[escola de senhoritas julia london - o presente do mercador world)

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Escola de Senhoritas Julia London

Escola de SenhoritasNa Academia para Herdeiras, as lies vo muito alm das aulas de etiqueta e de bordado. Alm de ensinar a suas alunas como evitar os caadores de fortunas, a diretora e fundadora Charlotte Harris inculca a radical ideia de que a mulher de recursos no precisa atar-se a nenhum homem... A menos que encontre um par conveniente e desejvel. De modo que as lies na bela arte de adquirir um marido carinhoso e apaixonado formam parte do currculo nesta escola to extremamente atpica. E medida que se aproximam as frias, a senhora Harris enviar a suas jovens damas para casa com deveres personalizados que realizar. Retornaro estando mais prximas a encontrar algum parecido ao marido perfeito?

Inspirada na srie School for Heiresses da autora Sabrina Jeffries, esta deliciosa antologia conta as histrias de quatro jovens mulheres que aprendero que no existe nenhum manual sobre o amor... Mais vale no casar-se, do que fazer um mau casamento. Senhorita Charlotte Harris, diretora de academia

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O presente do mercador Julia LondonGrace Holcomb, filha de um rico comerciante, enviada escola de herdeiras da Senhorita Harris em Londres. Seu pai est determinado a subir na escala social casando sua filha com algum importante, e nada melhor do que lhe dar uma camada de refinamento na melhor escola. Logo Grace cortejada por dois pretendentes, um comerciante e um Lorde. A quem escolher?

Disp. em Esp: LLL Envio e Traduo: Gisa Reviso Inicial: Waleria V. Reviso Final: Lisa De Weerd Formatao: Gisa Logo e Arte: Suzana Pandora Tiamat - World

Comentrio da Revisora Waleria: um livro gracinha, um romance bem light com poucas cenas hot, mas um romance para aqueles que gostam de romances aucarados. Adorei.

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A minha me, por nos ensinar que o importante no a origem social de uma pessoa mas sim que esta seja educada e use roupa limpa e bem engomada. Mame, asseguro-te que minha roupa est limpa e bem engomada.

Captulo 1

Leeds, Inglaterra. Agosto, 1822

Em uma tarde quente de agosto, um elegante coche preto, enfeitado com uma franja dourada e coroado com um penacho de plumas tambm douradas, penetrou veloz como um raio na localidade de Leeds, puxado por quatro magnficos corcis medindo mais de cinco metros de altura cada um. A carruagem retornava de Londres e se dirigia para uma manso recentemente concluda que estavam nas margens do rio Aire e exibia com orgulho doze chamins. O senhor George Holcomb, o proprietrio de Heslington Park, sempre estava mais do que dispostos a se gabar de que sua casa tinha mais chamin do que qualquer outra no condado de Yorkshire. De um modo geral, o senhor Holcomb sempre estava mais do que disposto a se gabar de suas riquezas. Afinal, tornou-se rico honestamente graas a um grande nmero de ovelhas e segundo suas prprias estimativas, conseguiu de um modo brilhante, prever um crescente mercado para os produtos da l inglesa na Amrica. Como resultado de sua aguada viso empresarial, o senhor Holcomb dirigia agora uma das empresas de produo de l mais prsperas do condado, e era considerado o burgus mais rico de toda a regio. Seu xito significava que sua filha mais nova sua nica menina , Grace, disporia de um dote que substancial capaz de atrair os melhores partidos da Inglaterra. Assim, sua filha poderia gozar da oportunidade de entrar nos crculos da alta sociedade londrina, e acotovelar-se com aristocratas e se casar com um deles. Nesse dia to feliz, George Holcomb receberia o reconhecimento que tanto merecia por parte dos membros mais elitistas da sociedade. Tinha tanta vontade que seu sonho se tornasse realidade, que decidiu solicitar um lugar para Grace na exclusiva escola de senhoritas dirigida pela

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senhora Harris. Grace foi aceita, e durante a cerimnia de sua graduao, que ocorreu h dois anos, sua filha entrou na cena social da capital, com uma apresentao na corte que rivalizava com as demais. Sua estreia foi to espetacular uma pomposa festa, com uma orquestra formada por doze msicos, e champanha francs servido em umas finas e longas taas de cristal , que Holcomb tinha certeza de que sua filha receberia uma proposta de casamento em menos de um ms. Mesmo assim, Grace no s no recebeu nenhuma proposta no seguinte ms, mas tambm nem sequer recebeu nem o mais leve sinal de algo parecido a uma proposta ao longo de sua primeira temporada de festas. Seu pai no conseguia compreender o porqu. Grace era bonita; no era nem muito magra nem muito gorda. Destacava por sua bonita cabeleira com reflexos acobreados a mesma cor do cabelo de seu pai , e por seus belos olhos, castanho avermelhado das folhas em outono. Suas maneiras eram distintas e agradveis, no mostrava nenhum sintoma de disposio nervosa, e alm disso, tinha como incentivo sua imponente riqueza. Que mais podia desejar um homem de uma mulher? Quando o senhor Holcomb interrogou Grace sobre sua estadia em Londres e o fez com insistncia, recordando-lhe a enorme soma de dinheiro que ele gastou em sapatos e em outras frivolidades durante o processo ela garantiu que se comportou com uma cortesia impecvel, e que no era consciente de ter ofendido ningum. Entretanto, o senhor Holcomb no estava convencido, e enviou Grace de volta para a escola da senhora Harris antes da prxima temporada de festas, para que sua filha aperfeioasse todas as lies de etiqueta. Grace sempre estava contente em ver a senhora Harris, uma mulher inteligente que compreendia perfeitamente as dificuldades que atravessavam as jovens herdeiras que no provinham de bom bero quando entravam no mercado de casamento da alta sociedade. Ao contrrio do pai de Grace, a senhora Harris jamais se mostrava zangada nem impaciente. Sua mentora no tinha nenhum receio em comentar apenas os erros infelizes que a jovem ingnua cometeu em sua primeira temporada de festas. Na verdade, as falhas foram as mais inocentes. Quando lhe apresentaram lorde Billingsley, um visconde que um dia se tornaria conde, quando ele perguntou, ela falou com orgulho da profisso de seu pai. Lorde Billingsley se mostrou visivelmente impressionado, e a encheu com interminveis perguntas sobre as ovelhas, que Grace interpretou como um sinal de interesse para ela. Com a clara determinao de ganhar um pretendente, pensou que era um comportamento perfeitamente aceitvel dar de presente um gorro tecido com a l de Holcomb, naturalmente lorde Billingsley em seu seguinte encontro, que ocorreu numa tarde em um jardim de ch. O visconde sorriu agradecido quando ela entregou-lhe o objeto, e professou sua eterna gratido indstria da l, que produzia tantos meias e

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gorros. Como Grace ia saber que ele estava tirando sarro dela? Como ela poderia imaginar que ele ria por suas costas, ou que algumas pessoas comearam a cham-la a pastora de Leeds? Quando a senhora Harris disse a sua pupila toda a verdade, Grace se comportou de forma indulgente, achou por bem usar esse conhecimento como uma oportunidade para rever algumas regras bsicas, como por exemplo: ser educada, mas um pouco misteriosa; ser coquete, mas direta; ser audaz, mas circunspecta. Entretanto, a segunda temporada de festas havia chegado a seu fim, e Grace seguia sem receber nenhuma proposta de casamento. Agora se achava no coche, avanando como um raio para a casa de seu pai para ter uma audincia com ele, com a mesma presteza que se lanaria num canto rodeado pelo mar. A cada metro percorrido, seu temor aumentava. Quando finalmente chegou a Leeds, pensou que no podia suportar ficar na carruagem nem um segundo mais. Precisava caminhar, para pensar, para ensaiar o que ia dizer a seu pai. Quando o veiculo diminuiu a velocidade por causa do trfico, ela sentiu eternamente grata; preferia alguns momentos de atraso a averiguar o que a esperava em Heslington Park. A carruagem parou para dar passagem a outra carruagem, e Grace se inclinou instintivamente para a janela para olhar para fora. Estavam no corao do mercado txtil de Yorkshire, no centro de Leeds. As carroas puxadas por mulas se empilhavam com artigos e tecidos de cores variadas e, que estavam sendo vendidos em diversas barracas erguidas na praa principal, junto aos vendedores que disputavam os espaos e a ateno dos mercadores ricos. Alguns indivduos corriam de um lado a outro, levando rolos de bonitos tecidos coloridos entre as bancas. Se Grace tinha aprendido alguma coisa foi, que um belo tecido podia transformar um vestido ainda mais bonito. Betty disse, dirigindo-se a sua criada, que a acompanhava na viagem, Pensei em fazer um vestido novo, assim vou aproveitar a ocasio. Diga ao chofer que nos deixe aqui. Poucos minutos depois, Grace estava passeando pelo mercado, com Betty em seus calcanhares, examinando diversas peas de sedas vistosas, cetins brilhantes, e delicados brocados. Aqui tem, madame, seda azul de primeira qualidade, confeccionada nos Montes Cotswold no oeste da Inglaterra um dos mercadores para atrair a ateno de Grace. Ela virou-se e olhou para o material que ele mostrava no alto. Sim, era uma bonita seda azul, que sob a luz parecia esboar um pouco de gua graciosamente, instantaneamente ela avanou para o mercador, que agora desenrolara uma larga tira da pea para que ela pudesse inspecion-la. Com este tecido pode confeccionar um vestido belssimo, para uma dama to apresentvel como voc ele a agradou.

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Grace levantou o rosto para perguntar o preo ao mercador, mas seus olhos se fixaram em umas costas largas e em ombros ainda mais largos, prximo ao vendedor. Sobre um desses amplos ombros, descansavam vrias peas enroladas de uma grossa l cinza, do tipo que usava para confeccionar os uniformes dos criados. Mas no foi o tecido que chamou a ateno de Grace, mas as robustas costas do indivduo, to evidente atravs da camisa fina que ia morrer dentro de uma cala de couro camura que se ajustavam perfeitamente aos quadris e s coxas do homem. Ela conhecia essas costas e esses quadris; Ela havia admirado mais de uma vez nos ltimos anos. Pertenciam ao senhor Barrett Adlaine, um jovem que tinha construdo uma pequena embora prspera fbrica txtil no lado oeste do rio Aire, graas herana que recebeu quando seu pai, um comerciante de tecidos, faleceu. As instalaes de Holcomb estavam muito prximas a fbrica do senhor Adlaine, e ele havia comprado ovelhas de seu pai em vrias ocasies. Quando Grace era uma menina e seu pai ainda no era to rico, ela, com seus dois irmos mais velhos, e os filhos do senhor Adlaine tinham passeado juntos no mesmo mercado pelo qual passeava agora. O senhor Adlaine tornou em um homem muito ambicioso, um trabalhador nato... extremamente viril. Grace quis olhar para outro lado, fixar a ateno na pea de seda azul novamente, mas o senhor Adlaine escolheu justo esse momento para virar-se, e por um momento, em meio multido de pessoas que andava proximo a banca, seus olhos se encontraram, e Grace ficou sem flego. Ele era to bonito como se lembrava, com o queixo quadrado, os olhos arrebatadoramente azuis, e os lbios estendidos em um sorriso irresistvel. Seu cabelo loiro escuro preso em um rabo de cavalo na nuca, era possivelmente um pouco mais comprido do que ditava a moda em Londres. Ele apoiou todo o peso de seu corpo em um quadril, colocou a mo livre na sua cintura e piscoulhe com um enorme descaramento. Sim, ele piscou! Como se fossem bons amigos, em vez do que realmente eram agora: um par de simples conhecidos. Grace notou envergonhada, mas sem desviar o olhar. Tudo o que ele fez foi sorrir mais abertamente. Quantas peas de tecido quer , senhorita? inquiriu o mercador. Vai ficar com o tecido, senhorita? perguntou Betty. Como... como disse? balbuciou Grace, aturdida, e olhou a Betty, que a observava com curiosa. O tecido, senhorita. Pensa compr-lo? Sim, sim, dois rolos respondeu instantaneamente ao mercador, e olhou para trs dele. O senhor Adlaine tinha ido. Grace suspirou, ordenou que colocassem o tecido na conta de seu pai, e enviou Betty para procurar um lacaio que levasse a compra at a carruagem. Ela despediu-se do mercador, e ao virar-se, quase se deu de cara com o senhor Adlaine, que agora estava de p, diante dela.

