escalas avaliação crianças

147
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES Ana Lúcia Novais Carvalho LATERALIDADE MOTORA E TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS E ATENCIONAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rio de Janeiro 2009

Upload: vodkanokas

Post on 05-Jul-2015

437 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escalas avaliação crianças

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO

INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCÂNTARA GOMES

Ana Lúcia Novais Carvalho

LATERALIDADE MOTORA E TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS E ATENCIONAIS EM CRIANÇAS E

ADOLESCENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro

2009

Page 2: Escalas avaliação crianças

Ana Lúcia Novais Carvalho

LATERALIDADE MOTORA E TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS E

ATENCIONAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO

Tese apresentada, como requisito parcial para

obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia, da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração:

Biociências Nucleares.

Orientador: Prof. Dr. Sergio Luis Schmidt

Rio de Janeiro

2009

Page 3: Escalas avaliação crianças

CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB-A

C331 Carvalho, Ana Lúcia Novais.

Lateralidade motora e transtornos comportamentais e atencionais em crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro / Ana Lúcia Novais Carvalho.- 2009.

xiv,146f. : il.

Orientador : Sergio Luis Schmidt. Tese ( Doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. Pós Graduação em Biologia. Bibliografia : f. 113-129.

1. Distúrbio da falta de atenção com hiperatividade - Teses. 2. Dominância cerebral - Teses. 3. Lateralidade funcional - Teses. 4. Comportamento - Avaliação - Teses. I. Schmidt, Sergio Luis. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. III.Título.

CDU 616.89-008.47

Autorizo apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese. _____________________________________________ _____________________

Assinatura Data

Page 4: Escalas avaliação crianças

Ana Lúcia Novais Carvalho

LATERALIDADE MOTORA E TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS E ATENCIONAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO

Tese apresentada como requisito para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Biociências Nucleares.

Aprovado em 12 de março de 2009. Banca Examinadora: ________________________________________________________ Prof. Dr. Sergio Luis Schmidt (Orientador) Centro Biomédico - Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da UERJ ________________________________________________________ Profa. Dra. Denise Madeira Moreira Centro de Ciências da Saúde - Faculdade de Medicina da UFRJ ________________________________________________________ Profa. Dra. Eliete Bouskela Centro Biomédico - Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da UERJ ________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – Curso de Psicologia da Universidade Prebisteriana Machenzie ________________________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Vieiralves de Castro Centro de Educação e Humanidades - Instituto de Psicologia da UERJ

Rio de Janeiro 2009

Page 5: Escalas avaliação crianças

DEDICATÓRIA

Às crianças.

Page 6: Escalas avaliação crianças

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pelo apoio em todos os momentos.

Ao Prof. Sergio L. Schmidt, pela paciência, pelo aprendizado e pela oportunidade de

desenvolvermos este trabalho juntos.

Ao Prof. Ricardo Vieiralves de Castro que um dia insistiu para que eu iniciasse o

curso de pós e, com certeza, contribuiu para mais esse passo.

Ao Prof. Alex Christian Manhães, por toda ajuda durante estes anos.

Ao Prof. Luiz de Gonzaga Gawryszewski, com quem iniciei os meus estudos sobre

atenção.

Aos professores, pais e crianças que se disponibilizaram a participar deste projeto.

À Danielle da Cunha Motta, pela ajuda nas crises, e fora delas também.

À Cristina dos Santos de Oliveira, por toda ajuda.

À Mônica Pereira Travassos, minha grande amiga.

Ao meu irmão, a quem eu amo muito.

Às professoras de Nova Iguaçu.

Ao Alexandre, Camila, Wellerson e Lorine, estudantes sempre prontos para ajudar

na coleta de dados. Tudo pela ciência!

À UERJ, local no qual um dia eu entrei para fazer a graduação.

A todos que direta ou indiretamente participaram da realização de mais esta etapa

da minha vida.

Page 7: Escalas avaliação crianças

O poema dos sonhadores

Sim, sou um sonhador.

Mas não me xinguem de ditador.

Para que a guerra se eu preciso de terra

para nos sustentar e não para esparramar sangue...

seja de humilhação ou de dor...

Eu só acho que o mundo precisa de amor!

Todos reclamam do J.... mas ele não é um bobão.

Todos riem de mim por causa dessa minha doença que eu tenho.

Para que eu vivo? Para ser um desenho?

O mundo está caindo..

Se o mundo não melhorar, daí que o mundo vai brigar.

Não zombe dos inocentes...

quando o mundo poder ser contente.

Combata a injustiça em vez de defendê-la, seja amigo meu! se não o sonhador perde o calor.

E sem seu calor o sonhador é uma pessoa apenas lá para ficar de robô.

Uma mensagem

para L., C. e G.

Autor: DCP (na época, uma criança de 10 anos, que queria fazer amigos).

Page 8: Escalas avaliação crianças

RESUMO

Carvalho, Ana Lúcia Novais. Lateralidade motora e transtornos comportamentais e atencionais em crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro. 2009. 146f. Tese (Doutorado em Biologia – Área de concentração Biociências Nucleares) – Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

A associação entre lateralidade motora e transtornos comportamentais e atencionais foi investigada em 120 meninos (idade média = 9,17 anos) e 119 meninas (idade média = 9,11 anos). Quarenta e cinco professores avaliaram os estudantes quanto à queixa de transtornos comportamentais e atencionais através do preenchimento de uma escala culturalmente adaptada. A preferência manual foi avaliada através da observação direta de três tarefas. Cada criança, então, foi classificada como destro consistente, canhoto consistente e não-consistente. Para ser considerado consistente, o sujeito deveria execugtar as três atividades com a mesma mão. O participante era classificado no grupo de transtornos comportamentais e atencionais se ele obtivesse escore máximo em pelo menos seis questões, extraídas da escala para professores, relacionadas à impulsividade/hiperatividade e desatenção. Um índice quantitativo para cada fator da escala (F1 – Hiperatividade/Impulsividade; F2 – Desatenção; F3 – Isolamento Social; F4 – Autoconfiança) também foi definido. Houve uma significativa associação entre a presença de transtornos de comportamento e atencionais e o número de participantes canhotos consistentes, quando comparado ao grupo de controle. As ANOVAs dos índices de cada fator mostrou um significativo efeito da preferência manual no F1, mas não nos outros fatores, indicando que os canhotos consistentes apresentaram índices mais elevados de problemas no domínio do comportamento hiperativo/impulsivo, quando comparados com os destros consistentes. Usando testes de desempenho continuado, nas versões visual e auditiva, nossos resultados demonstraram que a preferência manual afeta um parâmetro do CPT, sendo ele o percentual de erros. Canhotos com queixas e sem queixas apresentam escore maior de erros, uma medida normalmente compreendida como característica de impulsividade. Este dado pode ser interpretado considerando que conhotos consistentes apresentam uma maior probabilidade de desenvolverem TDAH, quando comparados a indivíduos destros consistentes, porque um número significativo deles apresenta alterações no padrão das assimetrias cerebrais. Dados normativos no uso de CPTs devem levar em consideração o efeito da preferência manual. Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Preferência manual. Assimetria cerebral. Teste de desempenho continuado. Escala de avaliação comportamental

Page 9: Escalas avaliação crianças

ABSTRACT

The relationship between handedness and attention disorders was investigated in 120 boys (mean age = 9.17 years) and 119 girls (mean age = 9.11 years), from elementary schools. Forty-five teachers rated the children with regard to attention problems using a culturally adapted checklist. Hand preference was assessed by directed observation of three tasks. Then, each child was classified as right-consistent, left consistent, or non-consistent. To be consistent the child had to perform the three tasks with the same hand. A child was classified into the behavioural/attentional problem group if he (she) was rated he maximum score in at least six questions related to impulsivity, hyperactivity, and inattention. A quantitative index for each factor of the checklist (F1 – Hyperactivity/Impulsivity, F2 – Inattention, F3 – Social isolation, and F4 – Self-confidence) was also defined. There was a significant association between the presence of behavioral problems and the number of right-consistent and left-consistent children, with is explained by the higher number of consistent left-handers in the attention problem group as compared to the comparison group. The ANOVAs on the indices for each factor showed a significant effect of handedness on F1, but not on the other factors indicating that left-handers show greater problems in the impulsive-hyperactivity domain as compared to right-handers. Using continuous performance tests (CPTs), visual an auditory, our results show a handedness effect in both auditory and visual CPTs. Left-handers with attention problems show greater impairment in commision errors, a parameter that is commonly viewed as a measure of impulsivity. The data can be interpreted considering that left consistents show a greater probability to develop ADHD as compared to right-consistent subjects because a significant number of them do not present the normal patterns of brain asymmetries that are needed for the neural processing of attention. Normative data on CPTs must take into account the handedness of the subjects. Keywords: Attention Deficit/Hyperactivity Disorder. Handedness. Brain asymmetry. Continnuous performance test. Behaviour rating scale.

Page 10: Escalas avaliação crianças

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Artigo 1 – Behavioral and learning problems in brazilian children assessed with the

aid of a checklist adapted to the local culture

Table 1 – Number of participantes ........................................................ 55

Table 2 – Factors loadings for teacher´s checklist ................................ 57

Artigo 2 – Handedness and attention disorders in brazilian children

Table 1 – Questions selected from BRS-t for inclusion of the individual in the group of

behavioural/attentional problems........................................................... 72

Table 2 – Factors loadings for teacher´s checklist ................................ 73

Table 3- Study on participant demographics ......................................... 75

Figure 1 – Average quantitative index for each factor of the checklist. ANOVAs show

that left-handers differ from right-handers only in the Hyperactivity/impulsivity factor.

As a higher value of the index reflects a greater problem, it indicates that left-

consistents tend to present more problems in impulsive behaviour than right-

consistent handers. Values are means (+SEM). *p<0.05...................... 76

Artigo 3 – Handedness and performance on visual and auditory continuous

performance tests

Table 1 – Questions selected from BRS-t for inclusion of the individual in the group of

behavioural/attentional problems........................................................... 91

Table 2 – Study on participant demographics ....................................... 93

Figure 1 – CVAT: mean standard scores for omission errors, commission errors, RT

and variability of RT. All parameters of CPT were affected by the presence of

attentional problems, except reaction time. *p<0.05.............................. 94

Figure 2 – CVAT: mean standard score for commission errors. Handedness effect

was seen, but it was restricted to commission errors. *p<0.05.............. 96

Figure 3 – Left-handers with attention problems show greater impairment in

commission errors, a parameter that is commonly viewed as a measure of

impulsivity. *p<0.05 ............................................................................... 96

Figure 4 – CVAT: Handedness effect still remained for the commission errors, when

the normal grou was analyze separately. *p<0.05................................. 97

Page 11: Escalas avaliação crianças

Figure 5 – CAAT – Effect of handedness in the normal group was also seen in

auditory CPT. *p<0.05 ........................................................................... 98

Page 12: Escalas avaliação crianças

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANT Attenton Network Test

ADHD Attention Deficit Hyperactivity Disorder

BAS sistema de aproximação comportamental

BIS sistema de inibição comportamental

BRS-t behavior rating scale – teacher version

CAAT continuous auditory attention test

CE commission errors

CPT continuous performance test

CVAT continuos visual attention test

FES sistema de fuga-esquiva

HDI Human Development Index

IEE intervalo entre estímulos

LH left-handers

OE omission errors

PF ponto de fixação

PSP paralisia supranuclear progressiva

rCBF fluxo sanguíneo cerebral regional

RH right-handers

RNMf ressonância nunclear magnética funcional

RT reaction time

TDAH Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade

TDAH/HI Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, subtipo

hiperativo impulso

TDAH/D Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, subtipo

desatento

TDAH/C Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, subtipo

combinado

VRT variability of reaction time

Page 13: Escalas avaliação crianças

SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .................................................................................. 14 1.1- O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade ................. 14

1.1.1- Conceito ...................................................................................... 14

1.1.2- Dados epidemiológicos ............................................................... 16

1.1.3- Comorbidades............................................................................. 17

1.1.4- Subtipos ...................................................................................... 18

1.1.5- Etiologia ...................................................................................... 19

1.1.6- TDAH em adultos e pré-escolares .............................................. 20

1.1.7- Bases neurobiológicas do TDAH ................................................ 21

1.1.8- Assimetrias cerebrais e o TDAH ................................................. 21

1.1.9- O papel da pobre inibição comportamental no TDAH ................. 23

1.2- Atenção ......................................................................................... 25

1.2.1- Conceito ...................................................................................... 25

1.2.2- Via da orientação da atenção...................................................... 26

1.2.2.1- Orientação voluntária e involuntária da atenção ...................... 27

1.2.2.2- Orientação aberta e encoberta da atenção .............................. 27

1.2.2.3- O Paradigma de Posner para a orientação da atenção ........... 28

1.2.2.4- Neuroanatomia da via da orientação da atenção..................... 29

1.2.2.4.1- Córtex parietal posterior ........................................................ 29

1.2.2.4.2- Lobo temporal ....................................................................... 31

1.2.2.4.3- Campo ocular frontal ............................................................. 32

1.2.2.4.4- Colículo superior ................................................................... 32

1.2.2.4.5- Tálamo .................................................................................. 33

1.2.3- Via da atenção executiva ............................................................ 34

1.2.3.1- Neuroanatomia da via da atenção executiva ........................... 36

1.2.3.1.1- Cingulado anterior ................................................................. 36

1.2.3.1.2- Núcleos da base ................................................................... 37

1.2.3.1.3- Córtex pré-frontal .................................................................. 37

1.2.4.- Via do alerta .............................................................................. 38

1.2.4.1- Neuroanatomia da via do alerta ............................................... 38

1.2.4.1.1- O lobo frontal......................................................................... 38

1.2.4.1.2. Locus ceruleus ...................................................................... 39

Page 14: Escalas avaliação crianças

1.2.5- Considerações sobre a atenção auditiva .................................... 39

1.3- Lateralidade motora e o TDAH .................................................... 41

1.4- Diagnóstico nos distúrbios do desenvolvimento ..................... 42

1.4.1- As escalas de avaliação comportamental ................................... 43

1.4.2- O teste de desempenho continuado ........................................... 43

2– OBJETIVOS GERAIS ...................................................................... 46 2.1-Objetivos específicos (artigo 1) ................................................... 46 2.2- Objetivos específicos (artigo 2) .................................................. 46 2.3- Objetivos específicos (artigo 3) .................................................. 47

3- ARTIGO 1- Behavioral and learning problems in brazilian children assessed with aid of a checklist adapted to the local culture.......................... 48

4- ARTIGO 2- Handedness and attention disorders in brazilian children ................................................................................................ 64

5- ARTIGO 3- Handedness and performance on visual and auditory continuous performance tests ............................................................................... 83 6- DISCUSSÃO GERAL ..................................................................... 105 CONCLUSÕES ................................................................................... 111 REFERÊNCIAS................................................................................... 113

ANEXO A - Inventário de Lateralidade Manual (UERJ) ...................... 130

ANEXO B – Escala para professores ................................................. 139

ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido para os pais (responsáveis)

e estudantes........................................................................................ 143

ANEXO D - Termo de consentimento livre e esclarecido para os

professores.......................................................................................... 145

Page 15: Escalas avaliação crianças

14

1- INTRODUÇÃO

1.1- O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade

1.1.1- Conceito

O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é considerado um

transtorno do desenvolvimento de etiologia complexa, multifatorial, e com forte

componente genético (Pasini et al., 2007; Barkley, 1990). É o mais comum

diagnóstico feito em crianças em idade escolar, sendo causa frequente de procura

por serviços de saúde mental nos Estados Unidos da América (Stefanatos & Baron,

2007; Barkley, 1990). No Brasil, dados similares aos internacionais sobre

prevalência e incidência deste quadro são exemplo de que as características clínicas

e prejuízos associados a este transtorno ocorrem em diferentes culturas (Rodhe et

al., 2005).

O TDAH é caracterizado por padrão persistente de hiperatividade,

impulsividade e desatenção, trazendo prejuízos ao indivíduo em diferentes áreas. É

comum o desenvolvimento de problemas de relacionamento interpessoal, estresse

familiar, dificuldade na vida acadêmica e profissional.

Segundo Stefanatos e Baron (2007), estas características de diagnóstico não

mudaram muito desde que o pediatra George Frederic Still, em 1902, relatou pela

primeira vez o quadro, na Royal Academiy of Physicians, em Londres. Este médico

descreveu 43 crianças que definiu como o tendo déficit no controle moral, possuindo

como características comportamentais a incapacidade de sustentação da atenção,

nervosismo, inquietação e explosões de raiva. Podiam ser consideradas destrutivas,

rancorosas e resistentes à disciplina. Conforme podemos perceber, muitas das

características comportamentais das crianças descritas por Still assemelham-se

àquelas do que hoje é estabelecido como critérios de diagnóstico do denominado

TDAH, de acordo com o DSMIV-TR (2000).

Outro aspecto importante desta descrição é que Still já apontava a

predisposição genética como possível justificativa para o surgimento do quadro,

Page 16: Escalas avaliação crianças

15

embora ele também não deixasse de considerar um possível dano adquirido no

sistema nervoso.

A partir deste ponto, várias foram as denominações dadas ao atual TDAH.

Refletindo a hipótese de que estas crianças de fato apresentariam uma lesão no

sistema nervoso, o quadro em 1940 foi denominado Síndrome da Lesão Cerebral

Mínima. Nos anos 60, considerando que não haveria uma lesão, mas uma disfunção

em vias neurais, o transtorno passou a ser reconhecido como Disfunção Cerebral

Mínima (Stefanatos & Baron, 2007; Barbosa, 1995). No DSM II (APA, 1968) foi

denominado Reação Hipercinética da Infância. No DSM III (APA, 1980), visto como

um transtorno multidimensional e já tendo a desatenção como problema principal,

passou a chamar-se Transtorno de Déficit de Atenção (TDA), classificado em dois

subtipos: com hiperatividade e sem hiperatividade. Esta classificação em TDA já

refletia novos achados sobre o quadro, como a importância de fatores ambientais, a

dificuldade de organização, em manter a atenção, no comportamento inibitório e em

modular o comportamento, e a necessidade de reforçamento imediato apresentado

por estas crianças. O DSM III-R (APA, 1987) destaca a hiperatividade e a

impulsividade como uma dimensão comportamental. O quadro passa a ser

denominado Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade e o sem hiperatividade

é considerado Transtorno do Déficit de Atenção Indiferenciado. Continuando a

refletir pesquisas realizadas, o DSM IV (APA, 1994) retoma o termo Transtorno de

Déficit de Atenção/Hiperatividade, contudo este é apresentado em três subtipos,

como permanece até hoje no DSMIV-TR (APA, 2000), que apresenta os seguintes

critérios de diagnóstico, considerando padrões inadequados de hiperatividade,

impulsividade e desatenção:

1. persistência – o padrão de hiperatividade/impulsividade e desatenção deve

ser mais severo do que em outras crianças na mesma etapa do

desenvolvimento;

2. início precoce – o prejuízo causado por alguns destes sintomas deve ocorrer

antes dos 7 anos, apesar do diagnóstico ser mais freqüentemente realizado a

partir desta idade;

3. caráter difuso – os comportamentos desadaptativos devem ocorrer em mais

de um ambiente freqüentado pela indivíduo;

Page 17: Escalas avaliação crianças

16

4. prejuízo – tal padrão comportamental traz real prejuízo na interação social,

profissional e acadêmica dos sujeitos que apresentam este quadro.

O comportamento desatento é caracterizado pelo “viver no mundo da lua”,

distrair-se com facilidade por estímulos irrelevantes para o desempenho da tarefa,

desorganização e uma certa aversão às atividades que exigem uma maior

concentração para a sua execução de maneira satisfatória. Em relação à

hiperatividade destacam-se, nas crianças, a agitação motora, a dificuldade de

permanecer sentado e, em adultos, a sensação de inquietação. Já a impulsividade

caracteriza-se por uma dificuldade em adiar a emissão de uma resposta, aguardar a

vez para emitir uma opinião ou até mesmo para participar de uma atividade

recreativa. Os sujeitos com este quadro podem, dessa forma, envolverem-se em

situações perigosas, aparentando não avaliar o real risco de seus atos. (DSM IV-

TR, 2000).

Os comportamentos hiperativo/impulsivo e desatento compõem juntos uma

lista de 18 sintomas, 9 em cada um. O indivíduo precisa apresentar pelo menos 6

dos 9 itens listados para preencher os critérios estabelecidos. A partir destes dados

são extraídos os subtipos do TDAH, sendo eles ;

1. Subtipo predominantemente hiperativo/impulsivo (TDAH/HI), onde destacam-

se os comportamentos hiperativos e impulsivos;

2. Subtipo desatento (TDAH/D), onde as características comportamentais da

desatenção são as mais presentes;

3. Subtipo combinado (TDAH/C), havendo destaque tanto dos comportamentos

hiperativos e impulsivos quanto dos desatentos.

O diagnóstico é clínico e estes sintomas precisam estar presentes em vários

ambientes onde a criança atua, por exemplo, na escola e em casa, e no mínimo há

seis meses (DSM IV - TR, 2000).

1.1.2- Dados epidemiológicos

O National Institutes of Health (NIH Consensus Committee, 1998), dos

Estados Unidos da América, e a American Medical Association (Goldman et al.,

Page 18: Escalas avaliação crianças

17

1998) declaram que em torno de 5% das crianças desta faixa etária preenchem os

critérios de diagnóstico para o TDAH, de acordo com o DSM–IV. Alguns autores

apontam uma prevalência de 2 a 9,5% (Barkley, 1998). Poeta e Neto (2004), em

estudo realizado em Florianópolis (SC) verificaram uma prevalência de 5%.

Sobre a questão da incidência, esta normalmente foi apontada como sendo

maior no sexo masculino, chegando à proporção de 3:1 na infância (Barkley, 1990;

Pliszka, 2000) e 2:1 na idade adulta (Murphy & Barkley, 1996). Atualmente verifica-

se que o efeito do gênero na manifestação fenotípica deste transtorno pode ser

responsável por esta diferença na incidência em amostras clínicas.

1.1.3 – Comorbidades

A presença de comorbidade, ou seja, de associação do TDAH com outros

quadros clínicos, não é incomum. McGrough et al. (2005) esclarecem que de 59 a

87% dos indivíduos com TDAH apresentam pelo menos um quadro comórbido,

enquanto que cerca de 20% apresentam três ou mais (Rowland et al., 2002).

Pesquisas apontam para comorbidades com os transtornos de ansiedade,

transtorno da conduta, da personalidade anti-social, transtorno desafiador opositivo

e abuso de substâncias (Barkley, 1997; Murphy & Barkley, 1996; Biederman, 2005).

Contando com a participação de 84 adultos com TDAH, com idade média de

38,9 anos, Biederman et al. (1993) verificaram que 27% dos sujeitos apresentavam

dependência de álcool e 18% de drogas. Cerca de 43% apresentava transtorno de

ansiedade generalizada, 32% fobia social, 29% transtorno desafiador opositivo, 20%

transtorno da conduta e 12% transtorno da personalidade anti-social. O risco de

transtorno da personalidade anti-social é 10 vezes maior na população com TDAH

do que em sujeitos sem este transtorno (Manuzza et al. 1993). Também são

relatadas comorbidades com a depressão e Transtornos da Aprendizagem (Barkley,

1990 e 1997).

Verifica-se que estas associações de quadros clínicos tendem a ser mais

freqüentes com transtornos denominados externalizantes, onde o comportamento

agressivo é característico, como o Transtorno Desafiador de Oposição e o

Page 19: Escalas avaliação crianças

18

Transtorno da Conduta. Já a associação com transtornos internalizantes, como o

Transtorno da Ansiedade ou Transtorno de Humor é menos freqüente (MTA, 1999).

Os Transtornos da Aprendizagem (Transtorno da Leitura, Transtorno da

Expressão Escrita e Transtorno da Matemática) também são comorbidades comuns,

atingindo cerca de 20 a 25% das crianças diagnosticadas com TDAH, especialmente

os meninos (Pliszka, 2000; Biederman et al., 2002; Seidman et al., 2001).

Dificuldade nas habilidades sociais também são freqüentes nos indivíduos

diagnosticados com TDAH, sendo esta considerada um das características mais

debilitantes deste transtorno (Greene et al., 1999; Biederman, 2005). Cantweell

(1996) esclarece que em torno de 50 a 70% das crianças diagnosticadas com TDAH

terão problemas no ajuste social. Por não conseguirem cumprir regras, esperar a

vez, por serem intrusivos, e, por vezes, desafiadores, estes sujeitos têm uma maior

chance de serem rejeitados pelos seus pares, apresentando dificuldades para

desenvolver e sustentar relacionamentos. A interação com os pais e/ou cuidadores

também costuma ser caracterizada pelo estresse (Wells et al., 2006). Em estudo

realizado por Biederman et al. (1995) verificou-se que famílias com crianças TDAH,

quando comparadas a famílias controle sem indivíduos com este diagnóstico, eram

mais prováveis de conviverem com conflito familiar crônico e psicopatologia parental.

1.1.4- Subtipos

Barkley (1997; 1998) já apontava que o subtipo predominantemente

desatento do TDAH era um quadro clínico qualitativamente diferente do subtipo

predominantemente hiperativo/impulsivo. No TDAH/HI o déficit apresentado seria na

capacidade de sustentar a atenção, enquanto que no TDAH/D o problema estaria

em um déficit na velocidade do processamento da informação e na atenção seletiva.

Weiss et al. (2003) esclarecem que quando comparadas ao TDAH/C, crianças

com TDAH/D apresentam mais transtornos internalizantes e dificuldades de

aprendizagem, enquanto que comportamentos disruptivos tendem a ser mais

comuns nos TDAH/HI e TDAH/C (Gadow et al., 2004). No TDAH/D, características

como instabilidade emocional, desorganização e distratibilidade são mais comuns,

Page 20: Escalas avaliação crianças

19

enquanto que no TDAH/HI os comportamentos anti-social e impulsivo destacam-se

(Hesslinger, 2001).

Estas comorbidades associadas ao TDAH sofrem influência do gênero.

Meninas apresentam menos sintomas primários e problemas externalizantes que

envolvam quebra de regras, como o Transtorno Desafiador de Oposição e

Transtorno da Conduta. Contudo elas tendem a apresentar mais sintomas

internalizantes, como Transtorno de Ansiedade, dificuldades intelectuais, e também

apresentam níveis maiores de desatenção (Gershon & Gershon, 2002; Quinn, 2005;

Stefanatos & Baron, 2007). Segundo Quinn (2008), meninas com TDAH têm 5.4

vezes mais chances de serem diagnosticadas com depressão maior, quando

comparadas com os meninos. Já nos meninos os comportamentos externalizantes

são mais freqüentes (Stefanatos & Baron, 2007).

Taylor et al. (1998) declaram haver um efeito do gênero nos subtipos do

TDAH. O TDAH/HI ocorre com maior freqüência em meninos, enquanto que nas

meninas o subtipo mais freqüente é o TDAH/D. Estas características tornam o TDAH

no menino mais “invasivo”, capaz de trazer maior prejuízo no ambiente escolar e

maior conflito nas interações sociais, considerando as comorbidades associadas.

Assim, podemos verificar que a baixa incidência do TDAH em meninas,

considerando amostras clínicas, pode ser apenas o reflexo de uma subidentificação

e um subdiagnóstico (Biederman, 2005). Tais características abrem espaço para que

as pesquisas e, conseqüentemente, os procedimentos de diagnóstico e de

intervenção levem em consideração as características do TDAH de acordo com o

gênero.

