entrevista:fernandopimentel...

40
Marca própria perde espaço nos supermercados Marinha discute com a ONU nova fronteira do pré-sal Renner muda seu modelo para defender cartãoda loja Cliente da varejista finalmente não terá que ir à loja pagar a fatura de compras, uma das mudanças para tentar resgatar a preferência pelo cartão próprio. P32 PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO RAMIRO ALVES Pesquisa da Apas mostra que esse tipo de produto representou 4,9% das receitas nas redes varejistas em 2011, praticamente o mesmo índice do ano anterior. P26 Brasil quer garantir a soberania para além das 200 milhas náuticas; objetivo é explorar riquezas em sua costa, apurou reportagem do BRASIL ECONÔMICO. P12 Antonio Milena Executivos têm um ano para mostrar seu valor A montadora chinesa vai expandir a capacidade de produção de sua futura unidade em 20%, sem aumentar o volume de investimento. P21 Meta do BC deve ser crescimento e bem-estar social, defende Pimentel Com R$ 1,98 bilhão, caderneta registrou maior captação desde 2007, com forte concentração de depósitos nos últimos dois dias. P31 Jac amplia fábrica que sequer existe A busca por resultados no curto prazo nunca esteve tão em moda. Segundo pesquisa, 76% das empresas medem o impacto de novos funcionários nos primeiros 12 meses de trabalho. P34 Melhor abril para a poupança em 5 anos Tempero local PSDB e PSD confirmam convenções para o dia 17 de junho para oficializar candidatura de Serra a prefeito. P3 TERÇA-FEIRA, 8 DE MAIO, 2012 ANO 4 | N O 678 | R$ 3,00 A rede americana Outback, de Salim Maroun, acelera planos no Brasil, onde seus restaurantes dão muito lucro. P18 Aliança com data marcada www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br EXCLUSIVO ENTREVISTA: FERNANDO PIMENTEL Não ter inflação é um pressuposto para ter crescimento, mas esse não pode ser só o fim. Aí eu não faço mais nada? Agarro a meta de inflação e fico ali? O fim é o crescimento, o emprego e o bem-estar social A presidente está muito interessada na criação de uma aduana do Ministério da Fazenda. Nos EUA é assim: tem Receita e tem aduana, separando mercadoria e arrecadação Roberto Price/Folhapress INDICADORES 7.5.2012 TAXAS DE CÂMBIO JUROS COMPRA VENDA META EFETIVA Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/) Selic (ao ano) 9,00% 8,90% BOLSAS VAR. % ÍNDICES Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres 1,9220 2,5141 1,9240 2,5151 0,66 -0,23 61.220,43 13.008,53 feriado

Upload: lamlien

Post on 18-Jan-2019

234 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Marcaprópriaperdeespaçonossupermercados

MarinhadiscutecomaONUnovafronteiradopré-sal

Rennermudaseumodeloparadefendercartãoda lojaCliente da varejista finalmente nãoterá que ir à loja pagar a faturade compras, uma dasmudançaspara tentar resgatar a preferênciapelo cartão próprio. ➥ P32

PUBLISHER RICARDO GALUPPODIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRADIRETOR ADJUNTO RAMIRO ALVES

Pesquisa da Apasmostra que essetipo de produto representou 4,9%das receitas nas redes varejistasem2011, praticamente omesmoíndice do ano anterior. ➥ P26

Brasil quer garantir a soberaniapara alémdas 200milhas náuticas;objetivo é explorar riquezas emsua costa, apurou reportagemdoBRASIL ECONÔMICO. ➥ P12

Antonio Milena

Executivos têmumanoparamostrar seuvalor

Amontadora chinesa vai expandir a capacidadede produção de sua futura unidade em 20%,sem aumentar o volume de investimento. ➥ P21

Meta do BCdeve ser crescimento ebem-estar social, defendePimentel

ComR$ 1,98 bilhão, caderneta registroumaiorcaptação desde 2007, com forte concentraçãode depósitos nos últimos dois dias. ➥ P31

Jacamplia fábricaquesequerexiste

A busca por resultados no curtoprazo nunca esteve tão em moda.Segundo pesquisa, 76% dasempresas medem o impacto denovos funcionários nos primeiros12 meses de trabalho. ➥ P34

Melhorabrilparaapoupançaem5anos

Tempero local

PSDBePSDconfirmamconvençõesparaodia 17de junhoparaoficializarcandidaturadeSerraaprefeito. ➥ P3

TERÇA-FEIRA, 8 DE MAIO, 2012ANO 4 | NO 678 | R$ 3,00

AredeamericanaOutback,deSalimMaroun,aceleraplanosnoBrasil,ondeseus restaurantesdãomuito lucro. ➥ P18

Aliança com data marcada

www.brasileconomico.com.brmobile.brasileconomico.com.br

EXCLUSIVO ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL

Não ter inflação é umpressuposto para tercrescimento, mas essenão pode ser só o fim.Aí eu não faço maisnada? Agarro a metade inflação e fico ali?O fim é o crescimento,o emprego e obem-estar social

A presidente estámuito interessadana criação de umaaduana do Ministérioda Fazenda. Nos EUAé assim: tem Receitae tem aduana,separando mercadoriae arrecadação

Roberto

Price

/Folhap

ress

INDICADORES 7.5.2012TAXAS DE CÂMBIO

JUROS

COMPRA VENDA

META EFETIVA

Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€)

Selic (ao ano) 9,00% 8,90%BOLSAS VAR. % ÍNDICES

Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres

1,92202,5141

1,92402,5151

0,66-0,23

61.220,4313.008,53feriado

Page 2: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A CPI do Cachoeira é um dos episódios mais interessantes dasub-história política do Brasil. Rivaliza com a CPI do Orçamen-to, a CPI que resultou no impeachment do Collor, a CPI sobre asrelações da Rede Globo com o grupo Time-Life, entre algumasoutras. Além dos evidentes aspectos inacreditáveis das relaçõesidentificadas entre políticos, empresas e personalidades, existeoutra motivação que torna o evento uma oportunidade especialpara o acerto de contas de uns e outros: quase todas as princi-pais expressões políticas envolvidas têm algum tipo de dívida aser cobrada por conta de casos passados.O PT tem especial interesse em atacar Marconi Perillo, um dos

deflagradores do escândalo do Mensalão, e também DemóstenesTorres, que perseguiu implacavelmente o PT. O PMDB de Goiásquer igualmentepegarPerillo, seu tradicional inimigo, que,por suavez, ameaça retaliar na CPI, instalada na Assembleia Legislativa deGoiás. O PMDB nacional, aindamagoado com a truculenta substi-tuiçãode Romero Jucá da liderança do governono Senado, indicoupara a CPI senadores com duvidoso índice de fidelidade ao gover-no.Oprocurador-geral daRepública, RobertoGurgel, temsuasdi-ferenças com o PT por conta do processo do Mensalão e, também,pela suspeita de ter sido complacente com Demóstenes. Não serábem tratado. Discute-se se ele será convocado ou convidado.A lista prossegue. A revista Veja— que o PT considera amaior

oposicionista ao partido— é alvo certo, por conta da suspeita deque seus editores tenham emplacado grampos ilegais entre a tur-ma de Carlinhos Cachoeira visando obter “furos”. Alega que éalgomuito pior do que aconteceu no News of theWorld, de Ru-pertMurdoch, na Inglaterra. Na conta da Veja tem tambémFer-nando Collor, que se considera vítima da revista em seu rumoro-so processo de impeachment. Já disse que não deixará a CPI serpautada pela “mídia nempor seus rabiscadores”. Agora, na con-dição de investigador, poderá pesar a mão contra a publicação.

José Dirceu, outro que sempre foi objeto de cobertura ácida daVeja, quer reabrir o caso mal-resolvido das gravações das pessoasque frequentavam seu quarto no Hotel Naoum. No episódio, umjornalista da revista teria tentado invadir o quarto para bisbilhotar.Enfim, a política nacional tem uma péssima característica:

seu processo tende a ser mais vibrante nas agendas negativasdo que nas agendas positivas. A imprensa—que é afeita ao tradi-cional “good news are bad news” — trabalha para aumentar atemperatura e pautar a história com base em seu roteiro. Ironi-camente, a temperatura da CPI do Cachoeira pode aumentarpor conta dos aspectos que envolvem à mídia.Infelizmente, para aprovar uma reforma ou um aperfeiçoa-

mento demora anos ou se aguarda uma grande crise. Já para pre-judicar um antigo desafeto não custamuito. É só esperar as vol-tas que o mundo político dá. Porém, o troco não está presenteapenas na vingança. Está, também, no outro lado da moeda:apoios dados anteriormente serão cobrados contra e/ou a favorde uns e de outros no processo.Por isso, a composição da CPI foiescolhida a dedo por aqueles que puderam influir em sua forma-ção. Por isso, também, dizem que Carlinhos Cachoeira teria gar-galhado quando viu essa composição. ■

ApartirdamarcaJohnnieWalker, serãodesenvolvidosváriosdrinques.SegundoaScotchWhiskyAssociation, aexportaçãodeuísquedaEscóciaparaoBrasil aumentou 48%. ➥ P27

WhiskyFestival teráaçõesem2,5milbares

NascidoemPilardoSul, interiordeSãoPaulo,SilvanoAlves,24anos, éoúnicobrasileiroqueaparecena listadaESPNamericanacomoumdosatletasmaisbempagosdomundo.

GabrielChalita foimultadopeloTribunalRegionalEleitoral deSãoPaulo (TRE-SP),emR$5mil, porpropagandaantecipadaemprogramaeleitoral de seupartido, oPMDB.

A21212DigitalAccelerator investecercadeR$200mil emstartupsdigitaisparaacelerarocrescimentodasoperações.Acadasemestresãoescolhidosentre 10e 15projetos. ➥ P14

Avanço

Murillo de AragãoCientista político e presidenteda Arko Advice Pesquisas

Silvano AlvesCampeão mundial de montaria em touros

Gabriel ChalitaPré-candidato do PMDB à prefeitura de SP

CARTAS OPINIÃO

Suporteaempreendimentospromissores

Textoalinhadoàsfdfesquerda, semhifenização,falso,alinhadoesquerda, sinhaoàesquerda,textoalinhadoàesquerda, semhifenização, textofalso,alinhadoesquerdafhlação. ➥ PXX

Gostaria de parabenizar a publicação doartigo "Um brinde!", publicado pelo jornalistaRicardo Galuppo (em 10/4/2012). Estava emviagem ao exterior e vi em cartas de bebidasde Barcelona a presença da nossa “marvada”.Como autor de “O Espírito da Cachaça”,acompanho desde sempre a evoluçãode nossa bebida mais brasileira e defendo,sem cerimônia, a cachaça mineira.

Mauro Marcelo AlvesSão Paulo (SP)

Depois de ler o texto “Tesouro fará aporteadicional de R$ 45 bi no BNDES” (publicadoem 3/4/12) percebi que mais uma montanha dedinheiro captada a 10% ao ano, será repassadaao BNDES que transferirá aos empresáriosbrasileiros — chorões, incompetentes, obsoletose financiadores de campanhas de políticos quesão sua imagem e semelhança — por 6% e queemprestam ao Estado por 10%. A velha cirandado mau-caratismo político brasileiro cujoúnico objetivo é transferir dinheiro da classetrabalhadora para a elite atrasada do Brasil.O mesmo filme ruim repetido à exaustão.

Ermes LucasNiterói (RJ)

A ressurreição da Chrysler descrita nareportagem “Tríplice coroa recupera vendade carros nos Estados Unidos” (publicadaem 1/2/2012) é realmente uma grandenotícia para todos os clientes e admiradoresda companhia. Ironicamente os doismentores desse renascimento são italianos(viva a Itália!): Lee Iaccocca e SergioMarchionne. Espero que a nova parceira daChrysler não mude a alma da empresa quesempre se destacou pelo design insuperávele pela mecânica, sendo modelo para as demaisconcorrentes. Acredito que esse casamentoFiat-Chrysler pode transformar as duascompanhias na maior fabricante mundialde automóveis. E, sinceramente, torço paraque a Chrysler assuma esse papel. Ela semprefoi merecedora de liderança no setor.

Nelson GurgelSão Paulo (SP)

Acerto de contas

NESTA EDIÇÃO

Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).E-mail: [email protected] mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão deespaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.Mais cartas em www.brasileconomico.com.br

Esse aplicativo é para quemperde a hora, mesmo tendoprogramado o despertador paratocar. O programa utiliza váriosrecursos que impedem queo usuário desabilite o alarmeinconscientemente por causado sono. Um deles, é obrigar osmais preguiçosos a saírem dacama e levar o aparelho até oroteador de Wi-Fi mais próximopara que o alarme seja desligado.

Retrocesso

Eis um aplicativo bem útilpara quem viaja com frequênciapelo país e detesta enfrentarimprevistos. Por ele é possívelter acesso a uma sériede números de telefonesde serviços públicos comopolícia, corpo de bombeiros,pronto-socorro, aeroportos.As informações sãodivididas por estadoe há o número de DDDde cada um deles.

Alarm Clock,wake up Guaranteed O programa permite fazer

montagens fotográficas,utilizando várias imagensdigitais pelo celular.Com interface descomplicada,perfeita para quem não entendenada de edição de fotografias,o aplicativo possibilitaescolher entre vários tipos demolduras e painéis de fundo dediversos estilos. A composiçãopode ser salva e compartilhadana s redes sociais.

Infelizmente, para aprovar uma reformaou um aperfeiçoamento demoraanos ou se aguarda uma grande crise

[email protected]

Divulgaç

ãoEdso

nLopes

Ferramentasdomundodigitalquefacilitamseudiaadia

Telefones públicos Photo Grid

GrátisWindowsPhone

GrátisAndroid

GrátisAndroid

CONECTADO

2 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 3: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Na próxima quinta-feira,o ex-governador

Paulo Maluf e o seu PP terão10 minutos em horário nobree cadeia nacional para falar bemde Dilma e pregar a renovaçãona política. Faz sentido...

Márcio Pochmann revelouà repórter Flavia Furlan,

do BRASIL ECONÔMICO, que contacom uma 'carta na manga' paravencer as eleições em Campinas:“Lula declarou que seriaparceiro nesta caminhada,já que não tenho experiência".

Pochmann tambémafirmou que será preciso

muita paciência para detalharà população as novas regrasde rendimento da poupança.“É preciso explicar para aspessoas que essa medida vaipermitir a expansão do país.Em outros países, juroreal a 2% é factível e nãosomos nenhuma jabuticaba”.

A Comissão ExecutivaNacional do PT se

reúne na quinta-feira parafalar sobre eleições e limparterreno nas disputas internaspor cargos no partido.

Antes tarde do quenunca. A Lei Geral da

Copa deve ser votada atéquarta-feira no Senado.

Mais sete computadoresforam para a sala de

acesso aos dados sigilososcompartilhados peloSupremo Tribunal Federalcom a comissão.Antes eram só três.

E ontem as bancadasdo PT que atuam em

estados governados peloPSDB participaram de umareunião em São Paulo.

Emdebate comex-presidentesdoCadeontemalguémlembroude umadeclaraçãorecentedeDilma. “NãopodehaverconcorrêncianonossoespíritoentreduasempresascomoaPetrobráseaOGX”.OlavoChinaglia, novopresidentedoCade,orgãoquedefendeaconcorrência, apenassorriu.

Não é de hoje que se observa um interessante movimento nomercado brasileiro de cervejas. Com a chegada e a consolidaçãodas chamadas cervejas premium e o lançamento de diferentes ti-pos de embalagens para o produto, percebe-se uma importantealteração do padrão de consumo da bebida no país, guiada pelamudança da percepção — e da renda — do consumidor brasilei-ro. Enquanto em países desenvolvidos a participação das cerve-jas premium representa entre 15% e 20% das vendas, no Brasilrepresentam apenas 5%, segundo dados fornecidos pelo setor.

Mesmo assim, o setor estima um crescimento de mais de 100%nas cervejas premium nos próximos 10 anos. Só nos últimos cin-co anos chegaram ao mercado nacional mais de 400 rótulos pre-mium, o que representa quatro vezes mais do que existia há 10anos. Entre as novas marcas do segmento, destacam-se as inter-nacionalmente conhecidas Budweiser, Stella Artois e Heineken.

Também nas cervejas pilsen, responsáveis por mais de 95% domercado nacional, os consumidores têm recebido de braços aber-tos as inovações de marca e de embalagem. Entre as pilsen, maisde 20 novas marcas de cerveja de nove fabricantes diferentes fo-ram lançadas no país nos últimos 10 anos. Além disso, pratica-mente todas as marcas presentes no país registraram o lançamen-to de novas embalagens nos últimos anos. Hoje em dia, caso oconsumidor prefira cervejas em lata, já pode contar com pelo me-nos três diferentes opções de volume para o produto (269 ml, 350ml e 473 ml). Caso prefira consumir cervejas em garrafas de vi-dro, além da grande diversidade de embalagens descartáveis, ain-da consegue proteger o meio ambiente e o próprio bolso com em-balagens de vidro retornáveis de 300 ml, 600 ml e 1 litro.

O grande sucesso comercial em novas embalagens tem sido aembalagem de 1 litro retornável. Inaugurado pela AmBev em2008, o segmento ganhou força com a adesão de todos os gran-des fabricantes presentes no mercado nacional, entre eles a Pe-trópolis, a Schincariol e a Heineken.Tal sucesso deve-se a umacombinação poderosa que vem beneficiando o consumidor: pre-ços mais baixos em troca de um consumo unitário maior do líqui-do. Em média, o litro da cerveja nesse tipo de embalagem é vendi-do com um desconto superior a 30% em relação ao preço do litrode cerveja em garrafas de 600 ml. A partir daí fica fácil entenderpor que o litro retornável é o segmento que mais cresce no merca-do, representando mais de 10% de todo o volume de cervejasconsumido no Brasil, segundo dados apurados pela Nielsen.

Para fontes do setor consultadas, contudo, o principal efeitodesse tipo de embalagem tem sido atrair para o mercado o con-sumidor das classes D e E, que, por restrições econômicas, limi-tava seu consumo do produto em favor de bebidas mais baratas.Em algumas regiões do país, impulsionado também pelo cresci-mento da renda, esses consumidores estariam consumindo até50% mais cerveja do que há três anos. Pra quem aprecia cerve-ja, mais opções de marcas e sabores. Pra quem gosta de cervejae ainda quer economizar, novas embalagens com melhores pre-ços. Deve ser por isso que, além do futebol e do samba, já an-dam dizendo que o Brasil se tornou também o país da cerveja. ■

Aconcorrênciaestánoespíritoenaalmadonegócio?

Martelo batido na cúpula tucana. O PSDB marcou sua convenção na cidade de São Paulo para o dia17 de junho. O local escolhido para lançar oficialmente a candidatura de José Serra foi a Expo Cen-ter Norte. À coluna, o futuro coordenador da campanha tucana na capital paulista, Edson Apareci-do, revelou que o PSDB quis fazer rápido sua convenção por um motivo estratégico. “Só depois daconvenção nós passamos a ter o direito de resposta”. O prazo estipulado pela Justiça Eleitoral é en-tre os dias 10 e 30 de junho. Ainda segundo Edson Aparecido, ficou combinado que o PSD de Gilber-to Kassab realizará sua convenção no mesmo dia e local do PSDB. Os demais partidos da coalizãodevem seguir o mesmo caminho. Para evitar o selo de que está de olho mesmo é na presidência em2014, Serra não vai nacionalizar o palanque da festa. Tucanos de outros estados, como Aécio Neves,não devem comparecer. ■

Depoisderevelar como incineroumilitantesdeesquerdaduranteaditadurano livro "Memóriasdeumaguerra suja", oex-delegadodoDops,CláudioGuerraquerseroprimeiroaserouvidonaComissãodaVerdade.O jornalistaRogérioMedeiros, autordo livro, dissequesuafonte temmuitooquecontar.

PEDRO [email protected]

Ale Vianna/Folhapress

AssassinoquerserprimeiroouvidonaComissãodaVerdade

José NatalJornalista

Colaborou

Emartigo,MarcosTroyjodizquecenáriodecriseenfraqueceintegraçãoeconômica regional, causando ineficiência sistêmica.Contextofragiliza lideranças,abrindoespaçoparaemergentes. ➥ 39

Quemassumiráagovernançaglobal?

AsecretáriaamericanadeEstado,HillaryClintonaumentouapressãosobrea Índia, paraqueopaís reduzamaisas importaçõesdepetróleo iranianoeevite sofrer sanções financeiras. ➥ P38

O sucesso da embalagem retornávelde um l litro deve-se a umacombinação de preço mais baixo emtroca de um consumo unitário maior

Hillarypressionaa Índiacontrao Irã

MOSAICO POLÍTICO

Rep

roduçã

o

CURTAS

Vanessa Grazziotin,Senadora sobre a situaçãodos ribeirinhos atingidospelas chuvas no Amazonas

O consumo de cerveja no Brasil

Juliana Garçon

Serra marca convenção para o dia 17

“Precisamossuperaraburocraciaquandotratamosdequestõesemergenciais”

PRONTO, FALEI

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 3

Page 4: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Editora: Elaine Cotta [email protected]

DESTAQUE A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA

Sérgio Lima/Folhapress

“Não ter inflação é pressupostopara ter crescimento,maseste não pode ser só o fim”

Sobrenatural de Almeida foium personagem criado pelodramaturgo Nelson Rodrigues.Era um fantasma que entravaem campo e fazia os gols maisimprováveis. Em entrevista aoBRASIL ECONÔMICO, o ministrodo Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior, FernandoPimentel, faz uma alusão a es-sa figura e cria o “Inevitávelde Oliveira” para ilustrar algu-mas mudanças que, obrigato-riamente, vão ocorrer paraque o país possa se adaptar aoposto de 6ª maior economiado planeta.

O ministro, um dos auxiliarescom mais trânsito junto a presi-dente Dilma Rousseff, diz clara-mente que o governo e, por con-sequência, o Banco Central, as-sumiram uma postura de que ocontrole da moeda não é o fim,mas, sim, o meio. “Nós temosque controlá-la, mas usá-la co-mo instrumento. O fim é cresci-mento, emprego e bem-estarsocial”. Ao ser questionado so-bre o controle da inflação, res-ponde: “Não ter inflação é pres-suposto para ter crescimentoeconômico, mas esse não podeser só o fim. Aí eu não façomais nada? Agarro a meta de in-flação e fico ali?”

Os juros, seja em referência àtaxa Selic ou aos cobrados pelosbancos, são diagnosticados co-mo uma das três travas para ocrescimento sustentado do Pro-duto Interno Bruto (PIB) e é paraonde a presidente volta os olhoscom a determinação de quem

quer resolver tudo para ontem.Câmbio e carga tributária são osoutros grandes problemas na li-nha mestra de atuação da equi-pe econômica. Para Pimentel,que houve mais frequentementequeixas dos exportadores, falarem taxa de câmbio de R$ 2,50 éuma incógnita, mas a faixa atualé considerada razoável. “Vamosoperar para ficar na faixa próxi-

ma de R$ 2 e longe do R$ 1,50”.Se não é possível chegar à

taxa que agradaria aos expor-tadores, há no front uma sériede novas medidas que estãosendo gestadas no âmbito docomércio exterior. O ministroadiantou que está no radar aformação de uma aduana, queestaria voltada especificamen-te para o monitoramento da

entrada de mercadorias nopaís. “A própria presidente es-tá muito interessada nisso”,garante o ministro. Afinal, lem-bra: “Hoje, no Brasil, estamoscom a mesma estruturazinhade quando a gente exportavaUS$ 40 bilhões a US$ 50 bi-lhões. E já exportamos quaseUS$ 300 bilhões”. ■ SimoneCavalcanti

Na entrevista a seguir, o ministro conta os planos do governo para melhorar a infraestrutura de comérciodo país, da segunda fase do plano para o setor automotivo e comenta sobre a “nova” fase do Banco Central

O BC segue com aautonomia para fazero que tem de fazer,mas tem hoje posturade que a moeda nãoé o fim, é o meio

ENTREVISTA FERNANDO PIMENTEL Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Pimentel:alusãoaopersonagemSobrenaturaldeAlmeida,deNelsonRodrigues,parailustrarmudançasnopaís

38

29

19

15,75

19

25

16,5

17,75

18

13,25

11,25

13,75

8,75

10,75

10,5

9

EM QUEDA

Evolução da meta da taxa Selic, em %

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012*

Fonte: Banco Central*até abril

AS APOSTAS As projeções econômicas do governo

CRESCIMENTO DO PIB, EM % INFLAÇÃO, MEDIDA PELO IPCA, EM % INFLAÇÃO, MEDIDA PELO IPCA, EM % TAXA DE JUROS, SELIC, EM %*

2012 2013 2014 2015

Fonte: Ministério da Fazenda em 12 de março de 2012 *Em dezembro, ao ano

4,5 4,5 4,5 4,5 4,5

1,75

1,841,87 1,88

9,75

9

8,5

8

6

5,55,5

4 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 5: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Fernando Pimentel vêgrandes chances de unificar

as alíquotas do ICMS. Segundoele, está aberta uma janela deoportunidade para a negociaçãoentre o governo e os estados.

O governo federal estáestudando a criação

deuma aduana, separadada Receita Federal, paraaprimorar o sistema deverificação das importações.

Qual o diagnóstico do governopara a economia brasileira?Temos três travas que são ju-ros, câmbio e carga tributária,e vamos trabalhá-las. Mas épreciso voltar um pouco paramostrar de onde vem esse diag-nóstico claro e para o qual apresidente (Dilma Rousseff ) es-tá com muita determinação pa-ra resolver. Ao analisar o Brasilde hoje todos vão confluir paraa mesma constatação: nós nostornamos a sexta economia domundo e agora a tarefa que te-mos é adaptar as nossas estru-turas, práticas econômicas, fi-nanceiras, institucionais e jurí-dicas a essa nova realidade. Foium salto muito grande num es-paço de tempo curto e de fato— não vou dizer que não esta-va preparado — mas ainda estáfaltando muita coisa no Brasilpara acomodar...

...Para ser de fato a 6ªeconomia...É. Então foi uma construçãoque veio vindo, de repente, de-mos um salto. E quando vimoso país mudou. O mercado inter-no brasileiro cresceu e nós tive-mos a ajuda da crise internacio-nal que fez o mundo desenvolvi-do andar para trás e nós parafrente. O menino cresceu, vi-rou um adulto e as roupas estãopequenas. Temos de reformá-las, pois estão todas curtas.

Qual o plano para atacaras três travas?Uma coisa de cada vez. No casodo juro está claro, está sendo fei-to e já produzindo resultados. OBanco Central segue com a auto-nomia para fazer o que tem defazer, mas tem hoje uma postu-ra de que a moeda não é o fim, éo meio. Nós temos que controlá-la, mas usá-la como instrumen-to. O fim é crescimento, empre-go e bem-estar social. E o meioé usar a moeda e os meios mone-tários para tal.

O fim não é mais controlara inflação?O fim é o crescimento, o em-prego e o bem-estar social.Por isso que você controla amoeda. Ah, alguém diz, masvocê não controla a moeda pa-ra não ter inflação? Meu caro,não ter inflação é um pressu-

posto para ter crescimento eco-nômico, mas esse não pode sersó o fim. Aí eu não faço maisnada? Agarro a meta de infla-ção e fico ali? Nós estamos ca-minhando para o centro da me-ta e não saímos da meta em ne-nhum momento. A meta tem oteto, o centro e o piso. Se tiverno piso está na meta, se tiverno centro está na meta e se ti-ver no teto está na meta. O BCfez isso de maneira habilidosa,usando as medidas macropru-denciais para não precisar au-mentar tanto os juros. E eunão vou falar muito porque oCopom vai achar ruim.

E a trava de câmbio ?O Brasil escolheu um caminhoque eu quero acreditar que estácorreto, o do regime flutuante.O BC e o Tesouro Nacional têmatuado para fazer nossa taxa decâmbio subir, ou seja, desvalori-zar a nossa moeda dentro do li-mite possível, usando os meca-nismos de mercado porquecâmbio flutuante é isso. E temconseguido, pois a taxa que jáchegou a R$ 1,55, hoje está emR$ 1,90. O sujeito fala, ah, maisnão vai se sustentar... Nãosei...está se sustentando.

...mas não tem sido só isso, nãoé ministro?Em paralelo, o Ministério daFazenda tem usado, de formaequilibrada e competente, oIOF (Imposto sobre OperaçõesFinaneiras), que é um outromecanismo que se tem. Euacho que isso é um grande mé-rito porque não estamos admi-nistrando o câmbio e grandeparte da América Latina está euma grande parte do mundotem feito administração decâmbio disfarçada ou aberta.Aqui o investidor entra e sai eele sabe que é o mercado tam-bém que determina. Agora,nós também operamos no mer-

cado. Temos mais de US$ 350bilhões em reservas e somosoperadores de peso. Por isso,não brinque com a gente. Nãoentra especulando contra quevamos lá e seguramos intervin-do na regra de mercado.

Toda vez que o volumede dólares que ingressano país valoriza muito o realas pessoas falam na adoção dachamada quarentena. Vocêsrealmente pensam nisso?Não quero me alongar porqueé um assunto atinente ao Mi-nistério da Fazenda. Agora oministro Guido Mantega temdito que nós vamos usar todosos instrumentos necessáriospara evitar que a taxa de câm-bio brasileira chegue a um pon-to que comprometa o desempe-nho da indústria e tal. Até hoje

não foi necessário e esperoque não seja, mas é um instru-mento que está aí. O Chile,que é uma economia supera-berta tem um ano de quarente-na e ninguém reclama. Guidoé muito cauteloso e objetivo,quando precisa age.

Qual a taxa que os empresáriosfalam quando vêm aqui?Alguns falam em passar deR$ 2,50, mas isso é que eu nãosei. Mas nessa faixa próximade R$ 2,00 e longe de R$ 1,50é que nós vamos operar e estásendo operado. Está bom. Ago-ra as indústrias têm que ga-nhar musculatura, tem quebuscar competitividade por-que o governo está fazendo aparte dele, está desonerando,dando financiamento para no-vas tecnologias. ■

Está em curso a elaboração deuma segunda etapa do acordoautomotivo, diz Pimentel. Nosegundo semestre, o governovai estruturar um regime seme-lhante para o setor de autope-ças. “Já estamos chamando osgrandes para conversar”, diz.

O que se espera com essenovo regime automotivo?Fizemos um acordo e são regrasque apontam para o que quere-mos ao longo do século XXI. Foiuma coisa fantástica porque re-tomamos a rédea da questão.Nos últimos anos, o cenário esta-va sendo hegemonizado pelaspolíticas empresariais do setor.As seis maiores definiam seusplanos de negócios e a econo-mia ia a reboque. Não é assim.Falamos, os senhores vão nosdesculpar, os queremos aqui,mas quem determina a regra é opaís. O mercado é do Brasil etem que trabalhar na regra queexige conteúdo local e tecnoló-gico. E eles têm que topar, por-que se não topar, o chinês, co-reano e alemão vêm para cá.

Há mais a complementar?Estamos começando a discutirmodelo semelhante para autope-ças. No mundo inteiro é pareci-do. Uma Bosch, por exemplo,subcontrata centenas de peque-nos produtores e monta os con-juntos de equipamentos parafornecer às grandes montado-ras. Estamos chamando os siste-mistas para conversar e vamostrabalhar ao longo do segundosemestre. Para a entrada em vi-gor do novo regime não temproblema, mas as regras vãoapertando ao longo do tempo e,para que não haja problema, va-mos montar outro. ■ S.C.