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Senhorita Holcomb? O pulso de Grace acelerou. Sua apario repentina a tinha aturdido tanto quanto seu penetrante olhar azul. Oh, senhor Adlaine, como vai? Ela saudou calorosamente enquanto lanava olhares furtivos a sua volta. Ele tambm olhou a seu redor, mas sem o menor pingo de discrio. Muito bem, obrigado. Ele ainda estava segurando os rolos de tecido, como se no pesasse nada, como se fossem um pssaro empoleirado em seu ombro. Acaba de retornar de Londres? Londres? pestanejou ela. Sim, Londres, uma cidade bastante grande, situado nas margens do Tamisa lembrou ele, sorrindo maliciosamente. Esse sorriso fez o corpo de Grace estremecer compulsivamente, e ela teve que fazer um grande esforo para recordar-se, segundo a educao que tinha recebido, ele no era o tipo de homem digno de admirao. Perdo, senhor, mas no sabia que minha viagem fosse de domnio pblico. Oh, quase ningum sabe de sua viagem confirmou ele, com outro desses sorrisos que faziam os joelhos de Grace tremerem como um pudim . Mas esta manh encontrei seu pai; foi ele quem disse que voc estava a ponto de retornar da capital. Ah respondeu ela, levemente decepcionada. Por um momento fugaz, imaginou o senhor Adlaine fazendo perguntas sobre seu retorno. . Tem passado bem? Ele questionou. Oh, sim, muito bem respondeu ela, desviando novamente o olhar para o tecido de seda, ao tempo que notava como seu desconforto aumentava com a proximidade desse fabuloso corpo masculino . Vou a Londres frequentemente; para aonde deve ir, se quiser acotovelar-se com a sociedade. Suponho que se refere alta sociedade. Exato assentiu ela franzindo as sobrancelhas. O que mais poderia se referir? Bem, isso deve ser fantstico para voc. No realmente disse Grace, riscando uma linha invisvel sobre o tecido de seda . H tantas festas e recepes para assistir, que asseguro que no fcil cumprir todos os eventos sociais; um rduo trabalho. Bem, parece exaustivo expressou ele com uma careta de consternao. S espero que pelo menos tenha para ajud-la. No replicou ela, sacudindo a cabea . Eu tenho que fazer tudo sozinho. Que barbaridade! Uma tragdia! Nesse momento, Grace percebeu que o senhor Adlaine estava provocando-a, e envergonhada comeou a brincar nervosamente com a cruz

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que tinha pendurada no pescoo... at que ele se lembrou da advertncia da senhora Harris sobre esse feio costume de brincar com o que casse em suas mos quando sentia-se desconfortvel. A menos que tenha estado em Londres, senhor Adlaine, no pode nem imaginar a incrvel e constante agitao nessa buliosa cidade. Observou ela com altivez . Esteve em Londres alguma vez? Bom, a verdade que no sou to viajante como voc, senhorita Holcomb; s estive uma dzia de vezes, e minhas obrigaes sociais foram poucas, e, diria, muito vulgares, para precisar de assistncia. Ah. Agora Grace se sentia como uma grande estpida. bvio que ele j foi a Londres! Nem que essa cidade estivesse do outro lado do oceano, e fosse impossvel chegar at ali . Como natural, recebi numerosos convites porque fui apresentada na corte. Grace sabia que o que acabava de dizer tampouco tinha nenhum sentido, mas o senhor Adlaine sempre teve a habilidade de deix-la nervosa e conseguir que acabasse dizendo tolices. No tenho nenhuma dvida de que voc deve ter recebido mais convites do que eu, com minha humilde origem, possa chegar a sonhar confessou ele com um exagerado tom dramtico, embora seus olhos faiscavam divertidos. Acomodou melhor os rolos de tecido sobre o ombro e deu um passo para Grace. Ela retrocedeu instantaneamente, sem parar para pensar em sua reao; na realidade era apenas uma mania, mas no lhe escapou o repentino semblante aturdido do senhor Adlaine, como se, com esse movimento, ele tivesse interpretado que ela o estava rejeitando. Desculpe-me, melhor eu ir embora ele se desculpou. Seu sorriso desapareceu . S espero que no ache Leeds muito aborrecido, depois de sua fabulosa experincia com a alta sociedade em Londres. Essa no era a mensagem que queria transmitir, mas Betty voltou com o lacaio e, alm disso, no sabia como sair sem tornar ridcula a tensa situao que ela mesma tinha criado. Obrigada respondeu Grace, e apontou ao lacaio os rolos de tecido de seda que acabava de comprar . Que tenha um bom dia, senhor Adlaine. Eu digo o mesmo digo, senhorita Holcomb ele se despediu, acomodando sobre seu ombro os rolos de tecido, afastou-se dela. Enquanto ele partia, Grace se deu conta de que Betty o estava devorando com os olhos arregalados. Pelo amor de Deus, Betty! Exclamou Grace, dando-lhe uma cotovelada . No olhe como se ele fosse um apetitoso peru de Natal! Oh, perdo, senhorita Betty se desculpou em voz baixa, e deu um pequeno salto quando Grace passou abruptamente na frente dela.

Captulo 2

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O primeiro dia de Grace no seio de sua famlia foi mais horrvel do que ela imaginou. Seu pai passeava diante da lareira do salo com passos longos, desgastando o tapete enquanto revisava verbalmente suas suspeitas sobre por que sua filha no tinha recebido nenhuma proposta de casamento. Os irmos de Grace, Frederick e Stephen, estavam sentados distraidamente, era evidente que a situao os aborrecia muito. Sua me, como sempre, mostrava-se silenciosa e muito solcita a seu marido. Quase nunca falava, exceto para dar razo ao marido. Isso obrigava Grace defender-se sozinha. Juro, papai, no fiz nada errado repetiu pela ensima vez desde que tinha chegado em casa. Mas Gracie, linda, no negar que h alguma coisa errada. Se no, teria recebido alguma proposta de casamento. Esta manh, sem ir mais longe, sua me se inteirou de que a filha de sua prima j recebeu uma proposta formal; isso que sua primeira temporada de festas. Grace olhou para a me. certo. Mary se casar com um baro. Conforme voc mesma disse, Gracie interveio seu irmo mais velho, depois de bocejar , trs senhoritas que foram escola da senhora Harris receberam propostas de casamento nesta temporada. Se acrescentarmos a essas trs com as quatro do ano passado, isso significa que sete das pupilas da senhora Harris receberam propostas de casamento. Como interpreta essas cifras? No as interpreto no replicou ela ranzinza, bufando com o comentrio de seu irmo. Quando eram meninos, seus irmos sempre a tinham tratado por igual. Mas quando comeou a desenvolver os seios , eles optaram a agir como homens, sempre dispostos a dar sua opinio a respeito de sua vida . No costumo contar o nmero de propostas feitas s ex-alunas da senhora Harris; no estou to inteirada de situaes to pessoais. No quer se casar, Gracie? perguntou-lhe seu pai. A questo a pegou de surpresa. Claro que queria se casar. Queria ter filhos e ser a dona e senhora de sua prpria casa, e dispor da ternura de um homem sempre que desejasse. Mas no estava interessada em atrair um homem pelo simples fato de que ele era de ascendncia. J tinha incentivado lorde Billingsley e, qual foi o resultado? Tambm encorajou lorde Warren, at que a senhora Harris comentou sua alarmante tendncia pela bebida. Incentivou ambos os cavalheiros durante as duas temporadas passadas, mas agora j no era to ingnua; agora acreditava que, pelo menos, tinha que sentir uma ligeira atrao por seu futuro esposo. Bem? O que responde? Apressou ele, e quatro pares de olhos da famlia Holcomb a fitaram. Claro que quero casar, mas...

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No quer se casar com um bom partido, um homem de uma elevada posio social, cujas conexes possam ajudar sua famlia? Claro que sim. Ento, como possvel que no tenha incentivado a nenhum jovem aristocrata a cortej-la formalmente? A senhora Wells me informou que houve um par de jovens que se interessaram por voc. Grace comeava a se cansar da senhora Wells, a dama de companhia que seu pai tinha contratado para que permanecesse com ela em Londres. No princpio a tomou por uma av ntima, at que descobriu que a senhora Wells informava seu pai de todos seus movimentos e comentrios. Desde esse momento, comeou a sentir uma clara averso para esse velho saco de batatas. S eram amigos. Amigos! Repetiu seu pai . Para que informao, senhorita, no existe tal coisa como amizade entre um homem e uma mulher! Se voc tivesse mostrado a um desses moos o mnimo de interesse, a esta altura certamente teria uma proposta de casamento! Talvez seja por culpa de seu cabelo comentou Stephen pensativo, enquanto divertido analisava Grace com os culos de sua me . Refiro-me a sua cor. Estou totalmente de acordo interveio Frederick. Pelo amor de Deus! No pela cor de seu cabelo o pai os cortou com irritao . algo mais que isso. Deve ser a forma como ela se apresenta concluiu, olhando para Grace com olhar crtico. porque eu venho de uma famlia de comerciantes exclamou Grace com enorme exasperao. O resto da famlia a olhou com estupefao. No vejo por que tenho que esconder por mais tempo continuou ela desafiante . Todos sabemos que existem certos membros influentes nas altas esferas que consideram vulgar se envolver com qualquer tipo de negcio. Vulgar? repetiu seu pai, enquanto seu rosto assumiu um tom escarlate. No me diga! Ento... a que distinto ofcio quer se dedicam esse rebanho de elegantes dndis efeminados to influentes? O trabalho de um homem irrelevante quando este alcanou determinada fama e xito, e isso precisamente o que eu consegui. E os homens com ttulos nobilirios sabem apreciar um dote to substancioso quanto o que eu proporcionei a voc. Portanto, Gracie, toda a responsabilidade recai em seus ombros. Desconsolada, ela olhou para a me, como pedindo ajuda. Seu pai tem razo, anjinho Lamentou sua me . Me parece francamente intolervel pensar que, depois da enorme quantidade de dinheiro que pagamos senhora Harris, voc ainda se comporte de modo inadequado.Receio que deixei voc tempo demais brincando com seus irmos. Mas eu...