1.1.5- Etiologia

A etiologia do TDAH ainda não foi totalmente esclarecida, no entanto

evidências apontam para uma origem neurobiológica e genética, neste caso

envolvendo a alteração de mais de um gene, sendo considerado um transtorno

poligênico (Biederman, 2005). Pais com TDAH têm de 2 a 8 vezes mais chances de

terem filhos com TDAH (Biederman, 2005). A probabilidade de gêmeos

Page 21: Escalas avaliação crianças

20

desenvolverem este transtorno é 3 a 7 vezes maior do que a população em geral

(Barkley, 1998).

Fatores ambientais também podem levar à apresentação dos

comportamentos que caracterizam o TDAH. Nascimento prematuro, abuso de álcool

pela mãe, uso de tabaco durante a gravidez e danos cerebrais envolvendo o córtex

pré-frontal são exemplos destas condições que, mesmo consideradas em conjunto,

correspondem à cerca de 20 a 30% dos casos de TDAH em meninos, sendo este

percentual menor nas meninas (Barkley, 1990 e 1998; Overmeyer et al., 2000).

1.1.6- TDAH em adultos e em pré-escolares

Inicialmente considerado um transtorno exclusivo da infância, atualmente

verificamos que entre 30 a 60% das crianças com TDAH manterão os sintomas

quando adultos (Mannuzza et al., 2003; Faraone et al., 2000). Dados

epidemiológicos apontam para uma prevalência entre 3 e 5% de TDAH na

população adulta (Biederman et al., 1993). Sobre os prejuízos provocados pelo

quadro clínico no adulto, estudos apontam que estes indivíduos com TDAH, quando

comparados com a população em geral, apresentam mudanças mais constantes de

emprego, menor estatus sócio-econômico e maior envolvimento em acidentes de

trânsito, (Murphy & Barkley, 1996; Manuzza et al., 2003; Barkley, 1990). Algumas

pesquisas indicam que os sintomas de hiperatividade/impulsividade tendem a decair

em maior escala do que aqueles relacionados à desatenção (Biederman et al.,

1993).

O diagnóstico do TDAH em pré-escolares é outro aspecto que vem

merecendo investimento em estudos. Sanuga-Barke et al. (2001) esclarecem que os

padrões de desatenção, hiperatividade/impulsividade já podem estar presentes e

trazendo prejuízos em crianças em idade pré-escolar. Tal característica apresenta-

se como um desafio tanto para o processo de avaliação diagnóstica quanto para a

seleção dos procedimentos de intervenção. Lavigne et al. (1996) apontam que cerca

de 2% das crianças entre 3 e 5 anos de idade apresentam o TDAH.

Page 22: Escalas avaliação crianças

21

1.1.7- Bases neurobiológicas do TDAH

Um dos desafios das pesquisas sobre este quadro clínico está relacionado à

compreensão de sua base neurobiológica. Considerando a heterogeneidade do

TDAH, o que verificamos é que, apesar de todos os esforços, a sua neurobiologia

ainda não está totalmente compreendida.

Uma teoria que vem sendo bem aceita é compreender este quadro clínico

como uma disfunção do denominado sistema frontoestriado (Barkley, 1990;

Stefanatos & Baron, 2007; Biederman & Faraone, 2002; Castellanos & Tannock,

2002). A disfunção em estruturas cerebrais envolvidas nesta circuitaria seria

responsável pelas manifestações comportamentais deste quadro clínico.

Segundo Bradshaw e Sheppard (2000), o sistema frontoestriado é composto

por regiões frontais (córtex pré-frontal dorsolateral e orbitofrontal lateral), pelo

cíngulo anterior, pela área motora suplementar e estruturas dos núcleos da base

associadas. O envolvimento das regiões frontais, responsáveis pela organização dos

comportamentos dirigidos por metas, selecionando fatos relevantes e priorizando

respostas, caracteriza este transtorno por alterações comportamentais que levam à

dificuldade de adaptação às demandas do ambiente. Observa-se, por exemplo, que

tais indivíduos podem ser capazes de entender uma instrução para a realização de

uma atividade, mas têm seu desempenho prejudicado por perseveração, falta de

iniciativa ou incapacidade de eliminar eventos irrelevantes (Bradshaw & Sheppard,

2000).

1.1.8- Assimetrias cerebrais e o TDAH

Sabemos que apesar de sua aparente similaridade os hemisférios cerebrais

possuem particularidades tanto no aspecto estrutural quanto funcional, podendo ser

considerados entidades individuais (Lent & Schmidt, 1993).

As assimetrias cerebrais são as diferenças morfológicas, bioquímicas e

funcionais existentes entre os dois hemisférios cerebrais. Assimetrias morfológicas

são caracterizadas por diferenças estruturais entre um hemisfério e outro,

Page 23: Escalas avaliação crianças

22

considerando regiões homólogas. Assimetrias bioquímicas estão relacionadas a

diferenças entre os neurotransmissores, considerando a mesma região e hemisférios

cerebrais diferentes. As assimetrias funcionais são subdivididas em especializações

hemisféricas e comportamentos lateralizados. Um exemplo clássico de

especialização hemisférica foi descrito em 1863, por Pierre-Paul Broca, que apontou

o importante papel do hemisfério esquerdo para a linguagem, entendida como a

mais lateralizada das funções cerebrais (Lent, 2004). Sobre os comportamentos

lateralizados, estes são caracterizados pelo uso preferencial de um dos lados para a

execução de uma atividade, como ocorre no comportamento de preferência de uma

das mãos para a realização de uma tarefa, por exemplo, a escrita.

Sobre as alterações das assimetrias cerebrais no TDAH, estudos de RNMf

(Ressonância Nuclear Magnética Funcional) têm demonstrado a existência de

disfunções morfológicas das estruturas que estão envolvidas na circuitaria

frontoestriatal, especialmente no hemisfério direito. Castellanos et al. (1996)

compararam crianças e adolecentes, na idade de 5 a 18 anos, com e sem o TDAH, e

verificaram que aqueles com este quadro clínico apresentam alterações como a

presença de um menor globo pálido direito, menor região frontal direita e menor

cerebelo (lóbulo do vérmis VIII-X). Também foram observadas alterações nas

assimetrias de estruturas como o núcleo caudado e o ventrículo direito. Swanson et

al. (2007) também descreveram que o rostro e o esplênio do corpo caloso são

menores em indivíduos com este diagnóstico.

Contando com uma amostra de 156 crianças e adolescentes com TDAH, em

sua maioria do subtipo combinado, de ambos os sexos, Castellanos et al. (2002)

realizaram um estudo no qual as imagens do cérebro dos participantes, usando

novamente o procedimento de RNMf, foram obtidas em quatro momentos diferentes

em um espaço de tempo de 10 anos. Confirmou-se o achado de um menor cérebro

e cerebelo em indivíduos com TDAH, sendo isto independente do uso de medicação

psicoestimulante. Contudo, observou-se que a trajetória de desenvolvimento das

estruturas cerebrais em sujeitos TDAH era semelhante a dos indivíduos controle,

sugerindo não haver disfunção neste processo na infância tardia e na adolescência.

Desta forma, as alterações comportamentais observadas no TDAH são decorrentes

de anormalidades estabelecidas desde muito cedo, não no processo de

desenvolvimento. A única exceção foi encontrada no núcleo caudado, cuja diferença

entre crianças com TDAH e as controle torna-se insignificante na adolescência, isso

Page 24: Escalas avaliação crianças

23

deve justificar a diminuição dos comportamentos hiperativos e impulsivos em

sujeitos com este diagnóstico.

Independentemente do subtipo, os autores apontam para uma disfunção no

hemisfério direito em sujeitos com TDAH (Heilman et al., 1991). Contudo,

particularidades são observadas. Farmer (2002, apud Rolfe et al, 2006), por

exemplo, verificou que indivíduos com o TDAH/D aprensentavam menor parietal

direito, menor volume da região dorsolateral dos dois hemisférios cerebrais e uma

área do tronco encefálico mais larga. Já as crianças com TDAH do subtipo

combinado apresentavam menor parietal esquerdo e região dorsolateral direita

quando comparados a controles sem este diagnóstico.

No que diz respeito às assimetrias bioquímicas, o funcionamento

dopaminérgico anormal tem sido o foco de atenção na busca de uma base

neurobiológica do TDAH. Esta hipótese fundamenta-se no fato de que as regiões

cerebrais apontadas como estando alteradas no TDAH são ricas em catecolaminas.

Estudos como os de Ernst et al. (1999), por exemplo, demonstram alterações

envolvendo os circuitos da dopamina e da noradrenalina quando sujeitos com e sem

este diagnóstico são comparados. Dougherty et al. (1999) demonstraram um

aumento de 70% da densidade dos transportadores de dopamina em pacientes com

TDAH.

1.1.9- O papel da pobre inibição comportamental no TDAH

Considerando os estudos que apontam para o envolvimento da circuitaria

frontoestriatal no TDAH, Barkley (1997 e 1998) propõe uma teoria unificada para a

compreensão deste quadro clínico. Para este autor a pobre inibição comportamental

é percebida como o principal déficit deste transtorno.

Para compreendermos o papel da pobre inibição comportamental podemos

considerar o modelo de Jeffrey Gray (1987, apud Oades, 1998) onde é proposto que

a seleção de informação pelo cérebro ocorre através da atuação de três sistemas

comportamentais competitivos. Estes seriam o sistema de inibição comportamental

(BIS), o sistema de aproximação comportamental (BAS) e o sistema de fuga-esquiva

Page 25: Escalas avaliação crianças

24

(FES). O sistema BIS seria responsável por mediar as nossas respostas inibitórias

adaptativas.

Este controle inibitório comportamental, portanto, relaciona-se com a nossa

habilidade para planejar, interromper uma atividade em andamento ou até mesmo

adiar a emissão de uma resposta (Sagvolden & Sergeant, 1998). Crianças com

TDAH apresentam vários déficits que podem ser relacionados à falha no controle

inibitório, como resposta impulsiva, incapacidade de ajustar o comportamento após a

realização de um erro e a necessidade de reforçamento imediato (Pliszka et al.,

2006).

Barkley (1997) propõe que esta pobre inibição comportamental prejudica o

desempenho das denominadas funções executivas. As funções executivas estão

envolvidas em nossos comportamentos dirigidos por objetivos. São processos

neurocognitivos que facilitam a tomada de decisão, mantendo a informação

relevante na memória de trabalho e integrando este conhecimento com dados sobre

o contexto corrente, sendo possível, assim, identificar a melhor ação para a situação

(Willcut et al, 2005). Elas nos dão, portanto, a habilidade para responder de forma

adaptativa, integrando os vários eventos e avaliando suas consequências (Oades,

1998).

A memória de trabalho; a auto-regulação do humor e motivação; a

internalização da fala e a reconstituição são funções executivas que necessitam da

inibição comportamental para o seu desempenho de forma satisfatória, estando,

portanto, prejudicadas no TDAH (Barkley, 1997).

O déficit na internalização da fala, por exemplo, pode levar a um pobre

autoquestionamento e dificuldade no comportamento dirigido por metas. O senso de

intervalo de tempo prejudicado e a inabilidade para manter eventos relevantes em

mente durante a execução de uma tarefa parecem ser decorrentes de prejuízo na

memória de trabalho. A tendência a expressar as emoções publicamente e a

dificuldade para analisar comportamentos, executando as atividades de forma mais

flexível, são exemplos de déficits relacionados à auto-regulação do humor e à

reconstituição, respectivamente (Barkley, 1998).

Especificamente sobre a memória de trabalho, Schweitzer et al. (2000)

realizaram uma pesquisa comparando o fluxo sanguíneo cerebral regional (rCBF)

em homens adultos normais, e com os que possuíam TDAH, durante o desempenho

de tarefa que possibilita a avaliação da memória de trabalho. Nos sujeitos normais,

Page 26: Escalas avaliação crianças

25

durante a execução da tarefa proposta havia ativação nas regiões frontais e

temporais. Nos indivíduos com TDAH estas ativações eram espalhadas, ocorrendo

com mais intensidade nas regiões occipitais. Aparentemente, sujeitos adultos com

TDAH desenvolveram vias alternativas na tentativa de desempenhar a atividade.

Já Willcut et al. (2005) esclarecem que, de fato, é possível verificar déficits

nas funções executivas em indivíduos com TDAH, não sendo esta característica

retrita a amostras clínicas. Usando medidas neuropsicológicas, os autores

concluíram que estes sujeitos apresentam problemas de planejamento, memória de

trabalho e inibição de resposta. Contudo, o autor esclarece que estes déficits não

são necessários e nem suficientes para causar todos os casos de TDAH.

Considerando estes dados, cabe ressaltar que o déficit no controle inibitório

não é exclusivo do TDAH, sendo também observado em outros transtornos

disruptivos (Sergeant et al., 2002). E, especificamente sobre a teoria proposta por

Barkley (1997; 1998), ela é estabelecida para o subtipo predominantemente

hiperativo/impulsivo e combinado, não sendo considerado para o subtipo

predominantemente desatento. Este é apenas mais um dos estudos que auxiliam no

estabelecimento de que estamos diante de dois transtornos diferentes.

Outra abordagem desenvolvida é a de Berger e Posner (2000), que propõem

que o TDAH pode ser compreendido como uma patologia do sistema da atenção.

Assim, os sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade estariam

relacionados a alterações nas vias deste sistema (Swanson et al., 2004).

1.2- Atenção 1.2.1- Conceito

Problemas de atenção são freqüentes após lesão cerebral e em casos de

psicopatologia como ocorre no TDAH, no transtorno bipolar e na esquizofrenia

(Lezak, 1995).

Durante toda nossa atividade consciente precisamos tomar decisões, priorizar

comportamentos e definir estratégias para alcançar objetivos. Considerando que

Page 27: Escalas avaliação crianças

26

somos constantemente atingidos por diversos estímulos, internos e externos,

precisamos ter a capacidade de selecionar dados relevantes para que somente as

informações essenciais cheguem aos centros corticais superiores, servindo como

base para a nossa ação (Steinman & Steinman, 1998; Desimone & Duncan, 1995).

Desse modo, o funcionamento adaptativo em um ambiente complexo depende de

um processamento seletivo (Knudsen, 2007).

Tal aspecto da seletividade, servindo como base para a organização do

comportamento, já era evidente na clássica definição de William James (1890) para

a atenção, na qual o autor deixava claro que em decorrência do fenômeno atenção

os indivíduos são capazes de selecionar alguns aspectos do ambiente enquanto

outros são ignorados. Isso possibilita a focalização de um evento, a manutenção da

concentração e a organização do comportamento.

Atualmente, a atenção é percebida como uma função multifatorial (Godefroy &

Rousseaux, 1996; Daffner et al., 1998; Mesulam, 1998) e, considerando sua

complexidade, seus mecanismos devem ser vistos como fazendo parte de um

sistema orgânico, possuindo sua própria circuitaria, anatomia, déficits e um padrão

de desenvolvimento (Posner & Petersen, 1990; Posner, 2004). Usando esta

concepção de sistema, o objetivo é, além de compreender os mecanismos

complexos da atenção, entender o que ocorre quando ela falha, como, por exemplo,

acontece após lesões cerebrais e em casos de psicopatologia.

A atenção, portanto, pode ser examinada através de três funções majoritárias,

que são: a orientação para um estímulo sensorial, o controle executivo e a

manutenção do estado de alerta. Considerando estudos de neuroimagem e

neuroquímicos que apontam para um circuitaria neural própria e o papel de

diferentes neurotransmissores em cada uma delas, estas vias são vistas como

independentes (Berger & Posner, 2000; Fan et al., 2002).

1.2.2- Via da orientação da atenção

Apontada como a via mais estudada da atenção (Raz & Buhle, 2006), a

orientação é a nossa habilidade de selecionar uma informação específica no meio

de várias outras disponíveis no ambiente. Assim, estímulos apresentados no local

Page 28: Escalas avaliação crianças

27

onde a atenção está direcionada serão detectados de maneira mais precisa e mais

rápida (Posner & Dehaene, 1994; Fernandez-Duque & Posner, 1997; Posner, 1986).

1.2.2.1- Orientação voluntária e involuntária da atenção

Há duas maneiras como a atenção pode ser orientada. A voluntária, através

do processo denominado top-down, na qual o indivíduo direciona a atenção de

forma consciente para o local de seu interesse, sendo isso derivado das demandas

da tarefa. E a orientação involuntária (processo botton-up), onde as características

de um estímulo são suficientemente capazes de atrair automaticamente a atenção

(Posner & Dahaene, 1994).

1.2.2.2- Orientação aberta e encoberta da atenção

A atenção também pode ser orientada de maneira aberta ou encoberta.

Normalmente atendemos a um local movendo, também, os nossos olhos para o

evento de interesse. Desta maneira fazemos com que a imagem do estímulo seja

direcionada para a parte da retina com maior acuidade visual (a fóvea) e,

conseqüentemente, vemos com maior riqueza de detalhes (Posner & Raichle, 1994).

Contudo, esta habilidade é dissociada do movimento ocular, considerando que

podemos orientar a nossa atenção sem mover os olhos em direção ao evento.

Quando há alteração do foco atencional sem a ocorrência simultânea de um

movimento ocular, dizemos que a orientação da atenção é encoberta. Ao contrário,

quando a mudança do foco atencional é acompanhada pelo movimento dos olhos

para o evento ao qual estamos atendendo dizemos que a orientação é aberta

(Posner, 1980; Posner et al., 1984).

Direcionar a fóvea para um evento faz com que ele seja melhor analisado,

enquanto que direcionar a atenção para um local possibilita a emissão mais rápida e

precisa de respostas. Considerando estas características, estudos demonstram a

existência de uma estreita relação entre a orientação da atenção e a capacidade de

Page 29: Escalas avaliação crianças

28

guiar os olhos. Somente realizamos um movimento sacádico depois de orientar a

nossa atenção visual (Steinman & Steinman, 1998; Rizzolatti, 1987).

1.2.2.3- Paradigma de Posner para orientação da atenção

Usando técnicas de neuroimagem e procedimentos de medida do tempo de

reação, estudos realizados em sujeitos sem e com lesões cerebrais têm contribuído

para a compreensão da forma como a atenção é orientada no ambiente.

Sobre os procedimentos de medida de tempo de reação, cabe destacar que,

em 1869, o fisiologista F. C. Donders propôs um método fundamentado no princípio

de que os processos mentais poderiam ser analisados através do tempo que o

sujeito leva para executá-los. Considerando este conceito, os componentes de um

processo mental podem ser isolados e avaliados de forma quantitativa, através da

medida do tempo de reação (Posner & Raichle, 1994).

Posner (1986), por exemplo, realizou experimentos com o objetivo de testar

como a orientação encoberta da atenção influencia os tempos de reação manual a

um estímulo visual. Nestes experimentos eram apresentados, na tela do

computador, três quadrados alinhados e equidistantes entre si (formando um ângulo

de 50). Os sujeitos recebiam a instrução para fixar o olhar no quadrado central (ponto

de fixação - PF) e responder, pressionando uma tecla com o dedo indicador, ao

aparecer do estímulo luminoso (estímulo-alvo), que surgia em um dos dois

quadrados laterais. Sobre o quadrado central poderia aparecer uma seta indicando

uma posição (direita ou esquerda) ou uma cruz. Em 80% dos casos a seta indicava

o local correto de aparecimento do alvo (condição válida) e em 20% a pista era

incorreta (condição inválida). A cruz indicava a condição neutra, onde a

probabilidade do alvo ocorrer em qualquer um dos quadrados periféricos era igual.

Analisando os resultados obtidos, observou-se que o tempo de reação na

condição válida era menor do que na condição neutra, e este menor do que na

condição inválida. Verifica-se, desta forma, que efeitos facilitatórios e inibitórios

podem ocorrer durante a orientação da atenção. A orientação facilita a detecção de

alvos no local indicado, dificultando resposta para eventos que ocorram em outros

locais.

Page 30: Escalas avaliação crianças

29

A diferença encontrada entre o tempo de reação nas condições inválida e

válida corresponde ao tempo necessário para que o sujeito oriente a sua atenção.

Desta forma, orientar a atenção, é um processo cognitivo composto por três

operações mentais: a liberação do foco atual de atenção; a mudança da atenção

para o local indicado e a captura do novo alvo (Posner & Raichle, 1994; Posner et al.

1984).

Na condição inválida o tempo de reação é maior porque o sujeito precisa

liberar a atenção do local indicado pela seta incorreta, movê-la para o local correto e

capturar o alvo. Na condição neutra as ações necessárias seriam mover e capturar o

alvo, enquanto que na condição válida seria necessário apenas capturá-lo. A

realização destes processos justifica os diferentes tempos de reação nas três

condições.

Rizzolatti et al. (1987), em sua Teoria Pré-motora, estabelece uma estreita

relação entre a programação dos movimentos oculares e a orientação da atenção.

Segundo esta proposta estar atento a uma determinada localização significa estar

com um programa oculomotor pronto para ser realizado naquela direção. Os custos

vistos na condição inválida, como ocorrem no experimento de Posner (1986), são

decorrentes da necessidade de refazer o programa motor anterior, gerando o

aumento do tempo de reação quando comparamos à condição neutra e válida.

1.2.2.4- Neuroanatomia da via da orientação da atenção

As estruturas envolvidas na via da orientação da atenção são: o córtex

parietal posterior, a junção parietotemporal, o campo ocular frontal, o colículo

superior e o núcleo pulvinar do tálamo (Posner & Rothbart, 2007).

1.2.2.4.1- Córtex parietal posterior

A região parietal posterior é responsável pela representação sensorial do

denominado espaço extrapessoal, fazendo eferências com outras regiões cerebrais

Page 31: Escalas avaliação crianças

30

também apontadas como envolvidas na atenção: o giro do cíngulo, o tálamo e o

estriado (Nobre et al., 1997). Seu papel no direcionamento da atenção e na

percepção espacial é bastante conhecido. Atualmente pesquisas vêm apontando a

função do córtex parietal posterior direito na sustentação da atenção (Malhotra et al.,

in press).

Danos no córtex parietal posterior frequentemente afetam a capacidade para

atender a estímulos (Steinman & Steinman, 1998; Posner & Raichle, 1994; Posner et

al., 1984). Estudos realizados com pacientes que apresentam o quadro clínico

denominado heminegligência são exemplos de procedimentos que confirmam a

participação da região parietal na orientação da atenção. A heminegligência é

caracterizada por dificuldade de reconhecimento de estímulos sensoriais

posicionados contralateralmente ao hemicampo com lesão, não sendo justificada por

deficiência sensorial (Rafal & Posner, 1987). Este transtorno pode ocorrer após

lesões mesecenfálicas, talâmicas ou em outras regiões cerebrais, contudo aquelas

localizadas no lobo parietal, no hemisfério direito, mais frequentemente levam a esse

quadro (Posner & Raichle, 1994).

Através da análise dos dados obtidos em pesquisas realizadas em pacientes

com lesões parietais, Posner et al. (1984) propuseram que estes sujeitos

apresentavam deficiência na capacidade de liberar o foco, uma das três operações

mentais envolvidas na orientação da atenção.

Usando o paradigma de detecção de um alvo, considerando as condições

válida, inválida e neutra, Posner et al. (1984) verificaram que sujeitos com lesões

parietais tinham melhor desempenho na condição válida, para alvos ipso ou

contralaterais ao hemisfério lesionado. Estes pacientes, portanto, eram

evidentemente capazes de orientar a atenção visual para os dois hemicampos. Sem

a ocorrência de pistas (condição neutra), pacientes parietais respondiam mais

rapidamente a alvos ipsolaterais do que a alvos contralaterais à lesão. Contudo, a

heminegligência, caracterizada por aumento considerável do tempo de reação

manual ou até mesmo pela perda do alvo, acontecia quando, na condição inválida, a

pista apontava para o hemicampo ipsolateral à lesão e o alvo ocorria

contralateralmente. O mesmo fenômeno apresentava-se quando pistas centrais

neutras eram utilizadas. Portanto, na condição inválida, quando a pista indicava que

o alvo apareceria com maior probabilidade no lado ipsolesional e este ocorria no

lado oposto, indivíduos com lesões parietais apresentavam deficiência na execução

Page 32: Escalas avaliação crianças

31

da tarefa. Este padrão comportamental caracteriza uma dificuldade em desengajar o

foco atual de atenção.

Segundo Desimone e Duncan (1995) o córtex parietal posterior faz parte da

via dorsal da atenção. Para estes autores as regiões cerebrais envolvidas na

atenção podem ser organizadas em duas grandes vias de processamento cortical,

ambas com início no córtex visual primário (área V1), são elas as vias ventral e

dorsal.

A via dorsal, importante para a percepção espacial e desempenho visuo-

motor, é dirigida para dentro do córtex parietal posterior. Já a via ventral é apontada

como central para o reconhecimento do objeto, sendo direcionada para dentro do

córtex temporal inferior.Estas duas vias fazem projeções para o córtex pré-frontal.

Estudos como os realizados por Maruzio Corbetta et al., citados por Posner e

Raichle (1994), demonstraram que tanto o lobo parietal esquerdo quanto o direiro

estão envolvidos no fenômeno da atenção. Através de experimentos estes autores

verificaram que quando a atenção é direcionada para o hemicampo esquerdo há

ativação do lobo parietal superior direito. Quando há atividade no hemicampo direito,

verifica-se ativação do lobo parietal superior direito e esquerdo. Achados deste tipo

parecem esclarecer o motivo da heminegligência ser mais frequente após lesões no

hemisfério direito. Desta forma, este é considerado um quadro complexo decorrente

da interação entre um hemisfério esquerdo normal e um hemisfério direito danificado

(Marshall & Halligan, 1996).

A maioria dos estudos sobre orientação da atenção envolve a modalidade

visual, contudo, apesar dos mecanimos envolvidos na atenção auditiva não estarem

totalmente compreendidos, a orientação auditiva também envolve a ativação da via

fronto-parietal (Wu et al., 2007).

1.2.2.4.2- Lobo temporal

Corbetta e Shulman (2002) verificaram que em tarefas de atenção, onde é

dada uma pista inválida (como no Paradigma de Posner) e o sujeito precisa

reorientar a atenção, há ativação da junção temporo-parietal.

Page 33: Escalas avaliação crianças

32

Tarefas de orientação visuoespacial também promovem ativação do sulco

temporal superior, sendo que esta região possui conexões com o córtex parietal

posterior, o campo ocular frontal e o núcleo pulvinar do tálamo.

Outra evidência do papel do lobo temporal na atenção vem do quadro clínico

denominado quadrantonospsia, que ocorre normalmente após lesões do lobo

temporal e caracteriza-se por um déficit visual limitado ao quandrante superior

contralateral ao hemisfério lesionado (Martin, 1996).

1.2.2.4.3- Campo ocular frontal

O campo ocular frontal é ativado durante o início dos movimentos oculares

voluntários (Sharpe, 2008). Os movimentos oculares podem ser divididos em duas

categorias: rápidos e lentos. Os movimentos sacádicos são movimentos rápidos dos

olhos que fazem com que a imagem de interesse seja direcionada à fóvea. Estas

sacadas são decorrentes da ativação principalmente de duas regiões corticais: o

campo ocular frontal e o córtex parietal posterior (Martin, 1996).

O campo ocular frontal faz conexão diretamente com o córtex parietal

posterior, possuindo, da mesma forma, padrões de convergência de eferência para o

giro do cíngulo, tálamo e estriado (Nobre et al., 1997). É apresentada como uma

importante estrutura na via da orientação da atenção.

1.2.2.4.4- Colículo superior

Conforme já destacado, na Teoria Pré-motora de Rizzolatti et al. (1987) é

proposto que estruturas cerebrais responsáveis pelos movimentos dos olhos estão

também envolvidas na operação de mover a atenção no espaço visual.