Simone Cavalcanti, de Brasí[email protected]

Goh Seng Chong/Bloomberg

‘Juro, câmbio e carga tributáriasão as travas da economia’

Segundo Pimentel, já está emelaboração a segunda etapa doplano, para o setor de autopeças

O mercado é do Brasile tem que trabalharna regra que exigeconteúdo local etecnológico. E eles(as montadoras)têm que topar,porque se não topar,o chinês, coreano ealemão vêm para cá

Novo acordoautomotivosai em breve

Temos mais deUS$ 350 bilhõesem reservasinternacionais esomos operadores depeso. Por isso, nãobrinque com a gente

LEIA MAIS

Para oministro Fernando Pimentel, as três já estão sendo trabalhadas e combatidas pelo governoda presidente Dilma Rousseff, mas nenhuma delas pode ser desarmada de forma imediata

AlexandreTombini, presidentedoBC: foconocrescimento

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 5

Page 6: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Está aberta uma janela de opor-tunidade para a negociação en-tre o governo federal e os esta-dos. Estão postas na mesa, aomesmo tempo, as discussõespara a distribuição dos royal-ties do petróleo, do código mi-neral, além do novomodelo pa-ra o Fundo de Participação deEstados (FPE). Nesse sentido, oministro do Desenvolvimento,Fernando Pimentel, vê gran-des chances de unificar as alí-quotas do ICMS.

Por que não fazer uma ReformaTributária para reduzir a carga?O problema está sendo ataca-do. O Brasil, ou melhor, ne-nhum país democrático conse-

gue fazer uma reforma tributá-ria profunda sem colocar emrisco a estabilidade política. Nahistória do Brasil, as grandesmudanças do capítulo tributá-rio da Constituição, todas fo-ram feitas em períodos autori-tários. Como nós não quere-mos voltar ao período autoritá-rio, vamos fazer o que é possí-vel dentro da democracia. Aí,tem que negociar caso a caso,avançar aos poucos.

No que o país já avançou?Estamos fazendo uma mudançaformidável que é desonerar a fo-lha de pagamentos, um pleitoantigo, e já tem 15 setores. Secontinuar no ritmo que estamospensando, podemos chegar emdois ou três anos a desonerar afolha de todo o setor industrialmanufatureiro, que é omais sen-

sível, que precisa mais disso pa-ra ter competitividade.

Mas sempre parece pouco...Somos uma democracia federa-tiva. Para mexer com tributos,tem de mexer com 27 governa-dores e 5.500 prefeitos. Ainda

assim, com todas essas dificul-dades, o governo está avançan-do. A Resolução 72, que tratouda guerra dos portos, não en-cerrou a discussão sobre oICMS. Ela abriu esse capítulode discussão para o ICMS, queé o principal problema que nóstemos na tributação. É o im-posto que mais arrecada no bo-lo tributário brasileiro e estádividido em 27 legislações dife-rentes. Mexer nisso é um ves-peiro. O governo abriu uma ja-nela de oportunidade agora,pela primeira vez, de discutiruma alteração do ICMS no qua-dro democrático.

O problema é que a carga paraos contribuintes segue alta...Ainda que um observador me-nos atento diga que é ummon-te de medidas pontuais, não é.

Todas elas têm a mesma dire-ção. Mas não podemos fazer tu-do de uma vez só. Outro dia al-guém me perguntou: vocêsvão desonerar a folha, mastêm que aumentar outro im-posto para compensar? PelaLei de Responsabilidade Fis-cal, toda vez que se faz uma re-núncia tem de apresentar ou-tra fonte de receita. Mas, naprática, nem isso seria necessá-rio porque temos espaço fiscalporque o juro está caindo e oprincipal consumidor de recur-so público é o pagamento de ju-ros. Então com a queda dos ju-ros e, no médio prazo, tudo seajusta, abre um espaço. Pode-ríamos usar para reduzir maisa dívida, mas a hipótese do go-verno é usar esse espaço parareduzir tributo, que é o que jáestamos fazendo. ■ S.C.

O governo estuda a criação deuma aduana para aprimorar osistemada verificação de impor-tações. “A própria presidente(Dilma Rousseff) está muito in-teressada nisso”, disse o minis-tro Fernando Pimentel ao BRASILECONÔMICO. “Estamos com amesma estruturazinha de quan-do a gente exportava US$ 40 bi-lhões a US$ 50 bilhões. Hoje ex-portamos US$ 300 bilhões.”

O governo estuda um PlanoNacional de Exportação?Estamos pensando em uma sériede ações na área de comércio ex-terior umpouco porque ominis-tério tem duas pernas. Uma de-las está bastante musculosa, queé a perna industrial com o PlanoBrasilMaior, coma sériedemedi-das que estamos tomando.Já na perna do comércio exte-

rior, envolve tambémdefesa co-mercial, monitoramento das ex-portações e importações, nãopo-demos ficar com a perna muitodebilitada em relação à outra pa-ra não ficar manco. No ministé-rio, estamos trabalhando a ideiade um conjunto de ações nessaárea, mas que impulsione tantoo nosso comércio do ponto devista de exportações quanto anossa capacidade de monitoraras importações para selecionaras que interessammais e separá-las daquelas importações que in-teressammenos.

Mas isso não existe hoje? O quefazer de diferente?Existe, mas não tem os instru-mentos adequados. Estamos dis-cutindo, e a própria presidenteestá muito interessada nisso, senão seria o caso de o Brasil criaruma aduana dentro do Ministé-rio da Fazenda porque a ReceitaFederal é lá. Nos Estados Unidosé assim: tem a Receita e tem aaduana, separandomercadoria earrecadação, e também a políciade imigração. NaFrança é ames-ma coisa. Estamos discutindocom a Fazenda para ver se acha-mos um bom formato porquenos ajudaria no monitoramentodo comércio internacional. Ho-je, no Brasil, estamos comames-ma estruturazinha de quando agente exportava US$ 40 bilhõesa US$ 50 bilhões. Hoje exporta-mosquaseUS$ 300bilhões. Esta-mos pensando se precisa de umamudança mais estrutural,não ésó acrescentar gente. Mas esta-mos ainda conversando. Até o fi-nal do ano teremos algo. ■ S.C.

Ueslei Marcelino/Reuters

Não existe reforma tributária sem risco político

Governo planeja a criação de umaaduana separada daReceita Federal

Fernando Pimentel diz que Brasiltem feito avanços, mas quemudanças serão aos poucos

Hoje estamoscom a mesmaestruturazinha dequando a genteexportava US$ 40 bi

A Resolução 72, quetratou da guerra dosportos, não encerroua discussão sobre oICMS. Ela abriu adiscussão, que é oprincipal problemaque nós temos natributação

DESTAQUE A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA

Ministro admite que novo órgão está emdiscussão coma Fazenda e que sua criação iria aprimorar o sistemade controle das importações. Pimentel cita EUA e França e diz que é preciso separarmercadoria de arrecadação

ENTREVISTA FERNANDO PIMENTEL Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

DilmaRousseff, segundoFernando Pimentel, “estámuito interessada na criação da aduana”

6 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 7: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 7

Page 8: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Os governadores de Goiás, Mar-coni Perillo (PSDB), do DistritoFederal, Agnelo Queiroz (PT), edo Rio de Janeiro, Sérgio Cabral(PMDB), suspeitos de beneficiaresquemas da organização co-mandada por Carlos Augusto Ra-mos, o Carlinhos Cachoeira, de-verão ter requerimentos de con-vocação, já feitos na ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI),analisados de forma indepen-dente. A oposição, com apoiode aliados, articula colocar emvotação os três pedidos de con-vocação em bloco, o que signifi-ca que eles seriam os três se-riam obrigados a comparecerna Comissão de uma vez só.Mas a operação será barrada pe-lo presidente da Comissão, VitaldoRêgo (PMDB-PB), e pelo rela-tor Odair Cunha (PT-MG).“Não existe essa história de

convocar (os três governado-res) de uma só vez”, diz Vital doRêgo. “O que atinge a cada umdos governadores são situaçõesdiferentes que precisam ser ana-lisadas individualmente pelosmembros da CPI”. Trata-se damesma posição do relator OdairCunha sobre o assunto, que tam-bém descarta essa possibilida-de. Vital, que é responsável pordecidir o momento em que osrequerimentos de convocaçãodeverão ser colocados na pautade votação, adota um tom decautela sobre o tema. Segundoele, a ida dos governadores acu-sados de beneficiar Cachoeiradeverá ser precedida de “umaprofundamento de todo o pro-cesso investigatório”, o que sig-nifica quenão há perspectiva pa-ra a aprovação das convocaçõesaté que seja concluída a primei-ra rodada de depoimento.Apesar de iniciativas em cur-

so da Procuradoria Geral da Re-pública (PGR) para abertura deprocesso de investigação con-tra Perillo e Agnelo, o presiden-te da CPI diz que não vê até omomento motivos para altera-ção do cronograma dos depoi-mentos já agendados. “Trata-se de um tema que certamenteentrará nas discussões da Co-missão, mas qualquer alteraçãona agenda precisa contar com o

aval de todo o colegiado”, diz.Vital ressalta não ter umposicio-namento formado sobre quemdeve ser convocado e quando is-so deva acontecer.Por motivos diferentes, PT e

PMDB dificilmente aceitarãoum acordo para blindar os trêsgovernadores. O PMDB não vêmotivos para convocar Cabral àComissão CPI, já que ele não foicitado, até agora, nas investiga-ções das operações da Polícia Fe-deral. Já o PT acredita que umacordo para blindar ou ameni-zar os depoimentos dos gover-nadores só interessa ao PSDB,porque a PF diz em seus relató-rios que Perillo recebeu dinhei-ro de Cachoeira e ainda no-meou uma pessoa da confiançapara o Detran de Goiás.

EleiçõesO crescimento das pressões pe-la convocação dos governado-res suspeitos abre o jogo eleito-ral como parte da repercussãodos trabalhos da CPI. “(A con-vocação dos governadores) éuma coisa séria que precisa serfeita para evitar trazer a inves-tigação para outras searas quenão seja o fato determinado,que são as relações de CarlosAugusto Ramos com o Estadobrasileiro”, diz Vital ao referir-se a agenda eleitoral.O principal interessado nos

depoimentos é o PSDB, que exi-ge a convocação de Sérgio Ca-bral após áudios e vídeos quemostram o governador cariocaem eventos íntimos com oprincipal acionista da DeltaConstrutora, empresa aponta-da como sócia oculta dos es-quemas de Cachoeira.Segundo fontes, o PSDB não

vê mais como “salvar” Perillodas acusações e foca em envol-ver Cabral na CPI. O governa-dor foi o principal responsávelpela eleição do atual prefeito doRio de Janeiro, Eduardo Paes(PMDB), em 2008, e concorrepara a reeleição.Apesar das correlações,mem-

bros da CPI, como o senador Pe-dro Taques (PDT-MT) diz que aagenda da CPI e as eleições sãosituações distintas e que suposi-ções sobre beneficiamentos elei-toreiros não podem constran-ger o trabalho da Comissão. ■

Ruy Barata Neto, de Brasí[email protected]

Folhapress

Rafael Andrade/Folhapress

CPI analisará convocação degovernadores “caso a caso”

Andre Borges/Folhapress

AGNELOQUEIROZ

SÉRGIOCABRAL

Vital do Rêgo esvazia estratégia da oposição que pretendia acelerar os depoimentos dos três envolvidos

“O elo entre Queiroze Cachoeira é fracoe não vai incriminá-lo”

“Elo com Cabral está naamizade dele com

Cavendish, da Delta”

MARCONIPERILLO

O Partido dos Trabalhadores (PT)acredita que o elo estabelecidoentre o governador do DistritoFederal, Agnelo Queiroz (PT-DF),e o empresário Carlos AugustoRamos, conhecido comoCarlinhos Cachoeira, é fracoe não atingirá diretamente ogovernador. Se houver algumproblema, ele pode ser apenasa incriminação de algunsassessores do governador.

O PMDB não vê motivos paraconvocar o governador

Sérgio Cabral à CPI, já que elenão foi citado, até agora, nasinvestigações das operações

Vegas e Monte Carlo, da PolíciaFederal. O elo de Cabral

com as investigações estána sua amizade com oex-presidente da Delta

Construções Fernando Cavendish.

“Perillo pode ser o maisexposto pelo vazamentoda Monte Carlo”

GovernadordoDistritoFederal (PT)

GovernadordoRiodeJaneiro (PMDB)

O presidente nacional do PT, RuiFalcão, defende a convocação dogovernador de Goiás, MarconiPerillo (PSDB), para depor na CPI.Para ele, o governador tucanoseria o mais exposto pelovazamento da investigaçãoda Operação Monte Carlo,que resultou na prisão docontraventor ligado a jogosilegais, Carlinhos Cachoeira.

BRASIL

GovernadordeGoiás(PSDB)

Editora: Elaine Cotta [email protected]: Chrystiane Silva [email protected]

8 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 9: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O depoimento de Carlos Augus-to Ramos, o Carlinhos Cachoei-ra, na Comissão ParlamentarMista de Inquérito (CPMI), pre-visto para 15 de maio, pode seradiado caso os membros da CPIacatem a vontade do advogadodo bicheiro, o ex-ministro daJustiça Márcio Thomaz Bastos.Ontem, Bastos apresentou aopresidente da CPI, Vital do Rêgo(PMDB-PB), pedido de acesso atodos os documentos contra oréu que estão sob a guarda doCongresso, o que pode atrasar odepoimento. “Não será necessá-

rio um grande adiamento, maso suficiente para ter acesso a tu-do o que a CPI tem”, diz Bastos.

Segundo ele, caso Cachoeira,por meio dos advogados, não te-nha acesso a todos os documen-tos, o testemunho na CPI ficarácomprometido porque ele vaiusar o direito de se recusar a fa-lar. “Se ele (Cachoeira) não ti-ver acesso ao material, será mui-to difícil depor”, diz, ao ressal-tar que o pedido de vistas vai de-pender de aprovação da CPI.

A visita à CPI ocorreu nomesmo dia em que a Procura-

doria Geral da República (PGR)encaminhou ao Supremo Tribu-nal de Justiça (STJ) parecer pa-ra que a Corte mantenha Ca-choeira preso negando o pedi-do de habeas corpus feito peladefesa de Ramos. Thomaz Bas-tos também quer que o depoi-mento de Cachoeira na CPIaconteça depois que o STJ jul-gue o habeas corpus. O pedidoestá sob análise do ministro Gil-son Dipp — cujo voto era pre-visto para hoje, mas não deveocorrer já que o parecer daPGR só foi enviado ontem aoSTJ, sem tempo para a formula-ção do voto antes da aprecia-ção pela 5ª turma do STJ.

Membros da CPI se manifesta-ram contrários a qualquer acei-tação de pedido de adiamentodo testemunho de Cachoeira,mesmo que ele decida se man-ter em silêncio ao longo do de-poimento. O deputado Miro Tei-xeira (PDT-RJ) também não vêmotivos para o adiamento. “Ele(Cachoeira) estava demonstran-do tanta vontade de falar que de-veria estar querendo falar”, diz.

“Em CPI, não é vontade deréu que prevalece, é a lei. Ele éobrigado a vir e virá sob vara senão vier espontaneamente”,diz o líder do PSDB no Senado,Álvaro Dias (PR). ■ R.B.N.

Bastos quer adiar ida deCachoeira à comissão

Obras em Belo Monte voltam à normalidade

Marcelo Justo/Folhapress

Mas presidência da CPIirá ampliar o acesso aosdocumentos da investigação

Valter Campanato/ABr

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, advogado de Carlinhos,exigiu ler os documentos secretos da Polícia Federal antes de depoimento

A oposição vairecorrer ao STFpara garantir aquebra total dosigilo jurídicodos documentos

O primeiro depoimento da Co-missão Parlamentar de Inquéri-to (CPI) que investiga a rede cri-minosa de Carlos Cachoeira se-rá fechado. Segundo fontes,existe a perspectiva de que o de-legado forneça detalhes da in-vestigação que podem ir alémdo que consta nos processos, oque justificaria o sigilo. Oficial-mente, o presidente da Comis-são, Vital do Rêgo (PMDB-PB),diz que a decisão de abrir o teste-munho só ocorrerá amanhãapós julgamento e votado pelaprópria comissão.

O senador, por conta daspressões para maior liberdadeas informações das investiga-ções, anunciou ontem a am-pliação do número de termi-nais de acesso aos documen-tos sigilosos que estão sob aguarda do Congresso. “Tere-mos dez computadores funcio-nando para melhor acomodaros membros da CPI”, diz.

Vital também acenou com apossibilidade de aceitar que as-sessores parlamentares, indica-dos por cada um dos deputadose senadores da Comissão, acom-panhem os integrantes no mo-mento da consulta para otimi-zar o trabalho. “Acho que issoserá possível”, afirma.

A oposição, por sua vez, vairecorrer ao Supremo TribunalFederal (STF) para garantir que-bra total do sigilo jurídico dosdocumentos. “Vamos formali-zar um questão de ordem do diaque pede o fim do sigilo”, diz olíder do PSDB no Senado ÁlvaroDias (PR). Segundo Vital, assimque o ministro do STF, RicardoLewandowsky determinar ofim do sigilo jurídico, os recur-sos se segurança no Senado se-rão dispensados. ■ R.B.N.

As obras na hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu, funcionaramnormalmente ontem, com a volta de todos os trabalhadores àsatividades depois da greve que atingiu a usina por 11 dias e terminouna semana passada. A obra está funcionando com o efetivo totalde cerca de 9 mil trabalhadores, sendo 7 mil contratados diretamentee 2 mil contratados indiretamente por meio de outras empresas,segundo informou o Consórcio Construtor Belo Monte. Reuters

Primeirodepoimentoseráfechado

AGENDA

MárcioThomazBastos:“Seele (Cachoeira)nãotiveracessoaomaterial, serámuitodifícil depor”

CPIS POLÊMICAS

Grandes investigações marcaram a última década

Fonte: Brasil Econômico

CBF-NIKE: 2000

Apurou irregularidades no contrato entre CBF e Nike,e também nas declarações financeiras da Confederaçãona década de 90. Contou com depoimentos na Câmara dos Deputados do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do técnico Wanderley Luxemburgo, entre outros. Foi presididapelo atual ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).O ex-presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, foi um dos acusados no relatório final da CPI. Seu processo de cassação não foi aprovado pelo Congresso

CORREIOS/MENSALÃO: 2005

Investigou denúncias de corrupção nos Correios, após vídeo revelar o ex-funcionário, Maurício Marinho, negociando propina com empresários sobre licitação. Marinho dizia ter respaldo do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ). Acusações do deputado revelaram suposto esquemade pagamento de mesadaa parlamentares da base aliada em troca de apoio político, que levou à instalação da CPI do Mensalão. O depoimento de Jefferson derrubou o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. O STF deve julgar neste ano os 40 indiciados pela CPI por crimes de corrupção

SANGUESSUGAS: 2006

Criada para concluir as investigações sobre fraudesem licitações para a comprade ambulâncias. A comissão investigou um total de90 parlamentares suspeitosde pertencer à Máfia das Ambulâncias. A quadrilha foi denunciada em 30 de novembro de 2004 pela ControladoriaGeral da União (CGU). Em agosto de 2006 a CPI aprovou relatório parcial que pedia a aberturade processo de cassaçãode 72 parlamentares.Ninguém foi cassado

ECAD: 2011

Investigou supostas irregularidades do Escritório Central de Arrecadação (Ecad) sobre a gestão de recursos oriundos do direito autoral de produções artísticas musicais.As denúncias também apontaram abuso da ordem econômica e prática de cartel. Seus trabalhos foram encerrados no último dia 26, após aprovação de relatório final, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). A comissão tirou do Ministério da Cultura e levou para o Ministério da Justiça todas as questões sobre direitos autorais no país; e pediu a reforma da Lei de Direitos Autorais, de 1998. A CPI também indiciou 15 pessoas por crimes ao Ministério Público

CPI DO CACHOEIRA

Nomes já confirmados para depoimentos na Comissão em maio

Raul Alexandre Marques Souza, delegado da Polícia Federal, responsável pela Operação Vegas. Em sessão secreta.

Mateus Rodrigues, delegado da PF. Daniel Salgado e Lea Batista de Oliveira, procuradores do Ministério Público, responsáveis pela Operação Monte Carlo. Em sessão secreta.

Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, empresário acusado de comandar negócios via exploração de caça-níqueis

José Olímpio de Queiroga, Gleib Ferreira da Cruz, Geovani Pereira da Silva, Vladimir Garcez, Lenine de Sousa, Idalberto Matias e Jairo Martins, apontados como integrantes do esquema de Cachoeira.

Cláudio Abreu, ex-diretor da Construtora Delta no Centro-Oeste

Senador Demóstenes Torres (sem partido-GO)

8/MAI

10/MAI

15/MAI

29/MAI

31/MAI

22 A 24/MAI

Fonte: Brasil Econômico

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 9

Page 10: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A discussão de uma agenda dedesenvolvimento sustentável,commetas para o setor empresa-rial, além de políticas públicas emudanças de comportamentodo consumidor serão discutidosdurante o Congresso Sustentá-vel 2012: uma agenda para aRio+20. O evento foi organizadopelo Conselho Empresarial Bra-sileiro para o DesenvolvimentoSustentável (CEBDS), que repre-senta no Brasil o World Busi-ness Council for Sustainable De-velopment (WSBCD). “O objeti-vo é mostrar que o setor priva-do está consciente de seu papelpara criarmos um país que che-gue em 2050 com qualidade devida”, diz a presidente do CEB-DS, Marina Grossi.A Rio+20 e a Economia Ver-

de” estará entre os temas do en-contro, que acontece na próxi-ma quinta-feira, além da cria-ção de indicadores de sustenta-bilidade, que contará com aparticipação da ministra doMeio Ambiente, Izabella Teixei-ra; o embaixador e presidenteda Secretaria Executiva da Co-missão Nacional para a Rio+20, Alberto Figueiredo; o sena-dor Cristovam Buarque, quepreside a Subcomissão Perma-nente de Acompanhamento daRio+20 e o presidente do Gru-po de Trabalho da Prefeitura doRio para a Rio+20, Sergio Bes-serman. ■ Érica Ribeiro, do Rio

Pelomenos duas resoluções de-vem ser definidas durante aRio+20, a conferência da Orga-nização das Nações Unidas(ONU) que vai reunir líderes domundo todo para discutir meiospara transformar o mundo emum lugar melhor para se viver.

A primeira resolução deveser a criação de um conselhopermanente de sustentabilida-de e a segunda pode ser a defi-nição de metas mundiais paraummundo sustentável, segun-do Jorge Soto, diretor de de-senvolvimento sustentável daBraskem e um dos organizado-res do evento.Como já existem diversos

acordos firmados entre países

que tratam de assuntos relacio-nados aomeio ambiente e à sus-tentabilidade, o foco de discus-são da Rio+20 será a definiçãode umpacto de governança glo-bal. “Não faltam acordos, masforça para que eles sigam emfrente. É preciso criar um siste-ma para que as coisas funcio-nem, uma governança global.O necessário agora é definiruma nova forma de gestão e ter

metas claras para os próximosanos”, diz Jorge Soto. Entretan-to, a criação de um conselhopermanente pode enfrentar re-sistência dos Estados Unidos,contrário à ideia.A Conferência será realizada

20 anos depois da Eco-92, queficou conhecida como Cúpulada Terra e cujo principal objeti-vo era conciliar desenvolvi-mento socioeconômico com a

conservação e proteção dosecossistemas da Terra. Poucosresultados concretos foramconseguidos na Cúpula da Ter-ra. “A Eco-92 foi o primeiropasso para definir o que é sus-tentabilidade”, diz Jorge Soto.Agora, a Rio+20 vai ser a oportu-nidade de os países definiremas metas para os programas desustentabilidade nos próximosanos. ■ Chrystiane Silva

A ministra doMeio Ambien-te, Izabella Tei-xeira, declarouontem ser a fa-vor do veto pre-sidencial ao no-vo Código Flo-restal e demons-

trou preocupação com a insegu-rança jurídica que o texto podetrazer. “Não tenho problemaem pedir o veto ao Código Flo-restal”, disse aministra, duran-te debate no Senado, acrescen-tando que é necessário produzirregras claras, e não uma legisla-ção “puxadinho”.Na avaliação de ambientalis-

tas, se a presidente não vetar onovo código, o Brasil perderáseu papel de vanguarda nas dis-cussões ambientais e terá deconviver com críticas e protes-tos durante a Rio+20, Conferên-cia das Organizações das Na-ções Unidas (ONU) sobre De-senvolvimento Sustentável queacontecerá no Rio de Janeiroem junho. Entre os pontos polê-micos do texto aprovado na Câ-mara estão a liberação de crédi-to para agricultores que desma-taram, a vulnerabilidade dasáreas em torno de nascentes derios e a permissão a desmata-

mentos em topos de morro emanguezais, áreas considera-das sensíveis.“Tenho problema é de lidar

com a realidade depois disso(do veto), de garantir condiçõespara quem produz alimentos eprotege o meio ambiente, cominclusão social”, afirmou.

ACâmaradosDeputados apro-vou o novo Código Florestal, nofim de abril, com algumas lacu-nas na parte do texto que tratada recuperação de vegetaçãonas margens de rios. A aprova-ção do projeto, com o apoio dabancada ruralista, desagradou oPlanalto, que defendia a manu-tenção do texto produzido porsenadores em dezembro, porconsiderá-lo mais equilibrado.Segundo uma fonte do governo,a falta de exigência de refloresta-mento ao longo de rios commais de 10 metros de largura,que está no texto aprovado pelaCâmara, configura na práticaanistia a desmatadores.

O novo texto do código che-gou ao Planalto ontem. A presi-dente Dilma Rousseff tem até odia 25 de maio para decidir sesanciona ou veta o texto.Segundo fontes do governo,

Dilmadevemesmovetar oproje-to. Se a presidente retirar os dis-positivosque tratamda recupera-ção em margens de rios, torna-senecessária aediçãodeumame-dida provisória para preencheressa brecha, avaliouumadas fon-tes. Fontes doPlanalto têmrepe-tido que a presidente irá utilizar“todo tempo disponível” paraanalisar o texto. O plano do go-verno é divulgar o veto às véspe-ras da Rio+20. ■ Com Reuters

RECURSOS

Governo liberaR$50milhõesparaaçõesnaáreadedefesanoMaranhão,RioeAcre

Redaçã[email protected]

MULHERES

Dilmaanuncianovopacotesocialparafamíliascomcriançasdeaté6anosde idade

O governo liberou mais de R$ 50 milhões para ações na área de defesacivil em três estados. Para o Maranhão foram liberados R$ 23,5 milhõespara a execução de obras de restabelecimento de serviços essenciaisprejudicados pela estiagem. No Rio de Janeiro, o governo liberouR$ 25,8 milhões para recuperação de danos provocados porenchentes. Também foi liberado R$ 1 milhão para obras no Acre. ABr

Ueslei Marcelino/Reuters

Ministra diz quemeio ambientenão pode ter ‘legislação puxadinho’

Economiaverde em foco

Pelomenos duas ações devem sair da Rio+20Encontro pode criar conselhopermanente de sustentabilidadee definir metas mundiais

A presidente Dilma Rousseff irá aproveitar o Dia das Mães, no próximodomingo, para anunciar um pacote social para a primeira infância(zero a 6 anos) e famílias atendidas pelo Bolsa Família e chefiadas pormulheres. Entre as ações estão um bônus financeiro para as famíliascom crianças nesta faixa etária e que façam parte do Bolsa Família.O bônus pode ficar entre R$ 10 e R$ 30 por criança. Reuters

Izabella Teixeirapede quemudançasno Código Florestalsejamvetadas

Para ambientalistas, sea presidente não vetaro novo Código, o Brasilperderá seu papelde vanguarda nasdiscussões ambientais

BRASILJadson Marques/Folhapress

IzabellaTeixeira:“Énecessárioproduzirregrasclaras,poisquemproduzalimentosprotegeomeioambiente”

AGENDA

RIO

+20

43FALTAM

dias

10 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 11: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

As micro e pequenas empresasestão atentas a ações ligadas àpreservação do meio ambiente,mas 81% de seus proprietáriosignoram a importância e o signi-ficado da Conferência das Na-ções Unidas para o Desenvolvi-mento Sustentável, Rio+20, queserá realizada entre os dias 13 e22 de junho, segundo estudo di-vulgado pelo Sebrae (Serviço deApoio às Micro e Pequenas Em-presas). Para Carlos Alberto dosSantos, diretor-técnico nacio-nal do Sebrae, o levantamento éimportante, pois é representati-vo do segmento. “A pesquisaavalia o nível de percepção des-te segmento”, diz.

Foram entrevistados 3.912 em-presários. Os dados divulgadosindicam que 70,2% das empre-sas adotam a coleta seletiva de li-xo, 72,4% controlam o uso de pa-pel, 80,6% racionam água,81,7% fazem uso consciente daenergia elétrica e 65,6% usam edescartam adequadamente resí-duos tóxicos. Para Santos, o resul-tado é surpreendente, pois con-

traria a ideia do senso comum deque adotar práticas sustentáveisencarece os custos de produção.“O que surpreende é que os pe-quenos negócios já adotam práti-cas sustentáveis. Temos uma dis-sonância do imaginário social,que acha que a sustentabilidadeé cara e difícil”, explica.

Segundo ele, a ecoeficiênciadeve ser vista como um investi-mento e não gasto. Porém, ape-nas 46% dos entrevistados acre-ditam nesta ideia. “O lucro não épecado e não há contradições en-tre ele e a sustentabilidade. O in-vestimento se recupera com eco-nomia, com redução dos custosde produção e prazo bastante ra-zoável. A média de retorno é dedois anos”, ressalta Santos.

O diretor-técnico acreditaque os benefícios da sustentabili-dade vão além do lucro. “O diálo-go também se dá em torno dasvantagens e das oportunidadesque as práticas ecológicas ofere-cem. Além do aumento do lu-cro, há um novo posicionamen-to da marca no mercado. É um

diferencial, que pode não ser per-cebido em um primeiro momen-to”, ressalta Santos. Para ele, asempresas que adotam tais práti-cas estão se adiantando às neces-sidades do mercado. “O que ho-je é um diferencial, em um se-gundo momento passará a ser pa-drão. As empresas que se aten-tam estão se antecipando ao quedepois será essencial. Não dá pa-ra discutir inovação sem susten-tabilidade”, completa.

Para o presidente do Sebrae,Luiz Barretto, o levantamentoaponta que um dos desafios é “fa-zer com que uma quantidade ca-da vez maior de micro e peque-nas empresas passe a incorporaro conceito de sustentabilidade àgestão dos seus negócios”. Medi-das simples, como desligar o arcondicionado uma hora antes dofim do expediente, contribuemcom o meio ambiente e ajudamna redução dos custos. Embora al-gumas práticas já estejam difundi-das, outras apresentam potencialde expansão, como a reciclagemde pilhas, baterias ou pneus. ■

HP inova com reutilização de materiais

PARÁ

Justiça manda prender oficiais da PM pelomassacre de Eldorado dos Carajás

Márcia Gouthier/Agência Sebrae

Pequenas emicros adotampráticassustentáveis

A fabricante de eletroeletrônicose acessórios de informática HPtem inovado nas iniciativas reali-zadas em prol do meio ambien-te, que vão desde a redução noconsumo de energia e água emsuas unidades à fabricação deprodutos com materiais recicla-dos. A mais recente delas é o pro-jeto SmartWaste, que consiste norastreamento de itens através de

chips para o reaproveitamentodo material após o seu descarte.

“É como emitir uma certidãode nascimento para o produtocom a possibilidade de trazê-lode volta para reutilizar o seu ma-terial. É uma ação extremamen-te inovadora”, explica Kami Sai-di, diretor de sustentabilidadeambiental da HP. Segundo ele, aempresa investe até 5% de seufaturamento global em inova-ções, que abrangem iniciativasde “eco-design”.

