epilepsia em crianças na faixa etária do pré-escolar, do escolar e nos adolescentes

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FUNDAÇÃO DE APOIA À ESCOLA TÉCNICA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE SANTA CRUZ EPILEPSIA EM CRIANÇAS NA FAIXA ETÁRIA DO PRÉ-ESCOLAR, DO ESCOLAR E NOS ADOLESCENTES ISABELLE GONÇALVES DA SILVA

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FUNDAO DE APOIA ESCOLA TCNICA

FUNDAO DE APOIA ESCOLA TCNICA

ESCOLA TCNICA ESTADUAL DE SANTA CRUZEPILEPSIA EM CRIANAS NA FAIXA ETRIA DO PR-ESCOLAR, DO ESCOLAR E NOS ADOLESCENTESISABELLE GONALVES DA SILVARio de Janeiro

2014FUNDAO DE APOIA ESCOLA TCNICA

ESCOLA TCNICA ESTADUAL DE SANTA CRUZ

EPILEPSIA EM CRIANAS NA FAIXA ETRIA DO PR-ESCOLAR, DO ESCOLAR E NOS ADOLESCENTES

ISABELLE GONALVES DA SILVATrabalho apresentado disciplina Projetos II da Escola Tcnica Estadual de Santa Cruz como requisito parcial para avaliao do 3 trimestre da mesma.Orientadora: Prof. Camila DiasRio de Janeiro

2014

ISABELLE GONALVES DA SILVAEPILEPSIA EM CRIANAS NA FAIXA ETRIA DO PR-ESCOLAR, DO ESCOLAR E NO ADOLESCENTETrabalho apresentado disciplina Projetos II da Escola Tcnica Estadual de Santa Cruz como requisito parcial para avaliao do 3 trimestre da mesma.Orientadora: Prof. Camila DiasNota: ________BANCA EXAMINADORA________________________________________________

Prof. Camila DiasDedico esta dissertao a Deus e aos meus pais, Iraci Gonalves e Marcos, exemplos de vida, e principais estmulos a esta conquista. Igualmente merecedor desta dedicatria, Leonardo Lopes, pelo carinho e compreenso.RESUMOA epilepsia uma doena neurolgica causada pela disfuno do sistema nervoso associada a interrupes repetidas e imprevisveis da atividade eltrica cerebral, chamada crises epilticas.

Existem diversas causas para a epilepsia na infncia. No entanto, em 75% dos pacientes, no possvel encontrar qualquer causa. Ela tem como as principais causas: ferimentos sofridos na cabea, sendo eles recentes ou no, traumas na hora do parto, tumores e outras doenas neurolgicas tambm facilitam o aparecimento da epilepsia.

Algumas pessoas, quando so diagnosticadas corretamente, tratadas em tempo, com a medicao apropriada, podem conseguir reduzir ou interromper completamente os medicamentos anticonvulsivos depois de no ter episdios durante anos, porm depender do tipo de crises que ela tem, podendo ser: convulses ou quedas sbitas; episdios curtos e muito frequentes; sensaes de distoro que na realidade os outros no notam; comportamento confuso, quase hipntico, durante o qual a criana no tem conscincia do que se passa; abalos momentneos das mos ou do corpo. E depender tambm se a medicao dar resultado. Caso contrrio dever ser avaliada a possibilidade de cirurgia.

A cirurgia para a epilepsia s indicada para os casos em que a crise epiltica comea numa pequena rea do crebro, quando j tomou todos os tipos de medicamentos e no obteve o efeito esperado ou quando a rea do crebro que entra em crise, podendo ser retirada sem comprometer a sade do paciente.

Entretanto, certos tipos de epilepsia infantil desaparecem ou melhoram com a idade, geralmente no final da adolescncia ou depois dos 20 anos, porm tem pessoas que a epilepsia pode ser uma doena para a vida toda, sendo necessrio ser avaliada a possibilidade de cirurgia.

Geralmente, comea-se o tratamento dessa doena neurolgica a partir da segunda crise. O uso da medicao tem o objetivo de bloquear as crises, eliminando a atividade anormal do crebro, a fim de assegurar boa qualidade de vida para o paciente. O sucesso do tratamento depende fundamentalmente do paciente que precisa fazer uso regular da medicao por algum tempo, no necessariamente por toda a vida. Ele precisa entender sua condio, saber que medicao est usando e quais so seus efeitos colaterais. Enquanto toma o remdio, que fornecido pelo Ministrio da Sade ou pela Unidade Bsica de Sade, importante manter o acompanhamento mdico regular para controle.

