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Epidemiologia vol. 4 Principais temas para provas SIC EPIDEMIOLOGIA

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Page 1: Epidemiologia vol. 4...culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde

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Principais temas para provas

SIC EPIDEMIOLOGIA

Page 2: Epidemiologia vol. 4...culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde

Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais

Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite

Projeto Gráfico: SONNE - Jorlandi Ribeiro

Diagramação: Diego Cunha Sachito - Jorlandi Ribeiro - Jovani Ribeiro - Paulo Sergio Gualtieri

Criação de Capa: R2 Editorial

Assistência Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore

Preparação de Originais: Andreza Queiroz

Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza

Revisão de Texto e de Provas: Caroline R. dos Anjos - Marcela Zuchelli Marquisepe

Maria Adriana Taveira - Mariana Rezende Goulart - Mônica d’Almeida

Serviços Editoriais: Eliane Cordeiro - Tatiana Alves

Serviços Gráficos: Thaissa Câmara Rodrigues

Abril, 2018Proibida a reprodução total ou parcial.

Os infratores serão processados na forma da legislação vigente.Direitos exclusivos para a língua portuguesa licenciados

à Medcel Editora e Eventos Ltda.Av. Paulista, 1776 - 2º andar - São Paulo - Brasil

www.medcel.com.br(11) 3511 6161

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

O conteúdo deste livro é específico para provas, visando, principalmente, informar o leitor sobre as tendências das avaliações e prepará-lo para elas. Além disso, não é recomendado para a prática médica ou para a formação acadêmica. Acrescente-se que há a probabilidade de discordâncias entre conceitos das diferentes instituições, e que as informações contidas neste material estão de acordo com o regime vigente no momento da publicação, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos.

Principais temas em Epidemiologia / Alex Jones Flores Cassenote - Marília Louvison - Aline Gil Alves Guilloux - Augusto César Ferreira de Moraes - Nathalia Carvalho de Andrada - Thaís Minett - Valéria Troncoso Baltar - Marina Gemma - Lucas Primo de Carvalho Alves - 1. ed. -- São Paulo: Medcel, 2018. -- (Principais temas em Epidemiologia)

1. Epidemiologia - Concursos - 2. Residentes (Medicina)

© 2018 by

PRINCIPAIS TEMAS EM EPIDEMIOLOGIAAlex Jones Flores Cassenote - Marília Louvison - Aline Gil Alves Guilloux - Augusto César Ferreira de Moraes -

Nathalia Carvalho de Andrada - Thaís Minett - Valéria Troncoso Baltar - Marina Gemma - Lucas Primo de Carvalho Alves

Page 3: Epidemiologia vol. 4...culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde

Autoria e colaboração

Alex Jones Flores CassenoteGraduado em Biomedicina pelas Faculdades Integradas de Fernandópolis da Fundação Educacional de Fernan-dópolis (FEF). Mestre e doutorando em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Epidemiologista responsável por diversos projetos de pesquisa na FMUSP e na Universi-dade Federal de São Paulo (UNIFESP). Epidemiologista do Centro de Dados e Pesquisas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP). Colabora-dor do Laboratório de Epidemiologia e Estatística (LEE) do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

Marília LouvisonGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Medicina Preventiva e Social pela UNIFESP. Mestre e doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Médica da SES/SP - Coordenadora Es-tadual da Área Técnica de Saúde da Pessoa Idosa 2008.

Aline Gil Alves GuillouxGraduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre e dou-toranda em Ciências pelo Programa de Epidemiologia Experimental e colaboradora de projetos do Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Me-dicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).

Augusto César Ferreira de MoraesGraduado em Educação Física pelo Centro Universitá-rio de Maringá (CESUMAR). Especialista em Fisiologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Ciências pelo Programa de Pediatria e doutorando em Ciências pelo Programa de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Nathalia Carvalho de AndradaGraduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Especialista em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade de Beneficência Portugue-sa de São Paulo. Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Thaís MinettGraduada em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Clínica Médica e em Neurologia e doutora em Neurologia/Neurociências pela UNIFESP, onde é professora adjunta ao Departa-mento de Medicina Preventiva.

Valéria Troncoso BaltarGraduada em Estatística pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade de Campinas (UNICAMP). Especialista em Demografia pelo Centro Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE). Mestre em Ciências pelo Instituto de Mate-mática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP). Doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Fa-culdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Professora adjunta do Departamento de Epidemiologia e Bioestatística do Instituto de Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Marina GemmaGraduada em Obstetrícia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Mestre em Ciências pela Faculdade de Saúde Pú-blica da Universidade de São Paulo (FSP-USP). Professo-ra assistente junto ao curso de Obstetrícia da EACH-USP.