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J sei! Exclamou Freddie, levantando um dedo por cima de sua cabea . Todo mundo est de frias no campo, no ? E da? Perguntou Stephen, que j havia descartado os culos de sua me. Devemos que organizar uma festa aqui em casa, uma festa campestre, e deveramos convidar todos os aristocratas da regio. Assim poderamos estudar o que h de errado com Grace. Oh, no! Por favor, no! Comeou a dizer Grace, mas suas splicas foram interrompidas pelo firme entusiasmo de seu pai. Excelente ideia, Freddie! Exclamou, dando um tapinha no ombro de seu filho mais velho. Papai, por favor! Implorou Grace . J comeou a estao de caa, no o momento mais apropriado nem para bailes nem para nenhuma tipo de festas! Sim, uma ideia genial! Exclamou Stephen, erguendo de um salto da poltrona . Poderamos combinar com um fim de semana de caa, que culminasse em um baile! Somos suficientes para organizar tudo. Sim, claro! reps seu pai corado de alegria . Organizaremos um baile! No era o mais adequado, mas desde que os trs homens da famlia pareciam extremamente entusiasmados com a ideia e imediatamente comearam a planejar o grande baile, Grace percebeu que nada os deteria. Com um suspiro resignado, caiu de novo na poltrona.

Captulo 3

A temporada de caa tinha comeado h duas semanas quando George Holcomb ofereceu um fim de semana de caada e um baile em Heslington Park. Seu convite foi aceito pelas pessoas mais influentes da regio, incluindo um conde e alguns lordes inferiores, assim como os comerciantes mais ricos com os que Holcomb tinha o prazer de fazer negcios. Includos nesse nmero, encontrava-se o senhor Barrett Adlaine, quem, tal como Grace observou, tinha um aspecto esplndido quando se vestia de gala. O jovem vestia um casaco de tecido leve, azul-marinho e um colete estampado bordado com fios de ouro. Seu cabelo descansava sobre o colarinho da camisa, perfeitamente limpo, e preso ao pescoo usava um leno em um complicado n, o qual surpreendeu Grace positivamente, j que ela pensava que s os homens com criado de quarto exibiam esse tipo de ns to artsticos nas gravatas e lenos. Ele ainda no tinha encontrado a oportunidade de conversar com ele. Seu pai a tinha mantido bastante ocupada, apresentando ao conde, depois a dois

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bares, um baronete, e a um homem que tinha recebido o ttulo de cavalheiro h pouco tempo, por seu trabalho no canal entre o Leeds e Liverpool. Mas o mais angustiante de tudo era que, para a noite, ela escolheu um bonito par de sapatos de cetim, para combinar com seu vestido de seda azul, que mandou confeccionar com o tecido comprado no mercado de Leeds, mas esses sapatos eram muito apertados e seus ps doam intensamente, assim a ideia de dar um passeio com o senhor Adlaine com o objetivo de atrair sua ateno estava totalmente descartada. Mesmo assim, tampouco acreditava que ele olharia para ela, Grace pensou ausentemente enquanto o observava atravs do salo de baile lotado. Ele passou toda a noite com a senhorita Davies ou, alternando, com a senhorita Moorhouse, danando com uma e depois com a outra, e entre elas, com algumas das mulheres casadas presentes. Grace teve que admitir que para um homem to alto e musculoso e que no fazia parte das esferas sociais elevadas esferas, ele danava muito bem, com estilo. Pensou que ele no teria experincia nos sales de baile da nata da capital, mas no foi assim. Cada vez que Grace o olhava no que tivesse inteno de faz-lo, mas seus olhos teimavam em busc-lo, sem querer, claro surpreendia rindo ou sorrindo, um ar diabolicamente encantador. Ela o estava contemplando enquanto ele escoltava uma sorridente senhora Huddersfield at a pista de dana quando seu pai apareceu de repente diante dela e interrompeu sua prazerosa viso. Veem, Grace, quero apresent-la a lorde Prescott anunciou, com a expresso radiante. Lorde Prescott, pelo que Grace sabia que era vivo e, a julgar pela aparncia, mais velho do que seu pai, sorria com orgulho. Ela desenhou um sorriso forado e respeitoso nos lbios e inclinou-se com a devida cortesia quando ele estendeu a mo. Encantada, milorde. Vejo, senhorita Holcomb comeou a dizer o indivduo, tomando a mo de Grace e levando aos lbios, que seu pai no fez justia, quando me descreveu sua beleza irresistvel. Oh reps ela, ao tempo que lanava a seu pai um olhar recriminatrio. Talvez ele tenha esquecido depois de tanto tempo que passei em Londres,para... Bem, bem, no h muito tempo respondeu seu pai com um olhar desafiante. Voc se importaria se lhe fao companhia por um momento? Perguntou-lhe lorde Prescott . Desse modo, poder contar-me suas experincias em Londres. Ela queria danar com ele, nem mesmo toc-lo. Alm disso, estava plenamente consciente do erro ao calar esses malditos sapatos para o baile. Mas podia notar o olhar penetrante de seu pai sobre ela, assim no se atreveu

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a recusar o convite. Claro que no me importo, milorde respondeu da forma mais educada que pde, e tentou parecer feliz com o convite. A julgar pelo olhar ameaador de seu pai, no conseguiu fingir com suficiente credibilidade. Lorde Prescott a levou para a pista de dana, Grace tambm comeou a tagarelice incansvel sobre sua estreia, em especial tendo o cuidado de mencionar a enorme despesa e, e enumerando todas as recepes que participou, em Londres, e quantos chapus e roupas tinham sido comprados. Desejava aborrecer lorde Prescott com esses comentrios, tal como conseguia seu pai quando explicava os gastos que incorriam a sua me. No se enganou. Quando a dana terminou, lorde Prescott se mostrava um pouco tonto. Grace se inclinou com cortesia e fez um movimento para afastar-se. Obrigado, senhor... Senhorita Holcomb ele a reteve, dando um passo adiante para evitar que ela pudesse escapar . Se me permite... Senhorita Holcomb? Ufa! Graas a Deus! Salva! Grace virou instantaneamente, dando as costas para lorde Prescott, para contemplar seu benfeitor, e sentiu o pulso acelerar quando viu o belo senhor Adlaine diante de seus olhos. Senhor Adlaine! Exclamou Grace com um tom exagerado. Perdo por interromper continuou o jovem, enquanto esboava um sorriso encantador e desviou os olhos para o lorde Prescott , mas receio que se no pedir-lhe que reserve uma dana, no terei a oportunidade de danar com a senhorita. Olhou para Grace . Conceder a prxima dana, senhorita Holcomb? Estarei encantada, senhor reps ela, e olhou para lorde Prescott. Lorde Prescott apertou os lbios e se inclinou para ela. Rogo-lhes que me perdoem murmurou, com um olhar de desdm para o senhor Adlaine, afastou-se do casal. Grace revirou os olhos e suspirou de alvio. Quando os abriu, o Sr. Adlaine estava sorrindo, seus olhos azuis visivelmente divertido. Me fez grande favor, senhor agradeceu ela, colocando a mo sobre a palma da mo que ele oferecia. No me diga. Sim assentiu ela enquanto ele a levava para a pista de dana. No pode nem imaginar as situaes difceis que sou obrigada a suportar. Confesso que no. Voc vai ter que explic-las. Bem ela disse com o semblante cansado enquanto fazia uma reverncia e respondia com uma inclinao para frente , primeiro est essa questo de ter que sorrir e fingir que adora receber a ateno qualquer homem procurando uma esposa.

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Garanto-lhe, senhorita Holcomb, que eu no estou procurando esposa. Confessou ele, e logo deslizou a mo ao redor das costas de Grace , a menos, claro, que esteja sugerindo que... Oh, no! No me referia a isso respondeu ela rapidamente enquanto ele iniciava a dana, mas imediatamente se deu conta de como seu comentrio tinha soado mal. A nica coisa que querem que me case com um bom partido. Por Deus! Outra vez tinha atrapalhado-se! Tampouco era isso o que queria dizer! O que que lhe acontecia quando estava com senhor Adlaine, sempre conseguia se comportar como uma menina pequena e estpida? Mas o senhor Adlaine no parecia ter-se ofendido. Claro, como todos respondeu ele, sorrindo com esses olhos azuis to adorveis que Grace sentiu que quase poderia nadar neles. Era bvio que todos queriam casar-se convenientemente, mas ele no estava sujeito a um pai que mostrava a clara determinao de v-lo casado com o melhor partido possvel. Ouso a dizer que a ningum exige tanto se casar com uma bom partido quanto a mim apontou ela com uma risadinha sardnica. Sim, claro, que pena que o rei da Inglaterra j esteja casado, e alm disso, de um modo to infame. Agora ele estava rindo dela. Refiro-me, senhor, para dizer de forma mais direta possvel, que meu pai gastou um monte de dinheiro para me apresentar a sociedade em Londres. E suas expectativas superam as de outros pais. Ah disse o senhor Adlaine, desviando o olhar languidamente para seu decote . Que mais espera seu pai de voc, alm de que leve a cabea de um cervo como recompensa? Perdo? Como diz? O senhor Adlaine sorriu. O que me conta parece bastante mercenrio, senhorita Holcomb. Parece como se estivessem enviando-a aos altos crculos da sociedade com a nica inteno de caar um bom cervo e voltar para a casa com sua cabea, como recompensa. Grace no tinha parado para analisar a situao nesses termos, mas era certamente descrio perfeita. Nesse momento, entretanto, preferia pensar na sorte que tinha de poder danar com ele... To forte e to bonito... Mas ele a observava como se esperasse uma resposta. Acredita que meu pai no deveria enviar-me a Londres? Cravou-o com um tom impertinente , porque se no me enviasse ali, certamente varreria toda a superfcie de Leeds em busca de um pretendente apropriado, mas como, acredito, seria o mesmo, ou no? No, no reps ele amigavelmente , j que no acho que voc tem muitas oportunidades de encurralar um cervo em Leeds. Talvez uma ovelha,

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mas no um cervo. Lanou um sorriso encantador . Embora me parece que voc no se mostra nada inclinada a aceitar uma ovelha, o qual, ouso a acrescentar, inquestionavelmente irnico, dado suas prprios origens to humildes. Realmente, senhor Adlaine, parece que no me compreendeu replicou Grace, afrontada . Tudo o que disse que meu pai gostaria que eu me casasse com o melhor partido que for capaz de atrair. Ento, a nica questo a considera : um bom partido significa casar-se por puro e simples interesse econmico. Ou por amor? Ele a observou com ateno, e Grace notou um ligeiro rubor nas bochechas. Considero que possvel casar-se tendo em conta a situao econmica e o amor. Ah disse ele, e de repente, sem fazer o menor esforo, ele a virou para a direita. possvel, embora no provvel, se a primeira coisa que se leva em considerao a situao financeira do seu parceiro em potencial. Os olhos do Grace se estreitaram. Ela no gostou da mensagem. Parece que interpreta mal as intenes de minha famlia insistiu ela enquanto ele a fez girar e girar na pista de dana, mas ele se limitou a zombar de sua cara contrariada . No pensamos na situao financeira de um homem, senhor, mas na sua posio social. Ah. Busca um homem que tenha um ttulo nobilirio concluiu com uma careta divertida. Maldio! Esse cara tinha a habilidade de dar voltas a suas palavras at o ponto de faz-las soar com algo positivamente terrvel, e a verdade, o fato de danar com ele, sentindo seu brao em volta da cintura, o aperto firme da sua grande mo sobre a sua no ajudava em nada para se livrar da terrvel sensao de tontura que a invadia. Ele tinha a capacidade de faz-la sentir leve como uma pluma entre seus braos. No, claro que no rebateu Grace, recordando a conversa. A verdade que eu no procuro ningum; meu pai quem procura. E voc se sente sufocado pela ateno constante de muitos cavalheiros. Ento no se preocupe, senhorita Holcomb; dou-lhe minha palavra de que no a sufocarei enchendo-a de cuidados. Oh exclamou ela, sentindo-se uma crescente frustrao ao notar o rubor nas faces. . Senhor Adlaine, no compreendeu nada do que eu disse. Olhe, simplesmente estava danando com lorde Prescott, com quem meu pai deseja que eu confraternize, e que... Isso realmente tudo o que eu quis dizer. O senhor Adlaine a fez girar para a esquerda, ento examinou multido de um dos lado da pista de dana. Grace seguiu seu olhar, viu que ele estava observando lorde Prescott, que por sua vez estava, infelizmente, observando-a. Eu entendo o seu problema confirmou ele, franzindo o cenho. Me

