epilepsia em debate na sociedade - cartilha volume 1

18
0800 647 3700 Rua Jamary, Bairro Olaria - Porto Velho/RO - CEP 76801-917 Telefone (69) 3216-3700 - www.mp.ro.gov.br 1 Epilepsia em Debate na Sociedade Por Edmilson Fonsêca Vol. I VENDA PROIBIDA

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Page 1: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

0800 647 3700

Rua Jamary, Bairro Olaria - Porto Velho/RO - CEP 76801-917Telefone (69) 3216-3700 - www.mp.ro.gov.br

1

Epilepsia em Debatena Sociedade

Por Edmilson FonsêcaVol. I

VENDA PROIBIDA

Page 2: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALTEL. (69) 3216-3700

CAOP SAÚDE TEL. (69) 3216-3989CAOP EDUCAÇÃOTEL. (69) 3216-3976

CASA DA CIDADANIATEL. (69) 3223-2998www.mp.ro.gov.br

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALTEL. (69) 3216-0500 ou 3216-0539

ASSOCIAÇÃO RONDONIENSEDE EPILEPSIA - ARE

TEL. (69) 9285-6136 e 9231-0909E-MAIL: [email protected]

ASSISTÊNCIA À SAÚDE DE PACIENTES COM EPILEPSIA - ASPE

Cx.P. 6106-13083-970 CAMPINAS - SPTEL. (19) 3521-7292

E-MAIL: [email protected]

DEFENSORIA PÚBLICATEL. (69) 3216-5053 ou 3216-5057

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE EPILEPSIA

E-MAIL: [email protected]

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇAHéverton Alves de Aguiar

PROJETO GRÁFICO E PRODUÇÃOWaldiney Farias Braga - Segraf/MPRO

EXPEDIENTE

TELEFONES ÚTEIS

Page 3: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

3

1. APRESENTAÇÃO

Coube-me a honrosa tarefa de ler em primeira mão a

publicação “Epilepsia em Debate”, de autoria do Procurador

de Justiça Edmilson Fonsêca, Decano do Ministério Público de

Rondônia.

Concebido para distribuição na rede de ensino do

Estado de Rondônia, verifi ca-se que sua compreensão vai

muito além do plano educativo, servindo também para o

despertar da sociedade e das autoridades constituídas para a

consecução de uma política de saúde pública em atenção às

pessoas com epilepsia.

Em tão boa hora, o propósito do trabalho torna efetivo,

na área da saúde, um dos aspectos do Plano Geral de Atuação

(PGA) da Instituição para o biênio 2011/2012, aprovado pelo

Colégio de Procuradores de Justiça, este em harmonia com o

projeto “Epilepsia Fora das Sombras” da Organização Mundial

da Saúde (OMS), executada pela ASPE no Brasil.

De outro tanto, afi gura-se oportuna a empreitada,

em consonância com o novo perfi l que se almeja para o

Ministério Público Brasileiro, com atuação precípua na área

social, cumprindo, desse modo, mandamento da Carta da

República de 1988.

Plantada em terra fértil – Rondônia – certamente a

publicação “Epilepsia em Debate” renderá bons frutos.

Por derradeiro, ouso recomendar a sua leitura por ser

esclarecedora e de fácil acesso, apesar do tema árido.

Bom proveito.

HÉVERTON ALVES DE AGUIARProcurador-Geral de Justiça

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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5

Um caso exemplar é o de Ana Maria, que padece de epilepsia há mais de cinquenta anos.

Ela não se deixou abater pelo preconceito e pela discrimação da sociedade.

Com esforço e dedicação, diplomou-se em “Desenho Artístico e Publicitário“ pelo Instituto Universal Brasileiro.

Com o seu talento artístico, tem conseguido manter boa qualidade de vida.

