistemas de Notas:

NL: Essa UF é uma sentença comum na abertura do segmento de datação e determinação do lugar onde a escritura

foi lavrada. Tem a função pragmática de situar os atos da negociação no tempo e no espaço, pois apresenta em

seguida o dia, mês e ano em que ocorreu o registro da escritura. Essa UF não pertence à linguagem especializada

jurídica, mas por ser essencial e recorrente pelo critério de pertinência que adotamos, tornar-se fundamental catalogar

seu uso nesse gênero documental, uma vez que as informações sobre o dia, mês e ano essenciais para contextualizar

precisamente os fatos históricos.

NH: O aspecto sagrado se faz presente na marcação do tempo, o que evidencia que a fé e religiosidade estavam

fortemente presentes na sociedade cearense, do século XIX, tanto na vida pessoal, quanto nos documentos oficiais.

NL - Nota Linguística ; NH - Nota Histórica ; NE - Nota Etimológica

Page 37: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Organização do glossário A macroestrutura

Para orientar a nossa proposta de composição de um glossário de

UFs, seguiremos o modelo de organização estrutural de dicionário

terminográfico proposto por Pontes (1997). Sendo assim,

tomaremos como principais a macro e microestruturas para a

organização do nosso glossário.

1 – Macroestrutura – serão consideradas as entradas das UFs de

acordo com a ordem de ocorrência em cada parte que compõem a

estrutura textual das Escrituras Públicas de Compra e Venda de

Escravos, ou seja, a ordem alfabética não será considerada.

Page 38: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Organização do glossário A microestrutura

2 – Microestrutura – a configuração da microestrutura do nosso

glossário se valerá do seguinte esquema:

As notas da microestrutura serão compostas por: Notas linguística

(NL) ; Notas etimológicas (NE) e Notas históricas (NH).

Vale ressaltar que as notas não serão obrigatórias e se farão

presentes quando for necessário apresentar comentários acerca de

qualquer conteúdo da história social, cultural, jurídica, política ou

religiosa relevantes e que esclareçam os fatos narrados documentos.

01. Organização por segmentos que constituem a estrutura das escrituras;

02. Registro da UF com ortografia atualizada;

03. Registro das variações;

04. Definição das UFs;

05. Registro dos contextos e das referências;

06. Sistema de Notas.

Page 39: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Exemplo de UF no glossário Peça 1 - A datação e determinação do lugar onde a escritura foi lavrada

Em casa de [x] de (y)

UF: em caza de [rezidencia] de (Dona Maria Mendes Pacheco...)

Definição: Local da vila onde se achavam o escrivão ou tabelião, as partes negociantes,

testemunhas e cativo(s) negociados para lavrar os atos de compra e venda.

Contexto 1: em caza de | [rezidencia] de (Dona Maria Men | des Pacheco) [...] <L.N., Fl.13r.>

NL: Observamos que essa matriz se constitui sintaticamente em torno de uma palavra dada,

casa, à qual se liga outra colocação, por meio de um elemento gramatical com o qual se liga. A

UF se compõem apenas com a variável [x], sendo que a segunda variável (y) representa uma das

partes que se apresenta na negociação. A variável (y) não é necessariamente um conteúdo

integrante da UF, mas se agrega a essa para ampliar seu sentido. Essa UF tem valor pragmático

de informar o local onde a ação de lavrar as escrituras estava praticada.

NE: É de conhecimento de todos que a palavra casa significa domicílio, ou seja, é a casa em que

alguém habita. Em conjunto com a palavra residência amplia o significado para local em que há

maior permanência. Em outros contextos, casa também pode significar casa de habitação dada

pelo governo, ou por algum indivíduo particular, a um funcionário enquanto exerce o seu cargo

em determinada localidade. No entanto, no contexto que apresentamos consideremos, apenas, a

conceito de casa em que alguém habita.

Page 40: Escrituras públicas de compra e venda de escravos no século xix no ceará

Exemplo de UF no glossário Peça 2 - A datação e determinação do lugar onde a escritura foi lavrada

Em meu escritório compareceram [x] (y)

UF: em meo Escriptorio [comparecerão] (de | uma parte como vendedor...)

UF: em meo escriptorio [comparecerão] (partes juntas e contractadas...)

UF: em meo Escriptorio [comparecerão] (partes justas havidas...)

UF sinonímia 2: em meo cartorio [appareceo] (prezente...)

Definição: Ato em que as partes negociantes procuravam a justiça para terem registrada pelo escrivão

ou tabelião a escritura pública.

Contexto 1: em meo Escriptorio [comparecerão], (de | uma parte como vendedor Luiz Cavalcante |

d’Albuquerque , representado por seo bastante | Procurador Theotonio Pereira de Oliveira Veras) <L.N.,

Fl.3r.>

Contexto 2: em meo escriptorio [comparecerão] (partes juntas e contractadas; a saber, | de uma parte

como vendedor Antonio José da Silva Leite, e d'outra como com | pradora Dona Maria da Solidade)

<L.N., Fl.23r.>

Contexto 3: em meo Escriptorio [comparece | rão] (partes justas havidas, e contractadas estipulantes e

acceitantes a | saber de uma como vendedores os Negociantes Pacheco & Irmão) <L.N., Fl.15r.>

Contexto 4: em meo cartorio [appareceo] (prezente Luiz | Cavalcante de Albuquerque...) <L.N., Fl.4v.>

NL: O espaço de (y), além de ser preenchido pelos nomes das partes, também pode apresentar outro

elemento linguístico, com um verbo, por exemplo, o qual complementa a informação da UF, mas não é

parte integrante da UF.

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