Através do rastreamento reali-zado, o material recolhido pode-rá ser utilizado por outras empre-sas caso não seja aproveitado pe-la própria HP. Até o momento,os chips foram inseridos em cer-ca de 20 milhões de produtos en-tre impressoras e cartuchos, massua utilização deve ser expandi-da. A ação chamou a atenção dogoverno federal, que pretendeampliar a iniciativa no mercadocom o desenvolvimento de chipscom tecnologia brasileira. ■

Medidassimples emenos custos

AGRICULTURA

Safra de soja deve cair e produtividademédiaserá a menordas últimas cinco temporadas

Fabio [email protected]

O Tribunal de Justiça do Pará expediu mandados de prisão contra ocoronel Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira,culpados pela morte de 21 integrantes do Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra (MST), conhecida como Massacre de Eldorado dosCarajás, no Pará, em 1996. Ambos haviam sido condenados — Pantoja a228 anos e Oliveira a 158 anos —, mas respondiam em liberdade. ABr

Ainda contabilizando os efeitos da seca no Sul do Brasil, a consultoriaCéleres reduziu a estimativa de safra de soja do Brasil 2011/12para 64,95 milhões de toneladas, ante 67,97 milhões de toneladasna previsão de abril. A safra 2011/12 terá a menor produtividademédia das últimas cinco safras, ou 2.592 quilos por hectare, quedade 124 kg/ha na comparação com a previsão de abril. Reuters

A empresa Prillav, de lavagem,secagem e conserto de roupas, lo-calizada em Rondonópolis, MatoGrosso, é um bom exemplo deque adoção de práticas sustentá-veis pode trazer não só benefíciosambientais, mas também lucro,com a redução dos custos de pro-dução e aumento da carteira declientes. Segundo Paulo Gomes,engenheiro e proprietário da em-presa, medidas simples consegui-ram aumentar o faturamento daempresa em cinco vezes. “Auto-matizamos os sistemas de lava-gem com o controle computado-rizado, o que proporcionou me-lhor utilização dos equipamentose redução no consumo de produ-tos químicos, água e energia elé-trica. Também treinamos nossoscolaboradores”, explica.

As atitudes não pararam poraí. Paulo agora usa solventes bio-degradáveis e aproveita a luz na-tural e o clima quente da cidadepara secar as roupas dos clien-tes. “Compramos também seca-doras mais potentes, que utili-zam gás, para as entregas maisurgentes”, completa. Para ele, aprincipal vantagem da adoçãodestas práticas foi a redução doscustos de produção. “Com a re-dução dos custos e a padroniza-ção dos processos, a empresa setornou mais competitiva, poispudemos reduzir os preços. Te-mos os mesmos gastos, mas au-mentamos o faturamento, já quea diminuição dos preços trouxemais clientes para a lavanderia.Novas ideias estão a caminho, co-mo o uso de triciclos para as en-tregas”, conta Gomes. ■ G.M.

Estudo do Sebrae mostra que mais de 80%racionam água e fazem uso consciente da energia

RECICLAGEM

Gabriela Murno, do [email protected]

Paulo Fridman/Bloomberg

CarlosAlberto:“Nãodáparadiscutirinovaçãosemsustentabilidade”

EXEMPLO REAL

ECONOMIA VERDE

Pequenos negócios já adotam práticas sustentáveis

Fonte: Sebrae

Rio+20

70,2% fazem coleta seletiva do lixo

72,4% controlam o consumo de papel

80,6% controlam o consumo de água

81,7% controlam o consumo de energia

65,6% destinam adequadamenteos resíduos tóxicos

Reciclagem de pilhas, baterias ou pneus

Uso de materiais recicláveisno ciclo produtivo

Captação de água de chuvaou reutilização da água

81% das micro e pequenas empresas ainda desconhecem a conferência

AÇÕES COM POTENCIAL DE AMPLIAÇÃO

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 11

Page 12: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A redução dos investimentosda área internacional previstano plano de negócios da Petro-bras, além do desinvestimentoem ativos de países sul-ameri-canos vão gerar conflitos comvizinhos que precisam ser ge-renciados pela estatal, disse on-tem o assessor da Presidência

da companhia, André Ghirardi.O plano de negócios pluria-

nual da estatal (2011-2015) pre-vê desinvestimentos de mais deUS$ 13 bilhões, e parte dessemovimento de venda de ativosdeve acontecer no exterior, em-bora a Petrobras não especifi-que o que será vendido.“De 2009 a 2010 houve um

corte de 30%na diretoria inter-nacional e, agora, temos a orien-tação de desinvestimento, inclu-

sive na área internacional”, dis-se. “Isso tem impacto diretonos nossos vizinhos. Vejo issocomo fonte de conflitos não gra-ves, mas trabalhosos e sensí-veis”, acrescentou o executivo.No caso da Argentina, por

exemplo, a Petrobras recente-mente perdeu a concessão deuma área, confiscada pela pro-víncia de Neuquén, que argu-mentou que a estatal não fez osinvestimentos devidos.

Ghirardi destacou, ao citar Ar-gentina, Bolívia e Peru, que nospaíses vizinhos há sempre umagrande expectativa com a pre-sença da estatal e seu potencialde investimentos.No entanto, o assessor reve-

lou que os recursos disponíveissão cada vez mais escassos eque as chances de novos investi-mento nestes países são poucas.“Diante da dimensão gigan-

tesca do pré-sal e do Plano de

Investimento (de US$ 224 bi-lhões), há uma falsa impressãode que a Petrobras tem recursoexcedente para aplicar nessespaíses”, afirmou ele.Segundo Ghirardi, existe um

espaço pequeno para aplicarnos vizinhos qualquer recursoque não seja o gerado no pró-prio país. “Criou-se uma expec-tativa muito grande nesses paí-ses,mas com o pré-sal essa rea-lidade mudou.” ■ Reuters

Ao vislumbrar uma reserva demercado na exploração do pré-sal, o Brasil está tentando expan-dir suas fronteirasmarítimas pa-ra deter toda a área próxima aopaís onde há comprovação deóleo em águas profundas.Ontem, o secretário de Petró-

leo, Gás Natural e CombustíveisRenováveis doMinistério deMi-nas e Energia (MME),MarcoAn-tônio Martins Almeida, afirmouque o Ministério das RelaçõesExteriores, emum trabalho con-junto com aMarinha, está nego-ciando com a Organização dasNações Unidas (ONU) o reco-nhecimento para o Brasil de to-da a área do pré-sal, ou seja,tentam agregar territórios alémdas fronteiras atuais.Segundo Almeida, apesar dos

esforços diplomáticos, apenasuma pequena parte das reservasde petróleo está fora da platafor-ma continental brasileira.“É um número muito peque-

no, mas que precisa ser corrigi-do”, disse o secretário. “A ONUjá aprovou um pedaço grandedas áreas da plataforma conti-nental para que o Brasil pudesseincorporá-las”, complementouo secretário.De acordo com especialistas

consultados pelo BRASILECONÔMI-CO, além das fronteiras políticashá também as tecnológicas para

que essas novas áreas pretendi-das pelo governo possam ser ex-ploradas.Adriano Pires, diretor do Cen-

tro Brasileiro de Infraestrutura(CBIE), afirma que o país estápleiteando uma reserva demer-cado, pois não é possível preverquando será viável a exploraçãoem distâncias tão grandes comoa que está sendo negociada —além de 200 milhas náuticas ou370 quilômetros. “Não sei serápossível produzir petróleo nes-tes locais daqui a 20 ou 50 anos,mas o governo está garantindoo território para quando for viá-vel”, avaliou.Pires ainda afirmou que a ex-

ploração em locais com lâminad’água superior a quatro quilô-metros é uma incógnita tam-bém em relação ao meio am-biente. “A tecnologia para pro-duzir no pré-sal ainda não estáconsolidada nempara profundi-dades menores. Nesta distân-cia, além de tudo, existe um de-safio ambiental. Não se sabe seteremos segurança em relaçãoaomeio-ambiente que possa ga-rantir a produção”, explicou.Segundo Jorge Ramos, presi-

dente da Sociedade Internacio-nal de Automação (ISA na siglaem inglês), outro problema seráo custo da exploração. Ramosentende que os gastos com logís-tica, transmissão de dados ema-nutenção crescem exponencial-mente àmedida que as platafor-

mas se distanciam da costa.“Se ainda não há uma solu-

ção definitiva para produzir a170 quilômetros como podemospensar em produzir a mais de400?”, questiona.A viabilidade, no entanto, po-

deria existir caso a cotação dacommodity alcançasse patama-res que ainda são inimaginá-

veis. “O preço para produzir fi-caria tão caro que o petróleo pre-cisaria superar e muito a barrei-ra dos US$ 200. Com os preçosatuais (em torno deUS$ 113), se-ria muito difícil desenvolveruma logística rentável por meiode navios cargueiros para trazereste óleo de volta”, disse Ra-mos. ■ Com Bloomberg

PETRÓLEO

JuizextingueaçãoquepediaasuspensãodasatividadesdaChevronedaTransocean

Gustavo [email protected]

LICITAÇÃO

Governotematéagostoparadecidir sobreconcorrênciadeblocosdepetróleoegás

O juiz federal Mauro Souza Braga extinguiu uma ação civil públicaimpetrada pela Federação Única dos Petroleiros pedindo que aChevron Corp. e a Transocean Ltd. suspendessem suas operaçõesno Brasil após vazamento de óleo em novembro. A Federação entroucom a ação em março. O juiz entendeu que a ação repetia uma açãoanteriormente ajuizada pelo Ministério Público Federal. Bloomberg

Petrobras cortará verbas para América do Sul

Rafael Andrade/Folhapress

Brasil pede expansão de fronteirasmarítimas até limites do pré-sal

Assessor da presidência dacompanhia prevê mal estarpolítico com desinvestimento

Para que a 11ª rodada de licitação de blocos de petróleo e gásseja realizada neste ano pela Agência Nacional do Petróleo (ANP),a presidente Dilma Rousseff tem até agosto para decidir sobreo leilão, segundo o secretário de Petróleo e Gás do Ministériode Minas e Energia, Marco Antonio Almeida. “Eu preciso de quatromeses e a tomada de decisão tem ser até agosto”, disse. Reuters

Apesar de exploração alémdas divisas serinviável, país retém reserva demercado

Marinha e Itamaratynegociam com aONU a expansão doslimites marítimospara agregar todaa área do pré-sal

BRASILFred Prouser/Reuters

Aexploraçãodopré-sal éumadasapostasdogovernobrasileiroparaestimularaeconomianofuturo

12 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 13: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O Brasil registrou superávit deUS$ 560 milhões na balança co-mercial graças ao aumento dasvendas externas de produtos bá-sicos (22,1%), manufaturados(14,4%) e semimanufaturados(13,6%) na primeira semanadeste mês de maio, que teve ape-nas três dias úteis. As vendas ex-ternas chegaram a US$ 3,749 bi-lhões e as compras, a US$ 3,189bilhões. No ano, as exportaçõesjá marcam US$ 78,395 bilhões,contra US$ 74,517 bilhões dasimportações, sendo que as com-pras do exterior cresceram maisdo que as vendas em relação aigual período de 2011. Nestacomparação, as importações au-mentaram US$ 3,8 bilhões, en-quanto as exportações cresce-ram US$ 1,7 bilhão.

Entre os produtos básicos ex-portados, algodão em bruto, ar-roz, soja em grão, carne bovi-na e de frango, bovinos vivos epetróleo foram os destaques.Etanol, veículos de carga, auto-móveis, suco de laranja, óleoscombustíveis, tratores, moto-res e geradores formaram apauta de manufaturados.

Na comparação com o mêsde abril, a média diária das ex-portações subiu 27,7%, puxa-

das principalmente pelos ma-nufaturados. Nas importações,a média diária superou em13,8% a média de compras domês anterior.

Na comparação com igual pe-ríodo do ano anterior, o avançofoi de 18,8%, com aumento degastos em produtos farmacêuti-cos (87,1%), combustíveis e lu-brificantes (40,4%), cereais eprodutos de moagem (32%),veículos e peças (18%), eletroe-letrônicos (18%) e equipamen-tos mecânicos (15,5%).

Importações em altaNos últimos anos, o aumento dopoder de consumo da popula-ção elevou a demanda por uma

ampla gama de produtos (vejaquadro abaixo). Como a indús-tria brasileira não dá conta deatendê-la, os itens estrangeirosencontraram espaço para apor-tar no mercado nacional.

O processo é particularmen-te acentuado porque, nos últi-mos anos, a distribuição de ren-da melhorou no país, dando àclasse C a oportunidade de ob-ter produtos que, até pouco tem-po, estavam fora de seu alcan-ce. O fenômeno ficou aindamais visível depois da eclosãoda crise global, no último tri-mestre de 2008. A partir daí,consumidores de todo o mun-do, especialmente dos EstadosUnidos e da Europa, puxaram ofreio de mão nos gastos.

O crescimento econômico doBrasil, por sua vez, cambaleouem 2009, influenciado pelos fa-tores externos, mas, em 2010, opaís retomou o crescimentocom força total — o Produto In-terno Bruto (PIB) avançou7,6%, um recorde para os nos-sos padrões. Assim, ampliou-sea diferença entre os cenários in-terno e externo, e parte do volu-me de produtos destinados apaíses que eram grandes consu-midores passou a ser direciona-da para o Brasil, explica o econo-mista André Sacconato, diretorde pesquisa da associaçãoBRAiN, entidade multissetorialque visa criar condições trans-formar o Brasil em polo interna-cional de negócios. ■

Os milhares de brasileiros quemigraram para a classe C au-mentaram progressivamentesua capacidade de consumo, fa-zendo com que surja a necessi-dade de o país promover meca-nismos cada vez mais eficien-tes para a oferta de alimentos.O programa Rede Brasil Rural,do Ministério do Desenvolvi-mento Agrário (MDA), é umadas ações do governo federalnesse sentido, já que 70% dosalimentos consumidos no paísvêm da agricultura familiar.

“Justamente por isso é quedesenvolvemos um portal emque varejistas de todo o paíspassam a ter acesso aos mais di-versos produtos provenientesde todas as regiões do Brasil”,disse o secretário nacional daAgricultura Familiar (MDA),Laudemir Muller, durante o28º Congresso e Feira de Negó-cios em Supermercados (Apas2012), destacando que a plata-forma eletrônica de comércioreúne cooperativas de produto-res rurais, fornecedores de in-sumos, consumidores públi-cos e privados com o objetivode integrar o agricultor fami-liar ao mercado.

Para dar incentivos ao setore também cooperar com sua ex-pansão, o governo federal tema meta de comprar R$ 3 bi-lhões de alimentos provenien-tes dessa fonte, que represen-ta mais de 80% dos estabeleci-mentos rurais do país e geramais de 75% dos empregos.“Queremos promover a organi-zação econômica dessa agricul-tura, já que ela tem uma impor-tância fundamental para o pro-jeto de desenvolvimento dopaís. O portal é um instrumen-to central para o desenvolvi-mento rural da nossa nação”,complementou.

A agricultura familiar estápresente em todo o territóriocom características bem diversi-ficadas e seu modo de produçãode acordo com cada região. Atéo momento apenas o setor vare-jista tem acesso à rede, mas o se-cretário adiantou que o ministé-rio está trabalhando em váriosmódulos para que até o finaldeste ano o consumidor finaltambém tenha acesso e possacomprar produtos. ■

NEGOCIAÇÃO

Petrobras assina contratode US$ 1,7 bilhãopara conversão de quatro navios em cascos

Importação sobe, mas itensbásicos garantem superávit

Governo lançaações de estímulo àagricultura familiar

Paulo Fridman/Bloomberg

LEVANTAMENTO

Ministério terá dados oficiais sobre tráficode pessoas no país no prazo de um ano

Andrew Harrer/Bloomberg

Importações brasileirasjá cresceram mais do queas exportações este ano

Hoje, 70% dos alimentosconsumidos no Brasil vêmdesta fonte de produção

A Petrobras assinou contrato de US$ 1,7 bilhão para a conversãode quatro navios em cascos para as futuras plataformas P-74, P-75,P-76 e P-77, que serão usadas na área da Cessão Onerosa, segundocomunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários. As conversõesserão concluídas em 2015. O consórcio formado por NorbertoOdebrecht SA, OAS e UTC Engenharia fará a conversão. Bloomberg

O Ministério da Justiça espera ter dados sobre o tráfico de pessoasno país em um ano. Os dados atuais são baseados em denúnciase em estudos feitos no ano passado. A informação é do SecretárioNacional de Justiça do Ministério da Justiça, Paulo Abrão.Um dos estudos foi feito em conjunto com a Comunidade Europeia quemapeou o tráfico de mulheres entre o Brasil, Portugal e Itália. ABr

Portal do Ministériodo Desenvolvimentoreúne cooperativasde produtores rurais,fornecedores deinsumos e varejo

BRASIL VAI ÀS COMPRAS

Setores com explosão de importações

Têxteis

Calçados

Brinquedos

Plásticos

Pneus

Máquinas

97%

192%

66%

39%

130%

147%

Crescimento*

Fonte: Receita Federal *No período de mar/2009 a mar/2012

Juliana Garç[email protected]

Cristina Ribeiro de [email protected]

José Cruz/ABr

Governo federal temmetadecomprarUS$3bilhõesemalimentos

ComprasdoexteriorcresceramquaseUS$4bide janeiroamaiodesteanosobre igualperíodode2011

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 13

Page 14: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Seis meses de aprendizagem etrabalho intensivos com umob-jetivo principal: anabolizar star-tups para que elas possam ex-pandir os negócios em escala talque as possibilite atingir receitaanual de R$ 100 milhões. Esta éa proposta da 21212Digital Acce-lerator, uma aceleradora de star-tups digitais feita nos moldes daamericana Y Combinator, queacelerou aDropBox—atualmen-te avaliada em US$ 6 bilhões. Atarefa não é fácil. A empresa se-leciona entre 10 e 15 projetos acada semestre e emprega inves-timentos indiretos estimadosem R$ 200 mil para cada um.A ideia de criar a 21212 surgiu

em 2011, visando uma união en-tre o potencial brasileiro e a ex-pertise americana (21 represen-ta o código de área do Rio de Ja-neiro, sede da empresa, e 212 éo código deNova York). Seis só-cios abriram o negócio. Os ame-ricanos Benjamin White e JeffLevinsohn eram empreendedo-res nos EstadosUnidos; os brasi-leiros Leonardo Constantino,Marcelo Sales e Rafael Dutonfundaram a Movile, maior em-presa da América Latina de ser-viços para celular; e FredericoLacerda, também brasileiro, eraconsultor da Accenture.“É ummodelo supercompro-

vado nos Estados Unidos”, ex-plica Frederico Larcerda. “Veri-ficamos o mercado brasileiro evimos que tem muito potencialde crescimento. Com todos osindicadores de uso de internet ecompras online, nós vimos umpotencial muito grande e umafalta enorme de conhecimentoe de capital”, completa. A pri-meira turma de startups acelera-das foi lançada no mercado noinício deste ano. A segunda,

com 10 empresas, começou o ci-clo de aceleração agora.O trabalho funciona da se-

guinte forma: os empreendedo-res inscrevem suas ideias nowe-bsite da 21212 e duas vezes porano—noprimeiro e segundo tri-mestres — são selecionados pa-ra entrevistas presenciais comuma banca dementores e inves-tidores e então para os ciclos deaceleração. Segundo Lacerda,as inscrições chegam a cerca de250 projetos, inclusive de ou-tros países, como Portugal, Ín-dia, Chile, Argentina e EstadosUnidos. Desses, entre 20 e 25são chamados para as entrevis-tas e somente de 10 a 15 partici-pam do programa. Para se ins-crever, a empresa não precisater receitas nem ser operacio-nal. Ela deve apenas atuar noBrasil, ter um bom potencial decrescimento, compessoas capa-zes na liderança. “Sempre ava-liamos se as empresas têmmer-cado potencial grande, se o pro-duto pode gerar receita e serusado pormuitas pessoas. E ana-lisamos principalmente os em-preendedores”, comenta Lacer-da. Em troca, os sócios das star-tups devem estar dispostos aabrir mão de uma fatia da em-presa, já que a contrapartida é20% do capital: 10% fica nasmãos da 21212 e 10% nas de umgrupo de investidores iniciaisque bancamas operações da ace-leradora. Lacerda cita isso comoumponto positivo. Uma vez só-

cia de cada startup acelerada, a21212 tem um motivo forte paracorrer atrás do desenvolvimen-to dessas empresas. “Temos ocompromisso de fazer a empre-sa crescer porque disso depen-de o sucesso da 21212”, afirma.Após as entrevistas, o progra-

ma começa, com uma série demétodos de aprendizagempráti-cos e teóricos e espaços para ne-tworking. “Temos networkinge suporte direto de pessoas quetrabalham na área de businessque ajudam na modelagem donegócio e buscam acordos na

área comercial, pessoas de TI,equipe de designers, advoga-dos. Temos um rede de 30men-tores que cobrem diversas áreasde conhecimento. Isso na nossaopinião é o que tem mais valorno programa de aceleração. Écomo se déssemos um bando deanabolizantes para as empresascrescerem rápido”.

Depois de seis meses, as em-presas participam de um even-to, chamado DemoDay, no qualtêm a oportunidade de se apre-sentar para uma série de investi-dores potenciais e fundos de

venture capital. Das 10 empre-sas aceleradas no primeiro ci-clo, oito se apresentaram noevento e estão negociando cominvestidores.Umadelas, a Resol-veaí, que propõe soluções paratransportes, já fechou um apor-te de R$ 500mil e está negocian-do outro de R$ 1 milhão. Segun-do Lacerda, sete das 10 empre-sas estão em estágio avançadode negociação para aportes en-tre R$ 500mil e R$ 4 milhões. Ataxa de sucesso é de 70% a 80%entre as empresas aceleradas.Além de exemplos em termos

de investimentos, há tambémumcaso de empresa já operacio-nal, com um estágio de receitamais avançado. A Pagpop, queatua na área de meios de paga-mentos, já fatura mais de R$ 1milhão e prevê crescer três ve-zes no próximo ano.As duas empresas que não se

apresentaramnoDemoDay ain-da não estavam prontas e, ten-do um ciclo de validação maislongo que as demais, conti-nuam fazendo parte da 21212.De acordo comLacerda, para es-sas startups também são organi-zadas visitas de anjos, que têm aopção de investirmenos dinhei-ro, com risco maior. ■

Giulia [email protected]

Maíra Coelho/Ag. O Dia

Um novo jeito de acelerarempreendimentospromissores

QUARTA-FEIRA

EDUCAÇÃO/GESTÃO

Com sede no Rio de Janeiro, mas com parceiros em Nova York, a 21212 Digital Accelerator procura darsuporte a empresas iniciantes para que elas cresçam e consigam atingir receita anual de até R$ 100 milhões

A aceleradora procuraempreendedorescapazes e boas ideias,que tenham potencialpara crescer nomercado brasileiroe internacional

INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO QUINTA-FEIRA

SUSTENTABILIDADE

Editorexecutivo:Gabriel deSales [email protected]

FredericoLacerda, da21212:“Écomosedéssemosanabolizantesparaasempresascresceremrápido”

NA DIREÇÃO CERTA

Como funciona o programa da 21212 Digital Accelarator

Fonte: empresa

1º PASSO: INSCRIÇÃO

Os empreendedores podem se inscrever no website da 21212 Digital Accelerator (HTTP://21212.com) quando quiserem, respondendo um questionário on-line. Os donos de projetos que interessarem serão chamados para entrevista

2º PASSO: SELEÇÃO

Ocorrem duas seleções por ano. São avaliados o potencial dos empreendedores e das empresas. Mercado grande, produto que pode gerar receita e atingir público significativo e probabilidade de escala no mercado brasileiro e internacional são diferenciais

3º PASSO: ACELERAÇÃO

As empresas escolhidaspassam por módulos de ensino, sessões de treinamento individual e encontros semanais para networking. A aceleradora oferece R$ 20 mil, maissuporte tecnológico, jurídicoe contatos por um períodode quatro a seis meses

4º PASSO: DEMO DAY

As empresas que estiverem prontas são convidadasa participar do Demo Day,com oportunidade de apresentar seus projetos para investidores e fundos de venture capital. As empresas que não estiverem prontas, seguem no programa

5º PASSO: ALUMNI

Depois do Demo Day, as empresas continuam tendo o apoio da 21212 como parte da comunidade de Alumni. A ideiaé manter o contato das startups aceleradas em ciclos de aceleração futuros e criar uma troca de experiências

14 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 15: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Uma empresa familiar de meiosde pagamentos, que nasceu emRibeirão Preto, focada na áreade saúde. Foi assim que há qua-tro anos surgiu a Pagpop, naque-le tempo chamada Vitalcred. Astartup tem como foco a captu-ra de transação de cartão, ofere-cendo um serviço que une mobi-lidade e tecnologia.

“Percebemos que os profis-sionais da área de saúde não ti-nham meio de pagamento, acei-tando cheque e dinheiro”, con-ta Márcio Campos, sócio funda-dor da empresa. “O chequetraz alto risco de inadimplên-cia. O dinheiro não pode serparcelado. Esse problema ébem claro. É extremamente im-portante aceitar cartão, as pes-soas andam cada vez com me-nos dinheiro na carteira”. A so-lução encontrada pelos em-preendedores foi oferecer acaptura das transações pormeio de serviços de dados evoz pelo celular e telefone.

A startup, que pretende cres-cer três vezes no próximo ano etem a previsão de chegar a umfaturamento mensal de R$ 3 mi-lhões nos próximos três anos,se expandiu e encontrou na tec-nologia uma barreira. “Não tí-nhamos como ganhar escala”,conta o sócio. A solução? Entrar

para o primeiro ciclo de acelera-ção digital da 21212, no segundosemestre de 2011. De acordocom Campos, o programa temum corte tecnológico muito for-te e unir isso com os contatos ad-quiridos ao longo dos seis mesesfoi importante para que a Pa-gpop pudesse ganhar escala.Atualmente, a empresa mira os20 milhões de profissionais libe-

rais ou autônomos que existemno país e expandiu os negóciospara além da área de saúde.

A startup lançou um aplicati-vo para aceitar cartão de crédi-to na Applestore — para iPho-nes — e também desenvolveuum programa para o Android.“Nós estamos fazendo o apare-lho celular virar cartão. O gran-de diferencial é dar possibilida-de de aceitar cartão de créditocom mobilidade, aceitando ba-se de cartões grande, com cus-to relativo menor”, explicaCampos. A Pagpop também cap-tura os pagamentos com cartãoatravés de celulares pré-pagose serviços de voz. O sócio da Pa-gpop chama a solução de “de-mocrática”: qualquer um quetenha celular agora pode acei-tar cartões em seu negócio.

Sem a barreira tecnológica enegociando aportes estratégi-cos – e confidenciais – a Pagpopvisa agora profissionais como re-vendedores de catálogos e taxis-tas, contando com uma carteirade clientes que ultrapassa 6,5mil profissionais, espalhados doAcre ao Rio Grande do Sul. “Pre-paramos a empresa ao longodesses seis meses que estivemosjuntos com a 21212 para alcan-çar ganhos de escala. E vamosfazer isso”, diz. ■ G.C.

O suco de uvae a limonadaAssisti recentemente a uma palestra de Marcelo Sales so-bre sua trajetória empreendedora. Ele é dono da Movile,empresa que desenvolve serviços de interatividade basea-dos em mensagens de texto, aplicativos (músicas, jogos,vídeos e imagens) e plataformas para telefones celulares.É, também, sócio da aceleradora de empresas 21121. Nasua apresentação, relembra que em sua infância na cida-de de Petrópolis, junto com seus irmãos, vendia suco deuva. Na casa de sua família existia uma parreira grandeda fruta e na época da colheita eles produziam mais sucodo que a família conseguia consumir. Foi, então, que eleteve a ideia de oferecer gelado para operários de umaconstrução perto da sua casa. Cada copo era vendido porR$ 0,50 e o negócio foi um sucesso. Para Marcelo, o sucode uva foi a base de sua trajetória empreendedora.

Eu mesma tenho um caso parecido na infância. Quan-do vinha nos visitar, na cidade em que morávamos,

meu avô trazia dúziasde ovos da fazenda emque morava. Eu e meuirmão colocávamos osovos em uma cesta e osvendíamos na vizinhan-ça. Cada um que fizeruma retrospectiva navida encontrará um mo-mento na infância ouadolescência onde des-cobriram algo diferen-te para fazer e ganharum dinheiro extra. Oupara juntar o suficientepara comprar um obje-to que desejava. É clás-sica a história da limo-nada na vida das crian-

ças americanas. No verão, elas vendem o copo do sucona porta de suas casas e, com a experiência, aprendema lidar com dinheiro, com pessoas e, principalmente, avalorizar a atitude empreendedora.

Experiências como essas são essenciais para a forma-ção das crianças nos Estados Unidos. São a semente daação criativa e da geração de valor a partir do própriotrabalho. A diferença entre a sociedade americana e abrasileira é que aqui estas experiências são iniciativasisoladas e não uma característica cultural. A família temum papel fundamental no desenvolvimento de atitudesempreendedoras. Na infância podem ser despertadas ca-racterísticas de comportamento que no futuro serão im-portantes para conectar trabalho, prazer e sucesso. Estaé a conexão que Marcelo faz entre o suco de uva da in-fância e os aplicativos para celulares de hoje em dia. Assituações de vida proporcionadas pela sua família e,principalmente, o apoio que teve de seus pais nas suasdecisões no início de sua formação acadêmica ajudouna sua escolha por empreender.

Os pais têm um papel importante na trajetória profis-sional dos filhos. Mais do que a escolha de uma boa esco-la para prepará-los para uma universidade bem concei-tuada, é a influência de seu modo de vida e a forma de re-lacionar-se com o trabalho que será preponderante na es-colha de ser ou não ser empreendedor. As atuais gera-ções moram mais tempo com os pais. A adolescência seprolonga e o amadurecimento dos filhos depende bastan-te desta convivência. O lado positivo deste fenômeno éque se pode por mais tempo proporcionar experiênciasfamiliares ricas em exemplos de atitudes empreendedo-ras. Despertar nos filhos o prazer pelas conquistas pes-soais e estimular a autonomia nas crianças pode estar emsituações simples como vender suco de uva. Quem sabeisso não pode se tornar um traço cultural brasileiro? ■

Márcio Campos é sócio daPagpop e encontrou no programade aceleração da 21212 DigitalAccelerator uma forma desuperar obstáculos tecnológicossurgidos com o crescimento.O programa ainda ofereceucontatos comerciais ecom grandes investidores,proporcionando a chance dossócios da empresa irem aoVale do Silício, convidados pelopróprio Silicon Valley Bank.

Como surgiu a ideia demontar uma empresade meios de pagamento?Nossa empresa é construída emfamília. Nós somos comerciantese eu tenho uma visão tecnológicamais forte. Percebemos que tinhaum grande mercado na área desaúde, porque os profissionaisnão aceitavam cartão.Quando eu e meu pai começamosa empresa, eu criei o negócioe ele vendia. Com o crescimento,precisamos de investimento,que partiu do meu cunhado.

E como o programa deaceleração ajudou a Pagpop?Principalmente com tecnologia.A 21212 tem um foco tecnológicogrande, com uma equipe boa.Além disso, vimos em conjuntocom a aceleradora que erapossível expandir a atuaçãopara além do setor de saúde.Aumentamos a amplitudedo negócio. Fora os contatosque fizemos com possíveisinvestidores. Nesses seis mesesdo programa, nós preparamosa Pagpop para crescer, mudamosde nome e lançamos aplicativos.