Page 6: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Professor Li Li Min (Unicamp/SP) – Palestra sobre Epilepsia

no auditório do MPRO – Porto Velho/RO – em setembro de

2010;

2. Drª Li Hui Ling – Palestra sobre Epilepsia no auditório do

MPRO (GIS) – Porto Velho – em Setembro de 2010;

3. Profª Maria Carolina Doretto (UFMG) – Palestra sobre

Epilepsia no auditório do MP-RO (UNIR), em junho de 2011;

4. E. APPLETTON/Richard – Tudo sobre Epilepsia – São Paulo/

SP – Andrei Editora LTDA – 2000;

5. DA COSTA, Araújo Filho/Geraldo – Dostoiévski e Eu: A

Epilepsia em Nossas Vidas – Teresina/Piauí – 2005;

6. CARLOS ALEIXO Sepúlvida/Fernando – Manual de Epilepsia

– Colina Editora – 2000;

7. DE ALBUQUERQUE/Marly e CUKIERT/Artur – Epilepsia e

Qualidade de Vida – Editora Alaúde – 2007.

8. ASPE - www.aspebrasil.org

9. Apostila ASPE - Conexão

10. Fernades Ital, Stop Saying. Epileptia. Epilepsia 2009;50(5):

1280-1283.

Page 7: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

30

se machuque;

( ) oferecer líquidos e/ou passar álcool auxilia na recuperação da

pessoa para que retorne da crise;

( ) deve-se virar o rosto da pessoa de lado para que a baba não

seja aspirada;

( ) devem-se evitar aglomerações em tomo do doente para que

o indivíduo possa respirar melhor;

( ) chamar socorro de um profi ssional de saúde;

( ) deve-se colocar o dedo ou um objeto na boca do doente para

que este não morda ou se engasgue com a língua.

outros: _____________________________________________

9- Como você avalia seus conhecimentos sobre epilepsia?

( ) nenhum

( ) insufi ciente

( ) moderado

( ) avançado

10-Marque abaixo a resposta que achar correta:

10.1 - Você acha que a pessoa com epilepsia é defi ciente?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.2 - Você acha que a epilepsia é uma doença espiritual?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.3 - Você acha que a pessoa com epilepsia é perigosa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.4 - Você acha que a pessoa com epilepsia é rejeitada pela

sociedade?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.5 - Você acha que é uma doença contagiosa?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.6 - Você acha que a baba pode transmitir a doença?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

10.7 - Uma pessoa com epilepsia tem mais difi culdade de

conseguir emprego?

( ) sim ( ) não ( ) não sei

7

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Dra. Rosária Gonçalves Novais (Defensora Pública de

Rondônia)

Profa. Maria Carolina Doretto (UFMG)

Suzana Soares da Silva

Nadiza Sueli da Costa Moura

Maria Auxiliadora Borges de Lira

José Jorge Pacheco Galindo

ASPE

Page 8: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

29

II- DADOS SOBRE EPILEPSIA:

1- Você sabe o que é epilepsia? ( ) sim ( ) não

2-Se sim, o que é?____________________________________

___________________________________________________

3- Se não, o que você acha que é? _______________________

___________________________________________________

4- Você acredita que a epilepsia seja causada por quais

fatores?

( ) verme

( ) fatores tóxicos

( ) mau olhado

( ) fatores genéticos

( ) castigo de Deus

( ) vontade de alguma coisa

( ) doenças infecciosas

( ) traumas ou agentes físicos

( ) outros: ___________________________________________

5- Você conhece alguém com epilepsia? ( ) sim ( ) não

6- Se sim, qual a relação social dessa pessoa com você?

( ) mesmo ambiente de trabalho;

( ) mesmo ambiente de estudo;

( ) vizinho;

( ) parente distante;

( ) parente que reside na mesma cidade;

( ) parente que reside na mesma casa;

( ) outros:____________________________________

7 - Você já presenciou alguma crise convulsiva? ( ) sim ( ) não

8- Durante a crise como você acha que as pessoas devem

socorrer o doente? Marque apenas as opções que achar

corretas:

( ) nada deve ser feito;

( ) a pessoa em crise deve ser totalmente imobilizada;

( ) deve-se apoiar a cabeça do indivíduo em crise para que não

Page 9: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

28

11. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA

Caro leitor,

Creio ter chegado o momento para saber como anda

seu conhecimento acerca da Epilepsia.

Para tanto, esta coluna lança uma enquete “TESTE

SEU CONHECIMENTO” sobre o tema, objetivando sondar seu

aprendizado.