Palavras-chave: Eilepsia. Crianas. Adolescentes. Tratamentos. Diagnstico. Tipologias. Causas. Caractersticas de cada crise. Assistncia.

ABSTRACTEpilepsy is a neurological disorder caused by the associated repeated and unpredictable disruptions of brain electrical activity nervous system dysfunction called epileptic seizures.

There are many causes of epilepsy in childhood. However, in 75% of patients can not find any cause. It has as main causes: injuries to the head, they are recent or not, trauma during childbirth, tumors and other neurological diseases also facilitate the onset of epilepsy.

Some people, when they are correctly diagnosed, treated in time, with the appropriate medication, may be able to reduce or completely stop anticonvulsant drugs after not having episodes for years, but will depend on the type of seizures she has, may be: seizures or falls sudden; short episodes and very frequent; sensations of distortion in reality others do not notice; , almost hypnotic, confused behavior during which the child has no awareness of what is going on; momentary tremors of the hands or body. And also depend on whether the medication will result. Otherwise the possibility of surgery should be evaluated.

The surgery for epilepsy is indicated only in cases where the epileptic seizure starts in a small area of the brain, when they took all kinds of drugs and does not obtain the expected effect, or when the area of the brain entering crisis and can be removed without compromising the patient's health.

However, certain types of childhood epilepsy go away or improve with age, usually in late adolescence or after age 20, but people who have epilepsy can be a disease for life, being necessary to the possibility of surgery to be evaluated.

Generally, you start the treatment of this neurological disease from the second crisis. The use of the medication is intended to block seizures, eliminating the abnormal brain activity, so as to ensure good quality of life for the patient. The success of treatment depends mainly on the patient who needs regular use of medication for some time, not necessarily for life. He needs to understand your condition, know that medication is using and what are its side effects. While taking the drug, which is provided by the Ministry of Health or the Basic Health Unit, it is important to maintain regular medical monitoring to control.

Keywords: Eilepsia. Children. Teens. Treatments. Diagnosis. Typologies. Causes. Characteristics of each crisis. Assistance.

SUMRIO1. ConceitoIX2. Tipos de epilepsia infantilIX3. Causas que deixam as crianas e os adolescentes mais propensos a serem epilpticosXVI4. DiagnsticosXVII5. TratamentosXVIII5.1 Tratamento medicamentosoXVIII5.2 Tratamento cirrgicoXIV5.3 Tratamento atravs de uma dieta alimentar rica em gordurasXV6. Assistncia de enfermagem a pacientes com diagnstico de epilepsia e aos seus

familiaresXVIRefernciasXXIIIAnexo AXXVINTRODUO

1. ConceitoA epilepsia uma disfuno do crebro que cursa com descargas eltricas anormais e excessivas do crebro, que interrompem temporariamente sua funo habitual e produzem manifestaes involuntrias no comportamento, no controle muscular, na conscincia e/ou na sensibilidade do indivduo. Grande parte das sndromes epilpticas tem incio na infncia e cerca de 50% dos casos de epilepsia ocorrem em crianas menores de 5 anos de idade.

Toda convulso uma crise epilptica, mas alm da convulso existem vrias formas de crises epilpticas. Na convulso o paciente apresenta movimentos grosseiros de membros, desvio dos olhos, liberao de esfncteres e perda de conscincia. E um exemplo comum de crise epilptica no convulsiva a crise de ausncia, ou seja, existem diversos tipos de epilepsia infantil.

2. Tipos de epilepsia infantilH diversos tipos diferentes de epilepsia e cada tipo tem uma combinao diferente e de sintomas, a idade do incio, o tipo e a frequncia das convulses ou das apreenses, o tipo de tratamento e da resposta possvel terapia. As crises epilticas podem ser classificadas em parciais ou focais (incio restrito a determinada regio do crtex cerebral) e generalizadas (incio em amplas reas de ambos os hemisfrios cerebrais).

Nas fases pr-escolar e escolar, h um perodo benigno em que prevalecem as sndromes epilpticas idiopticas com bom prognstico: ausncia clssica, epilepsia com crises generalizadas tnico-clnicas, mioclnica juvenil, parcial benigna rolndica, com paroxismos occipitais, parcial benigna com sintomas afetivos, epilepsia com crises generalizadas tnico-clnicas ao despertar, epilepsia de ausncia juvenil. E por outro lado h um grupo de sndromes epilpticas com difcil controle medicamentoso que levam a um atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, entre elas a sndrome de Lennox-Gastaut, a sndrome de Doose e a encefalite crnica de Rasmussen.