O Silicon Valley Bankescolheu vocês como a melhorapresentação do DemoDay e os premiou com umaviagem para o Vale do Silício?É. É muito interessantee dá bastante orgulho umempreendedor brasileiro,uma empresa familiar, ir aoVale do Silício patrocinado pelopróprio banco de lá. Nós aindanão fomos. Vamos em breve.Vamos trabalhar e tentarencontrar novos investidores,fundos de venture capital.

E, depois, quais os planospara a sua empresa?O sonho de todo empreendedoré tornar a empresa eterna.O mercado de meios depagamento está em evolução enós acreditamos fortemente nocrescimento e no relacionamento.Não posso falar da nossaestratégia, mas pretendemosaumentar nossa base de clientesem 50 vezes nos próximos anos e,com isso, nossa receita devecrescer também em forte escala.E estamos em negociação paraalguns aportes financeiros. G.C.

SEGUNDA-FEIRA

ECONOMIACRIATIVASEXTA-FEIRA

TECNOLOGIA

Divulgação

O celular captura opagamento com cartão

QUATROPERGUNTASA...

Sócio fundador da empresaPagpop, acelerada pela 21212

A família tem papelfundamental nodesenvolvimentode atitudesempreendedoras.Na infância, podemser despertadoscomportamentosque conectarãotrabalho, prazere sucesso

MARA SAMPAIOPsicóloga e especialistaem cultura empreendedora

...MÁRCIO CAMPOS

Startup quer aproveitar os 20 milhões de profissionais liberais edemocratizar o recebimento de pagamentos através do plástico

“Todo empreendedorsonha em tornara empresa eterna”

BARREIRA SUPERADA

Pagpop conseguiu unir mobilidade com tecnologia

Fonte: empresa

R$ 19,90MANUTENÇÃO MENSAL

R$ 1,50

TARIFA DE PROCESSAMENTO PELO SITE

R$ 2,00

TARIFA DE PROCESSAMENTO POR TELEFONE

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 15

Page 16: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

...eseu lucrodeveficaraquémdasexpectativas

PDGlideraperdas...

ImóveisàvendanaterradoMickey

FRASEAniversário com doces

A PDG, comandada por José Grabowsky, ainda está sentindo os efeitosdas dúvidas dos investidores sobre sua capacidade de administrar seugrande volume de obras. Desde o início do ano, a ação da PDG cai14,92%, liderando as perdas dentre as empresas imobiliárias listadas nabolsa. O desempenho é pior até mesmo em relação ao da Gafisa, queenfrenta graves problemas para entregar obras no prazo, sobretudo, osda Tenda, voltada para o público de baixa renda.

Segundo analistas, a PDG não tem passado aos investidoresa tradicional visão otimista para o ano. Por isso, é consenso entreeles que o lucro da companhia deve girar em torno de R$ 750milhões e R$ 800 milhões em 2012. Nesse patamar, o valor éaproximadamente 30% menor que o resultado de R$ 1,1 bilhãoprojetado pelos analistas no início do ano.

Não é só Miami que atraios brasileiros em busca debarganhas no mercado imobiliárionos Estados Unidos. Orlando, queabriga a DisneyWorld, o parquemais famoso do mundo, e NovaYork também foram invadidospelos investidores tupiniquins.Segundo a Piquet Realty,especializada em venda de imóveis de luxo, os brasileiros estãogastando entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão na compra de imóveisnestas cidades. Uma ano atrás, o investimentos variava de US$ 300 mile US$ 800 mil. A diferença não se deve ao aumento de preços domercado, mas, sim, ao apetite dos brasileiros em comprar mais deum imóvel para temporada e aluguel. “O brasileiro já é o compradorque mais gasta em imóveis aqui”, diz Cristiano Piquet, dono da PiquetRelaty, que não tem nenhum parentesco com o ex-piloto Nelson Piquet.

Saboresda Itália

Divulgação

Ética empresarial

Mulheresdebatemcriaçãodecotas

Matt Stroshane/Bloomberg

Mauricio Lima/AFP

MARCADO● O Fundo Vale, criado pela mineradora Vale para investir em projetosde desenvolvimento sustentável, promove hoje, no Centro BrasileiroBritânico, em São Paulo, o III Fórum Fundo Vale — Conjunturae Perspectivas para o Investimento Ambiental no Brasil.● Acontece hoje, às 12h, no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro,o lançamento de um jogo criado pelo Banco Mundial: o Equipe Evoke.O evento, parceria do banco com o Instituto Gênesis PUC-Rio,quer incentivar as soluções para problemas sociais.

A Tramezino é a fornecedoraoficial de serviços de catering do2º Avant Gabriel 2012, promovidopor João Doria Jr., que aconteceem São Paulo, no próximosábado, das 14h às 19h.Os sanduíches gourmets servidosdurante o evento têm o toquee sabores típicos da Itália.

Embalagemem braile

Carlos Cecconello/Folhapress

Divulgação

AondacomeçoupelaNoruega

A rede de doçarias Amor aosPedaços está completando 30anos com a inauguração de umaloja no Mooca Plaza Shopping.A unidade é a segunda da rede notradicional bairro da região lestede São Paulo e é a 43ª unidadeno Estado. Fundada em1982, a rede já tem 60 lojas emfuncionamento em todo o Brasil.

Está ganhando força no Brasila discussão sobre a criaçãode cota mínima para mulheresem conselhos de administraçãode companhias abertas.O tema será debatido emaudiência pública, em Brasília,que deve ocorrer no dia 24de maio. A definição de umpercentual mínimo de 40% deintegrantes do sexo femininonos colegiados corporativos foiproposta pela senadora Mariado Carmo Alves (DEM-SE) paratodas as companhias públicascontroladas pela União.O projeto de lei prevê o

preenchimento gradual doscargos pelas mulheres nospróximos dez anos. A propostaprevê o limite mínimo de 10%até 2016, perfazendo 40%em 2022. Segundo pesquisafeita pelo Instituto Brasileirode Governança Corporativa(IBGC), atualmente, apenas7% das cadeiras dos conselhosde administração de empresasabertas são ocupadas por elas.A audiência pública devecontar com a participaçãoda empresária LuizaHelena Trajano, da redevarejista Magazine Luiza.

DENISE CARVALHO [email protected]

Hopeaumenta lojasderuaparatriplicartamanho

A Algar Agro, empresa deprocessamento de soja, lançouontem na feira da Apas(Associação Paulista deSupermercados) a primeiraembalagem de óleo de soja comlinguagem em braile no país.A feira acontece no Expo Center,em São Paulo, até 10 de maio.

Chega ao mercado brasileiro estemês o livro Ética Empresarial,produzido pela FundaçãoNacional da Qualidade (FNQ).A publicação traz um retratosobre a ética nos negóciosno Brasil, uma pesquisa comexecutivos e casos de sucesso deempresas como CPFL e Siemens.

A Noruega foi o primeiro país a aprovar, em 2003, a cota de 40%para mulheres nos conselhos de administração das companhias.Fança, Austrália, Alemanha e até África do Sul já aderiram.No Brasil, o projeto está nas mãos do relator na Comissão deAssuntos Sociais, o senador João Vicente Claudino (PTB-PI).Ele deve entregar o relatório pronto em junho com quatro emendas.

Tom CavalcantiHumorista, à Hebe Camargo, sobresua atual situação profissional.

ENCONTRO DE CONTAS

197,8milbrasileiros entraram naArgentina pelos aeroportosde Ezeiza e Aeroparque,em Buenos Aires, noprimeiro trimestre de 2012.

A DECEPÇÃO DA BOLSA

PDG tem o pior desempenho entre principais construtoras

Eztec

Helbor

Even

MRV

JHSF Part

Direcional

Brookfield

Cyrela Realty

Rossi Resid

Rodobensimob

Gafisa

Tecnisa

PDG Realt

41,38

39,6

26,73

14,95

11,61

10,93

8,69

8,32

7,4

6,41

-7,04

-8,45

-13,56

Fontes: Economatica e Brasil Econômico* Acumulado em 2012

RENTABILIDADE DAS AÇÕES*, EM %

A Hope, que há três anos exibe amodelo Gisele Bündchen como a garotapropaganda de suas campanhas delingerie, prevê inaugurar este ano60 lojas, 15 delas em rua. Hoje, a redetem 90 unidades — apenas 3 delas estãolocalizadas fora de shoppings. O projetode expansão em lojas de rua deve sero principal motor de crescimento daempresa, que prevê chegar a 300 lojasaté 2014. A inauguração da primeiraunidade conceito semana passada naOscar Freire, área nobre de São Paulo,que concentra as principais grifesde luxo do mundo, deve dar o impulsoque a rede precisa. A Hope investiucerca de R$ 5 milhões nessa loja,mais que os R$ 2 milhões aplicadosem unidades tradicionais. Em tempo:o contrato da Gisele Bündchencom a Hope termina agora em maio.

GIRO RÁPIDO

“Nomomento,eumedeiférias sabáticas.Estoucomoumpassarinho,trepadonocoqueiro,observandooambiente”

16 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 17: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 17

Page 18: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS),pertencente aos grupos Camar-go Corrêa e Queiróz Galvão,anunciou ontem troca de co-mando. O engenheiro OtonielSilva Reis, que ocupava o cargode diretor-executivo demerca-do privado e óleo e gás na hol-

ding Queiróz Galvão, assumiu apresidência da companhia, loca-lizada no Complexo IndustrialPortuário de Suape (PE).O executivo chega à empresa

em um momento conturbado.Recentemente, a coreana Sam-sung Heavy Industries, que de-tinha 6% de participação, ven-deu sua fatia na empresa. Os ou-tros dois sócios, que ficaramcom 50% cada um do negócio,

passarama buscar umnovo par-ceiro para o EAS, entre eles a ja-ponesa Mitsui.Reis assume o cargo deixado

por Agostinho Serafim Júnior,que estava na presidência do es-taleiro há cerca de um ano e nãotinha larga experiência nos seg-mento. Segundo uma fonte liga-da ao setor naval, a administra-ção de Serafim foi conturbada,em meio a grandes mudanças

de gestão, e semmuito êxito. Se-gundo nota do EAS, Serafim Jú-nior “retorna à holding para as-sumir novos desafios”.

PerfilEngenheiro elétrico por forma-ção, o mineiro Otoniel SilvaReis tem mais de três décadasde carreira e acumula experiên-cia no setor de óleo e gás. Este-ve à frente, em várias empre-

sas, de projetos desenvolvidospara a Petrobras, inclusive noexterior. No Brasil, atuou tam-bém como diretor de projetosdo estaleiro Keppel Fels e inte-gra o Conselho de Administra-ção da Quip.Reis terá o desafio de entre-

gar, a tempo, uma extensa car-teira de encomendas que so-mamaproximadamente R$ 8 bi-lhões. ■ E.P.

Oanode 2011 foi bastante inten-so para os executivos do Outba-ck no Brasil. A cada dois meses,uma nova unidade da rede ame-ricana era inaugurada por aqui.Para este ano, quando a redecompleta 15 anos no país, ao in-vés de sossego, a empresa quermanter o ritmo de inauguraçõese explorar novosmercados. Ho-je à noite a rede abre sua primei-ra loja em Florianópolis. Com aunidade, serão 35 restaurantesespalhados por 10 estados.No último ano, Salim Ma-

roun, presidente da rede no Bra-sil, adotou a estratégia de conso-lidar a presença nos mercadosonde já tinha forte presença, so-bretudo a região da Grande SãoPaulo. Para 2012, é esperado quea empresa repita o movimentofeito entre 2008 e 2010, quandoaportou emnovosmercados, co-mo Curitiba e Salvador. Mas,tão secreto quando o temperode suas costelinhas de porco, aempresa guarda a sete chaves alocalização e o número de no-vas lojas planejadas para 2012.A estratégia de expansão do

Outback é diferente da maioriados concorrentes do setor. To-das as unidades são próprias econtam com um sócio-gerente,em muitos casos ex-funcioná-rios, que investe cerca de R$ 60mil e recebe um salário, paraque possa se dedicar demaneiraexclusiva à empresa.Para acompanhar o ritmo de

crescimento, a empresa inves-tiu no departamento de marke-

ting. Emmarço deste ano, o exe-cutivo Antonio Marchese, vin-do doMcDonald’s, assumiu a di-retoria de marketing do Outba-ck no Brasil.

Direto do concorrenteSerá função de Marchese co-mandar os esforços de divulga-ção da companhia nos novosmercados abertos aos longodeste ano. “Investiremos mui-to em redes sociais, onde so-

mos muito citados”, afirma.O momento econômico tor-

na o investimento do Outbackna expansão muito propício. Oaumento da renda tem feito oconceito de casual dinning, quetem um ambiente mais descon-traído, se consolidar no país.“O brasileiro está viajandomais para o exterior e, emmui-tos casos, tem seu primeiro con-tato com o modelo do Outbacklá fora”, afirma Enzo Donna,

consultor da ECD Food Service.Entre as redes que adotam o

modelo de casual dinning nopaís, o Outback é a maior, tantoem número de lojas como empenetração. Seus maiores con-correntes por aqui são o tam-bém americano Apple Bees e obrasileiro América.Se por um lado é uma oportu-

nidade, o baixo número de re-des de casual dinning no Brasiltraz alguns desafios para o Out-

back. “O desconhecimento doconceito nos faz ter que enfren-tar uma concorrênciamuito for-te dos restaurantes de fastfood”, diz Marchese. Para con-tornar a situação, o executivoacredita que a melhor saída sejainvestir cada vezmais na divul-gação do conceito de “experiên-cia”. “Não podemos falar de pre-ço,mas de custo-benefício, am-biente e qualidade”, diz.O sucesso da operação brasi-

leira do Outback, que tem algu-mas das lojas mais rentáveis darede em todo omundo, incenti-va a matriz a procurar novosmercados na região. Entre osprincipais alvos da companhiapara investir nos próximos anosestão os vizinhos Argentina,Chile, Colômbia e Peru. ■

Gabriel [email protected]

Roberto Price/Folhapress

Estaleiro Atlântico Sul anuncia troca de comando

Commais brasileiros lá fora,Outback cresce aqui dentro

Otoniel Silva Reis, ex-diretorde óleo e gás da Queiróz Galvão,assume presidência da empresa

Embalada pelo crescimento da renda e da nossa economia, rede americana de ‘casual dinning’ investe naabertura de novas unidades no país. Restaurantes daqui estão entre os mais lucrativos da rede no mundo

EMPRESAS

Editora: Eliane Sobral [email protected]: Rachel Cardoso [email protected]

Patrícia Nakamura [email protected]

O MAIOR

Presença do Outback e de seus principais concorrentes no Brasil

LOJAS

ESTADOS

05

101520253035

APPLE BEESAMERICAOUBACK

02468

10

APPLE BEESAMERICAOUBACK

35

10

1

4

159

Fonte: empresas

Maroun,doOutback: commaisbrasileirosviajando, cresceapopularidadedomodelodenegócio

18 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 19: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Abrir novos canais de vendas —e chegar a mais regiões —, de-senvolver produtos, apostar emmarketing e concluir processosde sinergia são as diretrizes daHypermarcas para incrementaros resultados em 2012.

A longa lista foi reforçada on-tem por Claudio Bergamo, presi-dente da empresa, durante tele-conferência de resultados paraanalistas (ver quadro abaixo).Depois de um 2011 fraco, a com-panhia chegou ao fim do primei-ro trimestre com lucro de R$40,8 milhões, 24% superior aodo primeiro trimestre do anopassado, e receita 14% mais al-ta, totalizando R$ 897 milhões.O resultado é efeito de estraté-gia comercial posta em práticano fim do ano passado, que in-cluía redução de descontos eprazos oferecidos aos varejistas.

Nova força de vendasNo que diz respeito à força devendas, teve fim um importan-te processo de reestruturaçãono primeiro trimestre, que temcomo objetivo conquistar maisprateleiras nas redes de farmá-cias. Se antes a companhia ti-nha uma só time para comer-cializar os itens de valor agrega-do e os genéricos, agora o esfor-

ço se dividiu em duas equipes.A força de vendas de genéricoscomeçou a operar em fevereiro.

“A intenção é ter melhor dis-tribuição, o que deve gerar au-mento de demanda”, disse Mar-tim Mattos, diretor financeiroda Hypermarcas. Com trabalhomais focado, a empresa quermelhorar o desempenho de pro-dutos. “Em genéricos, nosso de-sempenho é melhor nas regio-nais do que nas grandes redes”,diz. “É um mercado em ascen-são e vamos buscar mais espaçocom a nova força de vendas”.Os genéricos respondem por25,4% do mercado nacional deremédios, contra os 22,7% noprimeiro trimestre do ano passa-do, diz a Pró Genéricos. ■

O primeiro trimestre de 2012marcou um novo recorde paraas vendas de medicamentos ge-néricos no Brasil, que atingiram25,4% de participação no mer-cado, sem perspectiva de retra-ção nesse desempenho. Segun-do o presidente da Pró Genéri-cos, Odnir Finotti, é possívelque até o fim de 2012 os genéri-cos já representem 30% das ven-das de remédios no país.

“O que vemos é que depoisde 10 anos o mercado continuarobusto e com expectativa demais crescimento, tanto em ra-zão dos produtos que já estão àvenda há alguns anos, quantopuxado pelos que têm sido lan-çados atualmente”, afirma Fi-notti. “Assim mais e mais brasi-leiros passam a ter acesso a me-dicamentos”.

De acordo com a Pró Genéri-cos, em 2011 começaram a che-gar às farmácias brasileiras 20novos genéricos, com custo nomínimo 30% inferior aos seusrespectivos medicamentos dereferência e que, por sua vez,também contribuem para a re-dução de custos até mesmo dosremédios de referência.

E o Brasil ainda tem espaçopara muito mais crescimentodos genéricos. Conforme acres-centa Antonio Britto, presiden-te da Interfarma (Associação daIndústria Farmacêutica de Pes-quisa), há países em que essesmedicamentos representam en-tre 40% e 50% do mercado.“No Brasil esse fenômeno aindaé recente, mas a tendência éque ele amadureça de maneiraque tenhamos uma divisão en-

tre os genéricos, os de referên-cia e os similares”, diz.

Justamente por isso, segundoBritto, é natural que o mercadoabsorva os ciclos dos medica-mentos — lançados como de re-ferência e que depois passam aser oferecidos como genéricos.

“É natural também que nós te-nhamos os laboratórios produto-res dos medicamentos de refe-rência liderando a fabricação degenéricos”, acrescenta Britto.Os dados da Interfarma apon-tam que seus associados (repre-sentados pelas maiores indús-trias farmacêuticas em atuaçãono Brasil), respondem por 41%da produção de genéricos.

Não à toa, a EMS Pharma de-tinha, no fim do ano passado,7,77% de participação no merca-do de medicamentos brasileirosozinha, com vendas que chega-vam a US$ 2 bilhões. A Medley,segunda do ranking, tinha7,11% de participação em de-zembro de 2011, com soma dasvendas de US$ 1,8 bilhão.

Excluindo a participação dosgenéricos do total da indústria,a evolução do mercado foi decerca de 6%, em unidades ven-didas no trimestre, segundo da-dos da Pró Genéricos. A entida-de calcula que os brasileiros játenham economizado R$ 26,7 bi-lhões desde que esses medica-mentos chegaram ao mercado,em 2001. ■

Érica [email protected]

Henrique Manreza

Hypermarcaspõe novo timeem campo

Rafael Hupsel/Folhapress

Genéricos batem recorde epodem ter 30% do mercado

Prejuízo da Brazil Pharma sobe para 185%

Vale vende controle acionário da Cadam

Expectativa é que essesmedicamentos atinjam oresultado até o fim do ano

Divulgação

A Brazil Pharma — holding de far-mácias do BTG Pactual — divul-gou ontem que seu prejuízo líqui-do quase triplicou, passando deR$ 2,1 milhões no primeiro tri-mestre de 2011 para R$ 6,04 mi-lhões neste ano, alta de 185%. Jáo lucro bruto, com dados pro-for-ma, apresentou crescimento de27% no período, passando de R$166,2 milhões para R$ 211 mi-lhões na comparação anual.

O desempenho esteve relacio-nado com a expansão da compa-nhia, que encerrou os três pri-

meiros meses do ano com 998pontos de venda, sendo 643 lo-jas próprias e 355 franquias darede Farmais. Neste período, fo-ram inauguradas 16 lojas e ain-da há outras 42 contratadas.

“O primeiro trimestre 2012foi marcado pelo avanço nonosso processo de integração,com destaque para a inaugura-ção do Centro de ServiçosCompartilhados, e pela conclu-são das aquisições das platafor-mas Santa'Ana, na Bahia, e BigBen, com atuação nas regiões

Norte e Nordeste do Brasil”, di-vulgou a diretoria da empresaem comunicado para apresen-tar seus resultados do primei-ro trimestre de 2012.

A receita bruta somou R$ 699,3milhões, avanço de 26,4% nacomparação entre os resultadosdos trimestres. O lucro antes dejuros, impostos, depreciação eamortização (Ebitda, da sigla eminglês) ajustado foi de R$ 36,9milhões de janeiro a março, oque representou uma alta de45,1% sobre 2011. ■

Companhia reestrutura sua força de vendaspara ganhar mais espaço nas prateleiras

Bergamo,presidente:novasdiretrizesparaampliarvendas

Cláudia [email protected]

A Vale vendeu sua participação de 61,5% na Cadam para a empresaamericana de capital fechado KaMin por US$ 30,1 milhões. A Cadamé uma produtora de caulim que opera mina a céu aberto no estado doAmapá, bem como uma usina de beneficiamento e um porto privado,ambos no estado do Pará. A mina e a usina são interligadas por ummineroduto de 5,8 km. A Vale informou que a venda da empresaé parte dos esforços para a otimização do portfólio de ativos.

Finotti, daPróGenéricos: customenorpermiteacessoaremédios

EM ALTA

Venda de genéricostem a maior participaçãode mercado da história

Fonte: Pró Genéricos

R$ 2,4 bilhões VENDAS NO 1º TRIMESTRE DE 2012

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

05

1015202530

1º trimestre 20121º trimestre 2011

22,7% 21,4%25,4%

18,5%

Em unidades Em valor

NÚMEROS POSITIVOS

Resultado no 1º trimestre

Fonte: Hypermarcas*Comparação com igual período de 2011

R$ 897,1 milhões RECEITA LÍQUIDA

R$ 40,8 milhões LUCRO LÍQUIDO

rimestre

ões

Variação*13,8%

ões

Variação*24%

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 19

Page 20: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O consumidor brasileiro podeser surpreendido ao entrar emconcessionárias da país. Isso por-que, carros importados doMéxi-co podem sofrer um reajuste deaté 10% no preço. A Fiat, já au-mentou o valor dos modelos Fiat500 e o Freemont em 8% e 9%respectivamente. E as outrasmontadorasdevemadotar ames-ma estratégia. A razão para essaelevação nos valores do carro,alémdavariação cambial, é o sis-temade cotas que foi adotadopa-ra importação demodelosmexi-canos. Agora, cada empresa temum valor permitido para impor-tar doMéxico sem que haja inci-dência do Imposto de Importa-ção (II) e o aumento de 30 pontospercentuais no Imposto sobreProdutos Industrializados (IPI).A Nissan, por exemplo, que

trazdoMéxicocincodosoitomo-delos que elavendenoBrasil, teráuma cota de US$ 328,98 milhõesporanoatémarçode2015.A japo-nesa foi a empresa com a maiorcota de importação doMéxico.

O presidente da AssociaçãoNacional dos Fabricantes de Veí-culos Automotores (Anfavea),Cledorvino Belini, explicou queo governo mexicano estabele-ceu quatro critérios para definiras cotas de cada empresa: volu-me de produção, vendas domés-

ticas, exportação e participaçãonomercado. Sendo assim, a Nis-san é líder em vendas no Méxi-co e a montadora que mais ex-porta. “Esse mix foi definido ecada empresa terá que fazer oseu planejamento de acordocom as vendas aqui no Brasil”,disse Belini que tambémcoman-da a Fiat Automóveis.

Cobrando a diferençaA Fiat, aliás, vai usar a cota dasua controlada Chrysler para im-portar os modelos que ela im-porta do México. A americanaterá uma parcela de US$ 256,83milhões ao ano até março de2015. A Fiat traz doMéxico o su-percompacto Fiat 500, que atéabril foram comercializados6.762 unidades, e o utilitário es-

portivo (SUV) Freemont, cujasvendas somaram 4.418 unida-des de janeiro a abril.A Fiat monta esses modelos

na fábrica que a Chrysler man-tém noMéxico. Lá, a montado-ra italiana não tem expressãono mercado. Suas vendas sãopequenas e tudo que é produzi-do lá vai para os Estados Uni-dos e para o Brasil. “Mas, é im-portante ressaltar que o que amontadora trazer além da cotaestabelecida será cobrado o au-mento de 30 pontos percen-tuais sobre o IPI”, disse Belini.

Mercado desaquecidoAs vendas de veículos no Brasilestão em desaceleração. Nomês de abril foram comerciali-zadas 257,9 mil unidades, ante

289,2 mil no mesmo período doano passado, queda de 10,8%.No acumulado, a retração foi de3,4%, passando de 1,11 milhãode unidades para 1,08 milhãoveículos vendidos.“Neste ano temos um fator

que estava mais retraído em2011. A rigidez na concessão decrédito. É isso que estimula asvendas de veículos no país. Di-nheiro tem, mas está mais difí-cil”, disse Belini.Segundo dados da Anfavea,

em março deste ano a aquisi-ção de veículos por pessoa físi-ca somou R$ 7,8 bilhões. Emmarço de 2011, esse volumefoi de R$ 8,1 bilhões. “Já che-gamos a ter uma carteira deR$ 9,5 bilhões, precisamoschegar nesse patamar.” ■

Apesar da redução das taxas dejuros anunciada pelos bancos re-centemente, o segmento demo-tocicletas seguiu a tendência domercado de veículos e apresen-tou queda nas vendas, que tota-lizaram 132,2 mil unidades nomês passado, uma queda de

20,2%antemarço e 9,5% emre-lação a abril de 2011.Como consequência, as fabri-

cantes reduzirama produção pa-ra 145,6 mil unidades, volume18,8% menor que o registradoem março (179,4 mil) e 18,4%inferior ao mesmo mês do anopassado (178,6 mil), conformedados da Abraciclo, entidadeque representa o setor.As vendas demotocicletas no

mercado interno totalizaram138,6 mil unidades no mês pas-sado, ante 164,6 mil em março— uma baixa de 15,8%. “As re-duções nos juros não se refle-

tem na aprovação do crédito.Na prática, persistem amaior se-letividade e o rigor na liberaçãodos financiamentos, observa-dos desde o final do ano passa-do”, afirma Marcos Fermanian,presidente da Abraciclo empos-sado no mês passado.

Segundo o executivo, comogrande parte dos consumido-res de motocicletas pertencemàs classes C e D, eles acabam

impossibilitados de concreti-zar a compra, o que acarretaem quedas nos negócios e, con-sequentemente, na redução noritmo de produção.

As vendas de motocicletasao mercado externo, no entan-to, continuam em movimentode expansão. Foram exportadas8,8mil unidades em abril, volu-me 26,2% superior ao de mar-ço passado. ■ M.L.

CONSUMO

Coca-Cola,Nestlé e Nike são as mais queridaspelos consumidores brasileiros, diz pesquisa

INVESTIMENTO

Coteminas adquire 86 caminhõesextrapesados da Mercedes-Benz

Divulgação

México fazFiat reajustarpreços deautomóveis

Ana Paula [email protected]

Vendas demotos caem 20% em abril

Leo Caobelli/Folhapress

Corte das taxas de jurosnão auxiliou na aprovaçãode financiamentos

A Coteminas adquiriu 86 caminhões extrapesados Actrosda Mercedes-Benz para ampliação de sua frota. Os veículosserão utilizados no transporte de algodão e produtos têxteisdas fazendas em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás paraas unidades industriais, bem como para os seis centrosde distribuição da empresa nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul.

A pesquisa “As Marcas Mais Amadas do Brasil” feita pela ShopperExperience em parceria com Officina Sophia Conhecimento Aplicadoentre março e abril aponta Coca-Cola, Nestlé e Nike como as marcasque mais conseguem despertar “amor” nos consumidores do país.Na sequência, vêm Brastemp, Sadia e Natura. Ao todo, foram avaliadasmais de 20 categorias, incluindo desde automóveis até cervejas.

Tendência deve ser seguida por outrasmontadoras que importam automóveisdaquele país, o aumento deve ser de 10%

Restrição de créditopara consumidoresdas classes C e Dbarra novos negócios

EMPRESAS

CledorvinoBelini, presidentedaAnfaveaedaFiat.Montadora italiana já reajustouseuspreços

MARCHA LENTA

Desempenho de produção e vendas de veículos de jan/abril

0,00,20 0

0,40 2

0,60 4

0,80 6

1,00 8

1,21 0

20122011

0,00,20 0

0,40 2

0,60 4

0,80 6

1,00 8

1,21 0

20122011

PRODUÇÃO, EM MILHÃO DE UNIDADES

VENDAS,EM MILHÃO DE UNIDADES

Fonte: Anfavea

1,11 0,99

1,081,11

20 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 21: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Apesar do recuo do mercadode veículos em abril no país,Renault e Nissan andaram nacontramão e conseguiram au-mentar suas vendas. Os mode-los de entrada (populares) Mar-ch e Sandero Stepway garanti-ram os bons resultados.

Com 8.614 unidades comer-cializadas em abril, a Nissan re-gistrou crescimento de 142%na comparação com o mesmo

período do ano passado. Com oresultado, a empresa obteve3,5% de participação de merca-do. “Em um mês de retraçãodo mercado, a Nissan atingiubons números e se mantém oti-mista em relação ao crescimen-to sólido em 2012”, disse Chris-tian Meunier, presidente damontadora do Brasil.

O sucesso da Nissan tem no-me: March. O primeiro carro po-pular japonês do Brasil teve3.255 unidades comercializadasno mês passado. O outro desta-que da marca ficou por conta da

picape Frontier, com vendas de1.275 unidades no mês passado,consolidando a melhor partici-pação de mercado do modeloda sua história, de 14,1%.

FrancesaCom participação de mercadode 6,8% em abril, a Renault em-placou 16.539 unidades, núme-ro 11,6% maior do que o verifi-cado em abril do ano passado.

O destaque do mês foi o mo-delo Sandero Stepway, que ven-deu 6.828 unidades, 78% amais que em abril 2011, resulta-

do puxado pela série limitadaRip Curl. O utilitário RenaultDuster também foi decisivo pa-ra o desempenho. com 2.887unidades vendidas, superandoseu principal concorrente nomercado nacional, o EcoSport.O veículo da Ford ganharáuma releitura neste ano.

“O resultado confirma que aRenault está no caminho certo,oferecendo produtos que vão aoencontro das expectativas dosconsumidores brasileiros”, ava-lia Olivier Muguet, Presidenteda Renault do Brasil. ■ M.L.

A Votorantim informou ontemque não tem interesse em se des-fazer de sua participação de21,2% na Cimpor, a maior ci-menteira portuguesa. Há poucomais de um mês, a Camargo Cor-rêa fez uma Oferta Pública deAquisição (OPA) para compraros papéis da Cimpor, por ¤ 5,50em dinheiro, por meio de suacontrolada InterCement, umaoperação que poderia movimen-tar mais de ¤ 3 bilhões.

Hoje, a Camargo Corrêa pos-sui 32,9% da cimenteira. E, ape-sar da decisão da Votorantim, ogrupo deve prosseguir com aoferta de compra da Cimpor.No fim de semana, a InterCe-ment mantinha uma postura oti-mista e chegou a afirmar queexisitia uma “probabilidade for-te de a Votorantim vir a aceitara proposta de troca de ativos daCimpor” pelo bloco de ações. Aproposta envolvia unidades deprodução da Cimpor na China,Índia, Marrocos, Tunísia, Tur-quia, Peru e Espanha (com exce-ção da Cimpor Inversiones eCimpor Sagesta). Dessa forma,as companhias poderiam esca-par de processo do Conselho Ad-ministrativo de Defesa Econômi-ca (Cade), casa Camargo conse-guisse comprar as ações da Voto-rantim na Cimpor.