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pergunto se deveria salv-la desse cavalheiro. Sim, talvez poderia lev-la at o terrao, e ocult-la atrs de um enorme vaso de planta. Olhou-a pensativo, como se estivesse debatendo entre agir ou no. Ela o olhou com esperana, enquanto em silncio pedia-lhe que fizesse o que acabava de propor. No sei se seria correto. Lorde Prescott parece possuir todos os critrios que voc me exps. No! Exclamou Grace. No? Ele sorriu condescendente. . um cavalheiro, e muito rico. Ns todos sabemos que era muito apaixonado por sua esposa, que em paz descanse... muito velho ela sussurrou irritada. Ah, voc procura um pretendente jovem pontuou o senhor Adlaine, assentindo . Devemos ressaltar esse detalhe em sua grande lista. Senhor Adlaine! Ele riu. No tema, senhorita Holcomb. Esta noite ter ambos desejos cumpridos : resgatarei-a, mas sob nenhuma circunstncia, a sufocarei com meus cuidados, garanto. timo! Vejo que voc um cavalheiro. Exclamou Grace com petulncia, embora para si mesma pensou que ele estava ficando difcil. O senhor Adlaine voltou a rir. Que elogio tocante, vindo de uma mulher to ardentemente admirada. Ela esboou uma careta de aborrecimento, mas no final ele se comportou como um verdadeiro cavalheiro: quando a dana chegou ao fim, ele conseguiu sorrateiramente desviar-se para uma das quatro janela de estilo francs que conduziam ao terrao, em seguida a segurou suavemente pelo brao e a tirou do salo. J no terrao, deu-lhe uma cotovelada amigvel, convidando-a descer as escadas que levavam aos jardins, que essa noite estavam iluminados com tochas. J pode fugir, senhorita Holcomb encorajou-a, em seguida se despediu com uma reverncia. Obrigada balbuciou ela. Corada, Grace correu escada abaixo para um de seus lugares favoritos: a pracinha ladeada pelo jardim de rosas que ela conhecia to bem. O intercmbio verbal que teve com o senhor Adlaine enquanto danavam era precisamente o tipo de conversa que ela no tinha talento algum. Ela sentou-se no banco de ferro forjado. De repente, lembrou-se de seus ps, o que parecia impossvel, mas ela havia esquecido enquanto danava com o Sr. Adlaine. Nesse lugar estratgico onde estava localizado o banco, protegido pelas paredes da pracinha, ningum podia v-la. Tinha a inteno de permanecer ali bastante tempo; francamente, Grace temia ficar muito tempo,

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j que se no se comportasse como era devido nessa noite, tinha certeza que seu pai recorreria a medidas muito mais drsticas para encontrar-lhe marido. Descansaria apenas um momento, sim, exatamente o suficiente para livrar-se de lorde Prescott e relaxar seus pobres ps do castigo que lhes foi infligido. Ela balanou as pernas, com a inteno de se desfazer dos sapatos e suspirou de alvio. Esse tipo de bailes no a atraam absolutamente. Tinha frequentado muitos eventos semelhantes em Londres, e jamais se sentiu confortvel. Talvez eles tivessem razo: Grace era a filha de um pastor, uma moa que no encaixava nas altas rodas, uma garota da aristocracia enfatizava suas razes plebeias ao invs de suas realizaes e virtudes. Por isso parecia, j era suficientemente horroroso ser a filha de um comerciante, mas... Estar relacionada com o negcio de ovelhas, parecia particularmente ofensivo para os nobres. Nos numerosos eventos aos quais participou, sempre senti-se como um macaco de exposio, ou melhor, como um porco assado no meio da mesa no dia de Natal antes de seu pai comear a trinch-lo para que todos apreciassem o banquete. O som de passos sobre os degraus de pedra conseguiu tir-la de seus pensamentos. Rapidamente tentou agarrar seus os sapatos do cho, mas nesse momento, o senhor Adlaine apareceu e entrou na pracinha. Ele deu uma olhada em volta. Duvido que encontre um cervo, por aqui. Senhor Adlaine! exclamou Grace. O jovem estava comportando-se de modo impertinente, apresentando-se desse modo, sem ser convidado, e olhando descaradamente em seus ps descalos, o que justamente estava fazendo naquele momento.. Perdoe, senhor, mas... Oh, no precisa se desculpar, eu tambm tiraria isso, se fosse voc, e os manteria bem longe de meus pobres ps argumentou ele, balanando a cabea enquanto observava os ofensivos sapatos que agora descansavam sobre o banco. Eles tm prolas o suficiente para confeccionar um longo colar. Momentaneamente distrada, Grace olhou para seus sapatos, mas no teve a oportunidade de responder, porque o senhor Adlaine se ajoelhou subitamente diante dela e mostrou a palma da mo. D-me um. O qu? Perguntou ela, olhando desconcertada a ampla palma da mo . Um sapato? No, no o seu sapato, mas o seu p. Grace pestanejou sem afastar o olhar da palma estendida. No quer dizer... Posso e fao. Ganhei uma merecida reputao, com minha habilidade de massagear ps. Ah, sim? Por parte de quem? Perguntou ela com receio.

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Ele arqueou uma sobrancelha. D-me o p, senhorita Holcomb, e terei a honra de inclu-la entre as minhas admiradoras mais fervorosas. Grace observou de novo a palma dessa mo calejada debaixo do dedo do meio, as unhas limpas e perfeitamente cortadas, e notou que uma deliciosa sensao percorria-lhe todo o corpo. Ele seguiu seu olhar e esboou um sorriso cativante. Esto limpas, eu asseguro. Eu sei! Exclamou ela, talvez num tom mais alterado do que desejava . No queria... Estamos perdendo um tempo precioso, senhorita Holcomb. Prometo que no prestarei nem um segundo de minha ateno, mas o cavalheiro que dentro de mim no permite deixar uma mulher sofrendo com dores nos ps. Grace olhou indecisa para a escada atrs dele e logo balanou a cabea para banir de sua mente a horrvel viso seu pai descendo os degraus. Ele apontou seu p descalo com impacincia. No aguentar o resto do baile, se no deixar-me ajud-la, e alm disso disse, baixando a voz , todos foram jantar. Oh. Grace se sentiu de repente alarmada com ideia dele tocando seus p com as mos. Vamos convidou ele, deslizando a mo ao redor do tornozelo de Grace . Asseguro que no colocarei sua virtude em perigo; s desejo aliviar sua dor. Sem poder evitar, ela voltou a olhar para as escadas, inquieta. No terrao superior no se ouvia nem um sussurro; provavelmente era verdade que todos foram jantar. Sorriu constrangida, permitindo que ele levantasse o calcanhar e o apoiasse em sua coxa, que parecia to dura como granito. Com as duas mos, ele comeou a massagear o p. Grace fechou os olhos imediatamente e recostou a cabea no banco. Mmmmm... delicioso murmurou ela. Ele respirou lentamente. Extraordinrio, para as mos de um trabalhador humilde, se me permite o comentrio. Ele continuou massageando o p durante um bom momento antes de convoc-lo no cho e pegar o outro. Grace abriu os olhos. voc o diabo em pessoa, senhor Adlaine. Agora no acredito que seja capaz de voltar a danar com voc, nem muito menos olh-lo nos olhos, quando voltarmos a nos encontrar. Ele soltou uma gargalhada, torturando-a com seus olhos azuis enquanto continuava massageando-lhe os dedos. Eu no duvido que ser capaz de fazer duas coisas sem nenhum problema, e sem ter a sensao de que algum a fez descer de seu pedestal. Se me permitir uma pergunta, senhorita Holcomb continuou ele, antes que

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ela pudesse mostrar sua irritao pelo comentrio mordaz: Alguma vez pensou no que voc deseja conseguir, em vez do que seus pais ou a sociedade deseja? Era uma pergunta estranha e bastante comprometedora, dadas as circunstncias, j que a ateno que ele dedicava a seus ps a deixou completamente desconcertada. No... Eu no sei reps ela com absoluta franqueza. Ele baixou o olhar e fitou de novo seus ps. Pois talvez j fosse hora de pensar. Eu no sou livre para escolher respondeu ela enfaticamente, enquanto admirava seus clios longos e escuros. No importa o que eu gostaria de fazer, meu destino j est selado. Ele levantou o olhar, e a observou pensativo. Voc realmente acredita nisso? Claro que Grace acreditava. Mas o senhor Adlaine no compreendia a presso que a sociedade exercia sobre uma famlia como a sua. Pois bem, eu discordo. Na minha opinio, se voc tivesse claro o que realmente deseja para ser feliz, procuraria um modo de obt-lo. Ele deslizou a mo at o tornozelo, e seguiu subindo pela panturrilha . Acredito que se fizesse, sentiria uma imensa satisfao. A massagem na perna sim, estava proporcionando-lhe uma imensa satisfao, mas mesmo assim, ela insistiu em sua linha discursiva: Estou feliz com minha vida, senhor Adlaine. Srio? Sussurrou ele, olhando-a com cepticismo enquanto deslocava a mo at seu joelho . Pois no evidente. Na verdade, senhorita Holcomb, parece um pouco... Inflexvel. Ele falava srio. Grace desejou argumentar essa observao, mas havia algo em seu olhar que a reteve, e ento percebeu que a massagem se tornou algo mais parecido com uma carcia. Ele esboou um sorriso enganador, como se soubesse que suas carcias estavam provocando uma srie de inesperadas sensaes. Instintivamente, Grace afastou a perna. Muito obrigado. J me sinto melhor. Ela evitou olh-lo enquanto calava os sapatos. Quando levantou o olhar de novo e o olhou no rosto, ele ofereceu a mo para ajud-la a levantar, com os olhos cheios de malcia, como se em silncio a desafiasse a no sustentar o olhar. Mas Grace no conseguia desviar o olhar, nem tampouco articular a boca para falar. Apoiou a mo sobre a dele e se levantou. Mas seus ps ressentiram, e ela se balanou como se fosse perder o equilbrio. O senhor Adlaine agarrou-a com uma mo firme ao redor da cintura; seus olhos brilhavam com uma emoo que Grace compreendeu imediatamente, e que no a deixava mover-se, nem respirar. A mo do senhor Adlaine continuava em sua cintura e, de repente, ela se