O colículo superior auxilia na orientação dos olhos e da cabeça para um

estímulo saliente no ambiente. O espaço visual, assim como outros espaços

sensoriais, são mapeados no colículo. Esta estrutura, portanto, executa funções

relacionadas a sua habilidade para combinar e unificar informações sensoriais de

Page 34: Escalas avaliação crianças

33

diferentes modalidades. Dessa forma, tanto as informações auditivas quanto

representações sensório somáticas, que são estocadas nas camadas profundas do

colículo superior, podem ser combinadas com informações visuais das camadas

superficiais, seguindo um mapa espacial do mundo externo (Steinman & Steinman,

1998; Martin, 1996).

Esta estrutura realiza duas grandes conexões: uma para regiões da formação

reticular e outra para a coluna cervical, o que leva a sua participação no controle dos

músculos do pescoço. Alguns neurônios do colículo superior têm axônios

ascendentes para os núcleos posteriores laterais e para o núcleo pulvinar do tálamo

(Martin, 1996).

Para a realização de movimentos oculares no sentido vertical é destacado o

papel do colículo superior (Machado, 1998). Lesões nesta estrutura podem levar ao

quadro clínico denominado paralisia supranuclear progressiva (PSP), no qual há

degeneração envolvendo o colículo superior e a região pré-tectal adjacente (Rafal &

Henik, 1994). Posner et al. (1982) verificaram que indivíduos com PSP eram mais

vagarosos para detectar alvos, tanto na condição válida quanto na condição inválida,

mas somente quando eram utilizadas pistas-alvos no eixo vertical, não havendo

déficit quando eram usados estímulos no plano horizontal.

De acordo com esta observação, verificou-se que os pacientes com PSP

eram capazes de orientar a atenção, no entanto, eram significativamente mais

vagarosos para fazê-lo, especificamente no plano vertical. Posner et al. (1982)

propuseram que estes sujeitos apresentavam prejuízo na operação de mover a

atenção, reforçando a teoria da relação entre o movimento dos olhos e a orientação

da atenção.

1.2.2.4.5 – Tálamo

O tálamo é considerado uma importante região para o acesso às áreas

corticais (Posner & Raichle, 1994), sendo um centro de transmissão que serve tanto

a mecanimos sensoriais quanto motores (Muri & Nyffeler, 2008).

O núcleo pulvinar do tálamo, que faz parte do grupo lateral, vem sendo

apontado como uma das estruturas cerebrais envolvidas na orientação da atenção.

Page 35: Escalas avaliação crianças

34

Este núcleo realiza importantes conexões com a região parietal posterior

dorsolateral, com o campo ocular frontal e com o córtex cingular (Nobre et al., 1997).

O núcleo pulvinar parece ser responsável pela tarefa de filtrar informações

irrelevantes do campo visual. Dessa forma, apenas os conteúdos relevantes são

processados pelas áreas anteriores, detectando alvos e guiando a resposta

(Steinman & Steinman, 1998; Posner & Raichle, 1994; Martin, 1996).

Considerando as três operações mentais da orientação da atenção, Rafal e

Posner (1987) propõem que o principal déficit do paciente com lesão talâmica está

na operação de captura do alvo. De acordo com a função do núcleo pulvinar pode-

se propor que lesões nesta região prejudicam a tarefa de seleção do evento.

Em experimentos de medida de tempo de reação, sujeitos com lesões

talâmicas apresentavam seu desempenho prejudicado, em tarefas de orientação

encoberta da atenção, quando o intervalo proposto entre a pista e o alvo era curto.

Esta deficiência ocorria, portanto, na condição experimental em que a pista e o alvo

estavam presentes, e ao mesmo tempo, no espaço visual. Considerando que após

um intervalo de 300 ms a pista apagava, permanecendo apenas o alvo, verificou-se

que em intevalos pista-alvo mais longos os pacientes não apresentavam prejuízo no

desempenho a atividade. Este padrão de resposta é diferente daquele apresentado

por pacientes parietais, onde mesmo com intervalos pista-alvo longos (1.000 ms)

estes sujeitos não eram beneficiados na execução da tarefa (Rafal & Posner, 1987).

Posner e Rothbart (2007) apontam o papel do neurotransmissor acetilcolina

na via da orientação da atenção. Já Ruff e Rothbart (1996, apud Posner et al., 2007)

esclarecem que esta via, que sofre forte influência genética, parece estar

desenvolvida já no primeiro ano de vida do ser humano.

1.2.3- Via da atenção executiva

Berger e Posner (2000) esclarecem que a via da atenção executiva está

envolvida na resolução de conflito, na deteção de alvo, de erros e na inibição de

respostas automáticas.

Botvinick et al. (2004) discutem a interessante capacidade do nosso cérebro

de processar estímulos em paralelo. Esta capacidade obviamente leva a uma

Page 36: Escalas avaliação crianças

35

suscetibilidade a situações de conflito. Caberia, então, ao sistema atencional, criar

condições para a prevenção de conflito, sempre com o objetivo de levar a um

comportamento adaptado às demandas do ambiente e de acordo com os objetivos

do indivíduo. Estes autores apontam para a existência de um sistema de

monitoramento de conflito, sendo o cingulado anterior uma importante estrutura. Tais

conclusões vêm, por exemplo, de experimentos nos quais o indivíduo precisa abrir

mão de uma resposta dominante para desempenhar uma não-dominante, como

ocorre no Teste de Stroop onde é preciso responder à cor da tinta (vermelho, por

exemplo) enquanto se ignora o nome da cor (azul, por exemplo), e naqueles em que

o indivíduo comete um erro e percebe. Em tais situações, onde há necessidade de

responder a um conflito, uma competição de resposta, há ativação do cingulado

anterior.

Estudos vêm sendo realizados procurando compreender melhor o papel desta

via da atenção no autocontrole do comportamento. Gerardi-Caulton (2000), por

exemplo, apontam uma associação entre o desenvolvimento da atenção executiva,

encontrada durante o terceiro ano de vida do ser humano, e a habilidade de

autocontrole do temperamento1.

Esta idéia sugere um importante papel da atenção na modulação das

atividades dos sistemas sensoriais, cognitivos e emocionais. Desta forma, estudos

vêm sendo realizados para a compreensão das diferenças individuais nas vias da

atenção, relacionando-as ao controle emocional e comportamental (Ruff & Rothbart,

1996, apud Posner et al., 2007). Gerardi-Caulton (2000) apontam que o

desenvolvimento da atenção executiva, que ocorre por volta dos 3 anos de idade,

está associado à fala dos pais sobre o autocontrole do temperamento. A atenção

executiva e outras tarefas relacionadas a lidar com conflitos dão base para a

habilidade das crianças para regular seus comportamentos de autocontrole.

Estudos realizados em crianças demonstram o quanto que a habilidade para

regular o comportamento aumenta com o desenvolvimento das áreas cerebrais

responsáveis pela atenção em adultos. Sendo assim, é interessante transferir os

conhecimentos da anatomia e dos circuitos das vias da atenção para o

1 O temperamento está relacionado a diferenças na reatividade e na auto-regulação existentes em cada indivíduo (Rothbart & Bates, 1998). O autocontrole (effortful control) é uma variável do temperamento que dá suporte ao surgimento da auto-regulação (Rueda et al., 2005), estando relacionado com o desenvolvimento da atenção executiva. Seu estudo possibilita a compreensão do papel do temperamento no comportamento (Posner & Rothbart, 2000).

Page 37: Escalas avaliação crianças

36

desenvolvimento da orientação e da regulação em adultos e crianças, adquirindo

conhecimento sobre a auto-regulação e seu desenvolvimento (Posner & Rothbart,

2000).

A relevância dos estudos sobre autocontrole e atenção está no fato de que,

tornando seus mecanimos conhecidos, teremos melhoras na compreensão de

distúrbios onde este autocontrole falha, como no TDAH.

1.2.3.1- Neuroanatomia da via da atenção executiva

Tarefas de resolução de conflito levam à ativação de áreas frontais mediais

(cingulado anterior) e o córtex pré-frontal lateral e de estruturas dos núcleos da base

(Posner & Rothbart, 2007).

1.2.3.1.1- Cingulado anterior

Estudos sugerem a influência do córtex cingulado anterior em várias

psicopatologias, dentre elas o TDAH (Bush, 2004).

O giro do cíngulo é uma das estruturas que compõem o córtex de associação

límbico. Dentre as funcões do sistema límbico podemos destacar o seu papel na

memória e na codificação de emoções (Martin, 1996; Posner & Rothbart, 1998).

Experimentos apontam que o cíngulo anterior não é ativiado em qualquer

atividade que exige direcionar a atenção, sua ativação ocorre em tarefas que exigem

um nível mais alto de atenção, onde há necessidade de controlar aspectos

relevantes do ambiente. Isto demonstra que esta via está relacionada com o controle

cognitivo, destacando o papel da vontade no desempenho da tarefa (Bush, 2004;

Posner & Rothbart, 1998).

O quadro clínico denominado mutismo acinético também confirma a

importância do giro do cíngulo anterior na atenção executiva. Neste transtorno, que

é causado por lesões no cíngulo anterior, os pacientes são capazes de orientar a

atenção com eficácia no ambiente, contudo são incapazes de iniciar uma atividade

Page 38: Escalas avaliação crianças

37

voluntária (Posner & Rothbart, 1998). Aparentemente eles são capazes de

selecionar as informações, mas há deficiência no mecanismo de detecção.

Esta característica da via da atenção executiva ilustra bem o quanto que, com

o avançar das informações através das regiões cerebrais, novos aspectos do

ambiente vão sendo analisados, servindo como base para as ações.

1.2.3.1.2- Núcleos da base

Além do papel no controle dos movimentos, pesquisas atuais demonstram

ativação do núcleo caudado durante a realização de tarefas como os Testes de

Desempenho Continuado (CPTs) (Milliery et al., 2000). Danos na cabeça do núcleo

caudado predizem erros - detecção de não-alvo (Godefroy & Rousseaux,1996).

1.2.3.1.3- Córtex pré-frontal

O córtex pré-frontal desempenha um papel importante nos processos

cognitivos (Rossi et al., 2008). O planejamento de ações, considerando as

conseqüências de um determinado comportamento no futuro é apontado como uma

de suas maiores funções (Kandel et al., 1995). Lent (2004) denomina-o de córtex da

razão e aproveita para expor o clássico caso de Phineas Gage que, em 1848, sofreu

um acidente onde uma barra de ferro atravessou o seu crânio, atingindo o córtex

pré-frontal. Como resultado, Gage teve o seu comportamento totalmente modificado,

tornando-se incapaz de planejar e de agir de acordo com regras sociais (Damásio,

1996).

Estudos de neuroimagem demonstram que esta estrutura é ativada em

tarefas de atenção que exigem mudança de resposta, de tarefa ou respostas a

diferentes estímulos. Esta estrutura é importante, portanto na capacidade de ser

flexível na emissão de uma resposta (Rossi, 2008). Tal conclusão é compatível com

estudos que apontam para o comportamento de perseveração de resposta em

Page 39: Escalas avaliação crianças

38

indivíduos com lesão nesta estrutura (Aron et al., 2004). A dopamina é apontada

como um importante neurotransmissor nesta via (Posner & Rothbart, 2007).

1.2.4- Via do alerta

A via do alerta está envolvida na manutenção da prontidão para reagir e na

vigilância (Berger & Posner, 2000). Tarefas para estudo desta via normalmente são

aquelas em que o indivíduo é solicitado a se preparar para emitir uma resposta a um

estímulo-alvo. Por exemplo, um experimento no qual uma pista visual indica ao

indivíduo que um alvo subseqüente aparecerá em um determinado local (Raz &

Buhle, 2006).

1.2.4.1- Neuroanatomia da via do alerta

Estudos de neuroimagem vêm apontando o papel das regiões frontais e

parietais, particularmente no hemisfério cerebral direito, durante atividades que

envolvem o alerta e a manutenção da atenção (Pardo et al., 1991). Posner e

Petersen (1990) deixaram claro que lesões no lobo frontal e parietal do hemisfério

direito produzem prejuízos na capacidade do indivíduo em sustentar a atenção e

também na capacidade de manter o estado de alerta quando a atividade não oferece

um sinal de prontidão.

Nesta via destaca-se, portanto, o papel do lobo frontal direito, do lobo parietal

direito e do locus ceruleus (Berger & Posner, 2000; Posner & Rothbart, 2007).

1.2.4.1.1- O lobo frontal

Falta de organização, planejamento e desatenção são características

comportamentais de pacientes com lesões frontais (Posner & Raichle, 1994;

Page 40: Escalas avaliação crianças

39

Rueckert & Grafman, 1996). Portanto esta estrutura é importante para os

comportamentos dirigidos por metas (Steinman & Steinman, 1998).

Além desta importante função, estudos que utilizam a tomografia por emissão

de positrons (PET) demonstram que esta região, bem como o lobo parietal, é ativada

durante a realização de tarefas que exijam manutenção do estado de alerta (Fan et

al, 2005; Posner & Raichle, 1994; Posner & Rothbart, 2007).

1.2.4.1.2- Locus ceruleus

Esta estrutura parece desempenhar um papel importante da resposta do

nosso cérebro ao estresse. O locus ceruleus está envolvido em transtornos como a

depressão e o transtorno de pânico (Martin, 1996).

1.2.5- Considerações sobre a atenção auditiva

Se compararmos o número de estudos sobre atenção visual e auditiva,

verificaremos que aqueles sobre a segunda são em número menor.

Especificamente sobre as vias da atenção, estudiosos estabelecem que as

mesmas podem ser consideradas quando falamos da atenção auditiva (Posner,

2008; Roberts et al., 2006).

Fan et al. (2002) desenvolveram um instrumento que vem sendo empregado

para melhor compreender as estruturas cerebrais envolvidas na atenção visual e a

sua trajetória de desenvolvimento. Neste instrumento, o Attention Network Test

(ANT), a tarefa do indivíduo é, pressionando uma tecla, indicar a direção (direita ou

esquerda) para a qual a seta posicionada no meio (seta-alvo) aponta. Esta seta-alvo

fica alinhada, no plano horizontal, com outras quatro, duas de cada lado. Estas

sequências podem ser congruentes (as setas apontam para a mesma direção que a

seta-alvo, a do meio), incongruentes (as setas apontam em direção oposta à seta-

alvo) e neutros (a seta-alvo é cercada por traços, onde nenhuma direção é indicada).

Page 41: Escalas avaliação crianças

40

As condições empregadas eram sem pista, com pista dupla, com pista central e com

pista espacial.

Roberts et al. (2006), utilizando o mesmo paradigma do ANT visual,

elaboraram o ANT auditivo. A tarefa do indivíduo é apertar teclas diferentes para

informar se a palavra é falada em tom alto ou baixo. As palavras utilizadas são:

“alto”, “baixo” e “dia”, que poderiam ser pronunciadas em tom de voz alto ou baixo.

Assim, as sequências também poderiam ser classificados como congruentes (ex.:

palavra “alto” sendo pronunciada em tom de voz alto), incongruentes (ex.: palavra

“alto” sendo pronunciada em tom de voz baixo) e neutras (ex.: palavra “dia” sendo

pronunciada em tom de voz alto). As condições empregadas eram as mesmas do

ANT visual, só que usanto estímulos auditivos: sem pista, com pista dupla, com pista

central e com pista espacial.

Como resultado, os autores concluíram que tarefas de atenção auditiva são

mais difíceis, considerando que os indivíduos tendem a errar mais e o tempo de

reação para emissão de resposta é maior (Roberts et al., 2006).

Especificamente sobre a via da orientação auditiva, Roberts et al. (2006)

verificaram que pistas espaciais auditivas não eram capazes de melhorar o

desempenho do sujeito na realização do ANT, como acontece na versão visual.

Desta forma, os autores concluíram que pistas informativas não são suficientes para

orientar a atenção espacial auditiva. Portanto ao compararmos as vias da orientação

da atenção visual e auditiva verificamos particularidades.

Sobre as estruturas cerebrais envolvidas nesta via, em estudo utilizando a

técnica da RNMf e uma tarefa de orientação e reorientação da atenção endógena

auditiva, Mayer et al. (2006) utilizaram uma pista de 1000HZ, que em 75% das vezes

indicava corretamente a localização do alvo, um som de 2000 Hz. Os participantes

tinham que indicar a localização espacial do alvo, pressionando o dedo indicador da

mão direita (alvo à esquerda) ou o dedo médio da mão direita (alvo à direita). Como

resultado os autores verificaram uma via de ativação fronto-parietal similar àquela

encontrada em estudos visuais, contudo sem o viés de ativação preferencial no

hemisfério direito. Há, portanto, uma dependência maior de uma via bilateral na

resolução da localização de uma informação auditiva.

Sobre a via do controle executivo, testes de atenção visual e auditiva revelam

medidas similares e correlacionadas de controle executivo, sugerindo que este pode

Page 42: Escalas avaliação crianças

41

ser um processo de domínio geral, não sendo afetado pela modalidade sensorial

explorada pelos testes (Roberts et al., 2006).

Estudos de neuroimagem como os de Pardo et al. (1991) e Sturm e Willmes

(2001) apontam para um padrão similar de ativação cortical em tarefas de alerta

fásico em diferentes modalidades sensoriais. Estes estudos apontam o alerta como

uma característica atencional geral, não sofrendo o efeito da modalidade sensorial

da tarefa.

De acordo com os dados expostos sobre as vias da atenção, Berger e Posner

(2000) esclarecem que no TDAH há alteração em duas destas três vias, sendo elas

a via do controle executivo e a via do alerta. Assim, a compreensão do

funcionamento destas vias e, principalmente, o seu processo de desenvolvimento

poderá influenciar nos procedimentos de diagnóstico e de intervenção neste

transtorno.

1.3- Lateralidade motora e o TDAH

Os comportamentos lateralizados fazem parte das assimetrias funcionais,

sendo o uso preferencial de uma das mãos para a realização de uma tarefa um

exemplo. Na população humana, canhotos são minoria, com 90% preferindo o uso

da mão direita para realização de uma tarefa (Raymond & Pontier, 2004; Sun &

Walsh, 2006).

A preferência manual é um importante marcador da assimetria cerebral,

apesar de não ser absoluto, considerando que nem todos os indivíduos com

preferência manual atípica apresentarão assimetria cerebral atípica. (Tang &

Verstynen, 2002; Rowe et al., 2000).

A relação entre preferência manual, assimetrias cerebrais e transtornos do

desenvolvimento tem sido extensivamente investigada por muitos pesquisadores

(ex.: Bishop, 1990; Galaburda et al., 2006; Jenner et al., 1999). Tais estudos têm

demonstrado que entre crianças com transtornos de aprendizagem, como a dislexia,

o autismo e o transtorno do desenvolvimento da coordenação, canhotos são mais

Page 43: Escalas avaliação crianças

42

comuns do que na população em geral (Cairney et al., 2008; Eglinton & Annet, 1994;

Goez & Zelnik, 2008).

Sobre o TDAH as conclusões ainda não são claras, sendo dois os principais

motivos apontados: primeiro, quando comparado com outros transtornos do

desenvolvimento, o número de estudos sobre o TDAH e preferência manual é bem

menor; segundo, os diferentes procedimentos utilizados para avaliação da

preferência manual dificultam a comparação destes já poucos estudos (Neiderhofer,

2005; Shaw & Brown, 1991; Yamamoto & Hatta, 1982).

Rodriguez e Waldenstrom (2008) estudaram a possível relação entre

preferência manual e saúde mental em uma amostra de 1.714 crianças. A

preferência manual foi avaliada pelo relato da mãe em um questionário composto

por seis perguntas. Os autores encontraram uma proporção maior do que a

esperada de canhotos em crianças com TDAH, mas apenas no subtipo hiperativo-

impulsivo. Em outro estudo, Reid e Norvilitis (2000) avaliaram a preferência manual

através da observação direta de algumas tarefas desempenhadas por 57 crianças,

sendo 28 com TDAH. Os autores concluíram que este transtorno não estava

exclusivamente relacionado à prevalência de não-destros. Estes são exemplos de

que na literatura ainda não está clara a relação entre preferência manual e o TDAH.

1.4- Diagnóstico nos distúrbios do desenvolvimento

Considerando os critérios do DSMIV-TR (2000), alterações comportamentais

dos transtornos do desenvolvimento, como o TDAH, devem ser difusos, ou seja,

atingir mais de um ambiente freqüentado pelo indivíduo.

O diagnóstico é clínico, sendo importante a obtenção de informação de

diferentes fontes (ex. pais e professores) sobre o comportamento em diversos locais

(ex. casa e escola). Assim, o uso de procedimentos estruturados pode ser um

importante instrumento no procedimento de diagnóstico, na avaliação da eficácia da

intervenção terapêutica e nas atividades de pesquisa (Schmidt et al., 2000a; Barkley,

1990).

As escalas comportamentais e os procedimentos de avaliação de

desempenho, como é o caso dos CPTs, são exemplos de instrumentos utilizados no

Page 44: Escalas avaliação crianças

43

processo de avaliação diagnóstica, de acompanhamento da eficácia do

procedimento de intervenção e na pesquisa.

1.4.1- As escalas de avaliação comportamental

Estudos demonstram que o uso de escalas preenchidas pelos professores ou

pais garante um maior grau de precisão no diagnóstico dos distúrbios do

desenvolvimento, mesmo quando as limitações destes instrumentos são

consideradas (Greenhill, 1998; Schatz et al., 2001). As escalas são capazes de

fornecer ao clínico o grau de desvio apresentado pelo sujeito, quando comparado

com outros da mesma idade e sexo, possibilitando uma linha de corte mais rigorosa

(Barkley, 1990).

Algumas propriedades psicométricas são indispensáveis em uma escala

comportamental, dentre elas destacamos que as perguntas devem ser apresentadas

de forma simples, facilitando a compreensão daquele que as responde; devem ter

uma graduação, evitando as respostas “sim” ou “não”, incapazes de oferecer o grau

de severidade e frequência de um determinado comportamento; devem ser

validadas; possuir credibilidade teste-reteste e utilidade prescritiva (Barkley, 1990).

1.4.2- O teste de desempenho continuado

Os testes de desempenho continuado (continuous performance tests - CPTs)

podem ser classificados como a mais popular medida clínica de avaliação objetiva

da vigilância, ou seja, da capacidade de sustentar a atenção (DuPaul et al., 1992).

Seu paradigma simples permite ampla utilização nos estudos da atenção, tanto em

indivíduos de diferentes idades quanto com aqueles que apresentam diversos

distúrbios clínicos, como o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), a

esquizofrenia (ex.: Purdon et al., 2008) e os transtornos de humor (ex.: Adler et al.,

2005).

Page 45: Escalas avaliação crianças

44

Inicialmente desenvolvido por Rosvold et al. (1956) para medir vigilância em

indivíduos com lesões cerebrais, este é um teste que envolve a apresentação

contínua de estímulos, denominados alvos, para os quais é solicitada a emissão de

uma resposta comportamental (pressionar de uma determinada tecla do

computador). Na versão original, desenvolvida por Rosvold et al. (1956), ao sujeito

eram apresentadas letras, sendo que ele deveria emitir uma resposta sempre que a

letra “X” (alvo) surgisse e não emitir resposta para as demais letras (não-alvos). O

intervalo entre os estímulos (IEE) era fixo, de 920 ms. Também foi desenvolvida,

pelos mesmos autores, uma variação desta versão, onde a letra “X” só era alvo

quando imediatamente precedida da letra “A”. Como resultado Rosvold et al. (1956)

verificaram que o CPT do tipo “X” conseguia identificar corretamente de 84.2 - 89.5%

dos sujeitos com lesão cerebral. Esta precisão era maior ainda com a versão “A-X”

(Riccio et al., 2002).

Após esta, várias outras versão de CPTs foram desenvolvidas Os estímulos

normalmente utilizados são letras, formas geométricas, números e cores (Miranda et

al., 2008). Outra mudança verificada nestas várias versões é relativa a aspectos

como: freqüência de apresentação de estímulos-alvo, podendo haver a alta

freqüência (número grande de alvos, considerando o número total de estímulos), e a

de baixa freqüência (número pequeno de alvos, considerando o número total de

estímulos); duração (o tempo de duração da apresentação dos estímulos); e

intervalo de apresentação entre um estímulo e outro, podendo este ser longo ou

curto (ex. Schmidt & Manhães, 2001).

Na versão inicial, desenvolvida por Rosvold et al. (1956), a medida de

atenção era dada pelo número de repostas corretas. Com a introdução de outras

variáveis, outras avaliações passaram a ser possíveis. Os erros de ação costumam

ser avaliados como indicativo de impulsividade. Halperin et al. (1991), por exemplo,

classificaram estes erros de ação, diferenciando respostas falsas das respostas

atrasadas (aquelas não emitidas dentro de um determinado intervalo de tempo).

Assim, os erros de ação nem sempre representariam comportamento impulsivo, já

que as respostas atrasadas indicariam uma desatenção secundária. Estes autores

ainda apontaram um outro erro de ação, denominado erro de ação do tipo “ao

acaso”, por não estarem associados nem com hiperatividade e impulsividade nem

com desatenção. Estes erros foram classificados como refletindo um descontrole. Os

Page 46: Escalas avaliação crianças

45

autores, desta forma, apresentaram três índices relacionados aos de erros de ação:

índice de desatenção/passividade; índice de impulsividade e índice de descontrole.

Ainda hoje, as principais habilidades mensuradas pelos CPTs são a atenção

sustentada e a impulsividade, sendo tradicionalmente avaliados o número de

respostas omitidas, número de respostas erradas, a velocidade do TR e a sua

variabilidade (Riccio et al., 1996; Conners, et al., 2003; Tinius, 2003).

Grande parte dos CPTs trabalham com estímulos visuais, contudo é

crescente na literatura o interesse pelos testes auditivos (Mahone et al., 2005;

Lehman et al., 2006; Aylward et al., 2002; Tinius, 2003). Alguns autores propõem

que as medidas auditivas estariam mais fortemente associadas ao tipo de atenção

solicitada dos alunos nas tarefas escolares. Assim, os testes de atenção auditiva

poderiam ter maior validade ecológica, quando comparados aos de atenção visual

(Mahone et al., 2005), ao ser aplicado nesta população.

Em estudos como os de Aylward et al. (2002) e de Lehman et al. (2006) os

autores concluíram que, levando em consideração o número de respostas corretas,

os CPTs auditivos são mais difíceis do que os visuais, sendo mais sensíveis a

queixas de comportamento e atenção. No estudo de Lehman et al. (2006) verificou-

se que no teste visual, a melhoria do desempenho já está praticamente completa na

idade dos 8/9 anos. Já no teste auditivo, melhoria significativa ocorre dos 5 até os 12

anos de idade.

No caso do TDAH, por exemplo, verifica-se um pobre desempenho nos CPTs.

Estes indivíduos tendem a apresentar TR mais variável, maior número de erros e de

omissão (Epstein et al., 2003). Este padrão de desempenho provavelmente está

relacionado a dificuldades na integração da informação devido à disfunção

frontoestriatal (Aylward et al., 2002), alteração que não é específica deste quadro

clínico.

Considerando este aspecto, em alguns estudos é destacado o limite do CPT

em auxiliar na diferenciação de quadros clínicos. Por exemplo, em estudo realizado

por Tinius (2003), tendo como participantes adultos com traumatismo craniano leve

ou com TDAH, foi verificado que o CPT, tanto o visual quanto o auditivo, não era

capaz de diferenciar os dois grupos.

Desta forma, a busca pela identificação de características de desempenho

nas variáveis do CPT e sua associação com alguns quadros clínicos permance

gerando questionamentos.

Page 47: Escalas avaliação crianças

46

2- OBJETIVOS GERAIS

• Desenvolver uma escala preenchida por professores, visando à identificação

de crianças com alterações atencionais.

• Avaliar as propriedades psicométricas desta escala e sua utilidade clínica em

nosso meio.

• Estudar a relação entre preferência manual e alterações atencionais,

avaliadas através da escala desenvolvida no primeiro estudo.

• Estudar a relação entre preferência manual e alterações atencionais,

avaliadas objetivamente por testes de desempenho continuado.