AdesõesPor enquanto, o Banco Comer-cial Português (BCP) e o estatalCaixa Geral de Depósitos (CGD)manifestaram publicamente aintenção de aderir à OPA da Ca-margo Corrêa. O BCP tem 10%da cimenteira, enquanto a CGDpossui uma fatia de 9,6% dasações. O interesse do banco es-tatal, porém, provocou uma sé-rie de manifestações contráriasdos partidos de esquerda de Por-tugal, alegando o “desmantela-mento da indústria nacional.No começo de maio, a Secreta-ria das Finanças do país deu si-nal verde para que a Camargoprosseguisse com a oferta decompra da companhia.

A Cimpor é uma das maiorescimenteiras do mundo, commais de 40 unidades espalhadasem 13 países da Europa, Ásia,América do Sul e África. O fatu-ramento da companhia é estima-do em ¤ 2 bilhões. ■ Redação,com agências internacionais

Antes mesmo de iniciar as ope-rações na fábrica brasileira, aJac Motors anuncia uma expan-são de 20% na capacidade daunidade de Camaçari, na Bahia.A fábrica, que começa a produ-zir em 2014, terá capacidade pa-ra 120 mil veículos.

O investimento de R$ 900milhões não sofrerá alteração ea companhia aposta na expe-riência de Tarcísio Telles, ex-diretor industrial para a Améri-ca Latina no Grupo PSA Peu-geot Citroën, para tornar aconstrução “mais eficiente”.Em nota, a companhia informaque o executivo está coman-dando os processos na fábricabaiana e remanejando o mon-tante de “forma adequada” .

A Jac Motors disse que a deci-são de aumentar a capacidadeda fábrica foi tomada depois dea empresa “fazer uma leituramais clara do modelo que vaiser produzido, da logística defornecimento de componentese do maquinário de produção”.A companhia, presidida peloempresário Sérgio Habib, aindanão divulgou os modelos que se-rão fabricados no país.

Parcerias de pesoEnquanto a fábrica não sai dopapel, a montadora de origemchinesa prepara as estruturas

do negócio. Nos dias 14 e 15 demaio, a Jac Motors realiza umencontro para definir seus for-necedores na Bahia.

Empresas como Basf, DuPont,Pilkington, Magneti Marelli,Lear, Visteon, Bosch, Continen-

tal, Valeo e Delphi já se inscreve-ram para o encontro na Federa-ção das Indústrias do Estado daBahia, que deve reunir cerca de200 grupos interessados em forne-cer para a Jac Motors. O governolocal promete incentivos fiscais.

Resultados triplicadosMesmo sob o impacto do aumen-to de Imposto Sobre Produtos In-dustrializados (IPI) para importa-dos, a Jac viu seus resultados pra-ticamente triplicarem no come-ço deste ano. A companhia co-mercializou 6.785 unidades en-

tre janeiro e abril deste ano, ante2.554 veículos no mesmo perío-do de 2011. Para continuar com obom resultado, a montadora pro-mete oito lançamentos para ospróximos 12 meses. Entre as no-vidades estarão um utilitário decarga, uma van de luxo e umcompacto de entrada. ■

Michele [email protected]

COMÉRCIO

Grupo Effa investe R$ 1 milhão para agilizara distribuição de peças no Norte e Nordeste

Divulgação

EDUCAÇÃO

Lucro da Anhanguera sobe 33,5% no1º trimestre, chegando a R$ 62 milhões

Marcela Beltrão

Nissan e Renault vendem mais que rivais

Fábrica da Jac na Bahia teráexpansão antes da inauguração

O Grupo Effa, representante das marcas Effa e Lifan no país,vai investir em 2012 cerca de R$ 1 milhão na instalação de doisCentros de Distribuição de Peças nas cidades de Salvador e Manaus.O objetivo é reduzir o tempo de distribuição dos produtos no Nortee no Nordeste, além de adequar ao perfil de cada região o mixde itens em estoque, explica Eduardo Effa, presidente da empresa.

Modelos March e SanderoStepway impulsionaramresultados de abril

A Anhanguera Educacional registrou lucro líquido de R$ 62 milhõesno primeiro trimestre de 2012. O valor apresentado correspondea uma alta de 33,5% ante o mesmo período de 2011. Entre janeiro emarço, a instituição somou receita líquida de R$ 417,7 milhões, o querepresenta um avanço de 36,7% em relação ao mesmo trimestre doano anterior, devido ao aumento de 46% nos alunos matriculados.

Cerca de 200empresas disputamfornecimentode componentespara a Jac na Bahia

CIMENTO

Não haverá aumento no investimento previsto, de R$ 900 milhões. Empresa contratou executivoda concorrência para remanejar os recursos; nova unidade começa a produzir veículos em 2014

Votorantimdiz nãoà Camargo

SérgioHabib,presidentedaJac:vendastriplicaramatéabril

CHINÊS POPULAR

Jac tem importado mais vendido no país no primeiro trimestre

2.565

6.7856.785

2.554 2.554

VENDAS DA JAC ATÉ ABRIL, EM UNIDADES

JAC J3

2.228 KIA BONGO

2.632 CHERY QQ

1.849 KIA SPORTAGE

1.492 KIA PICANTO

1.676 JAC J3 TURIN

UNIDADES

012345678

20122011

6 7856 785

É ES

ALTA DE265,6%

Fonte: Abeiva

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 21

Page 22: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

22 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 23: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Brasil

Rum

o à Cop

a

O Brasilprecisa de craques.Dentro e fora do campo.

Participe de um importante debate sobre os desafios

da formação de mão de obra especializada para a

Copa de 2014, com ênfase no talento e na liderança.

Conheça as experiências internacionais de sucesso e

as melhores práticas já adotadas no Brasil.

SEMINÁRIO BRASIL RUMO À COPA

DIA 16 DE MAIO DE 2012. HORA: 9H00 ÀS 13H00 HOTEL TIVOLI MOFARREJ - ALAMEDA SANTOS, 1437 JARDIM PAULISTA - SÃO PAULO

I N S C R I Ç Õ E S E T R A N S M I S S Ã O A O V I VO h t t p : / / w w w . r u m o a c o p a 2 0 1 4 . c o m . b r

Apoio:Realização: Patrocinadores:

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 23

Page 24: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A Lenovo, segundamaior fabri-cante de computadores pes-soais domundo emvendas, dis-se ontem que investirá cerca deUS$ 800 milhões nos próximoscinco anos em uma unidade in-tegrada de dispositivos móveisna China, a fim de atender àcrescente demanda global porsmartphones e tablets.A Base Industrial Lenovo, lo-

calizada na cidade de Wuhan,província central de Hubei, rea-

lizará pesquisa e desenvolvi-mento, produção e venda dedispositivos móveis, como ossmartphones LePhone e os ta-blets LePad, para a China e omercado global.O centro deve iniciar as ope-

rações em outubro de 2013, dis-se a Lenovo em um comunicadopor e-mail. A Lenovo, uma dasmarcas mais conhecidas porconsumidores na China, temtentado ingressar no crescentemercado de dispositivos mó-veis, em que compete com Ap-ple,Huawei Technologies , Sam-sung Electronics e ZTE.

No trimestre fiscal termina-do em dezembro, as vendasglobais da Lenovo somaram400 mil tablets e 6,5 milhõesde dispositivos móveis, in-cluindo smartphones, disse-ram executivos. A Lenovo é a

segunda marca de tablets naChina atrás da Apple.

Recall no BrasilNo Brasil, a Lenovo está entreas quatro maiores fabricantesde computadores. E recente-mente anunciou o recall domo-delo all-in-one (tudo-em-um). Segundo a empresa, essescomputadores podem supera-quecer, apresentando risco deincêndio e queimadura.Osmodelosall-in-onesãocom-

putadores reduzidos a monitor eperiférico, que usama própria te-la como umaCPU. ■ Reuters

A AT&T está fazendo um gran-de investimento em um serviçode monitoramento residencialsem fio nos Estados Unidos quepode acrescentar US$ 1 bilhãoao faturamento anual, comoparte dos esforços da segundamaior operadora de telefoniamóvel do país para se expandira novos mercados.O serviço que a companhia es-

tá planejando se chama “DigitalLife e monitorará residênciasem busca de problemas comovazamentos e furtos, além depermitir aos usuários destran-car portas e ajustar termostatosremotamente, pela internet.O serviço, que começará a

ser testado pela AT&T nesteano, envolve sensores e câme-ras conectados a um comandodoméstico central que se conec-tará sem fio às centrais de mo-nitoramento da empresa, disseo executivo que comanda o pro-jeto, Glenn Lurie.Lurie declarou, antes da aber-

tura da feira de telefonia móvelCTIA, emNova Orleans, em quea empresa anunciará o plano nasegunda-feira, que a AT&T estácontratando “muita gente” pa-ra operar o serviço.Ele não estipulou uma meta

de faturamento para o novo ne-gócio, mas disse que o vê comouma das maiores oportunida-des de crescimento de receitada AT&T, “se não for a maior,com crescimento “muito signi-ficativo” em 2013.“Quando você está em uma

empresa como a AT&T, procuraoportunidades bilionárias”, disseLurie. “É evidente que, para ex-pandir negócios em qualquer ní-vel, se você trabalha para umaempresa de mais de US$ 130 bi-lhões, é preciso buscar oportuni-dades significativas. E considera-mos que essa seja”, acrescentou.Lurie, que transformou a divi-

são de novos aparelhos da AT&Tem um negócio de 1 bilhão dedólares, disse que o setor estámaduro para crescimento, por-que apenas 20% das residênciasnorte-americanas contam comsistemas de segurança. A AT&Testá construindo centrais demo-nitoramento e buscando aprova-ções estaduais para a oferta deserviços. ■ Reuters

A Microsoft, sob comando deSteve Ballmer, planeja descon-tinuar sua marca Windows Li-ve. A gigante do software ad-mitiu que o modo como a no-menclatura era usada causavaconfusão entre os clientes. Otermo era uma forma geral quea empresa usava para se referira vários dos serviços de inter-net e desktop.“Os apps e serviçosWindows

Live foram construídos em ver-sões do Windows que não fo-ramprojetadas para se conecta-rem ao serviço em nuvem nessanova atualização de platafor-ma, como resultado, eles ficamaquém na experiência”, afir-mou o vice-presidente da Mi-crosoft, Chris Jones, em umpost no blog da companhia naúltima semana. “Isso cria confu-são para os clientes”.A empresa usa a marca Live

em inúmeros serviços díspa-res, incluindo autenticação.Adiciona-se à confusão o fatoda companhia operar serviçospraticamente idênticos — oHotmail, por exemplo— sob di-ferentes marcas.

SimplicidadeCom o lançamento doWindows8, aMicrosoft usará nomes sim-ples e descritivos para seus ser-viços em nuvem e quer dar aos

usuários uma experiência con-sistente, não importa de qualaparelho se conectem: PC, ta-blet ou smartphone.Os serviços de autenticação

serão conhecidos simplesmentepor conta Microsoft; o serviçode armazenamento ficará sob amarca SkyDrive ; e-mail será

chamado de Mail app; e conta-tos emensagens ficarão sob Peo-ple eMessaging app, respectiva-mente. Inúmeros serviços, co-mo o SkyDrive, serão ativadosautomaticamente assim que ousuários se conectar a umdispo-sitivo. Jones também disse quea empresa trabalha para facili-

tar a conexão de serviços tercei-ros, como o LinkedIn, Twitterou Facebook em seu pacote deserviço em nuvem.AMicrosoft ainda precisa con-

firmar a data final de sua versãodoWindows 8. A chamadaWin-dows 8 Release Preview estáagendada para junho. ■ IT Web

Lenovo aporta US$ 800mi emmobilidade

GESTÃO

Fotiniprojetacrescer45%comERPjaponês lançadonomercadobrasileiro

AQUISIÇÕES

J&F,holdingdaJBSeVigor, podecompraraDeltaConstruções, segundoBloomberg

Mauricio Lima/AFP

Microsoft prepara adeusàmarcaWindows Live

David Paul Morris/Bloomberg

A J&F Participações SA, holding que controla o frigorífico JBS ecomandada por Henrique Meirelles, negocia a aquisição do controleda Delta Construções SA, segundo uma pessoa familiarizada com oassunto. A J&F quer comprar 100% da construtora carioca mas a fontenão disse qual seria o valor da transação. A informação é da agenciade notícias Bloomberg. A Delta e a J&F não quiseram comentar.

Recurso será aplicado emfábrica na China para àatender demanda global

A Fotini, representante na América Latina da americana GloviaInternacional, subsidiária da Fujtisu, apresenta ao mercado brasileiroo software de gestão empresarial (ERP) japonês especializado paraa indústria de manufatura, projetos e serviços. A Fotini aposta nasnecessidades específicas do setor e, com isso, espera crescer 45%e alcançar faturamento de R$ 10 milhões com a plataforma neste ano.

SEGURANÇA

EMPRESAS

Investidareforça posiçãoda empresa nopromissor mercadodisputado porApple e Samsung

Gigante do software admite que termo usado para vários serviços de internet causaconfusão entre os clientes e prepara troca por nomesmais simples e descritivos

AT&Tcriaserviçoparamonitorarcasas

Ballmer,daMicrosoft: chegadadoWindows8marcarámudançadenomenclaturadegamade serviços

24 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 25: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A LG Electronics, segundamaior fabricante mundial de te-levisores, planeja lançar um te-levisor com acesso à internetque utiliza a plataforma GoogleTV nos Estados Unidos, na se-mana de 21 de maio, como par-te dos esforços da companhiasul-coreana para conquistarmaior fatia no mercado emer-gente de internet via TV, infor-mou um executivo sênior daempresa ontem.

O lançamento é parte do es-forço agressivo das duas empre-sas para se defender contra apossível ameaça da Apple, quemudou o mercado de celularescom o seu iPhone e deve lançarum produto de TV completo nofinal deste ano ou começo doano que vem.

“A produção do Google TV co-meçará em 17 de maio em nossafábrica no México, e os consumi-dores norte-americanos pode-rão comprá-lo a partir da sema-na de 21 de maio”, disse Ro Seo-gho, vice-presidente executivoda divisão de TV da LG, a um pe-queno grupo de jornalistas.

O Google TV permite que te-lespectadores usem serviços doGoogle, tais como buscas e ví-deos do YouTube, nas telas deseus televisores.

EUA servem de termômetroRo declarou que a LG decidiráse a oferta será expandida à Eu-ropa e à Ásia depois de revisar odesempenho de vendas no mer-cado norte-americano.

A LG não ofereceu detalhesquanto à data prevista de embar-que, suas metas de vendas nomercado norte-americano ou o

tamanho de tela do aparelho.O grupo de pesquisa IHS iSup-

pli estima que o mercado mun-dial de televisores com acesso àinternet crescerá em cerca de60%, para 95 milhões de apare-lhos, ultrapassando de longe omercado geral de televisores,que deve se expandir em 2%.

A segunda versão do serviçoGoogle de internet via TV, que

espera reproduzir no mercadode televisores o sucesso do An-droid nos celulares inteligen-tes, surge depois que o modeloanterior, lançado em 2010, fra-cassou em conquistar a audiên-cia dos consumidores.

As tentativas do Google deavançar no mercado de televiso-res com internet, no entanto, ti-veram sucesso limitado, até omomento, devido à falta de con-teúdo na web e de apoio dos fa-bricantes de hardware.

Audiência brasileiraNo Brasil muitas o cenário paracapturar a audiência na sala deestar não é muito diferente.Por aqui, fabricantes compe-tem por um espaço nobre emque o computador reinava. ■

Com Reuters

A Tim Brasil ainda aguarda in-formações oficiais sobre a che-gada de Andrea Mangoni,

atualmente diretor financeiroda Telecom Italia, controlado-ra da TIM e que assumirá a pre-sidência da empresa brasileirano lugar de Luca Luciani, querenunciou ao cargo na últimasexta-feira.

Luciani é alvo de investiga-ção por parte do Ministério Pú-blico da Itália, por suspeita de

envolvimento na fraude de cer-ca de 37 mil chips de telefoniamóvel que, pelas acusações semantinham ativados , de formafictícia e até mesmo sem o usopor parte de seus proprietários,alguns até já mortos, proporcio-nando uma manobra que garan-tiria índices expressivos de par-ticipação de mercado.

A investigação que duramais de cinco anos, não temqualquer ligação com a TIMBrasil e, segundo informaçõesda próprio TIM, ainda não hádefinição sobre os rumos doprocesso contra Luca Luciani eoutros executivos da TelecomItalia envolvidos no esquemade fraude. ■

LG se arma para brigar poraudiência na sala de estar

Noah Berger/Bloomberg

A SulAmérica inaugurou um espaço exclusivo para seus clientesno Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O segurado dacompanhia que passar por consultas médicas, exames, tratamentosou internações tem hoje atendimento personalizado e pode aguardarnesse espaço a finalização dos trâmites do hospital. Dentre asmordomias, está um terminal de auto atendimento para reembolso.

A Rovio, fabricante dos jogosAngry Birds, disse que as finançasda companhia estão “adequadas”para uma abertura de capital,após apresentar ganhos fortesem 2011. O faturamento dacompanhia foi de ¤ 75,4 milhõese o lucro antes de impostosatingiu ¤ 48 milhões. A Rovio,fundada em 2003, foi avaliadaem até US$ 9 bilhões dois anosdepois de ter lançado seuprimeiro grande sucesso,o Angry Birds para iPhone. Desdeentão, os jogos já foram baixadosmais de 800 milhões de vezes.

RESULTADO

Lucro da Energisa chega a R$ 68,4 milhõesno primeiro trimestre, com alta de 79,1%

Chegada de Andrea Mangonipara ocupar cargo deixado porLuca Luciani definirá rumos

Divulgação

Tim Brasil aguarda informações da matriz

Divulgação

O presidente do Groupon,Andrew Mason, anunciou planode melhorar a plataforma devendas, com ferramentas paraque comerciantes possamorganizar melhor sua ofertas.A distribuição de e-mails aosclientes cadastrados tambémestá sendo repensada para atrairmais consumidores, informouMason ao conselho do Groupon.Os acionistas vinhampressionando a companhia porcausa da queda de mais de 50%no valor de suas ações desdeo começo do ano. Reuters

A americana Micron Technologyvai negociar com exclusividadea compra da Elpida Memory,depois de oferecer mais deUS$ 2,5 bilhões pela fabricantede chips japonesa, segundofontes próximas ao assunto.Ao comprar a Elpida, a Micronelevará sua participação para25% no mercado de chips paradispositivos móveis como tabletse telefones celulares. Hoje,o ranking é liderado pelaSamsung e pela SK Hynix.Parte do dinheiro será usadapara pagar dívidas. Reuters

Angry Birds está prontopara “atacar”mercado

SAÚDE

SulAmérica inaugura espaço exclusivopara cliente no Hospital Albert Einstein

A Energisa, responsável por cinco distribuidoras de energia em Sergipe,Paraíba, Minas Gerais e Rio de Janeiro, apresentou avanço de 79,1%no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo períodode 2011, atingindo R$ 68,4 milhões. O aumento decorre em parte doacréscimo de 13,5% na receita operacional líquida, que ficou em R$ 653,6milhões, aliado ao menor crescimento das despesas operacionais.

Tentativas doGoogle de avançarno negócio sozinhotiveram sucessolimitado por faltade conteúdo

Érica Ribeiroeribeiro@brasileconomico

Micron negocia compra daElpida por US$ 2,5 bilhões

Groupon vai melhorarplataforma de vendas

Havis,dadivisãodeentretenimentodaLG:apostana liderança

Fabricante sul-coreana se une ao Google para lançar TV com acesso à internet. Estados Unidosservirão de mercado-teste. Ideia é combater Apple, que também prepara lançamento de seu modelo

BREVES

QUEDA DE BRAÇO

TVs com web disputamcom PCs lugar nobre de entretenimento nos lares

Fonte: In-Stat/CE

36%

Entre R$ 3 mil e R$ 7 mil PREÇOS AO CONSUMIDOR

US$ 95 bilhões VENDA GLOBAL PREVISTA EM 2015

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO EM 2012

20% CRESCIMENTO PREVISTO AO ANO

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 25

Page 26: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Há cerca de sete anos, os produ-tos de marca própria foram alar-deadoscomoumagrandeoportu-nidade para os supermercadistasbrasileiros. Mas atualmente elesjánãoempolgamtanto. Pesquisa-da realizadapelaAssociaçãoPau-lista de Supermercados (Apas)em parceria com a Nielsen e aKantarmostra que no ano passa-do estes itens tiveram participa-ção de 4,9% no faturamento dosvarejistas, apenas 0,2 ponto per-centual maior em relação a 2010.“No Brasil os consumidores ain-da estão experimentando novasmarcas. É umpaís emergente porisso temos um crescimento pe-queno dasmarcas próprias”", dizJoão Galassi, presidente da Apas.Em outros países, a situação é

bem diferente. Na Espanha, porexemplo, a tradicional redeMer-cadonamantémem seumix cer-ca de 70%de produtos commar-ca própria. Nos Estados Unidosesta categoria também conti-nua crescendo significativamen-te, segundoGalassi. “"Estes con-sumidores,maismaduros, já ex-perimentaram de tudo e agoraoptam por produtos que apre-sentem bom desempenho a umpreço justo”", afirma. Mas a ra-zão para o desempenho medío-cre das marcas próprias não es-tá somente em cima da atitudedo consumidor. Quando os su-permercadistas colocaram seusprimeiros produtos deste tipo àvenda, achava-se que o que im-portava era oferecer preço bai-xo. E o resultado foi a comercia-

lização de produtos com quali-dade inferior, o que não agra-dou ao consumidor.

MercadinhosA atuação dos mercados de vizi-nhança tambémchamouatençãonapesquisa.Agora, alémdaproxi-midade com o consumidor, elesganham uma nova vantagem nabriga por clientes: o preço baixo.No ano passado, estes pequenosestabelecimentos mantiveram48%de seus produtosmais bara-tos em relação aos supermerca-dos e hipermercados. Em 2010,este percentual era de 46%.No ano passado, os supermer-

cados apresentaram preçosmaisbaixos em 52% dos produtoscontra 53%no ano anterior. E os

hipermercados mantiveram, deum ano para o outro, cerca de55% dos itens com valores infe-riores. “O avanço dos mercadosde vizinhança se deve aos ga-nhos de produtividade das cen-trais de negócios”, diz Galassi.Nesteconhecidomodelodene-

gociação, os mercados se unempara comprar maiores volumesdos fabricantes. Em contraparti-

da ganham mais descontos. Dototal de 1,2 mil associados daApas, 400 negociam seus pedi-dos através de 25 centrais de ne-gócios.Noanopassado, os super-mercados brasileiros faturaramR$ 224,3 bilhões, aumento realde 4,4%. Deste total, os varejis-tasdoestadodeSãoPaulo respon-deram por R$ 68,4 bilhões, au-mento real de 4,6%. ■

A empresária Sonia Hess deSouza, presidente da Dudali-na, tem planos ambiciosos pa-ra o varejo. Depois de engor-dar seu faturamento em 55%em 2011, para R$ 270 milhões,Sonia mantém a aposta e traba-lha com previsões para lá deotimistas: espera crescer 40%até o final deste ano.“O varejo será nosso canal

para alcançar a meta, com aabertura de 45 lojas no país”,afirma a empresária, que rece-beu ontem o título de “Perso-nalidade de Vendas 2012”, con-cedido pela Associação dos Di-rigentes de Vendas e Marke-ting do Brasil (ADVB).A herdeira da tradicional ca-

misaria catarinense fez sua es-treia no comércio em 2010 e delá para cá, conquistou a marcade 32 lojas no país com as ven-das de camisas voltadas paraclasses A e B, com tícket mé-dio de R$ 300.Para suprir a expansão no va-

rejo, a empresa fundada em1957 conta com cinco unida-des fabris — duas em Blume-nau, uma em Luis Alves e ou-tra emPresidente Getúlio, emSanta Catarina. A quinta fábri-ca fica em Terra Boa, no Para-ná. De lá, saemmais de 3,5 mi-lhões de peças ao ano, desde amarca feminina, que foi lança-da no final de 2010 e hoje re-presenta 15% do faturamentodo grupo, até calças jeans e ascamisas masculinas. ■

Comelou ontem e termina nasexta-feira a 28º edição da feirade negócios da Associação Pau-lista de Supermercados (Apas).A expectativa é que as 550

empresas, espalhadas por 68mil metros quadrados de áreade exposição, movimentemR$ 5 bilhões em negócios. Oevento contará com grandescompanhias como Sara Lee,Marfrig e JBS. São esperados72 mil visitantes entre empre-sários e executivos de varejo.

Paralelamente à feira aconteceo congresso de gestão em super-mercados comcercade 100pales-tras de especialistas. Marketing,finanças e tecnologia estarão en-treos temas abordados. “Todoes-te empenhovisapromoverosne-gócios e proporcionar benefíciosao consumidor”, diz João Galas-

si, presidente daApas. A associa-ção representao segmento super-mercadista do estadode SãoPau-lo.Aentidadepossui 1,2mil asso-ciados os quais somam2,7mil lo-jas. Para este ano, a expectativa équeestes supermercadistas regis-trem crescimento real de vendasde 4,5%. ■ C.E.

Cintia [email protected]

TECNOLOGIA

Vagas lança aplicativo de caça-talentospara empresas no Facebook

VAREJO

Vendas de material de construçãoapresentam queda de 8,5% em abril

R.Donask

Dudalinaabrirá 45 lojasatédezembro

Karime Xavier/Folhapress

Negócios na feira devem somar R$ 5 bi

Marca própria perde statusna prateleira do comércio

Tradicional camisariacatarinense amplia atuaçãono varejo para crescer 40%

A 28ª edição da feira promovidapela Apas deve reunir 72 milvisitantes durante a semana

Os consumidores estão adiando as compras de materiais de construçãona expectativa de conseguir utilizar a linha de crédito do FGTSprometida pelo governo em janeiro. Isto vem derrubando as vendasdo setor. Segundo a Associação Nacional dos Comerciantes deMateriais de Construção (Anamaco), os varejistas tiveram reduçãode 8,5% nas vendas em abril em relação a março deste ano.

A Vagas, empresa de tecnologia para gestão de processos seletivos,lança um aplicativo que permite recrutar candidatos pelo Facebook. Pormeio de uma solução de e-recruitment, os 1,7 mil clientes da companhiapoderão criar um ícone de “trabalhe conosco”, para que os candidatosse cadastrem à posição desejada. O Brasil é o segundo maior paísem número de usuários do Facebook, com 46,3 milhões de pessoas.

EMPRESAS

Pesquisa da Apas indica que participação desses itens ficou praticamente estávelem 4,9% no faturamento dos supermercados em 2011 sobre o ano anterior

Mu

rillo

Co

nst

anti

no

Thais [email protected]

Galassi, daApas: consumidoresaindaestãoexperimentando

Sonia:varejoajudouapuxaraltade55%nareceitade2011

MODA

DESEMPENHO DOS FORMATOS

Venda semanal, em R$

HIPERMERCADO

SUPERMERCADO

VIZINHANÇA

Variação3,7%

Variação6,3%

Variação21,7%

Média/2010 Média/2011

Média/2010 Média/2011

Média/2010 Média/2011

1.522.256

1.580.970

521.436490.669

188.010154.463

Fonte: Apas

26 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 27: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Ciça Mattos é a novadiretora de atendimento

da DM9Rio. Ela divide a área comMárcia Aguiar. A profissionalresponderá pelos clientes GNTe Rede Globo. Ciça — que tempassagens pela Propeg e V&Satendendo clientes comoVolkswagen, Losango, FashionMall e Revlon — traz uma largaexperiência em moda e nosegmento digital. Além de terfeito mestrado em InternationalBusiness na WestminsterUniversity, em Londres, foiCMO do portal Bolsa da Mulher.

Até o final do mês de junho,mais de 2,5 mil bares de todo opaís estarão envolvidos nasações da Diageo para a edição2012 do Whisky Festival, cujoprincipal objetivo é expandir avenda da bebida destilada nopaís através da mostra dos dife-rentes jeitos que o uísque podeser consumido. A estratégia en-volverá a venda de drinks de-senvolvidos a partir da marcaJohnnie Walker com água decôco, água com gás, guaranáou suco de limão.

“As bebidas premium estãomais acessíveis por conta do mo-mento econômico do país e que-remos deixar claro que o brasi-leiro pode consumir uísque devários jeitos”, afirma LeandroMedeiros, diretor do portfóliode uísque da Diageo.

Segundo ele, a companhiaaposta no sucesso da iniciativapelos últimos dados da ScotchWhisky Association, que apon-ta o Brasil como o maior impor-tador da bebida fabricada na Es-

cócia no ano passado, atingindoalta de 48% no volume em rela-ção a 2010. O volume corres-pondeu a cerca de R$ 289 mi-lhões e representa quatro vezesa quantidade importada peloBrasil em 2004.

Além dos drinques disponibi-lizados aos consumidores, a Dia-geo oferecerá descontos de 10%na compra de doses ou garrafasdas dez marcas que compõem oportfólio de uísque da compa-

nhia, como J&B, Old Parr, Bu-chanan’s e a própria JohnnieWalker. Além dos bares, a pro-moção envolverá também su-permercados com descontos va-riáveis por região.

Os shows com bandas escoce-sas realizados na edição de 2011não ocorrerão em 2012. “A edi-ção deste ano tem foco nos pon-tos de venda. Mas a própria idaao bar já é um entretenimen-to”, explica Medeiros. ■

Máquinatransformasujeiraemcréditosparaweb

NestléFastvaipatrocinarSaturdayNightLive

O Grupo Flytour está iniciandoum novo "braço" da operadoravoltado para viagensde lazer. Quanto vocês irãoinvestir em marketing?A Flytour Viagens iniciou asvendas na última sexta-feiracom o “soft open”, no qualteremos uma experiência com200 agências de todo o país.No próximo dia 21 de maio,iniciaremos as atividadescom 4 mil agências cadastradas.No país, existem 7 mil.Vamos investir 2% dofaturamento anual em marketingpor meio de anúncios emjornais impressos, e em outrasmídias, como rádio e internet.A previsão de faturamento é deR$ 3,5 bilhões em cinco anos.

Quanto vocês pretendemmovimentar nos primeirosanos da Flytour Viagens?Nossa meta é faturar R$ 3,5bilhões com a venda de mais de2 milhões de pacotes até 2016.Ainda este ano vamos terum movimento de 80 milpassageiros. Em 2015, estenúmero deve atingir a marcade 590 mil. O plano é conquistarde 18% a 20% do marketshare no mercado nacionalde agências de viagens.

Quais serão os principaisdestinos oferecidospela operadora?Vamos oferecer pacotesnacionaus e internacionais.No Brasil, as teremosopções para todas as regiões.Os internacionais contemplamAmérica do Sul, Caribe, México,Estados Unidos, Canadá,Europa, África e Oriente Médio.

Na Flytour, 94% da receitaé originada no mercadocorporativo. Qual é o objetivoem ter uma operadorade viagens de lazer?Porque este segmento é um dosmais propensos a crescimentonos próximos anos, como aumento de poder aquisitivodas classes C e D. Thais Moreira

Salmãoparacomemoraros75anosdeCoqueiro

US$200milhões

foi a arrecadação do filme“Os Vingadores”, em seufim de semana de estreiano mercado americano.O resultado financeiro da uniãodos super-heróis dos quadrinhosé recorde do cinema americano— posto anteriormente ocupadopelo bruxo Harry Pottere as Relíquias da Morte!