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deu conta de que no tinha nada para defender-se dele, nem quando massageava seus ps, nem quando a acariciava, nem quando a olhava com esse intenso fulgor. Quando ele levantou a mo e acariciou-lhe a face, Grace no se moveu, ao contrrio: aproximou-se mais dele, como atrada pela fora de um m, completamente hipnotizada pelo que pensava que ele pretendia fazer, desejava realmente que fizesse. O senhor Adlaine abaixou o olhar; percorreu seu rosto, seu corpo, e novamente voltou a deter-se em seus lbios. Voc se importaria se um pobre e simples homem a ensinasse a apreciar a vida? Ele murmurou enquanto inclinava a cabea perigosamente pra ela. Seu hlito quente fazia ccegas em seu rosto, e seu aroma de almscar a embriagava sem remdio . Ou prefere apreciar com todos esses nobres que tanto a incomodam? Grace ficou contemplando como os lbios dele pousavam lentamente sobre os seus, e sentiu que um intenso calor apoderava-se dela, quase ao ponto de faz-la explodir, quando os lbios dele roaram os seus. Ela ouviu-se suspirando ofegante, e sentiu cair para ele como se estivesse em um sonho. A mo em sua cintura a atraiu para mais perto desse corpo viril, de um modo possessivo, e Grace sentiu um repentino ardor que parecia consumir seu corpo e qualquer pensamento racional. Ele acariciou seu rosto e deslizou os dedos ao longo de seu queixo, obrigando-a a inclinar a cabea para trs. Em seguida, escorregou os dedos por seu pescoo e pela parte superior de seu decote, e tocou o dedo polegar sobre a cruz que sempre usava no pescoo. Grace se agarrou aos seus ombros musculosos e estava completamente consciente do calor que emanava dessa boca, enquanto ele provava seus lbios com a lngua e os acariciava de um modo delicioso. Ela gostou da sensao indescritvel de estar presa por maravilhosas garras de ferro, e a sensao de leveza que sentia em suas veias quando ele a beijou loucamente. Jamais havia sentido nada semelhante; jamais seu corao bateu to acelerado, nem sua pele se arrepiou desse modo por uma simples carcia. Ela estremeceu-se diante da sensao de nunca ter sido beijada com tanta sensualidade. De repente, o erro que acabava de cometer filtrou em sua mente, e ela gritou contra a boca do senhor Adlaine, empurrou-o com ambas as mos e retrocedeu. Mas ele pareceu no alterado absolutamente. Passou a mo pelo cabelo e sorriu docemente. Senhorita Holcomb? No posso permitir isto gritou apavorada. . Por Deus! O que estou fazendo? Senhorita Holcomb... Por favor, senhor, no diga nada! Gritou alterada enquanto levantava a mo. Isto ... Isto absolutamente intolervel! Devo ter perdido a cabea completamente!

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Intolervel? Ele repetiu, colocando a mo em sua cintura. Ela no conseguia tirar os olhos dos lbios que conseguiu inflamar seu corpo dessa maneira. Perdo, senhor, se em algum momento dei-lhe o mnimo de esperana que eu... De que eu... No perca o tempo atormentando-se, senhorita Holcomb reps ele impassvel . s vezes, estas coisas... acontecem. Mas estas coisas no deveriam acontece-me! Certamente compreender a situao, e se algum nos visse, se algum descobrir, minhas chances de encontrar um bom partido desapareceria num piscar de olhos... Levaria tudo a perder! A imagem de seu pai apareceu em sua mente e ela empalideceu . Cus! Exclamou e, sem perder um segundo mais, passou pelo senhor Adlaine como uma flecha, esquecendo a dor dos ps; correu para a escada que conduziam a terrao, e foi para a entrada de servio para evitar que algum os visse juntos, ela e o senhor Adlaine, subindo dos jardins. Entrou na cozinha quase sem flego, e a cozinheira levantou o olhar e viu o rosto assustado de Grace. Senhorita Holcomb! No diga a ningum que me viu, Nettie! Exclamou sem parar. Precipitou-se para o anterior da casa, parou apenas alguns instantes para tentar se acalmar e confirmar que seu aspecto, antes de entrar com uma fingida serenidade na sala onde servia o jantar. Seu pai estava perto da porta e, quando a viu, avanou para ela com passos largo. Onde voc se meteu? Ele sussurrou. No banheiro, papai respondeu ela, desejando com todas as foras que seu sobressalto interior no a trasse estendendo-se pelo seu rosto. Seu pai lhe deu um olhar acusador, mas a conduziu at a cadeira que devia ocupar, exatamente ao lado de lorde Prescott, bvio, quem comeou a expor imediatamente sobre todas suas riquezas. Enquanto Grace tentava no perder o fio da conversa, viu o senhor Adlaine entrar no salo, movendo-se com a discrio de um leo espreitando uma manada de gazelas. O canalha teve o descaramento de passar diante da mesa que ela ocupava, e parar muito perto para sorrir-lhe maliciosamente por cima da cabea da senhora Bonifield. L estava de novo; a mesma sensao de fogo. Ento, Grace no voltou a ver o senhor Adlaine. Mas o sentiu. Seguiu sentindo muito depois dos convidados partiram e ela se retirar para seu quarto. Continuou sentindo cada msculo daqueles ombros fortes, cada centmetro de pele dos lbios sedosos, e cada tendo daqueles braos que a tinham segurado com tanta firmeza e segurana junto ele. Que Deus tivesse piedade dela.

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Captulo 4

O Barrett Adlaine no podia entender que fora maligna apoderou-se dele. No era do tipo de homem capaz de beijar descaradamente uma jovem debaixo do nariz de seu pai, particularmente sem ter percebido nenhum indcio que pudesse considerar como um convite. Entretanto, no pode resistir a Grace Holcomb. Francamente, no estava completamente certo do que lhe atraa nela com tanta intensidade. Essa garota era muito pomposa, certo, mas alguma coisa o empurrava para ela irremediavelmente. Talvez foi seus ps delicados, ou a suave pele de sua perna, ou o modo em que suas faces se ruborizaram quando brincou com ela a respeito da questo de caar um bom partido. Ou possivelmente a atrao de Grace Holcomb residisse em algo mais simples que tudo isso. Ela era uma mulher muito bonita: com um rosto bonito, umas curvas delicadas, uma pele sedosa, e cabelo brilhantes; enquanto ele... Bom, ele era um homem muito simples. A verdade era que admirava desde que a viu transformada em uma adolescente. De criana, lembrava dela sempre pendurada nos galhos das rvores, ou jogando pedras com seus irmos, mas um vero, em apenas algumas semanas, ela mudou radicalmente e tornou-se em uma jovem bonita e apaixonante. Entretanto, ele no compreendia como perdeu a cabea desse jeito, e tampouco discordou de sua afirmao: que suas aes poderiam resultar em um escndalo desagradvel. Entretanto, Barrett no podia esquecer o ardor com que ela anunciou que seu beijo era absolutamente intolervel. Apesar do fato de que era realmente intolervel, seu comentrio o deixou perturbado durante as duas ltimas semanas, incapaz de pensar claramente ou se concentrar em tarefas dirias. A mesma pergunta seguia emergindo na cabea uma ou outra: ela realmente o achava to intolervel? Certo, ele no possua um ttulo nobilirio, mas era um homem com um negcio florescente,um negcio que ele esperava que um dia poderia vir rivalizar com o pai de Grace. Ele era muito respeitado em toda Yorkshire. Seu pai foi muito conhecido e aceito no mercado txtil, assim como seu irmo. No podia gabar-se de ter conexes com a nata da aristocracia que se reuniram em Londres, com exceo de um velho amigo, Lord Dewer, mas em Leeds, entre seus melhores amigos estavam os s cidado mais importantes da cidade. Francamente, no acreditava que a vida sorria mais para a senhorita Holcomb do que a ele. Na verdade, Barrett pensava que a senhorita Holcomb exibia uma tendncia insidiosa a favorecer o ttulo e a fortuna acima do carter de um homem. Se isso era o que queria, ento a sorte estava lanada, j que ele no seria capaz de querer uma mulher que valorizasse a linhagem e a riqueza material acima da compatibilidade natural e a estima. E aquele ar superior com que ela a olhava, como se fosse a rainha da Inglaterra, e ele seu

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criado mais raso. Precisou de um par de semanas para livrar-se completamente de todos esses pensamentos irritantes sobre a senhorita Holcomb; mas a lembrana frequente do beijo, daquele cabelo brilhante, dos olhos castanhos vivazes, no o ajudaram absolutamente. Mas no final conseguiu afast-la de sua mente. At que ele a viu novamente. O magistrado da cidade, o Sr. Thomas Dumont, organizou uma festa para celebrar a aquisio de seu filho de uma comisso na cavalaria real. Barrett no achou a senhorita Holcomb assistiria, mas quando ela apareceu com seus pais e seus dois irmos, sentiu que seu maldito corao estava a ponto de tra-lo, pulando uma batida. Com um vestido de cetim dourado, ela era a pura imagem da beleza, pelo menos para seus olhos inexperientes. A cor do traje combinava perfeitamente com seus cabelos castanho, que para a ocasio estava encaracolado e preso com uma longa faixa de prolas. O vestido se moldava perfeitamente a sua fina figura, e Barrett no pde evitar notar seus, usava sapatos de cetim dourado com salto, adornados com graciosas prolas diminutas. Finalmente, em volta do pescoo esguio e distinto, brilhava uma simples cruz de ouro que se destacava sobre sua plida pele sedosa. A senhorita Holcomb no o notou a princpio. Enquanto sua me e seus irmos conversavam com a senhora Dumont, ela passeou pelo salo pelo brao de seu pai, saudando vrias pessoas de destaque. Quando seu pai parou para cumprimentar sir Giles, ela virou e nesse momento viu Barrett de p, na sua frente, segurando um copo de cerveja com tanta fora que parecia um milagre que o vidro no quebrasse em mil pedaos. Ela deu-lhe um caloroso e adorvel sorriso, que ele pensou que ia morrer de prazer. Senhorita Holcomb a saudou, inclinando-se para sua mo estendia. Senhor Adlaine, alegro-me em v-lo. Adlaine! Exclamou o senhor Holcomb, virando as costas para Sir Giles.. Que bom aspecto tem, comparado com esta manh, quando o vi cheio de porcaria e excrementos de ovelha at os cotovelos... Barrett engoliu em seco desconfortavelmente diante de tal imagem e olhou para a senhorita Holcomb, que sorria divertida. Dizia que no seria capaz de olh-lo de novo quando voltassem a se encontrar? Uma situao intolervel, senhor. Eu me livrei dela assim que me foi possvel. Estou feliz por voc ter deixado a fbrica, senhor comentou o senhor Holcomb com um tom jovial . Eu j disse muitas vezes que se voc continuar neste ritmo de trabalho, no chegar a velhice. Pegou a mo de Barrett e a estreitou vigorosamente . Por Deus, juro que se realmente trabalho duro fosse nocivo para a sade, voc estaria mais do que morto vangloriou-se ruidosamente. . Bem, honestamente, eu estou contente em v-lo to bem, Adlaine. Vamos, Gracie, quero que conhea algum.