I- DADOS PESSOAIS:

1-Idade: ______ anos

2- Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

3- Nível de escolaridade:

( ) Analfabeto;

( ) Sabe ler e escrever;

( ) Ensino Fundamental incompleto até a 4a série;

( ) Ensino Fundamental incompleto após a 4a série;

( ) Ensino Fundamental completo;

( ) Ensino Médio incompleto;

( ) Ensino Médio completo;

( ) Superior incompleto;

( ) Superior completo;

( ) Pós-graduação.

4. Cor ou Raça: ( ) branca ( ) negra ( ) amarela ( ) parda

( ) indígena ( ) outra

5. Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) viúvo ( ) divorciado

( ) outro:________________________

6-Profi ssão: ________________________________________

7- Religião: ( ) católica ( ) evangélica ( ) espírita ( ) nenhuma

( ) outra:________________________

9

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................3

2. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................11

3. SÍNTESE HISTÓRICA ...................................................................................................................12

4. CONCEITO DE EPILEPSIA ........................................................................................................13

5. SOCORRO EM CASO DE CRISE ............................................................................................15

6. CAUSAS E FATORES DESENCADEANTES DAS CRISES EPILÉPTICAS ..............17

7. TIPOS DE CRISES EPILÉPTICAS .............................................................................................18

8. TRATAMENTOS DA EPILEPSIA ..............................................................................................21

9. DROGAS ANTIEPILÉPTICAS (DAES) ..................................................................................22

10. DIAGNÓSTICOS DA EPILEPSIA .........................................................................................26

11. ENQUETE SOBRE EPILEPSIA ...............................................................................................28

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................31

Page 10: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

27

OUTROS DADOS

- DANO CEREBRAL- ANTECEDENTES FAMILIARES- DOENÇAS (INFECÇÕES)- HISTÓRIA CLÍNICA (ANAMNESE)- EXAME FÍSICO, E MAIS EXAMES COMPLEMENTARES

EXAMES COMPLEMENTARES

- ELETROENCEFALOGRAMA (E.E.G.)- RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (R.M.)- TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (T.C)

Depois do exame clínico, outros dados são investigados,

tais como:

O certo é que o paciente necessita saber sobre sua

doença (tipo de epilepsia) porque o desconhecido é pior do

que o conhecido.

Confi rmada a epilepsia, o médico deve contribuir e

colaborar no tratamento.

Saiba: A epilepsia não é castigo de Deus. Afi nal, Deus é

amor.

Page 11: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

26

Está provado: Pessoas com Epilepsia são talentosas e

podem trabalhar.

Para tanto, basta capacitá-las e controlar as crises. Nada

mais.

10. DIAGNÓSTICOS DA EPILEPSIA

Para Hipócrates, o pai da medicina, o profi ssional de

saúde deve praticar “a arte de curar a poucos, aliviar a muitos e consolar a todos” com humanidade.

Acerca da epilepsia, uma pergunta não quer calar:

“Como é feito o diagnóstico da epilepsia?”

Abandonando as crendices, a medicina moderna

impõe o diagnóstico clínico para elucidar a epilepsia.

DIAGNÓSTICOCONHECIMENTO OU DETERMINAÇÃO DA

DOENÇA PELOS SEUS INTOMAS

Por isso, é importante que a pessoa com epilepsia e seus

familiares levem para o médico as informações necessárias,

sobre como ocorreram as crises epilépticas, se possível,

devidamente anotadas.

INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS

- COMO ACONTECEU A CRISE- QUANTO TEMPO DUROU- COMO COMEÇOU- O QUE SENTIU ANTES E DEPOIS DA CRISE- QUANTAS VEZES TEM A CRISE POR DIA- O HORÁRIO EM QUE COSTUMA ACONTECER A CRISE, SE DE DIA OU DURANTE A NOITE

11

2. INTRODUÇÃO

Pretendemos, meu caro leitor, doravante, travar com

você um diálogo simples e acessível sobre a Epilepsia.

Minha modesta intenção não é fazer ciência, mas

mantê-lo informado sobre a Epilepsia.