Epilepsia generalizada tipo ausncia (EGA) A ausncia clssica caracteriza-se por crises de desligamento. Em sua forma tpica h perda de conscincia de incio e trmino abruptos, episdios de olhar vago, de curta durao (5 a 25 segundos). A crise pode ser acompanhada de automatismos motores orais, palpebrais ou vegetativos, sem fenmenos ps-ictais. Ocorre vrias vezes ao dia, benigna e no est relacionada com atraso neuropsicomotor ou com leso estrutural cerebral.

A Classificao Internacional de Crises Epilpticas (1981) caracteriza seis tipos clnicos de crise de ausncia. A descrio mais precisa baseia-se no registro simultneo com videoteipe e eletrencefalografia. As variedades clnicas de ausncia so:

1) ausncia simples com alterao da conscincia (10% dos casos);

2) ausncia com componentes clnicos, geralmente em plpebras (50% dos casos), lbios e queixo;

3) ausncia com componente atnico por diminuio do tnus muscular, com queda da cabea e dos braos (20% dos casos);

4) ausncia com componente tnico por aumento do tnus da musculatura extensora com retropulso do tronco;

5) ausncia com automatismos, durante os quais o paciente pode continuar o que estava fazendo, como comer, andar, ou mesmo iniciar movimentos novos como deglutir, lamber lbios e mexer em roupas;

6) ausncia com componente autonmico por dilatao pupilar, taquicardia, rubor e palidez.

Alguns fatores podem desencadear as crises de ausncia como: surpresa, medo, raiva, tristeza, mgoa e constrangimento.

O incio do quadro ocorre entre 3 e 11 anos, com pico entre 5 e 7 anos de idade, sendo mais frequente em meninas. Alguns pacientes apresentam crises convulsivas generalizadas tnico-clnicas associadas infrequentes e de fcil tratamento (40% dos casos). Embora de evoluo benigna e de bom prognstico, as crises de ausncia podem ser confundidas com episdios de distrao. importante lembrar que a prova de hiperventilao, realizada por respirao rpida durante 3 minutos, desencadeia a crise de ausncia em mais ou menos 50% dos casos. uma prova simples que pode ser utilizada de rotina no consultrio. O tratamento de eleio da EGA feito com o cido valprico ou com a etossuximida.

Epilepsia com crises tnico-clnicas generalizada na infncia (CGTC)As CGTC tm uma srie de componentes que se apresentam seguindo uma ordem. H brusca perda da conscincia acompanhada de contrao tnica generalizada e, s vezes, um grito com queda do paciente. Essa fase dura cerca de 1 minuto e est associada com apneia e cianose, em seguida ocorrem contraes clnicas generalizadas que diminuem progressivamente at chegar a um relaxamento total. Durante a convulso pode ocorrer a mordedura da lngua, fenmenos vegetativos como a hipertenso arterial, taquicardia, sudorese, sialorria e dilatao pupilar.

Podem estar associadas a crises de ausncia em 40% dos casos.

Aparece entre 3 e 11 anos de idade, podendo haver um histrico familiar de epilepsia em 25% dos casos. O prognstico favorvel, com boa resposta ao tratamento medicamentoso, principalmente para os casos no associados com crises de ausncia.

Epilepsia parcial primria da infncia epilepsia rolndica benigna (ERB) o tipo mais comum de epilepsia em crianas pr-escolares e escolares. Surge em crianas neurologicamente normais, entre 4 e 10 anos de idade, com pico aos 8 anos. As crises so caracterizadas por manifestaes motoras orofaciais, contraes tnicas ou clnicas em um lado da face, rudos na boca, tremores na lngua, dificuldade para deglutir, bloqueio fonatrio, parestesias na lngua, podendo apresentar-se como crise generalizada durante o sono. Sua frequncia maior entre as meninas.

A evoluo benigna, e o tratamento eficaz na reduo da frequncia e da intensidade das crises. Em 20% dos casos, as crises podem ser frequentes e de difcil controle, porm, no persistem alm da adolescncia. Utiliza-se o fenobarbital, a carbamazepina ou a fenitona para o tratamento. Alguns autores preconizam a administrao do sulthiame, um derivado da sulfonamida, pelos bons resultados clnicos e tambm pela significativa melhora eletrencefalogrfica obtidos.