2.1- Objetivos específicos (artigo 1)

• Medir a consistência interna de uma escala de avaliação para professores,

adaptada à realidade brasileira, destinada à mensuração de problemas de

comportamento e de atenção em crianças e adolescentes em idade escolar.

• Avaliar se a escala pode ser expressa através de fatores, com clara

interpretação psicológica

• Avaliar se os fatores derivados da análise fatorial exploratória são diferentes

dos encontrados em países com culturas diversas.

2.2- Objetivo específico (artigo 2)

• Identificar a relação entre preferência manual, mensurada através da

observação direta do comportamento, e a ocorrência de problemas de

comportamento hiperativo/impulsivo e desatento, levantados através de uma

escala para professores adaptada à realidade brasileira.

Page 48: Escalas avaliação crianças

47

2.3- Objetivo específico (artigo 3)

• Examinar a relação entre as variáveis dos testes de desempenho continuado,

nas modalidades visual e auditiva, e a preferência manual, avaliada através

da observação direta do comportamento.

Page 49: Escalas avaliação crianças

48

3- ARTIGO 1- BEHAVIORAL AND LEARNING PROBLEMS IN BRAZILIAN CHILDREN ASSESSED WITH THE AID OF A CHECKLIST ADAPTED TO THE LOCAL CULTURE.

Page 50: Escalas avaliação crianças

49

UNIVERUNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Professor Masatoshi Takeda

Editor: Psychiatry and Clinical Neurosciences

Official Journal of the Japanese Society of Psychiatry and Neurology

Rio de Janeiro, January 02, 2009.

Dear Professor Masatoshi Takeda,

Please find attached the manuscript entitled “BEHAVIORAL AND LEARNING PROBLEMS IN BRAZILIAN CHILDREN ASSESSED WITH THE AID OF A CHECKLIST ADAPTED TO THE LOCAL CULTURE” to be considered for

publication in Psychiatry and Clinical Neurosciences.

We would like to stress that this manuscript, or parts of it, have not been, and

will not be submitted elsewhere for publication.

Thank you in advance for your attention,

Prof. Sergio L. Schmidt

Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental

Departamento de Ciências Fisiológicas / IBRAG

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Av. Prof. Manoel de Abreu, 444, 5º andar, Vila Isabel, Rio de Janeiro

RJ, Brasil, CEP 20550-170.

Brazil

Page 51: Escalas avaliação crianças

50

Phone: (55-21) 2587-6295

Fax: (55-21) 2587-6129

E-mail: [email protected]/[email protected]

Page 52: Escalas avaliação crianças

51

BEHAVIORAL AND LEARNING PROBLEMS IN BRAZILIAN CHILDREN ASSESSED WITH THE AID OF A CHECKLIST ADAPTED TO THE LOCAL CULTURE ANA LÚCIA NOVAIS CARVALHO, M.Sc. (1, 2); ALEX C. MANHÃES, M.D. Ph. D. (1,

2); SERGIO L. SCHMIDT, M.D. Ph.D. (1)

1. Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental – Centro

Biomédico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brazil

2. Laboratório de Estudos Contemporâneos – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro - Brazil

Corresponding address: Sergio Luis Schmidt, M.D. Ph.D.

Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental - DCF/IBRAG -

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Av. Prof. Manoel de Abreu, 444, 5º

andar, Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 20550-170. Tel/Fax: 55 21 2587-

6295. E-mail: [email protected]; sl.schmidt@ terra.com.br

Running head: BRAZILIAN TEACHER CHECKLIST

Word counts: Text: 1.839 words

Abstract: 154 words

Number of tables: 2

Page 53: Escalas avaliação crianças

52

ABSTRACT This study was designed to develop a cultural adapted teacher’s checklist for the

assessment of behavioral problems in a sample of 221 children from four different

cities in Brazil. Here, the internal consistency and exploratory factor analyses of this

instrument were described. Forty-five teachers rated the children. The internal

consistency of the questionnaire was evaluated using Cronbach’s alpha. An

orthogonal varimax rotation that maximizes the variance of the squared loadings for

each factor was used to find the simplest possible factor structure. There is no

internal discrepancy in the item content of the checklist. Exploratory factor analysis

showed four primary factors that are psychologically meaningful. When factor

analysis was carried out there was no substantial difference from other studies when

compared to the results of other western and oriental contries. It was concluded that

this teacher’s checklist can be a useful aid to clinicians in the identification of children

with behavioral and/or attention problems.

Keywords: Cultural characteristics; attention deficit hyperactivity disorder; child mental disorders;

attention deficit disorder; child behavior disorders

Page 54: Escalas avaliação crianças

53

Previous studies have shown that physicians and psychologists who rely only

on their clinical judgment may experience difficulties in identifying children with

behavioral problems.1, 2 The use of checklists completed by teachers or parents

allows a greater level of accuracy, even when considering the limitations of the

instruments.3,4 Studies have demonstrated that, in some cases, behavior rating

scales are even more effective in classifying children with learning and cognitive

disorders than traditional psychological tests.5 In the US, a study showed that 53.5%

of pediatricians and family practice physicians used school reports to diagnose

attentional or hyperactivity problems.6 Although data regarding the use of

questionnaires by Brazilian physicians and psychologists was not available, it is

believed that the use of rating scales to identify children with behavioral and learning

problems needs to be emphasized. Socio-economic aspects of Brazil make the

development of teacher behavior rating scales particularly relevant. The low

educational level of the population is still an important social problem. At the end of

the twentieth century, the average Brazilian over 25 had only 6 years of formal

education. In 2001, 13.6% of the population over 15 years of age was illiterate.7

Considering these facts, it is common to find parents who have a low educational

level or who are even illiterate, and for these people written scales may not be a good

way of providing information. Therefore, it was decided to develop an inventory for

behavioral and educational problems to be completed by Brazilian teachers.

Particularly, the present study was performed to provide information about the

psychometric properties of this scale, including the analysis of its reliability and

validity, which are essential characteristics of an instrument that is to be used

clinically.8, 9

Three specific objectives and respective hypotheses were investigated. First, it

was verified if the checklist presented high internal reliability. This involves the

relationship of the items comprising the scale. Second, it was evaluated whether the

checklist items could be expressed by a small number of factors. To be valid, the

resulting factors of the rating scale must be psychologically interpretable and

meaningful.10 Finally we would like to know if the factors derived from the exploratory

factor analysis were different from other studies carried out in different western and

oriental countries.

Page 55: Escalas avaliação crianças

54

METHOD Participants

The participants were 45 teachers who rated 221 6th through 15th graders

drawn from elementary schools located in four different cities in the State of Rio de

Janeiro. The sample consisted of 108 boys (mean age = 8.91 years, SD = 2.08

years, minimum = 6 years, maximum = 15 years) and 113 girls (mean age = 8.88

years, SD = 2.41 years, minimum = 6 years, maximum = 15 years).

Considering socio-economic characteristics (particularly educational level), a

heterogeneous population can be found in the State of Rio de Janeiro.11 The Human

Development Index (HDI), from the United Nations Development Programme12, was

used for the characterization of the cities. The HDI is a composite index and three

variables are considered for its composite: life expectancy at birth, educational

attainment and GDP per capita (PPP US$). Here, the HDI from each city and the

number of participants are described (Table 1).

Page 56: Escalas avaliação crianças

55

Table 1: Number of participants City Number of

teachers

Number of

children

HDI

Petrópolis 6 76 0.804

Rio de Janeiro 4 8 0.842

São Gonçalo 10 41 0.782

São João de

Meriti

25 96 0.774

TOTAL 45 221

The checklist was answered by the teacher who spent most of the time with

the child in the classroom, and for each child only one teacher answered the

questionnaire. It should be mentioned that, in the Brazilian educational system,

during the first segment of elementary school, in which children are between 6 and

10 years old, students normally have only one teacher, whereas those in the second

segment (aged between 11 and 14) have more than one teacher.

The participation of the child and the teacher were voluntary. Parents and

school principals signed informed consents regarding the voluntary participation of

the children in the research. This study was approved by the Ethics Committees of

the University.

Measures The scale is divided into two parts: qualitative and quantitative. The qualitative

part is intended to describe the main problems of the child, report school

performance, describe whether the child needs or receives special care or help to

develop his/her school activities, and give information about the child’s family.

Considering this part, the teacher has the opportunity to say if the child has attention

or behavior problems, and to describe his/her academic performance. The

quantitative part is composed of 58 questions with information about behavior in the

classroom, peer group, and disruptive behavior. These questions are rated on an oral

Page 57: Escalas avaliação crianças

56

assessment scale ranging from 1 to 3 reflecting problem prevalence (1 = not true; 2 =

somewhat or sometimes true; 3 = very true or often true).

Analytical Methods The analysis of the qualitative part of the scale was performed by means of

the content analysis technique, through which the observations described by the

teacher were classified into learning complaint, attention, behavior or individual

without complaint.

The internal consistency of the 58 scorable items scale was evaluated using

Cronbach’s alpha. Alpha is a correlation coefficient and ranges in value from –1 to 1.

If Cronbach’s alpha drops below 0.7, the hypothesis of internal reliability cannot be

accepted.13, 14 To evaluate how each individual item affects the reliability of the scale,

alpha was calculated removing each of the items of the scale.

Raw data from the questionnaire were factor analyzed. To find the simplest

possible factor structure, an orthogonal varimax rotation that maximizes the variance

of the squared loadings for each factor was used. Only factors that account for

variances greater than 1 (eigenvalues [λ] greater than 1) were included. With regard

to the factor loadings, we considered only the most highly correlated variables

(greater than 0.50) for each factor (Table 2).

Page 58: Escalas avaliação crianças

57

Table 2: Factors loadings for teacher's checklist

F1- Hyperactivity/Impulsivity F2 - Inattention F3- Social Isolation F4- Self-confidence

λ = 21.0 % of var. = 36.3

is unquiet. (.85)

is noisy. (.82)

acts inattentively. (.64)

finds it difficult to wait for his or her turn. (.78)

has unpredictable behavior.Boisterous. (.71)

interrupts conversations.(.82)

disturbs his or herclassmates. (.81)

doesn’t wait for instructions.(.74)

is incapable of followinggames’ rule. (.60)

changes from one activity toanother frequently. (.62)

never stands still. (.84)

gets restless in theclassroom. (.82)

is easily excited. (.70)

talks a lot. (.80)

generally can’t remainseated. (.80)

is impulsive. (.82)

is quarrelsome. (.75)

acts slyly. (.57)

interrupts others. (.75)

challenges authority. (.70)

λ = 6.70 % of var. = 11.4

doesn’t concentrate. (.75)

doesn’t finish his or heractivities. (.71)

is disorganized. (.65)

can’t plan his or her activities.(.72)

is easily distracted. (.79)

is inattentive. (.81)

has a short attention span. (.80)

is unable to pay attention.(.81)

is lost in space/ day-dreams. (.69)

λ = 3.00 % of var. = 5.2

is incapable of playing. (.50)

is rejected by the group. (.62)

doesn’t relate with the opposite sex. (.63)

doesn’t relate with the samesex. (.80)

λ = 1.92 % of var. = 3.3

doesn’t support his or her opinion. (.64)

lacks leadership. (.59)

is submissive. (.78)

is shy. (.67)

is frightened, afraid. (.57)

Note. The numbers in parenthesis mean the factor loadings

Page 59: Escalas avaliação crianças

58

To verify the relation between quantitative and qualitative parts of the scale,

standard scores were constructed for each factor, considering gender and age.

RESULTS Internal reliability For the 221 participants, the checklist presented high internal reliability as

indicated by Cronbach's alpha coefficients (α = 0.96). Elimination of any of the items

from the scale caused little change in α.

Factor analyses Four factors were extracted (Table 2):

Factor 1- Hyperactivity/Impulsivity (36.3%);

Factor 2- Inattention (11.4%);

Factor 3- Social isolation (5.2%);

Factor 4- Self-confidence (3.3%)

Correlation between quantitative and qualitative questions

In the analysis of the standardized data, it was seen that the individuals who

presented complaints, considering the qualitative part of the scale, produced higher

scores in factors 1, 2 and 3.

F1 (t = - 8.643; gl = 157; p < 0.001);

F2 (t = - 12.598; gl = 143; p < 0.001);

F3 (t = - 5.468; gl = 169; p < 0.001);

F4 (t = - 2.250; gl = 218; p = 0.025).

Page 60: Escalas avaliação crianças

59

DISCUSSION Internal reliability

For internal consistency analyses, the samples should contain at least 100

subjects.15, 10 Barret and Kline13 found that a minimum of 100 subjects and a variable-

subject ratio of 2:1 are needed for a reliable factor analysis. Thus, the used sample of

221 subjects with a variable-subject ratio of at least 2:1 supports the stability of the

reliability analysis.

The components of the scale can be viewed as internally reliable instrument

for obtaining quantified information from teachers. Empirical analysis demonstrated

that there is no internal discrepancy in the item content of the checklist. High internal

consistency is a prerequisite of validity.15, 10

Factor analyses

Arrindel and Endle16 claimed that stable factors required the sample to be

approximately 20 times larger than the number of factors. According to these

authors, variable-subject ratio is not important compared to the ratio of sample size to

factors. Therefore if only reliable factors are to be considered, a conservative

approach requires that the number of factors in the study never be greater than 11.

As the study showed four factors, the hypothesis that the factors are reliable is

confirmed.

In support of the hypothesis of construct validity, the number of items of each

checklist could be expressed by a smaller number of factors, which are

psychologically meaningful.

Page 61: Escalas avaliação crianças

60

Correlation between quantitative and qualitative questions The comparison between subjects with and without complaints, identified

through the analysis of the qualitative questions of the scale, demonstrated that the

individuals with complaints present higher scores than those without complaints, as

described by the teacher. These differences were statistically significant for factors 1,

2 and 3. In conclusion, the present checklist can be considered a valid instrument in

helping to identify children with learning and behavior problems.

Comparison with other western and oriental studies When the primary factors were considered there was any substantial

difference from studies carried out in other western countries17 as well as in many

oriental countries.18, 19, 20, 21 Inattentiveness and impulsivity can be viewed as factors

that emerge in different cultures when behavioral problems of children are analyzed

by instruments conveniently adapted to the local language and culture.

Limitations of the study and directions for future research In this study, it was not evaluated whether the scale can be reliably used as

successive measures (test-retest reliability) of child behavior. While construct validity

was demonstrated, there are also other kinds of validity, such as predictive validity.

Therefore, further study is necessary to evaluate other kinds of validity and reliability.

As previous investigators have reported that parents are a useful source of

information on children,1, 17, 4 systematic oral information from parents with a low level

of formal education could be collected by clinicians and the results compared to the

written information provided by teachers.

Although the primary method employed by psychologists to test the validity of

constructs has been factor analysis,22 recent studies have addressed the problems

Page 62: Escalas avaliação crianças

61

that can arise from using shared-variance techniques to evaluate construct validity. In

particular, it has been proposed that a correlation between two or more variables

should not represent a unitary cognitive construct.23 However, previous studies have

demonstrated the stability of the conceptual relationship across a number of

homogeneous clinical populations and, thus, confirmatory factor analysis can extend

construct validity analysis bases on shared-variance procedures.24 Therefore, we

need to conduct confirmatory factor analysis studies on specific cognitive constructs

in selected homogeneous patient populations.

CONCLUSIONS The components of the scale are quantifiable. The checklist presents high

internal reliability and can be reduced to a smaller number of factors that are

psychologically meaningful. Thus, it will be possible to develop abbreviated forms of

this scale. Studies have suggested that rating scales do not have to be long

instruments; they have to be able to evaluate the interest construct.1 In fact, clinical

scales can be refined through factor-analytic techniques.25

Considering the need to improve the efficiency of our educational system,

especially for those children with treatable disabilities, it is suggested that the results

of this study may contribute to integrate the activities of pediatricians, psychologists

and teachers, improving the actions that are directed to children with behavior and

educational problems. This checklist may be a useful aid in the identification of

children with behavioral and attention problems.

REFERENCES 1- Barkley RA. Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A handbook for diagnosis and

treatment. The Guilford Press, New York, 1990.

Page 63: Escalas avaliação crianças

62

2- Schmidt SL, Snyder TJ, Rouget AC, Gray E. Empirical analysis of the selective

attention and associated behavior checklists of the aggregate neurobehavioral

student health and educational review. J Dev Behav Pediatr. 2000; 21, 165-171.

3- Greenhill LL. Diagnosing attention-deficit/hiperactivity disorder in children. J Clin

Psychiatry 1998; 59, 31-41.

4- Schatz AM, Ballantyne AO, Trauner DA. Sensitivity and specificity of a

computerized test of attention in the diagnosis of attention-deficit/hyperactivity

disorder. Assessment 2001; 8, 357-65.

5- Dewey D, Crawford SG, Kaplan BJ. Clinical importance of parent ratings of

everyday cognitive abilities in children with learning and attentional problems. Journal

of Learning Disabilities 2003; Jan/Feb, 87-95.

6- Carey WB. Problems in diagnosing attention and activity. Pediatrics 1999; 103,

664-667.

7- Henriques R. Desigualdade racial no Brasil: evolução das condições de vida na

década de 90. Texto para discussão 807. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

(IPEA), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2001.

8- Glascoe FP, Martin ED, Humphrey SA. comparative review of developmental

screening tests. Pediatrics 1990; 86, 547-554.

9- Meisels SJ. Can developmental screening tests identify children who are

developmentally at risk? Pediatrics 1989; 83, 578-585.

10- Nunnally JO. Psychometric theory. McGraw-Hill, New York, 1978.

11- Lago LC. Desigualdade socioespacial e mobilidade residencial: a metrópole do

Rio de Janeiro nos anos 80. In: Bógus LMM, Ribeiro LCQ (ed.). Cadernos Metrópole,

n 2. EDUC – FAPESP, São Paulo, 1999; 49-189.

12- United Nations Development Programme (UNDP). Human development report.

Orford University Press, New York, 2000.

13- Barret P, Kline P. The observation to variable ratio in factor analyses. Journal of

Personality and Group Behavior 1981; 2: 94-98.

14- Cattell RB. The screen test for the number of factors. Multivariate Behavioral

Research 1966; 1, 141-161.

15- Guilford JP. Psychometric Methods. McGraw-Hill, New York, 1956.

16- Arrindel WA, Endle J. An empirical test of the utility of the observation to

variables ratio in factor and components analysis. Applied Psychological

Measurement 1985; 9: 165-178.

Page 64: Escalas avaliação crianças

63

17- Conners CK, Sitarenios G, Parker JDA, Epstein JN. The revised Conners’ Parent

Rating Scale (CPRS-R): Factor structure, reliability, and criterion validity. J Abnorm

Child Psychol. 1998; 26, 257-268.

18- Liu X, Kurita H, Guo C, Tachimori H, Ze J, Okawa M. Behavioral and emotional

problems in chinese children: teacher reports for ages 6 to 11. J Child Psychol

Psychiatry 2000; 41, 253-260.

19- Aramaki Y, Uno H. Impulsive behaviors in attention-deficit/hyperactivity disorder.

No To Hattatsu 2004; 36, 467-472 (in Japanese).

20- Luk SL, Leung PW, Lee PLM. Conners´ teacher rating scale in chinese children

in Hong Kong. J Child Psychol Psychiatry 1988; 29, 165-174.

21- Yao KN, Solanto MV, Wender, EH. Prevalence of hyperactivity among newly

immigrated chinese-american children. J Dev Behav Pediatr. 1988; 9, 367-373.

22- Cronbach LJ, Meehl PE. Construct validity in psychological tests. Psychol Bull

1955; 52, 281-302.

23- Delis DC, Jacobson M, Bondi MW, Hamilton JM, Salmon DP. The myth of testing

construct validity using factor analysis or correlations with normal or mixed clinical

populations: lessons from memory assessment. JINS. 2003; 9, 936-946

24- Larrabee GJ. Lessons on measuring construct validity. JINS. 2003; 9, 947-953.

25- Frankel F, Myatt RA. dimensional approach to the assessment of social

competence in boys. Psychological Assessment 1994; 6, 249-254.

Page 65: Escalas avaliação crianças

64

4- ARTIGO 2- HANDEDNESS AND ATTENTION DISORDERS IN BRAZILIAN CHILDREN

Page 66: Escalas avaliação crianças

65

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Professor S. J. Segalowitz

Editor, Brain and Cognition

Rio de Janeiro, January 28, 2009.

Dear Professor S. J. Segalowitz:

Please find attached the manuscript entitled HANDEDNESS AND ATTENTION DISORDERS IN BRAZILIAN CHILDREN to be considered for

publication in Brain and Cognition.

In this paper handedness and attention disorders were investigated in 239

children, rated regarding attention problems with a teacher checklist. Hand

preference was also assessed and the participants were classified as right-

consistent, left-consistent, or non-consistent. We found a significant association

between the presence of behavioural problems and the number of left-consistent

children, and that they show greater problems in the impulsive-hyperactivity domain.

We would like to stress that this manuscript, or parts of it, have not been, and

will not be submitted elsewhere for publication.

Below we send a list of four qualified and independent peer reviews:

S. J. Segalowitz

A. Rodriguez – Dept. of Psychology, Uppsala University, Sweden

[email protected]

G. D. Rosen – Department of Neurology, Beth Israel Deaconess

Medical Center – Boston

[email protected]

J. P. Huston – Institute of Pharmacology, University of Zurich, Zurich,

Switzerland

[email protected]

Page 67: Escalas avaliação crianças

66

Thank you in advance for your time,

Sincerely,

Prof. Sergio L. Schmidt

Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental

Departamento de Ciências Fisiológicas / IBRAG

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Av. Prof. Manoel de Abreu, 444, 5º andar, Vila Isabel, Rio de Janeiro

RJ, Brasil, CEP 20550-170.

Brazil

Phone: (55-21) 2587-6295

Fax: (55-21) 2587-6129

E-mail: [email protected]

Page 68: Escalas avaliação crianças

67

HANDEDNESS AND ATTENTION DISORDERS IN BRAZILIAN CHILDREN ANA LÚCIA NOVAIS CARVALHO, M.Sc. (1, 2) and SERGIO L. SCHMIDT, M.D.

Ph.D. (1)

1- Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental – Centro

Biomédico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil

2- Laboratório de Estudos Contemporâneos – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro - Brasil

Corresponding address: Sergio L. Schmidt, M.D. Ph.D.

Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental - DCF/IBRAG -

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Av. Prof. Manoel de Abreu, 444, 5º

andar, Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 20550-170. Tel/Fax: 55 21 2587-

6295. E-mail: sl.schmidt@ terra.com.br

Page 69: Escalas avaliação crianças

68

ABSTRACT Aims: This study was designed to develop a cultural adapted teacher’s checklist for

the assessment of behavioral problems in a sample of 221 children from four different

cities in Brazil. Methods: Here, the internal consistency and exploratory factor

analyses of this instrument were described. Forty-five teachers rated the children.

The internal consistency of the questionnaire was evaluated using Cronbach’s alpha.

An orthogonal varimax rotation that maximizes the variance of the squared loadings

for each factor was used to find the simplest possible factor structure. Results: There

is no internal discrepancy in the item content of the checklist. Exploratory factor

analysis showed four primary factors that are psychologically meaningful. When

factor analysis was carried out there was no substantial difference from other studies

when compared to the results of other western and oriental contries. Conclusions: It

was concluded that this teacher’s checklist can be a useful aid to clinicians in the

identification of children with behavioral and/or attention problems.

Key words: attention deficit disorder; attention deficit hyperactivity disorder; child

behavior disorders; child mental disorders; cultural characteristics.

Page 70: Escalas avaliação crianças

69

1. Introduction

Handedness is an important variable to be considered in any

neuropsychological assessment (Schmidt, Oliveira, Krahe, & Filgueiras, 2000;

Schmidt, Oliveira, Rocha, & Abreu-Villaça, 2000). It can be evaluated in different

ways such as the use of long questionnaires or simply by the hand used to write

(Annett, 1970; Schmidt, Oliveira, Krahe, & Filgueiras, 2000). In particular, the

possible relationship among handedness, cerebral asymmetries, and developmental

disorders has been extensively investigated by many researchers (e.g., Bishop,

1990; Galaburda, LoTurco, Ramus, Fitch, & Rosen, 2006; Jenner, Rosen, &

Galaburda, 1999). In this regard, several studies have demonstrated that among

children with learning disabilities, such as dyslexia, autism, and developmental

coordination disorder, left-handedness is more common than in the general

population (Cairney et al., 2008; Eglinton & Annett, 1994; Goez & Zelnik, 2008).

However, regarding attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD), a developmental

disorder characterized by inattention and/or hyperactivity-impulsivity, the conclusions

are not clear. This lack of conclusiveness may be explained, at least in part, by the

smaller number of studies in ADHD children as compared to the other developmental

disorders. In addition, the different procedures to assess handedness do not allow

direct comparisons among the different studies (Neiderhofer, 2005; Shaw & Brown,

1991; Yamamoto & Hatta, 1982).

Rodriguez and Waldenström (2008) studied the possible relationship between

handedness and mental health in a sample of 1714 children. Hand preference was

assessed by the mother’s report of a six-item handedness questionnaire. They found

a higher than expected proportion of left-handedness in children with attention

disorders but only for the subtype with impulsive or hyperactivity behaviour. In

another study, Reid and Norvilitis (2000) assessed handedness by a direct

observation of certain tasks performed by children. They reported their findings in

fifty-seven children (28 with ADHD) and concluded that ADHD was not exclusively

related to the prevalence of non-right-handedness. Taken together, these studies

exemplify two different procedures to assess handedness. Although Rodriguez and

Waldenström (2008) reported handedness in a large sample, its assessment was

done by a questionnaire answered by the mothers. Several studies (Gartstein &

Page 71: Escalas avaliação crianças

70

Rothbart, 2003; Mitsis, Mckay, Schulz, Newcorn, & Halperin, 2000; Schmidt, Snyder,

Roget, & Gray, 2000) have shown that data derived from parents’ reports must be

interpreted with caution. In contrast, Reid and Norvilitis (2000) observed directly the

hand used by the children, a procedure known to be much more reliable than

parents’ report. However, the sample size was too small especially regarding the

expected number of left-handers.

In the present investigation, we delved into the relationship between

handedness and attention disorders using direct observation of handedness in

Brazilian children.

2. Method

2.1. Participants

A total of 239 students participated in this study. The sample consisted of 120

boys (mean age = 9.17 years, SD = 2.51 years, minimum = 5 years, maximum = 18

years) and 119 girls (mean age = 9.11 years, SD = 2.76 years, minimum = 6 years,

maximum = 17 years), from elementary schools located in four different cities in the

State of Rio de Janeiro, Brazil. There was no difference regarding male and female

age (t = - 0.17; df = 237; p = 0.87).

Forty-five teachers rated the children. The teacher selected to rate a particular

child was the one that spent most of the school time with the child.

The child’s participation in the research was voluntary. Parents and school

principals signed informed consents regarding the voluntary participation of the

children in the research. The participation of the teachers was also voluntary. This

study was approved by all local Ethics Committees.

2.2. Measures

2.2.1. Evaluation of hand preference

Page 72: Escalas avaliação crianças

71

Hand preference was assessed by direct observation of three tasks: 1) hand

to write; 2) hand to take a sheet of paper on the table; 3) hand to open a lid of a

bottle. The choice of the three tasks derived from a previous empirical study of

handedness in 1600 Brazilian subjects (Schmidt & Höfke, 1989). The observer that

rated the children was blind with respect to the presence or absence of behavioural

problems. Then, each child was classified as right-consistent, left-consistent, or non-

consistent. To be consistent the child had to perform the three tasks with the same

hand.