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Grace Holcomb sorriu para Barrett enquanto seu pai empreendia a marcha, olhando-o por cima do ombro e encolhendo-se de ombros com porte de impotncia. Com esse ligeiro movimento, todos os sentimentos adversos que ele sentia para ela comearam a desaparecer, um a um, afastando-se de sua cabea irrefletida. Mas o senhor Holcomb no perdeu sua filha de vista em toda a noite, assim Barrett no conseguiu se aproximar dela. Quando serviram o jantar, seu lugar era to longe dela quanto possvel. Tinham-no colocado ao lado da senhorita Ellington, que h tempo era uma de suas admiradoras particulares. Enquanto a senhorita Ellington se vangloriava de seu delicado paladar e se lamentava dos srios problemas que tinha para digerir a merluza, ele dedicouse a lanar olhares furtivos para Grace Holcomb. Lorde Prescott estava sentado diante dela; o senhor Grant, a sua direita, e ambos se mostravam mais do que atentos com ela, e ela correspondia da mesma forma. Depois do jantar, as mulheres abandonaram a sala, e os homens ficaram um momento mais, saboreando uma boa taa de brandy e um charuto. Mais tarde, os homens voltaram se encontrarem com as mulheres em um salo aonde colocaram duas mesas para cartas, uma para jogar louvo, e a outra para whist. Senhorita Holcomb. Anima-se a jogar uma partida de cartas? Barrett ouviu o senhor Dumont dizer atrs dele. Ele levantou a cabea e olhou para Grace. No sou muito boa jogando louvo, senhor. um jogo muito rpido para meu gosto. Mas eu gosto de jogar whist. Ento, voc tem que jogar reps o anfitrio. Mas eu no tenho parceiro! Exclamou ela, rindo ansiosamente.. E por favor, no sugira que forme um par com meu irmo Freddie, porque odeia esse jogo. Barrett virou completamente e curvou-se em reverncia para ela. Se permitir, senhorita Holcomb, para mim seria um prazer ser seu parceiro. Oh! Ela afastou a vista rapidamente e examinou a sala em busca de seu pai . Tem certeza, senhor Adlaine? Eu no gostaria que sentisse obrigado; se preferir algum mais... A quem mais poderia preferir? Perguntou ele galantemente. No se fale mais, senhorita Holcomb; no pode recusar um homem que fala to ardentemente em seu favor concluiu o senhor Dumont. No, certamente que no respondeu ela, e ps sua delicada mo sobre o brao que Barrett oferecia. Eles tiveram de jogar contra o senhor e a senhora Crabtree, um casal que tinha muitos anos de casado e vrios filhos. O senhor Crabtree era um homem imperioso, com sobrancelhas grossas e desgrenhadas. A senhora Crabtree era de compleio igualmente imperiosa, com uns cachos largos como salsichas

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que danavam na altura de suas orelhas. As pessoas esperavam que, depois de tantos anos de convivncia, o casal formasse uma boa unidade, mas esse no era o caso. O senhor Crabtree elogiava cada carta que Grace jogava sobre a mesa, em troca, encontrava mil e uma falhas a todos os movimentos que sua esposa fazia. A senhora Crabtree no cessava de soltar bufos, visivelmente zangada com o senhor Crabtree quando no se dedicava a martirizar o Barrett com comentrios mordazes a respeito das falhas de seu marido. Por Deus, Harriet! Exclamou o senhor Crabtree depois que a senhora Crabtree se desfez por engano de uma carta e Grace ganhou a rodada . Voc prope que perdemos ou o qu? Quer parar de se pavonear de uma vez? Admoestou-o a senhora Crabtree . Sei perfeitamente bem o que fao! Seu marido esboou uma careta de irritao e olhou para Grace. Minha querida, escolha com cuidado com quem vai se casar, porque se no, ter que suportar um casal desagradvel quando jogar cartas. No tem que se preocupar pela senhorita Holcomb falou Barrett. Est destinada a casar-se com um bom partido. Grace o fulminou com o olhar por cima das cartas. Claro assentiu a senhora Crabtree enquanto ordenava as cartas que aguentava na mo . A senhorita Holcomb se casar com um grande homem, porque seu pai jamais consentir que se case com ningum inferior a suas expectativas. Ela observou Grace por cima das cartas . Jamais ter que preocupar com dinheiro, querida. Eu... Pigarreou Grace, mas a senhora Crabtree no tinha acabado. Seu pai faz bem em querer cas-la com um bom partido, senhorita Holcomb, e se existe um homem em Yorkshire com tenacidade suficiente para realizar seus planos, esse o senhor George Holcomb, no tenha dvida. Se a marca distintiva de um grande homem determinada pelo tamanho de sua fortuna, ento a senhorita Holcomb deve ir para Londres, porque no acredito que em Leeds possa encontrar uma grande fortuna Arguiu Barrett, e olhou para Grace, silenciosamente desafiando-a a discordar. No, claro que no; em Leeds, no conveio a senhora Crabtree inexoravelmente . S lorde Prescott ostenta o tipo de fortuna com que sonha o senhor Holcomb; tenho certeza. Parece que vocs esto muito mais informados sobre os participantes que eu sentenciou Grace com um olhar dissimulado, e em seguida lanou a Barrett um olhar irascvel. Minha esposa no sabe o que pensa o senhor Holcomb interveio o senhor Crabtree, olhando para Grace com afabilidade . Por favor, peo que a desculpe, senhorita Holcomb. Ela tem uma imaginao transbordante. Ningum falou. Jogaram outra rodada, que o senhor Crabtree ganhou. E quanto a voc, senhor Adlaine? Inquiriu o ganhador enquanto recolhia o monte de cartas e as agrupava em uma pilha . Ouvi muitas

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especulaes a respeito de quando pensa em casar. O comentrio pegou Barrett de surpresa. Jamais tinha mencionado nada a ningum sobre o fato de casar-se, e menos ainda parou para considerar essa questo at pouco tempo, porque esteve muito ocupado montando seu negcio. Oh, sim, todas as jovens casamenteiras esto de olho em um trofu to interessante como voc, senhor Adlaine confessou a senhora Crabtree, lanando um olhar coquete. Se quiser meu conselho, senhor, no esbanje sua juventude tentando acumular uma fortuna, porque quanto mais dinheiro tiver, mais gastar sua futura esposa concluiu o senhor Crabtree. Esse no meu objetivo, eu garanto disse Barrett e, piscando para Grace com sutileza, acrescentou : Afinal, eu sou de Leeds, ento eu no tenho uma grande fortuna. No se preocupe, senhor Adlaine! Voc tem outros complementos reps a senhora Crabtree, sorrindo amavelmente. Grace soltou um bufo enquanto atirava a carta que ganhou da senhora Crabtree, e ento disse com um tom aucarado: Um homem no se define unicamente por sua fortuna, senhor Adlaine. Sua grandeza tambm reside em sua educao e em seu comportamento, e na boa opinio que dele professam seus companheiros. Barrett ocultou uma gargalhada mordaz atrs de uma tosse nervosa, e depois arqueou uma sobrancelha com dbia. Grace o imitou e arqueou tambm uma sobrancelha por cima de seus vivazes olhos castanhos. Pois eu falarei de um homem que no tem nem fortuna nem companheiros explicou o senhor Crabtree com o semblante taciturno . Me refiro ao reverendo Sloan. No tem nem fortuna nem um s companheiro nesta parte de Yorkshire e, entretanto, um grande homem. Nesse caso, certamente isso se deve a seu comportamento e a sua educao argumentou Barrett em voz baixa. Talvez, mas seja qual for o motivo, esse homem no digno para casarse com ele, senhorita Holcomb deduziu a senhora Crabtree imperiosamente. Por Deus suspirou o senhor Crabtree com ar cansado . No s intrometeu-se no desejo de casar-se da senhorita Holcomb, mas tambm agora se atreve a opinar sobre quem tem que casar-se! Para que saiba, senhor Crabtree, conheo perfeitamente os desejos de uma jovem mulher insistiu a senhora Crabtree . No passou tanto tempo, desde que eu mesma era uma jovem solteira. Pois me parece que faz uma eternidade murmurou o senhor Crabtree. Asseguro-lhes que no tenho nenhum desejo de casar-me por agora Protestou Grace docemente . Neste momento, preferiria ter um casal que

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prestasse a devida ateno carta que acabo de jogar em vez de uma grande fortuna. Grace olhou para Barrett enfaticamente, e ele, por sua vez, olhou as cartas que havia sobre a mesa. No prestou ateno na ltima carta que joguei, senhor. Ao contrrio, senhorita Holcomb respondeu ele educadamente . Jogou uma rainha de copas. O rei de copas ainda no saiu em cinco rondas, por conseguinte, existem muitas probabilidades de que o senhor ou a senhora Crabtree tenham o rei. Limitei-me a proteger sua mo. assim que lhe paga a senhorita, senhor Adlaine; no sabe apreciar sua habilidade para proteger e defender uma dama de qualquer forma imaginvel suspirou o senhor Crabtree, enquanto estudava sua mo. Isso o que acontece quando se casa. Ser possvel, senhor Crabtree! Mas se nos vinte anos que estamos juntos, no me defendeu nem protegeu nunca! Espetou a senhora Crabtree enquanto atirava uma carta. Barrett observou Grace atravs da mesa, que sorria satisfeita enquanto escolhia uma carta de sua mo e a atirava sobre a mesa. Cus, senhor Adlaine! A senhorita Holcomb est convidando de novo a jogar uma carta do naipe vencedor! Exclamou o senhor Crabtree, fascinado. E enquanto a senhora Crabtree estudava as cartas que j tinham jogado sobre a toalha da mesa, Grace continuou sorrindo com altivez. Barrett pensou que jamais viu um sorriso mais perverso ou adorvel, e sentiu o corao se render diante ela enquanto jogava uma carta conveniente para seu par. O senhor Crabtree tinha razo. Talvez tenha chegado a hora de se casar.

Captulo 5

Durante a semana seguinte, Grace no conseguiu afastar o senhor Adlaine de seus pensamentos. Pensava na forma em que ele a olhava, sentado relaxadamente em sua frente, na mesa de whist. Ou no modo em que a mecha de seu cabelo dourado escuro brincava maliciosamente diante de um de seus olhos azuis, e na forma em que seus lbios se curvavam nos cantos da boca e culminavam em duas covinhas idnticas sob o sorriso confiante. Ou no modo em que sustentava as cartas em suas mos, duas vezes maiores que as suas e com aspecto de poder partir uma pessoa em duas... Ou de poder acariciar-lhe a perna dessa maneira to... to... A memria provocou-lhe outra emoo deliciosa, e em privado se lamentou de que ele fosse apenas um comerciante de tecidos, e no um conde. Ou um baro. Nem sequer um baronete. Mas o que mais lamentava era que logo teria que retornar para Londres, e

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provavelmente no voltaria a ver o senhor Adlaine at que tivesse recebido uma proposta de casamento vivel. Sabia que seu pai no daria o brao a torcer em sua firme determinao, particularmente depois de que ela se negou, com os olhos cheios de lgrimas, a considerar a possibilidade de casarse com lorde Prescott. Dois dias antes, seu pai anunciou que a enviaria de volta a Londres com a senhora Wells e que, uma vez na capital, a primeira coisa que faria seria visitar a senhora Harris a fim de refrescar todas as lies de protocolo diante da alta sociedade. Ento, Grace supunha que teria que tentar tirar vantagem da temporada de Natal, j que seu pai acreditava que muitos jovens aristocratas solteiros fervilhavam em Londres nessa poca com o desesperado desejo de conseguir a mo de uma debutante. No vou discutir com voc, havia dito seu pai sereno quando ela se atreveu a protestar levemente, sabendo que no conseguiria nada com isso . Dentro de trs meses far vinte e dois anos. Se queremos caar um bom partido, temos que agir antes que esteja velha demais. Pois eu no penso que vinte e dois anos seja velha demais, papai. Voc vai a Londres ele interrompeu firmemente. . Prestar muita ateno s instrues da senhora Harris e as seguir ao p da letra, entendido, senhorita? Expressei-me com clareza? Voc sempre se expressa com clareza replicou ela com petulncia. Mesmo assim, Grace tampouco ficava acanhada com seu poder de persuaso. Seu pai aceitou que ficasse em Heslington duas semanas mais, at que esse trimestre do curso acadmico terminasse, antes que o tempo se tornasse mais frio e chuvoso. Dois dias antes de sua partida para Londres, Grace aceitou o convite de Freddie para dar um passeio pelo campo. Faz uma tarde deliciosa, Gracie disse seu irmo, que morria de vontades de provar seu novo cabriol . No acredito que possamos gozar de muitos dias como este. Freddie tinha razo; a temperatura estava incrivelmente quente para a estao, com um sol glorioso. Passearam ao redor do lago que seu pai tinha enchido de orgulho e trutas, e em volta do pavilho recm construdo que no seguinte vero ia hospedar uma orquestra composta por doze msicos, quando a famlia Holcomb oferecesse um dia de lazer aos moradores nos campos que se abriam a leste da manso. quando completaram uma volta tranquilamente pelo parque, atrs de dois cavalos jovens e vigorosos, Freddie conduziu o cabriol para a estrada que descia at o rio Aire, e colocou os cavalos a galope. Teriam percorrido todo o trajeto at o final da estrada, onde estavam localizados os redis da famlia Holcomb, se um rebanho de ovelhas caprichosas no tivesse bloqueado a estrada e obrigado Freddie a puxar as rdeas com tanto mpeto que o freio se entupiu. Maldio! Rugiu Freddie, e pulou para dar uma olhada.. No