Epilepsia benigna da infncia com paroxismos occipitais (EBPO) tipo GastautGastaut (1982) descreveu a EBPO como uma sndrome epilptica distinta com manifestaes caractersticas e bom prognstico. Trata-se de uma epilepsia que comea entre 15 meses e 17 anos de idade, com maior frequncia aos 7 anos. As manifestaes clnicas so caracterizadas por sintomas visuais como perda de viso (65% dos casos), fosfenos (60% dos casos) e menos frequentemente alucinaes e iluses visuais, com ou sem generalizao subsequente. Em 30% dos casos observa-se cefaleia como manifestao pr ou ps-ictal, acompanhada de nuseas, vmitos e com durao de horas. Os pacientes apresentam casos familiares de epilepsia ou de convulso febril em 35% dos casos e de enxaqueca em 15%.

O prognstico bom com controle das crises em 60% com tratamento medicamentoso.

Epilepsia benigna da infncia com paroxismos occipitais (EBPO) tipo panayiotopoulosTrata-se de uma epilepsia que comea entre 12 meses e 12 anos, com maior frequncia aos 5 anos de idade. As manifestaes clnicas so caracterizadas por sintomas de verso oculoceflica e vmitos com ou sem generalizao subsequente, geralmente noturna. No perodo ictal podem ser observadas alteraes comportamentais, como irritabilidade e palidez. A cefaleia pode estar associada com o perodo ictal, ou o ps-ictal e histria de convulso febril muito frequente.

O prognstico bom, a droga de eleio utilizada a carbamazepina com controle adequado das crises.

Epilepsia parcial benigna com sintomas afetivosConsiderada atualmente como uma variante benigna da epilepsia parcial benigna com paroxismos centro-temporais, foi descrita por Dalla Bernardina et al. em 1980, como uma nova forma de epilepsia com evoluo benigna. As crises epilpticas aparecem entre 2 e 10 anos de idade com maior incidncia aos 4 e 9 anos de idade. Em todos os casos as crises so caracterizadas como manifestao de angstia e terror: as crianas comeam a chorar, chamar a me, cobrir o rosto com as mos. A esse comportamento se associam sinais neurovegetativos de palidez, rubor, sudorese, dor abdominal, movimentos do tipo mastigatrio ou de deglutio ou bloqueio da fala com durao de 30 a 60 segundos e se repete vrias vezes por dia em viglia e sono.

H presena de antecedentes familiares de epilepsia em 40% dos casos. O prognstico bom, com boa resposta medicamentosa.

Epilepsia com crises generalizadas tnico-clnicas (CGTC) ao despertarRefere-se a crises epilpticas do tipo generalizada tnico-clnica que ocorrem no despertar, independentemente da hora do dia. Surge entre 6 e 20 anos de idade, com pico maior na puberdade e um predomnio no sexo masculino. H histria familiar de epilepsia em 7% a 12,5% dos casos. As crises generalizadas tnico-clnicas podem estar associadas a outras crises epilpticas como as mioclnicas e as de ausncia, as quais geralmente precedem as CGTC.

Para o diagnstico de CGTC ao despertar, pelo menos 90% das crises devem ocorrer nas duas primeiras horas do despertar ou durante a fase de relaxamento do sono noturno.

Esses pacientes devem evitar fatores precipitantes como trabalho ou profisso com mudana de turnos. H uma resposta relativa ao tratamento medicamentoso, com recorrncia aps a retirada da medicao em 63% a 83% dos casos.

Sndrome de Lennox-GastautA sndrome de Lennox-Gastaut uma forma grave de epilepsia, caracterizada por diferentes tipos de crises epilpticas recorrentes, frequentemente associadas a retardo mental e a um padro eletrencefalogrfico caracterstico. Ela responsvel por 2% a 3% das epilepsias na infncia. Geralmente ocorre em crianas de 1 a 7 anos, principalmente na idade pr-escolar.

As crises epilpticas mais comuns nessa sndrome so as tnicas, atnicas e ausncias atpicas, mas outros tipos de crises epilpticas podem estar associados, tais como crises mioclnicas, crises parciais e crises generalizadas tnico-clnicas. Existem dois subgrupos etiopatognicos da sndrome de Lennox-Gastaut: o criptognico, definido como um grupo em que no se consegue identificar o fator causal, e o sintomtico, em que as etiologias mais frequentemente encontradas so hipxia perinatal, meningoencefalite, malformaes cerebrais, prematuridade, infeces congnitas e facomatoses.

Muitos pacientes com sndrome de Lennox-Gastaut tm retardo mental, mas, eventualmente, podem apresentar desenvolvimento neuropsicomotor adequado, geralmente aqueles com crises epilpticas controladas e pacientes com a sndrome de incio tardio.