PasseatadaStaroup rendeLeãodeOuroem1988

Grêmiomanterádireitosdossóciosemnovaarena

A agência DDB e o portal Terrado México desenvolveram um jeitobastante criativo para acabar coma sujeira dos caninos nos parquesda capital do país. Instalaram, emdez parques públicos da cidade,a máquina batizada de Poo Wi-Fi.Funciona assim: é só recolhera sujeira do totó, depositarna máquina e aguardar algunssegundos. Ela calcula o pesoe transforma em minutos que podem ser investidos na rede Wi-Fidas proximidades. Ainda em fase de teste. Mas a ideia promete.

Nestlé Fast, linha de bebidasprontas da Nestlé, patrocina achegada no Brasil do show decomédia mais premiado domundo: o Saturday Night Live,que será exibido pela RedeTV!. Aprimeira temporada do programaestreia no dia 13 de maio e vai aoar sempre aos domingos, às 21h.

A marca de pescados enlatadosCoqueiro está completando 75anos com o lançamento de novoproduto. A Camil Alimentos, donada marca, está investindo R$ 3milhões para lançar a versãosalmão em lata em cinco versõesde molho e condimentos que vãode molho de tomate ao shoyu.

Presidente da operadoraFlytour ViagensMurillo Constantino

Os torcedores que fazem parte doprograma de sócios do Grêmioterão seus benefícios mantidosapós a inauguração da arenamultiuso do clube de PortoAlegre. O novo estádio do timeestá previsto para ser inauguradono início de dezembro deste ano.

Fábio [email protected]

Fotos: divulgação

Diretora de atendimentoda DM9Rio

A campanha “Passeata”, criada para a grife dejeans Staroup resgatou o clima de 1968 quase20 anos depois dos protestos dos estudantesfranceses. A peça, que teve direção de criação deWashington Olivetto e criação de Nizan Guanaes,ganhou o Leão de Ouro de 1988, no FestivalInternacional de Publicidade de Cannes.

COMAPALAVRA...

NO MUNDO DIGITAL

VAIVÉM

CIÇA MATTOS

PARA LEMBRAR

...MICHAEL BARKOCZY

Diageo realizaWhisky Festivalcom foco empontos de venda

Editora: Eliane Sobral [email protected]

CRIATIVIDADE & MÍDIA Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 27

Page 28: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O mercado global de marcas deluxo sofrerá uma leve desacele-ração no ritmo de crescimentoneste ano, retomando o fôlegoapenas em 2014, de acordo comlevantamento da Bain & Co. Acrise de crédito na Europa e ademandamais contida dos con-sumidores chieses são os princi-pais fatores para o desaqueci-mento nas vendas.Segundo a pesquisa da Bain,

os gastos globais com roupas,acessórios, relógios, joias, perfu-mes e outros artigos de luxo de-verão crescer entre 6% e 7%es-te ano, atingindo ¤ 203 bilhões.Em 2010, esse mercado teve umcrescimento de 8% no ano pas-sado e de impressionantes 13%em 2010. Em 2014, de acordocom as estimativas da Bain, omercado de artigos de luxo.

Apesar da crise, as previsõesainda são consideradas bastanteanimadoras para a indústria", naopiniãode ClaudiaD'Arpizio, ana-lista de produtos de consumo daBain.“Os fundamentosdomerca-do de luxo ainda permanecerãofortesnomédioprazo”. Ainda se-gundo a Bain, o desempenho dasmarcas de luxo será puxado pelosconsumidores asiáticos. A maiordemanda será por relógios, joias eacessórios. ■ Bloomberg

Fotos: divulgação

PÉ NO FREIO

IPI derruba vendas de carros de luxo, em unidades

MARCA 1º TRI/2011 1º TRI/2012 VARIAÇÃO

ASTON MARTIN

BMW

FERRARI

JAGUAR

PORSCHE

MAZDA

VOLVO

14

2.086

14

11

246

3

760

4

1.848

15

11

95

0

752-100 -80 -60 -40 -20 0 20

Fonte: Abeiva

-71,4%

7,1%

0%

-11,4%

-61,4%

-100%

-1,1%

O valor dos carros importadosdeve aumentar aindamais no se-gundo semestre deste ano. Des-de janeiro, as concessioná-rias de luxo segurampar-te dos repasses oca-sionados pelo Impos-to Sobre Produtos Im-portados (IPI)mais al-to,mas a partir de ju-nho o consumidormais abonado terá de pa-gar a conta.Depois da medida federal de

proteção à indústria local — queestipulou aumento de 30 pontospercentuais IPI dos veículos vin-dos de outros países —, as ven-das das concessionárias da redeAgulhas Negras, revendedorada alemã BMW, despencaramcerca de 40%.

Os carros ficaram aproxima-damente 15%mais caros depoisda alteração do IPI. “Nós não re-passamos todo o aumento aosconsumidores. Porém, não te-mos mais como arcar com ascontas”, disse um gerente devendas da rede, que preferiunão se identificar.Segundoogerente,o lucromé-

dio na venda de um carro daBMWé de ¤ 7mil. “Estamos comumamargem de ¤ 3 mil no Brasileamatrizestánoscobrandoretor-no maior”, disse. Por isso, a par-tir de junho, o preço dos veículosdeve aumentar cerca de 15%.As vendas da BMW no Brasil

caíram 11,4% no primeiro tri-mestre deste ano. Além do IPImais alto, a demora para a ho-mologação de novos produtosatrapalha as vendas da monta-dora alemã no país. O modeloBMW Série 3, responsável porgrande parte das vendas da com-

panhia no país, foi reestilizadoe ainda não teve autorização pa-ra ser comercializado por aqui.

Pé no freioNem mesmo os consumidoresmais abastados estão dispostosa pagarmais pelasmáquinas im-portadas disponíveis nomerca-do brasileiro.Marcas como Aston Martin,

Ferrari, Jaguar, Mazda eMini vi-ramos negócios diminuir no pri-meiro trimestre. Seja na estag-nação ou na queda das vendas,as companhias sentiram emcheio o aumento do IPI para veí-culos importados.Apesar disso, as vendas dos fi-

liados a Associação Brasileira deEmpresas Importadora de Veí-culos Automotores (Abeiva) caí-ram apenas 0,4% entre janeiroe março deste ano, somando35,4 mil unidades no período.O índice menor do acumula-

do no primeiro trimestre nãoconsegue traduzir a fragilidadedas marcas de alto valor porque

foi impactado pelo bommomen-to das marcas mais populares,como a chinesa Chery, que tevevendas surpreendentes — comalta de 95% no período.SegundoPabloMontanari, con-

sultor de mercado automotivo,está havendo uma migração defaixadevalores. “Quemcompra-vaumaFerraripodepassar acom-prar umaBMW”, explica. “Quemrealmente tem cacife, e vontade,não se abala com uma alta de30%nos preços, porém, os endi-nheirados sãocadavezmaiscons-cientes, não aceitam pagar maispelomenos produto”, disse.Montanari afirma que a situa-

ção das marcas de luxo precisaser vista com cuidado. “Não te-mos montadoras de luxo instala-das no Brasil e não é justo privaros consumidores de um produtomais exclusivo”, disse. Quando ogovernofederaldecidiu frearaen-trada de importados no país, mi-rou nos chineses e acabou acer-tando os alemães, italianos e in-gleses”, ressaltouoconsultor. ■

DESEMPENHO

Vendas das marcas premiumvoltam a ganhar fôlego a partirde 2014, aponta Bain & Co.

Brendon Thorne/Bloomberg

Modelo da Maserati: no Brasil, carro da marca custa cerca de R$ 900 mil

Porsche tem preços entre R$ 339 mil e R$ 1,1 milhão no país

Grifesvãocrescer7%esteano

Relógios, joias eacessórios devempuxar a demandade artigos de grife

Ferrari vendeu 15 carros no primeiro trimestre, deacordo com informações da entidade de importadores

Carros de luxo terãopreçosmais turbinadosConcessionárias vão repassar o valor total do IPI a partir do segundo semestre

Michele [email protected]

MODA E LUXO

Gucci:consumidorescontidos

28 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 29: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A Philips acaba de lançar uma li-nha voltada de luminárias paraambientes internos e externoscom mais de 150 itens. De acor-

do com a companhia, o desta-que vai para a Cielo, produzidapela equipe de design da Phi-lips, que possui fontes de luzcom base em LEDs integradas àcúpula, aliando leveza e sofisti-cação aos ambientes. Vencedo-ra do Product Design Award(um dos prêmios mais disputa-dos de desenho industrial), a lu-minária pode ser encontradanas cores branca, preto ou dou-rada. O preço médio da Cielo éde R$ 4,5 mil. ■

Conhecida pelos canivetes eacessórios de viagem, a Victori-nox traz para o Brasil o conjuntode facas Grand Maître. O kittraz uma tesoura e cinco facas pa-ra diversos cortes: carnes, verdu-ras, peixes, entre outros. O pre-ço sugerido é de R$ 1,9 mil. Aspeças foram produzidas em pro-cesso artesanal, que proporcio-na corte preciso. O suporte daGrand Maitre é feito com um ti-po especial de polipropileno, dizo fabricante. ■

A operadora de cruzeiros italia-na Costa Crociere fará no dia 11de maio a viagem inaugural deseu mais novo navio. Os investi-mentos na divulgação da novi-dade, apresentada no últimofim de semana, são considera-dos uma tentativa de a empresarecuperar sua reputação, bas-tante abalada pelo desastreocorrido no início deste anocom o navio Costa Concordia.

A nova embarcação, batizadade Costa Fascinosa, pesa 114,5mil toneladas e foi construídano estaleiro estatal Fincantieri.A capacidade do navio é para3,5 mil passageiros, fazendocom que ela seja a maior em ati-vidade na Itália. A marca, po-rém, deve ser logo superada,pois em 2014, outro navio enco-mendado pela Costa Crocieri,

com capacidade para 5 mil pas-sageiros, ficará pronto.

Segundo a companhia, a en-comenda e entrega das novasembarcações são um sinal deque, aos poucos, a empresa vaise recuperando da crise inicia-da com o naufrágio do Concor-dia. “Não podemos ignorar oacidente de janeiro. Ele nosatingiu feio. Por isso estamostrabalhando em questões de se-gurança”, disse Pier Luigi Fos-chi, presidente do Costa Cro-ciere. Entre as medidas de se-gurança anunciadas, está umsistema de monitoramento derota mais avançado e outroque permitirá uma maior divi-são de responsabilidade entre

o capitão e seus assistentes.“Não queremos tirar o peso dadecisão das mãos do capitão,mas que outras pessoas pos-sam dar opiniões também”,afirmou Foschi.

Mesmo ressaltando o impac-to provocado pelo acidente e pe-la crise global, o executivo afir-ma que a indústria de cruzeirose a Costa, em particular, temapresentado sinais de melho-ras. “Os volumes de reservasvoltaram aos mesmos níveis re-gistrados nessa época no anopassado”, afirma Foschi.

Na divulgação do novo navio,a empresa fez questão de co-mentar a importância da indús-tria de cruzeiros para a econo-mia italiana. Nos últimos 24anos a companhia diz ter inves-tido mais de US$ 24 bilhões naconstrução de novos navios naItália. “Acredito que seja omaior investimento que qual-quer empresa tenha feito indivi-dualmente no país neste perío-do”, diz Howard Frank, diretorde operações da companhia. ■

A britânica Burberry está pro-cessando os herdeiros do astroHumphrey Bogart — e vice-ver-sa. O motivo: a exploração daimagem de Bogart vestindo otradicional trech coat da grifeno filme “Casablanca”, de 1942.

Na semana passada, a Burber-ry foi à Justiça de Nova York pe-dir que o uso de fotos de Bogartnas redes sociais e em sua comu-nicação institucional não sejapassível de multa por violaçãode direitos de imagem. A BogartLLC, que pertence aos filhos doator, buscou o tribunal de LosAngeles para alegar que a Bur-berry estava “prejudicando” aimagem e a memória do ator.

De acordo com a Burberry, odireito da foto usada em sua co-municação foi comprado da

agência Corbis, dona da ima-gem. Ela foi usada numa “linhado tempo” que indica a influên-cia da marca ao longo dos anos— e não para vender mercado-rias, como alega a Bogart LLC,que pediu “uma significativa so-ma em dinheiro” da grife ingle-sa para liberar a imagem.

“A propriedade intelectual daimagem de Borgart serve parapromover mercadorias da Bur-berry. A marca quer ligar o atora seus produtos e influenciarclientes atuais e potenciais”, dis-se a Borgart LLC na petição con-tra a Burberry. “É uma atitutedesrespeitosa por parte da mar-ca”, disse Stephen Bogart, filhodo ator morto em 1957. “O quepoderá vir depois? Uma marcade cigarros colocando meu paifumando e não poderemos fazernada?” Bogart concorreu ao Os-car por sua interpretação de Ri-ck Blane em Casablanca, prê-mio que ficou com o desconheci-do Paul Lukas, protagonista de“Watch on the Rhime”. ■

A Singapore Airlines adquiriu63 mil garrafas das champa-nhe Dom Perignon e Krug,duas das marcas mais celebra-das do mundo. Para se ter umaideia, uma unidade de Dom Pe-rignon chega a custar quaseR$ 1 mil no varejo brasileiro.As bebidas serão servidas aospassageiros das primeiras clas-ses de todos os seus voos —aqui no Brasil, a Singapore Air-lines opera a rota São Paulo —Barcelona — Cingapura. ■

Andrea Pattaro/AFP

Bloomberg

Família de Bogartrecorre à Justiçacontra a Burberry

Brinde nos ares

Costa lança transatlântico etenta limpar sua reputação

Linha 1824 daMacallan emedição limitada

Fascinosa tem a missão delimpar nome da operadoraapós naufrágio na costa italiana

Uso de imagem do ator usandoo trench coat da marca emCasablanca é motivo de briga

Costa Fascinosa seráo maior navio daItália, mas deveser logo superadopor outra embarcaçãoda Costa Crociere

Victorinox também na cozinhaPhilips vai além das lâmpadas

Stephen Jewkes, da [email protected]

Don Jeffrey, da Bloomberg [email protected]

A Macallan, uma das mais tradicionais destilarias de uísque da Escócia,lançou uma edição limitada de seu “single malt” batizado 1824 (a idadeda bebida não foi divulgada). Envelhecido em barris acondicionados emarmazéns de paredes de pedras, o úisque tem teor alcoólico de 49,5%e notas de nozes e madeira. Foram produzidas 1.824 garrafas da bebida,cujo preço ainda foi divulgado. Vale lembrar que o Lalique Six Pillars,também da Macallan, é o uísque mais caro do mundo (US$ 60 mil).

Bogartem“Casablanca”,usandoo famosotrenchcoatemcena

CostaFascinosa:empresaquerapagar imagemprovocadapelonaufrágioocorridoemjaneiro,na Itália

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 29

Page 30: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Depois de atender clientes cor-porativos e pessoas físicas, o Ci-tigroup agora quer ser o braçodireito dos governos em todo omundo. O banco, que tem par-ceria com 100 prefeituras, esta-dos e governos federais nomun-do, já desenvolveu soluçõesque vão desde sistemas públi-cos de pagamento até gerencia-mento de dados de previdênciae de passaportes. Agora, é a vezdo Brasil entrar na mira do gru-po. “Há áreas que precisam demelhoria, como atração e reten-ção de talentos, infraestruturae transportes. Queremos ajudara solucionar essas questões”,afirma James Hewitt, diretorglobal do setor público e detransportes do Citigroup.Filippo Sabatini, também di-

retor global de setor público ede serviços de transação globaldo Citigroup, diz que há interes-se por parte dos governos brasi-leiros. “Há uma série de discus-sões em curso com os governosdo Rio e São Paulo e com aUnião.” Na pauta, estão melho-rias no transporte, financiamen-to para infraestrutura e paga-mento de pensionistas no exte-rior. “Nossa capilaridade ajudanisso, assim como a nossa expe-riência global, para estruturasde financiamento e tecnolo-gia”, acrescenta.Uma solução que foi desenvol-

vida lá fora e que pode ser repli-cada no Brasil é a integração dosistemade pagamentos dos dife-rentesmeios de transporte públi-co— trem,metrô, bonde,mono-trilho. Para isso, tem de ser feitaa digitalização de serviços públi-cos, o que implica futuramentena substituição do dinheiro empapel por serviços on-line, co-mo cartão ou canaismóveis, co-mo celular. “Rio e São Paulo es-tão preocupados com a infraes-trutura e vão ter de criar novaslinhas de trem e metrô, além deintegrá-las comônibus e bicicle-ta”, diz Hewwit. “O crescimen-to tem de ser sustentável. Va-mos ter de discutir a questão deatração de talentos e de infraes-trutura por causa da Copa eOlimpíada”, lembra Cristiana Pi-res, diretora executiva de comér-cio exterior, empréstimos e ser-viços pessoa jurídica do Citi.

O grupo também é parceirode bancos de desenvolvimento.Na Bulgária, o governo queriaestimular as pequenas e médiasempresas a partir do pagamen-to das dívidas e injetando liqui-dez na economia. Por isso, o Ci-ti desembolsou ¤ 12milhões pa-ra ajudar o banco de desenvolvi-mento do país a financiar os re-cebíveis dos clientes.

Já na região Ásia Pacífico foifeita uma parceria com o bancocentral para pagamento de pen-sões que vão além das fronteirasdos países. A solução tecnológi-

ca imprime cheques emmais de30 moedas e envia o valor dire-tamente ao pensionista ou paraas embaixadas. Há ainda a possi-bilidade de o pagamento ser fei-to de forma eletrônica.Em Chicago, o desafio era ra-

cionalizar investimentos e fa-zer relatórios de conformidadepara o departamento de Tesou-ro da cidade, que gere portfóliode US$ 6 bilhões. O resultadofoi redução no tempo de análisedas contas, relatórios feitos emminutos e mais transparêncianos investimentos.

CompetitividadeO banco mapeou quais são ascidades no mundo com maiorpotencial de crescimento e ne-cessidade desse tipo de solu-ção. Apesar de o Brasil ter apre-sentado rápido crescimento eco-nômico nos últimos anos, asme-trópoles do país ainda estão lon-

ge de serem competitivas. Pes-quisa encomendada pelo Citi àconsultoria do grupo The Econo-mist mostra que o municípiobrasileiro mais bem colocadono ranking de competitividadeé São Paulo, que aparece na 62ªposição, atrás de Buenos Aires,a melhor colocada da AméricaLatina. Foram analisadas 120 ci-dades e o Rio figura na 76 ª colo-cação, enquanto Belo Horizontesurge na 98ª.O levantamento levou em

conta força econômica, capitalhumano, eficácia institucional,maturidade financeira, apeloglobal, capital físico, caráter so-cial e cultural e riscos naturais.“Nos últimos 200 anos, nossamissão foi apoiar clientes corpo-rativos e individuais. Então per-cebemos que é nas cidades queos negócios acontecem, por is-so queremos apoiá-las tam-bém”, diz Hewitt. ■

Citigroup negocia venda deserviço para governos no país

Divulgação

Na Ásia, o bancocriou soluçãopara o governopagar pensionistasno exterior

FilippoSabatini, CristianaPires eJamesHewitt, do Citigroup: equipe deolho na infraestrutura brasileira paraCopa eOlimpíada

Com mais de 100 prefeituras e estados no portfólio global, grupo quer trabalhar de estruturas de financiamento à tecnologia

Entre as 30 cidades com maior perspectiva econômica, a riqueza nas megacidades deve crescer 6,3% entre

2010 a 2016, enquanto as médias cidades (entre 2 milhões e 5 milhões)

devem crescer 8,7% no período

Fonte: Economist Intelligent Unit* Cidades tiveram a mesma nota

RANKING DE COMPETITIVIDADE

Posição por força econômica e cultural entre 120 cidades

62º

76º

NOVA YORK

LONDRES

CINGAPURA

HONG KONG *

PARIS *

SÃO PAULO

RIO DE JANEIRO

FINANÇAS

Natália [email protected]

Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]: Maria Luíza Filgueiras [email protected]: Priscila Dadona [email protected]

30 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 31: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O novo diretor da Comissão deValores Mobiliários (CVM), Ro-berto Tadeu Antunes, tomou pos-se ontem, no Rio, e já deu o tomdo que deve ser o seu mandato:saiu em defesa do uso pela autar-quia dos termos de compromis-so, que são utilizados no lugardos julgamentos formais de pro-cessos como uma forma de acor-do para que sejam encerrados.

“A CVM usa o termo de com-promisso de forma sábia. E sófirma o termo com quem achaque é melhor que o julgamento.É bom porque desonera a CVMe é bom para o mercado, porqueainda que não se possa chamarisso de uma pena, a leitura queo mercado faz do termo de com-promisso é como se fosse”, ex-plicou o novo diretor.

Para ele, o uso do termo decompromisso é uma certeza, en-quanto o julgamento é uma in-cógnita, já que não se sabe qualserá a decisão do colegiado. “Éinegável o bem que o termo decompromisso faz. E, além disso

há 100% de adimplência nessemecanismo. Todos os termossão pagos, mas nem todas asmultas são pagas”, disse. “Se eupudesse lançar um termo decompromisso a candidato, eu iafazer campanha: elejam o ter-mo de compromisso.”

Questionado sobre o temorde empresas com relação aaplicação de normas e puni-ções pela CVM, Tadeu disseque a autarquia não é tão avas-saladora no que diz respeito apunições. “A CVM em matérianormativa tem exemplo a dare em um mercado muito regu-lado pode causar temores. Maso temor é consequência natu-ral. Não somos um bicho pa-pão”, brincou.

Tadeu destacou ainda que aCVM vai receber este mês o es-tudo encomendado à Oxera so-bre impacto de novas bolsas noBrasil. “Vamos receber o estu-

do no final de maio. A discus-são será para analisar se o mer-cado brasileiro comporta maisbolsas, se vai chamar mais com-panhias abertas ou será umamera divisão do que já está naBovespa para outras bolsas. Es-se é um diagnóstico que nuncafoi feito”, disse Tadeu, enfati-zando que até agora só foramfeitas à CVM consultas técnicasnesse sentido, sem pedido deregistro encaminhado.

Tadeu está desde 1979 naCVM, onde começou a carreiracomo gerente de fiscalização.Seu mandato como diretor vaiaté dezembro de 2016. ■

A caderneta de poupança fe-chou abril com captação líquidade R$ 1,98 bilhão, com forteconcentração nos últimos doisdias úteis do mês. Esta foi amaior entrada líquida de recur-sos para um mês de abril desde2007, quando a caderneta cap-tou R$ 2,04 bilhões. De acordocom o Banco Central (BC), nos

dias 27 e 30, houve entrada líqui-da (saques menos depósitos) deR$ 1,836 bilhão. Para os especia-listas, embora seja difícil mensu-rar, o movimento não reflete ne-cessariamente uma corrida à ca-derneta antes das novas regras,implementada seis dias depois.

“As notícias das mudanças, naverdade, provocariam um movi-mento oposto, já que muitas pes-soas com medo de a poupançaser confiscada, fugiriam dela”,

avalia Mauro Calil, educador fi-nanceiro e gerente geral do Insti-tuto Nacional de Investidores.

Em março, a captação líqui-da também se intensificou nosúltimos dois dias úteis do mês,com entradas de R$ 2,83 bi-lhões, o que derruba a teoria deque (por temor) os aplicadorescorreram para a poupança an-tes das novas regras. “Não é as-sim que funciona. As pessoaspensam: sobrou dinheiro no fi-nal do mês, vou aplicar na pou-pança”, garante Calil.

Logo após a publicação da atado Comitê de Política Monetá-ria (Copom) do BC, no dia 26,quando indicou que deveriacontinuar reduzindo a Selic, ho-je em 9% ao ano, o mercado co-meçou a especular que o gover-no poderia mexer no rendimen-to da poupança.

A medida foi anunciada na úl-tima quinta-feira, quando o go-verno atrelou o rendimento dacaderneta à taxa básica. Todavez que Selic ficar igual ou me-nor do que 8,50% ao ano, passa-ria a ser de 70% dos juros, maisa Taxa Referencial. Acima dessepatamar da Selic, os ganhos dapoupança continuam sendo de0,50% ao mês, mais a TR.

O objetivo foi evitar forte mi-gração de grandes investidores

para a poupança, cujo rendi-mento antigo poderia ficar maisatrativo com mais quedas na Se-lic, causando distorções no mer-cado financeiro.

“As regras vieram para pio-rar a poupança abaixo de 8,5%não é por isso que as pessoasvão aplicar mais ou menos”,acredita Fábio Colombo, admi-nistrador de investimentos, pa-ra quem a migração dos recur-sos da caderneta para outras op-ções de renda fixa como Tesou-ro Direto ou CDBs levaria al-gum tempo para ocorrer. “Éum longo caminho.”

Para os próximos meses, a ex-pectativa é que a caderneta per-ca, sim, recursos por conta da no-va fórmula de remuneração. “Apercepção inicial foi negativa. Mi-nha expectativa é de queda nosdepósitos no curto prazo, ou se-ja, nos próximos um ou dois me-ses, até as pessoas se acostuma-rem com as novas regras”, afir-ma André Massaro, instrutor fi-nanceiro do MoneyFit.

No ano, a captação da pou-pança soma R$ 4,1 bilhões, me-lhor desempenho desde os qua-tro primeiros meses desde2010. ■ Com Reuters

Priscila [email protected]

Murillo Constantino

Captação da poupançade R$ 1,98 bi em abrilé maior em cinco anos

“CVM não é bicho-papão”, diz novo diretor

Seguradoras faturam R$ 81,8 bi em 2011

Roberto Tadeu Antunes tomaposse e lança campanha emprol de termos de compromisso

Divulgação

Estudo encomendadoà consultoria Oxerasobre concorrênciade bolsas seráentregue à autarquiano fim deste mês

No mês passado, entradas se intensificaram nos últimos dois dias,mas segundo especialistas não houve corrida para evitar novas regras

AGENDA● Na China, produção industriale vendas no varejo, às 2h30.● Inflação na Alemanhae Espanha, a partir das 3h.● Nos Estados Unidosestão previstos preçosaos produtores e índicede confiança, às 9h30.

O setor de seguros encerrou 2011 com faturamento de R$ 81,8 bilhões(sem VGBL e com seguro saúde), segundo levantamento do Sindicatodos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP). O desempenhorepresenta um avanço de 16,5% em relação ao ano anterior.Sem o seguro obrigatório (DPVAT), o montante é de R$ 75,1 bilhões.O Bradesco, presidido por Marco Antonio Rossi, manteve a liderançacom 19,9%, seguida por BB-Mapfre (12,4%) e SulAmérica ( 12,3%).

Érica Ribeiro, do [email protected]

Colombo:migraçãodapoupançaparaoutrasaplicações levatempo

-2

-1

0

1

2

3

4

5

6

7000

8000

ABR/12NOV/11MAI/11JAN/11

MELHOR ABRIL EM 5 ANOS

Evolução mensal dos depósitos na caderneta, em R$ bilhões

Fonte: Banco Central

0,28

1,98

R$ 1,85 bilhão

Captação nos últimos dois dias do mês

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 31

Page 32: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O imbróglio envolvendo doisdos principais acionistas da Van-guarda Agro, Otaviano Pivetta eEnrique Bañuelos, chegou aofim. Os fundos Vila Rica e Tira-dentes — controlados pela em-presa de investimentos deBañuelos, a Veremonte — assi-naram um acordo com Pivettapara encerrar os processos judi-ciais e arbitrais existentes entreas partes. O espanhol cedeu.Pivetta tentava, na Justiça,

reaver sua participação de10,87% na Vanguarda Agro, en-tregue ao BTG Pactual em fun-ção de uma dívida de R$ 100mi-lhões.O argumento do empresá-rio é que a Veremonte teria secomprometido a honrar a dívi-da com o banco de André Este-ves quando adquiriu 50% dacompanhia. Com o acordo, Pi-vetta aumentou a sua participa-ção acionária dos atuais 16,33%para 27,85% do capital social,tornando-se sócio majoritárioda Vanguarda Agro. Bañuelos fi-cou com fatia inferior a 5%.

Para Rodolfo Amstalden, ana-lista financeiro da Empiricus, abriga pelo controle acionário naVanguarda Agro já era insusten-tável e poderia prejudicar acompanhia nos próximos me-ses. “Os acionistas acreditavamque Pivetta tomasse decisõesconsensuais, mas não era issoque estava acontecendo”, diz.Ao final do dia, as ações da

empresa de agronegócios subi-ram 5,55%, cotadas a R$ 0,38.Erick Scott, analista da SLWCor-retora, lembra que o movimen-to também pode ser creditado àforte queda na última sexta-fei-ra, quando fundos de investi-mentos rebalancearam sua car-teiras em função da nova com-posição do Ibovespa. “A Van-guarda perdeu peso no Iboves-pa e a alta de ontem foi uma cor-reção da queda de sexta-feira.”■ Colaborou Marcelo Ribeiro

Ciente da dificuldade emmantera participação dos cartões de lo-jasnas vendas totais, a LojasRen-ner está disposta a modernizarseu plástico para que ele volte aser atrativo. A mudança ocorrenomomento emqueessamodali-dade de pagamento perde espaçopara os cartões de crédito tradi-cionais. No primeiro trimestre de2007, a fatia era de 66,5%. Já en-tre janeiro e março deste ano,chegou a 51,1%, em um declínioque se mostra constante.“É uma tendência, mas não

nos damos por vencidos”, afir-ma o diretor financeiro da vare-jista, Adalberto Pereira dos San-tos. O executivo reconhece quecom a popularização emaior fa-cilidade de se conseguir um car-tão de crédito tradicional, as re-des de varejo não se esforçarampara que o plástico próprio (pri-vate label) ficasse em evidên-cia. Agora, é hora de mudar.“Entendemos que é um pro-

duto que ainda tem o seu valor.Vamos fazer melhorias para quea participação nas vendas totaisfique no mínimo estável.”Entre asmudanças programa-

das e que podem ocorrer aindaneste ano estão um novo designpara o plástico e a emissão de fa-turas, o que facilitará o paga-mento, já que poderá ser efetua-do em rede bancária, e não sóna loja. Outro benefício será aopção de saque em dinheiro noscaixas eletrônicos da rede 24Horas. Já programas de fidelida-de, ao menos nessa primeira fa-

se, estão descartados.Alémdisso, a emissão de car-

tões chamados “co-branded”— são da lojamas podem ser uti-lizados em outros estabeleci-mentos que usam redes da Visaou Mastercard — irá contribuirpara a esperada estabilidade.Mas embora queira tornar o

cartãomais atrativo, Santos afir-ma que não haverá mudança napolítica de crédito. No primeirotrimestre do ano, as perdas nocartão Renner eram equivalen-tes a 2,2%das receitas comven-das, o menor índice já registra-do — em igual período de 2011,o percentual era de 2,5%.Segundo Santos, é resultado

da maturação de uma série demedidas. Uma delas foi fazer aconcessão de crédito e cobran-ça de forma centralizada, na se-de da empresa, e comuma equi-pe própria. O índice de aprova-ção das solicitações de créditoestá entre 65% e 70%. “Esta-mos acima da média, que é de35% no varejo”, diz. Para apro-var mais sem afetar a qualida-de, o executivo conta que sãoavaliadasmais de 600 variáveis,sendo que uma das principais éo comportamento de consumoe pagamento do cliente.Para o analista-chefe da Con-

córdia Corretora, Leonardo Zan-felicio, o esforço é compreensí-vel. “Os serviços financeirospossuem um peso razoável noresultado da empresa”, diz. Notrimestre, o Ebtida da varejistafoi de R$ 83,6 milhões, sendoque os serviços financeiros (car-tão, empréstimo, seguro) res-ponderam por 48,9%. ■

A Celpa, distribuidora de ener-gia paraense em recuperação ju-dicial, propôs ontem aos acio-nistas um aporte de R$ 650 mi-lhões em seu plano de reestrutu-ração, além de uma repactua-ção das dívidas com deságios deaté 40%nos valores a serem pa-gos aos credores financeiros.