Lucas Primo de Carvalho AlvesGraduado em Medicina e doutorando em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Especialista em Psiquiatria pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Atualização 2018Lucas Primo de Carvalho Alves

Revisão de conteúdoNatália Varago Franchiosi

Revisão técnicaCinthia Ribeiro FrancoDan Yuta NagayaDaniela Andrea Medina MacayaEdivando de Moura BarrosJoão Guilherme Palma UrushimaLuan FortiLucas Kenzo MiyaharaMariana da Silva Vilas BoasMatheus Fischer Severo Cruz HomemNadia Mie Uwagoya TairaPriscila Schuindt de Albuquerque SchilRyo ChibaViviane Aparecida QueirozWilian Martins GuarnieriWilliam Vaz de SousaYuri Yamada

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Apresentação

O ensino médico é desafiador por natureza, e o estudante que se decide pelos fascinantes caminhos da Medicina sabe disso. Fascínio advindo, em grande parte, justamente das inúmeras possibilidades e, até mesmo, obri-gatoriedades que se abrem para esse aluno logo que ele ingressa no ensino superior, a ponto de ser quase impossível determiná-las ou mensurá-las.

Dessa rotina faz parte, por exemplo, um inevitável período de aulas práti-cas e horas em plantões de vários blocos, não só o responsável por grande parte da experiência que determinará a trajetória profissional desse aluno, como também o antecedente imediato do seu ingresso em um programa de Residência Médica que seja referência, no mínimo, em todo o país – o que exigirá dele um preparo minucioso e objetivo.

Esse é o contexto em que toda a equipe de conteúdo da Medcel, forma-da por profissionais das áreas pedagógica e editorial e médicos das mais diferentes especialidades, preparou a Coleção SIC Principais Temas para Provas. O material didático destaca-se pela organização e pelo formato de seus capítulos, inteiramente voltado à interação, com recursos gráficos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamentos, temas frequentes em provas, leituras recomendadas e outros destaques, sem os quais o alu-no não deve prestar nenhum exame. Tudo isso somado às questões ao fi-nal, todas comentadas a partir de uma estrutura que lhe permite identificar o gabarito de imediato.

Com tudo isso, nossa equipe reforça o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa e lhe assegura um excelente estudo.

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Índice

Capítulo 1 - Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos ........................... 15

1. Introdução ...................................................................16

2. Classifi cação de variáveis ....................................... 17

3. Medidas de ocorrência ............................................18

4. Medidas de associação em estudos epidemiológicos ........................................................ 25

5. Variáveis de confusão..............................................33

6. Aplicação da estatística em estudos epidemiológicos ........................................................ 34

7. Erros sistemáticos .................................................... 43

Resumo ............................................................................ 46

Capítulo 2 - Análise de métodos diagnósticos ...................................................... 49

1. Introdução .................................................................. 50

2. Possibilidades diagnósticas ................................. 50

3. Parâmetros ............................................................... 52

4. Curva ROC .................................................................. 54

5. Testes diagnósticos e predições clínicas ........... 56

6. Testes de rastreamento de doenças na população ....................................................................57

Resumo ............................................................................ 62

Capítulo 3 - Estudos epidemiológicos ......... 63

1. Introdução ..................................................................64

2. Classifi cação dos delineamentos ........................64

3. Tipos de delineamentos ..........................................67

4. Estudos qualitativos ............................................... 92

Resumo ............................................................................ 95

Capítulo 4 - Causalidade em Epidemiologia .....99

1. Introdução ................................................................100

2. Postulados de Henle-Koch .................................. 102

3. Critérios de Bradford Hill .................................... 103

4. Postulados de Henle-Koch-Evans .................... 106

5. Amostragem ............................................................ 108

Resumo ...........................................................................110

Capítulo 5 - Medicina baseada em evidências, revisão sistemática e meta-análise .............111

1. Introdução ................................................................. 112

2. Medicina baseada em evidências ...................... 113

3. Revisão sistemática .............................................. 120

4. Meta-análise .............................................................122

5. US Preventive Services Task Force .....................125

Resumo .......................................................................... 128

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

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Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

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Bioestatística aplicada à aná-lise de estudos epidemiológicos