Sndrome de DooseEpilepsia com crises mioclnico-asttica, tambm conhecida como sndrome de Doose, ocorre em 0,2% das crianas com epilepsia, apresenta caractersticas semelhantes sndrome de Lennox-Gastaut em que o retardo mental pode ser evitado com o controle adequado das crises epilpticas. A epilepsia inicia entre 2 e 5 anos de idade, caracterizada por crises epilpticas do tipo drop attacks, mas outros tipos de crises podem estar associados.

Epilepsia mioclnica juvenil (EMJ)Esta sndrome caracteriza-se por mioclonias arrtmicas, irregulares, repetitivas, bilaterais ou unilaterais que envolvem principalmente membros superiores, levando frequentemente queda de objetos das mos. A idade habitual de incio do quadro de 12 a 18 anos. As crises ocorrem principalmente em fases superficiais do sono, no despertar e nas fases iniciais do adormecer.

Podem associar-se a crises generalizadas tnico-clnicas em aproximadamente 90% e a ausncias em 10% a 40% dos casos. Grunewald et al. observaram que entre 15 pacientes com epilepsia mioclnica juvenil, as crises de ausncia comearam em mdia com 9,5 anos, as crises mioclnicas com 14,3 anos e as crises generalizadas tnico-clnicas com 16,1 anos.

Existe uma forte predisposio familiar, porm o padro de herana nem sempre claro.

Em geral, a EMJ tem boa resposta ao tratamento com cido valprico e estes adolescentes devem seguir com algumas orientaes, como a de evitar sono fragmentado (siesta), evitar estimulantes do SNC como o caf, o lcool e a privao do sono. Alguns autores referem que o valproato dado em uma nica dose noturna proporciona excelente eficcia teraputica. Apesar da excelente resposta ao tratamento, a retirada da medicao leva recorrncia de crises na maioria dos pacientes.

Sndrome de RasmussenA descrio original desta sndrome foi realizada por Rasmussen em 1958, quando relatou 3 casos de crianas com crises epilpticas parciais e encefalite crnica localizada. Na maioria dos casos, o incio da doena ocorre na infncia entre 1 e 10 anos de idade, com incidncia semelhante entre os sexos. Muitas crianas tm nascimento e desenvolvimento normais antes de iniciarem os distrbios neurolgicos da sndrome. Em 50% dos casos, h histria prvia de infeco respiratria e infeco gastrintestinal 6 meses antes do incio dessa entidade. O primeiro sinal de encefalite crnica o aparecimento de crises epilpticas parciais com ou sem generalizao subsequente.

Em 50% dos casos, a epilepsia parcial contnua ocorre em poucos anos aps o incio e status epilepticus convulsivo que ocorre em 20% dos pacientes. O status epilepticus um distrbio grave, que pode causar leses cerebrais srias ou at mesmo a morte. Ele definido como um padro de crises convulsivas generalizadas recorrentes com durao de cerca de 5 minutos intercaladas por perodos muito breves de alvio parcial. Quanto mais tempo o estado durar, maior o risco de leses cerebrais permanentes.

Em mais de 1/3 dos pacientes, oStatus Epilepticus a primeira manifestao da epilepsia. Outros 30% dos casos ocorrem em pacientes que no esto fazendo uso correto dos medicamentos anticonvulsivantes ou atravs de alguma outra doena. Mais de 50% das crises deStatus Epilepticusocorre em crianas. Felizmente, menos de 8% dos casos resultam na morte do paciente.

Nos estgios iniciais da doena, o diagnstico de encefalite crnica pode no ser percebido, e a suspeita realizada com o desenvolvimento de deteriorao neurolgica progressiva, comeando no primeiro ano em 40% dos pacientes, no segundo e no terceiro anos em 40% dos pacientes e em 4 a 15 anos a partir do incio em 20% dos pacientes. O primeiro sinal que aparece uma hemiparesia lenta e progressiva, podem ocorrer defeitos no campo visual. Associados a esses sinais aparecem deteriorao intelectual e distrbio de comportamento. H relatos de ocorrncia da sndrome em adultos e adolescentes.

Utiliza-se a investigao neurorradiolgica para revelar se h alguma atrofia cerebral unilateral progressiva, geralmente com incio na regio temporoinsular, que tambm pode ser observada na tomografia computadorizada e na ressonncia magntica do crnio. As alteraes patolgicas observadas na sndrome de Rasmussen no so especficas e as caractersticas clnicas variam de acordo com a durao e a atividade da doena.