O plano de recuperação judi-cial da companhia foi entregue àJustiça na última sexta-feira e di-vulgado ontem na Comissão deValoresMobiliários (CVM).ACel-pa, controlada pelo Grupo RedeEnergia, tambémpropõe a possí-vel alienaçãoouoperaçãodequal-quer ativo da empresa, sem ne-cessidade prévia de autorizaçãojudicial, e a liberação de garantiasprestadaspelos acionistas e admi-nistradores da Celpa, para garan-

tir o pagamento aos credores.Para captar os R$ 650 mi-

lhões, pretende fazer umaemissão de debêntures conver-síveis em ações que seriam ad-quiridas por investidores, comvencimento em 2027. “O de-tentor das debêntures poderáconverter o seu valor principalem ações a qualquer momentoa partir da data da sua emis-são”, informou. A Celpa disse,contudo, que o investidor po-

derá negociar outra modalida-de para realizar o aporte de re-cursos, desde que respeitadoso valor mínimo proposto. Co-mo premissas do plano, consi-dera aplicação do reajuste detarifas de energia de 10,33%,previsto para agosto mas quetem que ser autorizado pelaAgência Nacional de EnergiaElétrica, e a captação de linhasde crédito mínima de R$ 200milhões até 2013. ■ Reuters

Celpa pede desconto de 40% para dívidas

Renner quer mostrar quecartão próprio tem valor

Bañuelos e Pivetta finalizambriga judicial; um cedeu e osegundo tornou-se maior sócio

Jefferson Bernardes

Negociação com credores fazparte de plano de recuperaçãojudicial, bem como aporte extra

Para evitar queda contínua na participação desses plásticos nas vendas,varejista muda estratégia e vai permitir pagamento de faturas em rede bancária

Pivetta passa adeter 27,85% docapital social daVanguarda Agro

VANGUARDA AGRO

Vanessa [email protected]

FATO RELEVANTE

Açãosobe5%comacordodeacionistas

66,5%20,8%

12,7%62,2%

22,3%15,5%

59,3%23,6%

17,1%55,9%

24,6%19,5%

53,9%24,9%

21,2%51,1%

25,8%23%

DE OLHO NO PRIVATE LABEL

Participação do tipo de plástico nas vendas da Lojas Renner

1o TRI/2007

1o TRI/2008

1o TRI/2009

1o TRI/2010

1o TRI/2011

1o TRI/2012

Cartão Renner À vista Cartões de crédito

Fonte: Lojas Renner

Ana Paula [email protected]

Santos:créditoecobrançacentralizado reduziramperdas

32 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 33: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O Ibovespa confirmou o movi-mento de alta, com a valoriza-ção das ações em Nova York ena Europa e com as expectati-vas de novos cortes na taxa bá-sica de juros. Subiu 0,66%, pa-ra 61.220 pontos. “As preocu-pações sobre a crise na Zonado Euro têm ofuscado há diasos fortes sinais de que o gover-no brasileiro vai cortar mais astaxas de juros, mas essa expec-tativa de qualquer maneira aju-da a puxar para cima as açõesde varejistas e de construto-ras”, disse Felipe Rocha, ana-lista da Omar Camargo Corre-tora. ■ Bloomberg

Os preços dos contratos futu-ros de petróleo mantiveramsua trajetória de baixa iniciadana semana passada e fecharamem queda em Nova York nestasegunda-feira. O barril do óleotipo WTI, para entrega em ju-nho, fechou em queda de 55centavos com relação ao fecha-mento da última sessão, cota-do a US$ 97,94 na bolsa mer-cantil Nymex. O movimentofoi impulsionado pelo temorde um agravamento da criseda dívida na zona do euro, emum mercado menos otimistapela recuperação econômicanos Estados Unidos. ■ AFP

O dólar recuou ante o real on-tem, com a moeda americanaampliando apenas um poucoas perdas depois de ficar está-vel por boa parte da sessão,acompanhando a melhora noexterior. De acordo com opera-dores, o fato de o Banco Cen-tral (BC) atuar no mercado porcinco pregões seguidos tam-bém pode estar colaborandopara a queda.

O dólar caiu 0,27%, cotadoa R$ 1,921 na venda, mas aindamanteve o maior valor desde17 de julho de 2009, quando fe-chou em R$ 1,928. Ao longo dasessão da segunda-feira, a divi-sa americana oscilou entre R$1,919 e R$ 1,936. “A moedacaiu por conta do mercado in-ternacional, apesar de notíciasnão muito boas lá fora. Mas de-pois de o Banco Central nãodar sinal de vida por uns cincodias, o mercado também come-ça a sentir (que há espaço paramais quedas)”, disse o gerentede câmbio da Treviso Correto-ra, Reginaldo Galhardo.

Na avaliação do gerente, ape-sar das notícias das eleições naFrança e na Grécia ainda traze-rem preocupações, as bolsas ti-veram uma melhora e as com-modities passaram a subir, oque trouxe espaço para o dólarvoltar a cair. Os dois únicosgrandes partidos da Grécia queapoiaram o programa de ajudada União Europeia (UE) e doFundo Monetário Internacio-nal (FMI) não acumularam vo-tos suficientes para formaruma coalizão. Enquanto isso,na França, o socialista FrançoisHollande foi o vencedor daeleição presidencial, derrotan-do o atual presidente conserva-dor Nicolas Sarkozy.

Durante parte do dia, o dó-lar ficou próximo da estabili-dade no Brasil. Um operadorde câmbio que prefere nãoser identificado ainda afir-mou que, próximo do fecha-mento, sem a presença do BC,o dólar acentuou a queda, masdisse acreditar que o recuo ain-da foi pequeno, e que a tendên-cia pode ser que o dólar semantenha nesse patamar.

“A queda não foi represen-tativa. Com o mercado mor-no lá fora, a moeda pode ficarde lado, em torno de R$ 1,90ou apenas um pouco acima”,avaliou. ■ Reuters

Os juros nos mercados futu-ros despencaram ontem naBM&FBovespa, fazendo oscontratos com vencimentoem janeiro de 2013 e de 2014atingirem novo piso históri-co durante o dia, com o re-ceio de agravamento da criseda dívida após as eleições naEuropa e ainda refletindo asapostas de que a mudança nacaderneta da poupança per-mitirá um cortemaior da taxa bá-sica de juros.

Na sessão, oDepósito Interfi-nanceiro (DI) pa-ra janeiro de 2013caiu 0,05 ponto,para 7,92%, en-quanto o DI de ja-neiro de 2014 caiu 0,04 p.p.,para 8,24%.

“Ainda há uma continuida-de do ajuste à mudança na pou-pança”, disse Darwin Dib, eco-nomista-chefe da CM CapitalMarkets Asset Management.“Temos uma perspectiva eco-nômica no exterior se deterio-rando, com as eleições na Euro-pa. Este desaquecimento podeabrir espaço para mais cortede juros aqui.”

A vitória de François Ho-llande para a presidência daFrança no lugar do atual líderNicolas Sarkozy balançou as

bolsas na Europa.“O candidato vencedor não

foi recebido com bons olhos”,avalia Eduardo Machado, ana-lista da Amaril Franklin.

Boletim FocusEconomistas do mercado re-duziram a projeção para a Se-lic em 2012 de 9% para 8,5%,segundo a pesquisa Focus doBanco Central divulgada on-tem. A projeção para a infla-ção ao consumidor em 2012foi mantida em 5,12%.Para

o próximo ano,o prognósticopara a taxa Se-lic foi mantidoem 10%.

Na quinta-fei-ra, o governoanunciou mu-danças na remu-neração da ca-

derneta de poupança, atrelan-do-a à taxa Selic quando os ju-ros estiverem abaixo de 8,5%ao ano. A poupança era consi-derada um dos entraves a umcorte maior nos juros.

“O sistema financeiro doBrasil é um dos mais sólidose lucrativos do mundo e po-de perfeitamente fazer a suaparte e ajudar o país dimi-nuindo os juros que cobrados trabalhadores e dos em-presários”, disse a presiden-te Dilma Rousseff, ontem noprograma de rádio “Café coma Presidenta”. ■

Ibovespasobe 0,66%

JUROS

Petróleo temdesvalorização

Em queda,dólar fechaa R$ 1,92

DI de janeiro de2013 cai à mínimaEuropa e expectativa sobre Selic derrubam taxa

Josué Leonel e Felipe FrischBloomberg

Murillo Constantino

Caixa vai gerir fundo espelhadoem Ibovespa

BOLSAS

GENERALI BRASIL SEGUROS S.A.CNPJ/MF Nº 33.072.307/0001-57 – NIRE Nº 33.3.0000264-2

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOVALTER LUIS HIME PINHEIRO SOARES, brasileiro, casado, engenheiro, portador do documento de identidade nº 04.317.979-5, expedido pela SSP/RJ, inscrito no CPF/MF sob o nº 550.115.867-15, DECLARA sua intenção de exercer cargo de direção na GENERALI BRASIL SEGUROS S.A., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.072.307/0001-57, com sede na Av. Rio Branco nº 128, 7º andar, Rio de Janeiro/RJ, e que preenche as condições estabelecidas nos Arts. 3º e 4º, da Resolução CNSP nº 136, de 7 de novembro de 2005. ESCLARECE que, nos termos da regulamentação em vigor, even-tuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da ���������������� �������������������������������������������������������������������������-dos, acompanhado da documentação comprobatória, observado que o declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito a vista do respectivo processo. Rio de Janeiro, 07 de maio de 2012. VALTER LUIS HIME PINHEIRO SOARES. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP. Av. Presidente Vargas, nº 730, Centro, Rio de Janeiro - CEP: 20.071-900

MOEDAS

GENERALI BRASIL SEGUROS S.A.CNPJ/MF Nº 33.072.307/0001-57 – NIRE Nº 33.3.0000264-2

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITOJOSÉ ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE PEDROSA RIBEIRO, português, casado, atuário, portador do documento de identidade de estrangeiro nº V167893-G, expedido pelo CGPI/DIREX/DPF, inscrito no CPF/MF sob o nº 052.355.767-13, DECLARA sua intenção de exercer cargo de membro do Conselho de Administração da GENERALI BRASIL SEGUROS S.A., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 33.072.307/0001-57, com sede na Av. Rio Branco nº 128, 7º andar, Rio de Janeiro/RJ, e que preenche as condições estabelecidas nos Arts. 3º e 4º, da Resolução CNSP nº 136, de 7 de novembro de 2005. ESCLARECE que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais impugnações à presente declaração deverão ser comunicadas diretamente a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, no endereço abaixo, no prazo máximo de quinze dias, contados da data desta publicação, ����������������������� �������������������������������� ���������������������������documentação comprobatória, observado que o declarante poderá, na forma da legislação em vigor, ter direito a vista do respectivo processo. Rio de Janeiro, 07 de maio de 2012. JOSÉ ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE PEDROSA RIBEIRO. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP - Av. Presidente Vargas, nº 730, Centro, Rio de Janeiro - CEP: 20.071-900

DI para janeirofechou a

sessão em7,92%; para

o ano seguinte,ficou em 8,24%

COMMODITIES

A Caixa venceu o processo de concorrência da BM&FBovespa paragerir o ETF (Exchange Traded Funds ou fundo de índice) do Ibovespa.Segundo o presidente da Caixa, Jorge Hereda, o banco se preparapara o novo patamar de juros no país, e os ETFs serão nova opção deinvestimento aos clientes. "Seremos o primeiro banco de varejo comdireito de negociar ETF de Ibovespa, no mercado. Está alinhado à nossaestratégia de reposicionar e expandir o portfólio de fundos”, disse.

Energest S.A.CNPJ/MF nº 04.029.601/0001-88 - NIRE 35.300.180.526

Certidão

Ata da 30º Assembleia Geral Extraordinária realizada em 17/10/2011, às 10:00 horas. Secretaria da

Fazenda - Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro em 26/04/2012 sob o

nº 182.114/12-0.

MERCADO Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 33

Page 34: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A redução da taxa de juros, a dis-cussão sobre o cadastro positi-vo e a entrada de agentes inter-nacionais no mercado são ape-nas alguns desafios enfrentadospelo Serviço de Proteção ao Cré-dito (SPC). Com a concorrênciacada vez mais acirrada, e a vi-são do Brasil como a bola davez, omercado de crédito se ex-pandiu, e a entidade de classese viu obrigada amudar sua cul-tura organizacional. O objetivo:semanter na liderança ao forne-cer serviços relativos a crédito.O impactomais imediato des-

te processo, que começou no se-gundo semestre do ano passado,consistiu na redução de prazospara metas e resultados. RobertoAlfeuPenaGomes, 47 anos, presi-dente do SPC Brasil, aponta que,com a introdução de medidoresde performance, agora é possívelquantificar a entrega de resulta-dos de um funcionário ou áreado negócio mensalmente.“Um prazo de três meses, no

caso de novos funcionários, e acada seis meses já é o suficientepara verificarmos se o funcioná-rio está produzindo resultadosesperados”, conta.A redução de prazo para en-

trega de resultados é uma ten-dência em negócios localizadosempaíses que precisam se recu-perar da crise econômica ouque se defrontam com grandecrescimento. O resultado é umacobrança cada vez maior sobrenovos funcionários.Segundo pesquisa da consul-

toria de recursos humanos Futu-restep commais de 1.500 profis-sionais nos Estados Unidos, In-glaterra, Brasil, China, França,Alemanha,HongKong eAustrá-lia, 76% deles medem o impac-to de novos funcionários nos pri-meiros 12 meses de trabalho, e amedição de uma boa performan-ce chega a ser três vezesmais va-liosa do que a retenção doprofis-sional. Apenas 5%dos entrevis-tados acreditam que os empre-gados tenham impactomais po-sitivo depois de três anos.No Brasil, a falta de mão-de-

obra qualificada contribui parao aumento desta cobrança,

aponta Antoniel Silva, diretorda área de gestão de pessoas daGrant Thornton Brasil.“As empresas passam a pagar

mais por executivos qualifica-dos, que são difíceis de se encon-trar no mercado, mas aumen-tam a exigência por resultadosrápidos para compensar estecusto extra. Hoje os executivostêm, emmédia, cincomeses pa-ra apresentarem resultados nacompanhia. Caso não atinja a ex-pectativa, ele é demitido ou sedemite porque sabe que a pres-são vai ficar cada vez maior.”Como consequência, novos

contratados devem se policiarpara não entrar na neurose des-ta cobrança e entregar resulta-dos no prazo, diz Silva.

“O profissional deve plane-jarmuito bem o seu tempo e sa-ber o que a empresa está espe-rando dele. Senão vai se enro-lar e pode ser demitido ou pre-ferir se mudar para outra em-presa. Caso necessário, ele de-ve inclusive pedir ferramentasalém das que têm disponíveispara alcançar seu objetivo”, in-dica. Outra forma de lidar comesta pressão é fazer relatóriosmensais e, logo no início do tra-balho na companhia, apresen-tar metas pessoais e passo apasso do projeto.A Futurestep aponta que

profissionais mais bem sucedi-dos neste primeiro momentosão os que têm maior qualida-de de decisão (toma decisõesacuradas), orienta suas ações(toma iniciativas rapidamen-te) e tem foco no cliente (é de-dicado a atender suas necessi-dades e expectativas).No SPC Brasil, o novo funcio-

nário que tem um bom desem-penho nos três primeiros me-ses, por exemplo, já pode ga-nhar um salário 20%maior. ■

A cobrança por resultados emum curto período deve seracompanhada por outras medi-das para que as empresas rete-nham seus funcionários e nãopercam de vista contribuiçõesvaliosas que podem oferecer emprazos mais longos. Na pesquisada Futurestep, 36% dos entre-vistados admitem que emprega-dos produzem maiores resulta-dos após um ano de trabalho,quando contribuem ativamentepara a equipe e entendem me-lhor a cultura organizacional.Roberto Alfeu Gomes, presi-

dente do SPC, dá a receita. “In-vestimos em tecnologia paraque as áreas possamdar respos-tas no prazo que precisamos, te-mos transparência de objetivos,plano de remuneração e desen-volvimento profissional para in-centivar a inovação”. ■ M.A.

Emprego novo? Prepare-separa correr contra o tempo

Empresatambémdevefazer sua parte

Paulo Marcio

Empresas reduzem prazos para que novos contratados mostrem resultados; pesquisa global da Futuresteprevela que eficácia de metas cumpridas no primeiro ano de casa é determinante para retenção de talento

No SPC Brasil,contratado novoque atinge meta dedesempenho nos trêsprimeiros meses temaumento de 20%

TRABALHAR

CONTRA O TEMPO Por que é necessário mostrar serviços em curto prazo

RESULTADOS RÁPIDOS

DICAS PARA PERDURAR

Pesquisa da Futurestep entrevistou 1.500 profissionaisem cinco continentes e constatou que:

76% dos entrevistados medem agora resultados de novosrecrutados nos primeiros 12 meses na companhia

36% admitem que empregados entregam mais resultados após um ano, já que estão contribuindo ativamente para a equipe e entendea cultura organizacional da empresa e o ambiente de negócio

5% dos entrevistados acreditam que o empregado tem impactomais positivo depois de três anos

Tomar boas decisões e, principalmente, evitar as más, qualidade considerada a mais importante para mostrar resultados nos primeiros seis meses na empresapor 18% dos profissionais entrevistados

Ter bom relacionamento com colegas de trabalho.Relações fracas são consideradas limitadorasda carreira por 37% dos respondentes

Ter bom relacionamento com chefes. Entre os profissionais ouvidos, 26% disseram que isso se torna mais importanteno médio prazo

Capacidade de motivar outros, considerado por 32%como o item que tem mais impacto na equipe

Demonstrar integridade e confiança, qualidade que,na visão de 20%, tem mais impacto positivo entrecolegas e interessados

Fonte: Futurestep Global Talent Impact Study 2012

Marília [email protected]

FINANÇAS PESSOAIS

RobertoGomes,do SPC: foconocurtoprazoeperformance mensal

34 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 35: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

Os 20 mil clientes da corretoraCoinvalores vão migrar nos próxi-mos 45 dias da atual plataformade negociação para um portalmulti-interativo que pode seracessado tanto do computadorquanto de canais móveis, comoIpad e Iphone. Foram investidosR$ 5 milhões no desenvolvimen-to do site e do novo home broker,que foram lançados ontem.

Com os novos produtos, a ex-pectativa da corretora é que abase de clientes ganhe 10 mil no-vos investidores nos próximos

dois anos. “Acho que vamos ternovos clientes, porque vejo omercado crescendo no médio eno longo prazo”, afirma PaulinoBotelho de Abreu Sampaio, dire-tor da Coinvalores. “Senão, va-mos continuar pescando nomesmo aquário”, acrescenta. Ovalor de corretagem continua omesmo. “Mas vamos estudarmudanças mais para frente.”

Com o novo site, o clientevai poder dar ordens de com-pra e venda de ações, investirem Tesouro Direto e em fundosde investimento — tudo em ummesmo lugar. “Muitos investi-dores tinham medo de dar or-dens erradas no homebroker

por causa da quantidade de nú-meros. O portal vai simplificara vida deles”, destaca Paulo Bo-telho, gestor do homebroker.Outra novidade é o blog dosanalistas que traz notícias e ava-liação das empresas feita pelaequipe de pesquisa.

Entre as mudanças no HB, es-tão informações sobre volumede operações, lista de papéis emleilão e a rentabilidade dasações. Também oferece serviçode alerta que mostra no Ipad ouIphone quando determinado pa-pel chegou ao valor pré-progra-mado. Depois da compra ou ven-da, o sistema ainda envia e-mailconfirmando a operação. ■ N.F.

O valor de mercado das 373 em-presas com ações negociadas naBM&FBovespa, ao final de abril,foi de R$ 2,47 trilhões. Em março,esse valor era de R$ 2,56 trilhões,referente a 372 companhias, que-da de 3,51%, ou R$ 90 bilhões.

No segmento Bovespa, o volu-me financeiro negociado atin-giu R$ 146,62 bilhões, em abril,ante R$ 154,08 bilhões, em mar-ço. O número total de negóciosfoi de 14,6 milhões, enquantoem março foi de 16,1 milhões. Amédia diária foi de 733,39 mil,ante 734,11 mil no mês anterior.

As ações que registrarammaior giro financeiro foram as

ações preferenciais da Vale, comR$ 14,79 bilhões; da Petrobras,com R$ 7,98 bilhões; e do ItaúUnibanco, com R$ 7,01 bilhões.

O Ibovespa encerrou o mêsaos 61.820 pontos, com baixa de4,17%. As ações que obtiveramas maiores altas do Ibovespa emabril foram as preferenciais daOI (17,60%); as ordinárias da OI(15,09%); as ações preferenciaisB da Copel (14,77%); e as ordiná-rias da Cemig (13,90%).

As maiores baixas foram asações ordinárias da PDG(-28,68%); as ordinárias da Ga-fisa (-17,67%); as preferenciaisda Gol (-16,74%); e das ordiná-rias da Rossi (-15,71%).

Em abril, as empresas lista-das pagaram a seus acionistasR$ 8,87 bilhões. Desse montan-

te, R$ 3,67 bilhões referem-se apagamento de juros sobre capi-tal próprio e R$ 2,35 bilhões a di-videndos. Em março, os valorespagos foram de R$ 3,60 bilhões,sendo R$ 2,59 bilhões em jurossobre capital próprio e R$ 842,79milhões em dividendos.

O balanço da negociação dosinvestidores estrangeiros foi po-sitivo em R$ 473,92 milhões.

A média diária de contratosnegociados no segmento BM&Fatingiu recorde histórico com3,5 milhões negociações, supe-rando a marca anterior de 3,4milhões, obtida em abril de2011. Ao final do último pregão,o número dos contratos emaberto, na BM&F, foi de 34,3 mi-lhões, ante 31,9 milhões regis-trados em março. ■

TRACTEBELConcórdiarecomenda“manutenção”paraasaçõesdageradoradeenergia

Na avaliação da corretoraConcórdia, a evolução dosresultados da Tractebel noprimeiro trimestre — Ebitda deR$ 624,5 milhões (+ 3,2% ) elucro líquido de R$ 329,5 milhões(+7,4%) — são reflexos do ligeiroaumento do volume de energiavendida, aliado aos maiores preçosmédios (+8%) e a entrada emoperação de 5 das 8 unidadesgeradoras da UHE Estreito.A maior evolução do lucro líquido,segundo relatório assinado pelosanalistas Leonardi Zanfelícioe Karina Freitas, é explicada pelamelhora do resultado financeiro.O resultado da Tractebelfoi considerado regular pelaConcórdia, pois apesar da

evolução registrada, a companhiaapresentou “piora nas margensoperacionais devido o forteaumento dos custos e despesas”.Entretanto, afirma o relatório, “asperspectivas continuam favoráveisà Tractebel, tendo em vista aprevisão de entrada das demaisunidades geradoras da UHEEstreito”. A corretora Concórdiaespera que as despesasoperacionais da companhia sejam“diluídas ao longo dos próximostrimestres com a maturação destanova usina”. A corretora mantevea recomendação de “manutenção”para a ação TBLE3, já queseus papéis estão sendonegociadas acima do preço-alvo,que é de R$ 33,71 por ação.

Coinvalores lança portal multi-interativo

Novacarteira teóricado ÍndiceBovespa

Empresas perdem valor na bolsaValor de mercado das companhiascaiu 3,51% entre março eabril, para R$ 2,47 trilhões

Rodrigo Capote

Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico

9,5

11,0

12,5

14,0

15,5

Resistência Objetivo Stop loss

11,38

10,52

9,75

10,95

12,44

Gol PN (GOLL4) (fechamento em R$)

RRessisstêêncciaa OObbjeetivoo SSttopp oossss9,59,5

15,515,5

7/MAI29/DEZ

Henrique Manreza

Investimento de R$ 5 milhõestem como objetivo aumentar em50% a base de 20 mil clientes

Os papéis preferenciais da Gol (GOLL4) romperam ontemimportante resistência — ponto que, se superado, indicaa possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação— ao ultrapassar a cotação de R$ 10,52 e confirmar pivô de alta.“Isso aumenta a probabilidade da ação inverter a sua tendênciade baixa que vinha desde março”, opina Alan Oliveira, analistada gráfico da FuturaInvest, que vê o momento como positivopara a compra dos ativos. O papel encerrou a sessão cotadoa R$ 10,95, com avanço de 3,88%. De acordo com o grafista,o momento de “virada de tendência” é propício para osinvestidores arriscarem a compra dos papéis, que têmperspectiva de continuar em ascensão até o final desta semana.

O primeiro objetivo, ou resistência, do papel é de R$ 11,38,valor que deve ser alcançado nos próximos quatro pregões,conforme análise do grafista. A próxima resistência está emR$ 11,90 e o suporte — é patamar que, se perdido, aponta para umachance de queda em sequência — em R$ 10,52. Oliveira orientaque o stop loss (ponto limite de queda em que é recomendadaa venda das ações) de longo prazo seja colocado em R$ 9,75.Já para o investidor de curto prazo, a cifra recomendada é deR$ 10,52. O analista do BB Investimentos, Leonardo Ribeira Nitta,tem recomendação “outperform” (acima da média do mercado)para os papéis, com preço-alvo de R$ 16,75. Weruska Goeking

Bommomento paracompra deGOLL4

HOME BROKER

A BM&FBovespa divulgou a carteira teórica do Índice Bovespa quevai vigorar até 31 de agosto, com base no fechamento do pregãode 4 de maio. A nova carteira não registra nenhuma alteração,totalizando 68 ativos de 63 empresas. Os cinco ativos queapresentaram o maior peso na composição do índice foram:Vale PNA (9,22%), Petrobras PN (8,06%), OGX PetróleoON (5,06%), Itauunibanco PN (4,69%) e PDG Realt ON (3,46%).

ENTRADA EM

OPERAÇÃO DE 5 DE 8

UNIDADESEMESTREITO

GANHOU DESTAQUEEM RELATÓRIO

PaulinoSampaio,daCoin: “Vamosestudarmudançasnospreços”

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 35

Page 36: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A vitória do socialista FrançoisHollande na eleição presiden-cial francesa abre um novo ciclopara a esquerda europeia e enco-raja aqueles que ansiavam pormais crescimento diante da aus-teridade imposta pela chance-ler alemã, Angela Merkel.Sua é um sopro de ar fresco

para a esquerda europeia apósas derrotas de Gordon Brown,na Grã-Bretanha, de José LuisZapatero, na Espanha, de JoséSocrates, em Portugal, e da re-núncia de Georges Papan-dreou, na Grécia.Nos 27 países do bloco euro-

peu a esquerda aparece no po-der em apenas dez países, em

muitos casos como integran-tes de uma coalizão.O primeiro-ministro belga,

ElioDi Rupo, comemorou a vitó-ria e pediu uma “estratégia am-biciosa” europeia.O presidente eleito da França

já tem uma batalha vencida.Sua proposta de incluir um capí-tulo de crescimento no pacto fis-cal europeu tem cada vez maisadeptos. Atualmente ninguémnega a evidência de que o rigorfiscal não basta para tirar o con-tinente da crise, e até a chance-ler alemã, AngelaMerkel, anun-ciou que prepara uma agendade crescimento para ser aprova-da na cúpula europeia de junho.De qualquer forma, Hollande

deverá enfrentar várias quedasde braço contra Merkel, paranegociar, entre outros, seus pla-

nos de criar eurobônus (o queMerkel rejeitou repetidamen-te) ou reforçar o papel do Ban-co Central Europeu.E, embora a chanceler alemã

tenha dito que receberá Hollan-de “comos braços abertos”, vol-tou a insistir que o pacto fiscalassinado em Bruxelas no iníciode março “não pode” assumirnovas mudanças.Neste contexto, muitos se

perguntam como o socialistafrancês irá gerir sua ofensiva naEuropa. Ele o fará seguindo omodelo do presidente atual Ni-colas Sarkozy, que optou poruma gestão lado a lado com aAlemanha, batizada como o ei-xo Merkozy? Ou se mostrarámais respeitoso com o papeldas instituições europeias? ■

Yacine Le Forestier, AFP

Logo após o anúncio da vitória deFrançois Hollande no domingo ànoite, vários dirigentes socialistaspediram que os eleitores mante-nham a tendência quando foremconvocadospara renovar acâma-ra baixa doParlamento, aAssem-bleiaNacional,naseleições legisla-tivas de 10 e 17 de junho. O novopresidente precisará da maioriaabsoluta no Parlamento para le-varadiante a suapolítica.Docon-trário,umeventual primeiro-mi-nistro de direita vai liderar o Exe-cutivo e reduzir emgrandemedi-da a iniciativa presidencial.Hollande conta com a aliança

da Frente de Esquerda, que in-clui o Partido Comunista eapoiou a candidatura do ex-so-cialista Jean-Luc Melenchon,que pediu que seus eleitores vo-tassem nele no segundo turnoda eleição presidencial.O secretário nacional do Par-

tido Comunista, Pierre Laurent,foi claro no domingo, afirman-do que seu “trabalho será pro-longar a vitória” de Hollande.

O presidente contará tam-bém com o apoio dos ecologis-tas, que fecharam um acordoem novembro com os socialis-tas na esperança de obter entre18 e 24 deputados.A secretária nacional, Cécile

Duflot, pediu “uma mobilizaçãogeral de todos para darumaener-gia nova à mudança”, advertin-dopara o “risco” de umamaioriadaUnião por umMovimentoPo-pular (UMP), partido conserva-dordeSarkozymajoritárionaAs-sembleia Nacional desde 2007.Nas legislativas anteriores, em2002e em2007, avitóriadadirei-ta na eleição presidencial se tra-duziu em uma maioria absolutana Assembleia Nacional para opartido do novo chefe de Estado.Segundo as pesquisas divulga-

das no domingo, os dois parti-dos, o Socialista e a UMP, estãoempatados, com 31% das inten-ções de voto para os primeiros e30% para os conservadores.Neste jogo será decisivo o pa-

pel da ultradireitista Frente Na-cional, cuja candidata MarineLe Pen foi a terceira mais vota-da no primeiro turno. ■

Álvaro VillalobosAFP, Paris

Franceses iniciamcampanha parao “terceiro turno”

Novo mapa político na Europa

Gonzalo Fuentes/Reuters

Vitória socialista na Françafortalece os opositores europeusà austeridade de Angela Merkel

Hollandeobteve51,62%dosvotosOpresidente eleito François Ho-llande, obteve 51,62% dos vo-tos, e o presidente atual, Nico-las Sarkozy, 48,38%, na eleiçãopresidencial de domingo, segun-do o balanço final dos resulta-dos anunciado ontem pelo mi-nistério do Interior.No segundo turno, mais de 18

milhões de eleitores votaramem Hollande e 16,9 milhões emSarkozy. No total, mais de 46milhões de franceses estavamconvocados a votar e mais de 37milhões participaram das elei-ções. A taxa de abstenção foi de19,66%, ou 9 milhões.A proclamação oficial dos re-

sultados será feita até quinta-feira. ■ AFP

Pesquisas indicamque os socialistas têm31% e a UMP 30%das intenções de voto

A transferência de poderes dopresidente atual da França, oconservador Nicolas Sarkozy,para o chefe de Estado eleitono domingo, o socialista Fran-çois Hollande, foi fixada de co-mum acordo para o dia 15 demaio, terça-feira próxima,anunciou ontem o palácio pre-sidencial do Eliseu.Esta data foi fixada pelo secre-

tário-geral da presidência, Xa-vier Musca, e pelo diretor decampanha de François Hollan-de, o deputado Pierre Moscovi-ci. O Eliseu anunciou que Ho-llande participará hoje, junto aSarkozy, das cerimônias de 8 demaio, aniversário do fim da Se-gunda Guerra Mundial. ■ AFP

Partidos que apoiam François Hollande vão lutar para conseguirmaioria no Parlamento nas eleições legislativas de 10 e 17 de junho

Posse serána próximaterça-feira

MUNDO

SEM SUSTOS

Mercados não se abalaram com a vitória socialista na França e impasse sobre governo grego

PARIS

LISBOA

MILÃO

FRANKFURT

MADRI

O índice DAX ganhou 0,12%, para 6.569 pontos

O índice Ftse/Mib avançou 2,56%, para 14.275 pontos

O índice Ibex-35 teve alta de 2,7%, a 7.063 pontos

O índice CAC-40 teve alta de 1,65%, a 3.214 pontos

O índice PSI20 ganhou 0,95%, para 5.215 pontos

Fonte: Reuters

FRANÇA

ESPANHA

ALEMANHA

ITÁLIA

PORTUGAL

Hollande precisa derrubar a hegemonia daUMPno Parlamento

Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]

36 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 37: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

O líder conservador grego, An-tonis Samaras, anunciou que fra-cassou a tentativa de formaruma nova coalizão governamen-tal, depois das eleições legislati-vas de domingo. “Fiz tudo o quepude para conseguir resultados,mas foi impossível”, disse Sama-ras, nomeado ontem pelo presi-dente da Grécia para tentar for-mar um novo governo, em ummomento em que a maioria donovo Parlamento se opõe àatual política de austeridade.