Valéria T. BaltarAlex Jones F. CassenoteMarília Louvison

Neste capítulo, serão tratados temas inerentes ao uso da Estatística em estudos nas áreas de Saúde e Ciên-cias Biológicas. As ferramentas estatísticas envolvem as medidas de tendência central (média, mediana e moda), de dispersão (variância e desvio-padrão) e de associação (razão de prevalência, risco relativo e razão de chances – odds ratio). Além disso, a fi m de tornar mais confi áveis os valores obtidos na análise de um estudo epidemiológico, são estipulados intervalos de confi ança nos quais são delimitados os limites inferior e superior de um conjunto de valores que têm certa probabilidade de conter no seu interior o valor verdadeiro, na população, da medida que se analisa. São feitos testes estatísticos como Z, t de student e kappa, e são feitas seleções/organizações siste-matizadas dos pertencentes a um estudo, a fi m de evitar os mais diferentes tipos de viés (seleção e informação).

1Marina GemmaLucas Primo de Carvalho Alves

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Tabela 6 - Medidas de tendência central e dispersão das variáveis quantitativas presentes na Tabela 3

Moda Média Mediana Variância Desvio-padrão

Idade (anos) 28 36,6 34 84 9,17

Glicose (mg/dL) 124 124,88 120 1.417,44 37,65

Triglicérides (mg/dL) 211 190,14 170,07 4.474,76 66,89

Colesterol (mg/dL) 311 237,16 214 5.679,72 75,36

ImportanteDevido ao fato de

descreverem a posição do conjunto de dados e

indicarem sua varia-bilidade em relação ao

valor central, as medidas de dispersão auxiliam na análise da homoge-neidade dos grupos em

se tratando de variáveis quantitativas, fato rele-vante para a análise das

diferenças estatísticas para os diferentes grupos

considerados em um estudo epidemiológico.

Quando se trata de uma variável contínua cuja frequência de distribui-ção assuma uma curva de Gauss, a média e desvio-padrão são parâ-metros necessários e suficientes para descrever a forma dessa curva. Quando somamos 1 desvio-padrão abaixo e acima da média, isso repre-senta que cerca de 68% da amostra está entre esses valores; quando somamos 1,96 (ou, arredondando, 2) desvios-padrão acima e abaixo da média, isso representa que cerca de 95% da amostra está entre esses valores. As Figuras 2 e 3 representam esses 2 conceitos.

Figura 2 - Gráfico da função de Gauss: representação da curva, conforme modifica-ção das variáveis µ e σ

Figura 3 - Curva de Gauss: em laranja, 1 desvio-padrão; em azul, 2 desvios-padrão

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Causalidade em Epidemiologia

Alex Jones F. CassenoteMarina GemmaLucas Primo de Carvalho Alves

A identifi cação de causas é uma das maneiras do pen-samento científi co de abordar a explicação das origens de um fenômeno, e, sabendo-se a causa, tem-se um conhecimento maior a respeito do fenômeno estudado, na medida em que é possível intervir sobre um efeito quando se remonta à sua causa. Para tanto, foram feitos postulados com o objetivo de determinar os geradores de diferentes doenças, e o mais aceito atualmente é o postulado de Henle-Koch-Evans, pois considera exposi-ções infecciosas e não infecciosas (agentes químicos, por exemplo) prévias como causas para as diversas doenças.

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Pergunta2015 - IFF 2. O estudo da causalidade das doenças é uma das principais atribuições da Epidemiologia, e os critérios de Hill se consti-tuem como uma das alternativas para a interpretação dos achados científicos nessa área. Qual das seguintes alternativas não repre-senta um desses critérios? a) temporalidade b) geografia c) plausibilidade biológica d) força da associaçãoResposta no final do capítulo

5. AmostragemOutra variável importante para ser avaliada na hora de inferir a causali-dade de uma associação é a maneira como os dados foram coletados. De maneira geral, podemos dizer que uma amostra é adequada quando ela é representativa da população de origem; ou seja, estima-se que a propor-ção das múltiplas variáveis encontradas na população seja semelhante à proporção dessas mesmas variáveis na amostra. Não existe método per-feito para que isso seja alcançado; porém, a maneira mais precisa é por meio de uma seleção probabilística de participantes na população, espe-cialmente quando a amostra é muito grande e aleatória (Figura 3). Dessa forma, os pacientes deveriam ser selecionados aleatoriamente de uma população imaginária. Quanto mais a amostra se aproximar desse ideal, maior é a capacidade de o estudo poder inferir causalidade.