As crises epilpticas so refratrias s drogas antiepilpticas habituais e o tratamento geralmente requer politerapia com altas doses. A hemisferectomia a mais efetiva no controle das crises. Entre outras tentativas medicamentosas esto: o uso de esterides, gamaglobulina intravenosa e terapia antiviral (interferon, aciclovir e zidovudina).

Epilepsia de ausncia juvenilNeste tipo de epilepsia, as crises de ausncia no diferem das crises de ausncia da infncia, porm, ocorrem com menor frequncia. A idade de incio na puberdade, entre 10 e 17 anos. A associao com crises generalizadas tnico-clnicas ocorre em 83% dos casos e com mioclnicas em 15%.

A resposta teraputica boa na maioria dos casos, independentemente de as ausncias estarem ou no associadas a crises generalizadas tnico-clnicas ou a mioclnicas.

3. Causas que deixam as crianas e os adolescentes mais propensos a serem epilpticosEm cerca de 75% dos casos de epilepsia, as causas no so conhecidas e a doena chamada de epilepsia essencial. No restante dos casos, algumas causas podem ser: Causas genticas: alguns casos de epilepsia so hereditrios. Os cientistas estimam que mais de 500 genes possam estar relacionados com a epilepsia. Embora a bagagem gentica parea estar muito associada com o tipo de crise convulsiva desenvolvida, importante ressaltar que no apenas a hereditariedade far o indivduo ser epilptico ou no. Fatores ambientais e sociais so importantes para o desencadeamento da doena; Traumatismo na cabea:traumas sofridos sobre a caixa craniana, como em acidentes e quedas, podem desencadear crises epilpticas. Infeces:doenas comomeningite,AIDS e encefalite viral podem desencadear crises epilpticas. Danos pr-natais: infeces, danos causados por falta de oxignio ou nutrio deficiente podem lesar o crebro dos fetos. Alguns casos de epilepsia infantil esto associados paralisia cerebral e outras desordens neurolgicas. Desordens do desenvolvimento:condies como o autismo e a Sndrome de Down esto associados com a epilepsia. Tumores cerebrais:alguns tumores que causam epilepsia so os astrocitomas, gangliomas, meningiomas, glioblastoma, etc. Malformaes vasculares:cavernomas cerebral, malformaes artrio-venosas, sequelas de isquemia, etc.

Acredita-se que esses fatores produzam uma hiperexcitabilidade dos neurnios cerebrais, fazendo com que estes propaguem muitos impulsos eltricos e iniciem a convulso.

4. DiagnsticoAs crises no epilpticas correspondem a eventos muito frequentes, particularmente na populao peditrica, e seu diagnstico diferencial com as verdadeiras crises epilpticas fundamental para evitar o tratamento desnecessrio de crianas com drogas antiepilpticas. Os principais eventos no epilpticos observados na prtica clnica diria so:

1. Sncope e crise de perda de flego

2. Distrbios de sono

3. Mioclonia benigna do sono

4. Ataque isqumico transitrio

5. Distrbios de movimento (tremor, distonia, mioclonia no epilptica)

6. Crises no epilpticas psicognicas

7. Desordens psiquitricas

8. Intoxicao aguda

9. Efeito de drogas (metoclopramida e haloperidol)

10. Entre outros.

O diagnstico principalmente clnico e est baseado na descrio da crise fornecida pelo paciente e por outra pessoa que esteja presente naquele momento, especialmente quando h perda de conscincia.

Muitas condies clnicas podem imitar as crises epilpticas. Tudo o que pode causar uma diminuio da conscincia, que esto associados a movimentos ou posturas anormais, distrbios psicolgicos e distrbios do sono, tm sintomas em comum com convulses. Muitas vezes, s uma histria detalhada e exame fsico do evento so necessrios para distingui-los, mas tambm pode ser feitos outros testes para se confirmar. A histria detalhada e exame fsico so elementos importantes, que no s servem para diferenciar entre as crises no epilpticas e outros distrbios paroxsticos, mas tambm servem para diferenciar o tipo de crise associada com a idade de apresentao e descobertas eletroencefalogrticas, podendo encontrar a etiologia da crise.

O eletrencefalograma (EEG) outro mtodo de diagnstico das crises convulsivas e das epilepsias. Ele pode se apresentar sem alteraes no perodo intercrises, o que no afasta o diagnstico de epilepsia.

Outro fator que pode auxilia no diagnstico o uso da ressonncia magntica (RM), a qual possibilita a visualizao de pequenas reas lesionadas, impossveis de serem detectadas na tomografia, antigamente o nico meio de analise do crebro por imagem (TC). No entanto o principal papel RM no diagnstico da etiologia das epilepsias intratveis farmacologicamente, como o distrbio de migrao neural, sendo um mtodo indispensvel na programao da cirurgia da epilepsia.