2.2.2. Behavior rating scale - teacher version (BRS-t)

2.2.2.1. Assessment of behavioural and attention problems and classification of the

children into two groups: comparison and behavioural/attentional problem

The teachers rated the children using a checklist (BRS-t) composed of 58

questions that are rated on a scale ranging from 1 to 3, reflecting problem prevalence

(1 = not true; 2 = somewhat or sometimes true; 3 = very true or often true). A child

was classified into the behavioural/attentional problem group if he (she) was rated 3

in at least six questions related to impulsivity, hyperactivity, and inattention (Table 1). These questions derived from the DSM-IV-RT (2000) criteria for ADHD. The

comparison group was composed of children that did not fulfill the above criteria.

Page 73: Escalas avaliação crianças

72

Table 1- Questions selected from BRS-t for inclusion of the individual in the group of

behavioural/attentional problems

Number of the question

Question

1

2

3 or 4

5 or 6 or 7

8

9

10

11

is unquiet

is noisy

answers the questions inattentively or

finds it difficult to wait for his (her) turn

interrupts conversations or

disturbs his (her) classmates or

interrupts the others

never stands still

gets restless in the classroom

talks a lot

generally can’t remain seated

12 or 13 or 14

15

16 or 17

18

19

20

21

22

23

is incapable of following the games’ rules or

changes from one activity to another frequently or

doesn’t finish his (her) activities

doesn’t concentrate

is disorganized or

can’t plan his (her) activities

is easily entertained

is inattentive

has a short attention span

is unable to keep attention

loses his (her) objects frequently

is lost in space. Day-dreams

2.2.2.2. Quantitative analyses of behavioural problems

In a previous study (Carvalho, Manhães, & Schmidt, submitted) the BRS-t was

factor analysed (Table 2) and this analysis yielded four primary factors: F1

(Hyperactivity/Impulsivity), F2 (Inattention), F3 (Social isolation), and F4 (Self-

confidence).

Page 74: Escalas avaliação crianças

73

Table 2: Factors loadings for teacher's checklist

F1- Hyperactivity/Impulsivity

F2 - Inattention F3- Social Isolation F4- Self-confidence

λ = 21.0 % of var. = 36.3

is unquiet. (.85)

is noisy. (.82)

acts inattentively. (.64)

finds it difficult to wait for hisor her turn. (.78)

has unpredictable behavior.Boisterous. (.71)

interrupts conversations.(.82)

disturbs his or herclassmates. (.81)

doesn’t wait for instructions.(.74)

is incapable of followinggames’ rule. (.60)

changes from one activity toanother frequently. (.62)

never stands still. (.84)

gets restless in theclassroom. (.82)

is easily excited. (.70)

talks a lot. (.80)

generally can’t remainseated. (.80)

is impulsive. (.82)

is quarrelsome. (.75)

acts slyly. (.57)

interrupts others. (.75)

challenges authority. (.70)

λ = 6.70 % of var. = 11.4

doesn’t concentrate. (.75)

doesn’t finish his or heractivities. (.71)

is disorganized. (.65)

can’t plan his or her activities.(.72)

is easily distracted. (.79)

is inattentive. (.81)

has a short attention span.(.80)

is unable to pay attention.(.81)

is lost in space/ day-dreams. (.69)

λ = 3.00 % of var. = 5.2

is incapable of playing. (.50)

is rejected by the group. (.62)

doesn’t relate with the opposite sex. (.63)

doesn’t relate with the samesex. (.80)

λ = 1.92 % of var. = 3.3

doesn’t support his or her opinion. (.64)

lacks leadership. (.59)

is submissive. (.78)

is shy. (.67)

is frightened, afraid. (.57)

Note. The numbers in parenthesis mean the factor loadings

Page 75: Escalas avaliação crianças

74

A quantitative index for each factor was defined calculating the total score

reached by the child in the questions loading the factor divided by the maximum

possible score for that factor. Thus a higher value of the index for a particular factor

reflected a greater problem in the psychological construct related to this factor.

2.3. Statistical analysis

The association between handedness (right-consistent, left-consistent and

nonconsistent) and the presence of behavioral/attentional problems was studied by

using Qui-square tests. Handedness considering only consistent children (consistent

right and consistent left handers) was also studied. The effect of handedness on

indices for each factor of the scale was studied in one way ANOVA(s). Significance

was set at ≤ 0.05.

3. Results

Sixty-eight children (28% of the total sample) were included in the

behavioural/attentional problem group (Table 3). The comparison group included 171

children. The two groups did not differ with regard to age (t = 0,99; df=159; p = 0.32).

In contrast, the number of males was found to be greater in the behavioural problem

group as compared to the comparison group (X2 = 42.956; df = 1; p < 0.001).

Page 76: Escalas avaliação crianças

75

Table 3 - Study on participant demographics: Comparison

(N = 171) Behavioral/attentional

problems (N = 68) Overall

Age M = 9.23

sd = 2.80

M = 8.90

sd = 2.16

M = 9.14

sd = 2.63

Gender 63 Male (37%)

108 Female (63%)

57 Male (84%)

11 Female (16%)

120 Male (50%)

119 Female (50%)

Handedness 107 (63%) right-

consistents

7 (4%) left-consistents

57 (33%)

nonconsistents

39 (57%) right-

consistents

8 (12%) left-consistents

21 (31) nonconsistents

146 (61%) right-

consistents

15 (6%) left-

consistents

78 (33%)

nonconsistents

left-consistents + nonconsistents = non-righthanders

There was not any significant association (X2 = 0.558; df = 1; p = 0.27)

between the presence of behavioural problems and the number of right-consistent

and non-right-handers (left consistent and non consistent children). However, when

the analysis was done considering only right-consistent and left-consistent children,

the association reached significant levels (X2 = 4.664; df = 1; p = 0.03). This result

can be explained by the righer number of consistent left-handers in the

behavioural/attentional group as compared to the comparison group. Therefore all

subsequent analyses were done considering only right and left consistent children.

The ANOVAS on the indices for each factor showed a significant effect of

handedness on F1 (F = 5.449; df = 1/159; p = 0.02), but not on the other factors: F2

(F = 0.996; df = 1/159; p = 0.32); F3 (F = 0.731; df = 1/159; p = 0.39); F4 (F = 2.639;

df = 1/159; p = 0.11).This result indicated that left-handers show greater problems in

the impulsive–hyperactivity domain as compared to right-handers (Figure 1).

Page 77: Escalas avaliação crianças

76

A - A verage o f quant itat ive index fo r H yperact iv iy/ Impulsivity

0.57

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

right-consistents lef t

factor index

B - A verage o f quant itat ive index fInattent io n

00.60

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

right-consistents left -c

factor index

C - A verage o f quant itat ive index foSo cial Iso lat io n

0.44 0

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

right-consistents lef t-c

factor index

*

0.71

-consistents

o r

.66

onsistents

r

.41

onsistents

Page 78: Escalas avaliação crianças

77

D - A verage o f quant itat ive index fo r Self -co nf idence

0.56 0.48

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

right-consistents lef t-consistents

factor index

Fig 1: Average quantitative index for each factor of the checklist. ANOVAs show that left-handers differ from right-

handers only in the Hyperactivity/Impulsivity factor. As a higher value of the index reflects a greater problem, it

indicates that left-consistents tend to present more problems in impulsive behaviour than right-consistent handers.

Values are means (+SEM). *P<0.05

4. Discussion

The present investigation shows that the number of boys suffering from

behavioural problems is higher than the number of girls. The same result has been

reported by many other researches (e.g., Gershon, 2002; Quinn, 2008; Stefanatos &

Baron, 2007). However, in our study the prevalence of children (28% of the total

sample) with behavioural/attentional problems is much higher than the figures

reported in other studies. This can be explained by the fact that teachers biased the

sample in order to incorporate as many as possible students with behavioural

problems as possible.

Hiperactivity/impulsivity is a subtype of ADHD (American Psychiatric

Association, 2000). In the present study we showed that this subtype is related to

handedness, because left-handers present more problems in impulsive behaviour

than right-handers. Recently a similar finding was reported by Rodriguez and

Waldenström (2008). The number of left-handers is higher than expected in the

behavioural/attentional problems group. Our study assessed handedness by direct

observation of the children, which lends much more credence to the handedness

Page 79: Escalas avaliação crianças

78

data as compared to questionnaires answered by mothers (Rodriguez &

Waldenström, 2008). Reid and Norvilitis (2000) also assessed handedness by direct

observation. However their sample size was too small to allow stable conclusions

regarding a possible handedness effect. Furthermore, the assessment of behavioural

problems was done by means of a culturally adapted checklist (Carvalho, Manhães,

& Schmidt, submitted). Therefore, our results suggest that the influence of

consistency of hand use in attention disorders seems to be a stable finding that is not

restricted to western countries.

One would argue that the influence of handedness on attention problems

could be explained by a sample artifact. This would imply that our sample could be

biased in favour of left-handed boys. Thus, if this were the case, the association

between handedness and attention disorders would merely reflect the well-know

effect of gender since boys present much more behavioural disorders than girls.

However, in the comparison group there was not any significant association between

gender and handedness (X2 = 0.219; df = 1; p = 0.49). This indicates that the number

of consistent left-handed boys does not differ from the number of left-handed girls in

the comparison group and, as a consequence, the sample was not biased. In fact we

have even more left-handed girls than left-handed boys. Therefore, the sample was

not biased in favour of left-handed boys and the effect of handedness on attention

cannot be explained by the gender effect. In contrast it must be interpreted in the

context of the asymmetry of the neurobiological substrates of attention.

The neural processing of attention is known to be asymmetrical (e.g., Rolfe,

Hausmann, & Waldie, 2006; Schmidt et al., 2008.) and left-handers are thought to

have less marked hemispheric asymmetries than dextrals (Bishop, 1990; Schmidt,

Oliveira, Krahe, & Filgueiras, 2000). Moreover, the pattern of brain asymmetries is

found to be altered in many neurodevelopmental disorders such as ADHD

(Castellanos et al., 2002; Swanson et al., 2007). In particular, subjects suffering from

ADHD were found to show alteration in the normal pattern of asymmetries in the

basal ganglia and frontal lobes (Castellanos et al., 2002; Swanson et al., 2007).

Therefore, our data suggest that consistent left-handed subjects show greater

probability to develop ADHD as compared to right–handed subjects because a

significant number of them do not present the normal patterns of brain asymmetries

that are needed for the neural processing of attention. Further investigations using

Page 80: Escalas avaliação crianças

79

functional neuroimaging in left-handed ADHD subjects is necessary to clarify this

point.

Page 81: Escalas avaliação crianças

80

References American Psychiatric Association. (2000). Diagnostic and Statistical Manual of

Mental Disorders, Forth Edition, Text Revision.

Annett, M. (1970). A classification of hand preference by association analysis. British

Journal of Psychology, 61, 303-321.

Bishop, S. V. M. (1990). Handedness and developmental disorder. Oxford: Mac Keith

Press.

Cairney, J. C., Schmidt, L. A., Veldhuizen, S., Kurdyak, P., Hay, J., Faught, B. E.

(2008). Left-handedness and developmental coordination disorder. The

Canadian Journal of Psychiatry, 53, 696-699.

Castellanos, F. X., Lee, P. P., Sharp, W., Jeffries, N. O., Greenstein, D. K., Clasen, L.

S., Blumenthal, J. D., James, R. S., Ebens, C. L, Walter, J. M., Zijdenbos, A.,

Evans, A. C., Giedd, J. N., & Rapoport, J. L. (2002). Developmental trajectories

of brain volume abnormalities in children and adolescents with attention-

defict/hyperactivity disorder. Journal of the American Medical Association, 288,

607-616.

Egliton, E., & Anett, M. (1994). Handedness and dyslexia: a meta-analysis.

Perceptual and Motor Skills, 79, 1611-1616.

Galaburda, A. M., LoTurco, J., Ramus, F., Fitch, R. H., & Rosen, G. D. (2006). From

genes to behaviour in developmental dyslexia. Nature Neuroscience, 9(10),

1213-1217.

Gartstein, M. A., & Rothbart, M. K. (2003). Studying infant temperament via the

Revised Infant Behavior Questionnaire. Infant Behavior & Development, 26, 64-

86.

Gershon, J. (2002). A meta-analytic review of gender differences in ADHD. Journal of

Attention Disorders, 5, 143-154

Goez, H., & Zelnik, N. (2008). Handedness in patients with developmental

coordination disorder. Journal of Child Neurology , 23(2), 151-154.

Jenner, A. R., Rosen, G. D., & Galaburda, A. M. (1999). Neuronal asymmetries in

primary visual cortex of dyslexic and nondyslexic brains. Annals of Neurology,

46(2), 189-196.

Mitsis, E. M., McKay, E., Schulz, K. P., Newcorn, J. H., & Halperin, J. (2000). Parent-

teacher concordance for DSM-IV attention-deficit/hyperactivity disorder in a

Page 82: Escalas avaliação crianças

81

clinic-referred sample. Journal of the American Academy of Child and Adolescent

Psychiatry, 39 (3), 308-313.

Neiderhofer, H. (2005). Hand preference in attention deficit hyperactivity disorder.

Perceptual and Motor Skills, 101, 808-810.

Quinn, P. O. (2008). Attention-deficit/hyperactivity disorder and its comorbidities in

women and girls: an evolving picture. Current Psychiatry Reports, 10, 419-423.

Reid, H. M., & Norvilitis, J. M. (2000). Evidence for anomalous lateralization across

domain in ADHD children as well as adults identified with the Wender Utah rating

scale. Journal of Psychiatric Research, 34, 311-316.

Rodriguez, A., & Waldenström, U. (2008). Fetal origins of child non-right-handedness

and mental health. The Journal of Child Psychology and Psychiatry, 49, 967-976.

Rolfe, M. H. S., Hausmann, M., & Waldie, K. E. (2006). Hemispheric functioning in

children with subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of

Attention Disorders, 10, 20-27.

Schmidt, S. L., & Höfke, A. A. (1989). Laterality of brazilian adults and its relationship

with performance in learning a second language. Society for Neuroscience

Abstracts, 15, 1061.

Schmidt, S. L., Oliveira, R. M., Rocha, F. R., & Abreu-Villaça, Y. (2000). Influences of

handedness and gender on the Grooved Pegboard Test. Brain and Cognition,

44, 445-454.

Schmidt, S. L., Oliveira, M. R., Krahe, T. E., & Filgueiras, C. C. (2000). The effects of

hand preference and gender on finger tapping performance asymmetry by the

use of na infra-red light measurement device. Neuropsychologia, 38, 529-534.

Schmidt, S. L., Snyder, T. J., Roget, A. C., & Gray, E. (2000). Empirical analysis of

the selective attention and associated behavior checklists of the Aggregate

neurobehavioral student health and educational review. Journal of

Developmental Behavioral Pediatrics, 21, 165-171.

Schmidt, S.L., Correa, P. L., Tolentino, J. C., Manhães, A. C., Felix, R. M., Azevedo,

J. C., Barbirato, G. B., Mendes, M. H. F., Boechat, Y., Cabral, H., Schmidt, G. J.,

Dohmann, H. F., Mesquita, C. (2008).Value of combining activated brain FDG-

PET and cardiac MIBG for the differencial diagnosis of dementia. Diferenciation

of dementia with Lewy Bodies and Alzheimer Disease when the diagnoses based

on clinical and neuroimaging cirteria are difficult. Clinical Nuclear Medicine, 33,

398-401.

Page 83: Escalas avaliação crianças

82

Shaw, G. A., & Brown, G. (1991). Laterality, implicity memory and attention disorder.

Educational Studies, 17, 15-23.

Stefanatos, G. A. & Baron, I. S. (2007). Attention-deficit/hyperactivity disorder: a

neuropsychological perspective towards DSM-V. Neuropsychology. Review, 17,

5-38.

Swanson, J. M., Kinsbourne, M., Nigg, J., Lanphear, B., Stefanatos, G. A., Volkow,

N., Taylor, E., Casey, B. J., Castellanos, F. X., & Wadhwa, P. D. (2007). Etiologic

subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder: brain imaging, molecular

genetic and environmental factors and the dopamine hypothesis.

Neuropsychology Review, 17, 39-59.

Yamamoto, M., & Hatta, T. (1982). Handedness and imbalance lateralization on the

Tapping Test in MBD children. International Journal of Neuroscience, 17, 215-

218.

Page 84: Escalas avaliação crianças

83

5- ARTIGO 3- HANDEDNESS AND PERFORMANCE ON VISUAL AND AUDITORY CONTINUOUS PERFORMANCE TESTS

Page 85: Escalas avaliação crianças

84

HANDEDNESS AND PERFORMANCE ON VISUAL AND AUDITORY CONTINUOUS PERFORMANCE TESTS ANA LÚCIA NOVAIS CARVALHO, M.Sc. (1, 2); ALEX CHRISTIAN MANHÃES, M.D.

(1,2) and SERGIO L. SCHMIDT, M.D. Ph.D. (1)

1- Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental – Centro

Biomédico - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil

2- Laboratório de Estudos Contemporâneos – Universidade do Estado do Rio de

Janeiro - Brasil

Corresponding address: Sergio L. Schmidt, M.D. Ph.D.

Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental - DCF/IBRAG -

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Av. Prof. Manoel de Abreu, 444, 5º

andar, Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, CEP 20550-170. Tel/Fax: 55 21 2587-

6295. E-mail: sl.schmidt@ terra.com.br

Page 86: Escalas avaliação crianças

85

ABSTRACT Continuous performance tests (CPTs) are usually used to objectively assess

attention. Several variables may be derived from the CPTs including errors of

omission (OE) and commission (CE), mean hit reaction time(RT), and mean hit RT

standard error. This study attempts to examine relations between various CPT

variables and handedness. From a sample of 239 students, a total of 40 children

were selected to participate in this study (24 boys: mean age = 10.88 years, SD =

4.08 years; and 16 girls: mean age = 10.31 years, SD = 3.68 years). The selection

was designed to pair handedness matched by age, gender, and behavioural

observations. Our results show that the presence of attention problems has a

significant effect on the performance of both auditory and visual CPT(s). All

parameters of the CPT s were affected by the presence of attentional problems,

except RT. A handedness effect was a seen in both auditory and visual CPT(s) for

CE. Left-handers with attention problems show greater impairment in CE, a

parameter that is commonly viewed as a measure of impulsivity. When the normal

group was analyzed separately, the handedness effect still remained for the CE. This

indicates that even in normal children, consistent left-handers are more impulsive

than consistent right-handers. These data are interpreted in the light of the

asymmetric processing of attention. Our finding of an effect of handedness even in

the normal children indicates that normative data on CPT (s) must take into account

the handedness of the subjects.

Keywords: visual continuous performance test; auditory continuous performance test;

attention deficit/hyperactivity disorder; handedness.

Page 87: Escalas avaliação crianças

86

Introduction Several studies have demonstrated that among children with learning

disabilities, such as dyslexia, autism, and developmental coordination disorder, left-

handedness is more common than in the general population (Cairney et al., 2008;

Eglinton & Annett, 1994; Goez & Zelnik, 2008). However, regarding attention-

deficit/hyperactivity disorder (ADHD), a developmental disorder characterized by

inattention and/or hyperactivity-impulsivity, the conclusions are not clear. Rodriguez

and Waldenström (2008) studied the possible relationship between handedness and

mental health in a sample of 1714 children. They found a higher than expected

proportion of left-handedness in children with attention disorders but only for the

subtype with impulsive or hyperactivity behaviour. Although Rodriguez and

Waldenström (2008) reported handedness in a large sample, its assessment was

done by means of a questionnaire answered by the mothers. Several studies (Mitsis,

Mckay, Schulz, Newcorn, & Halperin, 2000; Schmidt, Snyder, Roget, & Gray, 2000)

have shown that data derived from parents’ reports must be interpreted with caution.

In contrast, Reid and Norvilitis (2000) directly observed the hand used by the

children, a procedure known to be much more reliable than parents’ report. However,

the sample size was too small, especially regarding the expected number of left-

handers.

Attention is a complex process whose disturbance is considered a core deficit in

several disorders (Lezak, 1995), such as the Attention Deficit Hyperactivity Disorder

(ADHD). Continuous performance tests (CPTs) are usually used to objectively

assess attention (DuPaul, Anastopaulos, Shelton, Guevremont, & Metevia, 1992).

Rosvold et al (1956) demonstrated that the CPT was highly sensitive to brain

damage or dysfunction. These findings have been replicated with various populations

and with various versions of the CPT (Miranda, Sinnes, Pompéia, & Bueno, 2008). In

particular, the CPT is a neuropsychological task that has repeatedly been shown to

differentiate ADHD from normal groups (Epstein et al., 2003). Several variables may

be derived from the CPTs, including errors of omission and commission, mean hit

reaction time(RT), mean hit RT standard error, and signal detection measures

(Epstein et al., 2003). The interpretation of each CPT parameter (Conners, Epstein,

Angold, Klaric, 2003; Riccio, Cohen, Hynd, Keith, 1996; Tinius, 2003) has largely

Page 88: Escalas avaliação crianças

87

been based upon clinical assumptions and the face validity of each measure (e.g.

omission errors measure inattention, commission errors measure impulsivity). In

general the parameters can be divided into three types: inhibition of response,

inattention to stimuli, and stability of processing time (Epstein et al., 2003; Riccio et

al., 2002;). Most CPTs use visual stimuli (Conners et al., 2003; Schmidt & Manhães,

2001). Increased interest in auditory continuous performance CPTs has been

reported recently (Aylward, Brager, & Harper, 2002; Lehman, Olson, Aquilino, & Hall,

2006; Mahone et al., 2005; Tinius, 2003). In particular, auditory CPT scores were

found to be related to classroom behaviors as reported by teachers (Mahone et al.,

2005). Thus, it is widely accepted that both visual and the auditory CPT have clinical

utility.

The CPTs demonstrate sensitivity to dysfunction of the attentional system

(Rosvold, 1956; Riccio et al., 2002). Functional neuroimaging studies are consistent

with models of sustained attention that involve the interaction of cortical (frontal,

temporal, parietal) and subcortical (limbic, basal ganglia) structures (Riccio, 2002).

An extensive neural network is activated during the execution of the task that include

the frontal, cingulate, parietal, temporal, and occipital cortices; the cerebellum and

the basal ganglia (Honey et al., 2005). Moreover, significant differences between the

left and the right hemisphere have also been reported (Riccio et al., 2002). In

particular, ventral frontal region and parietal lobe activation were greater in the right

hemisphere (Honey et al., 2005). Asymmetry favoring the activation of the right

hemisphere is reported by many researches (Riccio et al., 2002). Therefore, the

results support the view that execution of the CPT is associated with cerebral

asymmetric activation.

This study attempts to examine relations between various CPT variables and

handedness using direct observation of handedness in Brazilian children.

Page 89: Escalas avaliação crianças

88

2. Method 2.1. Participants

The participants were selected from a sample of 239 students that consisted of

120 boys (mean age = 9.17 years, SD = 2.51 years, minimum = 5 years, maximum =

18 years) and 119 girls (mean age = 9.11 years, SD = 2.76 years, minimum = 6

years, maximum = 17 years), from elementary schools located in four different cities

in the State of Rio de Janeiro, Brazil. From this sample, a total of 40 students were

selected to participate in this study. The sample consisted of 24 boys (mean age =

10.88 years, SD = 4.08 years, minimum = 5 years, maximum = 18 years) and 16 girls

(mean age = 10.31 years, SD = 3.68 years, minimum = 6 years, maximum = 15

years). There was no difference regarding male and female age (t = - 0.44; df = 38; p

= 0.65). The selection was designed to pair handedness matched by age, gender

and behavioural observations.

The child’s participation in the research was voluntary. Parents and school

principals signed informed consents regarding the voluntary participation of the

children in the research. The participation of the teachers was also voluntary. This

study was approved by all local Ethics Committees.

2.2. Measures 2.2.1. Evaluation of hand preference

Hand preference was assessed by direct observation of three tasks: 1) hand

to write; 2) hand to take a sheet of paper on the table; 3) hand to open a lid of a

bottle. The choice of the three tasks derived from a previous empirical study of

handedness in 1600 Brazilian subjects (Schmidt & Höfke, 1989). The observer that

rated the children was blind with respect to the presence or absence of behavioural

problems. Then, each child was classified as right-consistent, left-consistent, or non-

Page 90: Escalas avaliação crianças

89

consistent. To be consistent, the child had to perform the three tasks with the same

hand.

2.2.2. CPT( s) 2.2.2.1- Continuous Visual Attention Test (CVAT)

The CVAT computer program was developed by Schmidt and Manhães (2001)

and approved for clinical use in Brazil by the Federal Council of Psychology (2004).

The subjects are required to press the space bar of a microcomputer when a specific

visual target stimulus appears. The test starts with instructions and a practice

session. The respondents press the space bar for the correct target as fast as they

can. There are 6 blocks, with 3 sub-blocks each of 20 trials (two figures presented,

whether targets or not). For each block, the sub-blocks have different inter stimulus

time intervals (ISI): 1, 2 or 4 seconds. The order of the ISIs varies between blocks.

Each stimulus is displayed for 250 milliseconds. The total test takes 15 minutes to

complete. The types of measures include: omission errors (OE), commission errors

(CE), reaction time of correct responses (RTC), and variability of reaction time (VRT).

This standardized Brazilian test has a number of advantages over other tests,

especially in relation to the norms of the variables derived from the test. Recently the

CVAT was applied as an activation tool in a functional neuroimaging study (Schmidt

et al. 2008).

2.2.2.2 Continuous Auditory Attention Test (CAAT)

The CAAT computer program was developed by Schmidt and Manhães

(2001). The subjects are required to press the space bar of a microcomputer when

some specific auditory target stimuli appear. The test starts with instructions and a

practice session. The respondents press the space bar for the correct target as fast

Page 91: Escalas avaliação crianças

90

as they can. There are 6 blocks, with 3 sub-blocks each of 20 trials (the syllables

/BA/, /DE/, /DU/, /LA/, /LU/, /MI/, /NE/ e /PI/ are considered targets, whereas the

syllable /TO/ characterizes the non-target situation). For each block, the sub-blocks

have different inter stimulus time intervals (ISI): 1, 2 or 4 seconds. The order of the

ISIs varies between block. Each stimulus is displayed for 250 milliseconds. The total

test takes 15 minutes to complete. The types of measures include: omission errors

(OE), commission errors (CE), reaction time of correct responses (RTC), and

variability of reaction time (VRT).

2.3 Classification of the children into two groups: comparison and behavioural/attentional problem

The teachers rated the children using a Brazilian standardized checklist (BRS-

t) composed of 58 questions that are rated on a scale ranging from 1 to 3, reflecting

problem prevalence (1 = not true; 2 = somewhat or sometimes true; 3 = very true or

often true). A child was classified into the behavioural/attentional problem group if he

(she) was rated 3 in at least six questions related to impulsivity, hyperactivity, and

inattention (Table 1). These questions derived from the DSM-IV-RT (2000) criteria for

ADHD. The comparison group was composed of children that did not fulfil the above

criteria. Forty-five teachers rated the children. The teacher selected to rate a

particular child was the one that spent most of the school time with the child.

Page 92: Escalas avaliação crianças

91

Table 1- Questions selected from BRS-t for inclusion of the individual in the group of

behavioural/attentional problems Number of the question

Question

1

2

3 or 4

5 or 6 or 7

8

9

10

11

is unquiet

is noisy

answers the questions inattentively or

finds it difficult to wait for his (her) turn

interrupts conversations or

disturbs his (her) classmates or

interrupts the others

never stands still

gets restless in the classroom

talks a lot

generally can’t remain seated

12 or 13 or 14

15

16 or 17

18

19

20

21

22

23

is incapable of following the games’ rules or

changes from one activity to another frequently or

doesn’t finish his (her) activities

doesn’t concentrate

is disorganized or

can’t plan his (her) activities

is easily entertained

is inattentive

has a short attention span

is unable to keep attention

loses his (her) objects frequently

is lost in space. Day-dreams

2.4. Statistical analysis

Consistent left–handers were paired with consistent righ-handers with respect

to age, gender and presence or absence of attentional problems.