Figura 3 - Tipos de amostragem

A - Amostragem probabilística aleatória simplesA amostra probabilística aleatória simples é realizada quando cada in-divíduo da população tem a mesma probabilidade de ser selecionado (Figura 4). Quando esse procedimento é feito em um grande tamanho amostral, de modo que subgrupos minoritários da população consigam ser selecionados, é teoricamente o padrão-ouro das amostragens. En-tretanto, quando a amostra é pequena, indivíduos de subgrupos pe-quenos têm pouca probabilidade de entrar na amostra, tornando o estudo deficitário. Esse tipo de amostragem é realizado, por exemplo, em pesquisas de campanhas eleitorais.

Figura 4 - Amostragens probabilísticas esquematizadas

B - Amostragem probabilística estratificadaA amostra probabilística estratificada (Figura 4) é realizada quando a população é dividida em diferentes estratos de subgrupos e os indi-

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õesQuestões

Epidemiologia

Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos

2017 - INEP - REVALIDA 1. O gestor de saúde de um município de 200.000 ha-bitantes no Brasil desenvolveu um estudo para estimar a prevalência de hipertensão arterial sistêmica para o planejamento da atenção à saúde dessa população, es-pecialmente a dispensação de medicamentos anti-hi-pertensivos. Em uma amostra de 2.500 pessoas pesqui-sadas, 20% (IC95% = 18,5-21,5) apresentavam diagnóstico de hipertensão e já tinham indicação de tratamento medicamentoso. No mesmo ano em que foi desenvolvi-da a pesquisa, 19% da população utilizou as farmácias municipais e privadas para tratamento da hipertensão. Considerando essas informações, assinale a alternativa correta acerca dessa situação epidemiológica:a) a adesão ao tratamento da hipertensão está adequa-

da, uma vez que a proporção de pacientes que utiliza-ram as farmácias para esse tratamento pode ser igual à prevalência estimada da hipertensão

b) a adesão ao tratamento da hipertensão não pode ser avaliada, uma vez que a proporção de pacientes que utilizaram as farmácias para esse tratamento está abaixo da prevalência estimada de hipertensão

c) são necessárias campanhas de orientação para a pre-venção secundária da hipertensão arterial, pois a pre-valência estimada no município é muito maior do que a prevalência atual no país

d) a estimativa da prevalência de hipertensão arterial no município varia de 18,5% a 21,5%, o que difi culta a implementação de políticas estratégicas de adesão ao tratamento nesse município em particular

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - INEP - REVALIDA 2. A Equipe de Saúde da Família de determinada Uni-dade Básica de Saúde (UBS) na região Norte do país iniciou, em 2017, o planejamento e o desenvolvimento de algumas atividades estratégicas que incluíam ações voltadas para:1 - Busca ativa e diagnóstico da hanseníase.2 - Busca ativa de sintomáticos respiratórios.3 - Condução de grupo de orientação alimentar para pesso-as com diabetes mellitus e hipertensão artéria sistêmica.

4 - Implementação de campanha de incentivo à realiza-ção de testes rápidos para a detecção de hepatites virais B e C.Espera-se, com essas medidas, que os indicadores de saúde, na área de abrangência dessa UBS, tenham a se-guinte evolução: a) aumento da taxa de detecção de casos novos de han-

seníase; aumento da taxa de incidência de tubercu-lose; diminuição da taxa de internação por infarto agudo do miocárdio e por acidente vascular cerebral; e aumento das taxas de prevalência das hepatites vi-rais B e C

b) diminuição da taxa de prevalência da hanseníase; diminuição da taxa de mortalidade por tuberculose; diminuição das taxas de letalidade por infarto agu-do do miocárdio e por acidente vascular cerebral; e diminuição das taxas de prevalência das hepatites virais B e C

c) aumento da taxa de prevalência da hanseníase; di-minuição da taxa de mortalidade proporcional por tuberculose; diminuição dos coefi cientes de preva-lência de diabetes mellitus e hipertensão arterial; e diminuição das taxas de mortalidade por hepatites virais B e C

d) aumento da taxa de detecção de casos novos de han-seníase em crianças; aumento da taxa de cura da tu-berculose; diminuição das taxas de mortalidade por diabetes mellitus e hipertensão arterial; e diminuição das taxas de letalidade por hepatites virais B e C

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2017 - UFMT - REVALIDA3. O documento elaborado pela American Urological As-sociation (AUA) sobre o rastreio do câncer de próstata por meio da dosagem do PSA (antígeno específi co da próstata) apresenta as seguintes informações:I - Não há redução da mortalidade geral associada ao rastreio.II - A redução de mortalidade específi ca por câncer de próstata só é demonstrada em alguns estudos. Uma me-ta-análise das evidências disponíveis sugere que essa redução não existe.III - O estudo que mostra redução de mortalidade espe-cífi ca por câncer de próstata aponta que é necessário envolver 1.037 homens no rastreio e identifi car 37 alte-rações do PSA para evitar uma morte.