5. TratamentosH duas formas de controle dos ataques epilpticos, o tratamento medicamentoso e o cirrgico. Existe tambm o tratamento atravs de uma dieta alimentar rica em gorduras.5.1 Tratamento medicamentosoA primeira forma de controle (e qual responde 70% dos casos) o uso de medicamentos. Dos mais antigos aos mais modernos, os anticonvulsivantes visam a regular a atividade eltrica do crebro. Alguns estimulam a produo do neurotransmissor Gaba, substncia responsvel por reduzir o ritmo de funcionamento dos neurnios. Outros inibem a sntese dos neurotransmissores glutamato e aspartato, associados acelerao da atividade neural. E h ainda os remdios que fazem as duas coisas ao mesmo tempo.

A epilepsia uma daquelas doenas em que o melhor tratamento varia muito de paciente para paciente, em que a escolha da medicao mais adequada quase sempre resultado de uma sucesso de tentativas e erros. Para se ter uma ideia dos progressos nessa rea, nos anos 60, os anticonvulsivantes funcionavam apenas para metade dos doentes. O avano se deu com a criao de molculas mais precisas o que levou a uma reduo dos efeitos colaterais.O tratamento com remdios, na maioria das vezes, dura pelo menos cinco anos.

Porm, o tratamento antiepilptico no recomendado antes de uma segunda crise, exceto na existncia de tumor cerebral ou se o estado epilptico foi a primeira manifestao, o que torna provvel a repetio do quadro. Esta conduta diminui a chance do indivduo fazer uso de droga antiepilptica desnecessariamente por longos anos, como ocorria no passado. Aps uma segunda crise, os riscos de recorrncia so maiores do que aps a primeira, com relatos de 90% de chances de ocorrer a terceira crise. Em tais casos especiais, o tratamento antiepilptico aps uma primeira crise pode ser iniciado. A deciso deve ser tomada em conjunto com o paciente e os familiares, considerando os aspectos mdicos e sociais.

5.2 Tratamento cirrgicoA segunda forma de controle das crises epilticas a cirurgia. A epilepsia intratvel clinicamente diagnosticada quando a resposta aos diferentes tratamentos farmacolgicos negativa e a etiologia identificada demonstra impossibilidade desta resposta. Nestes casos, a nica sada de tratamento a cirurgia. O fato de tantas drogas serem utilizadas para diferentes tipos de epilepsia demonstra, ainda, a dificuldade de se encontrar uma ideal, fazendo que a criana fique mais predisposta a ter que se submeter a uma cirurgia. A droga ideal deveria ser:

a) til para o maior nmero de crises;

b) com vida mdia longa, o que permitiria o uso em uma tomada diria;

c) sem efeitos colaterais indesejveis;

d) de baixo custo.

Embora o controle total das crises seja o objetivo comum de qualquer indicao cirrgica, em crianas a recuperao do desenvolvimento e melhora comportamental podem ser conseguidos pela reduo significativa das crises e diminuio substancial da quantidade de medicamentos ingeridos.

O sucesso da cirurgia da epilepsia na infncia recente, praticamente aps a dcada de 80. Ela consiste ou na retirada da regio cerebral doente ou na implantao de eletrodos prximos ao crebro ou dentro dele. Tais dispositivos disparam pequenos choques de modo a regular a atividade eltrica dos neurnios. Mesmo os pacientes submetidos cirurgia tm de manter os medicamentos por pelo menos trs anos em doses, no entanto, muito menores.

Trata-se de uma deciso importante, em geral s considerada nos casos que cursam com crises frequentes. Assim, avaliaes psicolgica e neurofisiolgica completas devem ser realizadas. Existem alguns fatores que podem indicar um grau de maior urgncia para realizar a cirurgia, que :

1) idade do paciente;

2) frequncia de crises;

3) efeito das crises no desenvolvimento;

4) efeitos das medicaes no desenvolvimento;

5) a natureza da resseco a ser realizada e a oportunidade da plasticidade cerebral em cirurgias extensas.

. Sabe-se que, aps o tratamento cirrgico das epilepsias refratrias, o paciente pode permanecer livre de crises, apresentar crises raras, ter significativa melhora ou manter inalterada a frequncia das crises.