The effect of handedness (right-consistent and left-consistent), and disease

(normal or behavioural/attention problem group) on the four parameters of each one

the CPT (s) was studied by using univariate ANOVA(s) on standardized scores of the

CPT(s) for each parameter. The standardized scores were defined by the percentage

Page 93: Escalas avaliação crianças

92

of the ratio between the difference of the performance of the subject (PS) and the

average performance of comparison subjects of the same age and gender (mean)

divided by the standard deviation of the comparison subjects (SD) multiplied by 100

[(PS - MEAN comparison group) / (SD comparison group) X 100]. Therefore the

standardized scores were independent of age and gender. Significance was set at ≤

0.05.

T-tests were used on % ratio in order to evaluate the differences between

consistent right and consistent left handers. The % ratio was defined by the

percentage of the ratio of the difference between left and right handers (LH and RH)

for each parameter of the CPT (s) and the sum [(LH-RH) / (LH + RH) X 100]. Only

differences at the p < 0.05 are reported as significant.

3. Results

CVAT

Twenty-eight participants were matched for the analysis of the CVAT (table 2).

Anova(s) on the standardized scores indicated a significant effect of attentional

problems (figure 1) on performance in the following parameters of the CAVT (% OE:

F= 8.09; df = 1/24; p = 0.009; %CE: F= 5.46; df = 1/24; p = 0.03; VRT: F= 4.80; df =

1/24; p = 0.04). No significant difference between the control and the attentional

problem groups was found for the reaction time.

Page 94: Escalas avaliação crianças

93

Table 2 - Study on participant demographics: CVAT (N = 28) CAAT (N = 12) Overall

Age M = 9.80

sd = 3.96

M = 12.42

sd = 3.20

M = 10.65

sd = 3.89

Gender 16 Male (57%)

12 Female (43%)

8 Male (67%)

4 Female (33%)

24 Male (60%)

16 Female (40%)

Groups 14 (50%) normal

14 (50%)

behavioural/attentiona

l problems

8 ( 67%) normal

4 (33%)

behavioural/attentional

problems

22 (55%) normal

18

(45%)behavioural/attenti

onal problems

Handedness 14 (50%) right-

consistents

14 (50%) left-

consistents

6 (50%) right-

consistents

6 (50%) left-consistents

20 (50%) right-

consistents

20 (50%) left-

consistents

Page 95: Escalas avaliação crianças

94

A

CVAT - % omission errors

-41.37

41.02

-80.00

-40.00

0.00

40.00

80.00

normal behavioural problems

Stan

dard

ized

sco

res

*

B

CVAT - % commission errors

-46.37

42.07

-80.00

-40.00

0.00

40.00

80.00

120.00

normal behavioural problems

Stan

dard

ized

sco

res

*

Page 96: Escalas avaliação crianças

95

C

CVAT - Reaction time

-7.289.47

-10.00

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

normal behavioural problems

Stan

dard

ized

sco

res

D

CVAT - Variability of reaction time

-45.94-60.00

-40.00

-20.00

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

120.00

normal behav

Stan

dard

ized

sco

res

*

Figure 1- CVAT – Mean standard scores for omission error

were affected by the presence of attentional problems, exce

A significant handedness effect

(F= 4.85; df = 1/24; p = 0.04).

52.89

ioural problems

s, commission errors, RT and variability of RT. All parameters of CPT

pt reaction time. * p < 0.05.

(figure2) was found only for the variable %CE

Page 97: Escalas avaliação crianças

96

CVAT - % commission errors

-43.83

39.52

-50.00

0.00

50.00

100.00

right-handers left-handers

Stan

dard

ized

sco

res

*

Figure 2 – CVAT – Mean standard score for commission errors. Handednes effect was seen, but it was restricted to commission

errors. * p < 0.05.

Thus, left–handers with attention problems showed the greatest number of

errors and normal dextrals the lowest number of errors (figure 3).

CVAT- % commission errors

-83.08-120.00

-80.00

-40.00

0.00

40.00

80.00

120.00

160.00

right-handers(normal) left-handp

Stan

dand

ized

sco

res

*

Figure 3 – Left-handers with attention problems show gre

viewed as a measure of impulsivity. * p < 0.05.

88.70

ers (behaviouralroblems)

ater impairment in commission errors, a parameter that is commonly

Page 98: Escalas avaliação crianças

97

Fourteen normal children were matched for the analysis of a possible

handedness effect (table 2). T tests on the % ratio difference for the parameters of

the CVAT indicate a significant effect of handedness on %CE (t = 3.23; df = 13; p =

0.007). Normal left-handers made significantly more errors than normal dextrals (fig.

4). Although not relevantly left-handers showed a tendency to perform faster than

right-handers.

CVAT - normal group

2.86

0.001.002.003.004.005.006.007.008.009.00

10.00

right-handers left

Mea

n %

com

issi

on e

rror

s

*

Figure 4 – CVAT – Handedness effect still remained for the c

* p < 0.05.

CAAT

Twelve participants were be matc

Anova(s) on the standardized scores ind

attentional problems on the performance

attentional problems worsens the perform

one. However the small sample size for

any definitive conclusion.

Eight normals were be matched

effect (table 2). T tests on the % ration

8.17

-handers

ommission errors, when the normal group was analyze separately.

hed for the analysis of the CAAT (table 2).

icated a tendency for a significant effect of

of the CAAT, indicating that the presence of

ance of the audio CPT as seen in the visual

the attentional problem group (n=4) predicts

for the analysis of a possible handedness

difference for the parameters of the CAAT

Page 99: Escalas avaliação crianças

98

indicate a significant effect of handedness on %CE (t = 4.58; df = 3; p = 0.02).

Normal left-handers made significantly more errors than normal dextrals (fig 5). With

regard to reaction time, left-handers performed faster than right-handers (t = -3.39; df

= 3; p = 0.04).

CAAT - normal group

20.83

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

right-handers lef

Mea

n %

com

mis

sion

err

ors

*

Figure 5 – CAAT – Effect of handedness in the normal grou

4. Discussion

Our results show that the pres

effect on the performance of both aud

CPT s were affected by the presence o

handedness effect was also seen in

restricted to one parameter, i.e. com

problems show greater impairment

commonly viewed as a measure of im

was analysed separately, the handen

errors. This indicates that even in norm

impulsive than consistent right-handers

54.76

t-handers

p was also seen in auditory CPT. * p < 0.05.

ence of attention problems has a significant

itory and visual CPT(s). All parameters of the

f attentional problems, except reaction time. A

both auditory and visual CPT(s), but it was

mission errors. Left-handers with attention

in commission errors, a parameter that is

pulsivity. Moreover, when the normal group

ess effect still remained for the commission

al children, consistent left-handers are more

.

Page 100: Escalas avaliação crianças

99

The effect of behavioural problems on performance of the CPT (s) is in

agreement with many other studies that have shown that CPTs demonstrate

sensitivity to dysfunction of the attentional system (DuPaul, Anastopaulos, Shelton,

Guevremont, & Metevia, 1992). Bedwell et al (in press) reported that interpessoal

schizotypal personality disorder symptoms were primarily related to omission errors,

while disorganized symptoms were primarily related to false alarm errors. Ackerman

et al (2008) examined the performance on CPT in groups of children subjected to

prenatal drug exposure. They found that CPT errors of omission and commission

were significantly correlated with parent-reported attention problems and academic

achievement scores. Sullivan et al (2007)examined performance in boys with full

mutation fragile X syndrome using visual and auditory continuous performance tests

(CPTs). They found that boys with fragile X syndrome demonstrated demonstrated

greater declines in response inhibition over task time than their matched peers. They

also showed that there were no differences between groups for response time. More

specifically, Uno et al (2006) reported the usefulness of continuous performance test

(CPT) for AD/HD diagnosis. Using a special CPT analysis, they found a significant

difference observed in all measurements, except mean reaction time, between the

control and AD/HD groups. Therefore our finding of an effect of attention problems on

three parameters of the CPT (s), namely omission and commission errors and mean

hit reaction time standard error, as well as the absence of effect on reaction time, is

largely supported by the literature.

With regard to the handedness effect, our data support a recent finding of a

higher prevalence of impulsive-hyperactivity symptoms in consistent left- handers as

compared to consistent right-handers (Carvalho & Schmidt, submmited). These

authors based their conclusion on a checklist rated by teachers. In the present

investigation, attention was objectively measured using two CPT(s). In fact several

parameters may be derived from the CPT(s). Although Epstein et al (2003) failed to

demonstrate a relationship between various CPT variables and phenotypic behaviors

in children diagnosed with ADHD, it is largely accepted that commission errors

measure impulsivity and ,thus, have some specificity in their link with symptoms of

hyperactivity (Tinius, 2003; Riccio et al., 2002). In summary our data support the

hypothesis that left-handers show greater problems in the impulsive–hyperactivity

domain as compared to right-handers.

Page 101: Escalas avaliação crianças

100

The neural processing of attention is known to be asymmetrical (e.g., Rolfe,

Hausmann, & Waldie, 2006; Schmidt et al., 2008.) and left-handers are thought to

have less marked hemispheric asymmetries than dextrals (Bishop, 1990; Schmidt,

Oliveira, Krahe, & Filgueiras, 2000; Schmidt, Oliveira, Rocha, & Abreu-Villaça, 2000).

Moreover, the pattern of brain asymmetries is found to be altered in subjects

suffering from ADHD (Castellanos et al., 2002; Swanson et al., 2007). Therefore, our

data suggest that consistent left-handed subjects show greater problems on CPT

performance as compared to right–handed subjects because a significant number of

them do not present the normal patterns of brain asymmetries that are needed for the

neural processing of attention.

In agreement with the finding of asymmetric processing of attention, the

performance on the CPT(s) engaged the two cerebral hemispheres in an

asymmetrical way. Fallgatter e Strik (1997) reported metabolic changes in the brains

of healthy subjects carrying out a continuous performance test (CPT). Their results

support the view that execution of the CPT is associated with prevalently right frontal

activation. More recently Ogg et al (2008) applied functional magnetic resonance

imaging in healthy adults to identify the extent of activation in brain regions that are

engaged during the performance of a visual Continuous Performance Test (CPT). In

the cerebellum ,and the extrastriate ventral visual pathway activation were greater in

the left hemisphere. Ventral frontal region and parietal lobe activation were greater in

the right hemisphere. Our study using PET scans also demonstrate asymmetrical

bias activation during performance of CVAT (Schmidt at al 2008). Therefore brain

activation during the performance of the CPTs is asymmetrical.

Our finding of an effect of handedness even in the normal children indicate

that normative data on CPT (s) must take into account the handedness of the

subjects. Further investigations using a larger sample of left-handed normal subjects

are necessary to clarify this point.

References Ackerman, J. P., Llorenta, M. M., Black, M. M., Ackerman, C. S., Mayes, L. A., Nair,

P. (2008). The effect of prenatal drug exposure an caregivind context on

children´s performance on a task of sustained visual attention. J. Dev. Behav

Pediatr., 29 (6), 467-474.

Page 102: Escalas avaliação crianças

101

Aylward GP, Brager P, & Harper DC. (2002). Relations between visual and auditory

continuous performance tests in a clinical population: a descriptive study. Dev

Neuorpschology, 21(3), 285-303.

Bedwell, J. S., Kamath, V., Compton, M. T. (in press). The relationship between

interview-based schizotypal personality dimension scores and the continuous

performance test. Schizoph. Res.

Bishop, S. V. M. (1990). Handedness and developmental disorder. Oxford: Mac Keith

Press.

Cairney, J. C., Schmidt, L. A., Veldhuizen, S., Kurdyak, P., Hay, J., Faught, B. E.

(2008). Left-handedness and developmental coordination disorder. The Canadian

Journal of Psychiatry, 53, 696-699.

Castellanos, F. X., Lee, P. P., Sharp, W., Jeffries, N. O., Greenstein, D. K., Clasen, L.

S., Blumenthal, J. D., James, R. S., Ebens, C. L, Walter, J. M., Zijdenbos, A.,

Evans, A. C., Giedd, J. N., & Rapoport, J. L. (2002). Developmental trajectories

of brain volume abnormalities in children and adolescents with attention-

defict/hyperactivity disorder. Journal of the American Medical Association, 288,

607-616.

Conners CK, Epstein JN, Angold A, Klaric J. (2003). Continuous performance test

performance in a normative epidemiological sample. Journal of Abnormal Child

Psychology, 31(5), 555-558.

DuPaul, G. J., Anastopoulos, A. D., Shelton, T. L., Guevremont, D. C., & Metevia, L.

(1992). Multimethod assessment of attention deficit hyperactiviy disorder: the

diagnostic utility of clinic-based tests. Journal of Clinical Child Psychology, 21,

394-402.

Egliton, E., & Anett, M. (1994). Handedness and dyslexia: a meta-analysis.

Perceptual and Motor Skills, 79, 1611-1616.

Epstein,J. N., Erkanli, A., Conners, C. K., Klaric, J., Costello, J. E., & Angold, A.

(2003). Relations between continuous performance test performance measures

and ADHD behaviors. Journal of Abnormal Child Pshychology, 31(5), 543-554.

Fallgatter, A. J., & Strik, W. K. (1997). Right frontal activation during the continuous

performance test assessed with near-infrared spectroscopy in health subjects.

Neuroscience Letters, 223, 89-92.

Goez, H., & Zelnik, N. (2008). Handedness in patients with developmental

coordination disorder. Journal of Child Neurology , 23(2), 151-154.

Page 103: Escalas avaliação crianças

102

Honey, G. D., Pomarol-Clotet, E., Corlett, P. R., Honey, R. A. E., Mckenna, P. J.,

Bullmore, E. T., Fletcher, P. C. (2005). Functional dysconnectivity in

schizophrenia associated with attentional modulation of motor function. Brain,

128, 1597-2611.

Lehman EB, Olson VA, Aquilino SA, Hall LC. (2006). Auditory and visual continuous

performance tests – relationships with age, gender, cognitive functioning, and

classroon behavior. Jornal of Psychoeducational Assessment, 24, 36-51.

Lezak, M. D. (1995). Neuropsychological assessment. 3 edição. New York: Oxford

University Press.

Mahone E, Pillion JP, Hoffman J, Hiemenz JR, & Denckla MB. (2005). Construct

validity of the auditory continuous performance test for preschoolers.

Developmental Neuropsychology, 27(1), 11-33.

Miranda MC, Sinnes EG, Pompéia S, & Bueno OFA. (2008). A comparative study of

performance in the Conners’ continuous performance test between brazilian an

north american children. Journal of Attention Disorders, 11(5), 588-598.

Mitsis, E. M., McKay, E., Schulz, K. P., Newcorn, J. H., & Halperin, J. (2000). Parent-

teacher concordance for DSM-IV attention-deficit/hyperactivity disorder in a clinic-

referred sample. Journal of the American Academy of Child and Adolescent

Psychiatry, 39 (3), 308-313.

Ogg, R. J., Zou, P., Allen, D. N., Hutchins, S. B., Dutkiewicz, R. M., & Mulhern, R. K.

(2008). Neural correlates of a clinical continuous performance test. Magnetic

Resonance Imaging, 26, 504-512.

Reid, H. M., & Norvilitis, J. M. (2000). Evidence for anomalous lateralization across

domain in ADHD children as well as adults identified with the Wender Utah rating

scale. Journal of Psychiatric Research, 34, 311-316.

Riccio CA, Cohen MJ, Hynd GW, & Keith RW. (1996). Validity of the auditory

continuous performance test in differentiating central processing auditory

disorders with and without ADHD. Journal of Learning Disabilities, 29, 561-566.

Riccio, C. A., Reynolds, C. R., Lowe, P., & Moore, J. J. (2002). The continuous

performance test: a window on the neural substrates for attention. Archives of

Clinical Neuropsychology, 17, 235-272.

Rodriguez, A., & Waldenström, U. (2008). Fetal origins of child non-right-handedness

and mental health. The Journal of Child Psychology and Psychiatry, 49, 967-976.

Page 104: Escalas avaliação crianças

103

Rolfe, M. H. S., Hausmann, M., & Waldie, K. E. (2006). Hemispheric functioning in

children with subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of

Attention Disorders, 10, 20-27.

Rosvold HE, Mirsky AF, Sarason I, Bransome Jr ED, & Beck LH. (1956). A

continuous performance test of brain damage. Journal of Consulting Psychology,

20 (5), 343-350.

Schmidt, S. L., & Höfke, A. A. (1989). Laterality of brazilian adults and its relationship

with performance in learning a second language. Society for Neuroscience

Abstracts, 15, 1061.

Schmidt, S. L., Oliveira, R. M., Rocha, F. R., & Abreu-Villaça, Y. (2000). Influences of

handedness and gender on the Grooved Pegboard Test. Brain and Cognition,

44, 445-454.

Schmidt, S. L., Snyder, T. J., Roget, A. C., & Gray, E. (2000). Empirical analysis of

the selective attention and associated behavior checklists of the Aggregate

neurobehavioral student health and educational review. Journal of Developmental

Behavioral Pediatrics, 21, 165-171.

Schmidt, S. L., Oliveira, M. R., Krahe, T. E., & Filgueiras, C. C. (2000). The effects of

hand preference and gender on finger tapping performance asymmetry by the use

of na infra-red light measurement device. Neuropsychologia, 38, 529-534.

Schmidt, S. L. & Manhães, A. C.(2001). Teste Computadorizado de Atenção Visual.

Rio de Janeiro: Ed. Cognição.

Schmidt, S.L., Correa, P. L., Tolentino, J. C., Manhães, A. C., Felix, R. M., Azevedo,

J. C., Barbirato, G. B., Mendes, M. H. F., Boechat, Y., Cabral, H., Schmidt, G. J.,

Dohmann, H. F., Mesquita, C. (2008).Value of combining activated brain FDG-

PET and cardiac MIBG for the differencial diagnosis of dementia. Diferenciation of

dementia with Lewy Bodies and Alzheimer Disease when the diagnoses based on

clinical and neuroimaging cirteria are difficult. Clinical Nuclear Medicine, 33, 398-

401.

Sullivan, K., Halton, D. D., Hamer, J. Sideris, Hooper, J., Ornstein, P. H., Barly, D. B.

Jr. (2007). Sustained attention and response inhibition in boys with fragile X

syndrome: measures of continuous performance. Am. J. Med. Genet. B.

Neuropsychiatr. Genet., 144 B (4), 517-532.

Swanson, J. M., Kinsbourne, M., Nigg, J., Lanphear, B., Stefanatos, G. A., Volkow,

N., Taylor, E.,Casey, B. J., Castellanos, F. X., & Wadhwa, P. D. (2007). Etiologic

Page 105: Escalas avaliação crianças

104

subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder: brain imaging, molecular

genetic and environmental factors and the domimine hypothesis.

Neuropsychological Review, 17, 39-59.

Tinius, T. P. (2003). The integrated visual and auditory continuous performance test

as a neuropsychological measure. Archives of Clinical Neuropsychology, 18, 439-

454.

Uno, M., Abe, J, Sawai, C., Sakaue, U., Nishitani, A., Yasuda, Y., Tsuzuki, K.,

Takano, T., Ohno, M., Maruyama, T., Takeuchi, Y. (2006). Effect of additional

auditory and visual stimuli on continuous performance test (noise-generated CPT)

in AD/HD children – usefulness of noise-generated CPT. Brain & Development,

28, 162-169.

Page 106: Escalas avaliação crianças

105

6- DISCUSSÃO GERAL

A lateralidade motora, considerando o uso preferencial de uma das mãos para

a execução de uma tarefa, apresenta uma característica bastante peculiar na

espécie humana: 90% da população usa preferencialmente a mão direita para

realização de suas atividades (Oldfield, 1971).

No TDAH, um dos mais estudados transtornos do desenvolvimento,

pesquisas apontam para alterações nas assimetrias funcionais e bioquímicas. O

questionamento que se apresenta é o quanto que, através da análise da preferência

manual, considerada um marcador da assimetria cerebral (Koff et al., 1986;

Szaflarski et al., 2002), poderemos, enquanto pesquisadores e clínicos, obter

informações sobre este transtorno, colaborando para a melhoria nos procedimentos

de diagnóstico e intervenção.

A associação entre preferência manual e transtornos do desenvolvimento não

é recente (e.g., Bishop, 1990). Em crianças com Transtornos da Aprendizagem,

como a dislexia, autismo e Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação, o

número de canhotos é proporcionalmente maior do que na população em geral

(Cairney et al., 2008; Eglinton & Annett, 1994; Goez & Zelnik, 2008).

Rodriguez e Waldenstrom (2008) apontam para uma associação entre a

presença de não-destros (canhotos e ambidestros) e problemas de saúde mental.

No estudo citado, os autores conseguiram verificar que o estresse materno, ocorrido

durante a fase gestacional, leva a uma maior ocorrência de não-destros. Também

verificaram que na população com lateralidade atípica, a proporção de crianças com

queixas descritas pelos pais e/ou professores era proporcionalmente maior do que

na população destra. Especificamente sobre os canhotos consistentes, os autores

apontaram para a associação entre eles e a presença de sintomatologia do TDAH,

contudo apenas no subtipo hiperativo-impulsivo. No entanto, este ainda é um dado

controverso. Em estudo realizado com crianças com TDAH, Reid e Norvilitis (2000)

não encontraram esta associação. Os dados da literatura, portanto, são pouco e

divergentes.

A preferência manual é uma variável comumente avaliada na prática

neuropsicológica (Schmidt et al., 2000b; Schmidt et al., 2000c), podendo ser

mensurada através do preenchimento de escalas ou pelo registro da mão usada

Page 107: Escalas avaliação crianças

106

para escrever (Annet, 1970; Schmidt et al., 2000c). Contudo, na prática com a

população brasileira, em alguns momentos o uso de escalas extensas pode ser

inviável, considerando que ainda temos problemas como o analfabetismo (PNAD,

2006). Sobre o uso do registro exclusivo da mão usada para escrever, estudos

apontam que a preferência manual dever ser vista como multifatorial (Steenhuis &

Bryden, 1989), assim, apesar de ser uma prática comum no ambiente clínico

(Schmidt et al., 2000c), precisa ser questionada. Considerando, ainda, que a

presente pesquisa teve crianças como participantes, a opção feita foi pela

observação comportamental da mão usada durante a realização de três tarefas,

derivadas empiricamente, e que fazem parte de uma escala reduzida de avaliação

da preferência manual (Schmidt & Hofke, 1989).

Considerando que a variável preferência manual é um importante marcador

de assimetria cerebral (Szaflarski et al., 2002), sendo destros mais lateralizados do

que os canhotos (Schmidt et al., 2000c), o presente estudo procurou investigar a

relação entre esta variável e queixas de hiperatividade-impulsividade e desatenção.

Para a identificação das crianças com queixa foi desenvolvida uma escala para

professores.

Os critérios de diagnóstico do TDAH apontam para o aspecto difuso do

transtorno (DSMIV-TR, 2000), ou seja, os comportamentos hiperativo-impulsivo e

desatento devem levar a prejuízos em mais de um ambiente freqüentado pela

criança. Sendo assim, o uso de instrumentos padronizados no processo de

avaliação e de acompanhamento da intervenção terapêutica, seja ela farmacológica

e/ou psicoterápica, é relevante (Schmidt et al., 2000a; Greenhill, 1998).

No presente estudo optamos pelo desenvolvimento de uma escala para

professores. Tal procedimento é justificado considerando dois principais aspectos.

Primeiro, pesquisas indicam o professor como um melhor avaliador do

comportamento, quando comparado aos pais (Gartstein & Rothbart, 2003; Schmidt

et al., 2000a). Além deste aspecto, dados apontam para o fato de que os sintomas

do TDAH apresentados pela criança acabam levando ao estresse dos pais,

aumentando a probabilidade de desenvolvimento de uma relação parental de baixa

qualidade (Wells et al., 2006). Mães de crianças TDAH tendem a desenvolver

práticas parentais negativas, sendo mais punitivas, controladoras e intrusivas

(Gardner, 1994). Além destas características há o fato da influência genética, onde

muitos destes pais tendem a apresentar problemas semelhantes aos do filho. Assim,

Page 108: Escalas avaliação crianças

107

estas considerações enfatizam a importância da cautela na coleta de informação

destes pais. Segundo, devemos levar em consideração a questão do nível de

escolaridade, principalmente quando trabalhamos com crianças das denominadas

“camadas populares”, confome já mencionado. Tais aspectos confirmam a

importância do desenvolvimento de escalas para professores, adaptadas à nossa

cultura.

A escala desenvolvida neste estudo apresenta alta consistência interna,

sendo um instrumento válido para a obtenção de informação de professores.

Considerando a análise fatorial exploratória, os itens podem ser expressos por um

número reduzido de fatores, que apresentam significado psicológico. Este aspecto

também possibilita o desenvolvimento de escalas reduzidas, o que facilita a

obtenção de informação por parte do professor, além de proporcionar a estruturação

de diferentes versões.

Ainda sobre os fatores extraídos da escala apresentada, verificamos não

haver importantes diferenças entre estes e aqueles obtidos naquelas desenvolvidas

em diferentes países ocidentais (Conners et al., 1998), bem como orientais (Lui et

al., 2000; Aramaki & Uno, 2004; Luk et al., 1988). Desatenção e impulsividade

podem, então, ser vistos como fatores que emergem em diferentes países, quando

crianças com problemas comportamentais são analisadas por instrumentos

convenientemente adaptados à linguagem e à cultura local. Tal análise é mais um

dado que confirma que problemas ligados à desatenção, hiperatividade e

impulsividade, alterações comportamentais primárias relacionadas ao TDAH,

atingem crianças em diferentes localidades, como aponta estudo de Rohde (2005),

não sendo, portanto, um constructo cultural.

Considerando apenas a parte qualitativa da escala, o estudo demonstrou que

crianças com queixa de problemas de comportamento, aprendizagem e desatenção,

quando comparadas a crianças sem queixa, apresentam escores mais elevados nos

fatores 1 (F1- Hiperatividade/impulsividade), 2 (F2- Desatenção) e 3 (F3- Isolamento

social), sendo a única exceção o 4 (F4- Autoconfiança). A presente escala, portanto,

apresenta capacidade discriminatória entre sujeitos com e sem queixas.

Algumas limitações podem ser apontadas no estudo do presente instrumento.

Primeiro, a análise fatorial realizada é exploratória. Levantamentos posteriores,

tendo como participantes um grupo homogêneo de crianças diagnosticadas com

TDAH, precisam sem conduzidos para a realização de uma análise fatorial

Page 109: Escalas avaliação crianças

108

confirmatória. Outros aspectos também precisam ser analisados, como a validade

teste-reteste e a preditiva, por exemplo.

No segundo artigo, no qual as crianças, com o auxílio da análise de alguns

itens selecionados da parte quantitativa da escala, foram classificadas como

pertencendo ou não ao grupo de problemas de hiperatividade/impulsividade e

desatenção, o efeito do gênero foi observado. Há mais meninos no grupo com

queixa.

Este resultado confirma os apresentados por Biederman (2005) no qual o

autor relata que meninos apresentam uma maior probabilidade de serem

encaminhados para atendimento devido a problemas de comportamento, quanto

comparados às meninas. Autores relacionam esta tendência ao fato de que as

meninas apresentam sintomas primários menos intensos, são mais propensas a

terem o TDAH subtipo predominantemente desatento (Rohde, 2005; Gershon &

Gershon, 2002; Quinn, 2005; Stefanatos & Baron, 2007) e são menos prováveis de

apresentarem comorbidades com transtornos Desafiador de Oposição e Transtorno

da Conduta (Biederman et al., 2002). No entanto, elas tendem a desenvolver

Transtorno de Ansiedade e de Humor (Rohde et al., 2005; Biederman et al., 2005).