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sComentáriosEpidemiologia

Bioestatística aplicada à análise de estudos epidemiológicos

Questão 1. O rastreamento de receitas ou de reabasteci-mento de comprimidos em farmácias é um dos métodos de avaliação da adesão ao tratamento anti-hipertensivo, embora, assim como os demais métodos, tenha desvan-tagens. Desse modo, em situações em que o percentu-al da população que utiliza as farmácias para aquisição de medicamentos anti-hipertensivos seja equivalente à prevalência de hipertensos nessa mesma população, pode-se depreender que há uma adesão adequada ao tratamento. A porcentagem da população que retirou medicação está dentro do intervalo de confi ança da amostra (18,5-21,5%).Gabarito = A

Questão 2. A busca ativa e o diagnóstico de hanseníase levarão a um aumento nos casos novos. A busca ativa de sintomáticos respiratórios, levará, em um primeiro mo-mento, a um maior número de casos novos diagnostica-dos, e, na sequência, uma diminuição nos casos de tuber-culose devido a tratamento dos pacientes inicialmente diagnosticados. A orientação alimentar para paciente com diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica tenderá a reduzir a taxa de complicações destas pato-logias e, consequentemente, a taxa de internação por in-farto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. Por fi m, a realização de teste rápido para hepatites B e C levará a um maior diagnóstico de casos novos destas patologias, aumentando, desta forma, sua incidência e, por consequência, sua prevalência.Gabarito = A

Questão 3. Analisando as alternativas:a) Incorreta. O resultado de meta-análises de ensaios clí-nicos sobrepõe-se ao de ensaios clínicos individuais.b) Incorreta. Falso positivo é um PSA aumentado que não se confi rmou com diagnóstico de câncer (e não qual-quer alteração estrutural, com hiperplasia prostática benigna).c) Correta.d) Incorreta. Não evidenciou diminuição de mortalidade.Gabarito = C

Questão 4. Analisando as alternativas:a) Incorreta. A porção compreendida entre +1 e -1 do desvio-padrão da média contém aproximadamente 68% dos casos, enquanto a porção compreendida entre +1,96 e -1,96 desvios-padrão contém aproximadamente 95% dos casos. Ou seja, se uma variável é distribuída normal-mente, espera-se que 95% dos casos estejam com uma diferença de 2 desvios-padrão da média.b) Incorreta. A assimetria de uma base de dados possibi-lita analisar uma distribuição de acordo com as relações entre suas medidas de moda, média e mediana. Em uma distribuição normal, a média coincide com a mediana e a moda, logo a distribuição é simétrica. c) Incorreta. Ocorre quando a distribuição tem 2 modas, isto é, duas frequências máximas. Assumindo-se uma distribuição normal, só há 1 ponto de frequência máxima. d) Correta. A equação da curva normal é especifi cada usando 2 parâmetros: a média e o desvio-padrão. A média refere-se ao centro da distribuição e o desvio-pa-drão, ao espalhamento da curva. A distribuição normal é simétrica em torno da média, o que implica que a média, a mediana e a moda são coincidentes. Ou seja, a distri-buição é centrada na média, que divide a distribuição em 2 partes iguais, 50% abaixo e 50% acima.Gabarito = D

Questão 5. Analisando as alternativas:a) Incorreta. O valor de “p” é utilizado para testar hipóte-ses (se há ou não associação). b) Correta. Os valores de “p” são usados em testes de hi-póteses, no qual se rejeita ou não uma hipótese nula. O valor de “p” é uma probabilidade que mede a evidência contra a hipótese nula. Por exemplo, um valor de “p” de 0,05 indica que há 5% de probabilidade de que a relação entre as variáveis, observada na amostra, seja um “aca-so feliz”. Dessa forma, quanto menores forem as proba-bilidades (valores de “p”), haverá evidências mais fortes contra a hipótese nula (não há associação), que, então, é rejeitada. c) Incorreta. O poder do teste visa conhecer quanto o teste de hipóteses controla o erro do tipo II, ou seja, qual a probabilidade de rejeitar a hipótese nula se ela real-mente for falsa. d) Incorreta. A signifi cância estatística é uma medida estimada do grau em que o resultado do teste é “verda-deiro” (no sentido de que seja realmente “representativo da população”). O valor de 0,05 é frequentemente usado