5.3 Tratamento atravs de uma dieta alimentar rica em gordurasUm estudo realizado por pesquisadores britnicos sugere que uma dieta alimentar de alto consumo de gorduras e protenas e baixo de carboidratos, como pes e massas, conhecida tambm como cetognica, pode ser eficaz no tratamento de crianas com epilepsia.Os pesquisadores, da University College of London, fizeram uma experincia com 145 crianas com idades entre 2 e 16 anos, que apresentavam crises epilticas dirias e no haviam respondido a tratamentos com medicamentos. Metade das crianas entrou na dieta imediatamente e a outra metade iniciou o regime trs meses mais tarde.

Os especialistas verificaram que as crianas que estavam na dieta tiveram suas crises epilticas reduzidas em at dois teros, enquanto as que estavam fora dela continuaram registrando a mesma freqncia nas convulses. Cinco pacientes, afirmaram os cientistas, tiveram uma diminuio de mais de 90% na freqncia das crises. A dieta, no entanto, provocou alguns efeitos colaterais nos voluntrios, como priso de ventre, vmito, cansao e fome.

Os especialistas ainda no sabem exatamente como a dieta funciona, mas acredita-se que corpos cetnicos, produzidos pela queima de gorduras, ajudem a combater as convulses.

Helen Cross, coordenadora do estudo, disse que os benefcios da dieta j so conhecidos h algum tempo, mas que o regime ainda no muito divulgado porque enfrenta grande resistncia por parte das crianas. A mdica pondera que a dieta deveria ser usada apenas em pacientes com formas severas da doena. Se a epilepsia for facilmente controlvel com a mediao, eu no recomendaria o regime. Mas se pelo menos dois tratamentos j falharam, ento a dieta deve ser considerada, disse ela.6. Assistncia de enfermagem a pacientes com diagnstico de epilepsia e aos seus familiaresO cuidado de enfermagem vai desde a orientao sobre a patologia quando acontece o diagnstico clnico at os cuidados intensivos em caso de crise epilptica, contribuindo para a melhor qualidade de vida dessas crianas e adolescentes, bem como sua famlia. Quando ocorre o diagnstico da doena, a equipe de enfermagem deve explicar a criana/adolescente o que essa doena que agora ela est portando, fazendo com que ela aceite a doena, para fazer o tratamento corretamente e ter uma possibilidade de cura breve. Deve ser explicada, tambm, a importncia de tomar os medicamentos, para preveno das convulses e o que pode ocorrer caso seja interrompido o tratamento sem a orientao mdica.

A enfermagem tendo como um dos seus objetivos a orientao familiar, a partir do levantamento das informaes colhidas durante a entrevista com os pais h a viabilizao desse objetivo, pois lhe oferece embasamento sobre qual a necessidade do paciente/familiar. E com a entrevista possvel tambm estabelecer um vnculo com o paciente/pais, e isso mostra ao ouvinte que em caso de dvidas e questionamentos ele tem a quem recorrer. O enfermeiro (a) deve, durante a entrevista, certificar-se que os pais/responsveis sabem reconhecer quando o paciente apresenta crise e a classificar o tipo de crise conforme os sinais e sintomas.

importante fazer o registro minucioso das convulses (frequncia, tempo de durao, local e etc.), o que permite atravs da anlise dos dados, demonstrarem um possvel padro das crises epilticas. Esse registro possibilita perceber quais so os sinais que a criana ou adolescente demonstra antes da crise, e reconhecimento de possveis fatores externos desencadeantes. Com o diagnstico desses fatores, possvel propor ao paciente/pais realizar mudanas ou mesmo evitar essas situaes, que podero minimizar ou evitar as crises. O enfermeiro (a) deve orientar que o horrio para a medicao pode coincidir com rotinas dirias, como nas refeies ou na hora de dormir, pois assim h menos chances de esquecimento. E deve tambm alertar os familiares de possveis efeitos colaterais, como as alteraes comportamentais que so causadas pelas medicaes primidona, fenobarbital e fenitona.

O enfermeiro deve tambm informar aos pais/responsveis sobre como agir diante de se deparar com a criana ou adolescente no momento de uma crise epiltica: devendo manter o ambiente calmo afastando as pessoas desnecessrias; colocar o paciente em decbito lateral; retirar objetos duros ao redor da criana ou do adolescente; proteger as bochechas e a lngua da mordedura e proteger a cabea. Se a crise persistir mais de 10 minutos, chamar a SAMU. O enfermeiro deve atentar a alguns dados na hora da crise convulsiva, que so: local aonde comea e termina o movimento; movimento ocular; alterao da pupila; nvel de conscincia durante a crise; frequncia, durao, nmero de episdios de crise; comportamento aps o episdio entre outros.

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