As pessoas com Epilepsia buscam participação

no processo jurídico-social e pedem proteção contra o

preconceito e a discriminação.

O papel da imprensa nesse processo é de capital

importância para informar que as pessoas com epilepsia são

seres humanos comuns, que têm direito a proteção e respeito

como qualquer cidadão dignamente considerado.

Preocupada com a situação das pessoas com epilepsia

no mundo, a Organização Mundial da Saúde – OMS lançou

uma Campanha Global denominada “Epilepsia Fora das Sombras”, executada pela ASPE (Assistência à Saúde de

Pacientes com Epilepsia) no Brasil, que tem como fi nalidade

principal criar um modelo de atendimento integral aos

pacientes com epilepsia, bem como melhorar sua qualidade

de vida e a de seus familiares.

Cuida-se, portanto, de um tema de direitos humanos,

que diz respeito à sociedade e ao Estado, por força da Carta

da República, consagradora da dignidade da pessoa humana,

como fundamento do Estado Democrático de Direito.

Page 12: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

12

3. SÍNTESE HISTÓRICA

Os gregos, há mais de 3 mil anos, usavam a palavra

epilepsia para indicar a crise convulsiva, relacionada à

possessão sagrada e não à enfermidade neurológica.

Coube a Hipócrates, patrono da medicina, na sua

dissertação “Da Doença Sagrada”, refutar as crendices sobre

a doença, proporcionando a investigação científi ca sobre a

epilepsia.

Pelo Código de Hamurabi, a pessoa com epilepsia

era tida como incapaz e proibida de casar, bem como seu

testemunho não era válido em juízo.

Um médico grego, de nome Aetius, sugeriu que a

epilepsia era provocada por tara sexual e recomendava a

castração do paciente como solução para a cura da doença.

Um outro médico romano, chamado Galeno, admitiu

o cérebro como centro das convulsões.

Por isso, como remédio para todas as crises de epilepsia,

recomendava pó de crânio humano para a cura, crença que

perdurou por mais de dez séculos.

O mito do demônio nas crises epilépticas ganhou

relevância com o advento do Cristianismo na descrição do

Novo Testamento de uma cura e exorcismo feitos por Jesus

Cristo em um menino epiléptico. (Mt, 17: 14 -21 )

Nesta passagem evangélica residem os mitos mais

resistentes acerca da epilepsia: demônio, água e fogo como

provocadores de crises epilépticas.

As pessoas com epilepsia passaram pelos mais

esdrúxulos e cruéis tratamentos, tais como: ingestão de urina

e fezes humanas, sangue de pessoas recém-executadas,

25

Anticonvulsivante

Nome Genérico Nome Comercial Alguns Efeitos Colaterais

Ácido Valproico Depakene

Hepatotoxicidade, perda de cabelos, aumento

de peso corporal, tremores, indisposição

estomacal.

Acetazolamida Diamox

Perda de apetite, poliúria (aumento da

frequência urinária), confusão mental,

sonolência, parestesias de extremidades.

Clobazam Urbanil/FrisiumSonolência, astenia, distúrbios sensoriais,

tonteiras.

Divalproex Sodim Depakote

Hepatotoxicidade, indisposição estomacal,

perda de cabelos, ganho de peso, tremores,

alteração do tempo de sangramento.

Hidantoínas Dilantin

Insônia, rash cutâneo, perda de cabelos,

aumento de gengivas, sangramento gengival,

náuseas, incoordenação motora.

Lamotrigine Lamictal

Dor de cabeça (cefaleias), fadiga, náuseas, aste-

nia, ataxia, visão borrada ou dupla, sonolência,

rash.

Clonazepan Rivotril

Sonolência, mudanças de comportamento,

tremores, perda de cabelo, perda de apetite,

instabilidade na marcha, aumento de salivação

e secreção brônquica.

Nitrazepan Mogadon

Fadiga, apatia, debilidade e incoordenação

motoras, letargia, confusão mental, mudança

do ritmo do sono, aumento das secreções

brônquicas.

Carbamazepina Tegretol

Náuseas, visão borrada ou dupla, rash cutâneos,

debilidade ou incoordenação motora, dor de

cabeça, discrasias sanguíneas, aumento de

peso corporal, fadiga.