Importante acrescentar que tais características ocorrem em culturas orientais,

conforme aponta estudo realizado com crianças chinesas, onde meninos tendiam a

apresentar queixas de hiperatividade, enquanto que as meninas, ansiedade (Luk et

al, 1988). Estes dados corroboram aqueles apresentados por Biederman (2005), que

apontam para uma subidentificação e um subdiagnóstico de meninas com TDAH.

Destacamos, então, que durante o procedimento de avaliação diagnóstica, assim

como durante a intervenção, é importante que se leve em consideração o efeito do

gênero na manifestação fenotípica do TDAH.

Dando continuidade à análise do grupo de crianças sem queixa e com queixa

de hiperatividade/impulsividade e desatenção e o de comparação, verificamos o

efeito da preferência manual. Considerando apenas os participantes consistentes,

observamos um número proporcionalmente maior de canhotos no grupo com queixa

quanto comparado ao sem queixa. Na análise dos fatores, extraídos da escala para

professores, observamos que a diferença entre destros e canhotos consistentes

estava no fator 1, ou seja, na presença de comportamentos hiperativo-impulsivos. O

presente estudo corrobora achados de Rodriguez e Waldenstrom (2008), que

Page 110: Escalas avaliação crianças

109

também encontraram uma maior proporção de canhotos em crianças com TDAH,

contudo apenas do subtipo hiperativo-impulsivo.

Canhotos são menos assimétricos (Bishop, 1990; Schmidt, et al., 2000c) e os

estudos que utilizam técnicas de neuroimagem demonstram que indivíduos com

TDAH apresentam alterações nos padrões das assimetrias cerebrais (Castellanos,

2002; Swanson et al., 2007). Assim, como destacado por Bishop (1990) e Rodriguez

e Waldenstrom (2008), a preferência manual atípica pode ser resultado de

dificuldades no neurodesenvolvimento. Isso facilita a ocorrência de um número maior

do que o esperado de canhotos com alguns distúrbios do desenvolvimento, dentre

eles o TDAH e, mais especificamente, no subtipo hiperativo-impulsivo. Este dado,

então, aponta para mais uma característica que confirma a existência de diferenças

entre os subtipos deste trantorno, sendo, portanto, dois quadros clínicos distintos

(Schmitz et al., 2002; Ralfe et al, 2006), envolvendo mecanismos cerebrais

diferenciados (Ralfe et al., 2006).

No terceiro estudo, considerando as variáveis extraídas do CPT, tanto

auditivo quanto visual, confirmamos o efeito da preferência manual, já identificado

pela análise dos fatores da escala para professores.

O estudo confirmou dados tradicionalmente divulgados na literatura da

capacidade do CPT em identificar indivíduos com alteração comportamental (Riccio,

2002; Epstein et al., 2003). Crianças com queixas tendem a omitir mais, errar mais e

apresentam uma maior variabilidade do tempo de reação. Omissões são

identificadas como sintomatologia de desatenção, enquanto que erros apontam para

o comportamento impulsivo (Tinius, 2003; Riccio et al., 2002). A maior variabilidade

do tempo de reação é apontada por Barkley (1997) como um indicativo de déficit na

internalização da fala, o que poderia levar a uma falha na adoção de estratégia

consistente para lidar com a tarefa, como destacam Epstein et al. (2003). Estes

autores acrescentam que esta variável está fortemente associada com a maioria dos

sintomas do TDAH.

No entanto, a única variável do CPT que sofreu influência da preferência

manual foi o percentual de erros. Canhotos consistentes, mesmo os sem queixas,

erram mais do que destros consistentes. Tanto no CPT auditivo quanto no visual

esta tendência foi identificada. Tal dado confirma aqueles apontados pela análise

dos fatores da escala: canhotos tendem a ser mais impulsivos. Assim, durante a

Page 111: Escalas avaliação crianças

110

análise de testes de desempenho continuado, a preferência manual é uma variável

que precisa ser levada em consideração.

Lehman et al. (2006) também encontraram que crianças com dificuldades de

autocontrole, avaliadas através de uma escala para professores, cometiam mais

erros, independente do CPT ser visual ou auditivo. Estes autores afirmam que o CPT

auditivo é, aparentemente, mais sensível a problemas comportamentais e de

desatenção.

Diante destes resultados, percebemos como relevantes estudos que

associem o uso de técnicas de neuroimagem e os CPTs auditivo e visual, sendo

aplicados em sujeitos com o diagnóstico de TDAH e considerando a preferência

manual. Tais dados poderão contribuir para uma melhor compreensão das

particularidades dos subtipos deste transtorno.

A preferência manual, portanto, é uma indispensável variável a ser avaliada

quando analisamos os distúrbios do desenvolvimento. Tal informação pode contribuir

para uma maior compreensão destes quadros, incluindo o TDAH, onde estudos

sobre esta associação ainda são escassos.

Page 112: Escalas avaliação crianças

111

CONCLUSÕES

1) Quanto à escala:

a) Apresenta alta consistência interna.

b) Considerando a análise fatorial exploratória, os itens podem ser expressos

por um número reduzido de fatores que apresentam significado psicológico.

Os fatores extraídos assemelham-se aqueles encontrados em escalas

desenvolvidas em diferentes culturas.

2) Quanto à relação entre preferência manual e distúrbios atencionais mensurados

pela escala:

a) Foi encontrada uma associação entre preferência manual e a ocorrência de

comportamento hiperativo/impulsivo. Canhotos consitentes apresentam maior

probalidade de apresentarem distúrbios atencionais no subtipo hiperativo-impulsivo.

b) Estes distúrbios são em maior magnitude em canhoto consistente quando

comparados com destros consistentes.

3) Quanto à relação entre preferência manual e desempenho nos testes objetivos de

atenção:

a) Canhotos, com e sem queixa, tendem a ser mais impulsivos e hiperativos,

sendo isso caracterizado pelo maior percentual de erros nestes indivíduos durante o

desempenho do CPT, tanto na modalidade visual quanto na auditiva.

Page 113: Escalas avaliação crianças

112

CONCLUSÃO GERAL

Tanto a escala quanto os testes objetivos de atenção demonstram a

existência de relação entre preferência manual e distúrbios atencionais.

Valores de normatização específicos para canhotos nos testes objetivos de

atenção são necessários.

Page 114: Escalas avaliação crianças

113

REFERÊNCIAS

Adler CM, DelBello MP, Mills NP, Schmithorst V, Holland S, Strakowski SM.

Comorbid ADHD is associated with altered patterns of neuronal activation in

adolescents with bipolar disorder perfoming a simple attention task. Bipolar

Disorders. 2005; 7: 577-588.

American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental

Disorders, Forth Edition, Text Revision; 2000.

Annett M. A classification of hand preference by association analysis. British Journal

of Psychology. 1970; 61: 303-321.

Aramaki Y, Uno H. Impulsive behaviors in attention-deficit/hyperactivity disorder. No

To Hattatsu. 2004; 36: 467-472 (abstract).

Aron AR, Monsell S, Sahakian BJ, Robbins TW. A componential analysis of task-

switching deficits associated with lesions of left an rignt frontal cortex. Brain. 2004;

127: 1561-1573.

Aylward GP, Brager P, Harper DC. Relations between visual and auditory continuous

performance tests in a clinical population: a descriptive study. Dev Neuorpschology.

2002; 21(3): 285-303.

Barbosa GA. Transtornos hipercinéticos. Infanto. 1995; 3: 12-19.

Barkley RA, Fischer M, Edelbrock CS, Smallish, L. The adolescent outcome of

hyperactive children diagnosed by research criteria: I. An 8-year prospective follow-

up study. J. Am. Acad. Child Adolesc. Psychiatry. 1990; 29(4): 546-557.

Barkley RA. Behavioral inhibition, sustained attention, and executive functions:

constructing a unifying theory of ADHD. Psychological Bulletin. 1997; 121 (1): 65-94.

Page 115: Escalas avaliação crianças

114

Barkley RA. Attention-deficit hyperactivity disorder. Scientific American. 1998;

September: 66-71.

Berger A, Posner MI. Pathologies of brain attentional networks. Neuroscience and

Biobehavioral Reviews. 2000; 24: 3-5.

Biederman J, Faraone SV, Spencer T, Wilens T, Norman D, Lapey KA, Mick E,

Lehman BK, Doyle A. Patterns of psychiatric comorbidity, cognition, and

psychosocial functioning in adults with attention deficit hyperactivity disorder. Am J

Psychiatry. 1993; 150(12): 1792-1798.

Biederman J, Millberger S, Faraone SV, Kiely K, Guite T, Mich E, Ablon S, Warburton

R, Reed E. Family-environment risk factors for attention deficit hyperactivity disorder:

a test of Rutter’s indicators of adversity. Arch. Gen. Psychiatry. 1995; 52: 464-470.

Biederman J, Mick E, Faraone S, Braaten E, Doule A, Spencer T, Wilens TE, Frazier

T, Johnson, MA. Influence of gender on Attention Deficit Hyperactivity disorder in

children referred to a psychiatric clinic. American Journal of Psychiatry. 2002; 159:

36-42.

Biederman J, Faraone SV. Current concepts on the neurobiology of Attention-

Deficit/Hyperactivity Disorder. Journal of Attention Disorders. 2002; 6(S1): S7-S16.

Biederman J., Kwon A, Aleardi M, Chouinard VA, Marino T, Cole H, Mick E, Faraone

SV. Absence of gender effects on attention deficit hyperactivity disorder: findings in

nonreferred subjects. American Journal of Psychiatry. 2005; 162 (6): 1083-1089.

Biederman J. Attention deficit/hyperactive disorder: a review. Biol. Psychiatry. 2005;

57: 1215-1220.

Bishop SVM. Handedness and developmental disorder. Oxford: Mac Keith Press.

1990.

Page 116: Escalas avaliação crianças

115

Botvinick M, Braver TS, Yeung N, Ullsperger M, Carter CS, Cohen JD. Conflit

monitoring: computational and empirical studies. In: MI Posner (Ed). Cognitive

Neuroscience of Attention. New York: The Guilford Press. 2004.

Bradshaw JL, Sheppard DM. The neurodevelopmental frontostriatal disorders:

evolutionary adaptiveness and anomalous lateralization. Brain and Language. 2000;

73: 297-320.

Bush J. Multimodal studies of cingulate cortex. In: MI Posner (Ed). Cognitive

Neuroscience of Attention. New York: The Guilford Press. 2004

Cairney JC, Schmidt LA, Veldhuizen S, Kurdyak P, Hay J, Faught BE. Left-

handedness and developmental coordination disorder. The Canadian Journal of

Psychiatry. 2008; 53: 696-699.

Cantwell DP. Attention deficit disorder: a review of the past 10 years. Journal of the

American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 1996; 35 (8): 978-987.

Castellanos FX, Giedd JN, Marsh W, Hamburger SD, Vaituzis CA, Dickstein DP,

Safatti SE, Vauss YC, Snell JW, Lange N, Kaysen D, Krain AL, Ritchie GF,

Rajapakse JC, Rapoport JL. Quantitative brain magnetic resonance imaging in

attention-deficit hyperactivity disorder. Arch Gen. Psychiatry. 1996; 53(7): 607-616.

Castellanos FX, Lee PP, Sharp W, Jeffries NO, Greenstein DK, Clasen LS,

Blumenthal JD, James RS, Ebens CL, Walter JM, Zijdenbos A, Evans AC,Giedd JN,

Rapoport JL. Developmental trajectories of brain volume abnormalities in children

and adolescentes com attentin-deficit/hyperactivity disorder. JAMA. 2002; 288 (14):

1740-1748.

Castellanos FX, Tannock R. Neuroscience of attention-deficit/hyperactivity disorder:

The search for endophenotypes. Nature Reviews Neuroscience. 2002; 3: 617-628.

Page 117: Escalas avaliação crianças

116

Conners CK, Sitarenios G, Parker JDA, Epstein JN. The revised Conners’ Parent

Rating Scale (CPRS-R): Factor structure, reliability, and criterion validity. J Abnorm

Child Psychol. 1998; 26: 257-268.

Conners KC, Epstein JN, Angold A, Klaric J. Continuous performance test

performance in a normative epidemiological sample. Journal of Abnormal Child

Psychology. 2003; 31(5): 555-558.

Corbetta M, Shulman GL. Control of goal-directed and stimulus-driven attention in the

brain. Nature Reviews Neuroscience. 2002; 3: 201-215.

Daffner KR, Mesulam MM, Scinto LFM, Cohen LG, Kennedy BP, West WC, Holcomb

PJ. Regulation of attention to novel stimuli by frontal lobes: an event-related potential

study. NeuroReport. 1998; 9: 787-791.

Damásio A. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo:

Companhia das Letras. 1996

Desimone R, Duncan J. Neural mechanisms of selective visual attention. Annu. Rev.

Neurosci. 1995; 18: 193-222.

Dougherty DD, Bonab AA, Spencer TJ, Rauch S, Madras BK, Fischman AJ.

Dopamine transporter density in patients with attention deficit hyperactivity disorder.

The Lancet. 1999; 354: 2132-2133.

DuPaul GJ, Anastopoulos AD, Shelton TL, Guevremont DC, Metevia L. Multimethod

assessment of attention deficit hyperactiviy disorder: the diagnostic utility of clinic-

based tests. Journal of Clinical Child Psychology. 1992; 21: 394-402.

Eglinton E, Anett M. Handedness and dyslexia: a meta-analysis. Perceptual and

Motor Skills. 1994; 79: 1611-1616.

Page 118: Escalas avaliação crianças

117

Epstein JN, Erkanli A, Conners CK, Klaric J, Costello JE, Angold A. Relations

between continuous performance test performance measures and ADHD behaviors.

Journal of Abnormal Child Pshychology. 2003; 31(5): 543-554.

Ernest M, Zametkin AJ, Matochik JA, Pascualvaca D, Jons PH, Cohen RM. High

midbrain (18F) DOPA accumulation in children with attention deficit hyperactivity

disorder. American Journal of Psychiatry.1999; 156 (8): 1209-1215.

Fan J, McCandliss BD, Sommer T, Raz A, Posner MI. Testing the efficiency and

independence of attentional networks. J. Cogn. Neurosci. 2002; 14(3): 340-347.

Fan J, McCandliss BD, Fossella J, Flombaum JI, Posner MI. The activation of

attention networks. Neuroimage. 2005; 26: 471-479.

Faraone SV, Biederman J, Spencer T, Wilens T, Seidman LJ, Mick E, Doyle AE.

Attention-deficit/hyperactivity disorder in adults: an overview. Biology Psychiatry.

2000; 48: 9-20.

Fernandez-Duque D, Posner M. I. Relating the mechanisms of orienting and alerting.

Neuropsychologia. 1997; 35 (4): 477-486.

Gadow K, Drabick DA, Loney J, Sprafkin J, Salisbury H, Azizian A, et al. Comparison

of ADHD symptom subtypes as source-specific syndromes. Journal of Child

Psychology and Psychiatry. 2004; 45 (6): 1135-1149.

Galaburda AM, LoTurco J, Ramus F, Fitch RH, Rosen GD. From genes to behaviour

in developmental dyslexia. Nature Neuroscience. 2006; 9(10): 1213-1217.

Gardner FEM. The quality of joint activity between mothers and their children with

behaviour problems. Journal of Child Psychology and Psychiatry. 1994; 35: 935 –

948.

Gartstein MA, Rothbart MK. Studying infant temperament via the Revised Infant

Behavior Questionnaire. Infant Behavior & Development. 2003; 26: 64-86.

Page 119: Escalas avaliação crianças

118

Gerardi-Caulton G. Sensitivity to spatial conflict and the development of self-

regulation in children 24-36 months of age. Dev. Sci. 2000; 3(4): 397-404.

Gershon J, Gershon J. A meta-analytic review of gender differences in ADHD. J.

Atten Disord. 2002; 5: 143-154.

Godefroy O, Rousseaux M. Divided and focused attention in patients with lesion of

the prefrontal cortex. Brain and Cognition. 1996; 30: 155-174.

Goez H, Zelnik N. Handedness in patients with developmental coordination disorder.

Journal of Child Neurology. 2008; 23(2): 151-154.

Goldman LS, Genel M, Bezman RJ, Slanetz PJ. Diagnosis and treatment of

attention-deficit/hyperactivity disorder in children and adolescents. Journal of the

American Medical Association. 1998; 279 (14): 1100-1107.

Greene RW, Biederman J, Faraone SV, Wilens, TE, Mick El, Blier HK. Further

validation of social impairment as a predicitor of substance use disorders: Findings

from a sample of siblings of boys with and without ADHD. Journal of Clinical and

Child Psychology. 1999; 28: 349-354.

Greenhill LL. Diagnosing attention-deficit/hiperactivity disorder in children. J Clin

Psychiatry. 1998; 59: 31-41.

Halperin JM, Wolf L, Greenblatt ER, Young G. Subtype analysis of commission errors

on the Continuous Performance Test in children. Developmental Neuropsychology.

1991; 7: 207-217.

Heilman KM, Voeller KK, Nadeau SE. A possible pathophysiologic substrate of

attention deficit hyperactivity disorder. Journal of Child Neurology. 1991; 6 (Suppl.):

S76-S81.

Page 120: Escalas avaliação crianças

119

Hesslinger B, Thiel T, van Elst LT, Hennig J, Ebert D. Attention-deficit disorder in

adults with or without hyperactivity: where is the difference? A study in humans using

short echo 1H-magnetic resonance spectroscopy. Neuroscience Letters. 2001; 304

(1-2): 117-119.

IBGE – Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios. 2006.

James W. The principles of psychology. New York: Holt. 1890.

Jenner AR, Rosen GD, Galaburda AM. Neuronal asymmetries in primary visual

cortex of dyslexic and nondyslexic brains. Annals of Neurology. 1999; 46(2): 189-

196.

Kandel ER, Schwartz JH, Jessel TM. Essentials of neural science and behavior.

London: Prentice Hall. 1995

Knudsen EI. Fundamental components of attention. Annual Review of Neuroscience.

2007; 30: 57-78.

Koff E, Naeser MA, Pieniadz JM, Foundas AL, Levine HL. Computed tomographic

scan hemispheric asymmetries in right-and left-handed male and female subjects.

Arch Neuro. 1986; 43: 487-491.

Lavinge JV, Gibbons RD, Christoffel KK, Arend R, Rosenbaum D, Binns J. et al.

Prevalence rates and correlates of psychiatric disorders among preschool children.

Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. 1996; 35: 204-

214

Lehman EB, Olson VA, Aquilino SA, Hall LC. Auditory and visual continuous

performance tests – relationships with age, gender, cognitive functioning, and

classroon behavior. Jornal of Psychoeducational Assessment. 2006; 24: 36-51.

Lent R., Schmidt SL. The ontogenesis of the forebrain commissures and the

determination of brain asymmetries. Progress in Neurobiology. 1993; 40: 249-276.

Page 121: Escalas avaliação crianças

120

Lent R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais em neurociências. São

Paulo: Editora Atheneu. 2004.

Lezak MD. Neuropsychological assessment. 3 edição. New York: Oxford University

Press. 1995.

Lui X, Kurita H, Guo C, Tachimori H, Ze J, Okawa M. Behavioral and emotional

problems in chinese children: Teacher Reports for ages 6 to 11. Journal of Child

Psychology and Psychiatry. 2000; 41: 253-260.

Luk SL, Leung PW, Lee PL. Conners’ teacher rating scale in chinese children in

Hong Kong. Journal Child Psychol Psychiatry. 1988; 29 (2): 165-174.

Machado ABM. Neuroanatomia funcional. 2 edição. São Paulo: Editora Atheneu.

1998.

Mahone E, Pillion JP, Hoffman J, Hiemenz JR, Denckla MB. Construct validity of the

auditory continuous performance test for preschoolers. Developmental

Neuropsychology. 2005; 27(1): 11-33.

Malhotra P, Coulthard EJ, Husain M. Role of right posterior parietal cortex in

maintaining attention to spatial locations over time. Brain. in press

Mannuzza S, Klein RG, Bessler A, Malloy P, Lapadula M. Adult outcome of

hyperactive boys. Arch Gen Psychiatry. 1993; 50: 565-576.

Mannuzza S, Klein RG, Moulton JL. Persistence of attention-deficit/hyperactivity

disorder into adulthood: What have we learned from the prospective follow-up

studies? Journal of Attention Disorders. 2003; 7(2): 93-100.

Marshall J., Halligan PW. Hemispheric antagonism in visuo-spatial neglect: a case

study. JINS. 1996; 2: 412-418.

Page 122: Escalas avaliação crianças

121

Martin JH. Neuroanatomy – text and atlas. London: Prentice Hall. 1996

Mayer AR, Harrington D, Adair JC, Lee R. The neural networks underlying

endogenous auditory covert orienting and reorienting. NeuroImage. 2006; 30: 938-

949

Mesulam MM. From sensation to cognition. Brain. 1998; 121: 1013-1052.

McGrough JJ, Smalley SL, MacGracken JT, Yang M, Del´Homme M, Lynn DE., et al.

Psychiatric comorbidity in adult attention deficit hyperactivity disorder. Findings from

multiplex families. American Journal of Psychiatry. 2005; 162 (9): 1621-1627.

Milliery M, Bouvard M, Aupetit J, Cottraux J. Sustained attention in patients with

obsessive-compulsive disorder: a controlled study. Psychiatry Research. 2000; 96:

199-209.

Miranda MC, Sinnes EG, Pompéia S, Bueno OFA. A comparative study of

performance in the Conner´s continuous performance test between brazilian and

north american children. Journal of Attention Disorders. 2008; 11(5): 588-598.

MTA. A 14-month randomized clinical trial of treatment strategies for attention-

deficit/hyperactivity disorder. The MTA Cooperative Group. Multimodal treatment

study of children with ADHD. Archives of General Psychiatry. 1999; 56 (12): 1073-

1086.

Muri RM, Nyffeler T. Neurosphysiology and neuroanatomy of reflexive and volitional

saccades as revealed by lesion studies with neurological patients and transcranial

magnetic stimulation (TMS). Brain Cogn. 2008; 68 (3): 284-292.

Murphy K, Barkley RA. Attention deficit hyperactivity disorder adults: comorbidities

and adaptive impairments. Compr. Psychiatry. 1996; 37 (6): 393-401.

National Institutes of Health. Consensus Development Conference Statement –

Diagnosis and treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. 1998.

Page 123: Escalas avaliação crianças

122

Neiderhofer H. Hand preference in attention deficit hyperactivity disorder. Perceptual

and Motor Skills. 2005; 101: 808-810.

Nobre AC, Sebestyen GN, Gitelman DR, Mesulam MM, Frackowiak RSJ, Frith CD.

Functional localization of system for visuospatial attention using positron emission

tomography. Brain. 1997; 120: 515-533.

Oades RD. Frontal, temporal and lateralized brain function in children with attention-

deficit hyperactivity disorder: a psychophysiological and neuropsychological

viewpoint on development. Behavioural Brain Research. 1998; 94: 83-95.

Oldfield RC. The assessment and analysis of handedness: The Edinburgh inventory.

Neuropsychologia. 1971; 9: 97-113.

Overmeyer S, Aimmons A, Santosh J, Andrew C, Taylor A, Cohen W, Taylor E.

Corpus callosum may be similar in children with ADHD and siblings of children with

ADHD. Developmental Medicine & Child Neurology. 2000; 42: 8-13.

Pardo JV, Fox PT, Raichle ME. Localization of a human system for sustained

attention by positron emission tomography. Nature. 1991; 349: 61-64.

Pasini A, Paloscia C, Alessandrelli R, Porfirio MC, Curatolo P. Attention and

executive functions profile in drug naive ADHD subtipes. Brain and Development.

2007; 29: 400-408.

Pliszka SR. Patterns of psychiatric comorbidity with attention-deficit/hyperactivity

disorder. Child and Adolescent Psychiatric Clinics of North América. 2000; 9(3),: 525-

540.

Pliszka SR, Glan DC, Semrud-Clikeman M, Franklin C, Perez R, Xiong J, Liotti M.

Neuroimaging of inhibitory control areas in children with attention deficit hyperactivity

disorder who were treatment naive or long-term treatment. American Journal of

Psychiatry. 2006; 163: 1052-1060.

Page 124: Escalas avaliação crianças

123

Poeta LS, Neto FR. Estudo epidemiológico dos sintomas do Transtorno do Déficit de

Atenção/Hiperatividade e Transtornos de Comportamento em escolares da rede

pública de Florianópolis usando o EDAH. Rev. Bras. Psiquiatria. 2004; 26(3): 150-

155.

Posner MI. Orienting of attention. Quart. J. Exp. Psychol. 1980; 32: 3-25.

Posner MI, Cohen Y, Rafal RD. Neural systems control of spatial orienting. Philos.

Trans. R. Soc. Lond. Biol. 1982; 298: 187-198.

Posner MI, Walker JA, Friedrich FJ, Rafal RD. Effects of parietal injury on covert

orienting of attention. The Journal of Neuroscience. 1984; 4 (7): 1863-1874.

Posner MI. Chronometric Explorations of Mind. New York: Oxford University Press.

1986

Posner MI, Petersen S E. The attention system of the human brain. Annu. Rev.

Neurosci. 1990; 13: 25-42.

Posner MI, Dehaene S. Attentional networks. Trends in Neuroscience. 1994; 17: 75-

79.

Posner MI, Raichle ME. Images of mind. New York: Scientific American Library.

1994.

Posner MI, Rothbart MK. Attention, self-regulation and consciousness. Phil. Trans. R.

Soc. Lond. 1998; 353: 1915-1927.

Posner MI, Rothbart MK. Developing mechanisms of self-regulation. Development

and Psychopathology. 2000; 12: 427-441.

Posner MI (editor). Cognitive neuroscience of attention. New York: The Guilford

Press. 2004.

Page 125: Escalas avaliação crianças

124

Posner MI, Rothbart MK. Research on attention networks as a model for the

integration of psychological science. Annu. Rev. Psychol. 2007; 58: 1-23.

Posner MI, Rothbart MK, Sheese BE. Attention genes. Developmental Science.

2007; 10 (1): 24-29.

Posner MI. Auditory attention and self-regulation [mensagem pessoal]. Mensagem

recebida por <[email protected]> em 19 fev. 2008

Quinn PO. Trating adolescent girls and woman with ADHD: gender-specific issues.

Journal of Clinical Pschology. 2005; 61 (5): 579-587.

Quinn PO. Attention-deficit/hyperactivity disorder and its comorbidities in women and

girls: an evolving picture. Current Psychiatry Reports. 2008; 10: 419-423.

Rafal RD, Posner MI. Deficits in human visual spatial attention following thalamic

lesions. Proc. Natl. Acad. Sci. 1987; 84: 7349-7353.

Rafal RD, Henik A. The neurology of inhibition: integrating controlled and automatic

processes. In: Dagenbach D, Carr TH. (eds) Inhibitory Processes in Attention,

Memory and Language. San Diego: Academic Press. 1994

Ralfe MHS, Hausmann M, Waldie KE. Hemispheric functioning in children with

subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of attention disorders.

2006; 10 (1): 20-27.

Raymond M, Pontier D. Is there geographical variation in human handedness?

Laterality. 2004; 9: 35-52.

Raz A, Buhle J. Typologies of attentional networks. Nat Rev Neurosci. 2006; 7(5):

367-379.

Page 126: Escalas avaliação crianças

125

Reid HM, Norvilitis JM. Evidence for anomalous lateralization across domain in

ADHD children as well as adults identified with the Wender Utah rating scale. Journal

of Psychiatric Research. 2000. 34: 311-316.

Riccio CA, Cohen MJ, Hynd GW, Keith RW. Validity of the auditory continuous

performance test in differentiating central processing auditory disorders with and

without ADHD. Journal of Learning Disabilities. 1996; 29: 561-566.