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possvel! Isto no parece bom murmurou. Mais adiante, a uns quinhentos metros, erigia-se a fbrica de tecido do Adlaine. Enquanto Freddie se metia debaixo do carro, sem deixar de proferir maldies em voz alta, Grace se perguntou se Barrett estaria na fbrica. Imaginou em seu escritrio, comprovando as contas diligentemente. Olhou para Freddie melhor dizendo, s pernas de Freddie e saltou abruptamente pelo outro lado da carruagem. Ajoelhou-se e colocou a cabea debaixo do carro. Vou esticar as pernas por um momento. Est bem, mas no se afaste muito. Papai me matar, se voc chegar em casa com o mais leve mancha de sujeira resmungou ele enquanto inspecionava o freio. Por ser um homem que fez sua fortuna com as ovelhas, seu pai mostrava uma forte averso para esses animais. Grace caminhou e atravessou o rebanho de ovelhas que se dispersou rapidamente como um cardume de peixes. Quando se aproximou da fbrica, avistou os redis mais prximos cheios de ovelhas. Por isso parecia, os trabalhadores tinham levado os animais at ali para tosqui-los. Vrios homens estavam empenhados no trabalho, levando um pequeno nmero de ovelhas at o interior de um celeiro para tosqui-las, em seguida as tirando novamente at um redil, onde os pobres animais baliam energicamente por ter perdido seu casaco. Grace atravessou uma grade e penetrou no ptio fechado diante da fbrica, mas quando chegou porta do escritrio e levantou a mo para chamar, ele apareceu pela esquina da fbrica. Adlaine. Grace conteve a respirao. Jamais o tinha visto com esse aspecto: com uma camisa aberta at a cintura, e com o pelo de seu peito brilhando por causa do suor que manchava a camisa. Seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo e sua camisa desaparecia debaixo de um par de calas ajustadas e imundas. Suas botas cobertas de lama e sujeira, chegavam aos joelhos, e seus antebraos fortes e nus uns antebraos que pareciam as pernas de Grace agarravam com segurana as quatro patas de uma ovelha que sustentava com firmeza sobre seus ombros. Ele levantou a vista no mesmo momento em que ela virava para olh-lo, e seu rosto refletiu seu iminente horror. A ovelha que levava estava balindo com todas suas foras e tentava escapar de suas garras, mas o senhor Adlaine a imobilizou como se fosse um simples bichano. Senhor Adlaine! Senhorita Holcomb ele cumprimentou-a, com a voz tensa. De repente se lembrou da ovelha e a depositou no cho. O pobre animal comeou a dar saltos, balindo freneticamente, enquanto Adlaine limpou as mos na parte superior das calas . Algo errado? Ser que seu pai ...

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No, meu pai est muito bem respondeu ela, incapaz de afastar o olhar. Apesar de seu traje, a Grace parecia uma viso muito interessante. Voc est bem? Perguntou ele, tirando Grace de seu estado de embasbacamento. Oh, sim! Obrigada. Sim, estou bem. Ah... Ela olhou por cima de seu ombro, para a estrada . Freddie e eu tnhamos sado para dar um passeio, mas parece que o freio quebrou, assim pensei que... Ela apontou vagamente sobre seu ombro. . Pensei em vir e avis-lo: escaparam algumas ovelhas. Ah disse ele, balanando a cabea. . Acredito que senhor Terrence est encarregando de reagrup-las. Oh, bom... Ns s... S tnhamos sado para dar um passeio repetiu ela, sentindo-se incomodamente estpida . Freddie pensou que eu gostaria de dar uma volta antes de retornar para Londres... O senhor Adlaine levantou subitamente e colocou uma mecha de cabelo rebelde atrs da orelha. Para Londres? Para passar o Natal declarou ela, dando um passo para trs. Uma ovelha apareceu de repente por sua esquerda, interpondo-se entre ela e o senhor Adlaine . Me... Meu pai pensa que o passarei melhor em Londres. O senhor Adlaine colocou uma mo na nuca e a acariciou um momento. Posso saber quando parte? Na segunda-feira pela manh respondeu ela, retrocedendo dois passos. Mas pode saber que diabos estou fazendo aqui? Isso loucura! Uma verdadeira loucura!, disse a si mesma. Ele devia tom-la por uma verdadeira fresca, por atrever-se a vir sozinha; ou muito pior: devia pensar que era estpida. Mais duas ovelhas escorregaram entre eles, mas o Sr. Adlaine parecia no perceber. Apertou os lbios at formar uma fina linha e assentiu. Seus olhos azuis tinham um brilho estranho... De pena, talvez? De decepo? Fosse o que fosse, deixou Grace to confusa como se tivesse metido a mo onde no devia. Ela retrocedeu outro passo abruptamente e se chocou contra uma ovelha. De repente, uma dzia ou mais de ovelhas entraram precipitadamente no ptio, e ficaram aprisionadas entre ela e o senhor Adlaine, ocupando a pequena rea cercada, procurando uma via por onde fugir quanto mais ovelhas se empilhavam atrs delas. Surpreendida pelas ovelhas, Grace retrocedeu, mas tropeou em uma ovelha e esteve a ponto de cair. De repente havia ovelhas por todos os lados; essas estpidas bestas a empurravam sem lhe dar trgua, tentando ganhar espao, embora no havia mais espao que ocupar. Justo atrs da cerca, estendiam-se as colinas sinuosas e um cu azul livre de nuvens, mas no pequeno espao no qual Grace se encontrava, ela no podia ouvir nada mais do que os balidos zangados das ovelhas, nem podia cheirar nada mais que l

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molhada. Meu Deus! Ela sussurrou ofegante, e tentou se virar para encontrar uma maneira de escapar, mas era difcil dar a volta, em meio de tantas ovelhas . Meu Deus! Por que no esto nos redis? exclamou enquanto pisoteava outra ovelha sem querer e voltava a cambalear-se. Um par de mos fortes a agarrou pelas costas. Deveriam estar ali, mas ao entrar voc deixou a porta do ptio aberta disse ele com a voz calma, prximo a sua orelha. Por favor! Gritou ela sem poder evitar, caindo de costas contra o peito forte do senhor Adlaine . No posso suportar... Tenho que sair daqui! Inesperadamente, o senhor Adlaine se ajoelhou e a pegou nos braos. Grace lanou um grito de surpresa, mas se agarrou a ele pelo pescoo com fora para evitar cair no meio desse mar de ovelhas. Levantou o olhar e viu o senhor Adlaine, que o deu um sorriso tranquilizador enquanto a transportava por cima das ovelhas, afastando-as de seu caminho com uns chutes certeiros. Essas poderosas garras a sustentavam no alto, oferecendo-lhe toda a segurana do mundo. Podia sentir a curva do msculo tenso em seus braos e em seus ombros, e a extraordinria fora no corpo do Senhor Adlaine; mas o que mais a fascinou foi a expresso de seus olhos. Nenhum homem jamais a olhou com um olhar to voraz, e percebeu que o formigamento que sentia em seu estmago era precisamente isso: ela tambm estava faminta, tambm tinha sede... Dele. Quando alcanaram a cerca, Adlaine a depositou com bastante cuidado no outro lado, deixando que o corpo dela roasse o seu enquanto a depositava lentamente no cho. As mos de Grace se deslizaram devagar por seu pescoo at alcanar seu peito. J no ouvia nem via as ovelhas escandalosas, mas apenas o senhor Adlaine. Ele no afastou as mos de seu corpo trmulo, e se dedicou a examinar seu rosto com aquele olhar azul: sua boca, seu cabelo, seus olhos. Com as costas da mo, acariciou suavemente seu rosto brevemente. Instintivamente, Grace levou a mo at o lugar que ele havia tocado, certa de que tinha deixado uma marca tangvel. Ainda podia sentir um intenso ardor na face, apesar dele j ter afastado a mo. Ele olhou para seus lbios, e Grace notou que cada vez era mais difcil de respirar. A mo do senhor Adlaine sobre seu brao apertou ligeiramente quando ele inclinou a cabea para ela para... Beij-la! Ele ia beij-la! A debutante instruda e recatada que levava dentro de si ordenou-lhe bater em retirada, mas seu corao transmitiu-lhe uma mensagem completamente diferente. Grace era consciente de estar levantando a cabea para ele, preparando-se para ser beijada... Mas ento com a extremidade do olho divisou o senhor Terrence e seus ces, que exatamente nesse momento virava a esquina, guiando uma dzia de ovelhas para os redis.

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Ento ela entrou em pnico. Bom rosnou de repente enquanto retrocedia. Constrangida e sem saber o que dizer ou como agir. Limitou-se a sorrir, com um sorriso tenso . Parece que o senhor Terrence encontrou o resto das farristas. A Grace pareceu uma eternidade o momento que demorou o senhor Adlaine em desviar o olhar de seus olhos e olhar na direo que lhe indicava. Mas quando viu o senhor Terrence, afastou a mo dela rapidamente. Pois sim, parece que as encontrou assentiu, e retrocedeu com uma visvel tenso. Olhou-a uma vez mais, com a sede carnal ainda visvel em seus olhos, mas apenas disse : Desejo-lhe uma boa viagem, senhorita Holcomb. Adlaine levantou a mo como se quisesse toc-la de novo, mas a colocou no corrimo quando o senhor Terrence passou diante deles. Ele esperou pacientemente at que o pastor se afastou sem dizer nada, com os lbios fechados e, em seguida, depois de um outro olhar para o senhor Terrence, ele finalmente disse: Que tenha um bom dia, senhorita Holcomb. Tenha um bom dia, senhor Adlaine respondeu ela baixinho, e o contemplou enquanto ele se virou rapidamente e se dirigiu para o ptio e abriu caminho entre a manada de ovelhas como se caminhasse por um campo de grama alta, afastando-as com uma impressionante facilidade, antes de alcanar a esquina da fbrica e desaparecer de vista. Grace sentiu como se tivesse chegado tarde demais para uma questo vital e tinha encontrado a portas fechadas. Com uma leve sensao de enjoo, tentou recuperar a compostura antes de retornar com serenidade a carruagem de Freddie. Freddie j tinha reparado o freio e estava preparado para voltar a Heslington. De volta para casa, revisou todos os problemas com o freio em voz alta, mas Grace no prestava ateno; sua cabea estava navegando em um mar de confuso. No podia apagar a imagem do senhor Adlaine de sua mente, com a ovelha sobre seus ombros, e seu corpo to musculoso, perfeitamente moldado sob as calas apertadas e da camisa que se ajustava a sua figura. Ento o viu apoiado na cerca, inclinando-se para ela, a ponto de beij-la. Essas memrias a acompanhariam pelo resto de sua vida, tinha certeza.