Fenobarbital Gardenal

Inquietude, náuseas, visão borrada ou dupla,

incoordenação da marcha, irritabilidade, hiper-

atividade, sonolência, transtornos de aprendi-

zagem.

Primidona Mysoline

Vertigens, perda de apetite, fadiga, sonolência,

hiper-irritabilidade, náuseas, vômitos, confusão

mental.

Gabapentin Neurotin Sonolência, fadiga.

Vigabatrim Sabril Sonolência, fadiga, perda de peso.

Etosuximida Zarotin

Perda de apetite, náuseas, dores de cabeça, fa-

diga, ansiedade, depressão, dores abdominais,

aumento do tamanho dos gânglios.

Page 13: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

24

Diversas drogas (DAES) são usadas no tratamento da

epilepsia, entretanto as mais comuns são:

DAES MAIS COMUNS

- CARBAMAZEPINA- FENITOÍNA- PRIMIDONA- VALPROATO- FENOBARBITAL- GABAPENTIN- VIGABATRINA- TOPIROMATO

EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS

- SONOLÊNCIA- TONTURA- NÁUSEAS- IRRITABILIDADE- HIPERATIVIDADE

As vezes é necessário combinar drogas para que se

consiga um melhor controla das crises.

Como é sabido e consabido, qualquer remédio tem

efeito colateral.

Vejamos, então, algum dos efeitos colaterais mais

comuns das drogas antiepilépticas:

Relação das principais medicações utilizadas para o

tratamento de Epilepsias (nome genérico – nome comercial

– efeitos colaterais):

13

sangria para dar escape aos maus espíritos, ingestão de um

agente químico – cautério.

Com promessas de cura fácil, muitos pacientes

morreram nas mãos de alquimistas ao ingerir as misturas feitas

por esses feiticeiros.

Hoje, a cura e o controle das crises estão mais ao

alcance das pessoas com epilepsia, especialmente os mais

necessitados.

Com dignidade e coragem não será difícil expulsar os

demônios e sepultar os mitos que ainda cercam a epilepsia.

4. CONCEITO DE EPILEPSIA

A nova coluna - Epilepsia em Debate - , conforme

enfatizado anteriormente, não pretende fazer literatura ou

ciência, mas, tão somente, prestar informações à sociedade

sobre o tema proposto: A Epilepsia.

Uma pergunta que todos fazem: o que é epilepsia?

Na etimologia a epilepsia assumiu um caráter místico,

misterioso, religioso e mágico (Epi = de cima e lepgem = ser

abatido, fulminado sem aviso, possuído).

Por conta disso, os povos antigos acreditavam que as

pessoas com epilepsia eram tomadas, possuídas por maus

espíritos e demônios.

Ainda, de acordo com a etimologia, a palavra epilepsia

é originária do verbo grego epilambanein, que signifi ca: “ser

atacado, abatido, fulminado sem aviso”.

Para a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), devido

à heterogeneidade da epilepsia, amparada nos trabalhos

Page 14: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

14

da Liga Internacional de Epilepsia (ILAE), a epilepsia “é um

distúrbio cerebral causado por predisposição persistente

do cérebro a gerar crises epilépticas e pelas consequências

neurobiológicas, cognitivas, psicossociais e sociais da

condição, caracterizada pela ocorrência de pelo menos uma

crise epiléptica (ILAE – 2005, p.8). Como a epilepsia não é uma

entidade nosológica única, mas advém de várias condições

diferentes que ocasionam disfunção cerebral, alguns preferem

o uso do termo no plural “epilepsias”, mas a Comissão de

Terminologia da ILAE, preconiza seu uso no singular, embora

reconheça esta diversidade (p.8)”.

Em conclusão, podemos afi rmar com a Associação

Brasileira de Epilepsia (ABE): a partir da heterogeneidade da

epilepsia, o termo condição parece ser o mais abrangente,

tanto no âmbito científi co, quanto no social.