Riccio CA, Reynolds CR, Lowe P, Moore JJ. The continuous performance test: a

window on the neural substrates for attention. Archives of Clinical Neuropsychology.

2002; 17: 235-272.

Rizzolatti G, Riggio L, Dascola I, Umiltà C. Reorienting attention across the horizontal

and vertical meridians: Evidence in favor of a premotor theory of attention.

Neuropsychologia. 1987; 25: 31-40.

Roberts K, Summerfield AQ, Hall DA. Presentation modality influences behavioral

measures of alerting, orienting, and executive control. JINS. 2006; 12: 485-492.

Rodriguez A, Waldenström U. Fetal origins of child non-right-handedness and mental

health. The Journal of Child Psychology and Psychiatry. 2008; 49: 967-976.

Rohde LA, Szobot C, Polanczk G, Schmitz M, Martins S, Tramontina S. Attention-

deficit/hyperactivity disorder in a diverse culture: do research and clinical findings

support the notion os a cultural construct for the disorder? Biol Psychiatry. 2005; 57:

1436-1441.

Rolfe MHS, Hausmann M, Waldie KE. Hemispheric functioning in children with

subtypes of attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of Attention Disorders.

2006; 10: 20-27.

Rossi AF, Pessoa L, Desimone R, Ungerleider LG.The prefontal córtex ad the

executive control of attention. Experimental Brain Research. 2008; 192(3): 489-497.

Page 127: Escalas avaliação crianças

126

Rosvold HE, Mirsky AF, Sarason I, Bransome Jr ED, Beck LH. A continuous

performance test of brain damage. Journal of Consulting Psychology. 1956; 20 (5):

343-350.

Rowe D, Rudkin A, Crawford L. Cerebral dominance and schizophrenia-spectrum

disorders in adults with intellectual disability. J. Intellect Disabil Res. 2000; 44: 638-

643.

Rowland AS, Lesesne CA, Abramowitz AJ. The epidemiology of Attention-

Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD): a public health review. Mental Retardation and

Developmental Disabilities Research Reviews. 2002; 8(3): 162-170.

Rueckert L, Grafman J. Sustained attention deficits in patients with right frontal

lesion. Neuropsychologia. 1996; 34(10): 953-963.

Rueda MR, Posner MI., Rothbart MK. The development of executive attention:

contributions to the emergence of self-regulation. Dev. Neuropsychol. 2005; 28(2):

573-594.

Sagvolden T, Sergeant JA. Attention deficit/hyperactivity disorder – from brain

dysfunctions to behaviour. Behavioural Brain Research. 1998; 94: 1-10.

Sanuga-Barke EJS., Daley D, Thompson M, Weeks A, Laver-Bradbury C. Parent

based therapies for preeschool attention deficit/hyperactivity disorder: a randomized

controlled trial with a community sample. Journal of the American Academy of Child

and Adolescent Psychiatry. 2001; 40: 402-408.

Schatz AM, Ballantyne AO, Trauner DA. Sensitivity and specificity of a computerized

test of attention in the diagnosis of attention-deficit/hyperactivity disorder.

Assessment. 2001; 8: 357-65.

Schmidt SL, Höfke AA. Laterality of brazilian adults and its relationship with

performance in learning a second language. Society for Neuroscience Abstracts.

1989; 15: 1061.

Page 128: Escalas avaliação crianças

127

Schmidt SL., Snyder TJ, Rouget AC, Gray E. Empirical analysis of the selective

attention and associated behavior checklists of the aggregate neurobehavioral

student health and educational review. Developmental and Behavioral Pediatrics.

2000a; 21 (3): 165-171.

Schmidt SL, Oliveira MR, Krahe TE, Filgueiras CC. The effects of hand preference

and gender on finger tapping performance asymmetry by the use of na infra-red light

measurement device. Neuropsychologia. 2000b; 38: 529-534.

Schmidt SL, Oliveira RM, Rocha FR, Abreu-Villaça Y. Influences of handedness and

gender on the Grooved Pegboard Test. Brain and Cognition. 2000c; 44: 445-454.

Schmidt SL, Manhães AC. Teste Computadorizado de Atenção Visual. Rio de

Janeiro: Ed. Cognição. 2001

Schmitz M, Cadore L, Paczko M, Kipper L, Chaves M, Rohde LA, Moura C, Knijnik

M. Neuropsychological performance in DSM-IV ADHD subtypes: na exploratory study

with untreated adolescents. Can J Psychiatry. 2002; 47(9): 863-869.

Schweitzer JB, Faber TL, Grafton ST, Tune LE, Hoffman JM, Kilts CD. Alterations in

the functional anatomy of working memory in adult attention deficit hyperactivity

disorder. Am. J. Psychiatry. 2000; 157 (2): 278-280.

Seidman LJ, Biederman J, Monuteaux MC, Doyle AE, Faraone, SV. Learning

disabilities and executive dysfunction in boys with attention-deficit/hyperactivity

disorder. Neuropsychology. 2001; 15(4): 544-556.

Sergeant JA, Geurts H, Oosterlaan J. How specific is a deficit of executive

functioning for Attention-Deficit/Hyperactivity disorder? Behavioural Brain Research.

2002; 130 (1-2): 3-28.

Sharpe JA. Neurophysiology and neuroanatomy of smooth pursuit: lesion studies.

Brain Cogn. 2008; 68 (3): 241-254.

Page 129: Escalas avaliação crianças

128

Shaw GA, Brown G. Laterality, implicity memory and attention disorder. Educational

Studies. 1991; 17: 15-23.

Steenhuis RE, Bryden MP. Different dimensions of hand preference that relate to

skilled and unskilled activities. Cortex. 1989; 25: 289-304.

Stefanatos GA, Baron IS. Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: A

neuropsychological perspectivie towards DSM-V. Neuropsychol. Rev. 2007; 17(1): 5-

38.

Steinman SB, Steinman BA. Vision and attention. I: current models of visual

attention. Optometry and Vision Science. 1998; 75 (2):146-155.

Sturm W, Willmes K. On the functional neuroanatomy of intrinsic and phasic

alertness, NeuroImage. 2001; 14: S76-S84.

Sun T, Walsh CA. Molecular approaches to brain asymmety and handedness. Nature

Reviews. 2006; 7: 655-662.

Swanson JM, Casey BJ, Nigg J, Castellanos F.X, Volkow ND, Taylor E. Clinical and

cognitive definitions of attention deficits in children with attention-deficit/hyperactiity

disorder. In: MI Posner. Cognitive neuroscience of attention. New York: The Guilford

Press. 2004

Swanson JM, Kinsbourne M, Nigg J, Lanphear B, Stefanatos GA., Volkow N, Taylor

E, Casey BJ, Castellanos FX, Wadhwa PD. Etiologic subtypes of attention-

deficit/hyperactivity disorder: brain imaging, molecular genetic and environmental

factors and the domimine hypothesis. Neuropsychological Review. 2007; 17: 39-59.

Szaflarski JP, Binder JR, Possing ET, McKiernan KA, Ward BD, Hammeke TA.

Language lateralization in left-handed and ambidextrous people: fMRI data.

Neurology. 2002; 59: 238-244.

Page 130: Escalas avaliação crianças

129

Tang AC, Verstynen T. Early life environment modulates ‘handedness’ in rats.

Behavioral Brain Research. 2002; 131 (1-2): 1-7.

Tinius TP. The integrated visual and auditory continuous performance test as a

neuropsychological measure. Archives of Clinical Neuropsychology. 2003; 18: 439-

454.

Wells KC, Epstein JN, Hinshaw SP, Conners CK, Klaric J, Abikoff HB, et al.

Parenting and family stress treatment outcomes in attention deficit hyperactivity

disorder (ADHD): An empirical analysis in the MTA study. Journal of Abnormal Child

Psychology. 2006; 28: 543-553.

Weiss M, Worling D, Wasdell M. A chart review study of the inattentive and combined

types of ADHD. Journal of Attentional Disorders. 2003; 7(1): 1-9

Willcutt E, Doyle A, Nigg J, Faraone S, Pennington B. Validity of the executive

function theory of Attention-Deficit/Hyperactivity disorder: a meta-analytic review.

Biological Psychiatry. 2005; 57 (11): 1336-1346.

Wu CT, Weissman DH, Roberts KC, Woldorf MG. The neural circuitry underluing the

executive control of auditory spatial attention. Brain Res. 2007; 1134(1): 187-198.

Yamamoto M, Hatta T. Handedness and imbalance lateralization on the Tapping Test

in MBD children. International Journal of Neuroscience. 1982; 17: 215-218.

Page 131: Escalas avaliação crianças

130

ANEXO A – Inventário de Lateralidade Manual (UERJ)

Page 132: Escalas avaliação crianças

131

Inventário de Lateralidade Manual (Formato 1) Neurofisiologia UERJ

INTRUÇÕES As perguntas que você responderá referem-se ao número de vezes (freqüência) com que você usa uma de suas mãos para executar diferentes tarefas no seu dia-a-dia, quando você tem as duas mãos livres. As suas respostas devem se basear na freqüência de uso que você efetivamente realiza. Marque: FD – Se você usa sempre (100% das vezes) ou na grande maioria das vezes (95% ou mais) a MÃO DIREITA; raramente usa a outra mão. FD significa preferência muito Forte ou exclusiva pela mão Direita. MD – Se você prefere usar a MÃO DIREITA, embora ocasionalmente use a outra mão. MD significa uso Moderado da mão Direita. IG – Se você não tem preferência por qualquer mão, usando de forma aproximadamente igual ambas as mãos (40 a 60% das vezes para uso de uma das mãos). IG significa uso IGual para ambas as mãos. ME – Se você prefere usar a MÃO ESQUERDA, embora ocasionalmente use a outra mão. ME significa uso Moderado da mão Esquerda. FE – Se você usa sempre (100% das vezes) ou na grande maioria das vezes (95% ou mais) a MÃO ESQUERDA; raramente usa a outra mão. FE significa preferência muito Forte ou exclusiva pela mão Esquerda. NS – Se você Não Sabe responder a pergunta.

Page 133: Escalas avaliação crianças

132

EXEMPLOS DE PERGUNTAS Os itens abaixo são exemplos de perguntas que você vai encontrar no questionário. Leia com atenção.

a) Que mão você usa para pegar uma caneta que está sobre uma mesa?

b) Com que mão você escreve?

c) Com que mão você segura um pano para limpar com força um móvel muito sujo?

d) Que mão você usa para pegar uma escova dentes que está sobre a mesa?

e) Com que mão você segura uma escova de dentes enquanto escova os dentes?

f) Com que mão você apaga um quadro negro?

g) Que mão você usa para pegar um pente de cima de uma mesa?

h) Com que mão você segura um pente para se pentear?

Page 134: Escalas avaliação crianças

133

1- Com que mão você escreve? FD MD IG ME FE NS

2 – Com que mão você pega uma chave de abrir porta de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

3- Com que mão você pega um livro grande e pesado de uma estante? FD MD IG ME FE NS

4- Com que mão você pega uma moedinha de um centavo que está sobre uma mesa, sem

arrastá-la para as bordas da mesa? FD MD IG ME FE NS

5- Que mão você usa para segurar um clipe para prende-lo em uma folha de papel? FD MD IG ME FE NS

6- Que mão você usa para pegar um escova de dentes que está sobre a mesa? FD MD IG ME FE NS

7- Com que mão você atarraxa um parafuso fácil de enroscar, sem usar chave de fenda? FD MD IG ME FE NS

8- Com que mão você pega uma mala pesada? FD MD IG ME FE NS

9- Que mão você usa para jogar uma bolinha de papel em uma cesta de lixo longe de

você? FD MD IG ME FE NS

Page 135: Escalas avaliação crianças

134

10- Que mão você usa para pegar um pente de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

11- Que mão você usa para segurar uma jarra pesada enquanto entorna água em um copo? FD MD IG ME FE NS

12- Com que mão você enfia uma chave em uma fechadura? FD MD IG ME FE NS

13- Que mão você usa para pegar uma caneta que está sobre uma mesa? FD MD IG ME FE NS

14- Com que mão você pega um clipe de papel de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

15- Com que mão você joga uma moeda para tirar a sorte? FD MD IG ME FE NS

16- Com que mão você desenrosca uma tampa de um vidro difícil de abrir? FD MD IG ME FE NS

17- Com que mão você pega um bolinha de papel ou uma bolinha de pingue-pongue de

cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

18- Com que mão você segura uma escova de dentes enquanto escova os dentes? FD MD IG ME FE NS

Page 136: Escalas avaliação crianças

135

19- Que mão você usa para pegar uma bolinha de papel jogada para você? FD MD IG ME FE NS

20- Com que mão você segura um barbeador para se barbear ou depilar? FD MD IG ME FE NS

21- Com que mão você atarraxa um parafuso difícil de enroscar usando chave de fenda? FD MD IG ME FE NS

22- Que mão você usa para desenhar? FD MD IG ME FE NS

23- Com que mão você segura um palito de fósforo na hora de riscá-lo pra acender? FD MD IG ME FE NS

24- Que mão você usa para dar adeus? FD MD IG ME FE NS

25- Com que mão você segura um pente para se pentear? FD MD IG ME FE NS

26- Com que mão você gira uma chave em uma fechadura para abri-la ou fechá- la? FD MD IG ME FE NS

27- Com que mão você pega um barbeador de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

28- Com que mão você usa uma borracha para apagar? FD MD IG ME FE NS

Page 137: Escalas avaliação crianças

136

29- Que mão você usa para colocar uma arruela em um pino? FD MD IG ME FE NS

30- Que mão você usa para limpar o rosto com um lenço? FD MD IG ME FE NS

31- Com que mão você segura um copo enquanto bebe? FD MD IG ME FE NS

32- Com que mão você segura uma faca para cortar pão? FD MD IG ME FE NS

33- Com que mão você segura uma tesoura para cortar papel? FD MD IG ME FE NS

34- Com que mão você apaga um quadro negro? FD MD IG ME FE NS

35- Que mão você usa para pegar uma arruela de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

36- Com que mão você atarraxa uma lâmpada em um abajur? FD MD IG ME FE NS

37- Com que mão você segura um martelo para fixar um prego na parede? FD MD IG ME FE NS

38- Que mão você usa para ligar um eletrodoméstico em uma tomada? FD MD IG ME FE NS

Page 138: Escalas avaliação crianças

137

39- Com que mão você pega um copo de água de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

40- Com que mão você segura um pano para limpar com força um móvel muito sujo? FD MD IG ME FE NS

41- Com que mão você pega uma folha de papel de cima de uma mesa? FD MD IG ME FE NS

42- Com que mão você abre uma torneira difícil de abrir? FD MD IG ME FE NS

43- Com que mão você aponta um objeto distante? FD MD IG ME FE NS

44- Que mão você usa para virar a página de um livro? FD MD IG ME FE NS

45- Com que mão você segura um abridor para abrir uma lata? FD MD IG ME FE NS

Page 139: Escalas avaliação crianças

138

IDENTIFICAÇÃO Nome: ________________________________________________________ Endereço: ______________________________________________________ Telefone para contato: _______________________________________ Sexo: Feminino Idade: ________________ Masculino Faixa de instrução: ( ) 1º Grau incompleto ( ) 1º Grau completo ( ) 2º Grau incompleto ( ) 2º Grau completo ( ) Curso universitário incompleto – Qual? _____________ Período: __________ ( ) Curso universitário incompleto – Qual? _____________ ( ) Pós-graduação (somente indicar em caso de curso de mestrado ou doutorado). Qual? _________________ ( )Completo ( ) Incompleto Profissão: ___________________________________________________ Outras atividades (ex.: instrumentos musicais, trabalhos manuais, esportes etc). Especifique a atividade: ____________________________________ Você teve ou tem algum problema que pode afetar a utilização de uma das mãos (braço engessado, paralisado etc)? Caso resposta afirmativa, especifique a natureza do problema, quando ocorreu e sua duração. História familiar de preferência manual (mão que usa para escrever) Pai: destro ( ) canhoto ( ) ambidestro ( ) não sabe informar ( ) Mãe:destra ( ) canhota ( ) ambidestra ( ) não sabe informar ( ) Nº de irmãos e irmãs destros ( ) Nº de irmãos e irmãs canhotos ( )

Nº de irmãos e irmãs ambidestros ( ) Nº de irmãos e irmãs cuja preferência manual é desconhecida ( )

Você se considera: ( )destro ( ) canhoto ( ) ambidestro

Page 140: Escalas avaliação crianças

139

ANEXO B – Escala para professores

Page 141: Escalas avaliação crianças

140

Escala do (a) Professor (a)

Nome do aluno: _________________________________________ Idade: _______ anos Data de nascimento: ____/_____/_____ Naturalidade: _______ Sexo: masculino ( ) feminino ( ) Grau Instrução do Prof.:Médio ( ) Superior ( ) Completo ( ) Incompleto ( ) Data do preenchimento: ____/ _____/_____ Esta lista de 58 sintomas deve ser preenchida pelo (a) professor (a). Os itens são divididos em três grandes grupos: comportamento em sala de aula, participação em grupo e atitude em relação à autoridade. Por favor, responda antes as seguintes perguntas: I - Há quanto tempo o (a) Sr. (a) conhece a criança? __________________________________________________________________ Em suas palavras, descreva seu problema principal: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ II- Desempenho em matérias escolares: A - Liste, se possível, as matérias na categoria apropriada.

Muito bom Médio Mínimo Insuficiente

B - Assinale os cuidados especiais ou tipo de ajuda que necessita ou recebeu: __________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________ III - A seguir estão descritos itens de comportamento. Responda-os a todos segundo a graduação:

( 1 ) - Se o indivíduo nunca apresentar este comportamento ou se apresentar o mesmo muito raramente e sem prejuízo. ( 2 ) - Se o indivíduo apresentar o comportamento apenas algumas vezes e este comportamento causar problemas e prejudicá-lo em algumas ocasiões.

( 3 ) - Se o indivíduo apresentar o comportamento frequentemente e isto representar um problema grave que interfere e prejudica a sua atividade.

Comportamento em sala de aula

Nunca ou pouc

Algu-mas veze

Muitas

veze

Page 142: Escalas avaliação crianças

141

o s s 1 2 3

1- Irrequieto ( ) ( ) ( ) 2- Estrondoso, barulhento ( ) ( ) ( ) 3- Rouba ( ) ( ) ( ) 4- Mente ( ) ( ) ( ) 5- Responde as perguntas sem pensar ( ) ( ) ( ) 6- Age sem pensar ( ) ( ) ( ) 7- Não espera a sua vez ( ) ( ) ( ) 8- Comportamento explosivo e imprevisível (gênio, crises de raiva) ( ) ( ) ( ) 9- Interrompe conversas ( ) ( ) ( ) 10- “Perturba” outros colegas ( ) ( ) ( ) 11- Não espera por instruções ( ) ( ) ( ) 12- Incapaz de seguir regras em jogos ( ) ( ) ( ) 13- Muda de uma atividade para outra constantemente ( ) ( ) ( ) 14- Não pára quieto ( ) ( ) ( ) 15- Fica constantemente se movimentando na cadeira da sala de aula ( ) ( ) ( ) 16- Facilmente excitável ( ) ( ) ( ) 17- Fala excessivamente ( ) ( ) ( ) 18- De uma maneira geral não consegue se manter sentado ( ) ( ) ( ) 19- Incapaz de brincar ( ) ( ) ( ) 20- Impulsivo ( ) ( ) ( ) 21- Brigão ( ) ( ) ( ) 22- Não se concentra ( ) ( ) ( ) 23- Não termina as coisas que começa ( ) ( ) ( ) 24- Desorganizado ( ) ( ) ( ) 25- Não consegue planejar suas atividades ( ) ( ) ( ) 26- Distrai com facilidade ( ) ( ) ( ) 27- Desatento ( ) ( ) ( ) 28- Raio de atenção curto ( ) ( ) ( ) 29- Dificuldade em manter a atenção ( ) ( ) ( ) 30- Frequentemente perde as coisas ( ) ( ) ( ) 31- Faz ruídos vocais estranhos ( ) ( ) ( ) 32- As exigências têm que ser logo atendidas: frusta-se com facilidade ( ) ( ) ( ) 33- Má coordenação motora ( ) ( ) ( ) 34- Excessivamente sensível ( ) ( ) ( ) 35- Excessivamente sério ou tristonho ( ) ( ) ( ) 36- Devaneios; “vive no mundo da lua” ( ) ( ) ( ) 37- Mal humorado; taciturno; sombrio ( ) ( ) ( ) 38- Chora fácil e frequentemente ( ) ( ) ( ) 39- Mudanças de humor drásticas e súbitas ( ) ( ) ( ) 40- Age com “esperteza” ( ) ( ) ( ) Participação no grupo:

Nunca ou pouc

o

Algu-mas veze

s

Muitas

vezes

1 2 3 41- Isola-se das outras crianças ( ) ( ) ( ) 42- Parece rejeitado pelo grupo ( ) ( ) ( ) 43- Facilmente conduzido ( ) ( ) ( ) 44- Nenhum sentimento de “jogo de cintura” ( ) ( ) ( ) 45- Carece de liderança ( ) ( ) ( ) 46- Não se entrosa com o sexo oposto ( ) ( ) ( ) 47- Não se entrosa com o mesmo sexo ( ) ( ) ( ) 48- Amola as outras crianças ou interfere com

Page 143: Escalas avaliação crianças

142

suas atividades ( ) ( ) ( ) Atitude diante de autoridade:

Nunca ou pouc

o

Algu- mas veze

s

Muitas

vezes

1 2 3 49- Submisso ( ) ( ) ( ) 50- Desafiante ( ) ( ) ( ) 51- Sem pudor ( ) ( ) ( ) 52- Tímido ( ) ( ) ( ) 53- Medroso ( ) ( ) ( ) 54- Excessivamente exigente da atenção da professora ( ) ( ) ( ) 55- Teimoso ( ) ( ) ( ) 56- Demasiadamene ansioso para agradar ( ) ( ) ( ) 57- Não cooperativo ( ) ( ) ( ) 58- Problema com a freqüência às aulas ( ) ( ) ( ) IV - Família: A - Por acaso, outros irmãos freqüentam a escola e apresentam algum tipo de problema? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ B - Acrescente informação quanto ao lar ou a relações familiares que porventura tenham sido notadas e que possam contribuir para suas atitudes e comportamento; inclua sugestões que possam melhorar sua conduta e grau de ajustamento. _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

C - Como o sr (a). avalia seu comportamento em relação às outras crianças da mesma idade?

(muito pior) (pior) (“na média”) (melhor) (muito melhor)

Rio de Janeiro, ________ de ______________________de 200__

___________________________________________________ Assinatura do (a) professor (a)

Page 144: Escalas avaliação crianças

143

ANEXO C – Termo de consentimento livre e esclarecido para os pais (responsáveis) e estudantes

Page 145: Escalas avaliação crianças

144

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO Lateralidade motora e transtornos comportamentais e atencionais em crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro A sua participação e a do seu filho neste estudo é voluntária. Contudo, para que ela ocorra é necessário que todos os procedimentos sejam esclarecidos. Em caso de dúvidas sobre a pesquisa você poderá entrar em contato com Ana Lúcia Novais Carvalho, CRP 05-20793, psicóloga e Mestre em Biologia, doutoranda em Biologia pela UERJ (Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental), responsável pelo estudo, através dos telefones (21) 9401-0913 e (21) 2587-7960, ou pelo e-mail [email protected] O objetivo do estudo O estudo tem como objetivo levantar dados sobre os efeitos do gênero, da idade e da lateralidade manual no desempenho em testes computadorizados de atenção visual e auditiva em crianças do Ensino Fundamental, com e sem queixa de hiperatividade e/ou desatenção. Como e onde o estudo será realizado? Para a realização do estudo contaremos com a participação de estudantes do Ensino Fundamental e dos seus professores. Os professores colaborarão através do preenchimento de um questionário e os estudantes através da realização de um teste computadorizado de atenção visual e outro de atenção auditiva. Cada teste dura 15 minutos e o período de execução será determinado pelo professor. Toda atividade será feita na escola. Há riscos em participar da pesquisa? Considerando a Resolução CFP 016/2000, podemos dizer que o risco para participação nesta pesquisa é mínimo. Os "procedimentos não sujeitam os participantes a riscos maiores do que os encontrados nas suas atividades cotidianas". O que será feito com os dados? Todas as informações são confidenciais e, em hipótese alguma, os nomes dos participantes serão publicamente divulgados. Os resultados do estudo serão usados para fins científicos. Quais são os benefícios em participar da pesquisa? Ampliando o nosso conhecimento sobre o desempenho de estudantes em tarefas de atenção visual e auditiva poderemos compreender melhor sujeitos que apresentam dificuldades nestas atividades, como é o caso de crianças com TDAH.

FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

Nome completo da criança: ____________________________________________________ Nome do responsável: _______________________________________________________ Assinatura do responsável legal: ________________________________________

Rio de Janeiro, ______ de _______________________ de ________

Page 146: Escalas avaliação crianças

145

ANEXO D – Termo de consentimento livre e esclarecido para os professores

Page 147: Escalas avaliação crianças

146

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (professor)

Lateralidade motora e transtornos comportamentais e atencionais em crianças e adolescentes no Estado do Rio de Janeiro

A sua participação neste estudo é voluntária. Você tem a liberdade para recusar ou retirar o consentimento a qualquer momento.

Para que você possa participar deste estudo é necessário que todos os procedimentos sejam esclarecidos. Em caso de dúvidas sobre a pesquisa você poderá entrar em contato com Ana Lúcia Novais Carvalho, CRP 05-20793, psicóloga e Mestre em Biologia, doutoranda em Biologia pela UERJ (Laboratório de Neurofisiologia e Avaliação Neurocomportamental), responsável pelo estudo, através dos telefones (21) 9401-0913 e 2587-7960, ou pelo e-mail [email protected] O objetivo do estudo O estudo tem como objetivo levantar dados sobre os efeitos do gênero, da idade e da lateralidade manual no desempenho em testes computadorizados de atenção visual e auditiva em crianças do Ensino Fundamental, com e sem queixa de hiperatividade e/ou desatenção. Na presente etapa apenas pretendemos ampliar nosso grupo controle. Como o estudo será realizado? Para a realização do estudo contaremos com a participação de estudantes do Ensino Fundamental e dos seus professores. Os professores colaborarão através do preenchimento de um questionário e os estudantes através da realização de um teste computadorizado de atenção visual e outro de atenção auditiva. Cada teste leva 15 minutos para ser realizado. Há riscos em participar da pesquisa? Considerando a Resolução CFP 016/2000, podemos dizer que o risco para participação do seu aluno nesta pesquisa é mínimo, nada diferente daquele que enfrentamos no nosso dia a dia. Os "procedimentos não sujeitam os participantes a riscos maiores do que os encontrados nas suas atividades cotidianas". O que será feito com os dados? Todas as informações são confidenciais e, em hipótese alguma, os nomes dos participantes serão divulgados. Os resultados do estudo serão usados para fins científicos e poderão ser publicados, sendo, contudo, garantido o sigilo quanto à privacidade e à confidencialidade das informações. Quais são os benefícios em participar da pesquisa?

Sujeitos com TDAH costumam apresentar problemas na escola, no trabalho e nos relacionamentos interpessoais. Há dados que demonstram a eficácia do uso de medicamentos por sujeitos com este transtorno. Contudo, é crescente na literatura o interesse por estudos sobre os efeitos de procedimentos menos invasivos, como é o caso da psicoterapia, em indivíduos com TDAH. Portanto, com o presente estudo pretendemos contribuir para a melhoria dos procedimentos de diagnóstico como também para a melhor utilização de diferentes estratégias de intervenção. Eu, ______________________________________________________________, preenchi o questionário para professores após leitura dos dados descritos acima.

__________________________________________________________________ assinatura do (a) professor (a)