O presidente grego, Carolos Pa-pulias, tinha pedido nesta segun-da-feira a Samaras, líder da NovaDemocracia (ND), que liderou aseleições legislativas de domingocom 18,85% de votos e 108 cadei-

ras no Parlamento, para formarum governo, para o qual seria ne-cessário contar com a cooperaçãode outros dois partidos.

Os socialistas do Pasok, ex-aliados do ND no governo decoalizão, só obtiveram 13,2%dos votos e 41 cadeiras. Assim,ambos os partidos, que somam149 cadeiras no total de 300,não têm maioria e precisam deuma terceira formação.

Esta é a dificuldade em for-mar o governo, já que as outrascinco formações representadasno parlamento — três de esquer-da e duas de direita, inclusive aneonazista Amanhecer Doura-do (6,9% e 21 cadeiras) — con-tam com um total de 151 assen-

tos em 300 e se opõem às medi-das de austeridade.

O líder da esquerda radicalgrega Syriza, Alexis Tsipras, jáhavia se pronunciado contrárioa participar de um governo comos conservadores da Nova De-mocracia. “Não pode existir umgoverno de salvação nacionalcom a direita que assinou medi-das de rigor (...) rejeitadas pelopovo” durante a votação de do-mingo, declarou Tsipras depoisde uma reunião com Samaras.

Após o fracasso, o próximopasso deve ser a convocação dochefe de Estado aos líderes de to-dos os partidos parlamentarespara uma última reunião. ■ Hé-lène Colliopoulou, AFP

O presidente dos Estados Unidos,Barack Obama, e o provável can-didato republicano Mitt Romneyestão estatisticamente empatadosem Ohio, Virginia e outros 10 Esta-dos decisivos para a eleição de2012, de acordo com pesquisa fei-ta pelo Gallup e o USA Today. Oba-ma com 47% de apoio nos 12 Esta-dos e Romney com 45%, bemdentro da margem de erro da pes-quisa de 4 pontos percentuais.

Essa é uma disputa mais aper-tada do que em março, quandoo presidente democrata tinha51% e Romney, 42%. Por trásdos números, no entanto, ospartidários de Obama parecemmostrar mais apoio e mais entu-siasmo pelo seu candidato doque aqueles que apoiam Rom-ney, ex-governador de Massa-chusetts e executivo de negó-cios que teve que deixar paratrás alguns adversários maisconservadores durante o proces-so de indicação de seu partido.

Menos partidários de Rom-ney nos 12 “Estados decisivos”- que também incluem Colora-do, Flórida, Iowa, Michigan, Ne-vada, New Hampshire, NovoMéxico, Carolina do Norte, Pen-silvânia e Wisconsin - disseram

que eles estavam certos de queiriam votar no provável candi-dato republicano. Eles tambémestavam menos entusiasmados.

Os resultados foram divulga-dos no momento em que Oba-ma oficialmente iniciou suacampanha de reeleição, com co-mícios em Ohio e Virgínia seismeses antes da votação. Outraspesquisas também têm mostra-do aperto na disputa em algunsEstados decisivos.

A pesquisa, que entrevistouuma amostra aleatória de 951 elei-tores registrados entre 26 de abrile 2 de maio, também descobriuque 55% dos partidários de Oba-ma estão extremamente ou mui-to entusiasmados em votar naeleição, contra 49% em março.Em comparação, 46% dos parti-dários de Romney disseram queeles estavam extremamente oumuito entusiasmados, quase omesmo que em março, quando47% expressaram entusiasmo.■ Susan Heavey, Reuters

Eleição sem vencedoragrava o drama grego

Obama e Romneyem empate técnico

John Kolesidis/Reuters

Bolíviapodenão indenizaraespanholaREE

Eleitores do presidente, contudo,mostrammais entusiasmo que osdo virtual candidato republicano

Coalizão governamental não conseguemaioria e depende do apoio deumdos três partidos que se opõemà austeridade fiscal imposta pela UE

Presidente tem 47%de apoio em 12estados e Romney45%, dentro damargem de erro de4 pontos percentuais

Propaganda do líder socialista Ivica Dacic, emBelgrado, cujo partido, ao qual pertenceu o ex-líderSlobodan Milosevic manteve o seu papel-chavena Sérvia depois de uma eleição inconclusiva nodomingo. O Partido Democrata que derrubouMilosevic em 2000, viu o apoio a seus candidatoscair de 38% em 2008 para 23% nesta eleição. Reuters

Gaston Brit/Reuters

A SOMBRA DE MILOSEVIC NA ELEIÇÃO SÉRVIA

A direita de Silvio Berlusconi so-freu uma derrota no primeiroturno das eleições municipaisparciais realizadas entre domin-go e ontem, que se destacaramtambém pelo avanço das forma-ções contrárias aos partidos tra-dicionais. A taxa de participa-ção foi de 67%, sete pontos amenos que em 2007.

Os primeiros resultados divul-gados mostram um importante re-trocesso do Povo da Liberdade(PDL), o partido conservador do

ex-chefe do governo Silvio Berlus-coni, assim como daquele que foiseu aliado no governo, a Liga Nor-te, nos 941 municípios (em maisde 8.000 no total) convocados àsurnas para eleger seus prefeitos,entre eles os de 26 capitais de pro-víncias ou cidades importantes.

“Sofremos uma derrota”, re-conheceu o secretário geral doPDL, Angelino Alfano.

Já os candidatos do Partido De-mocrata (PD, principal formaçãode esquerda) estão “na liderança

em uma grande maioria de muni-cípios de mais de 15.000 habitan-tes”, comemorou Davide Zoggia,responsável pela formação.

Em Palermo (Sicília), a maiordas cidades em que houve elei-ções, dois candidatos da esquer-da se enfrentarão no segundoturno. Uma única exceção é ado prefeito de Verona, FlavioTosi, um dos líderes da Liga Nor-te, que será reeleito no primeiroturno, depois de conseguir oapoio de 57,2%. ■ AFP

Marko Djurica/Reuters

Direita perde terreno em municípios italianos

O presidente da Rede Elétrica da Espanha (REE), José Folgado (esq.),manifestou ontem, em La Paz, seu desagrado com a expropriaçãoda filial da empresa TDE, após se reunir com o ministro bolivianode Hidrocarbonetos Juan José Sosa. Antes da reunião, ovice-presidente boliviano, Álvaro García havia afirmado que aindenização da Bolívia à REE pelas ações expropriadas na semanapassada será “pequena, diminuta”. “Ou nada”, acrescentou. AFP

AntonisSamaras, líderconservadorgrego:“Fiz tudooquepudeparaumacordo,masfoi impossível”

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 37

Page 38: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

OBrasil devedaroexemploe res-pondercommaisdurezaàsmedi-das protecionistas da Argentina,pediu ontem a União Europeia(UE), ao criticar a “reação tími-da”dogovernodeDilmaRousse-ff atéagoraemrelaçãoaopaís pla-tino. Apesar de o “Brasil ter sidoduramente golpeado” por gran-des obstáculos que o governo ar-gentino impôs às importações,“seusdirigentes tiveramumarea-ção tímida demais”, disse o co-missário europeu de Comércio,Karel De Gucht, durante confe-rência sobreas relaçõesentreBra-sil e a UE emBruxelas.AUE considera que o governo

brasileiro “deveria justamenteter tomado o caminho oposto,deveria estar levantando a voz edando o exemplo”, enfatizou ocomissário europeu.AArgentina impôs em feverei-

ro ummecanismo que exige umaespéciededeclaração juramenta-da antes de autorizar a entrada de

produtos de outros países, medi-da fortemente criticada pela in-dústria brasileira, que a considerauma barreira ao comércio.“Ao mesmo tempo, o Brasil

aprovou medidas questionáveiscomo uma taxa discriminatóriaà importação de veículos, umaexigência de conteúdos locaisno setor de telecomunicações eprocedimentosmuito complica-dos para a importação de têx-teis”, criticou De Gucht.Contudo, De Gucht se mos-

trou otimista com o “avanço”dasnegociações entre obloco eu-ropeu e oMercosul a partir de ju-lho, durante a presidência rotati-va doBrasil.Mas as “negociaçõesnão se limitam à troca de produ-tos agrícolas e industriais entre oBrasil, o Mercosul e a UE”, disseo comissário, que avaliou que oaumento das trocas comerciaispoderia ser de ¤ 9 bilhões com aaprovação de acordo com o blo-co sul-americano. ■ AFP

MASSACRES

Dirigente afegão denuncia mais mortes demulherese criançasembombardeiosda OtanHamid Karzai lamentou em comunicado a morte de dezenas de civis,incluindo mulheres e crianças, desde sábado, como consequência debombardeios, e ameaçou congelar um acordo estratégico firmado com osEstados Unidos. O número de civis mortos no país registrou um aumentonos últimos cinco anos, chegando a 3.021 em 2011, mas, segundo dadosda ONU, os insurgentes são responsáveis pela maioria das mortes. AFP

INSURGÊNCIA

Guerrilheirosdo talibã matam 11 soldadoscapturados em zonas tribais do Paquistão

Adnan Abidi/Reuters

UE critica “timidez” doBrasilemrelaçãoàArgentina

Paul J. Richards/AFP

Khaled al- Hariri/Reuters

A secretária americana de Esta-do, Hillary Clinton, intensifi-cou a pressão sobre a Índia paraque reduza ainda mais a impor-tação de petróleo iraniano, sina-lizando que isso seria uma con-dição para evitar sanções finan-ceiras a Nova Délhi.O Irã é o segundo maior for-

necedor de petróleo para a Ín-dia. Publicamente, o governolocal rejeita as sanções ociden-tais, mas reservadamente tem

pressionado suas refinarias a re-duzirem suas importações ira-nianas entre 15% e 20%.Em visita à cidade indiana de

Kolkata (ex-Calcutá), Hillarydisse que os EUA desejam endu-recer as sanções econômicas aoIrã para obrigar o país a reto-mar as negociações sobre o seuprograma nuclear. O Ocidentesuspeita que o Irã esteja tentan-do desenvolver armas nuclea-res. ■ Andrew Quinn, Reuters

As autoridades sírias organizaramontem eleições legislativas emumcontexto de violência no país,com o objetivo de conferir algu-ma credibilidade ao regime, masa oposição boicota e classifica es-taseleiçõesde“mascaradas”.Ate-levisão oficial síria exibia imagensdeeleitoresvotandoemvárias re-giõesdopaís,masosopositoresas-seguravam que havia umboicote.“A eleição se desenvolve nor-

malmente, os eleitores vão para

os colégios eleitorais”, disse oministro do Interior, Mohamadal-Shaar. Mas em regiões rebel-des as pessoas acatavam umagreve convocada pela oposição,segundo o Observatório Sírio deDireitos Humanos (OSDH).No total, 7.195 candidatos

competem em todo o país pelos250 assentos de deputados, queadotarão uma série de reformasprometidas pelo chefe de Esta-do Bashar al-Assad. ■ AFP

No domingo, morreram nove soldados depois de terem sido atacadospelos rebeldes em Miranshah, principal cidade do distrito tribaldo Waziristão do Norte, localizado na fronteira com o Afeganistão.Também no domingo, três pessoas morreram e outras 15 ficaramferidas após a queda de um projétil em uma mesquita situada próximoa Miranshah, afirmaram oficiais de segurança e aldeões. AFP

Comissário Europeu diz que país devia “levantar a voz” contra protecionismo argentino

ÍndiaépressionadapelosEUA

Eleições legislativas na Síria

MUNDO

Vladimir Putin assumiu ontemsuas funções de presidente paraum terceiro mandato, um diadepois de uma grande manifes-tação da oposição contra o seuretorno aoKremlin, que foi vio-lentamente reprimida pela polí-cia. “Hoje entramos emumano-va etapa do desenvolvimentonacional. Os próximos anos se-rão determinantes para o desti-no da Rússia nas décadas futu-ras”, disse em breve discurso.Putin, que ocupava o cargo

de primeiro-ministro depois deter sido presidente de 2000 a2008, sucedeu oficialmenteDmitri Medvedev durante umacerimônia na luxuosa sala SãoJorge doKremlin. Entreosconvi-dadosestavam oex-primeiro-mi-nistro italiano Silvio Berlusconi, oex-presidente soviético MikhailGorbachev e o ex-chanceler ale-mãoGerhard Schroeder.Após a posse, Putin propôs ao

Parlamento a candidatura deseu antecessor, Dmitri Medve-dev, para o cargo de primeiro-ministro. Desta forma, a parce-ria que há anos dirige o destinopolítico do país segue de pé.Medvedev foi presidente duran-te quatro anos, mas sempre àsombra de Putin.Eleito no dia 4 de março com

quase 64% dos votos após elei-ções marcadas por denúnciasde fraude, segundo a oposição,Putin, um ex-agente da KGB,conseguiu desta forma voltar aoKremlin, de onde havia saídoem 2008, já que a Constituiçãonão lhe permitia realizar maisde dois mandatos consecutivos.Este terceiro mandato, que

após a reforma constitucionalserá de seis anos, se anuncia di-fícil em uma sociedade onde aânsia de mudanças nunca foitão grande desde o desmembra-mento da União Soviética, em1991. ■ Benoit Finck, AFP

Alexander Zemlianichenko/Reuters

Bay Ismoyo/AFP

PutinéopresidenteeMedvedevserápremiê

HillaryemNovaDelhicomSoniaGandhi, líderdopartidosituacionista

KarelDeGucht: “Governantesbrasileiros deviamdar o exemplo”

JovemeleitoravotaemDamasco,numpleitosabotadopelaoposição

VladimirPutinempossadonaPresidência,pela terceiravez

38 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012

Page 39: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

IDEIAS/DEBATES [email protected]

As políticas de fomento econômico, seja de natureza industrial, monetáriaou fiscal, tornaram-se nos últimos cinco anos crescentemente “individualis-tas” — sinalizam um “renascimento” do Estado-Nação como principal atorda cena global. O enfraquecimento da integração econômica regional, exem-plificada pelas dificuldades enfrentadas pela União Europeia, e a inadequa-ção do FMI e Banco Mundial ante a dimensão dos desafios econômicos mun-diais, levam a atitudes do tipo “cada-um-por-si” de grande ineficiência sis-têmica. Busca-se a retomada global com o “freio-de-mão” puxado. Nessecontexto, parece confirmar-se a análise de Ian Bremmer em seu mais recen-te livro Every Nation for Itself — Winners and Losers in a G-Zero World.

Aquilo que um país faz individualmente para consertar sua economia nãoé necessariamente bom para a economia global como um todo. Se na arqui-bancada, durante um jogo de futebol, eu ficar de pé para assistir melhor umlance mais emocionante, os que estiverem atrás de mim terão sua visibilida-de prejudicada. A flexibilização quantitativa (Quantitative Easing), promovi-da pelo Fed, inunda o mundo com dólares que afetam a competitividade in-dustrial de países como o Brasil. As regras leoninas de conteúdo local no Bra-sil influenciam negativamente aqueles que querem fazer comércio com opaís. A taxa de câmbio administrada para baixo na China traz distorções(competitivas) na atratividade de seus produtos e no ímpeto (arrefecido) dademanda doméstica na China, e assim por diante.

Muito se espera do papel da China na governança global, já que agora oschineses acumularam tantas condições objetivas para moldar o futuro daeconomia mundial. Qual seria a tendência chinesa: atualizar os parâmetrosdas instituições criadas nos anos 40 (o FMI e o Banco Mundial)? Construirnovas instituições globais que viessem a refletir o atual status chinês comosuperpotência econômica? Nada disso. A China desempenhará papel apenassecundário. As autoridades chinesas argumentam que os últimos 30 anos fo-ram extremamente favoráveis para sua arrancada econômica. Não visam por-tanto confronto ou reforma dramática das instituições de Bretton Woods.Acrescentam que os desafios internos chineses são ainda de tal monta queela não comportaria assumir acrescidas responsabilidades.

Assim, falta de coordenação macroeconômica, revitalização do individualis-mo por parte de diferentes países e a ineficiência das instituições multilateraisprojetam para a economia global um quadro de claro subdesempenho. Está cla-ro que em tempos recentes a utilização de políticas industriais que favorecemconteúdo nacional deixaram de ser um “recurso pontual” de nações emergen-tes e passaram a ocupar o centro do debate de países maduros, de que são exem-plo as campanhas presidenciais nos EUA e na França. Apesar das pronunciadasinstabilidades globais, o Brasil tem uma grande chance. Cabe utilizar suas van-tagens comparativas nos biocombustíveis, agronegócio e petróleo para direcio-nar a economia a atividades mais intensivas em tecnologia e portanto aumen-tar o número de setores em que tem capacidade de competir globalmente. ■

A Lei nº 12.612, de 13/4/2012, de minha autoria e sancionada pela presidenteDilma Rousseff, declara Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. Justa emerecida homenagem do povo, através de seus representantes no Congres-so Nacional, a um dos maiores mestres na arte de educar.

Paulo Freire nasceu no Recife (PE), em 19 de setembro de 1921. Órfão depai aos 13 anos e de família pobre, enfrentou dificuldades na infância e naadolescência, tendo que retardar seus estudos. Formou-se em direito, masnunca exerceu a advocacia. Professor de português, dedicou-se à pesquisana área de educação, sendo o marco inicial de sua grande contribuição comopesquisador, a criação de um método simples e revolucionário de alfabetiza-ção de adultos, numa época em que os índices de analfabetismo no Brasileram alarmantes. Começou a aplicar o seu método em 1963, na cidade de An-gicos (RN), alfabetizando 300 camponeses, em apenas 45 dias.

Foi um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular, no início dosanos 60, no Recife, voltado à valorização dessa cultura. A convite do entãoministro da Educação do governo João Goulart, Paulo de Tarso Santos, coor-denou a elaboração do Programa Nacional de Alfabetização de Adultos, cujameta era alfabetizar 5 milhões de pessoas. Lançado oficialmente em janeirode 1964, o programa foi extinto pelo governo militar em abril daquele mes-mo ano, logo após o golpe.

Obrigado a responder inquérito policial-militar, pelo crime de ensinar opovo a ler e a se conscientizar de sua realidade de opressão, asilou-se na em-baixada da Bolívia, sendo levado para aquele país em setembro de 1964. Emseguida, foi para o Chile onde ficou exilado durante cinco anos e lá escreveuum dos seus mais famosos livros: Pedagogia do Oprimido.

Permaneceu no exílio por quase 16 anos e voltou ao Brasil em agosto de1979 para, como declarou na chegada, “reaprender o país”. Mas só retornoudefinitivamente em junho do ano seguinte, para reintegrar-se à vida nacio-nal e colocar-se, novamente, a serviço do seu povo. Em razão de condiçõespolíticas adversas, não pode voltar para o Recife, como desejava. Ficou emSão Paulo que o acolheu carinhosamente e onde a Pontifícia UniversidadeCatólica (PUC), fiel a sua tradição democrática, abriu suas portas para queele retomasse seus trabalhos como professor e pesquisador.

Como prefeita de São Paulo, tive a honra e o privilégio de tê-lo como secre-tário municipal de Educação por 2 anos e meio. Após um mês no cargo decla-rou: “Se não apenas construirmos mais salas de aula, mas também as manti-vermos bem cuidadas, zeladas, limpas, alegres, bonitas, cedo ou tarde a pró-pria boniteza do espaço requer outra boniteza: a do ensino competente, a daalegria de aprender, a da imaginação criadora tendo liberdade de exercitar-se, a da aventura de criar”. Foi exatamente isso o que fez o mestre durantesua gestão. Provocou uma verdadeira revolução, marcando definitivamentea história da educação na cidade de São Paulo. Por tudo isso e muito maisPaulo Freire vive e é o Patrono da Educação Brasileira. ■

Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas VasconcellosDiretor-Presidente José MascarenhasDiretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo

Publisher Ricardo GaluppoDiretor de Redação Joaquim CastanheiraDiretor Adjunto (RJ) Ramiro Alves

Editores Executivos Adriana Teixeira,Gabriel de Sales, Jiane [email protected]

BRASIL ECONÔMICOé uma publicação da EmpresaJornalística Econômico S.A.

Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andarCEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP)

Sede - Rua Joaquim Palhares, 40Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080Rio de Janeiro (RJ)Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707

CONTATOS:Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182

Atendimento ao assinante/leitorRio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14hwww.brasileconomico.com.br/[email protected]

Condições especiais para pacotes e projetos [email protected] (11) 3320-2017(circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais)

Central de Atendimento ao JornaleiroFone (11) 3320-2112

ImpressãoEditora O Dia S.A. (RJ)Diário Serv Gráfica & Logística (SP)

Marcos TroyjoDiretor do BricLab da Universidade Colúmbiae professor do Ibmec

Quando nenhum país lidera

Presidentedeempresanuclear italianaébaleado

Luiza ErundinaDeputada federal (PSB-SP)

Apesar das instabilidades globais, o Brasil temchance. Cabe utilizar suas vantagens comparativasem biocombustíveis, agronegócio e petróleo

Paulo Freire, patrono da educação

Como prefeita de São Paulo, tive a honra e oprivilégio de ter Paulo Freire como secretáriomunicipal de Educação por 2 anos e meio

PONTO FINAL

Homens armados, não identificados, em uma moto, atiraram na perna dopresidente-executivo de uma empresa italiana de engenharia nuclear ontem,informou a polícia. Roberto Adinolfi, da Ansaldo Nucleare — controlada peloconglomerado italiano Finmeccanica — foi baleado fora de sua casa, em Gênova.Atirar nas pernas das pessoas era uma prática comum das Brigadas Vermelhas,grupo guerrilheiro de esquerda que realizou uma campanha de assassinatose sequestros que visava desestabilizar a Itália nos anos 1970 e 1980. Reuters

Terça-feira, 8 de maio, 2012 Brasil Econômico 39

Page 40: ENTREVISTA:FERNANDOPIMENTEL …sindireceita.org.br/wp-content/uploads/2012/05/8-de-maio-o-jornal... · Marcaprópria perdeespaçonos supermercados Marinhadiscute comaONUnova fronteiradopré-sal

A Neonergia registrou um lucro líquido de R$ 390 mi-lhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de8,3%na comparação anual, segundo informou a compa-nhia ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).A empresa, que temparticipação em empreendimen-

tos como a usina hidrelétrica Teles Pires e Belo Monte,registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos,amortizações e depreciações) de R$ 740milhões no pe-ríodo entre janeiro emarço deste ano, alta de 14,7% an-te mesmo período do ano passado.A receita operacional líquida da companhia subiu

20,5%, para R$ 2,63 bilhões nos primeiro três mesesdeste ano. A Neonergia, que controla as distribuidorasCelpe (PE), Coelba (BA) e Cosern (RN), registrou umaumento de 5,3% na energia distribuída por essas com-panhias para um total de 8.208 gigawatts-hora (GWh)no primeiro trimestre do ano. A companhia tem a es-panhola Iberdrola, o Previ e Banco do Brasil no blocode controle. ■

Agilidade nos portos

Paolo Fridman/Bloomberg

Marcello Casal Jr.

Oministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, FernandoPimentel, diz ementrevista publica-danesta ediçãodoBRASILECONÔMICOque oBrasil pode ga-nhar uma administração aduaneira independente daReceita Federal. É mais ou menos como funciona nosEstadosUnidos e emoutros países desenvolvidos— emque um grupo cuida do desembaraço da mercadoriaque passa pelo porto e outro que acompanha o recolhi-mento dos impostos. É o tipo da medida que pode pro-duzir um impacto (nesse caso, positivo) maior do queas aparências sugerem. A Receita tem demonstradogrande eficiência na hora de aumentar a arrecadaçãopelo cerco aos sonegadores. Mas não tem ajudadomui-to na hora de tornarmais ágeis os procedimentos adua-neiros. Semanas atrás, o presidente da Federação dasIndústrias do Rio de Janeiro, Eduardo Eugênio GouvêaVieira, disse a este jornal que o Porto do Rio de Janeiroganharia em eficiência do trabalho de carga e descargade navios se os fiscais prorrogassem o expediente paraalém do horário comercial. Como a Receita não escalaequipes para trabalhar à noite nem dá plantão nos finsde semana, os navios permanecem mais tempo do queo necessário à espera da autorização para a carga e des-carga. Uma equipe de funcionários dedicada exclusiva-mente a esse serviço pode dar agilidade aos portos.

Os terminais brasileiros, que já estiveram entre osmais ineficientes do mundo, têm melhorado desde1993, quando foi baixada a Lei dos Portos. Ao longo des-ses 19 anos,houveumganhoespetaculardeprodutivida-de. Em2001, oPorto de Santos, omaior doBrasil,movi-mentou um total de 1,05 milhão de TEUs. Cada TEUequivale a um contêiner de 20 pés de comprimento. Noano passado, 2011, o total movimentado foi de quase 3milhões de TEUs. A Santos Brasil, empresa responsávelpor quasemetade damovimentação doporto (para citarapenas um exemplo), movimenta contêineres com efi-ciência superior à doPorto deHamburgo, naAlemanha.Ter portos eficientes é essencial para qualquer eco-

nomia aberta. No final domês passado, o Senado apro-vou uma resolução que unifica as alíquotas de ICMS co-brado sobre as mercadorias importadas que chegamao Brasil. Com isso, deve chegar ao fim a política pelaqual alguns estados promoviam concorrência desleal àindústria brasileira ao conceder benefícios fiscais paralá de generosos às empresas que importassem por seusportos. Com o fim dessa possibilidade, Santa Catarina,que era um dos campeões dessa prática, já se movi-menta para não perder os clientes que atraiu na épocaem que oferecia favores fiscais aos clientes. A ideia,agora, é investir pesado na infraestrutura para reduziros custos das empresas após o desembarque damerca-doria. E de criar estímulos especiais à importação dematéria-prima que, depois, será processada por em-presas do próprio estado. Medidas assim, e mais o es-forço do governo em agilizar o procedimento aduanei-ro, podem significar umpasso (ainda tímido,muito tí-mido) no rumo da redução do custo Brasil. Que o go-verno se dedique a essa causa com omesmo empenhocom que tem se dedicado à redução dos juros. ■

Ricardo [email protected]

EUAdesativam suposta bomba de terroristas

Brasil aprova troca de ações entre Lan e TamA companhia aérea chilena Lan informou ontem que oórgão regulador brasileiro aprovou a troca de açõescom a brasileira Tam, acrescentando que a oferta deve-rá ser lançada nos próximos 10 dias, criando uma dasmaiores empresas aéreas do mundo.O órgão regulador dos Estados Unidos, a SEC, tam-

bém precisa aprovar a troca de ações. A chilena tam-bém afirmou esperar que a fusão seja concluída aindano primeiro semestre deste ano.A Tam também informou ontem ter ampliado o acor-

do de compartilhamento de voos (codeshare)com a AirChina. Segundo a companhia aérea, desde 1 de maio osclientes podemchegar a Pequim, passando por Paris, fa-zendo conexão no Aeroporto Charles de Gaulle. A partirde então os passageiros seguemviagememaviões de ban-deiras de companhias chinesas. ■ Reuters e Redacao

O país ganhará quando o governose dedicar à redução do custoBrasil empenho idêntico ao quese dedica à redução dos juros

O FBI está investigando um explosi-vo que poderia ter sido usado numatentado suicida contra umavião co-mercial, e que foi apreendido numaoperação realizada por autoridadesdos Estados Unidos e de países alia-dos, disseram autoridades ontemamericanas.Um funcionário gradua-do disse que aparentemente o explo-sivo foi produzido pela Al Qaeda daPenínsula Arábica, que opera a partirdo Iêmen. Separadamente, no entan-to, oDepartamentode SegurançaDo-

méstica disse que não haver nenhumplano de atentado contra os EUA emestágio ativo no momento.De acordo com as autoridades, ne-

nhum avião chegou a estar em risco.Abomba,disseramelas, seriaummo-delomodernizadododispositivousa-do pelo chamado “terrorista da cue-ca”, que tentou sem sucesso explodirumavião comdestinoaDetroit nodiade Natal de 2009. Aquele plano haviasidopreparadono Iêmen.Opresiden-te Barack Obama foi informado sobre

onovocasoemabril, e recebeuatuali-zações regulares, segundoCaitlinHay-den, porta-voz adjunta do ConselhodeSegurançaNacional.OFBIdisse es-tar de posse da suposta bomba, reali-zando análises técnicas e forenses.“A exploração inicial indica que o

dispositivo é muito similar aos IED(explosivos improvisados) usadospre-viamente pela AQAP em tentativasde ataques terroristas, inclusive con-tra aviões e em assassinatos dirigi-dos”, disse o FBI em nota. ■ Reuters

Marco Polo alcança receita líquida de R$ 880,7mi

www.brasileconomico.com.br

ÚLTIMA HORA

Neonergia tem alta de 8,3%no lucrotrimestral, para R$ 390milhões

AMarco Polo alcançou receita líqui-da de R$ 880,7 milhões no primeirotrimestre deste ano. Segundo infor-mações divulgadas em nota ontempela companhia, seu lucro bruto noperíodo somou R$ 186,6 milhões,commargemde 21,2%. Já o O EBIT-DA foi de R$ 110,9milhões, com va-riação de 12,6%.De acordo com informações da

empresa, de janeiro a março de2012, a produção brasileira de ôni-bus atingiu 8.281 unidades, regis-trando crescimento de 5,7% em re-lação às 7.832 unidades produzidasno primeiro trimestre de 2011.A produção destinada aomercado

interno atingiu 7.742 unidades noprimeiro trimestre do ano, 16,4%su-perior às 6.649 unidades produzidas

no mesmo período do ano passado,e representou 93,5%daprodução to-tal brasileira.As exportações totalizaram 539

unidades no trimestre, volume infe-rior às 1.183 unidades exportadasnomesmoperíodo de 2011 . Ressalta-se que a participação da Marcopolono total das exportações brasileirasfoi de 49,7% no período. ■

Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A.,com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7o andar, Cidade Nova - CEP 20260-080Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected]É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômica S.A.

Companhiaregistrouaumentode5,3%nadistribuição

Acompanhiabrasileiraampliou acordocomaAirChina

40 Brasil Econômico Terça-feira, 8 de maio, 2012