Um ponto importante ressaltado pela ASPE considera

que os termos doença, portador e epiléptico devem ser

evitados (por serem estigmatizantes). Deve ser usado o termo

pessoa com epilepsia (Fernandes Ital, Stop Saying)

De um modo geral, na literatura médica pertinente,

você encontrará muitas expressões associadas à epilepsia.

Tais como:

SINTOMA

DOENÇA

SÍNDROME EPILÉPTICA

CONDIÇÃO NEUROLÓGICA

DISTÚRBIO NEUROBIOLÓGICO

CRISE EPILÉPTICA

CONVULSÃO EPILÉPTICA, E ASSIM POR DIANTE.

23

FINALIDADES DAS DAES

- CONTER- CONTROLAR- ESTABILIZAR

UM QUADRO EPILÉPTICO

O tratamento mais usual para a epilepsia é feito através

de drogas antiepilépticas (DAES).

Convém advertir que com frequência os médicos usam

termos intercambiáveis ou equivalentes quando querem se

referir ao tratamento da epilepsia. São eles:

TERMOS INTERCAMBIÁVEIS

- ANTIEPILÉPTICO

- ANTICONVULSIVO

- DROGA (DAE)- TERAPIA

- MEDICAÇÃO

- PREVALECENDO O TERMO: DROGA ANTIEPILÉPTICA (DAE OU DAES)

Vale dizer que as drogas antiepilépticas (DAES) são

produtos farmacêuticos alopáticos, produzidos com a

fi nalidade de conter, controlar ou estabilizar um quadro

epiléptico.

As DAES agem no SNC (Sistema Nervoso Central),

inibindo ou interferindo em processos neuroquímicos que

podem impedir a atividade neuronal anormal (distúrbio) ou

seu desencadeamento.

Page 15: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

22

O tratamento medicamentoso das crises é feito com

administração de DAES (Drogas Antiepilépticas), de acordo

com o tipo de epilepsia.

As medicações evitam as descargas elétricas cerebrais

anormais, diminuindo, assim, o número de crises.

O tratamento cirúrgico é indicado para os casos de

epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso, ou

seja, mesmo com a medicação as crises continuam a acontecer

(repetem-se).

O tratamento psicológico tem como fi nalidade orientar

o paciente e sua família sobre os aspectos psicológicos

envolvidos na epilepsia, tais como:

ASPECTOS PSICOLÓGICOS

- CRENÇAS- COMPORTAMENTOS- ATITUDES SOCIAIS- ATITUDES CULTURAIS- RELAÇÕES NA ESCOLA E NO TRABALHO, E ASSIM POR DIANTE

Convém destacar que o tratamento psicológico é

ministrado juntamente com o tratamento médico.

De sorte, que o tratamento da epilepsia no contexto

médico de hoje é realizado por equipe multidisciplinar ou

interdisciplinar.

O esporte quando bem orientado, é fundamental para

a vida saudável de uma pessoa com epilepsia.

9. DROGAS ANTIEPILÉPTICAS (DAES)

O caminho a percorrer no tratamento da epilepsia é

longo e continua ser estudado.

15

Em tempo: Alentadora de esperança a notícia da

primeira cirurgia de epilepsia realizada, com êxito, em

Rondônia no Hospital de Base local, no dia 07/07/2011, pelo

neurocirurgião Drº Ivan Ortiz.

Avante, Drº Ivan! A sociedade rondoniense espera que o

Estado, agora, cumpra sua parte, adquirindo os equipamentos

necessários para o tratamento cirúrgico.

Veja o Link do vídeo da reportagem para consulta:

http://www.jaruonline.com.br/?secao=video&id=1031

5. SOCORRO EM CASO DE CRISE

Com satisfação abrimos este espaço de hoje, em

agradecimento ao doutor José Gomes Ruiz, ex-presidente

da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) e atual Secretário

da entidade, ao emprestar sua experiência, indicando para

nosso leitor alguns procedimentos básicos, indispensáveis, no

atendimento de primeiro socorro à pessoa com epilepsia, no

momento da crise.