Captulo 6

A tarde era chuvosa e cinza, e Grace estava de p, plantada diante da janela que se estendia do cho at o teto do salo da casa de seus pais, contemplando o buclico cenrio orvalhado pela chuva. Estava h quinze minutos sem mover, lamentando em silncio por sua iminente volta a Londres e pela vida de intrusa que lhe esperava em uma sociedade que no a aceitava.

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No podia deixar de pensar em lorde Billingsley e na maneira em que ele a tinha ridicularizado em pblico, ou em como a senhorita Elizabeth Roberston, que Grace considerava sua amiga, tinha comentado em uma sala cheia de cavalheiros que ela cheirava a ovelha. Grace jamais sentiu-se to humilhada. Como ia ser diferente desta vez? Sua amiga, Ava Broderick, a marquesa de Middleton, tinha tentado anim-la lhe dizendo que Grace teve a m sorte de conhecer dndis e senhores afeminados, em vez da cavalheiros que valesse a pena levar em considerao. Estava refletindo sobre essas questes quando notou um ponto em movimento na estrada. Ficou ereta e examinou com toda ateno a imagem que aparecia atrs do grosso painel do vidro, salpicado por mil gotas de gua. Um cavaleiro se aproximava da casa, curvado sobre o pescoo do cavalo, com o chapu sobre os olhos e um longo casaco marrom batendo atrs dele. Ela adivinhou quem era instantaneamente e, constrangida, se afastou da janela de repente. Era ele! E vinha por ela, para v-la! Grace levantou a vista: sua famlia estava sentada ao redor de uma magnfica lareira. Sua me costurava, seu pai lia o jornal, Freddie estava escrevendo uma carta para algum, e Stephen cochilava no sof. Grace no desejava receber o senhor Adlaine com uma audincia, assim, com o corao batendo descontroladamente, atravessou o salo com a maior calma que pde. Gracie? Ela ouviu seu pai chamando quando ela rapidamente fechou a porta atrs de si. Ela correu pelo corredor acarpetado para a escadaria em mrmore e desceu at o vestbulo. Como ningum tinha chamado, no havia nenhum lacaio perto. Dirigiu-se at a porta e abriu-a, justo no momento em que o senhor Adlaine desmontava do cavalo e amarrava as rdeas a um poste. Ele a viu na soleira da porta e, com um olhar cheio de surpresa, subiu correndo as escadas e parou debaixo do prtico para tirar o chapu molhado. Senhor Adlaine ela o recebeu, tentando no explodir de alegria. Senhorita Holcomb ele a saudou cortesmente, com uma reverncia. Mas entre; no fique a ela o convidou, recuando. Adlaine entrou no vestbulo. Em seguida, desabotoou o boto do casaco, o tirou e o sustentou em um brao. Permita-me, por favor, ela se ofereceu. Pegou a roupa completamente encharcada pela chuva e depositou em uma das duas poltronas estofadas situadas junto a um console. . Veio ver meu pai? Perguntou timidamente enquanto ele tirava as luvas. Ele a observou ao tempo que lanava as luvas e o chapu sobre o casaco, examinando seu rosto com um olhar intenso. No, eu vim v-la, senhorita Holcomb. Uma alegria transbordante se apoderou dela.

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Oh, que gentileza decidir vir com este tempo to adverso agradeceu ela, olhando furtivamente por cima do ombro. Estava com sorte: nenhum lacaio vista, nem sequer uma criada . Minha famlia... Minha famlia est ocupada mentiu .Desculpe, no posso convid-lo para ir para o salo. Mas se voc quiser ir para a sala de msica... Sua voz se quebrou, insegura, enquanto apontava para um corredor direita que conduzia sala de msica, um lugar que ningum da famlia praticamente nunca entrava . Bom, isso se no mau... por aqui? Inquiriu ele, e firmemente ps a mo sobre o cotovelo de Grace para gui-la nessa direo. Grace sorriu to amplamente que pensou que devia parecer uma grande panaca, e tambm uma desavergonhada execrvel. Como se atrevia a aceitar a visita de um homem a ss? Mas no parou para pensar em como conseguiria sem que seu pai descobrisse; agora a nica coisa em que podia pensar era na mo de Adlaine sobre seu cotovelo. Atravessaram o vestbulo rapidamente e avanaram pelo corredor at chegar porta da sala de msica. O senhor Adlaine depositou a mo sobre a maaneta e girou, em seguida, empurrou a porta. Voc primeiro, por favor ele convidou em voz baixa, e em seguida deu-lhe um suave empurro. Uma vez dentro, ela atravessou a sala rapidamente e abriu as grossas cortinas para que penetrasse um pouco da luz desta tarde cinza. Ento, ela ouviu a porta fechar atrs dela, e sentiu um arrepio de antecipao. Quando virou, o senhor Adlaine a devorava com o olhar. Confesso que me pegou completamente despreparado na fbrica esclareceu ele enquanto avanava para ela . E tambm tenho que confessar que vim at aqui por uma razo completamente absurda. Grace suspirou lentamente. Deveria estar alarmada? Adlaine a olhou com olhos inescrutveis. Com um enorme descaramento, acariciou-lhe a face, e depois deslizou a mo para baixo at chegar cruz que Grace tinha pendurada no pescoo. S se tiver medo de ovelhas. Afastou a mo, afundou-a no bolso de sua jaqueta, e tirou um pequeno objeto peludo que sustentou na palma da mo. Grace olhou para a pea: tratava-se de uma ovelha em miniatura feita de l, com a carinha preta e umas diminutas patinhas de madeira; a cauda era composta de cerdas de rabo de cavalo. Oh! Mas um cordeirinho! Exclamou ela, corada de alegria, ao tempo que se apoderava da figurinha. Fazemos na fbrica para os meninos da parquia. Eu pensei que voc gostaria de ter uma em Londres, como uma lembrana de seus amigos em Leeds. Londres, repetiu Grace mentalmente, e a felicidade desapareceu em um

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instante. Que amvel; muito obrigado, vou guard-lo como um tesouro reps insegura, imaginando a senhorita Roberston rindo maquiavelicamente dela. Do mesmo modo que eu guardarei como um tesouro em minha memria as poucas horas que gozei que sua companhia. Ah, sinto-me lisonjeada respondeu Grace, surpreendida , mas eu... No, no necessrio que continue sossegou ele, envolvendo-a com uma voz to doce como uma capa de seda, enquanto exercia presso com a palma da mo sobre o pescoo de Grace . J sei que se reserva para um bom partido; entretanto, no consigo aplacar a chama do desejo que sinto por voc e que me devora. Grace prendeu a respirao quando ele chegou mais perto. Adlaine inclinou-se e tocou sua testa com seus lbios. No suporto nem um segundo mais ela sussurrou, pressionando os lbios contra a ponta de seu do nariz. Grace fechou os olhos e levantou o rosto para ele. No queria pensar nas consequncias; s desejava sentir suas carcias. Quando os lbios de Adlaine roaram os seus, abrasaram-na. Ento ele a beijou entregando-se por completo, e Grace pde notar como cada centmetro de seu corpo se estremecia e comeava a sentir o mesmo tipo de ardor que experimentou aquela noite na pracinha. Era uma sensao incrivelmente fascinante. Sentiuse flutuar no ar, quando ele deslizou um brao ao redor de suas costas e a atraiu para seu corpo. Adlaine j a beijara naquela noite na pracinha, mas ela no recordava dessa sensao to ardente, to forte, que a empurrava perigosamente ponto de perder a razo... Sob o mesmo teto de seu pai! Quando ele cobriu um seio com a mo, a lenta queimao transformou rapidamente em um fogo lquido. A mo de Adlaine tocou a pele nua de seu decote. Ento ele mergulhou seus dedos para o vale que ficava entre os seios, e algo indescritvel, mas incrivelmente poderoso explodiu dentro dela; o desejo crescente comeou a nublar seus pensamentos. Grace se agarrou a ele, e Adlaine comeou a explorar seu corpo, deslizando a mo dentro do corpete, at alcanar o seio, at o mamilo. Nesse momento, Grace pensou que ia perder a cabea de tanto prazer. Grace sussurrou ele contra sua pele, e apertou os lbios em seu pescoo, depois no oco de sua garganta, e mais abaixo ainda, na proeminncia de seus seios. Grace no fez nada para det-lo, apenas fechou os olhos e inclinou a cabea para trs, saboreando as sensaes que causavam-lhe estas mos e boca em seu corpo, sentindo o calor intenso, que penetrava nas entranhas. Adlaine se ergueu de repente e a empurrou com suavidade at que ela se chocou contra um mvel. Em um doce enjoo, ela sentiu caindo sobre o sof, mas sua queda foi abrandada pelo forte brao dele. Adlaine estreitou sua

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cabea entre ambas as mos e procurou desesperadamente sua boca, enchendo a de beijos ao mesmo tempo que convidava a virar-se para que ela pudesse ficar em cima dele no sof. Grace se arqueou para ele, desejando mais, muito mais. Ele se moveu de sua boca para seu decote, e com uma mo, liberou um de seus seios do tecido que o capturava e o levou a boca. Grace ofegou enlouquecida e apertou o seio contra ele enquanto Adlaine o lambia sem dar trgua, levando-a inevitavelmente a loucura. Podia sentir sua pbis completamente molhada, e seu corpo excitado como um drago adormecido que subitamente comeou a cuspir fogo. Com as mos apalpou as tmporas, os ombros, o pescoo de Adlaine. Afundou os dedos em seu cabelo, apertou as pernas em volta dele e tentou lutar contra esse abandono que sentia dentro dela, contra essa agradvel sensao que se negava a det-la. No, no queria que ele parasse, nem sequer um segundo. Ela levantou a perna por cima dele, e Adlaine devorou seu seio, chupando o mamilo rgido enquanto deslizava a mo at seu traseiro e acariciava-lhe as ndegas. Mas sua mo no se deteve ali: percorreu a perna de Grace, at a bordo da saia, e se deslizou por debaixo do tecido, acariciou sua panturrilha, e ento foi subindo, at chegar a sua pbis. Grace gemeu de prazer quando Adlaine a tocou nesse ponto to inflamado. Instintivamente, apoiou as mos no ombro dele e o atraiu para si. Adlaine levantou o olhar e a olhou com olhos to profundos como o cu. Que Deus me ajude, porque no posso resistir a seus encantos. Ergueu-se levemente e agarrou o rosto de Grace entre suas mos, acaricioulhe a cabeleira, e a olhou fixamente nos olhos antes de voltar a beij-la . Mas tenho que resistir, tenho que faz-lo; no posso arruinar sua honra. Assim dizendo, ele se levantou, tomou-a pela mo e tambm a ajudou ficar de p, contemplando como ela se esforava para ocultar os seios dentro do corpete. Senhor Adlaine... Barrett, me chame Barrett. Barrett sussurrou ela . No sei... No sei... Grace no sabia o que dizer. Ainda notava o intenso ardor que consumia seu corpo, e seu corao ainda pulsava desesperadamente em seu peito. Levantou o olhar at os olhos dele, e viu um desejo to

[escola de senhoritas julia london - o presente do mercador world)

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