Afi rma ele: “Gostaria de citar algumas providências que

devem ser tomadas quando uma Pessoa com Epilepsia tem

uma crise convulsiva”:

• 1-Proteger a cabeça da pessoa, evitando que venha

a sofrer constantes batidas contra o chão. Deve-

se também afastar da pessoa em crise quaisquer

objetos próximos que possam causar ferimentos

(facas, tesouras, etc.).

• 2-Vire a pessoa em decúbito dorsal (D) ou (E),

pois havendo o regurgitamento da “saliva”, esta

providência evitará um possível sufocamento

Page 16: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

16

e morte da pessoa com epilepsia. A “baba” não

contagia ninguém, ou seja, não transmite doença,

não é contagiosa.

• 3-Se a pessoa estiver usando gravata, cinto ou

sapatos apertados, é ideal soltá-los, evitando-se

desconforto.

• 4-Jamais tome a iniciativa de inserir qualquer objeto

ou dedo na boca, na esperança de impedir que

a pessoa engula a língua; ela tem seu freio e não

será engolida. O mais certo de ocorrer, caso uma

pessoa tente socorrer nesse sentido, será lesionar

ou perder o dedo; não proceda dessa forma com a

pessoa em crise.

Assim, com esses ensinamentos básicos indicados,

certamente cada cidadão ou cidadã pode se tornar um

Agente Comunitário da pessoa com epilepsia.

Acredito mesmo que uma mudança nas atitudes da

sociedade em relação à epilepsia muito contribuirá para

tornar mais fácil a vida dessas pessoas estigmatizadas.

Lanço, pois, o seguinte desafi o: vamos ser Agentes

Comunitários das pessoas com Epilepsia?.

Na família , na escola, no clube esportivo, na terra, no ar,

e no mar, enfi m, em toda a comunidade planetária, se possível.

Eis a receita capaz de ditar um convívio melhor dessas

pessoas com sua comunidade.

Epilepsia não é contagiosa. Contagioso é o preconceito.

In memoriam do meu amigo e conterrâneo Raimundo

Mendes, falecido em 16.07.2011, aos 78 anos de idade, nesta

cidade de Porto Velho.

Homem simples, bom e justo, que muito me incentivou

21

Atenção: Chegando a 30 minutos, este tipo de crise

passa a ser chamada de status epilepticus.

Pessoas com epilepsia podem namorar, constituir

família e ter fi lhos.

8. TRATAMENTOS DA EPILEPSIA

Tomando como fundamento ensinamento básico

da ASPE (Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia),

podemos afi rmar que a epilepsia é uma condição neurológica

tratável em pelo menos 70% dos casos.

O tratamento objetiva, sobretudo, atingir dois aspectos

fundamentais:

A SABER- ELIMINAR AS CRISES- MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES E DE SEUS FAMILIARES

TRATAMENTOS:- MEDICAMENTOSO- CIRÚRGICO- PSICOLÓGICO

Adotando esta linha de entendimento, podemos,

também, afi rmar que o tratamento pode ser:

Page 17: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

20

ou ruídos ou ter sensações no estômago;

3. Crises Parciais Complexas: A pessoa fi ca fora

de si por alguns minutos, sem no entanto cair ou

debater-se, e ao fi nal da crise não se lembra muito

bem do que aconteceu;

4. Crises Parciais Generalizadas Secundárias: Tem

início de modo parcial, mas depois se expande,

envolvendo a maior parte de cérebro, provocando

a popular convulsão (tônico-clônica);

5. Crises Generalizadas: Ocorrem quando a

atividade elétrica anormal do cérebro envolve os

dois hemisférios cerebrais (lados) de uma só vez;

6. Crises de Ausência: A pessoa perde a consciência

por alguns segundos; depois continua

normalmente suas atividades (5-20);

7. Crises Mioclônicas: Duram segundos,

assemelhando-se a “puxões” ou “sustos”, geralmente

nos braços e pernas (0,5-1,0);

8. Crises Atônicas: Têm como parte integrante uma

perda repentina do tônus muscular (relaxamento

súbito dos músculos) resultando em queda (1-2);

9. Crises Clônicas: Têm como parte integrante

contrações musculares repentinas e rítmicas,

causando solavancos ou repuxos dos membros do

corpo (5-10);

10. Crises Tônico-clônicas: Conhecida popularmente

como “ataque”, caracterizam-se por queda ao

solo, quando a pessoa “se debate” durante alguns

minutos, por vezes perdendo urina ou saliva.

Passada a convulsão, a pessoa pode dormir e ao

despertar fi car confusa e com dor de cabeça (1-5).

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para continuar minha tarefa em prol das pessoas com epilepsia.

6. CAUSAS E FATORES DESENCADEANTES DAS CRISES EPILÉPTICAS

É recorrente a curiosidade para se saber as causas

de epilepsias e quais os fatores desencadeantes das crises

epilépticas.

Segundo a literatura atualizada e pesquisas na internet,

as principais causas de epilepsias (conhecidas) estão ligadas

às seguintes condições ou situações:

• Traumas na cabeça, especialmente por acidentes

(automóveis, quedas, etc.), ou mesmo lesões

causadas por atos violentos, inclusive em práticas

esportivas, em que quanto mais severos os golpes

ou tramautismos do crânio, mais há chances de um

quadro epiléptico aparecer;

• Tumores cerebrais e outros traumas neurológicos;

• Meningites, encefalites virais, lúpus eritematoso,

doenças neurológicas crônicas e infecções que

afetem o SNC (Sistema Nervoso Central) como

no caso da AIDS (Síndrome da Imunodefi ciência

Adquirida);

• Lesões ocorridas no período gestacional, pré, peri

e pós natais, que possam afetar o desenvolvimento

do cerébro de fetos durante a gravidez;

• Ingestão de ovos do verme solitária.

(neurocisticercose)

Page 18: Epilepsia em Debate na Sociedade - Cartilha  Volume 1

18

Entretanto, convém destacar que nas epilepsias

idiopáticas a causa é desconhecida (do grego idios, que

signifi ca próprio e pathos,que signifi ca sofrimento).

Com o avanço atual da medicina é possível afi rmar

que as crises epileptícas em seres humanos geralmente são

desencadeadas por alguns eventos, tais como:

• febre;

• exaustão física;

• privação de sono;

• suspensão abrupta de medicação anticonvulsiva;

• respiração forçada (hiperventilação);

• ingestão de bebidas alcóolicas ou estimulantes;

• uso de drogas euforizantes;

• uso de medicamentos com ação convulsivante (ex.:

isoniazida);

• emoções fortes e distúrbios psíquicos intensos;

• distúrbios hormonais;

• luz, sons e outros ruídos em epilepsias refl exas (ex.:

televisão, luz de boite – estroboscópica).

Epilepsia não é sinal de fracasso na vida!

7. TIPOS DE CRISES EPILÉPTICAS

Uma crise epiléptica é apenas um sinal de que algo de

errado está acontecendo com o funcionamento do cérebro.

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Durante uma crise epiléptica, as células do cérebro

(neurônios) funcionam de modo excessivo e desordenado.

Em princípio não existe uma classifi cação estanque

para cada tipo de crise epiléptica.

Assim, a terminologia da epilepsia subordina-se à

observação e ao método utilizados pelos especialistas.

Entretanto, a descrição da crise envolve com frequência

termos básicos relacionados à causa da epilepsia, o tipo

da crise epiléptica e a idade em que começa o evento

epiléptico.

Para melhor compreensão do tema abordado,

adotaremos o modelo proposto pela Liga Internacional de

Epilepsia, que prescreve:

TIPOS DE CRISESEPILÉPTICAS

PARCIAIS

- SIMPLES

- COMPLEXA

- GENERALIZADA SECUNDÁRIA

-AUSÊNCIA (PEQUENO MAL)- MIOCLÔNICA (SOLAVANCOS)- ATÔNICA (QUEDA)- CLÔNICA (ENRIJECIMENTO)- TÔNICO-CLÔNICA (GRANDE MAL)

GENERALIZADAS

1. Crises Parciais: Ocorrem quando a atividade

anormal do cérebro envolve uma parte do cérebro

(hemisfério cerebral);

2. Crises Parciais Simples: Durante essas crises

a pessoa não perde a consciência, pode ter

contrações em um lado do corpo, perceber luzes